Revista dos Bancários 20 - jul. 2012

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Revista Bancários Publicada pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco

Ano II - Nº 20 - Julho de 2012

Leia as matérias completas em www.bancariospe.org.br

Que futuro queremos? Enquanto governantes do mundo inteiro debatiam, sem muita vontade, o futuro do planeta na Rio+20, a sociedade organizada realizava um evento paralelo chamado de Cúpula dos Povos, que expôs os problemas do atual sistema político, econômico e social e exigiu mudanças urgentes

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Editorial

Ecologia para além dos chavões Hoje em dia, falar de ecologia, meio-ambiente e sustentabilidade é moda. Todo mundo fala disso. Tantas vezes que o assunto acaba perdendo a importância, virando chavão. E a verdade é que, na maioria das vezes, o assunto não passa mesmo de frase de efeito ou propaganda de uma pretensa e inexistente responsabilidade social. Falar de sustentabilidade não é apenas falar sobre as plantas, as águas, o lixo... É falar da vida e, consequentemente, do ser humano. De que serve fazer uma propaganda sobre reciclagem e submeter os homens a jornadas incansáveis, em um ambiente de trabalho tenso e exposto à insegurança? De que serve alardear responsabilidade social e manter Falar de juros altíssimos, impedindo aos sustentabilidade pequenos empreendedores e não é apenas falar agricultores o acesso ao crédito? sobre as plantas, Ver os bancos falarem de amos animais, as bientalismo é algo como ver as águas, o lixo... É grandes lojas vendendo camisas falar da vida e, com fotos de Che Guevara. No consequentemente, sistema em que vivemos, as do ser humano ideias viram produtos de mer-

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cado. Portanto, para falar de sustentabilidade sem demagogia, é preciso falar sob uma outra lógica. Uma lógica em que a agricultura familiar, que produz alimentos diversificados, tenha prioridade sobre o agronegócio, com seus latifúndios e monocultivos para exportação. Em que o respeito às pessoas esteja acima dos grandes empreendimentos e o desenvolvimento social e ambiental jamais sejam atropelados pelo desenvolvimento econômico. Uma lógica em que a vida não se torne mercadoria. Sobre isto falaram os movimentos sociais, de várias partes do mundo, na Cúpula dos Povos. Sobre isto falam também os bancários que trabalham nos municípios próximos à Suape: deste desenvolvimento que atropela porque esquece do ser humano. Sobre isto fala a Revista dos Bancários este mês: um sistema que mercantiliza a vida e as pequenas sementes que germinam entre pedras.

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Índice Cúpula dos Povos e o futuro do planeta

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Nova diretoria do Sindicato toma posse

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Suape: a difícil rotina dos bancários

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Campanha Nacional dos Bancários

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Entrevista: Martin Almada

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Dicas de Lazer e Cultura

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Bancário artista

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Conheça Pernambuco

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Opinião

Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco

Presidenta: Jaqueline Mello Secretária de Comunicação: Anabele Silva Jornalista responsável: Fábio Jammal Makhoul Conselho editorial: Jaqueline Mello, Anabele Silva, Geraldo Times e João Rufino Redação: Fabiana Coelho e Fábio Jammal Makhoul Projeto visual e diagramação: Libório Melo Capa: Marcello Casal - AgBR Impressão: NGE Gráfica Tiragem: 11.000 exemplares


Cúpula dos Povos

FOTOS: Marcello Casal - AgBR

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V A vida não está à venda! Movimentos sociais expõem as fraturas de um sistema que mercantiliza a natureza e a vida

inte anos passados desde a última conferência realizada sobre meio-ambiente, a Rio-92, não se deu um passo adiante no documento produzido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e chefes de estado. O texto que surge na Rio+20, realizado no mês passado, fala de erradicação da pobreza, do combate às desigualdades, da integração dos aspectos sociais, econômicos e ambientais. Mas não há propostas concretas, metas ou prazos. Não há um fundo para financiamento de projetos, que ficam à mercê de investimentos daqueles que mais poluem: a iniciativa privada e o mercado financeiro. Muitos pontos que estavam no documento que deveria ser a base da proposta final foram retirados. É o caso da menção aos direitos das mulheres à sexualidade, excluído por pressão do Vaticano. Ou da criação de um fundo, de 30 bilhões de dólares, para a preservação do meio-ambiente e erradicação da pobreza, retirado do rascunho. Vale ressaltar que, uma semana antes da conferência ambiental, REVISTA DOS BANCÁRIOS 3


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Cúpula dos Povos

Quase Quase 22 mil mil indígenas indígenas se se reuniram reuniram na na Cúpula Cúpula dos dos Povos Povos para para exigir exigir seus seus direitos direitos

uma reunião do G-20 no México aprovara a liberação de 456 bilhões de dólares para salvar os bancos europeus. Mas não há que se dizer que tudo foi um fracasso. Se, da parte das grandes potências, os resultados foram pífios, o mesmo não pode ser dito dos movimentos sociais. Renato Filho é Tupiniquim, integrante da Apoinme (Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo). Ele foi uma das 140 lideranças indígenas que saíram de Pernambuco para se juntar aos outros 1.800 que se reuniram na Cúpula dos Povos, no Rio de Janeiro. Para ele, a atividade foi um momento muito importante para unificar os movimentos sociais. “Não se pode falar em sustentabilidade sem discutir a posse de terra.

