Jornal dos Bancários - ed. 551

Page 1

ANO XXV • Nº 551 • 05 A 20 DE JULHO DE 2017 • SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO

GREVE GERAL: BANCÁRIOS RESISTEM BRAVAMENTE! p.5

Bancários do Itaú denunciam precarização do plano de saúde p.2

Vitória do Sindicato em ação contra Banco do Brasil garante abono do dia de greve p.3

Sindicato acorda com Bradesco garantia do emprego para 47 funcionários da Losango p.4

Caixa lidera ranking de corte de postos de trabalho p.6

WWW.BANCARIOSPE.ORG.BR


2 EDITORIAL

A luta conjunta Como um jornal de categoria, nossa publicação traz um conjunto de notícias que diz respeito especificamente ao nosso campo de luta contra a exploração, o assédio moral, o desemprego e em defesa da participação nos lucros, manutenção do plano de saúde, a garantia das licenças maternidade e paternidade, entre outros pontos. Contudo, é importante que os bancários compreendam que não vivem numa ilha e, assim sendo, tudo que acontece no Brasil e no mundo tem um impacto direto no seu dia a dia. As reformas trabalhista e previdenciária, por exemplo, refletem em todas as linhas de nossas matérias e estão cada vez mais próximas de seu birô. Quedou a tentativa de cada um tirar seus pés da poça porque a maré transbordou e a lama deu da canela do pescador à gravata do bancário. Já estamos atolados no charco ultraliberal e nossa única chance é a união com todos os demais setores da classe trabalhadora a fim de pressionar fortemente os “podres poderes” no sentido de frear os desmontes de nossos direitos, o que passa necessariamente pela deposição imediata deste (des)governo golpista e corrupto de Michel Temer e a realização de eleições Diretas Já. Só a luta conjunta nos garante! Boa leitura, Suzineide Rodrigues Presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco

Empregados da Caixa: democracia, eleições diretas e banco 100% público O 33º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal (Conecef), realizado entre os dias 30 de junho e 2 de julho, em São Paulo, aprovou entre suas resoluções a defesa da democracia e a realização imediata de eleições diretas para substituição do Presidente da República e dos membros do Congresso Nacional. Além disso, decidiu pelo aprofundamento da campanha em defesa dos bancos públicos. Para a presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzineide Rodrigues, as resoluções do Conecef mostram a resistência e unidade dos empregados da Caixa. "Diante desta conjuntura adversa, num momento de golpe no Brasil e retirada de direitos dos trabalhadores, os empregados da Caixa se re-

Em todas as atividades, foram mais de 600 participantes

uniram e definiram suas estratégias para, juntamente com o Comando Nacional, fazer a luta em defesa dos bancos públicos e, principalmente, da democracia. Isso significa que o nosso trabalho de mobilização está rendendo bons resultados”, avalia. O coordenador da Comissão Executiva de Empregados (CEE/Caixa),

Dionísio Reis, ressaltou que, mais uma vez, o Conecef foi marcado por um amplo processo de discussão. “Tivemos a participação de mais de 600 trabalhadores, se considerarmos as assembleias, encontros estaduais e o próprio congresso. Os trabalhadores saem fortalecidos para a luta pelos seus direitos”.

Boatos de nova reestruturação e excesso de trabalho preocupam funcionários do BB O Banco do Brasil vem passando por diversas reestruturações nos últimos anos. Em 2016, por exemplo, as modificações culminaram em prejuízo financeiro para milhares de funcionários. Atualmente, circula nos corredores do BB boatos de uma nova reestruturação. O assunto foi tratado no 28º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (CNFBB), encerrado no domingo (2), em São Paulo. Segundo a secretária Geral do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Sandra Trajano, que participou do evento, o boato que toma conta das agências e dos es-

