Revista dos Bancários 33 - ago. 2013

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Revista Bancários Ano III - Nº 33 - Agosto de 2013

Publicada pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco

www.bancariospe.org.br

A Campanha Nacional dos Bancários já está nas ruas. Mais uma vez, a mobilização será fundamental para pressionar os bancos e garantir que as reivindicações sejam atendidas

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Editorial

A voz das ruas e a vez dos bancários Os protestos que agitaram o Brasil em junho serviram de inspiração para a mídia da Campanha Nacional dos Bancários deste ano, elaborada pelo Sindicato de Pernambuco e que está sendo utilizada pelos demais sindicatos do país. E o mote não poderia ser outro: “Vem pra luta!”. A multidão que tomou as ruas há menos de dois meses lutou e obteve uma série de conquistas, como a redução das tarifas de ônibus em mais de 60 ciA Campanha dades e a derrubada da proposta de Nacional dos emenda constitucional que limitava os poderes de investigação do MiBancários nistério Público (PEC-37), além de deste ano fazer com que a presidenta Dilma está em recolocasse na pauta a proposta de sintonia com realização de um plebiscito sobre os protestos a reforma política. que tomaram Se a luta do povo rendeu frutos conta do país para os brasileiros, a luta dos banem junho cários também pode ser vitoriosa. Por isso é importante que cada funcionário nas agências e departamentos dos bancos se envolva nas mobilizações da Campanha Nacional, que já está nas ruas. Mas não é só na arte da Campanha dos Bancários que está em sintonia com os protestos de junho. Além das reivindicações por melhores salários e condições de trabalho, a pauta dos bancários também tem as mesmas demandas que se viu nas ruas. Entre elas, as reformas política e tributária, o investimento de 10% do PIB na educação e de 10% do orçamento em saúde, o fim do Fator Previdenciário, por transporte público de qualidade, e pela rejeição do projeto de lei 4330, que precariza as relações de trabalho. Também temos reivindicações que interessam a toda sociedade e estão diretamente ligadas aos bancos. Como a redução dos juros e tarifas, mais crédito e mais bancários para melhorar o atendimento. O Sindicato, inclusive, preparou uma cartilha para os clientes falando sobre essas demandas e convocando todos para participar desta luta, que não é só dos bancários. Então, vamos todos à luta para que esta seja mais uma Campanha Nacional vitoriosa.

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Índice Campanha Nacional 2013

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Entrevista: Carlos Cordeiro

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Dia dos Bancários

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Especial: Dia dos Pais

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Teatro: Mateus e Catirina

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Dicas de Cultura

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Bancário artista

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Conheça Pernambuco

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Revista Bancários DOS

Opinião

Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco Redação: Av. Manoel Borba, 564 - Boa Vista, Recife/PE - CEP 50070-00 Fone: 3316.4233 / 3316.4221 Correio eletrônico: imprensa@bancariospe.org.br Sítio na rede: www.bancariospe.org.br Presidenta: Jaqueline Mello Secretária de Comunicação: Anabele Silva Jornalista responsável: Fábio Jammal Makhoul Conselho editorial: Anabele Silva, Geraldo Times, Jaqueline Mello e João Rufino Redação: Fabiana Coelho, Fábio Jammal Makhoul e Sulamita Esteliam Projeto visual e diagramação: Libório Melo e Bruno Lombardi Foto da capa: Montagem sobre foto de Beto Oliveira Impressão: NGE Gráfica Tiragem: 12.000 exemplares


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Campanha Nacional

BANCÁRIOS NA

LUTA Os bancários deram o pontapé inicial em mais uma Campanha Nacional. A pauta de reivindicações já está com os bancos e as negociações estão em andamento

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Campanha Nacional

É hora de p m e v # mostrar a BAN nossa força Bancários têm de lutar e pressionar os bancos para garantir que as reivindicações sejam atendidas

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ais uma vez, os bancários estão na luta por aumento real de salários, valorização do piso, em defesa do emprego e no combate às metas abusivas e ao assédio moral. A Campanha Nacional 2013 já está nas ruas e as negociações com os bancos estão em andamento. Mas, para garantir que esta seja mais uma Campanha vitoriosa, a exemplo dos últimos nove anos, os bancários terão de lutar muito e mostrar aos bancos todo o seu poder de pressão. “Só a mobilização será capaz de obrigar os bancos a atender nossas reivindicações”, ressalta a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello. “Os bancários são uma das categorias mais organizadas e com mais direitos no Brasil. Mas nada veio de graça. Todas as nossas conquistas são fruto de muita luta e este ano não será diferente”, diz Jaqueline. Entre as principais reivindicações para a Campanha 2013 estão o reajuste salarial de 11,93% (inflação

