Jornal dos Bancários - ed. 594

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20 MIL

ANO XXVI • Nº 594 • 25 DE MARÇO A 7 DE ABRIL DE 2019 • SINDICATO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS DE CRÉDITO NO ESTADO DE PERNAMBUCO

TRABALHADORES

MARCHAM CONTRA

REFORMA DA PREVIDÊNCIA NO RECIFE

COE Bradesco discute ampliação do PDE para todos os funcionários p. 3

Ex-ministro Carlos Gabas debate reforma da Previdência no Sindicato p. 4

Presidente do BB afirma que estatal deve ser privatização p. 5

WWW.BANCARIOSPE.ORG.BR

Sindicato conquista novas reintegrações p. 8


2 EDITORIAL UNIDADE NA LUTA

Milhares de trabalhadoras e trabalhadores foram às ruas em todo o País para dizer não à reforma da Previdência. O recado foi dado ao governo Bolsonaro, que articula a aprovação da PEC 6/2019 no Congresso Nacional, e também aos deputados eleitos pelo povo brasileiro. A classe trabalhadora mostrou disposição para realizar uma forte Greve Geral no País, caso a proposta do governo passe. Está claro que a deforma da Previdência é parte de um projeto de desmonte do Estado brasileiro, iniciado com o golpe que destituiu uma presidenta legitimamente eleita, sem crimes, em 2016. No pacote de maldades estão a PEC do teto dos gastos públicos, a Lei da Terceirização, a reforma Trabalhista e, agora, a reforma da Previdência. Todas essas medidas estão interligadas e afetam os trabalhadores e a população mais pobre do Brasil, além de comprometerem o desenvolvimento econômico do País. O Sindicato segue com agenda intensa contra os desmontes do sistema de Seguridade Social, das empresas públicas e dos direitos dos trabalhadores. Estamos na trincheira da luta, mas é preciso que todos defendam a sua aposentadoria, o patrimônio público brasileiro e os seus direitos. Nossa luta deve ser coletiva, pois só assim seremos vitoriosos. SUZINEIDE RODRIGUES Presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco

Comitê em Defesa das Empresas Públicas debate Previdência

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Sindicato dos Bancários de Pernambuco participou, no dia 20 de março, da primeira atividade pública do Comitê Estadual em Defesa das Empresas Públicas. O debate sobre a privatização da Previdência realizou-se na área externa da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), em Boa Viagem. A secretária-Geral do Sindicato, Sandra Trajano, a secretária de Bancos Públicos, Cândida Fernandes, e o dirigente sindical, Fabiano Moura, todos membros do Comitê, estiverem presentes na agenda. A Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro no Nordeste (Fetrafi-NE), a Federação Única dos Petroleiros (FUP), e o Sindicato dos Petroleiros (Sindpetro) da Bahia e de Pernambuco, também estavam representados no evento.

No dia 15 de março, a diretoria da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) apresentou às entidades representativas do funcionalismo do BB os resultados do Plano 1 e do Previ Futuro em 2018, que superaram com sobras a meta atuarial de 8,61%. A secretária-Geral do Sindicato dos Bancários de Pernambuco e funcionária do Banco do Brasil, Sandra Trajano, destaca a importância da Previ para categoria. “É relevante ressaltar que nos últimos anos houve uma redução no déficit e um alto crescimento do superávit, graças ao modelo de governança que vem contando com a participação efe-

Jornalista Responsável: Beatriz Albuquerque

Ed. 594 / Circulação quinzenal Redação: Av. Manoel Borba, 564, Boa Vista, Recife/PE Telefone: (81) 3316 4233 E-mail: comunicacao@bancariospe.org.br Site: www.bancariospe.org.br Tiragem: 6.000 exemplares

Para Cândida Fernandes, a intensificação da mobilização dos comitês é necessária diante das investidas privatistas do governo contra as estatais. “A orientação do Comitê é para que as representações dos trabalhadores procurem deputados e senadores nos estados para buscar apoio. O Sindicato que chegou a viabilizar frentes estaduais em 2018 intensificará ainda

mais o trabalho. Já realizamos várias audiências públicas e continuaremos reafirmando a importância de termos nossas empresas públicas e para todos”, destaca. Em nível nacional, o Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas articula a criação de uma frente parlamentar ampla em defesa das empresas públicas no Congresso Nacional.

