Jornal dos Bancários - ed. 542

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ANO XXV • Nº 542 • 01 A 15 DE FEVEREIRO DE 2017 • SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO

Reestruturação do BNB aponta para privatização

p. 5 Justiça suspende reajustes no Saúde Caixa p. 3

Temer pressiona para privatizar Banrisul p. 6

Rejeitada instalação da CCV em PE p.7

Sindicato oferece curso que garante licença paternidade ampliada p. 8

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2 EDITORIAL

O mês de fevereiro chega com algumas boas notícias. Algo bem raro desde que Michel Temer assumiu a presidência da República. A primeira delas refere-se à vitória de Rita Serrano para o CA da Caixa. Conquistamos ainda o Conselho Consultivo do Saúde Caixa com a Chapa 2. Fabiano Félix segue muito bem votado para o segundo turno da eleição do Caref do BB. E, logo no próximo mês, o Sindicato vai oferecer o curso de paternidade responsável para garantir a licença ampliada aos bancários. Além disso, a Justiça do Trabalho suspendeu, em decisão liminar, os reajustes no Saúde Caixa, após as entidades sindicais ingressarem com ações contra tal medida. Em nossa lista de boas novas, consta ainda reintegração de bancária demitida ilegalmente pelo Santander. E assim, de pequenas vitórias vamos nos fortalecendo para enfrentar os grandes golpes desferidos pelo Palácio do Planalto. Entre eles, o processo de reestruturação do BNB e a venda do Banrisul, isto é, mais desmonte e privatização dos bancos públicos. É de pequenas batalhas que se ganha uma guerra. Vamos à luta! Boa leitura! Suzineide Rodrigues Presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco

Rita Serrano eleita representante dos empregados no CA da Caixa

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om 14.283 votos, Rita Serrano vence a eleição pela Chapa 1 para o Conselho Administrativo da Caixa, como representante dos empregados. No pleito, realizado em dois turnos e

encerrado no fim janeiro, a chapa adversária, a 25, obteve 12.739 votos. Para a nova conselheira, a conquista é resultado de um projeto coletivo. “Agradeço os votos e a confiança. Nossa vitória foi fruto da união e da crença numa Caixa pública e na valorização de todos os seus empregados. Sigamos juntos nessa direção”, afirmou. Desde o primeiro turno das eleições, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco apoiou a Chapa 1. “A companheira Rita Serrano foi guerreira, pois apesar das tentativas de manipulação do processo, seguiu firme e conquistou a vitória. Agradeço aos empregados da Caixa pelo voto e pela confiança”, comemora a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues.

CHAPA 2 É ELEITA PARA CONSELHO DO SAÚDE CAIXA

A chapa 2 - Movimento pela Saúde vence eleição para Conselho Consultivo de Usuários do Saúde Caixa. Entre os cinco concorrentes, a Chapa 2 conquistou 7.569. O pleito ocorreu de 27 a 31 de janeiro, e a votação ocorreu pelo sistema interno. Votaram ativos e aposentados. O Sindicato dos Bancários de Pernambuco apoiou a Chapa 2 desde o primeiro turno. A razão da escolha se deve ao fato de o grupo defender os interesses de todos os segmentos dos empregados e ser o único capaz de mobilizar esforços que garantam a manutenção dos direitos conquistados.

Fabiano Félix segue para o segundo turno como mais votado para eleição do Caref Apoiado pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco, pela Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) e por 90 sindicatos de bancários do país, o candidato Fabiano Félix recebeu o maior número de votos no primeiro turno das eleições para representante dos funcionários do Banco do Brasil no Conselho de Administração (Caref). Com 8.391 votos, Fabiano Félix disputará o segundo turno do pleito, que ocorre de 20 a 24 de

fevereiro. Participaram do primeiro turno 67.389 eleitores e 57 candidatos. O período de campanha eleitoral para o segundo turno terá início após os candidatos

apresentarem a devida documentação à Comissão Eleitoral. O resultado da eleição está previsto para ser divulgado no dia 25 de fevereiro.

