Revista dos Bancários 03 - jan. 2011

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Nยบ 3 - Janeiro de 2011

Construindo o futuro Sindicato dos Bancรกrios de Pernambuco completa 80 anos de histรณria preparado para o futuro


Opinião Editorial

Agenda cheia para 2011

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m 2011, o Sindicato completa 80 anos de fundação. Para marcar a data, a direção realiza uma série de atividades ao longo do ano. São festas, campeonatos esportivos, palestras e seminários para o bancário se divertir, confraternizar e, sobretudo, se informar cada vez mais sobre o dia a dia do Sindicato e da categoria. Além dos eventos, o Sindicato também está preparando muitas novidades para 2011. A primeira delas você começa a receber hoje. É esta revista, que nasceu para complementar as informações da Campanha Nacional 2010, e, a partir de agora, será mensal. A revista tem o objetivo de informar a categoria sobre os principais acontecimentos do mês para os bancários, mas, além disso, quer dar a você uma opção de leitura prazerosa e dinâmica. Todo mês, vamos entrevistar uma O Sindicato está personalidade, preparando muita novidade para 2011 falar de cultura, lazer, política e dar dicas de viagens. As matérias pontuais do movimento sindical bancário continuam sendo publicadas a cada quinze dias em nosso Jornal e diariamente no site. Com a revista, o trabalhador poderá relaxar e aproveitar as reportagens mais aprofundadas e com um tom informal. Além da revista, estamos reformulando o Jornal dos Bancários e o site. Mas as novidades não param apenas na área de comunicação. Acompanhe no site e nas próximas edições da revista o que vem por aí. O ano de 2011 promete para os bancários e o Sindicato, que completa oito décadas de história, vai continuar cada vez mais ao seu lado para, juntos, ampliar os direitos dos bancários e garantir mais qualidade de vida.

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A DIRETORIA

02 REVISTA DOS BANCÁRIOS

Oitenta

HOJE, O SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE PERNAMBUCO É UMA DAS MAIORES ENTIDADES D

DE SONHOS, LUTAS Sindicato dos Bancários de Pernambuco completa em 2011 oito décadas de fundação, com os olhos voltados para o futuro

NESTES 80 ANOS, FORAM MUITAS AS LUTAS QUE O SINDICATO ENCAMPOU EM PROL DOS


Campanha Nacional Primeira página

ta anos

NTIDADES DE REPRESENTAÇÃO DOS TRABALHADORES DO BRASIL. NA FOTO, A HISTÓRICA GREVE DE 2004

AS E CONQUISTAS

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lá se vão oito décadas desde que um grupo de amigos decidiu criar uma entidade representativa para os bancários de Pernambuco. Em sua longa jornada, o Sindicato dos Bancários cresceu, ganhou força e representatividade, passou por épocas difíceis, superou obstáculos e garantiu muitas conquistas para a categoria. Em suas várias e diferentes etapas, os trabalhadores do sistema financeiro foram aprendendo com cada obstáculo. E eles não foram poucos: do golpe militar nos anos 60 às tentativas de desmonte dos bancos estatais na década de 90; da ausência de democracia nos anos pós-intervenção ao modelo de metas e vendas, que cada vez mais escraviza e adoece os trabalhadores.

O Sindicato fez de cada dificuldade uma aprendizagem. Abandonou o assistencialismo por um modelo de representação, organização e luta. Percebeu a importância de somar forças e unir-se a outras categorias. Passou a incorporar outras demandas: de gênero e cidadania, por exemplo. O corporativismo e a luta isolada em cada banco foram substituídos pela conquista da Convenção Coletiva Nacional e pela estratégia da Campanha Nacional Unificada. Hoje, ao completar 80 anos de fundação, o desafio do Sindicato é ampliar ainda mais esta unidade e agregar todos os que trabalham no ramo financeiro. Nestas oito décadas de batalhas, foram muitos os soldados e guerreiros. Alguns já partiram, outros mudaram de rumo, mas deixaram seus nomes gravados na memória do movimento sindical. E há também os anônimos. Os que contribuíram a cada greve, a cada momento de luta. Para cada um destes que ajudou e ajuda a construir esta história, a lembrança não se grava pelo nome, mas pelas conquistas.

