DOS
Revista Bancários Ano III - Nº 31 - Junho de 2013
SUA AGÊNCIA é assim?
Publicada pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco
ou assim?
A elitização do atendimento aos clientes e a redução do número de funcionários são apenas algumas das faces mais cruéis dos bancos que, a cada dia, criam novas estratégias para aumentar seus lucros
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Editorial
Fora de foco O artigo 192 da Constituição Brasileira diz que o sistema financeiro nacional tem de estar “estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do país e a servir aos interesses da coletividade”. É exatamente isso que os bancos não fazem. Há anos, os bancários têm lutado para garantir a regulamentação deste artigo tão importante da Constituição, que obriga os bancos a colocarem em prática a tal da responsabilidade social que só existe nas Há anos, os propagandas. bancários têm Na última década, cerca de lutado pela 50 milhões de brasileiros asregulamentação cenderam socialmente para as do sistema classes A, B e C, acompanhanfinanceiro, do um crescimento econômico para obrigar extraordinário do país, que nos os bancos a colocou como 7ª maior econocolocarem em mia do mundo. prática a tal da Os bancos, entretanto, em responsabilidade quase nada contribuíram para social que este desenvolvimento econômisó existe nas co e social do país. Pelo conpropagandas trário. Neste cenário, discutir o processo de demissões nos bancos e a reestruturação do sistema financeiro é fundamental para o Brasil. Além das questões que envolvem diretamente os bancários, o papel social dos bancos também passa pela ampliação e o barateamento do crédito e a inclusão bancária de milhares de pessoas que estão à margem do sistema. Nesta edição da Revista dos Bancários, veiculamos uma reportagem especial, que mostra que os bancos estão na contramão da função que deveriam desempenhar, segundo a nossa Constituição. A saída: lutar contra a exploração cotidiana que os bancos fazem com os bancários e clientes, mas, acima de tudo, garantir a realização de uma Conferência Nacional sobre o Sistema Financeiro, que imponha um marcos regulatório e ajuste o foco dos bancos.
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Índice A reestruturação dos bancos
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Vitória contra a insegurança bancária
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A culinária de São João
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Meio ambiente: o problema do lixo
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Entrevista: Manoel Tabosa
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Dicas de cultura e lazer
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Bancário Artista
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Conheça Pernambuco
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Revista Bancários DOS
Opinião
Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco Redação: Av. Manoel Borba, 564 - Boa Vista, Recife/PE - CEP 50070-00 Fone: 3316.4233 / 3316.4221 Correio eletrônico: imprensa@bancariospe.org.br Sítio na rede: www.bancariospe.org.br Presidenta: Jaqueline Mello Secretária de Comunicação: Anabele Silva Jornalista responsável: Fábio Jammal Makhoul Conselho editorial: Anabele Silva, Geraldo Times, Jaqueline Mello e João Rufino Redação: Fabiana Coelho, Fábio Jammal Makhoul e Sulamita Esteliam Projeto visual e diagramação: Libório Melo e Bruno Lombardi Capa: montagem com fotos de subirpal/SXC.hu e Lumen Fotos Impressão: NGE Gráfica Tiragem: 12.000 exemplares
Sistema financeiro
Marcos Santos / usp imagens
Economia
A URGÊNCIA DA REGULAMENTAÇÃO Bancos criam estratégias para repassar à sociedade suas perdas com redução de juros
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oco na venda de produtos, pulverização na rede de agências, elitização do atendimento com privilégio aos grandes clientes e expulsão dos usuários mais pobres, demissão de trabalhadores. Tais características são comuns a todas as instituições financeiras e não são novidade para quem trabalha no ramo. No entanto, as pequenas mudanças de cenário realizadas pelos bancos nos últimos meses levam a crer que a ordem é reforçar estas estratégias como resposta à redução de juros e tarifas, levada a cabo pelo governo através dos bancos públicos. “É muito triste perceber que uma medida tomada para ter um impacto positivo para a sociedade acaba tendo sua lógica invertida por conta da atuação dos bancos. Isso reforça a importância de se discutir
a regulamentação do sistema financeiro”, afirma a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello. Estudo publicado em abril pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), após analisar o novo cenário para as instituições financeiras no Brasil, afirma: “O setor bancário, ao que tudo indica, irá passar, nos próximos anos, por uma nova onda de ajustes”. E sugere algumas possibilidades: os bancos “poderão ampliar sua base de clientes e expandir os ganhos com novas modalidades de operações de crédito, entre elas o crédito imobiliário”. Mas, “pela forte aversão ao risco e conservadorismo vigente no setor, é mais provável que, num primeiro momento, os bancos adotem medidas de redução de custos, entre eles os de pessoal”. Neste aspecto, o Santander foi o mais evidente: em um único mês, dezembro de 2012, colocou na rua 1.153 funcionários. Este ano, já eram 878 demitidos até o último mês de abril. Os outros bancos não ficam muito atrás. O Itaú dispensou quase 8 mil trabalhadores no ano passado. Este ano, o número já passa de 800. No Bradesco, mais de 600 bancários tiveram seus contratos encerrados no primeiro trimestre deste ano e não foram substituídos. Mas as demissões não são as únicas estratégias usadas pelos bancos na ânsia por manter a rentabilidade e evitar qualquer perda. “O problema não é que os bancos queiram manter seus ganhos, mas que queiram fazê-lo às custas do prejuízo da população e dos trabalhadores”, critica Jaqueline.