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projetada do período mais aumento real de 5%), elevação do piso ao valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 2.860,21), defesa do emprego, fim da terceirização e combate às metas abusivas e ao assédio moral (veja mais na página 6). Salário e emprego De 2004 para cá, os bancários encerraram todas as campanhas com aumento real de salários, valorização da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e do piso, e com a incorporação de novos direitos. No acumulado do período, a luta dos bancários rendeu 85,3% de reajuste salarial, valor 16,2% acima da inflação. No piso, a valorização foi ainda maior: 116,2% de aumento, o que representa 35,6% a mais que a inflação. Para Jaqueline, apesar da grande conquista que os bancários obtiveram na última década com a valorização dos salários, parte deste ganho foi


praluta

NCÁRIO

perdido por conta da estratégia nefasta utilizada pelos bancos com o emprego dos seus funcionários. “O sistema financeiro nacional tem se destacado quando o assunto é a rotatividade no emprego. De tempos em tempos, os bancos demitem os bancários que ganham melhores salários e contratam outros com ganhos menores. Isso tem achatado os vencimentos dos bancários e diluído o aumento real nos salários conquistados com

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Campanha Nacional

muita luta. É por isso que as nossas reivindicações sobre emprego terão um peso muito grande nesta Campanha”, explica Jaqueline. Dados levantados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostram que a remuneração média dos bancários hoje é menor que em 2000. Há treze anos, o salário médio dos bancários era de R$ 4.961,77. Em 2011, último dado disponível, a remuneração média caiu levemente para R$ 4.743,59.

Em 2011, eram 302 contas abertas por cada bancário. Isso mostra que o trabalho aumentou, mas a parte que o empregado recebe do lucro caiu.

renda Enquanto a remuneração média dos bancários segue estagnada, o lucro dos bancos cresceu espantosos 128% de 2002 para cá. A parte conquistada pelos funcionários nesta lucratividade também caiu. Em 2002, os bancários ficavam com 43% do lucro, enquanto os acionistas abocanhavam 34%. Em 2011, a parte dos funcionários caiu para 38%, enquanto a dos acionistas subiu para 40%. “Hoje, um executivo da diretoria do Itaú ganha 234,27 vezes mais que um funcionário recebe com o piso. No Santander, o executivo ganha 145,67 vezes o piso. E essa desvalorização dos bancários é inversamente proporcional ao aumento do trabalho nos bancos”, ressalta Jaqueline. Considerando apenas um dos indicadores de produtividade, cada bancário abria 83 contas correntes em 1996.

Condições de trabalho Mais do que salário, os bancários também lutam nesta Campanha Nacional por melhores condições de trabalho. A falta de funcionários é gritante em todas as agências e departamentos dos bancos, o que tem sobrecarregado os empregados e obrigado os trabalhadores a realizarem horas-extras sistematicamente (horas que muitas vezes são burladas e não pagas pelos bancos). “Só os três maiores bancos privados do país, o Itaú, Bradesco e Santander, somaram lucros astronômicos de R$ 15,905 bilhões nos primeiros seis meses deste ano. Mas eles continuam demitindo milhares de bancários. Juntos, eliminaram 5.988 postos de trabalho neste período, prejudicando não só o emprego dos bancários como o atendimento ao cliente”, diz Jaqueline. Além de exigir mais contratações e o fim da rotatividade, os bancários também lutam por outras reivindicações que visam melhorar as condições de trabalho. Entre elas se destacam o fim das metas abusivas e do assédio moral. “Só no ano passado, mais de 21 mil bancários foram afastados do trabalho com problemas de saúde. Cerca de 25% desses trabalhadores sofriam com transtornos psíquicos, que estão diretamente relacionados à pressão diária pela venda de produtos e o ritmo estressante de trabalho. Outros 27% se afastaram em razão de lesões por esforços repetitivos (LER/Dort). Temos de lutar pelo fim das metas abusivas e do assédio moral porque eles estão acabando com a saúde física e mental