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PROL DOS BANCÁRIOS E DE TODA A SOCIEDADE. NA FOTO ABAIXO, A CAMPANHA PELA MANUTENÇÃO DO BANDEPE PÚBLICO, NOS ANOS DE 1990


Memória Oitenta anos

Alegrias, suo Fundado em 1931, o Sindicato enfrentou tempos difíceis, principalmente após o golpe militar que instalou uma ditadura no Brasil e impediu o funcionamento das entidades de representação dos trabalhadores

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NO INÍCIO, O SINDICATO FUNCIONAVA NUMA PEQUENA SALA DO PRÉDIO NÚMERO 166 DA RUA DA CONCÓRDIA, DE ONDE MUDOU-SE EM 1939

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o começo, era apenas um grupo de amigos, que se reunia no Gabinete Português de Leitura todo sábado à tarde e cavava espaços para comunicar suas ideias nos jornais de grande circulação. Foi assim que surgiu, no dia 14 de outubro de 1931, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco. Eram tempos de Estado Novo e de tutela do governo federal nos movimentos de trabalhadores. Por isso mesmo, o Sindicato tinha um caráter mais assistencialista e promovia festas e eventos culturais e desportivos. “No meu tempo, não tinha greve. Os empregadores eram nossos amigos”, conta o único sócio-fundador ainda vivo, Irineu Nascimento. Ainda assim, o Sindicato teve participação ativa na luta pela regulamentação do salário mínimo para todos os trabalhadores e pela conquista da jornada de seis horas para os bancários. Aos poucos, o perfil combativo e as lutas foram crescendo e o Sindicato já era referência nacional na década de 1950. É desta época a primeira grande greve nacional, que durou 40 dias e mobilizou até os empregados do Banco do Brasil que, segundo Milton Percivo, presidente da entidade entre 1951 e 1953, não faziam paralisações naquele tempo. Em 1951, veio mais uma greve, que durou 69 dias e definiu o 28 de agosto como Dia dos Bancários. “Tínhamos comissões em todos os bancos, as assembleias reuniam 2.500 bancários dos 5 mil que existiam na época”, lembra Gilberto Azevedo, que

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EM 1932, BANCÁRIOS E DIRETORES COMEMORAVAM COM UMA FESTA ONDE A ELEGÂNCIA E O CHARME DA

presidiu o Sindicato de 1959 a 1961. Durante os primeiros anos da década de 1960, era esse o cenário, cujo pano de No começo, o fundo era o Sindicato tinha embate en- um caráter mais tre as ideias assistencialista. capitalistas e Aos poucos, o perfil combativo e as lutas socialistas. Q u e m foram crescendo, lembra é Gil- principalmente na berto Aze- década de 1950 vedo: “Em 1961, os bancários pararam tudo no Recife. Tanto que faltou troco na cidade. Depois disso, começamos a

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Memória Oitenta anos

or e lágrimas Gente pra ficar na memória

Irineu Nascimento: único sóciofundador ainda vivo. Até alguns anos atrás, comparecia às eleições e prestações de contas. Atualmente, tem dificuldades de locomoção mas, segundo sua esposa, sempre pergunta pelo Sindicato.

EMORAVAM O PRIMEIRO ANIVERSÁRIO DO SINDICATO, HARME DA ÉPOCA FORAM PRESENÇAS OBRIGATÓRIAS

fazer o que chamávamos de greve de grevilhas: a cada dia, parávamos certa quantidade de bancos. E nosso grau de organização era tanto que fechávamos banco até por telefone”. Foi quando veio o golpe militar de 1964 e uma tropa do exército invadiu o prédio da entidade, que funcionava na Avenida Conde da Boa Vista. Houve quem escapasse pelo telhado. Alguns observaram à distância. Outros foram presos. O presidente Darcy Leite, empossado há nove meses, estava fora e escapou por pouco. Mas o impacto da intervenção na luta dos trabalhadores durou bem mais que os tempos de golpe.

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Milton Percivo: foi presidente do Sindicato entre 1951 e 1953. Participou, dentre outros fatos memoráveis, da histórica greve de 1951, que durou 69 dias e definiu o 28 de agosto como Dia Nacional dos Bancários.

Gilberto Azevedo: presidente do Sindicato entre 1959 e 1961; presidente da Federação dos Bancários de Pernambuco; segundo deputado estadual mais votado em 1962, pelo PCB – Partido Comunista Brasileiro. Quando estourou o golpe, foi cassado, preso e obrigado ao exílio.

Darcy Leite: teve seu mandato de presidente interrompido em 1964 pelo golpe nove meses depois de empossado. Não foi preso, mas perdeu o emprego no BNB, que só lhe foi restituído com a anistia, em 1979. Quando o Sindicato saiu das mãos dos interventores, ele voltou à ativa. Foi secretário dos aposentados por várias gestões e faleceu em março de 2010. REVISTA DOS BANCÁRIOS 05