critórios do Banco do Brasil é a iminência de um Plano de Demissão Voluntária (PDV), que estaria sendo formulado pelo banco. "No ano passado, fomos surpreendidos com a notícia da reestruturação porque o banco anunciou as nocivas medidas pela grande mídia. Não vamos aceitar que aquele episódio de desrespeito com os funcionários e com as entidades sindicais ocorra novamente", afirma Trajano. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Comissão de Empresa já questionaram a direção do BB, mais de uma vez,

sobre o assunto e a resposta foi sempre negativa. Além da pauta da reestruturação, o CNFBB debateu sobre a necessidade de defender os bancos públicos e os funcionários contra as consequências do desmonte do Banco do Brasil. “O Congresso foi muito produtivo e também tratou de cláusulas específicas. Debatemos várias propostas sobre saúde do trabalhador, Caixa de Assistência aos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi), Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) e a luta contra a terceirização", concluiu Trajano.

EXPEDIENTE Coordenação e supervisão: Tempus Comunicação

Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco Ed. 551 / Circulação quinzenal Redação: Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista, Recife/PE Telefones: (81) 3316 4233 E-mail: comunicacao@bancariospe.org.br Site: www.bancariospe.org.br Tiragem: 11.000 exemplares

05 a 20 de julho de 2017

Jornalista responsável: Micheline Américo Conselho Editorial: Adeílton Filho, Cleonildo Cruz, Daniella Almeida, Epaminondas Neto, Jonatas Campos, Micheline Américo e Suzineide Rodrigues Redação: Beatriz Albuquerque e Ingrid Elihimas Estagiário: Onirê de Morais Diagramação: Bruno Lombardi Fotos: Agência Lumen e Tempus Comunicação

DIRETORIA EXECUTIVA Presidenta: Suzineide Rodrigues Comunicação: Daniella Almeida Secretária-Geral: Sandra Trajano Finanças: Jaqueline Mello Administração: Geraldo Times Assuntos Jurídicos: João Rufino Bancos Públicos: Renato Brito Bancos Privados: Adeílton Filho

Cultura, Esportes e Lazer: Fábio Sales Assuntos da Mulher: Eleonora Costa Saúde do Trabalhador: Wellington Trindade Formação: Anabele Silva Intersindical: Fernando Batata Ramo Financeiro: Andreza Camila Duarte Aposentados: Luiz Freitas


3

Vitória do Sindicato em ação contra BB garante abono do dia de greve

O

s funcionários do Banco do Brasil (BB) que participaram da paralisação realizada no dia 28 de abril deste ano, terão o desconto que foi feito sobre os salários dos bancários estornado. A decisão foi publicada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Essa é mais uma conquista do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, que impetrou ação judicial para garantir o direito dos trabalhadores à greve. No dia 31 de maio, a entidade também ganhou a ação da mesma natureza contra o Banco do Nordeste do Brasil (BNB). Para a direção da entidade, a decisão reforçou a participação da categoria na Greve Geral, realizada no último dia 30. Para a presidenta do Sindicato,

Suzineide Rodrigues, a instituição vem cumprindo com afinco seu papel de defender os direitos da categoria. “Não esmorecemos diante da conjuntura política muito favorável aos banqueiros. Ganhamos a ação contra o BNB e agora contra o BB. E vamos acessar todos os meios cabíveis para reverter a estranha decisão da 8ª Vara do Trabalho do Recife que indeferiu ação de mesma natureza contra a Caixa”, avalia. Segundo o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, João Rufino, a equipe já está levantando outros recursos legais cabíveis para assegurar aos empregados da Caixa o direito à greve. “Estamos montando uma peça legal baseada na unificação de jurisprudência, ou seja, não é sustentável uma decisão judicial que vai de

Direção do Sindicato comemora a vitória jurídica

encontro à legislação trabalhista e à interpretação de vários juizados para casos idênticos”, critica. Sobre a ação contra o BB, afirma a advogada da causa, Goretti Bezerra, o banco ainda pode recorrer da decisão liminar e pondera que

"o juiz decidiu pelo não desconto do dia 28 de abril. Mas, precisará haver uma compensação das horas não trabalhadas, que poderá ser definida na próxima negociação coletiva ou no julgamento desta ação", esclarece.