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Campanha Nacional

dos bancários”, afirma Jaqueline. Unidade Como ocorre todos os anos desde 2004, a campanha dos bancários é unificada, com os funcionários dos bancos públicos e privados lutando lado a lado pela mesma pauta de reivindicações, que é negociada na mesa da Fenaban. Mas os pontos específicos serão tratados em negociações à parte, que ocorrem paralelamente com cada banco. As primeiras rodadas das discussões específicas com a Caixa, Banco do Brasil e Banco do Nordeste também já estão marcadas. Com os bancos privados, as negociações já estão ocorrendo. Mobilização Mobilização. Esta é a palavra de ordem para garantir mais conquistas na Campanha Nacional deste ano. E os bancários sabem que sem pressão as reivindicações

não saem do papel. “Historicamente nunca foi fácil negociar com os bancos. As instituições financeiras sempre tentam fechar um acordo rebaixado. Além de ignorar as reivindicações dos bancários, as empresas ainda tentam retirar alguns direitos já conquistados. Nos últimos anos, temos quebrado a intransigência dos bancos na mesa de negociações e garantimos grandes acordos graças à nossa mobilização”, explica Jaqueline. A presidenta do Sindicato lembra que as greves têm feito parte de todas as campanhas dos bancários desde 2003. “Na última década, não há um ano sequer sem greve. Infelizmente, esta tem sido a única linguagem Jaqueline Mello que os banqueiros

Principais reivindicações REAJUSTE SALARIAL 11,93% (5% de aumento real, além da inflação projetada de 6,6%) PLR Três salários mais R$ 5.553,15 PISO R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese) VALES ALIMENTAÇÃO, REFEIÇÃO, 13ª CESTA E AUXÍLIO-CRECHE/BABÁ R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional) MELHORES CONDIÇÕES DE TRABALHO Fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários EMPREGO Fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que libera geral e precariza as condições de trabalho, além da aprovação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas PLANO DE CARGOS, CARREIRAS E SALÁRIOS (PCCS) Para todos os bancários AUXÍLIO-EDUCAÇÃO Pagamento para graduação e pós PREVENÇÃO CONTRA ASSALTOS E SEQUESTROS Fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários IGUALDADE DE OPORTUNIDADES Contratação de pelo menos 20% de trabalhadores afrodescendentes

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entendem. O Sindicato, como sempre, aposta nas negociações para solucionar os impasses. Mas os bancos têm dificultado os debates e todos os anos temos de ir à greve. Esperamos que para este ano as empresas tenham amadurecido e que as discussões sejam produtivas. Caso contrário, vamos parar novamente. Por isso, é importante que os bancários mantenham-se mobilizados desde já”, explica Jaqueline.

A agenda política da Campanha Nacional Combate ao Projeto de Lei (PL) 4330, que precariza as relações de trabalho Reforma política, para democratizar o Estado Reforma tributária, para corrigir as injustiças Marco regulatório da mídia visando democratizar os meios de comunicações Conferência Nacional do Sistema Financeiro Investir 10% do PIB na educação Investir 10% do orçamento em saúde Fim do Fator Previdenciário Transporte público de qualidade

Acompanhe o dia-a-dia da Campanha Nacional em www.bancariospe.org.br


Carlos Cordeiro

Na luta por um banco mais justo

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presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro, tem uma difícil missão nas próximas semanas. Como coordenador do Comando Nacional dos Bancários, ele será um dos responsáveis pelas negociações com os bancos sobre as demandas dos funcionários para a Campanha deste ano. Nesta entrevista, Carlão, como é conhecido, fala sobre as perspectivas e desafios da Campanha.

mecanismo de concentração de renda, num país que faz um grande esforço para se tornar menos injusto. É por isso que a defesa do emprego é uma das principais bandeiras da Campanha Nacional deste ano. O setor que mais lucra na economia não pode continuar fechando postos de trabalho e concentrando renda da forma escancarada como faz hoje. Queremos o fim das demissões imotivadas e mais contratações para melhorar as condições de trabalho e o atendimento aos clientes.

O que você pode destacar da pauta de reivindicações dos bancários para a Campanha deste ano? Como sempre, queremos a valorização dos salários e do piso. Mas a garantia de emprego e a melhora das condições de trabalho também estão entre os pontos principais. Os bancários não aguentam mais as demissões, o assédio moral e as metas abusivas. Não podemos admitir que nossa categoria continue adoecendo física e psicologicamente por causa dos bancos.

A luta contra o Projeto de Lei 4330, que escancara a terceirização do país, também faz parte da Campanha Nacional deste ano. Os bancários serão muito prejudicados se este projeto for aprovado? Estamos combatendo junto com a CUT e as demais centrais sindicais o PL 4330 que, se for aprovado, vai liberar a terceirização para todas as áreas, o que significa a possibilidade de terceirizar caixas e gerentes nos bancos. Não é à toa que o representante da Fenaban lidera a bancada dos empresários nas negociações da mesa quadripartite que discute o projeto. O substitutivo do deputado Arthur Maia ainda legaliza os correspondentes bancários. O Brasil vai virar um país de trabalhadores terceirizados se o PL for aprovado.