Memória Oitenta anos

A reconquista da democracia

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Embora a ditadura militar tenha acabado em 1985, os bancários só conseguiram retomar a democracia no Sindicato em 1988, depois de 10 anos de luta

oi só em 1988 que, de fato, a democracia voltou a existir no Sindicato dos Bancários de Pernambuco. A luta pela reconquista da liberdade, entretanto, vem de muito antes. Já em 1979, a oposição estava organizada e atuante. Mas as eleições sindicais, embora restabelecidas, eram fraudadas. “Agentes do Com o fim DOPs conviviam com os chamados dirigentes da ditadura, sindicais, dentro da estrutura física da entidaas eleições de”, lembra Jorge Pérez, presidente do Sindisindicais foram cato entre 1994 e 1997. restabelecidas, Por outro lado, a oposição era maioria nas mas eram assembleias, que acabavam, muitas vezes, em fraudadas. Agentes agressões físicas. As eleições eram descarado DOPs viviam damente fraudadas. “Em uma delas, os ditos dentro do Sindicato dirigentes divulgaram que tinham vencido por 144 votos a zero em uma urna no Banorte. E tínhamos companheiros nossos trabalhando lá. Eles sequer tiveram o cuidado de disfarçar a

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EM 1988, OS BANCÁRIOS RETOMARAM O SINDICATO, QUE SE TORNA FILIADO À CUT

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ato

Memória Oitenta anos fraude”, lembra Roberto Leandro, que dirigiu o Sindicato entre 1991 e 1994. A oposição cresceu ainda mais com o movimento dos empregados da Caixa pela jornada de seis horas e pelo enquadramento deles na categoria bancária. E, em 1988, o MOB – Movimento de Oposição Bancária, reconquistou o comando da entidade. “Eles não previam uma vitória tão esmagadora. Os votos roubados não foram suficientes para reelegê-los”, conta Miguel Correia, que esteve à frente do Sindicato entre 2000 e 2004. Anos inglórios - A luta já começou difícil para as novas gestões, vinculadas à CUT – Central Única dos Trabalhadores. Internamente, era preciso lidar com as divergências e modificar a postura assistencialista, herança do golpe militar. Na base, era preciso enfrentar uma década de privatizações, fusões, demissões, perda de direitos. A primeira batalha foi contra a privatização do Bandepe. Começou no início da década de 1990, quando demissões e fechamento de agências prepararam a venda do banco. E se arrastou de 1996 a 1998. Embora o Sindicato não tenha conseguido evitar a venda, a luta garantiu um dos melhores acordos para os empregados de bancos estaduais privatizados. Para os trabalhadores de bancos privados, foram tempos de fusões, invasão de bancos estrangeiros, demissões. Para o pessoal dos bancos públicos, foram anos de perda de direitos, desestruturação de Planos de Cargos e Salários, Planos de Demissão Voluntária, transferências compulsórias, reajuste zero. Ainda assim, os bancários conquistaram a Convenção Coletiva Nacional, em 1992. E o Sindicato viveu Campanhas Salariais participativas e greves longas, com desfechos que sempre eram remetidos para a Justiça do Trabalho, em prejuízo dos trabalhadores. “Em 1991, nós desafiamos a Justiça e continuamos em greve por dois dias depois do dissídio. Organizamos uma palhaçata e um enterro do TST”, lembra Miguel Correia.

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Sem medo de brigar e ser feliz

E veio o dia 27 de outubro de 2002, quando 52,7 milhões de brasileiros elegeram como presidente do país Luiz Inácio Lula da Silva – nordestino, operário, sindicalista. Mas bastou a primeira Campanha Salarial para que os bancários percebessem que nada lhes seria devolvido de mão beijada. Foi preciso brigar, e muito, para garantir que os bancos públicos aderissem à mesa única e seguissem a Convenção Coletiva Nacional. Mesmo assim, no princípio, algumas conquistas ficaram de fora. Mas, ano após ano, os bancários conseguiram reorganizar o movimento e fazer campanhas cada vez mais participativas. E a opção pelas campanhas unificadas tem papel especial nesta história: “Depois da unidade, iniciada em 2004, todos os bancários têm conquistado os mesmos reajustes, com aumento real todos os anos. E os empregados dos bancos públicos já recuperaram a maior parte dos direitos retirados pelos tucanos. Juntos, ficamos mais fortes”, afirma a atual presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello.

Mulheres pioneiras

O Sindicato dos Bancários de Pernambuco foi o primeiro, em todo país, a criar uma Secretaria da Mulher. Mas elas tiveram de lidar com muita discriminação. “Éramos a única Secretaria que não tinha sala. Um dia instalamos nossos equipamentos de trabalho dentro do banheiro. Só assim conseguimos um espaço”, lembra a primeira secretária, Maria José Félix (foto do meio). A batalha por espaço, no entanto, começou bem antes, quando a bancária Zita Guimarães (foto da esquerda) foi a primeira mulher a assumir a direção do Sindicato, em 1959. Hoje, o Sindicato tem uma mulher na presidência, Jaqueline Mello (foto da direita), e 50% da diretoria executiva é composta por elas. REVISTA DOS BANCÁRIOS 07


Entrevista Edilza Aires Beto Oliveira/Lumen

Cantando com a alma Dona de uma voz marcante, a pernambucana Edilza é hoje uma das maiores cantoras da black music nacional