Contraf-CUT questiona Cassi sobre suspensão de novas entradas no Plano Família Os associados da Caixa de Assistência aos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi) foram surpreendidos com uma notícia publicada em diversos veículos de comunicação, no mês de junho, sobre a suspensão imposta pela Agência Nacional de Saúde (ANS), impedindo novas entradas no Plano Cassi Família. A suspensão de vários planos foi devido a reclamações de clientes relativas à negativas e a demora no atendimento, bem como de cobertura assistencial. As reclamações recebidas no 1º trimestre de 2017 foram a base para a suspensão. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), por meio da Coordenação da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Bra-

Funcionários do BB fazem defesa da Cassi junto à ANS

sil, entrou em contato com a Cassi para cobrar as medidas para regularização e manifestar a preocupação de que a suspensão atinja o Plano Associados, dos funcionários e seus dependentes. A Cassi através do seu presidente informou que teve audiência com a ANS para discutir a suspensão,

seus impactos no Plano Associados e também a defesa da Cassi, já que parte das reclamações são baseadas em prestadores que deixaram de atender unilateralmente sem comunicação à Cassi. Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, a suspensão de

novos usuários nos Planos da Cassi é muito grave e requer uma resolução rápida. “A última vez que houve um alerta grande assim, foi quando o BB ameaçava não enquadrar a Cassi na Resolução 254 da ANS. Naquela oportunidade o acordo foi conseguido através de mesa de negociação com os sindicatos. Houve uma falha no acompanhamento e precisamos aprimorar a gestão neste sentido, para que tenha solução rápida e que não aconteça novamente.” As entidades de representação dos funcionários do BB sempre defenderam tratamento diferenciado da Cassi e demais autogestões junto à Agência Nacional de Saúde, uma vez que o público e serviços são bem diferenciados em relação aos planos de mercado.

CAFÉ DA MANHÃ DOS APOSENTADOS

No próximo dia 21 de julho, o Sindicato realiza o Café da Manhã dos Aposentados. O evento será iniciado a partir das 8h, na sede da entidade. Uma mesa com deliciosos pratos regionais será preparada para a ocasião.

05 a 20 de julho de 2017


4

Sindicato acorda com Bradesco garantia de emprego para 47 funcionários da Losango

N

o fim do mês de junho, os funcionários da Losango foram surpreendidos com a notícia do fechamento da unidade localizada na avenida Dantas Barreto, no centro do Recife (PE). A presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzineide Rodrigues, imediatamente, entrou em contato com o setor de Relações Sindicais que garantiu que todos os 47 funcionários da unidade seriam realocados em várias agências do Bradesco. Na mesma semana, o Sindicato acompanhou o remanejamento dos trabalhadores. Eles se apresentaram no setor de treinamento da unidade do Bradesco, localizado no bairro da Boa Vista, e foram recepcionados pelos diretores da empresa. De lá, foram encaminhados para as agências mais próximas de suas residências.

Trabalhadores serão realocados em agências próximas de suas casas

A presidenta do Sindicato avalia a mudança como positiva para os funcionários. “Agora, os 47 trabalhadores, além de não terem prejuí-

zos, não vão mais precisar trabalhar nos finais de semana e estarão mais próximos de casa”, disse. Ainda segundo ela, o Sindicato está sempre

vigilante para garantir os direitos da categoria e, neste caso, prosseguirá monitorando as medidas da direção do Bradesco.