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Sistema financeiro
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Economia
As novas agências da Caixa, menores e com menos empregados, vivem superlotadas
Elitização Em junho de 2012, durante o 22º Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras, realizado pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), a tônica do discurso foi a “melhoria dos índices de eficiência, com destaque para Bancos têm focado o desenvolvio atendimento nas mento de novas tecnologias que grandes empresas reduzam custos e expulsado os e permitam remais pobres finar a análise para lotéricas e de informações correspondentes dos clientes, de modo a otimizar a oferta de produtos bancários”. Meses depois, em um evento promovido pelo Banco Central, a argumentação dos empresários foi a bancarização, inclusão de novos clientes no mercado financeiro, por meio da disseminação dos correspondentes bancários. “Com base na postura adotada pelas institui-
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ções financeiras, a gente pode traduzir estes dois argumentos em uma palavra: elitização. Foco nas vendas para grandes empresas e expulsão dos pobres para lotéricas e correspondentes”, opina o secretário de Bancos Privados do Sindicato, Geraldo Times. O Santander, por exemplo, vem abrindo novas agências Selecta, voltadas para os grandes clientes. As unidades são classificadas segundo o porte: A, B, C, D ou E. “A agência é classificada segundo critérios como tamanho, praça e, principalmente, lucratividade. Se tiver um perfil mais popular e, consequentemente, não garantir muitos ganhos, passa a ser classificada como E e receber dotação de apenas três funcionários”, explica o secretário de Administração do Sindicato, Epaminondas Neto, bancário do Santander. No Itaú, a estratégia é a mesma. O foco é o Personnalité, para grandes corporações, e o BBA, para grandes clientes Pessoa Física. Para estas unidades
vão os maiores investimentos. Quem trabalha nelas, se posiciona melhor na carreira. “O banco tinha quatro segmentos. Os dois primeiros se uniram e passaram a englobar o Personnalité e o BBA. Os outros dois voltaram para o varejo. Muitos gestores, que estavam no segmento 3 ou 4, tiveram de voltar para a agência ou ficaram sem função”, conta o secretário de Formação do Sindicato, João Rufino. Pulverização Em todos estes casos, quem paga é o cliente mais pobre. Estes são empurrados para fora das agências, muitas vezes barrados no atendimento e encaminhados à lotéricas. Ou, no máximo, para postos ou agências pequenas, com estrutura mínima, poucos funcionários e filas imensas. Os PAAs (Postos Avançados de Atendimento) do Bradesco são um exemplo. Localizados sobretudo no interior do estado, funcionam em estruturas precárias, sem banheiro, sem água, sem
Economia
Sistema financeiro
Novas agências do Santander, chamadas Selecta, são voltadas para os grandes clientes: atendimento de primeiro mundo
segurança e com um único trabalhador para dar conta de toda a demanda – às vezes acumulando dois ou três postos. “Outra estratégia tem sido a criação de Postos de Relacionamento, que oferecem apenas venda de produtos e captação, com menos funcionários e menos segurança”, acrescenta a secretária de Finanças do Sindicato, Suzineide Medeiros. A postura não é exclusiva dos bancos privados. Na Caixa, por exemplo, o novo modelo implantado pelo banco aposta na criação de novas agências, menores e com menos empregados. “São unidades localizadas em bairros ou cidades populosas, que geralmente não contam com outra unidade e têm, no máximo, oito trabalhadores para dar conta de tudo. Em Peixinhos, por exemplo, a situação é dramática. Além da falta de funcionários, o espaço é mínimo e a estrutura precária. Os clientes transferem para os bancários a responsabilidade pelo péssimo atendimento e estes, sob ameaça, sequer podem sair
para almoçar”, conta a secretária de Bancos Públicos do Sindicato, Daniella Almeida. O modelo pulverizado evidencia o abandono da função social: “Escuto clientes reclamarem de como são repassados de uma agência a outra para conseguirem ter acesso a um programa social. Escuto também funcionários que relatam como sofrem pressão quando gastam ‘tempo demais’ com uma operação de microcrédito”, denuncia Jaqueline Mello. O Banco do Nordeste do Brasil (BNB), que deveria ser um banco de desenvolvimento, também não cumpre seu papel. “Todas as cinco agências criadas nos últimos meses em Pernambuco – Olinda, Camaragibe, Palmares, Piedade e Carpina – têm perfil comercial. Em todas elas, o foco é o empresário, não o produtor. O crédito rural não é atingido”, critica o diretor do Sindicato, Fernando Batata. Ele explica: “Se um pequeno agricultor do interior do estado vai à agência