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m 1993, a bancária pernambucana Edilza Aires encontrou uma daquelas oportunidades únicas de mudar de vida. Dona de uma voz forte e marcante, foi convidada para cantar na abertura do show de Nana Caymmi. Desconhecida do grande público, subiu ao palco cheia de receios. E desceu como uma cantora profissional, aplaudida de pé. Mesmo tendo se Dezoito anos depois, Edilza é hoje transformado num uma das maiores cantoras da black music nome nacional, nacional. Sua voz de mezzo-soprano e Edilza continua fiel seu timbre impressionante emocionam às origens. Sempre e arrebatam plateias em todo o Brasil. abre espaço, nos Com um estilo de cantar único, Edilza discos e shows, vai do soul, funk e rhythm and blues ao para artistas samba. Canta de jazz e blues ao coco e pernambucanos embolada. Mesmo tendo se transformado num nome nacional, Edilza continua fiel às origens. Sempre abre espaço, em seus discos e shows, para artistas pernambucanos ainda desconhecidos. Apesar do sucesso, continua simples e bastante ligada à família. Nesta entrevista, ela conta como foi o início de sua carreira, lembra dos tempos de bancária, fala da sua música e dos seus planos para o futuro. Confira.

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Entrevista Edilza Aires REVISTA – Antes de ser cantora, você era bancária. Como foi o início da sua carreira? Você já pensava em cantar profissionalmente naquele tempo? EDILZA – Não. Eu trabalhava no Bandeprev (fundo de pensão do Bandepe), embora cantasse em corais e fizesse aulas de música. Sempre participava dos shows de talentos e eventos culturais patrocinados pelo banco e pelo Sindicato. Mas nunca pensei em cantar profissionalmente. Meus professores de canto sempre me incentivaram com a música e um dia fui convidada para abrir um show. Foi em 1993. Os produtores não quiseram me contar quem era a cantora, disseram que era uma surpresa. Quando descobri que o show era da Nana Caymmi, eu tremi. Não tinha experiência. Fiquei com medo do palco, de como eu iria lidar com o público. No final o show foi muito bom. Saiu nos jornais, a crítica foi muito boa. Daí por diante as coisas começaram a acontecer. REVISTA – Que lembranças você guarda desta época? EDILZA – Me lembro que o Sindicato trabalhava pesado na área cultural, promovendo eventos e incentivando o talento dos bancários. Os bancos também eram assim, eles se importavam com a qualidade de vida dos funcionários. Não é igual hoje, que só visam o lucro e até a parte cultural ficou mais venal, só interessa se der retorno financeiro, não pensam no ser humano. O Sindicato sempre se preocupou. Posso dizer que o Sindicato foi uma das peças mais importantes na minha carreira. Teve algumas pessoas que foram fundamentais, que me descobriram como cantora e o Sindicato é uma delas. Essa entidade acreditou em mim e me mostrou que eu era capaz de cantar profissionalmente.

Projeto Seis e Meia, que você percebeu que dava para viver de música? EDILZA – A gente nunca pensa que dá para viver de música. Para falar a verdade até hoje eu não me acho essa cantora, acho que sou uma batalhadora. Fiz cursos de oratória, técnica vocal, e até hoje faço. O Sindicato

nordestino com discriminação. Mas eu seria injusta se disser que não fui bem recebida. Consegui abrir portas, principalmente quando cantei no Programa do Jô, da Rede Globo. Cheguei a fazer testes em gravadoras e fui aprovada, mas meu pai estava doente. Ele tinha câncer e piorou muito naquela época. Aí preferi voltar para o Recife e me dedicar ao meu pai. Priorizei a família, sou muito apaixonada pela minha família. Mas pretendo voltar para o eixo Rio-São Paulo para investir novamente em minha carreira. REVISTA – Por falar no seu pai, ele foi cantor de rádio da década de 1950. Qual a influência dele na sua carreira e o que você costumava ouvir? EDILZA – Ele cantava na Rádio Tamandaré, era cantor com carteira assinada. Tinha uma voz bem bonita, forte. Em casa, só quem tem a voz dele sou eu. Ele foi uma influência muito grande na minha vida, me incentivou. No início, ficou meio receoso, porque a vida de ar-

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“Algumas pessoas foram fundamentais, me descobriram como cantora e o Sindicato é uma delas. Essa entidade acreditou em mim e me mostrou que eu era capaz” foi super importante naquela época. Quando comecei a pedir apoio, muitas pessoas não acreditavam em mim, o Sindicato acreditou.