Deputados e senadores criam Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos Fortalecer os bancos públicos é defender o Brasil. Esse foi o foco das discussões que foram realizadas no seminário de lançamento da Frente Parlamentar Mista de Defesa dos Bancos Públicos, no Senado Federal, em Brasília (DF), no mês de junho. Deputados, senadores e lideranças lotaram um dos auditórios do Senado Federal. O Sindicato dos Bancários de Pernambuco, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), federações de trabalhadores, movimentos sociais, governadores e representantes da Academia marcaram presença. A Frente Parlamentar foi criada para ampliar a discussão sobre a importância dos bancos públicos como instrumentos de fomento ao crédito e às políticas sociais através da promoção de audiências públicas nos Estados e Municípios. 05 a 20 de julho de 2017

Sandra Trajano é coordenadora estadual do Comitê de Bancos Públicos em Pernambuco

Para subsidiar as reflexões, o professor titular do Instituto de Economia da Unicamp, Fernando Nogueira, apresentou um estudo sobre a situação dos bancos públicos no Brasil e falou a respeito do papel fomentador dessas entidades financeiras. “Os bancos privados privilegiam o financiamento do setor automobilístico e do cartão de crédito. Já os bancos públicos

fazem financiamento em várias políticas públicas, como o setor habitacional e a agricultura familiar com juros mais baixos”, retratou Fernando Nogueira. Na avaliação da secretária-Geral do Sindicato, Sandra Trajano, que representou a entidade no evento, os dados apresentados deixam claro o objetivo do presidente ilegítimo Michel Temer. "O governo tem

descredenciado os bancos públicos, manobrando o desmonte, quebrando uma cadeia de investimentos importantes no país e nas regiões. O que vemos é que essa política vai na contramão do que foi feito nos governos populares", afirma. Ainda segundo Sandra, defender o Brasil é o que está posto. "Na crise de 2008, o Brasil foi impactado de forma mínima porque tinha bancos públicos fortes e que foram capazes de permanecer concedendo linhas de crédito. O que o governo quer com o desmonte dessas empresas é abrir espaço para o capital privado. Os bancos privados estão acompanhando tudo de perto de olho no Fundo de Amparo aos Trabalhadores (FAT) e no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que são montantes robustos. Sabemos que o setor privado visa o rentismo, deixando de lado o desenvolvimento social", conclui.


5

Bancários aderiram bravamente à Greve Geral do dia 30 de junho

M

ilhares de pessoas tomaram as ruas das capitais brasileiras, no dia 30 de junho, movidas pelo mesmo sentimento: a indignação. A Greve Geral, convocada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e outros movimentos sociais, foi mais uma oportunidade para que todos aqueles que não se sentem representados pelo governo ilegítimo e corrupto de Michel Temer, demonstrassem isso publicamente. No Recife (PE), já não se viam mais batedores de panelas nas janelas dos edifícios quando milhares de trabalhadoras e trabalhadores ocuparam Avenida Conde da Boa Vista, um dos principais corredores de lutas sociais localizado no centro da capital pernambucana. Cerca de 30 mil manifestantes participaram da caminhada. Mais de 15 sindicatos aderiram. A presidente da entidade, Suzineide Rodrigues, comemora a adesão da categoria ao movimento. “Esse foi mais um dia de lutas que entrou para a história. Do mesmo modo que eles inventam todo dia uma nova forma de extirpar os direitos da classe trabalhadora, nós também renovamos nossa esperança na luta por uma nação livre e justa. Não vamos nos deixar vencer pelo conluio de golpistas e corruptos formado por Temer, o Congresso e o STF, todos bancados pelo capital nacional e internacional. Vamos prosseguir lutando contra as ditas reformas e exigindo Eleições Diretas Já”, declarou. A praça do Derby, na área central, foi o palco das manifestações durante a tarde. Os participantes realizaram um ato político-cultural com a montagem do “Arraial das Diretas Já”. Não faltaram bandeirinhas e nem trilhas alusivas ao período junino. “Tem tanta sujeira/tem tanto ladrão/tem tanta roubalheira é o Temer e seus comparsas nos passando

Suzineide: “Não vamos nos deixar vencer pelo conluio de golpistas e corruptos”