As demissões, a rotatividade e a terceirização estão entre os principais problemas enfrentados pelos bancários hoje. Isso tem impacto também nos salários, não? Sim, os bancos brasileiros, principalmente os privados, continuam demitindo trabalhadores e empregando a rotatividade para reduzir os salários. Isso explica por que, embora com muita mobilização os bancários tenham conquistado 16,2% de aumento real no salário e 35,6% de ganho real no piso desde 2004, a média salarial da categoria diminuiu neste período. Esse é o mais perverso

Como está a mobilização dos bancários para esta Campanha? Os bancários estão mais mobilizados que na greve do ano passado, inclusive pelo momento em que estamos vivendo. Esta Campanha não será apenas por questões corporativas, vamos lutar contra o PL 4330 da terceirização e por toda a pauta colocada pelas centrais sindicais. Também batalharemos pelas reformas que o país precisa, sobretudo a política e a tributária. E, claro, vamos continuar lutando pela realização da Conferência Nacional do Sistema Financeiro, pois temos de discutir que bancos queremos para o país. E quais as expectativas para a Campanha? A conjuntura é favorável para a Campanha dos bancários por conta dos balanços dos bancos. Os resultados são invejáveis, com aumento dos lucros e rentabilidade na casa dos 18%, acima dos outros setores da economia e do sistema financeiro internacional. Agora, precisamos lutar para que os bancos atendam nossas reivindicações. Como diz o slogan da Campanha deste ano: “vem pra luta bancário, vem pra luta bancária!” REVISTA DOS BANCÁRIOS 7

Jailton Garcia

Entrevista


Dia dos Bancários

Memória

Um dia pra você

Festa para celebrar o Dia dos Bancários será em 31 de agosto, no Clube de Campo

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©Deposit Photos/Brock Jones

ocê que dá duro, cotidianamente, merece, ao menos, um dia de refresco. A gente sabe disso e, então, o Sindicato prepara grande festa para o sábado, 31, no Clube de Campo, em Aldeia. É a celebração do Dia dos Bancários, fixado em 28 de agosto, que, como sempre acontece, permeia mais uma Campanha Nacional para renovação da Convenção Coletiva da Categoria. A Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer do Sindicato - que organiza o evento pela entidade – adianta que não faltarão música ao vivo, chopp e muita alegria. Então, melhor seguir a recomendação do secretário Adeílton Filho, e reservar espaço em suas agendas para a celebrar a data da categoria: “Afinal, o bancário trabalha duro o ano inteiro, nada mais justo do que comemorar o dia dedicado aos trabalhadores do ramo”, acentua o diretor. O 28 de agosto lembra o início da maior greve da história dos bancários, em 1951, quando os trabalhadores da área pararam 69 dias por melhores salários e condições de trabalho. Dentre outros pontos, reivindicavam aumento salarial de 40%, piso profissional e adicional por tempo de serviço. As conquistas foram parciais. Entretanto, o movimento colocou em xeque a Lei de Greve do governo Eurico Gaspar Dutra, e inaugurou nova era para a organização dos trabalhadores. Inclusive, serviu para impulsionar a criação do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), órgão de assessoramento das entidades sindicais. “A greve de 1951 é um marco na história de luta e mobilização dos bancários e dos trabalhadores do Brasil. Os grevistas foram duramente reprimidos, enfrentaram e superaram a truculência da polícia, foram agredidos e presos, mas obtiveram conquistas importantes”, sublinha Jaqueline Mello, presidenta do Sindicato. Fique atento ao sítio eletrônico do Sindicato para garantir seu convite para a festa e aproveitar a tranquilidade e as opções de lazer do Clube de Campo dos Bancários.

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Especial

Dia dos Pais

Dois jovens bancários que planejaram cuidadosamente o nascimento dos filhos contam suas aventuras como pais de primeira viagem

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hiago Cordeiro, bancário do Bradesco há nove anos e casado há quatro, sempre teve vontade de ter um filho. Mas não tinha coragem. O casal sempre achava que não era o momento ideal. Ítalo Cavalcanti, bancário do Itaú há nove anos e casado há dez, também adiou durante muito tempo a decisão