REVISTA – Há uns cinco anos, você deu uma passo além na sua carreira, investindo no eixo Rio-São Paulo. Como foi esse momento e como um artista nordestino é recebido no Sudeste? EDILZA – Quando comecei a cantar por lá, as pessoas não acreditavam que eu era do Nordeste. Achavam que todos aqui tinham sotaque muito arrastaREVISTA – Foi depois de abrir o do, meio brejeiro. Não me sinto muito show de Nana Caymmi, no antigo bem em São Paulo, sei que eles olham o

tista é inconstante. Eu ouvia com ele na infância Elza Soares, Wilson Simonal, Agnaldo Timóteo, Dalva de Oliveira, Altemar Dutra. E muita música erudita, sempre gostei da diversidade musical. REVISTA – Para finalizar, quais são seus planos para 2011? EDILZA – Em 2010 me aconteceu uma coisa muito interessante. Fui convidada pela primeira vez para cantar na abertura de Natal de Jaboatão. Cantei a capella e foi um momento muito especial. Vi que era capaz de fazer outras coisas, não só música dançante e pop. Foi bem intimista e este ano quero gravar algumas coisas assim. REVISTA DOS BANCÁRIOS 09


Perspectivas Arte e lazer

Artistas e produtores pernambucanos estão cheios de expectativas para 2011

atuação, válida durante dez anos. Cada estado e município deve trabalhar para construir seu plano ou corre o risco de não ter projeto aprovado pelos editais da União. Foram vários anos até se chegar à aprovação e sanção do Plano. Duas Conferências Nacionais de Cultura foram realizadas, em 2005 e 2010, e o assunto foi amplamente ano de 2011 vem cheio de expectativas para discutido nas câmaras setoriais e em seminários estaduais. quem trabalha com cultura. No dia 2 de dezem- “É um processo que estimula a participação e articulação bro de 2010, depois de sete anos de debates em política dos diversos agentes culturais. Quando toda a catodo o país, o Plano Nacional de Cultura foi deia de organização do Sistema Nacional de Cultura estisancionado pelo presidente Lula. Na Câmara dos Depu- ver funcionando, os resultados poderão ser sentidos pelos tados, tramitam outros projetos que podem significar uma artistas e pelo público. Espero que, nos próximos anos, os guinada nas políticas públicas volta- avanços não sofram descontinuidade”, conclui Feliciano. das para a área, como o Procultura e o Vale-cultura. Paralelamente, os Be-a-bá das política No dia 2 de protagonistas desta história – artistas dezembro, depois Sistema Nacional de Cultura – É e produtores – se organizam. E, cada de sete anos conjunto integrado das várias ações qu vez mais, cresce em Pernambuco o de debates em fazem a política cultural da União. número de redes, grupos e articulatodo o país, o Plano Nacional de Cultura – Sã ções que atuam coletivamente para as linhas gerais que norteiam as ações Plano Nacional pensar soluções estéticas e interferir distribuição de recursos, com validade d de Cultura foi dez anos. politicamente nos rumos da cultura sancionado pelo Planos setoriais – São planos, seme no país. presidente Lula lhantes ao Plano Nacional, trabalhado Para o ator e produtor Feliciano por área: teatro, dança, circo, museus, cul Félix, o Plano Nacional de Cultutura popular, etc. ra terá, a princípio, um impacto maior na administração Procultura – O Programa Naciona de Fomento à Cultura substitui a Lei Rou pública. “Ele define melhor os papéis de cada agente – anet. Ela cria o Fundo Nacional de Cultu União, estados e municípios. E confere unidade e transpara, que fica responsável pela distribuiçã rência aos critérios de distribuição dos recursos”, afirma. da maior parte dos recursos orçamentá Em outras palavras, o governo federal terá uma linha de

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Perspectivas Arte e lazer

Artistas se organizam em ações coletivas

Se o cenário para as políticas públicas é favorável, na vida cultural de Pernambuco este momento frutífero vem se revelando a cada ano, com crescimento contínuo no número de grupos e redes culturais que atuam coletivamente. É o caso da Rede de Bibliotecas Comunitárias e do grupo Urros Masculinos, na área de leitura e literatura. Do Movimento Dança Recife, na área de dança. Ou da articulação dos grupos teatrais em redes como o Colaborativo, Grite, ou Núcleo Sesc-PE de Teatro para Crianças e Adolescentes. Para Kléber Lourenço, que integra o Movimento Dança Recife e coordena o Colaborativo, há políticas culturais da União um momento muiCultura – É o rios. Ou seja, quem tiver um projeto aproto produtivo para rias ações que vado pelo fundo, não terá mais que captar as artes cênicas em União. os valores junto às empresas. A renúncia Pernambuco, tanto Cultura – São fiscal permanece existindo, mas não é a no que se refere à am as ações e base do programa. qualidade dos traom validade de Vale-Cultura – Os empregadores pagarão R$ 50 por mês para que seus trababalhos como à orgaplanos, seme- lhadores, com renda de até cinco salários nização dos grupos al, trabalhados mínimos, tenham acesso a bens culturais. e artistas. “Há um o, museus, cul- Empresas que aderirem ao programa terão momento de eferincentivos fiscais do governo. vescência nacional rama Nacional Mais Cultura – Programa que inteitui a Lei Rou- gra a cultura aos programas de ação social que reflete, sim, ional de Cultu- e a inclui como política estratégica de espolíticas como o la distribuição tado para reduzir a pobreza e a desigualProcultura e Plano os orçamentá- dade. Nacional de Cultu-