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Não dá pra falar em sustentabilidade com um governo que massacra os povos indígenas em nome de um desenvolvimento no qual os grandes empreendimentos valem mais que os direitos dos povos”, diz. Contraponto Durante uma semana, 14 mil ativistas se concentraram no Aterro do Flamengo, em um gigantesco contraponto às atividades da ONU. Foram 7 mil organizações não governamentais: mulheres, indígenas, camponeses e sem-terra, quilombolas, grupos de direitos urbanos, movimento sindical. Entre todos eles, um ponto em comum: o modelo de desenvolvimento existente não serve para o ser humano nem para o planeta. E a economia verde nada mais é que uma estratégia de manu-

tenção deste sistema. “O que nós trazemos é a vontade e o desejo de discutir um novo modelo de desenvolvimento que inclua o trabalho doméstico e de cuidados, que incorpore e reconheça a grande contribuição das mulheres e para a economia. Não aceitamos mais a mercantilização das nossas vidas e do nosso corpo. O que vemos atualmente é um sistema de acumulação de lucros a serviço dos grandes capitais e isso não nos interessa”, afirma a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT em Pernambuco, Madalena Silva. A grande marcha da Cúpula dos Povos foi o ponto culminante das mais de mil atividades realizadas nas tendas e demais espaços do aterro do Flamengo. No dia 20 de junho, 80 mil pessoas ocuparam as


Capa ruas do Rio de Janeiro. O Sindicato “Foi muito dos Bancários emocionante de Pernambuco ver os moviparticipou da mentos soCúpula dos ciais de toda Povos e cobrou a América a realização da Latina juntos, Conferência debatendo e Nacional sobre construindo o Sistema p r o p o s t a s . Financeiro Algo semelhante ou até maior que o Fórum Social Mundial. Um momento especial da marcha foi a chegada dos povos indígenas, quando quase dois mil deles chegaram dançando o toré, entoando seus cânticos e abraçando um imenso tronco de madeira”, relata Marcos Paulo Lima, que foi à Cúpula representando a Juventude do PT.

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Isso nos atinge Enquanto milhares de pessoas marchavam no Rio de Janeiro, em vários estados

a sociedade civil organizava atos para mostrar sua visão de sustentabilidade. Em Pernambuco, dezenas de movimentos, fóruns e articulações se encontraram no Pátio do Carmo e seguiram pela Avenida Guararapes. Com o tema “Rio+20, isso nos atinge”, eles denunciaram o modelo vigente de desenvolvimento e lançaram suas propostas. O Sindicato dos Bancários estava lá. Para o secretário de Bancos Privados, Geraldo Times, falar de sustentabilidade é, também, falar de emprego decente e proteção social. “Os bancos, por exemplo, adoram se vangloriar, como meio de propaganda, de seus projetos ambientais. No entanto, esses projetos não valem nada se não estiverem relacionados a uma política de redução de juros e de concessão de empréstimos”, afirma. Para os bancários, uma das prioridades é a realização da Conferência Nacional sobre o Sistema Financeiro, que regulamente e garanta responsabilidades sociais para o setor. Também é proposta dos bancários e do movimento sindical

Cúpula dos Povos a criação do chamado Imposto Robin Hood. Trata-se do ITF (Imposto sobre Transações Financeiras), cujos recursos seriam utilizados no financiamento do bem comum, da qualidade de vida e da proteção do meio ambiente. Para a secretária da Mulher do Sindicato, Sandra Trajano, o ato em Pernambuco também foi importante para denunciar questões específicas do estado, que são algumas das faces do atual modelo de desenvolvimento. “Nosso estado aposta em mega-projetos, como a Transposição do Rio São Francisco, que não resolvem o problema da distribuição da água. Prefere investir em grandes empreendimentos a apostar na utilização de energias renováveis. Há, inclusive, um projeto de Usina Nuclear”, denuncia Sandra. Para ela, se os chefes de estado não demonstram preocupação com o planeta, os movimentos sociais estão fazendo sua parte. E, de sementinha em sementinha, ainda que o solo não seja tão fértil, algumas plantas brotam e deitam frutos.