Cerca de 30 mil manifestantes participaram da caminhada

a mão...” parodiavam os manifestantes a música popular do Trio Nordestino, “Brincadeira Na Fogueira”. As expressões “Fora Temer” e “Eleições Diretas Já” marcaram não apenas as paródias, mas também gritos indignados, camisas de todas as cores e cartazes em letras garrafais. Pela manhã, dirigentes sindicais realizaram reuniões com os bancários. Com o apoio da categoria, a entidade manteve as agências do Bairro do Recife e das avenidas Conde da Boa Vista e Dantas Barreto fechadas até o meio-dia, em protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência e pela re-

vogação da Lei da Terceirização. Os bancários também cruzaram os braços em municípios estratégicos, como Camaragibe, Olinda, Paulista e Jaboatão dos Guararapes e outros no Interior do Estado. Para a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, os bancários estão esclarecidos sobre os impactos negativos que as medidas do governo ilegítimo e corrupto representam para os trabalhadores. “Essa foi uma greve consciente, com adesão de grande parte da categoria. Houve pressão, correspondências, desconto de ponto por parte dos bancos, mas os trabalhadores entenderam

que não podem ficar acuados e que precisam vir para a luta porque, caso contrário, esse governo vai acabar com os nossos direitos”, afirma. AÇÃO PREVENTIVA

Aprovada a participação da categoria na Greve Geral realizada na sexta-feira (30), o Sindicato impetrou ações judiciais para tentar impedir o desconto pelo dia parado em razão dos protestos e para que caso a subtração seja executada, haja devolução do valor. A expectativa da secretaria de Assuntos Jurídicos da entidade é de que, desta vez, o desconto não chegue a ser subtraído. 05 a 20 de julho de 2017


6

Banco do Nordeste do Brasil: PDV de 2 mil funcionários

O

Banco do Nordeste do Brasil (BNB) anunciou, na primeira segunda-feira do mês de julho, um plano de demissão voluntária que pode envolver até 2.000 funcionários, segundo dados da instituição. O Sindicato dos Bancários de Pernambuco participou da mesa de negociações onde foi anunciado o programa. “O BNB nos garantiu que vai repor as vagas, chamando os concursados aprovados. Nós vamos acompanhar todo o processo para assegurar que nenhum trabalhador seja prejudicado com carga de trabalho excessiva”, declarou o secretário de Assuntos Intersindicais da entidade, Fernando Batata. Ainda segundo Batata, o Sindicato vai tomar as medidas cabíveis caso o banco descumpra o acordo. “É fato que não podemos interferir na autonomia de uma empresa, mas não mediremos esforços para defen-

Sindicato quer garantias de que vagas sejam preenchidas por concursados

der os direitos da classe trabalhadora. Caso o BNB não honre com o compromisso, daremos início a uma série de ações para exigir a reposição das vagas”, declarou Batata. O PVD segue até o dia 28 de julho e o banco busca adesão de funcionários que entraram na instituição antes do ano 2000, com mais de 50 anos ao fim de 2016 e que sejam aposentados ou em “condições legais para requerer o benefício de aposentadoria”.

Segundo lista de relação de empregados da instituição atualizada até o fim de maio, o banco tinha cerca de 7.200 funcionários em regime CLT, sendo pouco mais de 2.000 deles com admissão anterior ao ano 2000. Não é possível saber as idades dos funcionários. No comunicado ao mercado, o banco não forneceu metas financeiras, expectativas de total de adesões nem potencial impacto financeiro que espera com o plano.

CONGRESSO DO BANCO DO NORDESTE ACONTECE NOS DIAS 07 E 08 DE JULHO

A delegação eleita pelos funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) em Pernambuco participa, nos próximos dias 7 e 8 de julho, em Salvador (BA), do XXIII Congresso Nacional dos Funcionários do BNB. O evento tem o objetivo de discutir as questões específicas do banco e formular estratégias para a Campanha dos Bancários 2017.