ra. Mas, em nível local, não podemos falar de reflexo das gestões públicas. Até porque tivemos alguns retrocessos nesta última gestão municipal. E, na gestão estadual, embora tenha se ampliado o processo de escuta e participação dos artistas, ainda há muitos problemas a sanar”, critica. A área do Livro e Leitura é uma das que está um passo à frente das demais. O PNLL – Plano Nacional do Livro e da Leitura existe desde 2006. Em Pernambuco, a Rede de Bibliotecas Comunitárias da Região Metropolitana do Recife foi a protagonista na construção da Lei Municipal do Livro e Leitura, no ano passado. “O próximo passo é aprovar o Plano Municipal e o Plano Estadual. E já estamos nos organizando para isso”, afirma Gabriel Santana, que coordena a rede. Quem começou a se organizar em 2010 foram os profissionais que atuam no teatro voltado para crianças e jovens. Nacionalmente, criou-se a Renatin – Rede Nacional de Teatro para Infância e Adolescência. Em Pernambuco, o Núcleo Sesc-PE reúne-se quinzenalmente, com cerca de trinta pessoas que atuam na área. Edivani Bactista e Rui Aguiar, da Métron Produções, fazem parte do Núcleo. Para Edivani, a maior expectativa, no que se refere às políticas públicas, diz respeito ao Procultura: “Se conseguir resolver o problema da concentração das verbas no eixo Sul-Sudeste é um grande avanço”, diz. Rui Aguiar completa: “E que possa fazer isso sem reduzir o orçamente nem diminuir o número de projetos aprovados”. REVISTA DOS BANCÁRIOS 11


Cultura Dicas TEATRO

Grandes espetáculos A foto é da peça “O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas”, uma das selecionadas a participar do Janeiro de Grandes Espetáculos. São 17 peças de teatro para adultos; seis para crianças e seis espetáculos de dança. A mostra reúne, de 12 a 30 de janeiro, o que de melhor vem sendo produzido nas artes cênicas de Pernambuco. São companhias de Recife, Caruaru, Arcoverde e Petrolina. Veja abaixo os espetáculos do festival.

Programação para todos os gostos Teatro adulto: A visita da velha senhora; CHAT; Cordel do amor sem fim; Improvável; Lágrimas de um guarda-chuva; Madleia - mais ou menos doida; O acidente; O amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas; O santo e a porca; Odemar; Os fuzis da Senhora Carrar; Quadrilha - Um romance sertanejo; Quase sólidos; Senhora dos Afogados; Solteira, casada, viúva, divorciada; Um rito de mães, rosa e sangue; Um torto. Teatro para crianças: A revolta dos brinquedos, Minha cidade, No meio da noite escura tem um pé de maravilha, O fio mágico (foto), Palhaços em ConSerto, Reprilhadas e Entrelhofas Dança: De barro e palha, Em caixa, Guarda Sonhos, Real/duplo, Silêncio, Travessia (acesse a programação em: www.janeirodegrandesespetaculos.com)

Exposições

RECOMENDADOS Carlos Pena Filho Até o dia 16, está no Santander Cultural a exposição em memória dos 50 anos de morte do poeta Carlos Pena Filho. Além da mostra, tem mesa-redobna no dia 12, a partir das 19 horas. Saiba mais em: www.carlospenafilho.com.

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Auto desconstrução A exposição da fotógrafa Priscilla Buhr apresenta uma série de 14 auto-retratos em preto e branco, feitos com a técnica de light paint, que consiste em utilizar fontes luminosas e longa exposição. No Mamam do Pátio de São Pedro.


Depende de você

Sindicalize-se Mobilização Fortaleça a luta dos bancários. Sindicalize-se e ajude a construir novas páginas dessa história

Trabalho o ano todo – Além das negociações e atividades que o Sindicato promove durante a Campanha Nacional, a entidade mantém uma grande estrutura para atender aos bancários o ano todo. O Sindicato tem, por exemplo, um departamento jurídico que defende os direitos dos funcionários. “Temos conseguido reintegrar os bancários demitidos ilegalmente, recuperamos horas-extras que não foram devidamente pagas e outros direitos violados”, conta o secretário de Assuntos Jurídicos, Alan Patrício. O Sindicato também possui uma Secretaria de Saúde, que trabalha para garantir a salubridade dos ambientes de trabalho. “Lutamos para que os bancos ofereçam as condições de trabalho necessárias para os bancários, além da segurança que tem sido relegada pelas instituições financeiras”, afirma o secretário de Saúde, João Rufino. “Além disso, temos funcionários e diretores preparados para dar todas as orientações e esclarecer as dúvidas dos bancários”, ASSOCIE-SE E ESTIMULE SEUS COLEGAS A FAZER O MESMO ressalta Fa-