Cúpula dos dos Povos Povos foi foi Cúpula um momento momento muito muito um importante para para unificar unificar importante os movimentos sociais os movimentos sociais

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Capa

Cúpula dos Povos

Joelma aprendeu uma forma diferente de cultivo e hoje é exemplo para outros agricultores

Uma semente que germina entre pedras A agricultura familiar e a agroecologia são algumas destas sementes que germinam entre pedras. De acordo com o Censo Agropecuário de 2006, a mesa dos brasileiros é abastecida com a produção da agricultura familiar: feijão, arroz, macaxeira, milho, leite, suínos, bovinos, verduras e legumes. O agronegócio, por sua vez, produz cana-de-açúcar e biocombustível; além de frutas para exportação. Mas, na hora de conseguir financiamentos, é este o principal beneficiado. A agricultura familiar é, também, quem mais emprega no meio rural. Noventa por cento dos estabelecimentos agrícolas de Pernambuco são ocupados pelas famílias agricultoras. No entanto, eles utilizam menos da metade do total de terras do estado e a maioria das propriedades tem menos de 10 hectares. Por conta destas dificuldades, muitas famílias deixaram o campo. Outros se renderam ao agronegócio e passaram a

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trabalhar na cana. Alguns se encheram de dívidas para ter acesso às tecnologias modernas e aos agrotóxicos. Mas aos poucos, e graças à atuação de entidades como o Centro Sabiá, que este mês completa 19 anos de criação, a cultura entre os agricultores começa a mudar. Joelma da Silva Pereira é um exemplo. Moradora da comunidade de Pedra Branca, em Cumaru, ela foi uma das vencedoras deste ano do Prêmio Vasconcelos Sobrinho, dado pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) às personalidades que se sobressaíram na defesa do meio-ambiente. Antes de receber sua cisterna, em 2004, ela plantava milho e feijão. Depois da colheita, desmatava tudo. E botava veneno pra matar as pragas. Com o apoio do Centro Sabiá, ela passou a conhecer uma forma diferente de cultivo. “Hoje eu planto de tudo um pouco: pra comer, pra alimentar os animais, pra vender. Faço

viveiros de mudas e não preciso usar veneno”, conta. A mudança na plantação ajudou a mudar, também, a alimentação. “Ainda tem uma coisa ou outra que a gente compra no supermercado. Mas boa parte de nossas refeições vem daquilo que a gente planta e cria: grãos, ovos, hortaliças, carne. E descobrimos algumas novidades: a palma, por exemplo, que além de ser excelente fonte de vitamina A e proteína, é um alimento delicioso”, diz Joelma. Aquilo que a família não consome é vendido diretamente para a comunidade do entorno e na feira livre da cidade. Todo este ensinamento, a agricultora procura repassar para os demais, seja em programas de rádio ou em conversa com os agricultores no sindicato rural em que atua. “E vejo que muita gente já começa a perceber as vantagens da agroecologia e a mudar sua forma de fazer o cultivo”, afirma.


Organização

Sindicato

Sob nova direção Diretoria do Sindicato toma posse e reafirma compromissos para avançar, cada vez mais, na luta e organização dos bancários

A nova direção mescla experiência com renovação. “Boa parte dos dirigentes que compuseram a última diretoria continuam, mas outra parte é composta por pessoas que nunca estiveram no Sindicato e agora chegam aqui com garra e vontade para inovar ainda mais na gestão da entidade”, explica. Segundo Jaqueline, além de investir nos avanços administrativos do Sindicato, a diretoria reeleita continuará com as atividades de mobilização permanente e com as negociações locais e nacionais com os bancos para avançar cada vez mais nas conquistas dos bancários. “Desde que assumimos o Sindicato, há dois anos e meio, temos conseguido grandes avanços para os bancários. E vamos continuar esta luta, pois ainda temos muito a conquistar”, afirma.

Conheça a nova direção do Sindicato, o balanço da primeira gestão e os compromissos para o segundo mandato em www. bancariospe.org.br. Festa Depois da posse solene, o Sindicato está preparando uma grande festa para marcar o início da nova gestão. A chamada posse festiva será realizada no dia 27 de julho, às 21h, no Club Líbano Brasileiro (Av. Engenheiro Antônio de Góes, 62, Pina). “Convidamos todos os bancários e bancárias para comemorarem conosco o início do novo mandato. Estamos preparando uma programação especial e a presença de cada um é importante para nós”, finaliza Jaqueline. Ivaldo bezerra

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nova diretoria do Sindicato dos Bancários de Pernambuco tomou posse oficialmente no dia 4 de julho para cumprir um mandato de três anos. Reeleita em maio com cerca de 84% dos votos, a direção assume a entidade com o principal compromisso de continuar as mudanças implementadas no primeiro mandato. Para a presidenta reeleita, Jaqueline Mello, a expressiva votação obtida entre os bancários na eleição coroa e consagra uma gestão inovadora, mas também aumenta a responsabilidade para o segundo mandato que está começando. “Vamos continuar com as mudanças que o Sindicato precisa e fazer uma nova gestão ainda melhor do que a primeira”, diz Jaqueline.