Morgue File

A doce alegria de ser pai da paternidade. Era preciso concluir a faculdade. Era preciso terminar de pagar o apartamento. Hoje, ambos esbanjam alegria com seus primeiros bebês. Maria Aline, de um ano e dois meses, e Ítalo Filho, 10 meses, são filhos de quem planejou cuidadosamente a tarefa de ser pai. E, por isso, a executa com zelo, compartilhando responsabilidades. Thiago faz questão de dizer que vive, hoje, o melhor momento de sua vida: seja a afetiva, na profissão ou na família. Aline, a filhinha, tem um lugar importante nesta felicidade. E, para deixar ainda mais alegre este superpai, adivinhe qual foi a primeira palavra pronunciada pela pequena? - Papá. Maria Aline é uma criança muito tranquila. Nunca precisou ir à emergência. Nunca deixou os pais acordados durante uma noite inteira. Acordava nos primeiros meses, quando estava apenas mamando. E, ainda que amamentar fosse uma tarefa materna, Thiago fazia questão de estar junto. Com Ítalo, a história é parecida. O pai estava ao lado da mãe a cada vez que ele acordava. A diferença é que o garotinho acordava muito mais que Aline. “Nos primeiros meses, era de duas em duas horas. E, hoje, ele ainda acorda de três a quatro vezes por noite”, conta o papai. Quando ainda mamava, ambos acordavam, mas o bebê não queria conversa com o pai. Agora, o primeiro que ouvir o chamado, levanta para atendê-lo. “Geralmente sou eu, que tenho o sono mais leve”, conta o bancário. Italozinho já engatinha a casa inteira e se prepara para dar os primeiros passinhos. “É trabalhoso, mas é muito bom ser pai. Se soubesse, tinha sido há mais tempo. Meu filho é fantástico”, diz o pai.

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Especial

Dia dos Pais

arquivo pessoal

Ítalo: “É trabalhoso, mas é muito bom ser pai. Se soubesse, tinha sido há mais tempo”

Responsabilidades compartilhadas Thiago e Ítalo acompanharam cada etapa da paternidade. Estavam com a companheira em cada exame pré-natal. Entraram com elas na sala de parto. Acordavam, e acordam, a cada choro do bebê. Deram juntos o primeiro banho, e outros mais. Dividem responsabilidades. “Quando a gente sai pra trabalhar, minha sogra fica com Aline. Como eu chego mais cedo em casa, fico brincando com ela no playground do prédio”, conta Thiago. No caso de Ítalo, o bebê fica no berçário enquanto os dois trabalham, ambos como bancários. As atividades são quase todas compartilhadas. “Quando é pra fazer uma mamadeira de leite, tanto eu quanto a mãe podemos fazer. Mas alimentação mais sólida

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eu não sei preparar. Então, fico brincando com ele enquanto ela prepara a comida”, diz. Thiago já sabe decoradas as músicas da Galinha Pintadinha e Patati Patatá. Ítalo adora passear com a esposa e o filhinho na Parque da Jaqueira. Juntos, eles também vão à praia. Mas o pequeno Ítalo ainda não tomou seu primeiro banho de mar. “Eu sou o mais medroso, o que diz: - é melhor ainda não...”, confessa o pai. Thiago e Ítalo são exemplos de que a cultura da paternidade, aos poucos, começa a mudar. Que a tarefa de cuidar das crianças já não é mais vista apenas como função materna. O problema é que para que, de fato, a cultura mude, as leis e políticas também precisam acompanhar este processo. E esta é uma luta antiga do Instituto Papai.

Desejo, direito e compromisso O Instituto surgiu há 16 anos, a partir da constatação de que o enfoque das políticas públicas voltadas à questão da gestação na adolescência era sempre voltada às meninas. “Não havia lugar para o jovem pai - na rede de saúde, nas leis, nas políticas públicas. Ele nunca era escutado”, conta Sirley Vieira, que integra a equipe pedagógica da entidade. Hoje, o grupo continua trabalhando com os jovens a questão do planejamento familiar e da paternidade, mas incorporou outros temas, como saúde sexual e reprodutiva, diversidade sexual e prevenção à violência. Além do trabalho com os jovens, o grupo realiza várias campanhas, a exemplo da “Paternidade: desejo, direi-


Especial to e compromisso”. Lançada todo ano no mês dos pais, ela busca envolver os homens em questões relacionadas ao cuidado e fazê-los refletir sobre a paternidade enquanto direito da criança, da mulher e do próprio pai; enquanto compromisso e responsabilidade com o filho; e enquanto ação que está inserida no campo do desejo. Ou seja, é possível ser feliz não sendo pai, mas a paternidade também traz benefícios para o homem e é preciso refletir muito sobre o real desejo de se ter um filho, antes de dar um passo adiante. Outra campanha do Instituto, “Dá licença, eu sou pai” propõe a ampliação

da licença-paternidade. “A lei reflete esta ideia equivocada de que cuidar é coisa apenas de mulher. A nossa luta é para que a licença-maternidade seja uma licença-parental, para mãe e pai. Mas, como sabemos que esta é uma luta mais longa, queremos, pelo menos, que a licença-paternidade seja estendida para 30 dias”, afirma Sirley. A negação do lugar do pai não aparece apenas na lei. De acordo com a Lei Federal N° 11.108, o SUS (Sistema Único de Saúde) é obrigado a permitir a presença de um acompanhante, junto com a mulher, durante o pré-parto, parto e pós-parto imediato. O acompanhante

