ANO XXVI • Nº 570 • 3 A 9 DE JUNHO DE 2018 • SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO
Bancários levantam bandeira de DEFESA DOS BANCOS PÚBLICOS em ato de petroleiros no Recife
Defesa do Saúde Caixa é foco de mesa de negociação p. 2
Contraf-CUT conquista abono de falta durante greve dos caminhoneiros p. 3
Intervenção militar não é saída para crise no Brasil p. 4
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Reforma trabalhista reduz número de acordos coletivos
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s impactos da reforma trabalhista já podem ser verificados no País. De acordo com dados do Sistema Mediador do Ministério do Trabalho, as negociações coletivas sofreram queda de 42,9% entre janeiro e abril de 2018, em relação ao mesmo período do ano passado. O Sindicato dos Bancários de Pernambuco avalia a situação como preocupante, já que o acordo em vigência da categoria tem validade até 31 de agosto deste ano. Os dados divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) indicam que o Nordeste é a região mais afetada, com redução de 52,8% no número de convenções. A Região
Bancários protestam contra reforma trabalhista
é seguida pelo Sudeste (-49,3%), Norte (-47,9%), Sul (-27,8%) e Centro-Oeste (-20,5%).
Na avaliação do Dieese, a disputa em torno de pontos da reforma trabalhista e a insegurança jurídica em relação à
Defesa do Saúde Caixa é foco de mesa de negociação A última mesa de negociação permanente entre a representação dos empregados e a direção da Caixa Econômica Federal teve em foco a manutenção do atual modelo de custeio do Saúde Caixa, além da manutenção dos direitos dos empregados, melhores condições de trabalho e a defesa da Caixa 100% pública. Os representantes dos empregados se manifestaram de modo contundente contra o desmonte da Caixa e contra a tentativa de privatizar a gestão do banco. Esse protesto se estendeu ainda para a mudança no Estatuto do banco, que, caso seja aprovada, atingirá diretamente as carreiras dos empregados e ameaçará a função pública e social da empresa. “Em Pernambuco, lutamos pela preservação do modelo de custeio do Saúde Caixa com 70% das despesas assistenciais pagas pelo banco
aplicação das novas regras podem ter atrasado as negociações. A perda de validade da Medida Provisória 808 também pode ter contribuído para aumentar o ambiente de incertezas. “A reforma trabalhista do governo golpista de Michel Temer não tem nenhuma cláusula em favor das trabalhadoras e dos trabalhadores. Por isso, precisamos seguir mobilizados para avançarmos em nossos direitos. O Comando Nacional dos Bancários acertou em 2016, ao firmar um acordo bianual. Agora, acerta novamente, antecipando a Campanha Nacional 2018 com o objetivo de garantir um novo acordo antes de 31 de agosto”, conclui a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues.
CALENDÁRIO CAMPANHA NACIONAL 2018 7 e 8 de Junho: Encontro Nacional dos Trabalhadores do Bradesco em São Paulo/SP 7 e 8 de Junho: Encontro Nacional dos Trabalhadores do Itaú em São Paulo/SP 7 e 8 de Junho: Encontro Nacional dos Trabalhadores do Santander em São Paulo/SP
Suzineide: Não vamos aceitar retirada de direitos
e 30% pelos usuários. Os empregados do banco precisam do plano de saúde forte, porque adoecem muitas vezes por causa da sobrecarga de trabalho e do assédio moral. Não vamos aceitar que um direito conquistado com muita luta seja retirado”, destaca a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues. Na mesa de negociação, a Caixa apresentou o quantitativo de gerentes
Pessoa Jurídica (PJ) que perderam a função. Informou que eram 2.300, chegando atualmente ao patamar de 1.964. O número de agências que perderam funções PJ foi de 194, de um total de 3.600 unidades. “A remoção de função dos gerentes PJ é um ataque à carreira dos empregados. Vamos acompanhar de perto esse processo e lutar para impedir a retirada de direitos”, completa Suzineide.