EXPEDIENTE Coordenação e supervisão: Tempus Comunicação

Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco Ed. 542 / Circulação quinzenal Redação: Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista, Recife/PE Telefone: (81) 3316 4233 / (81) 3316 4221. E-mail: comunicacao@bancariospe.org.br Site: www.bancariospe.org.br Tiragem: 11.000 exemplares

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Jornalista responsável: Micheline Américo Conselho Editorial: Adeílton Filho, Cleonildo Cruz, Daniella Almeida, Epaminondas Neto, Jonatas Campos, Micheline Américo e Suzineide Rodrigues Redação: Beatriz Albuquerque, Camila Lima e Jonatas Campos Diagramação: Bruno Lombardi Fotos: Agência Lumen e Tempus Comunicação

DIRETORIA EXECUTIVA Presidenta: Suzineide Rodrigues Comunicação: Daniella Almeida Secretária-Geral: Sandra Trajano Finanças: Jaqueline Mello Administração: Geraldo Times Assuntos Jurídicos: João Rufino Bancos Públicos: Renato Brito Bancos Privados: Adeílton Filho

Cultura, Esportes e Lazer: Fábio Sales Assuntos da Mulher: Eleonora Costa Saúde do Trabalhador: Wellington Trindade Formação: Anabele Silva Intersindical: Fernando Batata Ramo Financeiro: Andreza Camila Duarte Aposentados: Luiz Freitas


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Justiça suspende reajustes no Saúde Caixa

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Justiça do Trabalho, em decisão liminar, suspendeu os reajustes impostos pela Caixa Econômica Federal aos usuários do plano Saúde Caixa. A decisão atende à solicitação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal e de sindicatos de bancários de todo o país. Na ação, as entidades argumentaram que os aumentos afrontam o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2016-2018, que determina que mudanças desse tipo devem ser negociadas no Conselho de Usuários e na mesa permanente de negociação, mediante apresentação de dados que apontem a necessidade delas. De acordo com a presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzineide Rodrigues, a decisão foi uma conquista dos trabalhadores. “A Justiça do Trabalho reconheceu que a postura da Caixa representa um desrespeito ao direito

Sindicato participou do Dia Nacional de Luta em Defesa do Saúde Caixa

dos trabalhadores. O Dia Nacional de Luta em Defesa do Saúde Caixa mostrou que o movimento sindical e os empregados da Caixa estão dispostos a lutar por seus direitos. Nos manteremos firmes em defesa do Saúde Caixa e tomaremos as medidas necessárias para que decisão seja mantida”, avalia Suzineide. De forma intransigente, a direção da Caixa apenas comunicou os empregados sobre os novos valores que seriam cobrados dos assistidos a partir de fevereiro. A proposta era

a seguinte: aumentar a mensalidade dos trabalhadores da ativa e aposentados de 2% para 3,46% da remuneração base; subir a coparticipação das despesas assistenciais de 20% para 30% e o valor limite da coparticipação de R$ 2.400 para R$ 4.200. No fim de janeiro, diretores do Sindicato dos Bancários de Pernambuco participaram do Dia Nacional de Luta em Defesa do Saúde Caixa e visitaram todos os setores da Superintendência da Caixa Econômica Federal, no Recife, para

esclarecer aos empregados que o reajuste do plano não havia sido acordado com as entidades representativas dos trabalhadores. Para a diretora do Sindicato e empregada da Caixa, Terezinha Santiago, a alegação de que o plano não sofreu reajustes nos últimos anos é falsa. “A superintendência alega que não houve reajuste, mas anualmente o índice do nosso reajuste salarial incide na mensalidade do Saúde Caixa. Nós, empregados, somos os maiores interessados na sustentabilidade do plano, mas a direção do banco precisa mostrar as planilhas que comprovam a necessidade da majoração”, exige. Segundo o também diretor do Sindicato, Cléber Rocha, por trás de ataques como os que estão ocorrendo na Caixa, há uma intenção clara do governo golpista de Michel Temer de privatizar as empresas públicas. “Precisamos assegurar as conquistas da categoria e a única forma de fazermos essa defesa é através de muita luta”, convoca.