de Palmares, ele é encaminhado para o Recife. O banco expande, mas não garante estrutura para atendimento. Somente em Água Preta, por exemplo, a 10 quilômetros de Palmares, existem 32 assentamentos. E a unidade só tem cinco funcionários”. Para Batata, o modelo implantado nas novas agências revela que o banco está perdendo o foco na missão social: “Nestas agências, por exemplo, não há papel. Tudo é digitalizado. O dossiê do pequeno agricultor não é arquivado e ele é, portanto, forçado a se deslocar vários quilômetros para resolver seu problema”. Disputas regionais No Banco do Brasil, segundo o secretário-geral do Sindicato, Fabiano Félix, a estratégia da segmentação no atendimento já existe há bastante tempo. Para os clientes de baixa renda, existe o BB Mais Você, antigo Banco Popular do Brasil. Ou os correspondentes bancários. Mas a principal novidade criada pelo banco
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Sistema financeiro
para manter os ganhos no cenário de juros baixos também vai na contramão de sua função social: ele está migrando para praças mais rentáveis e acentuando as diferenças regionais. Isso aconteceu em Pernambuco, com o CSO (Centro de Suporte Operacional), quando os serviços estratégicos foram transferidos para o Sudeste. E agora, também, com a Dicre/DAC – setores da Diretoria de Crédito, que serão transferidos para Curitiba e São Paulo. “Este é o foco destas ondas reestruturantes que vem acontecendo no Banco do Brasil. Para garantir a rentabilidade, ele migra para os locais onde se concentram os montantes e as empresas maiores. Em São Paulo, por exemplo, existe uma estrutura à parte, a Large Corporate, voltada para atender os clientes vips”, diz Fabiano.
Enquanto não houver limites para os bancos, eles sempre vão encontrar um meio de repassar para a sociedade suas perdas e, às custas dela, manter seus imensos lucros
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Jaqueline Mello, presidenta do Sindicato
Entenda os efeitos da redução de juros para os bancos Foi em abril de 2012 que um novo cenário para o setor financeiro começou a se desenhar, de forma mais clara, no Brasil. Na época, o governo federal manifestou sua insatisfação com as taxas de juros praticadas no país e acionou os bancos públicos para iniciarem o movimento de redução. Em 5 de abril, o BB anunciou o programa Bom pra Todos. Logo em seguida, a Caixa apresentou o Caixa Melhor Crédito. Algum tempo depois, os bancos privados anunciaram que também cortariam taxas. A diferença é grande: se a Caixa, por exemplo, reduziu os juros do cheque especial em 47% entre abril de 2012 e janeiro de 2013, no Bradesco a diminuição foi de apenas 5%. Mas o fato é que, neste período, segundo o Banco Central, o spread bancário caiu 3,1 pontos percentuais. Como spread entenda-se a diferença entre a taxa de juros cobrada aos tomadores de crédito e a taxa de juros paga aos depositantes pelos bancos. No Brasil, mesmo com a diminuição, esta taxa ficou em 12,2 pontos percen-
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tuais. Em países como Argentina, Chile, México, África do Sul, China e Rússia, por exemplo, não passa de quatro pontos percentuais. Mas, antes mesmo dos bancos públicos anunciarem cortes nos juros, outra medida já provocava efeitos no sistema financeiro. Desde agosto de 2011, teve início um processo gradual de diminuição da taxa básica de juros, a Taxa Selic. Os bancos são os principais detentores de títulos públicos federais. Ou seja, na medida em que cai a taxa de juros, diminui a transferência de recursos da sociedade para os detentores da riqueza financeira. E diminuem também as receitas dos bancos. “Enquanto não houver limites para os bancos, eles sempre vão encontrar um meio de repassar para a sociedade suas perdas e, às custas dela, manter seus imensos lucros. É preciso que a população se dê conta de que é preciso se aliar aos bancários e iniciar uma grande campanha pela regulamentação do sistema financeiro”, conclui Jaqueline.