Dia dos Pais

deve ser indicado pela mulher. Contudo, há muita resistência das instituições de saúde e dos profissionais em fazer cumprir esta lei. A resistência é ainda maior no caso do acompanhante ser o pai. Por conta disso, o Papai lançou a campanha “Pai não é visita”. “Há dois anos, fizemos um levantamento e nenhuma das maternidades da rede pública no Recife permitia ao pai ser acompanhante”, conta Sirley. E completa: “A gente percebe que, hoje, já se fala mais abertamente neste lugar do homem como cuidador. No entanto, ainda há muito a avançar. E as leis e políticas públicas precisam garantir este avanço”.

arquivo pessoal

Thiago já sabe decoradas as músicas da Galinha Pintadinha e Patati Patatá

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Mateus e Catirina

divulgação

Teatro

25 Anos de Muganga Os atores José Brito e Ivan Leite celebram no palco o casamento do humor com coisa séria

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magine entrar no teatro e se deparar com um casal discutindo a relação, ali, diante de todos! Pois é isso que fazem Mateus e Catirina - ou seria Catirina e Mateus ? - na comédia 25 Anos de Muganga, que comemora as bodas de prata da dupla rememorando os bons momentos e, por assim dizer, lavando a roupa suja em público. Claro, têm proporcionado boas e fartas gargalhadas em

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turnê pelo Brasil. A saga da dupla mais hilária na tradição de cultura popular nordestina já fez rir o público de Cuiabá (MT) e Natal (RN) e, agora em agosto, deve chegar a Mossoró, também no Rio Grande do Norte. Por ironia, a parceria do casal de personagens, que nasceu no Recife, e há duas décadas e meia faz sucesso em todo Pernambuco, ainda não conseguiu pauta nos teatros da capital para celebrar com os conterrâneos. Sequer para uma única apresentação, como de resto tem acontecido na turnê. “A falta de teatros é coisa séria, não só por aqui, mas o espetáculo só tem nos dado alegria”, observa José Brito, que forma com Ivan Leite a mais duradoura das parcerias de Catirina, personagem que incorpora desde o início dos anos 80: “Sou o sétimo


Teatro

Teatro dos Bancários fez escola Um mergulho no tempo, entre risos e emoções explícitas. Bate-papo que remete, necessariamente, aos tempos de fundação do Teatro dos Bancários, cenário

de reuniões e mobilizações da categoria, de embates políticos fecundos e de manifestações culturais de todos os matizes. José Brito, ex-bancário do Banorte, foi assessor cultural do Sindicato do fim dos anos 80 até o início dos 2000. Tempos de criação do Teatro dos Bancários, compreendido como espaço físico, na sede, mas ferramenta móvel e estratégica das campanhas da categoria, na rua e agências bancárias do Recife e região. Fez escola. “Inauguramos o teatro da sacada – eu, o Marcos Pereira (presidente do Sindicato na gestão 1988-91) e Jackeline Ruiva (Oliveira, secretária de Cultura da época). O Sindicato inovou as campanhas salariais, usando os esquetes teatrais para satirizar as condições de trabalho dos bancários e protestar contra os banqueiros. Depois todos os sindicatos, do campo da CUT, passaram a usar o teatro em suas respectivas campanhas. Faltava dia pra tanta agenda e a imprensa passou a se referir a Mateus e Catirina como ‘arroz de festa”, lembra Brito. A química entre os atores brota da origem e vivência de cada um. Brito é recifense, Ivan é de Barreiros, no interior. Cada qual transfere para o personagem características de suas raízes e experiências

de vida: “Eu coloco em Catirina várias pessoas da minha família. Ela tem muito da minha mãe e a relação com o Mateus é muito parecida com o relacionamento de pai com mãe. Nos orgulharmos de fazer rir sem nunca usarmos qualquer palavrão. A gente incorpora, verdadeiramente, os personagens, a ponto de, quando eu, por exemplo, dou um baile não sou eu, é a Catirina”, observa Brito. Cuidadosos com a responsabilidade da imagem, Brito e Ivan se recusam a usar Mateus e Catirina para identificação política: “A gente acha que o ator pode até emprestar sua imagem, mas os personagens não podem estar ligados a A ou B. A única vez que fizemos como personagem foi para a campanha dos bancários”, afirma. As causas sociais são exceção, e o grupo se prepara para abraçar mais uma, como parte da celebração da longevidade da dupla. Dia 10 de agosto lança o Projeto Cidadão Modelo, com cinco módulos sobre bulling, drogas, meio ambiente e lixo pessoal, sexualidade. No Clube 17, na Avenida 17 de Agosto, em Casa Forte, Zona Norte do Recife. “É uma forma de retribuir toda a alegria que Mateus e Catirina sempre nos trouxeram”, ecoa a dupla.