Bradesco demite mais de mil bancários em 2016

PCR Itaú

Enquanto outros setores amargam prejuízos, os bancos continuam a lucrar. Ainda assim, os números de demissões não param de crescer. No ano de 2016, o Lucro Líquido Ajustado do Bradesco foi de R$ 17,121 bilhões. Análise feita pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgado no início de fevereiro, ressalta que no último trimestre, o lucro registrado foi de R$ 4,385 bilhões. Neste período, foram demitidos 1.129 bancários com extinção dos respectivos postos de trabalho. Esses são os primeiros resultados anuais apresentados pelo banco após a aquisição do HSBC Brasil. O número de empregados da holding em dezembro de 2016 foi de 108.793, sendo que era de 92.961 em dezembro de 2015, um aumento de 17,2%, relacionado à

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da Central Única dos Trabalhadores (Contraf-CUT) assinou com o Itaú, no início de janeiro, os Acordos Coletivos do Programa Complementar de Resultados (PCR) 2017/2018 e do Ponto Eletrônico. A proposta para renovação do acordo do PCR segue os reajustes da Campanha Nacional 2016.

Bancários precisam se mobilizar em defesa de seus direitos

incorporação dos trabalhadores do HSBC Brasil. Para o secretário de Bancos Privados do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Adeílton Filho, o Bradesco, mais uma vez, ignora o fato de que são os funcionários os principais responsáveis pelos lucros auferidos. “É inadmissível

que, com lucros nesse patamar, o banco demita essa quantidade de trabalhadores. Precisamos fortalecer ainda mais a mobilização dos funcionários do Bradesco em defesa dos empregos. Com a incorporação do HSBC, o corpo funcional do banco tem mais força de negociação”, afirma Adeilton.

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Mobilização e resistência são estratégias para encarar os desafios de 2017

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diretoria do Sindicato dos Bancários de Pernambuco elaborou, no fim de janeiro, o planejamento estratégico da entidade para 2017. Reunidos durante dois dias em Itamaracá, os diretores traçaram metas e definiram o calendário de atividades do ano. Foram traçadas estratégias de resistência e reação da categoria bancária e da classe trabalhadora, frente à ofensiva do governo golpista de Michel Temer aos direitos sociais, em especial aos direitos trabalhistas. De acordo com a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, a defesa do emprego e dos bancos públicos, a luta contra a terceirização indiscriminada e o combate ao assédio moral são prioridades da entidade. “Definimos ações estratégicas para concretizar os valores, os compromissos e o foco que orientam a nossa gestão”, afirma Suzineide. As mobilizações contra as mudanças na Constituição Federal e na le-

Diretores traçaram metas e decidiram o calendário de atividades da entidade neste ano

gislação infraconstitucional a fim de legalizar os sucessivos golpes contra os direitos dos cidadãos brasileiros, após a consolidação do impeachment, foram pautas de debates entre os diretores.

“Está aí a aprovação de propostas como a PEC 55, que congelou por 20 anos investimentos em áreas sociais importantes, e a tramitação das reformas da Previdência e trabalhista e de projetos de privatização das em-

presas públicas. A categoria bancária e o Sindicato dos Bancários de Pernambuco sempre tiveram atuações aguerridas em defesa dos direitos dos trabalhadores; e, em 2017, não será diferente”, avalia Suzineide.

Caixa presta esclarecimentos sobre horas extras forçadas Uma comissão do Sindicato dos Bancários de Pernambuco reuniu-se, na última semana de janeiro, com um representante da Superintendência da Caixa Econômica Federal, o gerente administrativo Waldemar Marques, para pedir esclarecimentos sobre a política de horas extras da estatal. A entidade tem recebido denúncias de empregados que alegam estar sendo coagidos a bater o ponto e continuar trabalhando. De acordo com a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, o gerente administrativo informou que não é orientação da Caixa a realização de horas extras. “A reunião foi positiva. Convocamos a Superintendência a realizar visitas surpresas às agências para verificar se essa prática irregular está

Diretores solicitaram que a superintendência realize visitas surpresas às agências para verificar ocorrências da prática irregular

ocorrendo. O Sindicato estará vigilante”, afirma. A jornada diária dos bancários com duração de 6h é uma das