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Economia
Sistema financeiro
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Violência
Agências seguras
Sindicato e Febraban assinam acordo inédito no Brasil que garantirá mais segurança nos bancos de Recife, Olinda e Jaboatão
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falta de segurança nos bancos de Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes estão com os dias contados. Dentro de dois meses, todas as 261 agências dos três municípios deverão funcionar com os equipamentos de segurança reivindicados, há anos, pelos bancários. O novo modelo de agência segura, inédito no Brasil, faz parte do projeto-piloto conquistado pelos trabalhadores na Campanha Nacional do ano passado, que terminou em setembro após nove dias de greve. O acordo para a implantação dos itens de segurança foi assinado com a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) no dia 14 do mês passado. Ele
prevê a instalação de portas de segurança com detectores de metais, câmeras internas e externas, biombos entre a bateria de caixas e as filas, guarda-volumes, vigilantes com coletes a prova de bala e armados de acordo com a Lei 7.102/83 e cofre com dispositivo de retardo. Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, a implantação do projeto piloto de segurança nos bancos é uma grande vitória dos bancários. “Este é o resultado de anos de luta e muita pressão. Finalmente conseguimos dar um grande passo para que os bancos cumpram a sua responsabilidade. Agora, vamos acompanhar de perto todo o processo de implantação do programa aqui em Pernambuco para que, em breve, essas medidas sejam estendidas para todo o Brasil”, diz. Jaqueline destacou, também, a importância de levar o projeto-piloto para o interior de Pernambuco o quanto antes. “Não queremos transformar a Região Metropolitana do Recife numa ilha de segurança, enquanto a criminalidade aumenta no interior de Pernambuco. Precisamos estender o projeto bem rápido para todo o estado”, ressalta. Só este ano, Pernambuco sofreu 14 assaltos a banco até o início de junho. No ano passado, houve 2.530 ataques a bancos no país com 57 mortes. REVISTA DOS BANCÁRIOS 7
Trabalho
Mês das mães
São João com água na boca
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alar de São João no Nordeste é, também, falar de comida. Impossível pensar a festa sem canjica, pamonha, bolo de milho ou de macaxeira, pé de moleque, quentão, arroz doce, munguzá, milho assado na fogueira... No entanto, várias destas receitas demandam um estilo de vida que já não combina com a modernidade. É preciso unir a família na cozinha para limpar e ralar os milhos. É preciso gastar tempo
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Apesar de exigirem um preparo que não combina com a modernidade, as comidas juninas não perdem o encanto
com o cozimento, alternando as pessoas para mexer a colher de pau. São pratos inimigos da pressa, que tanto nos acompanha no agitado mundo das metrópoles. Apesar de tudo, a culinária junina resiste. E quem não dá conta de botar a mão na massa ou no milho, encomenda. Heleno Júnior vem de uma família com tradição na cozinha de São João. Para começar, é filho da capital do forró: Caruaru. Nascido na terra que se destaca pelas festas Juninas, sua mãe comercializava pamonha e canjica. E o preparo de cada prato era feito em família, os sete irmãos se revezando nas tarefas da cozinha: “Um descascava as espigas, outro limpava, outros ralavam... Eu, além de tudo isso, era o degustador oficial”, lembra Heleno. Hoje, ele é chef consultor, faz pós-graduação em gastronomia brasileira, trabalha com confeitaria e, recentemente, deu curso no Senac sobre culinária junina. Mas,
Culinária encomendar”, afirma Heleno. Apesar disso, ele garante que a tradição da gastronomia junina continua vivíssima. E, ano após ano, a demanda pelas comidas típicas se mantém nesta época. Festa da Colheita As festas do mês de junho remontam às antigas festas da colheita, com as celebrações do solstício de verão. A estas incorporaram-se os elementos do catolicismo e este sincretismo entre a religião e os elementos ligados ao plantio e cultivo permaneceram. “Março é o tempo do plantio e é o mês de São José. No interior, o pessoal reza pro santo e, se no dia de São José não tiver chuva, significa que a colheita vai ser ruim. Junho é o tempo de São João e, também, época de colher”, conta Heleno. Milho e mandioca, segundo ele, já eram base da alimentação indígena muito antes da chegada dos portugueses. Mas também eram bem conhecidos em algumas regiões da África e da Europa. São, todos eles, alimentos cujas colheitas se concentram no período junino, assim como a batata-doce e o amendoim. Com a chegada do açúcar, as receitas foram incrementadas e os bolos e doces foram se aperfeiçoando em cada região.