7 e 8 de Junho: 29º CNFBB em São Paulo/SP 7 e 8 de Junho: 34º CONECEF em São Paulo/SP 8 a 10 de Junho: 20ª Conferência Nacional dos Bancários em São Paulo/SP 12 de Junho: Entrega da Minuta da pauta 2018 à FENABAN em São Paulo/SP – a confirmar
EXPEDIENTE Coordenação e supervisão: Tempus Comunicação
Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco Ed. 570 / Circulação semanal Redação: Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista, Recife/PE Telefone: (81) 3316 4233 E-mail: comunicacao@bancariospe.org.br Site: www.bancariospe.org.br Tiragem: 6.000 exemplares
3 a 9 de junho de 2018
Jornalista responsável: Micheline Américo Conselho Editorial: Adeílton Filho, Cleonildo Cruz, Epaminondas Neto, Jonatas Campos, Micheline Américo e Suzineide Rodrigues Redação: Beatriz Albuquerque e Brunno Porto Diagramação: Bruno Lombardi Fotos: Agência Lumen e Tempus Comunicação
DIRETORIA EXECUTIVA Presidenta: Suzineide Rodrigues Comunicação: Epaminondas Neto Secretária-Geral: Sandra Trajano Finanças: Jaqueline Mello Administração: Geraldo Times Assuntos Jurídicos: João Rufino Bancos Públicos: Renato Brito Bancos Privados: Adeílton Filho
Cultura, Esportes e Lazer: Fábio Sales Assuntos da Mulher: Eleonora Costa Saúde do Trabalhador: Wellington Trindade Formação: Anabele Silva Intersindical: Fernando Batata Ramo Financeiro: Andreza Camila Duarte Aposentados: Luiz Freitas
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Bancários levantam bandeira de defesa dos bancos públicos em ato de petroleiros
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s bancários pernambucanos participaram, no dia 30 de maio, na Praça do Derby, do Dia Nacional de Luta e Mobilização contra o aumento do preço do gás e do combustível. O ato também foi realizado em apoio à greve dos petroleiros, bem como em defesa das empresas públicas e da soberania nacional. A mobilização também reivindicou a manutenção dos empregos, a retomada da produção das refinarias em plena carga, o fim das importações de derivados de petróleo, a luta contra as privatizações e contra o desmonte do Sistema Petrobras e a saída de Pedro Parente do comando da estatal. Durante o protesto, a presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzineide Rodrigues, destaca a luta da categoria em defesa dos bancos públicos. Ela ressalta que a Caixa, Banco do Brasil, BNB e BNDES respondem por cerca de 56% dos recursos que chegam às mãos do povo brasileiro para o financiamento da casa própria, pagamento dos programas sociais e para crédito agrícola e estudantil. “Não vamos permitir que a política golpista e ultraliberal do governo
Em apoio aos petroleiros e em defesa das empresas públicas, Sindicato participa do Dia Nacional de Luta e Mobilização
“Não vamos permitir que a política golpista e ultraliberal do governo Temer acabe com os investimentos sociais e estruturais no País, demitindo milhares de bancário e precarizando as relações de trabalho” Suzineide Rodrigues Presidenta do Sindicato Temer acabe com os investimentos sociais e estruturais no País, demitindo milhares de bancários, precarizando as relações de trabalho, fechando agências e departamentos e assim empobrecendo milhares de cidades e seus habitantes com a falência do comércio local, gerando desemprego
e miséria”, protesta. De acordo com o coordenador Geral do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo de Pernambuco e Paraíba (Sindipetro), Rogério Almeida, a união das categorias faz toda diferença na atual conjuntura de retrocessos do País.
“Essa luta vem sendo construída com participação ativa do Sindicato dos Bancários, que também levanta a bandeira da permanência da Petrobras 100% pública, uma empresa do povo e que é de fundamental importância ao desenvolvimento do Brasil”, afirma Rogério.
Contraf conquista abono de faltas durante greve dos caminhoneiros
Participantes reivindicam mudanças no processo de revisão do Estatuto da Funcef
Os bancários que tiveram problemas para ir ao trabalho devido ao desabastecimento de combustível não serão prejudicados. Essa foi a resposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) à solicitação de abono das ausências apresentada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). A orientação é que os trabalhadores informem as suas dificuldades ao banco, que deverá avaliar cada caso individualmente. “O movimento sindical não aceitará qualquer forma de pres-
O Conselho Deliberativo da Fundação dos Economiários Federais (Funcef) aprovou a extensão de 45 dias no prazo dado às entidades representativas dos participantes para análise da proposta de revisão do Estatuto. Além de não atender ao pedido das entidades, que solicitaram 90 dias, a decisão unânime do Conselho ignorou os pleitos acerca da participação dos trabalhadores no processo, deixando clara a intenção de manter os participantes fora da reformulação do Estatuto. Até o momento, não se sabe se as sugestões enviadas pelas entidades serão analisadas e debatidas.
são sobre os bancários que não conseguiram chegar aos seus locais de trabalho devido à falta de transportes”, afirma a secretária-Geral do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Sandra Trajano. A entidade apoia as mobilizações dos caminhoneiros, que exigem a redução do preço do diesel, entre outras reivindicações, assim como dos petroleiros, que reivindicam a redução dos valores de todos os combustíveis e mudança da política de reajuste de preços dos derivados de petróleo.
O grupo de trabalho responsável pela revisão é constituído por representantes da Caixa, da Funcef e por membros eleitos do Conselho Deliberativo. Ajustes na metodologia de revisão também foram solicitados para que seja assegurada a transparência ao processo. Como previsto no Estatuto vigente, mudanças estatutárias e de regulamento não podem ser aprovadas com voto de minerva, ou voto de desempate, cuja prerrogativa no Conselho Deliberativo é do presidente. Desse modo, a revisão do Estatuto da Funcef só acontecerá se ao menos um conselheiro eleito votar a favor.