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grandes conquistas da categoria. Para a secretária-Geral do Sindicato, Sandra Trajano, é imprescindível que os empregados não se

sintam obrigados a fazer as horas extras. “Se o empregado se sentir ameaçado pela gerência a fazer horas extras ou a bater o ponto e continuar trabalhando, deve denunciar”, ressalta. Também foram pautas da reunião a questão da segurança bancária e o Plano de Demissão Voluntária Extraordinária (PDVE), ainda não lançado naquela ocasião. Em relação aos ataques a bancos, a Caixa se mostrou preocupada com a situação da violência e disposta a fazer um trabalho conjunto. “Vamos fazer uma tratativa com a Caixa para realização de reuniões trimestrais a fim de construirmos uma saída no que diz respeito à segurança dos empregados e clientes”, esclarece Sandra.


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Plano de Reestruturação do BNB aponta para privatização da instituição bancária

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Sindicato organizou Dia Nacional de Luta dos Funcionários do BNB contra a reestruturação

do fechamento das agências, a diminuição da jornada com redução salarial. “Isso tem impacto direto no padrão de vida dos funcionários e no projeto profissional que essas pessoas construíram dentro do BNB. Vamos questionar e resistir para fortalecer cada bancário diante de mais esse golpe”, afirma. Para iniciar os ajustes anunciados, a direção do banco aguarda apenas liberação do orçamento e a aprovação do Ministério da Fazenda. A medida é parte do pacote defendido pelo governo ultraliberal de Michel Temer, que visa ao desmonte das empresas públicas. O BNB iniciou esse processo sorrateiramente, por meio da política de substituição de funções comissionadas na direção-geral e nas agências. A implantação da nova sistemática não pode ser aplicada aos trabalhadores que já detêm função. Sendo assim, ao acumular a função de um colega por qualquer afastamento deste, o trabalhador que passa a responder pelas atribuições adicio-

Drawlio Joca - SEEB CE

Comissão Nacional dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) irão avaliar os dados apresentados, em Fortaleza (CE), pela direção de relações sindicais do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) para definir as estratégias de resistência à reestruturação. O banco confirmou o fechamento de 19 agências no país, medida que prejudicará os funcionários e a população. Conforme anúncio, em Pernambuco, agências localizadas nos municípios de Caruaru e Petrolina serão fechadas. Na reunião, a direção do banco alegou que a reestruturação é uma medida necessária para adequação ao mercado e que, para isso, foram priorizados os fechamento de agências ditas deficitárias. O argumento segue o mesmo viés privatista do governo golpista de Michel Temer nas reestruturações do Banco do Brasil, fechando mais de 400 agências e da Caixa Econômica Federal, que estuda fechar de mais de 100 unidades em todo país. De acordo com a presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzineide Rodrigues, que participou da reunião, não há informações seguras de que as agências que serão fechadas sejam deficitárias. “Quando um banco público prioriza o lucro, ele tende a desvirtuar o seu papel social. O BNB foi criado para investir no desenvolvimento do Nordeste, fortalecendo os negócios dos pequenos agricultores e micro empresários”, critica. A direção do BNB garantiu que os 130 funcionários das agências listadas na reestruturação serão contemplados em outras unidades, inclusive com comissões. Porém, o plano apresentado prevê, além

Representantes dos trabalhadores reuniram-se com a direção do BNB para discutir os detalhes da reestruturação

nais deve continuar sendo remunerado conforme previsto até final do ano de 2016. A direção do BNB também anunciou na reunião que lançará um Programa de Demissão Voluntária (PDV) para um público de 1.500 aposentáveis. De acordo com o diretor do Sindicato e funcionário do banco, Fernando Batata, a entidade é contrária à proposta. “O banco vai oferecer o pagamento de 15 salários brutos mais dois anos de benefício alimentação. Não apoiamos nenhum projeto de demissão,

pois sem funcionários o banco será sucateado. Queremos a contratação dos concursados de 2014”, defende. O Sindicato continuará realizando atos para protestar contra a reestruturação e desmonte do BNB. A entidade também irá estudar possíveis medidas judiciais que possam impedir a retirada de conquistas. “É fundamental que os funcionários do BNB participem ativamente das atividades para que essas medidas sejam definitivamente canceladas”, destaca Batata.