O Nordeste é a região de destaque quando se trata da tradição junina. Mas as receitas não são exclusivas daqui. A capital nacional do pé de moleque, por exemplo, fica em Minas Gerais. A cidade de Piranguinho produz o doce há mais de 75 anos e, todo mês de junho, realiza a festa do maior pé de moleque do mundo. Em 2012, o doce alcançou 17 metros de comprimento e 800 quilos. O pé de moleque mineiro, no entanto, é diferente do pernambucano. Lá, a matéria-prima é amendoim e rapadura. Aqui, trata-se de um bolo feito à base de massa de mandioca, coco, cravo, canela e castanha de caju. Outros pratos mudam de nome conforme a região. No Sul e Sudeste, por exemplo, a canjica corresponde ao munguzá nordestino e a canjica daqui é conhecida como curau. A bebida tradicional da festa é o vinho quente ou quentão – resquícios, talvez, das festas da colheita. Tais rituais remontam à épocas bem distantes e, nas antigas civilizações, os deuses da colheita e da fertilidade eram, também, deuses do vinho. É o caso de Osíris, Dionísio e Baco – no Egito, Grécia e Roma. Como se vê, não faltam delícias para degustar em tempos de São João. Então, boas festas e bom apetite.
Chef Heleno: tradição da gastronomia junina continua vivíssima
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Marcos paulo lima
Marcos Santos / usp imagens
apesar da experiência de infância, ele confessa que, enquanto negócio, a gastronomia típica do São João não dá retorno. “É um investimento grande e muito trabalho. É preciso dedicação exclusiva para uma demanda que se concentra em uma época do ano”, diz. E o trabalho, de fato, é grande. Começa na etapa de compra do material: escolher bem o milho, que precisa ser comprado em grandes quantidades. Depois, é preciso limpar bem e ralar com cuidado. “Se ralar o sabugo, fica aquele gosto de sabão...”, explica o chef, e acrescenta: “Quem trabalha com produção, geralmente tem uma máquina de moer. Mas, mesmo assim, é preciso ter cuidado com a intensidade da moagem”. Tem mais: é preciso passar a massa pela peneira de urupema – aquela grande, de palha –, extrair o leite do coco com água morna, misturar o açúcar, a manteiga... A pamonha requer ainda a amarração com a palha e a canjica exige uma boa dose de paciência e algumas horas para mexer a colher de pau. “Justamente por isso, essas receitas eram feitas em família ou junto com vizinhos. Hoje em dia, poucas pessoas fazem estes pratos em casa. A maioria, até mesmo no interior, prefere
Cultura
Meio Ambiente
Lixo Urbano
O grande vilão das enchentes
Francisco Navarro / SXC.hu
A menos de dois anos do prazo fixado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, 64% dos brasileiros não têm acesso à coleta seletiva
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Meio Ambiente
geladeiras, fogões, carrinhos de bebê, capacete de moto, camas, caixas de computador, carcaças de animais. E garrafas PET, milhares delas, e embalagens plásticas em geral. A explicação? “É cultural”, resume a coordenadora do Departamento de Limpeza de Canais e Galerias da Prefeitura, Fernanda Batista. Ocorre que, no que toca ao lixo urbano, a gestão é falha, sobretudo no que diz respeito aos resíduos sólidos. Na avaliação de alguns críticos, como o ambientalista pernambucano, Manoel Tabosa Júnior, presidente da Associação do Meio Ambiente O lixo urbano é de Pernambuco (Admap), o serviço “é adequado aos interesses apontado como a financeiros das prestadoras, que acabam determinando as ações principal causa políticas dos gestores” (leia entrevista às páginas 12 e 13). de retenção Fato é que, a despeito de estarmos a menos de dois anos do prazo final para a universalização da coleta seletiva e do fim das águas das dos lixões no Brasil - a se respeitar a Política Nacional dos Re- chuvas em 30,7% síduos Sólidos -, coleta seletiva ainda é raridade nos municípios das cidades que brasileiros. Os últimos dados oficiais são de 2008 e chegavam sofreram com a pouco mais de 6%. As evoluções, registradas oficiosamente, enchentes de 2004 a 2008 falam de 14% a 16% dos municípios. O Recife, por exemplo, se gaba de ter um dos programas mais avançados de coleta seletiva do Nordeste. Há pontos de coleta, em locais estratégicos, desde os anos 90; hoje são 107. Entretanto, o serviço porta a porta atende apenas 43 dos 94 bairros da cidade. E tão somente uma vez por semana, desde 2002, com promessa de ampliar o atendimento para 63 bairros. Ainda assim, não há qualquer informação a respeito do dia em que acontece em cada local, nem mesmo no site da empresa pública responsável pela limpeza urbana, a Emlurb. Isso explica o porquê de apenas 2% das 2,5 mil toneladas de lixo domiciliar recolhidos pela Emlurb o sejam pelos programas de coleta seletiva. “Infelizmente, ainda é uma questão cultural”, avalia Avelino Ponte, diretor do Serviço de Limpeza Urbana. Ele admite que campanhas educativas sejam “uma necessidade”, mas atribui a responsabilidade à Secretaria de Comunicação da Prefeitura. “Não sei explicar porque não fazem”, diz. Marcel Hol / SXC.HU