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Trabalho

Qualidade de vida

A dura vida dos bancários nas agências que circundam Suape. O desenvolvimento da região multiplicou o trabalho, porque os bancos não se prepararam para a nova demanda de clientes

Ivaldo bezerra

O lado amarg desenvolvime

B n c E C C B

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ntônio é bancário e trabalha em uma agência de banco privado no município de Ipojuca. Todo dia, ele acorda bem cedo, porque mora no Recife e precisa enfrentar 43 quilômetros, de trânsito lento, até o local de trabalho. Mas a viagem de ida não é tão cansativa quanto a de volta, quando ele traz na bagagem um dia inteiro de agência lotada, filas intermináveis, confusão e bate-boca com os clientes inconformados com o tratamento prestado pelo banco. Em dias de pagamento, Antônio sequer almoça. Come qualquer coisa na agência pra enganar a fome. Desde que o tal “desenvolvimento” chegou a Suape, ele viu sua vida se transformar em um inferno. Ele e muitos outros bancários. Antônio é um personagem fictício. Com excesso de trabalho, os empregados de bancos privados, sobretudo nas áreas que circundam Suape, mal conseguem atender o telefone. Quando conseguem, sob pres-

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são dos bancos, se recusam a dar entrevistas com medo de possíveis retaliações. Mas a realidade vivida por Antônio não é difícil de se perceber a partir dos testemunhos dos diretores do Sindicato que visitam constantemente aquela área: Luiz Henrique e Onésimo Reinaux. Segundo Henrique, existe, no Cabo de Santo Agostinho, uma agência do Itaú; uma do Bradesco; uma da Caixa; duas do Banco do Brasil e três do Santander. “A demanda cresceu e a estrutura dos bancos não acompanhou, assim como toda a estrutura das cidades que cercam Suape. Faltam funcionários e condições mínimas de atendimento nas agências: o espaço é pequeno e a segurança é precária”, diz. As informações de Henrique são corroboradas pelo bancário João Batista, do Banco


go do ento

Bancos lotados: agências no entorno de Suape sofrem com a falta de estrutura. Em sentido horário, agência Caixa Jaboatão, Bradesco Cabo, Santander Cabo e Banco do Brasil Cabo

do Brasil do Cabo. Bancário há oito anos, ele está na agência do Cabo pela segunda vez. Ou seja, acompanhou duas fases diferentes da unidade: em 2006-2008, quando o movimento em Suape estava começando; e agora, quando o volume de trabalho se multiplica a cada dia. “Nos bancos públicos, a situação é menos ruim porque não fazemos pagamento de salários dos funcionários das empresas. Mas

marcos paulo lima

Trabalho

o volume de trabalho é bem grande”, diz. Em apenas um ano, a agência de João Batista abriu cerca de 5 mil novas contas. Levando-se em conta que algumas tenham sido fechadas, há no mínimo 3 mil contas a mais para gerenciar. Isso sem falar nas pessoas jurídicas. Para abarcar a demanda, o banco contratou, no ano passado, três funcionários. E inaugurou uma agência em Ponte dos Carvalhos. “Mesmo assim,

Qualidade de vida

há dias em que não consigo almoçar antes das 14 horas”, conta o trabalhador. Se a situação é feia para João Batista, é pior para os bancários da rede privada. “Em dia de pagamento, o bicho pega. As filas se estendem pelo lado de fora da agência. E às vezes o pessoal precisa chamar a polícia para pôr ordem no local. Os clientes vão entrando de dez em dez e os demais ficam fora, no estacionamento ou nas calçadas, expostos à chuva, ao calor, à insegurança”, conta Luís Henrique. Ele diz que, às sete horas da manhã, as filas já são grandes na frente das agências. Mais tarde, elas dão a volta no quarteirão. “Têm empregados que vêm de outros estados para trabalhar em Suape. Muitos são pessoas simples, que não sabem acessar o auto-atendimento”, diz o dirigente. Segundo ele, o Santander abriu duas agências novas, mas uma delas, no Shopping Costa Dourada, é voltada exclusivamente para um público de classes mais altas. E o movimento continua concentrado na agência antiga, sobretudo para pagamento de salários. Em Ipojuca, a situação não é diferente. “Tem dias em que a gente mal consegue entrar nas agências, sobretudo do Itaú e do Santander. É comum o gerente operacional trabalhar na bateria de caixas. No Bradesco, fizeram uma reforma e ampliaram o espaço físico. Mas a agência continua lotada e o número de empregados é o mesmo”, conta o diretor do Sindicato Reinaux. REVISTA DOS BANCÁRIOS 9