FETRAFI/NE REALIZA CONFERÊNCIA REGIONAL

Entre os dia 14 e 16 de julho, a Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro no Nordeste (Fetrafi/ NE) realiza a 8ª Conferência Regional dos Bancários, em Recife. O evento pretende discutir os impactos das reformas trabalhista e da Previdência e terá como foco a garantia dos empregos.

Caixa lidera ranking de corte de postos de trabalho Apesar dos altos lucros, a onda de cortes provocada pela política de terra arrasada levada adiante pelos bancos no Brasil continua desenfreada. De janeiro a maio de 2017, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), os bancos que operam no país fecharam 9.621 postos de trabalho. Isso representa um aumento de 60,4% em relação ao registrado no mesmo período em 2016. No topo da classificação do desemprego bancário, apenas a Caixa Econômica Federal registrou saldo negativo de 4.368 vagas (45,4%) no acumulado dos cinco primeiros meses do ano. Enquanto os bancos múltiplos com carteira comercial, categoria que engloba grandes instituições como Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander, fecharam 4.960 postos de trabalho (51,6%). 05 a 20 de julho de 2017

Caixa demitiu 4.368 bancários nos primeiros cinco meses do ano

No único banco 100% público do país, o elevado número de cortes é resultado do Plano de Demissões Voluntárias Extraordinário (PDVE), lançado no início de 2017, tempos antes da liberação dos saques das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que aumentou significativamente

a demanda de trabalho na empresa, agravada pela ampliação do horário de atendimento e pela abertura de agências aos finais de semana. Na avaliação da presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzineide Rodrigues, é preciso intensificar a defesa da Caixa 100% pública. “O corte de postos de traba-

lho faz parte do projeto de desmonte dos bancos públicos que o governo intenta consolidar no Brasil. A intenção é gerar sobrecarga para os trabalhadores e trabalhadoras, precarizar o atendimento e preparar o banco para a privatização. O Sindicato permanece na luta pela defesa dos empregos e da Caixa 100% pública”, conclui.


7

Bancários do Itaú denunciam precarização do plano de saúde

F

uncionários do Itaú que fazem uso do plano de saúde Unimed, recorreram ao Sindicato dos Bancários de Pernambuco para denunciar o mau funcionamento do convênio. O secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato e usuário do plano, João Rufino, possui uma doença que requer sessões de fisioterapia. Ele critica o atendimento oferecido pela Unimed. “Preciso aguardar semanas para conseguir a autorização para as sessões de fisioterapia. Sem ouvir nenhuma justificativa, recebo autorização em quantidade inferior à solicitada pelo médico. Isso é uma falta de respeito com o trabalhador

que além de causar constrangimento pode provocar a evolução da doença”. Outra situação crítica é a de Sérgio Guimarães. Ele utiliza um cateter e precisa fazer a manutenção do equipamento mensalmente. Mas, tem encontrado dificuldade. “Todo mês é a mesma coisa. Eu faço a solicitação mas só consigo a autorização com quatro ou cinco dias, mesmo sendo um procedimento de rotina e extremamente necessário. É uma situação difícil ficar no aguardo da liberação do plano, porque além do transtorno, a espera pode agravar o meu quadro clínico”, revelou.

Plano para novatos se restringe ao uso individual

Não bastasse o deficit no atendimento, há dois anos o Itaú estabeleceu, unilateralmente, uma separação no tipo de assistência prestada para os novos funcionários. Enquanto os antigos contavam com assistência familiar, os benefícios para os novatos se restringem ao uso pessoal.

O Sindicato está trabalhando para identificar as maiores carências relacionadas aos serviços prestados e já procurou o setor do banco que trata desse assunto. As demandas serão levadas à próxima reunião da Comissão de Organização dos Empregados (COE).

SAÚDE DO TRABALHADOR EM PAUTA

Neste mês de julho, os diretores do Sindicato dos Bancários de Pernambuco participam do segundo módulo do Curso de Formação em Saúde do Trabalhador oferecido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT). O objetivo é capacitar os dirigentes sindicais para atuarem em circunstâncias de risco ao trabalhador.