O
s efeitos da chuva que quase afogou o Recife e arredores, no mês passado, e que se repetem, com igual ou menor gravidade, a cada temporal ou queda d’água intermitente, começam na casa de cada um de nós. Estão no desperdício nosso de cada dia, no lixo que não separamos, nas embalagens e resíduos que voam pelas janelas de ônibus e automóveis ou em cada calçada ou esquina, no descarte do que não nos serve mais, de qualquer maneira e em qualquer lugar. Águas que empoçam, e transbordam, na malemolência do poder público, na dubiedade das leis a propiciar interpretações convenientes, na falta de fiscalização das normas que regem o convívio social e a qualidade do meio ambiente e, em última instância, das nossas vidas. O lixo urbano jogado em ruas e avenidas, lagoas, canais, rios, córregos, mangues, parques, praias é apontado pelas prefeituras como a principal causa de retenção das águas das chuvas em 30,7% das cidades que sofreram com enchentes de 2004 a 2008. São dados da última Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do IBGE. Indicam que mais de 600 cidades brasileiras teriam evitado ou sofrido menos com inundações se a população descartasse, adequadamente, seus resíduos sólidos, e se o poder público cuidasse melhor da coleta do lixo. É claro que o lixo não é vilão único. A ocupação intensa e desordenada do solo, as obras e projetos mal dimensionados – e impulsionados pela ganância da especulação imobiliária – e o bloqueio do sistema de drenagem são concorrentes à altura. Mas a interpretação dos dados da pesquisa não deixam dúvida quanto ao protagonismo da mão e dos dejetos humanos nos dissabores, quando não tragédias, que chegam no rastro das chuvas. Para se ter uma ideia, a limpeza de 60 dos 67 canais que singram o Recife gerou 52,6 toneladas de resíduos, de janeiro a junho deste ano. Há de tudo: colchões, sofás,
Lixo Urbano
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Entrevista
Manoel Tabosa
“Coleta seletiva na RMR é inoperante e ineficiente”
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Fabio Bossa / SXC.hu
ambientalista Manoel Tabosa Júnior é um apaixonado das causas ambientais, às quais dedica militância diuturna. Mas são os bichos, sobretudo, o objeto de seu trabalho cotidiano na Coordenadoria de Defesa dos Animais da Prefeitura Municipal de Jaboatão dos Guararapes. Técnico na aérea, cursa Gestão Ambiental na Faculdade Guararapes e preside a Associação do Meio Ambiente de Pernambuco (Admap). Para o ambientalista, “há interesse financeiro e político em manter ineficiente a gestão do lixo urbano”, especialmente, no que toca à coleta seletiva.
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Entrevista
REVISTA DOS BANCÁRIOS – Há quem diga que é cultural... Por que o poder público não promove campanhas educativas permanentes? MANOEL TABOSA – Não pode ser cultural o que é falta de educação e descaso. Só se for mal hábito cultural. E ao poder público não interessa ferir os interesses que envolvem a coleta de lixo urbano, eis a verdade. REVISTA DOS BANCÁRIOS – Como assim? A Emlurb, por exemplo, apregoa que o Recife tem um sistema pioneiro de coleta seletiva, um dos mais avançados do Nordeste. MANOEL TABOSA – Conversa fiada. Em toda a Região Metropolitana, e não só no Recife, o programa de coleta seletiva é inoperante, insuficiente e ineficaz. O serviço é terceirizado, como se sabe, e as empresas que operam o sistema de coleta do lixo ganham por quilo de lixo recolhido. Então, o interesse financeiro governa. E não há interesse político em tornar o serviço minimamente eficiente. É triste, mas é isso que acontece. REVISTA DOS BANCÁRIOS – Como é feita a coleta seletiva, de fato? MANOEL TABOSA – No município de Jaboatão, por exemplo, há sete galpões e uma central única para receber o
capacitação. Na verdade, os catadores são as maiores vítimas. São pessoas humildes, não têm cultura. Continuam catando lixo, parte deles, por trás de um uniforme, e parte com as carroças adesivadas com a propaganda da prefeitura e da indústria de reciclagem, e só.