Previ: Planos superam meta de rentabilidade em 2018

EXPEDIENTE

Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco

Comitê articula criação de frentes parlamentares em defesa das empresas públicas

Conselho Editorial: Epaminondas França, Beatriz Albuquerque, Josenildo Santos, Suzineide Rodrigues, Expedito Solaney e Cândida Fernandes Redação: Beatriz Albuquerque e Brunno Porto Diagramação: Bruno Lombardi Fotos: Kevin Miguel

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tiva dos associados na administração dos planos, garantindo transparência e eficiência. Essa Caixa de Previdência é fundamental para nós funcionários”, destaca Sandra. O Previ Futuro teve rentabilidade acumulada de 14,06%, alcançando R$ 15,01 bilhões em ativos totais. O Plano 1 mais que duplicou a meta atuarial, apresentando rentabilidade de 18,82%, com um superávit de R$ 6,5 bilhões no ano e ativos de R$ 182,17 bilhões. “Graças aos bons resultados que a Previ vem tendo, cobranças de contribuições extraordinárias dos associados nunca foram necessárias. Temos uma Caixa de Previdência sólida e não

há necessidade de mudanças”, afirma a secretária-Geral. Os ativos totais do Previ Futuro cresceram 25% no ano passado, passando de R$ 12,08 bilhões para R$ 15,01 bilhões. O segmento que apresentou o melhor resultado foi o de Investimentos Estruturados, com rentabilidade de 38,64%, seguido de Renda Variável (17,66%), Renda Fixa (12,65%) e Imóveis (8,04%). Mais antigo plano de benefícios da Previ, o Plano 1 atingiu ativos totais no valor de R$ 182,17 bilhões em dezembro de 2018, com rentabilidade de 18,82%, mesmo pagando R$ 12 bilhões em benefícios para 81.730 aposentados e 21.258 pensionistas.

DIRETORIA EXECUTIVA Presidenta: Suzineide Rodrigues Comunicação: Epaminondas França Cultura, Esporte e Lazer: Adeilton Filho Secretária-Geral: Sandra Trajano

Assuntos da Mulher: Eleonora Costa

Finanças: Terezinha Santiago

Saúde do Trabalhador: Andreza Camila

Administração: Geraldo Times

Formação: Adriana Correia

Assuntos Jurídicos: João Rufino

Intersindical: Rubens Nadiel

Bancos Públicos: Cândida Fernandes

Ramo Financeiro: Diana Ribeiro

Bancos Privados: Expedito Solaney

Aposentados: Maria José Leódido


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PDE: COE Bradesco discute ampliação para todos os funcionários

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o dia 11 de março, a Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco se reuniu com a direção do banco, em São Paulo, onde foi realizada uma apresentação sobre o Prêmio de Desempenho Extraordinário (PDE). Na ocasião, o Bradesco informou que o regulamento do Prêmio ainda não está concluído. A previsão é que tudo esteja organizado até o final do mês de março. O PDE é destinado a área comercial, não extensivo a departamentos, caixas, escriturários e assistentes e gerentes regionais. “O PDE é uma reivindicação antiga dos funcionários. O Bradesco é o banco que paga menos PLR aos seus trabalhadores, que esperam por muito tempo um programa de remuneração variável. Embora seja

Presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues participa de reunião com o Bradesco sobre PDE

uma conquista importante, o prêmio precisa ser ampliado a todos os funcionários do banco”, afirma a presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzineide Rodrigues, que participou da agenda. Outro tema abordado na mesa foi o recolhimento previdenciário. Não consta no extrato da Previdência, o

Discurso do Santander não contempla trabalhadores Com uma ponta do discurso respaldado na arbitrária reforma da Previdência, a presidenta global do Banco Santander, Ana Botín, que realizou uma apresentação em São Paulo, no dia 14 de março, na presença de 600 funcionários e mais de 11 mil telespectadores pelo aplicativo Santander Now, acabou reafirmando a falta de compromisso do banco com seus empregados. A apresentação, que deveria ser sobre a estratégia do grupo para 2019, deixou claro o interesse do Santander em apenas lucrar, sem oferecer nenhuma contrapartida social. Os trabalhadores não foram contemplados na fala de Botín. “Em nenhum momento do discurso Botín mencionou o esforço e a dedicação dos funcionários do banco, que são os reais responsáveis pelos excelentes resultados. As constantes e injustas demissões,