Um em cada sete congressistas deve ao INSS Não é justo que os trabalhadores paguem por uma dívida que não é sua. De acordo com o levantamento da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, 73 deputados federais e 13 senadores - um em cada sete congressistas - estão associados a empresas que devem ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Juntas, essas dívidas representam um rombo de R$ 372 milhões na Previdência. As empresas presentes no levantamento têm parlamentares como sócios, presidentes, fundadores ou administradores. Casos em que os CNPJs estão vinculados aos CPFs dos congressistas. Entre elas, há redes de televisão e rádio, hotéis, frigoríficos, companhias siderúrgicas e até diretórios de partidos políticos. Entre os devedores, quatro senadores e 11 deputados têm empresas que somam dívidas superiores a um milhão de reais. Apesar de parte dos parlamentares listados alegarem que

suas dívidas estariam em situação regular, 75% do total devido está em situação irregular. O líder do ranking é o senador Fernando Collor (PTC-AL). O ex-presidente está associado a cinco empresas que devem R$ 112 milhões, todas elas atuam no ramo de comunicação. A TV Gazeta, retransmissora da TV Globo, por exemplo, tem Collor como sócio e deve R$ 46 milhões ao INSS. Entre os deputados federais, a maior dívida é de Marinaldo Rosendo (PSB-PE), com R$ 105 milhões. Somente a PR Distribuidora de Bebidas e Alimentos, da qual ele é sócio, deve R$ 99 milhões ao INSS. Para a presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, o levantamento ratifica que esse Congresso não tem legitimidade para votar a proposta de reforma da Previdência. "Conseguimos uma vitória ao derrotar essa proposta nefasta na Comissão Especial. Mas, ainda há ris-

co de ser aprovada no plenário. Os trabalhadores precisam permanecer mobilizados para barrar essa medida perversa que pune os trabalhadores e livra as grandes empresas e seus sócios, que são os próprios deputados e senadores", afirma. Há três principais maneiras de uma empresa entrar na dívida ativa da União como devedora da Previdência: quando ela não repassa a contribuição previdenciária do trabalhador ou do empregador ao INSS ou quando ela paga essas contribuições sobre um valor inferior ao salário real. Os dados foram consolidados pela procuradoria em abril deste ano, e foram obtidos através do portal da

Controladoria-Geral da União, onde são disponibilizados todos os pedidos de acesso à informação feitos ao Executivo Federal e suas respostas.

05 a 20 de julho de 2017


8

Sindicato conquista mais de 30 reintegrações neste semestre O Sindicato dos Bancários de Pernambuco conquistou, na última quinzena de junho, mais três reintegrações. As bancárias Gerlane Tavares e Fabiana Belo, do banco Itaú, eram pressionadas a cumprir metas abusivas; Azenate de Lima, do Bradesco, cumpria as metas e também foi demitida. Todas conseguiram ganhar a causa judicialmente ao comprovar o desenvolvimento de doença do trabalho. Com esses novos registros, o Sindicato soma 31 reintegrações no primeiro semestre de 2017. Demitida em maio, após quatro anos e cinco meses como funcionária do banco, Gerlane recebeu laudo do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) confirmando que é portadora de tendinite nos ombros e punhos. Ela permanecerá afastada das atividades, por licença médica, até novembro deste ano. A alegação do Itaú para demissão da funcionária foi a suposta baixa produtividade, o que foi contestado