ARQUIVO PESSOAL
REVISTA DOS BANCÁRIOS – O que tem a ver o descarte inadequado do lixo com as inundações que castigam o Recife e a área metropolitana, a cada chuva pesada? MANOEL TABOSA – Tudo. Falta de consciência da população de que não se pode jogar lixo no canal e nas ruas. Falta de consciência das pessoas que dirigem empresas, condomínios e instituições. Não falta lei. Falta respeito às leis que determinam a separação do lixo. Falta interesse do poder público em educar para mudar.
Manoel Tabosa
material dos galpões, que é a indústria de reciclagem – a CPR Candeias. A contrapartida, segundo o TAC, Termo de Ajuste de Conduta assinado à época da desativação do aterro da Muribeca, é que, para abrigar os 800 catadores que trabalhavam no lixão, seriam formadas cooperativas para triar o lixo e vendê-lo diretamente à indústria. Há muito catador que recolhe o lixo reciclável por conta própria e o repassa aos “deposeiros”, e estes para a indústria, o que é irregular e ainda paga uma miséria para o catador. REVISTA DOS BANCÁRIOS – Os 800 catadores ficaram com Jaboatão? MANOEL TABOSA – Não, 250 para Jaboatão, 50 para a CPR Candeias, que administra o novo aterro sanitário, e 500 para a Prefeitura do Recife/ Emlurb. REVISTA DOS BANCÁRIOS – E não funciona? MANOEL TABOSA – Não, porque, entre outras coisas, falta programa de
REVISTA DOS BANCÁRIOS – O senhor disse que não há interesse político em tratar os resíduos sólidos, apesar das leis. Mas este é um problema que não se restringe ao Recife, a Jaboatão, a Pernambuco, não é? MANOEL TABOSA – O lixo é um problema sério no mundo inteiro, quando na verdade deveria ser a solução. O que é que não se aproveita do lixo? A gestão do lixo é que é o problema. Existe a Lei de Resíduo Sólido e, no caso de Pernambuco, há a versão estadual (Lei 3.047/2006), não só os órgãos públicos, como as indústrias, o comércio, os condomínios, as escolas, os sindicatos, as organizações, todos, a fazerem seus programas de coleta seletiva. Mas também existe a lei estadual que proíbe a matança de animais, e as prefeituras continuam caçando e matando cães, gatos, jegues... REVISTA DOS BANCÁRIOS – Quer dizer: as leis existem, as pessoas e organizações não cumprem e o Estado não fiscaliza, e o lixo continua provocando estragos. O que se pode fazer para quebrar esse círculo vicioso? MANOEL TABOSA – Para começar, fazer a coleta seletiva de acordo com a lei. Isso significa: capacitar os catadores; criar a central de triagem e processamento; conscientizar pessoas, condomínios, empresas e organizações de que é para o seu próprio bem-estar; acabar com a coleta seletiva por quilo. Quanto mais lixo reciclado mais durabilidade dos aterros sanitários; se duram 30 anos, vão durar 150. REVISTA DOS BANCÁRIOS 13
Cultura Dicas
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CLUBE DE CAMPO
São João dos bancários
O arraial dos bancários promete muita animação no próximo dia 29. A exemplo dos últimos anos, a festa será no Clube de Campo do Sindicato, com forró pé-de-serra, quadrilha improvisada, comidas e bebidas típicas, fogueira, fogos e muita alegria. Para quem não quiser dirigir, o Sindicato disponibilizará ônibus para o transporte de ida e volta. Mas é bom reservar sua vaga pelo telefone 33164226.
Casa do Bancário de Arcoverde E para o pessoal do interior, o Sindicato monta entre os dias 21 e 23 de junho, a exemplo dos últimos anos, a Casa do Bancário de Arcoverde. A sede do Sindicato no município tem uma sacada com vista privilegiada para o palco dos shows e funciona como um belo camarote vip para os bancários. Entre as atrações deste período estão Gabi Amarantos, Paulinho Leite, Margareth Menezes, Cavalo de Pau, Mazinho de Arcoverde, Lirinha, entre outros.
Livros
RECOMENDADOS O Menino Balão
Toninho era um menino que, cada vez que ficava com raiva, inchava como um balão. O livro, lançado no último dia 8, é da escritora Fabiana Coelho e do ilustrador Libório Mello, ambos da equipe de Comunicação do Sindicato. Custa R$ 20 e está sendo vendido diretamente com os autores: bianasl@bol.com.br.
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Disse me disse
Também para crianças, o livro “Disse me disse” é uma brincadeira com poesias. Escrito pelo pernambucano Luciano Pontes, reúne poemas divertidos, engraçados que exploram os recursos linguísticos em um jogo de enrolar a língua. Ilustrado por Elma, o livro está à venda nas livrarias.