Campanha Nacional

Recomeça a luta Os bancários do Brasil inteiro estão concluindo os preparativos para a Campanha Nacional deste ano. Até o final de julho, a pauta de reivindicações estará fechada e pronta para ser entregue aos bancos. Negociações e mobilizações começam em agosto

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omeçaram os preparativos para a Campanha Nacional dos Bancários 2012. Até o final deste mês, a pauta de reivindicações será fechada e estará pronta para ser entregue aos bancos. Aumento real de salário, PLR maior, fim do assédio moral e das metas abusivas, igualdade de oportunidades, entre outros assuntos, farão parte da minuta, que está sendo debatida nos encontros estaduais e nos congressos regionais. O texto final será fechado entre os dias 20 e 22 de julho na Conferência Nacional dos Bancários, que este ano será realizada em Curitiba. De acordo com a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, mais uma vez a mobilização dos bancários será fundamental para garantir uma Campanha vitoriosa, com o fechamento de um acordo que contemple as reivindicações dos trabalhadores. “Os bancários são exemplo de organização para os demais trabalhadores do Brasil. Estamos construindo uma pauta de reivindicações democrática e partici-

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pativa, que contempla os principais anseios da categoria. Mas, vale lembrar, que todas as nossas conquistas foram garantidas com muita luta e mobilização. E este ano não será diferente, temos de mostrar aos bancos que estamos organizados e prontos para a luta. Só assim vamos conseguir os avanços que queremos nas mesas de negociação”, afirma Jaqueline, lembrando que desde o começo deste ano o Sindicato está realizando atividades cotidianas de mobilização permanente. “Chegamos à Campanha Nacional com a mobilização em alta. Agora, só precisamos manter o ritmo e ir à luta”, completa.. A pauta de reivindicações A construção da pauta de reivindicações começou em meados de junho, quando o Sindicato realizou uma consulta com os bancários para verificar os principais anseios da categoria. O segundo passo foi dado no dia 30 de junho, com a realização do Encontro Estadual dos Bancários de Pernambuco. “Fizemos um grande debate no Encontro e definimos as reivindicações que vamos levar para a Conferência Regional do Nordeste, que será realizada de 13 a 15 de julho, em Fortaleza. Lá, vamos afunilar as discussões e definir a pauta que defenderemos na Conferência Nacional, quando a minuta com as reivindicações será fechada, num debate que reunirá centenas de bancários do Brasil inteiro”, conta Jaqueline. O texto final da pauta fechado na Conferência Nacional ainda será submetido aos bancários, em assembleia, para homologação. Em seguida, a minuta com as reivindicações será entregue aos bancos, provavelmente na primeira quinzena de agosto. “Aí começa a luta de verdade. O Sindicato está preparando uma série de atividades de mobilização e pressão, que incluem passeatas, paralisações, teatros na rua e manifestações nas agências e departamentos dos bancos. As negociações devem começar em meados de agosto e esperamos seriedade das instituições financeiras


Cidadania

nas discussões. Não há desculpas para que nossa pauta não seja atendida, já que a lucratividade dos bancos continua altíssima e isso se deve, também, ao trabalho dos bancários, que precisam ser valorizados”, afirma Jaqueline. Estratégia Durante o Encontro Estadual, os bancários debateram também as estratégias

para a Campanha Nacional deste ano. Segundo Jaqueline, mais uma vez a categoria vai apostar na unidade entre os funcionários dos bancos públicos e privados para construir uma campanha vitoriosa. “Esta estratégia que adotamos em 2004 já está consolidada. Neste período, tivemos aumento real de salários em todas as campanhas, melhoramos a nossa PLR

Direitos Urbanos

e incorporamos novas conquistas”, disse Jaqueline. Pela estratégia da unidade, os bancários de todos os bancos vão lutar pela mesma pauta de reivindicações que será negociada na mesa da Fenaban. As questões específicas de cada banco deverão ser negociadas em paralelo, nas mesas que o Comando Nacional dos Bancários manterá com as empresas.

Ivaldo bezerra

Por que Campanha Nacional? Pernambuco aposta na unidade para uma campanha vitoriosa, explica Jaqueline

Os bancários mais novos talvez ainda se perguntem por que a categoria chama sua campanha salarial de Campanha Nacional. Essa mudança de nomenclatura foi feita em 2005, quando os trabalhadores mudaram sua estratégia e unificaram a campanha, juntando os funcionários de bancos públicos e privados, que até então negociavam separadamente. Além de unificar a Campanha, os bancários passaram também

a dar muito mais ênfase para as reivindicações que não tratam apenas da parte financeira, como o reajuste salarial, a participação nos lucros e resultados e os vales alimentação e refeição. “Quer dizer que as reivindicações sociais, de saúde, de condições de trabalho, de igualdade de oportunidades, por exemplo, são tão importantes quantos as cláusulas econômicas”, diz a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello. REVISTA DOS BANCÁRIOS 11