A Dupla fez escola nas mobilizações dos bancários

seec pe

Mateus. É pra você ver como Catirina é raparigueira...”, brinca Ivan. O encontro não foi obra do acaso, mas a estreia se deu em “voo cego”, num improviso que caracteriza as apresentações da dupla, ainda hoje, complemento indissociável do roteiro. O convite veio de Alberto Braynner, ator e bailarino. Era o Mateus, então - e agora é produtor do grupo, há seis anos organizado na MC Produções, que hoje emprega 40 atores e tem outras cinco pessoas na linha de produção (www. mcproducoes.com). “Ele queria voltar a dançar, me sondou se toparia assumir o personagem e me convidou para assistir o espetáculo que faziam numa casa chamada Delírios & Delícias, na Ilha do Retiro. Cheguei mais cedo, para ser apresentado ao Brito, e então o Braynner disse: ‘Tem espetáculo, estou afônico e tu vai fazer...’ Argumentei que não sabia o texto, e ele disse que ‘era só muganga, improviso’ e que ele sopraria para mim e o Brito ajudaria... Entrei assim, de turista, com a Catirina me corrigindo em cena, quando eu dava uma informação errada. Funcionou. Daí que, até hoje, a Catirina é bem informada e o Mateus é burro”, conta Ivan. O espetáculo chamava-se “Era Assim Hoje”, e nascera alguns anos antes com o Grupo Retornança de dança e teatro dirigido por Deise Caraciolo. Agregava performance e danças tradicionais como caboclinho, coco e maracatu. “Entre uma apresentação e outra, entrava Mateus e Catirina, para preencher espaço. A dupla se destacou e passou a ser chamada para apresentações-solo. Era assim no Delírios & Delícias, cujos donos, olha só que coincidência, eram ex-bancários”, explica Brito.

Mateus e Catirina

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Cultura

Dicas

Adeus, Dominguinhos!

No dia 23 de julho, a sanfona do mestre Dominguinhos calou. Internado desde o final do ano passado, ele nos deixou aos 72 anos. Seu último show foi realizado no dia 13 de dezembro, na terra de Luiz Gonzaga, como parte das comemorações do centenário do rei do baião. Um ano antes de deixar esse plano, Dominguinhos dera entrevista à Revista dos Bancários, na edição de junho de 2012. Não falou sobre o câncer de pulmão,

contra o qual lutava há seis anos. Falou sobre sua iniciação musical, ainda criança; sobre a relação com Luiz Gonzaga; sobre sua trajetória e seu percurso pelos diversos ritmos; seu medo de avião e suas preferências musicais. Esbanjou bom humor e simpatia. Para ler a entrevista, acesse http://www.bancariospe.org.br/revista_ bancarios_aparece.asp?codigo=168

Música nas igrejas e praças de Olinda A Mimo (Mostra Internacional de Música de Olinda) já divulgou sua programação deste ano. A partir do início de setembro, as igrejas e praças da cidade mostram o que há de melhor na música. Entre as atrações programadas estão Gilberto Gil, Jards Macalé, Nelson Freire, Raul de Souza, Fortuna, Ibrahim Maalouf, Omas Sosa, Isaac Karabtchevsky e Nouvelle Vague. Há também mostras de cinema, cursos, debates e exposições. A Mimo ocorre de 5 a 8 de setembro, com acesso gratuito. Confira os detalhes em www.mimo.art.br.

LITERATURA

RE C OMEND A DOS Documentais

Organizado por Schneider Carpeggiani e com projeto gráfico de Hallina Beltrão, o livro “Documentais – desencontros, lembranças e testemunhos” reúne 32 textos escritos por alguns dos maiores cronistas brasileiros da atualidade. Entre eles estão Raimundo Carreiro, Ronaldo Correia de Brito, Xico Sá, Ricardo Lísias e Fabrício Carpinejar.

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Confiteor

Com seu quarto livro de contos, “Confiteor”, o escritor Césare García adentra a alma humana com fina ironia. São 19 contos e temas como a paternidade e a maternidade; o casamento; a busca de um sentido para a vida; os conflitos morais e os enganos trágicos. Uma mistura de desencanto e bom humor em 123 páginas.