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s bancários formam uma das categorias mais fortes e organizadas do Brasil. São, por exemplo, os únicos trabalhadores no país que têm uma convenção coletiva nacional que garante os mesmos direitos para todos os funcionários dos bancos, do Oiapoque ao Chuí. Além disso, os bancários têm mais direitos que os demais trabalhadores e suas conquistas, como a PLR e os auxílios refeição e alimentação, são referência para os demais sindicatos. Tudo isso não caiu do céu. Cada conquista foi arrancada dos bancos com muita luta, organização e greves. Para tanto, os bancários tiveram de construir um movimento sindical forte e atuante. “Nosso Sindicato é referência para outras categorias. Trabalhamos unidos, em todo o Brasil, para fazer o enfrentamento com os bancos, defendendo os direitos dos bancários e ampliando as nossas conquistas”, explica a presidenta do Sindicato de Pernambuco, Jaqueline Mello. Para fortalecer cada vez mais a categoria, o Sindicato precisa de você. Sindicalize-se e ajude a construir novas páginas dessa história. Se você ainda não é sindicalizado, procure um dos diretores do Sindicato ou ligue para (81) 3316-4233. “Quanto mais sócios o Sindicato tiver, mais forte a categoria será”, afirma o secretário de Administração, Epaminondas Neto.

biano Félix, secretário-geral do Sindicato. “E o ano todo mantemos negociações permanentes com os bancos para resolver problemas pontuais ou garantir as reivindicações específicas de cada banco”, explica Fabiano. Arte, lazer e diversão – O Sindicato também promove uma série de eventos culturais e esportivos, além de manter uma extensa lista de convênios com faculdades, escolas, pousadas, clínicas de medicina e odontologia, entre outros. “E estamos ampliando os convênios para aumentar cada vez mais as opções de estabelecimentos que oferecem descontos especiais aos bancários sindicalizados”, afirma a secretária de Finanças, Suzineide Rodrigues. Além disso, o bancário sindicalizado recebe quinzenalmente o jornal com todas as informações da categoria, uma revista mensal e jornais específicos por banco. “E este ano, para comemorarmos as oito décadas do Sindicato, estamos ampliando os nossos canais de comunicação. Começamos com esta revista e mais novidades vêm por aí”, explica Anabele Silva, secretária de Comunicação. Para manter todo esse aparato e ainda oferecer os mais variados serviços, o Sindicato conta com você. Por isso, associe-se e estimule seus colegas a fazer o mesmo.

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Esporte Lazer

Diversão e prazer sobre duas rodas

Foto: Eurico França - Corujaqueira

Depois de um dia estressante de trabalho que tal deixar o carro em casa, pegar a bicicleta e dar uma voltinha? Essa é a proposta de diversos grupos de ciclistas que se reúnem em vários pontos da Grande Recife

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Esporte Lazer

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ara muita gente, que passa o dia no trabalho, a noite é o único momento em que dá para relaxar e fugir da rotina. Com as ruas menos movimentadas e sem o calor escaldante, dar pedaladas noturnas numa bicicleta virou uma excelente alternativa para arejar a cabeça, além de contribuir para colocar o corpo em forma. Grupos noturnos de ciclistas existem em quase toda grande cidade do país e a maioria tem dias fixos na semana para encontros. Em Recife, por exemplo, há grupos de pedaladas noturnas quase todos os dias em alguma região. Entre os mais conhecidos está o Pedala Recife!, promovido pelo grupo Corujaqueira, que sai todas as terças-feiras, às 21 horas, do Parque da Jaqueira, Zona Norte da capital pernambucana. O grupo percorre entre 25 e 40 quilômetros pelas ruas e avenidas do Recife e cidades vizinhas. Com um ritmo tranquilo, pedalando a mais ou menos 20 quilômetros por hora, o passeio atrai um grande número de participantes e já se consolidou como ponto de encontro de ciclistas de várias idades. Em Olinda, com ritmo e percurso mais intensos, os ciclistas se reúnem às segundas-feiras na praça 13 de Março, em Bairro Novo. Para os que já estão em um estágio mais avançado de condicionamento físico, no mesmo local, às quartas-feiras, sai um outro grupo que pedala bem mais forte. O mesmo ocorre às quintas-feiras com integrantes do Cojuraqueira, e do Ciclo Adventure, que saem às 20 horas do bar Fiteiro, no Parnamirim. A última sexta-feira de cada mês é reservada à “Bicicletada”, um movimento onde ciclistas se juntam para reivindicar seu espaço nas ruas. Os principais objetivos são divulgar a bicicleta, criar condições favoráveis para o uso deste veículo e chamar a atenção da população para este meio de transporte ecológico e sustentável. O grupo se concentra às 18 horas, na praça do Derby,