que o Sindicato consegue reverter com muita luta por meio da reintegração de bancários, são apenas um exemplo do desrespeito do banco”, afirma a presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzineide Rodrigues. No Brasil, o banco espanhol mira na reforma da Previdência para alavancar ainda mais os seus resultados com a venda de previdências privadas, sem importar-se com os trabalhadores. Dirigentes sindicais aproveitaram o evento para distribuir uma carta aberta à executiva para reivindicar uma reunião: “insistimos na interlocução com a presidenta mundial do banco, Ana Botín, já que os desrespeitos para com os trabalhadores e seu direito de negociação coletiva efetiva por parte da gestão nacional do Santander já extrapolaram o limite aceitável”, diz a carta.

recolhimento desde agosto de 2018. O banco informou que o repasse tem sido feito normalmente, o problema é relacionado ao E-social. O Bradesco está buscando uma solução junto à Previdência e dará um retorno o mais rápido possível. O funcionário pode solicitar ao RH o demonstrativo da contribuição ao

Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Também foi apresentado ao banco um calendário para reunião nas Federações, com objetivo de tratar sobre o Seguro Saúde e Dental nas bases. Um questionário sobre os referidos planos será aplicado aplicado nas agências do Bradesco.

COE Itaú cobra redução do turnover A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú cobrou a redução da rotatividade de trabalhadores no banco (turnover), durante reunião entre a COE do Itaú e o banco, realizada no dia 20 de março, na sede da Contraf-CUT, em São Paulo. Na ocasião, o banco apresentou os números de admissões e demissões ocorridas em 2018. Segundo os dados do banco, o turnover em 2018 foi de 10% (3.618 funcionários). “O banco nos apresentou um saldo positivo de postos de trabalho, mas o turnover ainda permanece alto. Cobramos a redução desta rotatividade”, disse Jair Alves, dirigente da Contraf-CUT e coordenador da COE do Itaú. Os representantes dos trabalhadores também cobraram a criação do centro de realocação e qualificação, uma conquista da Campa-

nha Nacional de 2016. O objetivo é reduzir o número de demissões e o turnover que deixam os funcionários apreensivos com medo do desemprego. No Itaú, as contratações, em geral, são direcionadas para pessoas mais jovens e com conhecimentos na área de tecnologia da informação. Já as demissões são de caixas, gerentes e demais cargos da área operacional das agências. “O banco nega que seja uma orientação a demissão de pessoas com mais tempo de casa. Se não há uma orientação neste sentido, então é necessário orientar os gestores do contrário, pois muitas demissões atingem pessoas que estão prestes a adquirir a pré-estabilidade para a aposentadoria”, conclui o secretário de Bancos Privados do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Expedito Solaney.

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Sindicato realiza palestra sobre reforma da Previdência com ex-ministro Carlos Gabas

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ex-ministro da Previdência Social, Carlos Gabas, estará no Sindicato dos Bancários de Pernambuco, no próximo dia 29 de março, para proferir a palestra Reforma da Previdência e os Impactos na Vida da Classe Trabalhadora. O evento será realizado na sede da entidade, às 18h, e é aberto ao público. A palestra objetiva fomentar o debate sobre os prejuízos da Proposta de Emenda à Constituição (6/2019) da reforma da Previdência, apresentada ao Congresso pelo Governo Bolsonaro. A previsão é que as mudanças nas regras para aposentadoria sejam votadas até junho de 2019. Crítico ferrenho da proposta que dificulta o acesso à aposentadoria e reduz o benefício, Gabas estudou e comparou sistemas previdenciários

Ex-ministro Carlos Eduardo Gabas é crítico à proposta governista

de diversos países. O ex-ministro dos governos Dilma e Lula defende que o modelo brasileiro não é deficitário, como tenta convencer o atual governo. “O Sindicato, em parceria com o deputado Federal Carlos Veras, traz o ex-ministro Carlos Gabas, especialista na Previdência Social, para contribuir com o debate sobre os impactos dessa

nefasta reforma para as trabalhadoras e trabalhadores deste País. Precisamos esclarecer a população de que essa reforma representa o fim da sonhada aposentadoria”, afirma a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues. O atual modelo brasileiro é baseado em um sistema de repartição simples, que propõe um pacto direto entre ge-

rações em que trabalhadores ativos pagam os benefícios dos inativos. O governo propõe a capitalização, na qual cada trabalhador deverá fazer sua poupança individual, sem garantias. A PEC estabelece idade mínima de 62 anos para as mulheres e 65 para os homens. Hoje, os trabalhadores podem se aposentar após 35 anos de contribuição e as trabalhadoras após 30 anos de contribuição, sem a exigência de idade mínima e caso não consigam se aposentar por tempo de contribuição, podem se aposentar por idade: 65 anos para os homens e 60 para as mulheres, com no mínimo 15 anos de contribuição. Além disso, caso a proposta seja aprovada, homens e mulheres terão que contribuir por 40 anos para ter acesso à aposentadoria integral.