Cultura

Bancário Artista

Artes musicais e marciais

D

esde seis anos de idade, o karatê faz parte da vida de Wilker Bezerra, bancário do HSBC. As artes marciais, que há 31 anos o acompanham, se misturam à sua vida e à sua personalidade. “Tenho uma relação muito intensa com o karatê. Eu perdi meu pai muito cedo e as figuras masculinas que são referência para mim são meus professores de karatê”, conta. Faixa preta, campeão brasileiro e colecionador de títulos, Wilker dá aulas desde os 18 anos. Já passou por várias artes marciais, mas não esconde sua preferência. Segundo ele, existem duas vertentes do karatê: uma mais voltada aos desportos e combate; outra mais artística e filosófica, que busca o conhecimento interior e aperfeiçoamento do caráter. É justamente esta última, o “karatê-do”, a sua preferida. “Trabalhamos com o equilíbrio da respiração e da energia, que a gente chama de ki”, explica. Quem o vê falar desta forma, imagina uma pessoa sempre calma. Mas, como conta o próprio Wilker, já aos 12 anos, sua mãe tratou de colocar o filho para aprender música para mantê-lo em alguma ocupação, porque ele era “muito treloso”. O garoto começou estudando violino mas, aos 17 anos, largou o instrumento pela guitarra e enveredou pelo rock. “No começo, meus pais chiaram. Reclamavam das roupas que eu usava, diziam que parecia um urubu... reclamavam do barulho que a gente fazia na garagem. Na época, o negócio era imitar as bandas americanas

de heavy metal. Fazíamos muita zoada...”, lembra. O grupo dispersou, mas cada um continuou se aperfeiçoando. Wilker manteve as aulas de música e também descobriu muita coisa sozinho. Enveredou pelo blues e, junto com os amigos, criou a banda Blues Men, que chegou a se apresentar em algumas casas de show. Depois de mais um bom tempo de afastamento, os antigos parceiros se reencontraram recentemente e voltaram a tocar juntos, desta vez dando preferência ao rock dos anos setenta. Uma apresentação já está prevista para a segunda semana de agosto, mas o grupo ainda espera a confirmação do lugar. Portanto, convém acompanhar no site do Sindicato a divulgação do evento (www.bancariospe.org.br). Wilker é bancário há 18 anos, sempre no HSBC. E não tem dificuldades em conciliar as atividades. Pelo contrário. “É uma válvula de escape. A gente convive no banco com uma rotina pesada, de muita pressão e muitas metas, sobretudo na área comercial. A arte me garante o equilíbrio”, afirma. REVISTA DOS BANCÁRIOS 15

JR Goleno/SXC.hu

Wilker Bezerra


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A Dália da Serra Tranquilidade, cultura e aventura esperam por você

A

gosto é o mês ideal para visitar Taquaritinga do Norte, a Dália da Serra, a apenas 186 quilômetros do Recife. É quando a pacata cidade do Agreste Setentrional realiza a Festa das Dálias, desde 1999 inserida no roteiro do Festival Pernambuco Nação Cultural, antigo Circuíto do Frio. É tempo, ainda, de curtir temperaturas baixas, que no inverno é de 15º C, em média, podendo chegar a 9º C à noite, além da natureza pródiga da região. Este ano a festa acontece de 9 a 13 de agosto, e tem programação diversificada, que inclui oficinas culturais e espetáculos de música. O evento é uma parceria do Governo do Estado e da Prefeitura Municipal.

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Nos jardins de Taquaritinga do Norte, dentre todas as espécies, reinam as dálias de diferentes modalidades. Encontraram no clima e na fertilidade do solo local condições propícias para florescer. Daí o apelido carinhoso, atribuído, segundo consta, a partir dos anos 60 do século passado. Curiosamente, não há exploração econômica do cultivo da flor, a exemplo do café orgânico da espécie arábica típica, raridade introduzida ali ainda em 1727. “Não sei por que, mas o fato é que não se pensou no cultivo comercial das dálias antes. Mas é assunto que nossa secretaria pretende levar a exame da administração”, afirma Magda Lucélia Lopes Reis de Lima, secretária de Turismo do município. Segundo ela, os turistas reclamam da falta de oferta comercial de mudas. Além da beleza das praças e jardins, a topografia acidentada da Dália da Serra é ambiente ideal para a prática do turismo de aventura e de esportes radicais. Destaque para a Serra da Taquara, ponto mais alto de Pernambuco, e onde está a Rampa do Pepê, onde se realiza torneio anual de voo livre. Há o circuíto de motocross e trilhas para atender andarilhos que não sobrevivem sem uma boa caminhada. Dentre as várias opções de passeio, há o Mirante do Cruzeiro e o Gravatá de Ibiapina.


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