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4 CONVÊNIO
CAMPANHA NACIONAL 2018 A categoria bancária comemora 26 anos da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), uma grande conquista do Sindicato em prol dos trabalhadores. Essa luta garantiu 13º salário, auxílio-creche, fim do trabalho aos sábados, vale-refeição, pagamento de horas extras, vale-alimentação, licença-maternidade e paternidade e jornada de seis horas diárias. Esses direitos conquistados são fruto de muita luta e união, mas estão garantidos apenas até 31 de agosto, prazo final da assinatura da CCT. A reforma trabalhista coloca todas essas conquistas em risco. Bancários e bancárias, garantir nossos direitos é uma luta de todos nós. Resistir e Vencer!
Em julho, a parceria entre a Transworld e o Sindicato dos Bancários de Pernambuco está melhor. Nesse mês de férias, os associados e seus dependentes poderão desfrutar descontos de 40% nos cursos oferecidos durante o período. Crianças poderão aproveitar a Colônia de Férias que realiza-se entre os dias 2 e 27 de julho. Já para quem pretende realizar um intensivo, a Transworld oferece o mesmo desconto para os cursos de inglês, francês e espanhol.
Crescem reajustes abaixo do INPC A proporção de negociações com reajustes abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC)-IBGE cresceu em abril, em relação ao primeiro trimestre do ano. Cerca de 28% dos reajustes resultaram em perdas para os trabalhadores. Neste ano, o maior percentual de reajustes abaixo do índice tinha sido registrado em janeiro (12,2%). Quanto aos pisos salariais, há poucas mudanças em relação ao apresentado nos boletins anteriores. O maior piso salarial observa-
Maior piso: R$ 3.210,00 Valor médio: R$ 1.119,67
Menor piso: R$ 954,00 0
500
Valor em reais
1000
1500
do até o momento, em 2018, foi de R$ 3.210,00 (3,36 salários míni-
2000
2500
3000
3500
mos); e o menor, equivalente a um salário mínimo.
O valor médio dos pisos é de R$ 1.119,67 (1,17 salário mínimo). A situação deve ser vista com cautela, pois muitas categorias com data-base no período ainda não concluíram as negociações coletivas. “Os bancários conseguiram aumento real, em 2017, graças ao acordo bianual. Vamos fazer um movimento paredista forte para chegarmos na nossa data-base com um bom acordo assegurado”, ressalta a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues.
Intervenção militar não é saída para crise no Brasil No dia 1º de abril de 1964, o Brasil mergulhou em um regime de exceção com a instalação da ditadura militar que se estendeu por 21 anos, com retirada de direitos, perseguições, torturas e execuções. Mais de três décadas após a retomada da democracia, ressurge entre setores da direita pedidos de intervenção militar para solucionar a grave crise que o País atravessa.
10 FILMES PARA ENTENDER A DITADURA MILITAR NO BRASIL
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À época, o golpe contra o governo de João Goulart (19611964) foi imposto como uma ação necessária à manutenção da democracia. Mas, quando as forças armadas assumiram o poder, o que se viu foi um conjunto de violações aos direitos praticadas contra a população. Para a presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzineide Rodrigues, entidade que
ficou sob intervenção militar, este é o momento de fortalecer a democracia brasileira. “Estamos vivendo tempos difíceis, com um governo ilegítimo. Mas a saída para esta crise não é a intervenção militar, em nenhuma hipótese. Devemos fortalecer a democracia, garantindo a realização de eleições diretas no Brasil neste ano”, avalia. A ditadura militar é um regime antidemocrático, no qual não
1. MANHÃ CINZENTA (1968), Olney São Paulo 2. PRA FRENTE, BRASIL (1982), Roberto Farias 3. NUNCA FOMOS TÃO FELIZES (1984), Murilo Salles 4. CABRA MARCADO PARA MORRER (1984), Eduardo Coutinho 5. O QUE É ISSO, COMPANHEIRO? (1997), Bruno Barreto
há participação popular e não se admite oposição aos atos e ideais dos ditadores. “As consequências desse passado recente brasileiro ainda estão presentes, na vida de mães que nunca encontraram os corpos dos seus filhos; de mulheres violentadas e de todos os brasileiros que sobreviveram aos dias de chumbo. Não podemos permitir a volta de governos militares no Brasil”, alerta Suzineide.
6. CABRA CEGA (2005), Toni Venturi 7. O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS (2006), Cao Hamburger 8. HOJE (2011), Tata Amaral 9. TATUAGEM (2013), Hilton Lacerda 10. BATISMO DE SANGUE (2007), Helvécio Ratton