Bancários de Pernambuco aderem ao Dia Nacional de Luta em defesa da Caixa “A Caixa é do Brasil” foi o lema do Dia Nacional de Luta (15/3) em defesa do banco 100% público. No Recife (PE), o Sindicato dos Bancários de Pernambuco realizou um ato público contra a privatização do patrimônio do povo brasileiro, em frente à agência Caixa – Guararapes, que contou com a presença de dirigentes e empregados da Caixa. Vestidos de preto, os participantes protestaram em resposta aos permanentes ataques da nova diretoria da Caixa e do governo Bolsonaro. A mobilização contou com a participação da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Apcef-PE). Na ocasião, a venda de ativos e a privatização das áreas mais rentáveis do banco, como seguros, cartões, assets e loterias, foram denunciadas. A secretária de Bancos Públicos do Sindicato e empregada da Caixa, Cândida Fernandes, reafirma o compromisso da entidade em defesa dos

Empregados da Caixa vestem preto em protesto contra o fatiamento da estatal

bancos públicos. “Nos unimos para mostrar que a insatisfação é geral. Este Dia Nacional de Luta é contra o desrespeito às trabalhadoras e aos trabalhadores, à categoria bancária e à população mais carente. É inadmissível que um banco totalmente público e que rende bilhões por ano seja vendido. Não vamos deixar que isso aconteça”, afirma Cândida. Os planos para o desmonte da

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Caixa, por meio do seu fatiamento, estão sendo executados desde a posse do novo presidente da empresa, Pedro Guimarães. A ideia é enfraquecer a Caixa aos poucos, tornando-a deficitária, já que o processo de fatiamento de ativos societários visa uma futura privatização. No Dia Nacional de Luta, o Sindicato defendeu o papel social exercido pela Caixa, que direcio-

na 35% da arrecadação das loterias para programas sociais nas áreas de educação, saúde, segurança pública, cultura, esporte e seguridade social. A Caixa também é responsável pelo pagamento do seguro-desemprego, do abono-salarial e do PIS, entre outros benefícios. Com a privatização, milhões de brasileiros estarão desprotegidos. A também empregada do banco e secretária de Formação do Sindicato, Adriana Correia, afirma que só a luta vai impedir esse ataque contra a população. “Só a luta e a coragem dos bancários e dos brasileiros vai impedir que as injustas privatizações dos bancos públicos aconteçam. É hora de reagir e mostrar que não vamos ficar de braços cruzados. O banco é rentável para o País e a venda dessa riqueza só vai favorecer os mais ricos. Estaremos nas ruas, enfrentando toda e qualquer situação, mas a Caixa 100% pública não vai deixar de existir”, comenta Adriana.


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Mais de 20 mil marcham pelo direito à aposentadoria no Recife

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o Recife (PE), mais de 20 mil trabalhadores marcharam no Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência. O Sindicato dos Bancários de Pernambuco fortaleceu a luta contra a Proposta de Emenda à Constituição (6/2019) do governo Bolsonaro, que dificulta o acesso à aposentadoria e reduz os benefícios previdenciários. “As trabalhadoras e trabalhadores brasileiros repudiam o governo Bolsonaro, que verá que a esquerda brasileira vai estar nas ruas para dizer não à reforma da Previdência. Venha para a luta, não morra trabalhando”, afirmou a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, em carro aberto, representando as entidades sindicais cutistas. A mobilização convocada pela Central Única dos Trabalhadores e demais centrais sindicais ocorreu em mais de 120 cidades do Brasil, com