Entrevista

Martin Almada

A nova face da Operação Condor

O

recente golpe que destituiu Fernando Lugo da presidência do Paraguai revela a atualidade da Operação Condor, considerada a maior ação articulada de terrorismo de estado já imposta ao povo latino-americano. A avaliação é do paraguaio Martin Almada, o mais importante ativista dos direitos humanos do seu país. Prêmio Nobel da Paz alternativo, foi Almada quem descobriu, no Paraguai, na década de 90, o chamado “arquivo do terror”, que contém os principais registros conhecidos da Operação Condor, a articulação dos aparelhos repressivos do Brasil, Chile, Argentina, Paraguai e Uruguai que, a partir da década de 1960, sob a coordenação dos Estados Unidos, garantiu o extermínio das forças resistentes à implantação de um modelo econômico favorável aos interesses das oligarquias locais e das multinacionais que elas representam. O ativista esteve no Brasíl, no início de julho, para participar de um seminário sobre a Operação, promovido pela Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça da Câmara. E deu a seguinte entrevista para a jornalista Najla Passos, da agência Carta Maior.

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Entrevista Como se deu a articulação do golpe que destitui Fernando Lugo da presidência do Paraguai? Foi uma trama muito bem montada pela direita paraguaia. E quando digo direita paraguaia, me refiro à oligarquia Vicuna, aos grandes fazendeiros, me refiro aos donos da terra, os plantadores de soja transgênica, me refiro às multinacionais, como a Cargil e a Monsanto, e também aos partidos tradicionais ligados a essas oligarquias. É um caso muito particular de golpe. Mas é possível compará-lo, por exemplo, com o golpe que ocorreu em Honduras? Ao contrário do que muitos dizem, não se pode comparar. Foram golpes completamente diferentes. Em Honduras, o exército norte-americano interviu, junto com as tropas hondurenhas. A embaixada americana teve uma atuação clara. O presidente caiu em sua cama. No Paraguai, tudo foi articulado via parlamento, que é a instituição mais corrupta do país. No fundo, é claro, sem aparecer, também estava a embaixada americana. Mas sua participação se deu através das organizações não governamentais (ONGs) e dos órgãos de inteligência. Normalmente, um golpe de estado, como ocorreu em Honduras, se dá com tiroteio, bomba, pólvora, morte. No Paraguai, não houve tiroteio, não houve pólvora. O que rolou foi muito dinheiro, muitos dólares. E como se comportou a imprensa paraguaia? Os meios de comunicação estavam todos a serviço do golpe. É por isso que digo que foi um golpe perfeito: quando o presidente golpista assumiu, se cantou o hino nacional com uma orquestra. E uma orquestra de câmara. Foi um golpe planificado com muita antecipação. E onde estava o povo, os movimentos organizados que não saíram às ruas?

O presidente Lugo cometeu muitos erros. Primeiro, quando ocorreu a morte de sete policiais e onze camponeses, eu penso, como defensor dos direitos humanos, que tanto a polícia quanto os camponeses eram inocentes. Aquele conflito foi uma trama. Os policiais usavam colete à prova de balas, mas os tiros ultrapassaram estes coletes. E nós sabemos que as armas usadas pelos camponeses são muito artesanais. Não teriam essa capacidade. O que nós imaginamos é que haviam infiltrados com armas muito potentes. E Lugo, após o conflito, fez uma declaração péssima: condenou os camponeses e prestou condolências aos familiares dos policiais. Isso caiu muito mal. Segundo, Lugo firmou uma lei repressiva, uma lei de tolerância zero. Outro erro de Lugo foi firmar acordo com a Colômbia para assessorar a polícia paraguaia. Para tentar se manter no poder, ele fez concessões à direita que o desgastaram com as classes populares. É isso? Exatamente. Então, no momento do golpe, o povo não saiu às ruas. Na verdade, foram dois motivos. Primeiro, a frustração, a indignação e o desencanto com Lugo. Segundo, no Paraguai, as pessoas com mais de 40 anos têm muito medo. Porque nós não vivemos 20 anos de ditadura. Nós vivemos 60. Então, só os jovens saíram às ruas. Aliás sempre, no Paraguai, as manifestações de ruas são protagonizadas por jovens, que tem uma coragem admirável. Como o senhor avalia a posição dos demais países do Mercosul e da Unasul de condenarem o golpe? Este golpe foi um golpe ao Mercosul, um golpe à Unasul, porque Lugo tinha boas relações com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, com o presidente da Bolívia, Evo Morales... e isso desagradava. Lugo, com todos os seus defeitos, melhorou a saúde do povo, melhorou a educação, deu alimentação nas escolas, comida, merenda.