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Temer pressiona para privatizar Banrisul

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governo golpista de Michel Temer coloca a corda no pescoço do governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, para que o Banrisul seja vendido, a fim de cobrir parte da dívida daquele Estado. Para o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a privatização de três empresas públicas do Rio Grande do Sul já colocadas na bandeja não é suficiente para cobrir o rombo fiscal de bilhões de reais previstos para este ano. A privatização de empresas estatais é tratada pelo governo federal como contragarantia para contração de empréstimos que precisam de garantia do Tesouro para serem viabilizados. O Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul), Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes), Banco de Brasília (BRB), Banco do Estado do Pará (Banpará) e Banco do Estado de Sergipe (Banese) são os cinco bancos estaduais que não foram vendidos ao mercado de capitais. A proposta de venda do Banrisul ainda não foi concretizada porque o governador teme gerar querelas políticas com o legislativo esta-

“Para Temer, atender ao mercado é mais importante que garantir o estado de bem-estar social ao povo brasileiro. Trabalhadores e população vão pagar caro pela dívida do Estado”, afirma Janaína Kunst

dual que discute uma mudança que permitiria ao governo privatizar ou federalizar empresas públicas sem realização de plebiscito. Para a diretora do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Janaína Kunst, se a venda for efetivada, significará menos desenvolvimento, menos crédito imobiliário para a população e mais desemprego en-

tre os bancários. “Para o governo Temer atender ao mercado é mais importante que garantir o estado de bem-estar social para povo brasileiro. Os trabalhadores e a população vão pagar caro pela dívida do Estado”, critica. Em Pernambuco, há uma agência do Banrisul, localizada na Zona Sul do Recife, com 12 fun-

cionários. O principal serviço da unidade é o atendimento a empresas de médio e grande porte, tanto com matrizes no Rio Grande do Sul como em Pernambuco. “Como banco público, o Banrisul oferece atendimento diferenciado, com taxas de juros competitivas até mesmo em relação aos bancos de fomento”, afirma Janaína.

Fetrafi-NE realiza Congresso de Revisão Estatutária A Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Nordeste (Fetrafi-NE) realiza, no próximo dia 16, um Congresso Extraordinário de Revisão Estatutária. O encontro ocorre na sede da entidade, no Recife, a partir das 10h. A principal mudança em pauta no congresso é a ampliação do mandato da diretoria da entidade de três para quatro anos. Essa é a orientação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) para todas as federações filiadas. Dessa forma, haverá uniformização da duração dos mandatos das diretorias da central e das federações. Caso a proposta seja aprovada, a nova regra já valerá para a próxima diretoria da Fetrafi-NE, que será eleita

em junho deste ano. Outra mudança em discussão refere-se às atribuições do conselho de representantes, que é composto por quatro integrantes (dois titulares e dois suplentes) dos sindicatos de base da Fetrafi-NE. A diretora de Finanças da federação, Tereza Souza, explica que “outras pequenas mudanças também serão necessárias para adequar o estatuto da entidade a novas determinações do Ministério do Trabalho e Emprego”. O Sindicato dos Bancários de Pernambuco será representado no Congresso pelos delegados, cujos nomes foram aprovados em assembleia realizada no início de janeiro. São eles: Suzineide Rodrigues, Te-

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Assembleia da categoria aprovou nomes dos delegados que representarão Pernambuco no Congresso

reza Souza, Sandra Trajano, Epaminondas Neto e Alan Patrício, além do suplente Jairo Lopes.

Também integram a base da Fetrafi-NE sindicatos da Paraíba, Alagoas, Ceará e Piauí.