Recife e mais de 120 cidades brasileiras realizam atos contra a reforma da Previdência

o objetivo de impedir a aprovação da proposta que será votada pelo Congresso Nacional até junho deste ano. Antes de seguirem para a Praça do Derby, local de concentração do ato, os bancários paralisaram parcialmente as atividades de 19 agências no Centro do Recife. Das 10h às 11h, dirigentes da en-

tidade conversaram com bancários de bancos públicos e privados, alertando sobre o risco dos trabalhadores não conseguirem se aposentar no futuro. A proposta que substitui o modelo de repartição pelo de capitalização, com aumento da idade mínima e do tempo de contribuição, é um ataque brutal contra toda clas-

se trabalhadora, em especial mulheres, trabalhadores rurais e idosos em situação de miserabilidade. Ao contrário do que diz a propaganda oficial do governo Bolsonaro, a reforma não combate privilégios.No Banco do Brasil – agência Dantas Barreto, a secretária-geral do Sindicato, Sandra Trajado, ressaltou que os bancários precisam conversar com os clientes sobre como a reforma da Previdência afetará a vida de milhares de brasileiros. “A reforma da Previdência prejudica trabalhadores do setor privado e público, corta o valor do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para R$ 400 e determina que o trabalhador contribua por 40 anos para receber 100% do benefício, entre outras perversidades. Caso seja preciso, vamos cruzar os braços e fazer uma grande Greve Geral”, concluiu.

Privatização: Presidente do Banco do Brasil afirma que banco deve ser vendido O comentário do presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, durante cerimônia de posse dos presidentes dos bancos públicos realizada no Rio de Janeiro, no dia 15 de março, causou revolta entre bancários e funcionários de demais empresas públicas. Novaes enfatizou que “está convencido de que o Banco do Brasil deveria ser privatizado”. Após repercussão negativa da declaração, Novaes disse que não está em cogitação a venda de nenhuma das grandes estatais do Brasil, como da Caixa Econômica Federal, Petrobrás e, inclusive do Banco do Brasil. Para a secretária-Geral do Sindicato e funcionária do BB, Sandra Trajano, a atitude do presidente empossado é o retrato do absurdo modelo privatista que o governo Federal quer implementar no Brasil.

Rubem Novaes, presidente do BB, defende privatização das empresas públicas

“Novaes está seguindo a cartilha de Bolsonaro. Estamos diante de gestores que desconhecem a importância do BB para o País. A venda das estatais é um processo antidemocrático, que acaba com empresas responsáveis por viabilizar uma série de benefícios hoje garantidos à população”, afirma.

ESCRITÓRIOS DIGITAIS

No dia 19 de março, o BB apresentou os detalhes da ampliação dos escritórios digitais para mais de cem novas praças, sendo basicamente no Interior e Regiões Metropolitanas, em reunião com os representantes dos trabalhadores. Os sindicatos solicitaram in-

formações sobre como está acontecendo o processo de nomeação e posse e impacto para os funcionários. O clima organizacional e a as condições de trabalho pioraram nos escritórios digitais. Os representantes dos trabalhadores apresentaram reclamações quanto ao grande número de clientes por carteira e a pressão em relação às metas, inclusive com ameaças de descomissionamento. Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, a preocupação principal em todo processo de mudança de prefixos é com a mobilidade e garantia dos cargos dos funcionários. “Estamos fazendo o acompanhamento das movimentações agora e continuaremos o monitoramento das condições de trabalho nessas unidades.”

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Sindicato defende direitos das mulheres e igualdade no mundo do trabalho

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ais de 10 mil pessoas ocuparam as ruas do centro do Recife (PE), no Dia Internacional de Luta das Mulheres, 8 de março. O Sindicato dos Bancários de Pernambuco participou da manifestação, levando como bandeira prioritária a defesa dos direitos das trabalhadoras e da Previdência pública. A presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, destacou a importância histórica do 8 de março e a luta das mulheres pelos seus direitos. “As mulheres precisam estar nas ruas, porque o presidente da República quer aprovar uma reforma da Previdência que prejudica a classe trabalhadora. É por isso que no País inteiro estamos dizendo não à reforma da Previdência, ao machismo, ao racismo e ao feminicídio. Queremos