Martin Almada

Nem tudo estava mal. Mas ao invés de premiar Lugo, o castigaram. É por isso que acreditamos Este golpe foi que foi um golpe à um golpe ao unidade regional. Mercosul. Uma Uma conspiração conspiração contra a unidade da região, contra a contra a unidade pátria grande com da região, contra a pátria grande que sonhou Martin Bolívar para todos com que sonhou Martin Bolívar os latinoamericapara todos os nos. Isso atenta latinoamericanos contra todos. Pode ocorrer, amanhã, aqui, na Argentina... na Bolívia tentam um golpe de estado, no Equador também.

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Então, como na Operação Condor, é uma ameaça a toda a América Latina? O golpe no Paraguai é a Condor se revelando. É prova que a Condor está se revelando com outro método. Uma Condor mais moderna, mais suave e mais parlamentar. E como o campo progressista pode reagir? É possível identificar três fases desta Operação. A primeira, que começou aqui no Brasil, em 1964, com a queda do presidente João Goulart, era uma Condor bilateral: Brasil-Argentina, Brasil-Paraguai, Brasil-Uruguai. A segunda, em 1975, já era uma Condor multilateral, com um acordo ratificado entre as ditaduras dos cinco países. Agora, a Condor é global. Depois dos eventos de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, se revelou que havia centros clandestinos de tortura americanos até na Europa. Portanto, há uma Condor global. E nós temos que entender o que é a Operação Condor, como ela funciona, quem a dirige... porque quem dirige a Condor é também quem dirige a Organização das Nações Unidas, o Pentágono, a máfia das drogas... REVISTA DOS BANCÁRIOS 13


Lazer e Cultura Dicas FUTEBOL

Preparem os times

Atenção, desportistas: vem aí o 14º Campeonato de Futebol dos Bancários de Pernambuco. As equipes já podem se inscrever. O formulário está disponível no site do Sindicato (www.bancariospe. org.br). O campeonato acontece a partir do final do mês de agosto e as primeiras reuniões serão realizadas ainda este mês. No ano passado, foram catorze equipes inscritas. “Queremos escutar as sugestões e ideias das equipes inscritas para ver como aperfeiçoar e melhorar a nossa disputa”, diz o secretário de Cultura, Esporte e Lazer do Sindicato, Adeílton Filho, que é coordenador da atividade. O time do Itaú (foto) foi campeão, seguido pelo Bradesco e Apcef, que levaram as taças de prata e bronze, respectivamente.

Festival de Teatro para Crianças ‘Uma linguagem, várias formas’ é o tema do 9º Festival de Teatro para Crianças de Pernambuco. A programação acontece até o dia 28 de julho, aos sábados e domingos, sempre às 16h30, nos teatros de Santa Isabel (Centro do Recife), Marco Camarotti (Sesc Santo Amaro), Barreto Júnior (Pina) e Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu). Na programação, 13 espetáculos de Pernambuco, um da Bahia e um de São Paulo - um total de 15 espetáculos e 28 apresentações voltadas às crianças, durante as férias de julho. Também estão programadas oficinas e vivências para crianças e profissionais das artes cênicas. Ingressos a R$ 24 e R$ 12. Confira a programação em www.teatroparacrianca.com.br.

Música

RECOMENDADOS Os 3 do Agreste

Pra quem gosta de forró pé-de-serra, vale conferir o trabalho do grupo “Os 3 do Agreste”, com Cícero Lisboa, Izaías de Bonito e Van do Acordeón. Há composições próprias e de outros mestres do forró. Pedidos pelo número: (81) 9625.3129 ou 9967.4358.

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Floresta de xaxados

“Floresta de xaxados”, do pernambucano, de Arcoverde, Paulinho Leite, é boa pedida. Apesar do nome, o CD reúne ao xaxado outros ritmos, como o baião, xote e forró. Há participação especial de André Rio, Santana, Carlos Villela e Luciano Magno.


Cultura

Bancário Artista

Brincadeiras de versos e toadas “Relembrando o meu tempo de menino no Sertão eu corria vaquejada sem saber desenhava o meu destino toda vez que fazia uma toada minha infância de música e poesia brincadeira de verso e alegria hoje lembro com gosto de saudade passa o filme de tudo conquistado Eu vou dar um mergulho no passado pra rever o que fiz na mocidade”

C

omo o próprio poema revela, a música e a poesia fazem parte da vida de Henrique Brandão desde a infância. Nascido no povoado de Tauapiranga, ele chegou em Serra Talhada com 14 anos. E já carregava na bagagem sua primeira composição musical, escrita quando ele tinha apenas nove anos de idade. As influências vêm do pai que, embora nunca tenha exercido o ofício da música ou da poesia, enchia a casa com LPs de forró pé-de-serra, livretos de cordel ou fitas cassete com os repentes de João Furiba ou as declamações de Chico Pedrosa – grandes poetas populares do Nordeste. Desde cedo, Henrique compunha, escrevia poemas, recitava nas rodas de amigos, fazia toadas e aboios. Mas foi sua música quem primeiro se revelou para o mundo. São cerca de treze com-