Suzineide Rodrigues afirma que bancos não valorizam seus empregados

pela bancária. “Sou caixa e as metas que o banco estipula são muito difíceis de serem atingidas, principalmente se considerarmos a situação financeira dos clientes que foi afetada pela crise. Para a venda de produtos dependo da vontade e das condições dos clientes”, afirma. Segundo o secretário de Saúde do Sindicato, Wellington Trindade, o banco tem realizado demissões para operar dentro da dotação estabelecida pela matriz. “Temos conseguido muitas reintegrações. Então, quando esses bancários retornam para a ativa

as agências acabam ultrapassando a dotação para determinadas funções e, sem justificativas sólidas, demitem funcionários para estabilizar essa equação”, conclui. Fabiana Belo tinha dez anos de banco quando recebeu o comunicado de demissão. Responsável pelo relacionamento entre o Itaú e a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor de Pernambuco (Procon) , ela foi pressionada pelo banco a conseguir convencer o órgão regulador a não registrar as denúncias dos usuários. “Não souberam me

dizer o motivo da minha demissão, mas eu estava sendo pressionada para que os registros não fossem realizados pelo Procon. Só que eu não tenho gerência sobre isso”, afirma. No Bradesco, Azenate trabalhava há 11 anos e foi afastada sem justificativa.“Em um dia de trabalho como todos os outros, fui chamada pelo gerente Regional no fim do expediente e informada sobre o meu desligamento. Fiquei bastante surpresa porque sempre fui uma funcionária dedicada, que cumpria as metas, e não recebi nenhum indicativo da demissão antes”. Para a presidenta da entidade, Suzineide Rodrigues, demissões nesses moldes deixam claro que o Itaú e o Bradesco não valorizam seus funcionários. “Os bancos têm estabelecido metas inatingíveis e cortado postos de trabalho sem justificativa. Estamos acompanhando todas as demissões e conquistando reintegrações em muitos desses casos”, conclui.

Arraiá das Diretas Já reuniu mais de mil bancários Forró pé de serra, comidas típicas, fogueira e muito animação marcaram o Forró dos Bancários no Arraiá das Diretas Já. Cerca de mil bancários e familiares participaram da festa junina da categoria, no sábado (1). Esta é a sétima edição do evento realizado tradicionalmente pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco. Com clima de Interior, o festejo junino aconteceu no Clube de Campo dos Bancários, localizado em Aldeia, Camaragibe. Os grupos de forró Gomes do Acordeon e Marquinhos e Banda fizeram os bancários, dirigentes sindicais e familiares arrastarem o pé no salão, tocando um vasto repertório. Para o secretário de Cultura, Esportes e Lazer do Sindicato, Fábio Sales, a festa foi um sucesso. “Todo ano o número de bancários participantes aumenta e é um prazer para nós rece05 a 20 de julho de 2017

bermos os nossos colegas. Agradeço também o apoio de toda a equipe de funcionários que garantiu a infraestrutura do evento”, afirmou. Entre uma banda e outra o recado político também foi passado para a categoria. “Neste ano, aproveitamos para dançar e conscientizar, já que estamos atravessando um momento de crise e o povo brasileiro precisa lutar para escolher em eleições diretas os seus governantes. O Sindicato não quer só comida. Hoje é dia de diversão, política e arte!”, disse a presidenta da entidade, Suzineide Rodrigues. O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-PE), Carlos Veras, também foi prestigiar o evento. “Os bancários estão dando uma lição para todos nós sobre como preservar a nossa cultura, festejando junto com a categoria, e ao mesmo tempo preparando os trabalhadores para o

Esta é a 7ª edição da festa que ocorre no Clube de Campo

enfrentamento, neste momento de retirada de direitos”, avaliou. As crianças também encontraram diversão no Arraiá. Um touro mecânico foi montado na área externa do clube, de onde também puderam assistir ao show pirotécnico. Para o bancário Evaldo Oliveira, do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o Forró dos Bancários superou as expectativas. “A festa está maravilhosa e a banda é incrível. Venho há muitos

anos e este ano foi o melhor. Até São Pedro ajudou dando uma trégua nas chuvas”, brincou. Josiel Queiroz elogiou o trabalho dos dirigentes do Sindicato. “A festa vem evoluindo a cada ano em termo de organização e estrutura. É um espaço para o bancário aproveitar para sair um pouco do estresse do dia a dia. Festa excelente!”, afirmou. Por volta das 22h, uma quadrilha improvisada encerrou a programação.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.