Bancárias defendem Previdência pública e fim do machismo

uma Previdência pública e de qualidade. Vamos lutar até o fim pelos nossos direitos. Ninguém solta a mão de ninguém”, afirmou Suzineide. Com o lema “Marielles: livres do machismo, do racismo e pela previdência pública”, a marcha concentrou-se na Praça do Democracia – Derby, onde foram realizadas rodas de diálogos sobre violência contra a

mulher, feminicídio, racismo, machismo, preconceito, igualdade de direitos e reforma da Previdência. Batucada feminista, bandeiras e faixas questionavam as medidas do governo Bolsonaro e denunciavam a violência de gênero. Na Avenida Conde da Boa Vista uma grande ciranda celebrou a força e a luta das mulheres. O protesto seguiu até a

Câmara aprova PL que torna assédio moral crime Constante combate do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, o assédio moral no trabalho poderá passar a ser considerado crime pelo Código Penal Brasileiro. O Projeto de Lei 4742/01 foi aprovado pela Câmara dos Deputados, no último dia 12 de março. A proposta será enviada ao Senado. Os bancários já possuem na sua Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) uma importante ferramenta para o combate ao assédio

moral. A Cláusula 58, conquistada pela categoria na Campanha Nacional de 2010, respalda o trabalhador para fazer a denúncia ao Sindicato, garantindo sigilo à identidade da pessoa que fez a queixa. O banco tem prazo de 45 dias para apurar e apresentar soluções. Para presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, a tipificação do assédio moral como crime é um passo importantíssimo para combater essa prática, que causa adoecimento na categoria. “O ambiente de trabalho, muitas vezes, fica pesado por causa dos assediadores. Essa prática pode ocorrer de formas diversas, com exposição de alguém a situações humilhantes, constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício das funções. É uma conduta abusiva, covarde, que atenta contra a dignidade da pessoa humana, que é um princípio constitucional. Para

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o Sindicato, o assédio moral é crime e o projeto precisa passar no Senado”, ressalta Suzineide. De acordo com o secretário de Assuntos Jurídicos, João Rufino, o Sindicato trava a luta contra o assédio moral desde o ano 2000, quando lançou a campanha de combate à prática nos bancos. “Os departamentos jurídico e de saúde do Sindicato estão sempre discutindo a questão do assédio dentro das agências bancárias. Ficar calado não resolve o problema. O assediado precisa denunciar e buscar seus direitos. Esperamos que os senadores aprovem o projeto, pois irá gerar uma proteção jurídica para os trabalhadores. Já passou da hora dessas absurdas situações chegarem ao fim”, comenta Rufino. A pena estipulada será de detenção de um a dois anos e multa, aumentada de um terço se a vítima for menor de 18 anos. Além da pena correspondente à violência, se houver.

Ocupação Marielle Franco, na Praça da Independência, e foi encerrado por volta das 20h. “Este é um dia de luta e resistência. Muitas mulheres perderam a vida para que outras mulheres como nós tivéssemos direitos. Direitos esses que estão ameaçados por um governo que propõe medidas contra as mulheres. Mas estaremos todas de mãos dadas, na luta. É preciso estar atenta e forte”, frisou a secretária da Mulher do Sindicato, Eleonora Costa. No mesmo dia, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco esteve nas agências bancárias para alertar a categoria e a população sobre os prejuízos da reforma da Previdência e denunciar a desigualdade entre mulheres e homens no sistema financeiro.

MP ataca organização Sindical O desmonte contra os trabalhadores e o movimento sindical não param. Sem aviso ou discussão prévia, o governo publicou a Medida Provisória (MP) 873, tornando ainda mais difícil a situação financeira das entidades sindicais, desprotegendo ainda mais o trabalhador. O objetivo é desarticular completamente a organização sindical, facilitando a implementação do pacote de maldades do governo Bolsonaro. Entre outras determinações, a MP estabelece que a contribuição sindical deve ser condicionada à autorização prévia e voluntária do empregado, e precisa ser individual, expressa e por escrito. Claramente mais um golpe contra população, que só vai se dar conta das dificuldades quando precisar ser defendida contra os patrões.