no Recife. Depois de uma semana cheia de opções de pedaladas noturnas, os ciclistas de plantão podem aproveitar as manhãs de domingo para fazer um turismo ecológico e cultural sobre duas rodas. O pessoal do APS - Amigos para Sempre promove atividades dominicais a partir da 7h30 da manhã, com saída no Parque da Jaqueira. O último domingo do mês, entretanto, é reservado para uma atividade mais puxada. Segurança - Agora, seja qual for o seu nível de condicionamento, o dia da semana, o horário ou o trajeto que você vai percorrer, a segurança deve vir sempre em primeiro Em Recife, lugar. O ciclista deve usar os há grupos de equipamentos de segurança pedaladas obrigatórios (capacete, refle- noturnas quase tores e luz traseira). Já a bi- todos os dias cicleta, deve estar revisada, voltados para com boas condições de uso, ciclistas de todas as idades e com pneus calibrados. Além disso, o ciclista deve fazer de tudo para ver e ficar mais visível no trânsito. Para isso, vale à pena colocar adesivos refletivos extras na bicicleta e no capacete. Essas fitas aumentam consideravelmente a visibilidade. É aconselhável, também, que antes de começar a pedalar o ciclista faça uma visita a seu médico para ter certeza de que está com boa saúde e em condições físicas para realizar a atividade. Seguir as leis de trânsito é outra regra que deve observada pelo ciclista.

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Um país de bicicletas A bicicleta chegou ao Brasil, vinda da Europa, em 1898. Entretanto, foi somente em 1948 que as bicicletas começaram a ser fabricadas no país. Atualmente, segundo dados da Abraciclo (Associação Brasileira de Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), o Brasil é o 3º maior fabricante de bicicletas do mundo, com uma média de 5,8 milhões de unidades produzidas por ano, atrás apenas da China e da Índia, países que concentram 76% da produção mundial. Além disso, o Brasil é o 5º maior mercado consumidor de bicicletas do mundo, com uma frota de 65 milhões de unidades nas ruas. Para saber mais sobre o mundo em duas rodas visite o www.pedalandoeolhando.blogspot.com ou www.euvoudebike.com. REVISTA DOS BANCÁRIOS 15


Turismo Conheça Pernambuco

PRAIA DO PAIVA

Linda e aqui do lado

U

ma das praias mais desertas e bucólicas de Pernambuco, por incrível que pareça, fica a dez minutos de Recife. A Praia do Paiva, que pertence ao município de Cabo de Santo Agostinho, é ideal para quem quer sossego, mas não quer ficar horas dentro do carro. Com a inauguração da Ponte do Paiva, que tem início no bairro de Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, a distância ficou ainda menor. A bela praia é cercada por coqueirais, seu mar é

DOS

Revista Bancários Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco Redação: Av. Manoel Borba, 564 - Boa Vista, Recife/PE - CEP 50070-00 Fone: 3316.4233 / 3316.4221 Correio eletrônico: imprensa@bancariospe.org.br Sítio na rede: www.bancariospe.org.br Presidenta: Jaqueline Mello Secretária de Comunicação: Anabele Silva Jornalista responsável: Fábio Jammal Makhoul Conselho editorial: Anabele Silva, Geraldo Times, Tereza Souza e Jaqueline Mello Redação: Fábio Jammal, Fabiana Coelho e Wellington Correia Projeto visual e diagramação: Libório Melo Foto da capa: Ivaldo Bezerra Impressão: AGN Gráfica Tiragem: 10.000 exemplares

azul e as areias bem claras. Na maré baixa, os arrecifes formam pequenas piscinas naturais, compondo um cenário deslumbrante e de sossego total – nem parece que estamos na região metropolitana da capital. A praia do Paiva não possui nenhum tipo de estrutura turística e é ideal para quem quer desfrutar a natureza, que ainda preserva a vegetação nativa de Mata Atlântica. Além das trilhas ecológicas, o turista ainda pode visitar as ruínas da Igreja de São Gonçalo, localizada nas imediações. Na praia do Paiva ainda acontece uma das maiores manifestações culturais de Pernambuco: a Festa das Lavadeiras, evento que ocorre em maio, desde 1987. Visite antes que acabe – A paisagem tranquila e bucólica da Praia do Paiva já começa a ser ameaçada pelos condomínios de luxo que tomaram conta do local. Por enquanto, a praia continua preservada, mas é bom correr para conhecer o local e torcer para que a “força da grana”, como diria Caetano, não destrua esta beleza que é de todos. COMO CHEGAR De Recife, vá até o bairro de Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, e pegue a Ponte do Paiva (com pedágio), que te deixará na praia.

REVISTA DOS BANCÁRIOS 16


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