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Rejeitada instalação da CCV em Pernambuco

O

s funcionários do Banco do Brasil (BB) em Pernambuco votaram, no início de fevereiro, pela rejeição da adesão à Comissão de Conciliação Voluntária (CCV) referente aos cargos impactados pela última reestruturação. A CCV foi instituída por meio de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) assinado entre o BB e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da Central Única dos Trabalhadores (Contraf-CUT). O público-alvo são os bancários que exerciam funções de 8 horas abrangidas pelo acordo e que aderirem ao novo Plano de Cargos e Carreira de 6 horas dentro da reestruturação em curso no banco desde novembro de 2016 ou que

já não estejam em funções passíveis de negociação. A decisão pela instalação das comissões, entretanto, ficou a cargo de cada base sindical. De acordo com a secretária-Geral do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Sandra Trajano, a entidade defendeu a não aprovação da CCV, por avaliar que as negociações dos passivos trabalhistas direto com o banco representam perdas para os funcionários. “Somos contrários, porque os funcionários deixam de recorrer à Justiça e negociam valores abaixo daqueles a que teriam direito”, afirma. Estudos sobre as negociações firmadas por meio das comissões de conciliação indicam que o banco paga entre 15% e 22% do valor

Durante reunião bancários seguiram indicação sindical

devido. Após a apresentação do Sindicato, houve um debate sobre a questão e foi encaminhada a votação. Os bancários seguiram a indicação sindical e votaram contra a instalação da CCV no Estado Sandra explica que, além dos prejuízos financeiros que essas negociações representam para os fun-

cionários, trata-se da legitimação de uma postura distorcida do banco. “As reestruturações da forma como estão sendo implementadas atendem apenas aos interesses do BB e vão de encontro à valorização do funcionalismo. Ao aderir à CCV, estaríamos legitimando essa postura do banco”, afirma secretária-Geral.

Sindicato propõe criação de leis de segurança bancária O Sindicato dos Bancários de Pernambuco se reunirá com a Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), no início de fevereiro, para propor que os municípios adotem legislações nos mesmos moldes da Lei 17.647/2010, em vigor no Recife. No fim de janeiro, o Sindicato apresentou, em entrevista coletiva, os números relativos a investidas violentas contra os bancos no Estado em 2016. Os dados revelam a total falência da política de segurança pública de Pernambuco e a omissão dos bancos no cumprimento de seus deveres. No total, foram 346 ocorrências, sendo 250 arrombamentos e explosões, 34 assaltos à mão armada, 36 ações em Casas Lotéricas/Caixa Aqui, 10 ataques a carros-fortes e 16 sequestros. Assustam ainda mais o roubo de 400 armas, munições e coletes à prova de balas, além de dinamites. Das 56 cidades atingidas, 51,7% localizam-se na Região Agreste. E cada uma das demais regiões pontua em 16%. A violência explode atingindo bancários, clientes e população em geral. Uma demonstração é o número de Comunicações de Acidentes de Tra-

balho (CAT) emitidas em 2016. Das 712 registradas, 230 são relativas a doenças psíquicas, sendo 59 delas causadas por assaltos. Para a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, o quadro apresentado revela o descontrole total das autoridades públicas e o descaso dos bancos com a vida dos trabalhadores e da população. “Comprar armas e viaturas é um paliativo. O governo precisa investir em inteligência, tecnologia, integração entre órgãos de segurança, valorização e condições de trabalho para o efetivo policial”, critica. Ela destaca ainda que as empresas sequer cumprem a legislação no quesito segurança. “No Recife, por exemplo, existe a Lei 17.647/2010 que determina um conjunto de procedimentos que é ignorado pelos bancos e que governo municipal não se ocupa em fiscalizar”, denuncia. De acordo com o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato e representante do Nordeste do Coletivo Nacional de Segurança Bancária da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), João Rufino, medidas básicas de segurança poderiam mitigar

Em entrevista coletiva, entidade apresentou os números relativos a investidas criminosas contra bancos no Estado

a violência bancária galopante, especialmente no Interior do Estado. Ele destaca a instalação de biombos nos caixas, dispositivos eletrônicos acionados remotamente, portas com detectores de metais, guarda-volumes e vidros blindados. “Hoje, várias agênciais do Interior são verdadeiros balcões de mercearia que não oferecem nenhuma proteção à população e nem aos trabalhadores”, afirma. Além dos efeitos mais imediatos, com as explosões, muitas agências são fechadas no Interior, acarretando a falência do comércio local, elevação do desemprego, riscos à população que, para realizar operações

financeiras, precisa se deslocar para outros municípios, cujas agências ficam superlotadas sobrecarregando os bancários. A presidenta do Sindicato explica que a lei municipal de Segurança Bancária no Recife representou um avanço significativo para o setor e foi fruto de articulação e mobilização da categoria bancária no Estado. "Se os municípios aceitarem a nossa proposta e criarem legislações nos moldes da lei do Recife, estaremos dando outro passo importante. Além disso, os municípios precisam se conscientizar de que tão importante quanto a criação da lei é a fiscalização do cumprimento dela”, defende, Suzineide.