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Brasileiros lutam há 55 anos por verdade, Justiça e reparação

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o dia 31 de março, o Golpe Militar brasileiro completa 55 anos. A derrubada do presidente João Goulart e a implantação de uma ditadura que durou 21 anos, deixou marcas profundas na história do País, que hoje volta a ter militares no poder. O capitão reformado do Exército Jair Bolsonaro (PSL), presidente da República, e o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), vice-presidente, são os primeiros militares a chegarem ao governo pelo voto no Brasil desde 1946. A cúpula ministerial também é composta majoritariamente por militares, que também conseguiram 72 vagas no legislativo. Com a proximidade da data de início do regime ditatorial, as discussões no palácio do Planalto giram em torno das comemorações alusivas à efeméride. Simpatizante do período ditatorial, Bolsonaro e os demais militares deverão celebrar os anos de chumbo intramuros, conforme declaração do

Divulgação (1964:

um golpe contra o

Brasil)

Ditadura Militar deve ser lembrada para jamais voltar a acontecer

vice Mourão à Folha de S. Paulo. Protagonista de inúmeras polêmicas desde o começo do mandato, Bolsonaro passou a ser blindado pela assessoria da cúpula militar do governo, que tentará evitar comemorações públicas e expansivas para evitar tensionamentos políticos. Com o golpe, os militares também miraram as organizações sindicais. Em Pernambuco, mais de

dez líderes sindicais foram presos. O Sindicato dos Bancários de Pernambuco, presidido à época por Darcy Leite, foi invadido, teve seus dirigentes presos e ficou sob intervenção. Foram necessárias décadas de luta dos familiares de mortos e desaparecidos, exigindo o esclarecimento dos crimes ocorridos nos anos de chumbo, para que a Comissão Nacional da Verdade

fosse finalmente criada. Nascida durante o governo Dilma Rousseff, o relatório final da Comissão apontou 377 pessoas como responsáveis diretas ou indiretas pela prática de tortura e assassinatos durante a ditadura militar. “Os governos progressistas garantiram avanços importantes por meio do trabalho da Comissão Nacional da Verdade, que entregou um volumoso relatório com recomendações ao Estado brasileiro para garantia da verdade, Justiça e reparação às vítimas da ditadura. É revoltante sabermos que um período marcado por torturas, desaparecimentos e falta de liberdade seja hoje comemorado pelo Presidente Bolsonaro. Não poderíamos esperar outra postura de um representante que fez homenagens ao torturador Ustra durante o golpe de 2016”, lamenta o dirigente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco e secretário de políticas sociais e direitos humanos da CUT, Expedito Solaney.

Diálogos Capitais debate Novo Censo da Diversidade perspectivas para bancos públicos Bancária O papel dos bancos públicos para o desenvolvimento econômico e social do País esteve no centro do debate realizado, no dia 19 de março, no Sindicato dos Bancários de Pernambuco. Com o tema Bancos públicos sob ataque: desafios, riscos e perspectivas, o evento Diálogos Capitais, uma realização da Fenae em parceria com a CartaCapital, fomentou a discussão sobre os prejuízos da privatização das estatais. Participaram do encontro, Jair Pedro Ferreira, presidente da Fenae; Luiz Gonzaga Belluzo, professor da Unicamp; Xico Sá, escritor e jornalista; e Liana Cirne Lins, professora de Direito da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

A presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, apontou a luta coletiva como único caminho para defesa dos bancos públicos. “Privatizaram a concepção de bancos públicos, por isso alguns bancários não estão lutando e estão com medo de defender a empresa e o próprio emprego. Mas sozinhos atrás de uma mesa não vão salvar nada. É a luta, a rua e a sociedade que vão garantir o fortalecimento dos bancos públicos” conclui.

A mudança do caráter do Censo da Diversidade Bancária, proposto pelo Comando Nacional dos Bancários à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), prevê um levantamento que não traga apenas a fotografia da realidade do setor, mas torne-se uma ferramenta de formação e de mudança da cultura discriminatória que ainda persiste no sistema financeiro e na sociedade brasileira. A secretária da Mulher do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Eleonora Costa, destaca que a mudança chega para respaldar as ações do Sindicato. “Vamos trabalhar ainda mais para que o respeito se faça presente em todos os lugares, inclusive, nas agências bancárias. A discriminação e a

violência contra mulheres, negros, pessoas com deficiência e LGBTs precisa acabar”, afirma Eleonora. A Fenaban aceitou a proposta e apresentará um cronograma de implantação na próxima reunião da mesa de igualdade de oportunidades, que está prevista para acontecer no dia 10 de abril. O Comando Nacional dos Bancários também propôs a criação pela Fenaban de um canal de atendimento às bancárias vítimas de violência, seja doméstica ou no trabalho. A secretaria de Políticas Sociais da Contraf-CUT também pretende construir uma cartilha, com base nos resultados do Censo da Diversidade, com informações que ofereçam aos bancários melhores condições para combater a discriminação.