Henrique Brandão posições, nove delas registradas no Clube dos Compositores do Brasil. No último mês de abril, ele foi um dos selecionados para participar do 2º Festival de Música do Cangaço. Sua música “O Trajeto do Rei” foi uma das vinte escolhidas entre mais de cem composições enviadas, do Brasil inteiro. Henrique tem, ainda, três músicas gravadas pelo cantor Aldeir Bezerra, de Petrolina; duas gravadas pelo grupo Arreio de Ouro; e uma pelo cantor de vaquejada Raniero, do município de Salgueiro. Somente no ano passado, Henrique Brandão decidiu mostrar também seu talento na poesia, toada e declamação. “Em Serra Talhada, a gente não tem tanto incentivo para os poetas e declamadores. Em 2011, aconteceu aqui o 1º Encontro de Escritores de Cordel do Pajeú. Foi quando eu conheci o pessoal de São João do Egito, Tuparetama e outras cidades com mais tradição na poesia. E eles passaram a me convidar para participar dos eventos”, conta o artista. Desde então, ele já participou duas vezes das chamadas Cestas de Cantoria em São José do Belmonte, atividade promovida pelo cantor Anchieta Dali nas primeiras sextas de cada mês. E, desde outubro do ano passado, passou a publicar seus poemas em um blog: poetahenriquebrandao.blogspot.com.br. São mais de 60 poemas, em apenas oito meses de blog. Também sua vida de bancário começou no ano passado. Trabalhador do Bradesco desde fevereiro de 2011, ele conta que sua profissão é, hoje, a prioridade. “Minha arte é uma terapia, uma ferramenta de distração. O banco e meu curso de administração são quem ditam minha agenda. Exerço minhas atividades de poeta ou de músico de acordo com minha disponibilidade de tempo”, diz Henrique. REVISTA DOS BANCÁRIOS 15


Turismo

Conheça Pernambuco

Casa grande do Engenho Catende é uma das atrações. No Engenho Seva (abaixo), uma cachoeira de cinco metros de altura chama a atenção

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ara falar da cidade de Moreno, há que começar pelos engenhos. Afinal, foi de um engenho que o município surgiu. Os mais de quatro séculos de domínio da cana-de-açúcar, deixaram marcas na sociedade, no meio ambiente e na cultura do lugar. São dezenas de engenhos, entre os quais aquele que deu origem à cidade: o Engenho Catende, antigo Engenho Nossa Senhora da Conceição. A casa grande fica no centro da cidade, que também oferece outros atrativos, como a Matriz de Nossa Senhora Conceição; o prédio da Prefeitura; a Estação Ferroviária; a antiga fábrica do Cotonifício Moreno e, por trás dela, a vila onde moraram seus antigos operários. O Engenho de Gurjaú de Cima existe desde o século XVI e ainda conserva sua casa grande – a mais antiga de Pernambuco. Outro que merece uma visita é o Engenho Moreno que existe desde o século XVII e conserva a Casa Grande, a capela,

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Moreno: engenhos e paisagens

ruínas da antiga fábrica e as moradias dos escravos. Já o Engenho Nossa Senhora Auxiliadora, que conserva a arquitetura do século XIX, oferece um atrativo a mais. Utilizando maquinaria original, a destilaria do lugar produz uma cachaça de cabeça de excelente qualidade. Paisagens Os atrativos históricos da cidade e de seus engenhos aliam-se à beleza das paisagens. Mais da metade do território municipal está contido em áreas de proteção de mananciais. No município, estão localizadas várias reservas ecológicas – algumas estaduais, outras particulares. O Engenho Seva, por exemplo, fica localizado entre serras. A Casa Grande ergue-se sobre meia encosta e, a ela, juntam-se a antiga destilaria e roda d’água. A propriedade guarda dezoito fontes de água minerais, remanescentes da Mata Atlântica, trilhas, rios, uma cachoeira de cinco metros de altura e a Pedra do Corre Moleque excelente para atividades de escalada e rapel. Há, também, as reservas particulares, a exemplo da Reserva de Carnijó e do Eco Parque Pocinho. Ambas são remanescentes de Mata Atlântica e dispõem de bosques, rios, açudes, e diferentes espécies e variedades da flora e da fauna tropical. Caminhadas ecológicas, ciclismo, passeios de bote e esportes de aventura são alguns dos serviços oferecidos. Para reservas em Carnijós, ligue: 3535.3805. Mais notícias sobre o Eco Parque, acesse: www.ecoparquepocinho.com.br. Moreno está situado a apenas 28,1 quilômetros do Recife e o acesso é pela BR 232. Para saber mais sobre o município, acesse www.morenoredescoberto.blogspot.com.br.


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