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Sindicato oferece curso que garante licença paternidade ampliada

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Sindicato dos Bancários de Pernambuco oferecerá um curso de parternidade responsável a fim de garantir aos bancários a efetivação do direito à licença paternidade de 20 dias. Em fevereiro, haverá a formação do corpo de diretores e técnicos do Sindicato sobre o assunto e, em março, a aula inaugural aberta para os bancários e familiares. A partir daí, o curso passará a ser oferecido regularmente aos bancários. O direito a estender a licença paternidade por mais 15 dias, conquistado pela categoria na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2016/2018 e previsto no artigo 26, está condicionado à realização do curso de paternidade responsável. De acordo com a secretária-Geral do Sindicato, Sandra Trajano, a entidade decidiu promover o curso por entender a importância da ampliação da licença e da discussão a cerca da

paternidade responsável. “O contato do pai com a criança nesses primeiros dias de vida é essencial para a formação do vínculo entre eles e também para que o homem se faça mais presente nos cuidados com a criança. Estamos num momento em que as mudanças de comportamento se mostram urgentes”, afirma Sandra. O curso será promovido pelo Sindicato em parcerias com organizações que trabalham com os assuntos gêneros e masculinidades. A presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, ressalta que o período de 20 dias de licença paternidade ainda não é o ideal, mas é uma grande conquista. “A ampliação da licença e a realização do curso de paternidade responsável representa uma contribuição significativa do movimento sindical bancário para que as responsabilidades compartilhadas entre homens e mulheres

Para ter direito à ampliação da licença, bancário precisa comprovar a participação em curso de paternidade responsável

sejam uma realidade nas famílias brasileiras”, afirma. Para ter direito à ampliação da licença, o bancário precisa requerer o benefício, por escrito, ao banco em que trabalha, no prazo de dois dias após o parto da criança, e comprovar a participação em programa ou atividade de orientação sobre paterni-

dade responsável. O banco, por sua vez, deve aderir ao Programa Empresa Cidadã do Governo Federal. Em caso de descumprimento dos bancos ao que determina o artigo 26 da CCT 2016/2018, os bancários devem entrar em contato com o Sindicato, para que sejam tomadas as medidas cabíveis.

Bancária conquista reintegração Mais uma bancária foi reintegrada no fim de janeiro, após demissão irregular realizada pelo Banco Santander. A Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) foi emitida pela secretaria de Saúde do Sindicato dos Bancários de Pernambuco mediante apresentação de exames clínicos e laudos médicos que comprovam a doença ocupacional. A bancária reintegrada é Daniella Marli da Silva, que está lotada na agência Arrecifes, no bairro de Boa Viagem. Funcionária do banco há mais de duas décadas, faz tratamento para Lesões por Esforços Repetitivos e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT) há mais de 15 anos. Ela precisou, inclusive, ser submetida a cirurgias devido à doença ocupacional. A demissão de bancários que desenvolvem LER/DORT tem sido uma prática recorrente nos bancos privados. De acordo com o secretário de Saúde do Sindicato, Wellington Trindade, em casos como esse, o trabalhador pode reverter a situação juridicamente. “O juiz do Trabalho entendeu que houve irregularidade na demissão de Daniella, após a Previdência Social reconhecer que a trabalhadora possui doença ocupacional”, afirma. A bancária foi demitda pelo Santander no fim de outubro e encontra-se licenciada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Aguarda nova perícia que avaliará se ela está apta a retornar ao trabalho. Daniella faz tratamento para Acompanharam a reintegração as diretoras do LER/DORT há mais de 15 anos Sindicato, Veruska Ramos e Alzira Cavalcanti. 01 a 15 de fevereiro de 2017

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