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Sindicato participa de Seminário sobre adoecimento bancário

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irigentes do Sindicato dos Bancários de Pernambuco e da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro no Nordeste (Fetrafi-NE) participaram, no dia 13 de março, na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), do seminário de saúde “Integrando estratégias de enfrentamento ao adoecimento nos bancos”. O tema, de acordo com a Consulta Nacional realizada em 2018, está entre as maiores preocupações dos bancários. Além da presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, estiveram presentes no encontro a secretária-Geral, Sandra Trajano; o dirigente sindical, Wellington Trindade; e as dirigentes da Fetrafi-NE, Tereza Souza e Liliam Sodre. “Diariamente sofremos com metas

Sindicato participa de formação para intensificar ações em benéficio da saúde do trabalhador

abusivas, condições precárias de trabalho e pressão dentro das agências. As bancárias e bancários estão passando por momentos alarmantes, já que os banqueiros não estão se preocupando com a saúde da categoria. Muito pelo contrário. A retirada de direitos é o que mais importa para os patrões”, afirma Suzineide.

O objetivo do evento foi socializar informações sobre a atuação e negociações das COEs; integrar ações de conscientização e mobilização da categoria; elaborar estratégia conjunta para enfrentar a situação; definir prioridades e atualizar a pauta para condução das negociações na mesa permanente. A gravidade da situação dos bancá-

rios está evidenciada nas informações publicadas pela Previdência Social, MPT, SRT’s, CEREST’S, e demais órgãos e instituições que atuam nas políticas públicas de vigilância e saúde. “Apontados durante o Seminário, LER/DORT e sofrimento psíquico ou adoecimento mental são mais recorrentes entre os trabalhadores do setor e afetam parcela significante da categoria. Em Pernambuco não é diferente. Nós do Sindicato atuamos diariamente na promoção da saúde no trabalho”, afirma a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues. Durante o evento foi apresentado um panorama das dificuldades dos bancários quando adoecem diante dos entraves para encaminhamentos junto aos bancos e ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), para o tratamento, bem como para retorno ao trabalho.

Sindicato conquista novas reintegrações no Itaú Contra os ataques cometidos pelos banqueiros e em defesa dos bancários demitidos injustamente, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco, em intensa luta pela categoria, conquistou duas novas reintegrações no Itaú. Genes Cezar Ferreira, da agência Piedade, e Taciana Muniz, da agência Madalena, voltaram a integrar o quadro de funcionários do banco, no mês de março. Com 15 anos dedicados ao Itaú, Genes foi diagnosticado com a Síndrome do Túnel do Carpo e Lesões por Esforço Repetitivo e Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho (LER/DORT). Taciana é funcionária do banco há 11 anos e também desenvolveu LER. O trabalho no banco é a causa do adoeci-

mento dos bancários, que foram demitidos arbitrariamente pela empresa. Genes, que está de licença e volta em maio às suas atividades como Gerente de Empresas, destaca o respeito do Sindicato diante do seu caso. “Solidário e prestativo diante da fragilidade da situação, o Sindicato está realmente atento às arbitrariedades cometidas pelos bancos. Com o apoio dos diretores e funcionários, fiquei tranquilo e confiante e tudo se resolveu da melhor forma”, afirma. Para o dirigente do Sindicato, Wellington Trindade, a parceria entre o bancário e a entidade é fundamental para garantia dos direitos. “A situação não está fácil, mas vamos mostrar para

os banqueiros e para o governo Bolsonaro que a união das trabalhadoras e trabalhadores irá impedir o avanço do desmonte dos nossos direitos. Demissões como a de Genes são totalmente ilegais. Vamos continuar revertendo essas arbitrariedades”, conclui. Por medo de sofrer uma retaliação, Taciana Muniz nunca tinha se afastado do trabalho por motivo de saúde. Após a experiência da demissão, a bancária mudou sua concepção sobre a questão. “Foi um tempo de muita incerteza, fiquei na expectativa e estressada. Hoje, acredito que independente de qualquer coisa, temos que cuidar em primeiro lugar da nossa saúde”, ressalta.

Café da Manhã dos Aposentados Especialmente nesta edição, o tradicional Café da Manhã acontece na última quinta-feira do mês

25 de março a 7 de abril de 2019

MARÇO

28

quinta-feira

Local: Sede do Sindicato Horário: 9h


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