Cultura
Ernando Gomes (no violão) e sua banda
Bancário Artista
“No dia em que eu for pro céu se eu chegar a ser um santo e o meu poder não for tanto capaz de fazer chover, usarei um manto verde, bem da cor da mata viva e passarei devagarinho pra ninguém me perceber, entre os galhos e os gravetos da caatinga sofrida, pra’s plantas quase sem vida voltarem a enverdecer...” Ernando Gomes
ERNANDO GOMES
De volta ao forró Depois de uma pausa de cinco anos, o funcionário do Banco do Brasil promete retomar sua arte
E
m breve, o forró de Ernando Gomes e sua banda estará de volta aos palcos. Funcionário do Banco do Brasil há 31 anos, Ernando tem também uma longa relação com a música. Junto com seu grupo de forró pé-de-serra, chegou a gravar dois CDs e fazer várias apresentações em Serra Talhada, e também em outras cidades da região – como Mirandiba e Carnaubeira da Penha. Em 2007, o bancário artista mudou-se para Tacaratu, para ser gerente-geral da agência do BB. Depois, assumiu o banco em Serrita. Com isso, o grupo acabou se afastando. “Mas, desde o final do ano passado estou de volta a Serra Talhada e o pessoal já está cobrando o retorno da banda”, conta
Ernando. E acrescenta: “Falta pouco tempo para eu me aposentar. Então poderei me dedicar mais ao forró”. Apesar dos 31 anos de convivência com o Banco do Brasil, a relação de Ernando com a música é ainda mais antiga. Com 10 anos, já arriscava os primeiros acordes no violão – uma herança que vem do pai e que contagiou também outros dois irmãos. No começo, sua arte era apenas divertimento entre amigos. Além de cantar e tocar, ele fazia suas próprias composições. Mas foi somente quando já estava no banco que surgiu a primeira oportunidade de mostrar seu talento a um público maior. “Estávamos todos assistindo à apresentação de um grupo na AABB. Então, eu pedi pra cantar uma de minhas músicas. O que eu não sabia é que estava lá um produtor musical, que me incentivou a gravar o primeiro CD”, lembra. Foi assim que surgiu a banda: Ernando juntou os amigos músicos para gravar o CD “Simplesmente Forró”, já esgotado, todo com músicas de forró pé-de-serra compostas pelo próprio artista. O grupo começou, então, a se apresentar em festas, eventos e ser conhecido até nas cidades vizinhas. Em 2004, veio o segundo CD, sempre com o autêntico pé-de-serra. Mas, desta vez, além das composições próprias, há também contribuições de músicos como Assisão, Henrique Estimas e Bia Marculino. Quem quiser adquirir um exemplar, deve entrar em contato com o músico pelo e-mail: ernando_gomes@hormail.com. REVISTA DOS BANCÁRIOS 15
Conheça Pernambuco
garanhuns
O calor do Festival de Inverno
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uem gosta ou sente falta do frio, não precisa ir muito longe do Recife. Garanhuns está a pouco mais de 220 quilômetros da capital. Nesta época do ano, junta baixas temperaturas ao charme e aconchego de sempre com o melhor da arte, em todas as suas vertentes, para tornar-se destino irresistível em terras pernambucanas. Então, programe-se para as férias e prepare sua bagagem, pois a 23ª edição do Festival de Inverno de Garanhuns já tem data definida: de 18 a 27 de julho. O FIG 2013 ainda não tem programação
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definida, tanto das atrações musicais e de cultura popular – artesanato, artes visuais, audiovisual, circo, dança, design e moda, fotografia, literatura, ópera, patrimônio cultural e teatro – como no capítulo da formação, com oficinas em todos esses segmentos. A grade é definida através de seleção pública, realizada pela Fundarpe (Fundação do Patrimônio Artístico e Cultural de Pernambuco), promotora do evento junto com a Secretaria de Cultura do estado. A exemplo de anos anteriores, além das atrações locais, a festa na Praça Guadalajara é garantida por nomes de peso do cenário musical brasileiro. Ano passado, por exemplo, lá estiveram Seu Jorge, Elba Ramalho, Genival Lacerda, Zizi Possi e Zélia Duncan. Caetano Veloso, Djavan e a dupla Jorge e Mateus são nomes cotados para esta edição. Garanhuns fica na região serrana do Planalto da Borborema, no Agreste. É conhecida como “a Suíça pernambucana”, por seu clima ameno no verão e frio no inverno, visitado por garoas frequentes. Não à toa, é conhecida, também, como Cidade da Garoa. O clima favorece o cultivo de flores ornamentais, o que lhe garante outra alcunha: “Cidade das Flores”.
Costa Neto / Secult / Fundarpe
Turismo