DOS
Revista Bancários Ano II - Nº 14 - Janeiro de 2012
Publicada pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco
Leia as matérias completas em www.bancariospe.org.br
A ARTE DE SER
FELIZ Às vésperas do Dia Nacional do Aposentado, entrevistamos diversos bancários que deixaram o trabalho, mas continuam ativos e felizes
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Editorial
O tempo e o vento >>
“Cadê o dia? Envelheceu E a tarde caiu e o sol morreu E de repente escureceu E a lua, então, brilhou Depois sumiu no breu E ficou tão frio que amanheceu”. A canção Passarim do genial Tom Jobim, tema da minissérie “O Tempo e o Vento” baseada na obra de Érico Veríssimo, é uma verdadeira exaltação à natureza. Principalmente à natureza humana. Na música, Tom fala sobre o passado e o sonho de ser feliz. Sonho que se renova sempre, principalmente nestas épocas em que um novo ano começa. No trecho da música transcrito acima, o poeta descreve de forma lírica o que sempre dizemos de forma tão popular: não há nada como um dia após o outro. Neste início de ano, já prometemos realizar nossos sonhos e ser feliz. Renovadas as esperanças, é hora de colocar a mão na massa e ir atrás de tudo aquilo que desejamos. A hora é agora. E sempre. Neste mês, também se comemora o Dia Nacional dos Aposentados. Na matéria de capa da revista, entrevistamos um grupo de bancários aposentados que continuam ativos, criativos e felizes, realizando seus sonhos e os de outros também. As histórias que ouvimos mostram que sempre é tempo de ser feliz e servem de exemplo para todos nós. São pessoas que, mesmo aposentadas, não pararam de trabalhar e hoje fazem a diferença no mundo. Que essas histórias sirvam de inspiração para todos nós. E que este ano que começa seja também o início de um novo ciclo de batalhas, realizações e felicidade. Um ótimo ano!
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Índice Bancários fortalecem o Sindicato
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Bancário artista: Digão Ferraz
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Capa: A vida após a aposentadoria
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Entrevista: Anabele Silva
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População sai em defesa das águas
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Os 80 anos do Homem da Meia-noite
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Dicas culturais
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Conheça Pernambuco: Itamaracá
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Revista Bancários DOS
Opinião
Informativo do Sindicato dos Bancários de Pernambuco
Presidenta: Jaqueline Mello Secretária de Comunicação: Anabele Silva Jornalista responsável: Fábio Jammal Makhoul Conselho editorial: Anabele Silva, Geraldo Times, Tereza Souza e Jaqueline Mello Redação: Fabiana Coelho, Fábio Jammal Makhoul e Wellington Correia Projeto visual e diagramação: Libório Melo e Bruno Lombardi Foto da capa: Mokra / SXC.hu Impressão: NGE Gráfica Tiragem: 10.000 exemplares
Organização Sindicato em ação
“Fortalecer nossa categoria é função de todos” Bancários premiados em recadastramento falam sobre importância da sindicalização
F
élix de Barros Silva é bancário da Caixa Econômica desde 89. Já passou por Catende, São José da Coroa Grande e, hoje, trabalha em Barreiros. Sempre foi sindicalizado e, mesmo longe da capital, mantém-se informado e costuma acessar o site do Sindicato. Foi assim que descobriu que precisava atualizar seus dados, o que, para ele, “é obrigação de todo associado”. Não imaginava que, além disso, seria contemplado com o prêmio principal do sorteio de re“O Sindicato é cadastramento: uma instância uma moto Hontão poderosa da 125CC. “O que até os Sindicato é uma patrões estão instância tão pose organizando derosa que até em sindicatos e os patrões estão associações” se organizando Félix de Barros Silva em sindicatos e associações”, diz o bancário. O sorteio de prêmios foi uma forma encontrada pelo Sindicato para estimular os trabalhadores a manterem em dia suas informações cadastrais. “A iniciativa garantiu o recadastramento de 2.532 pessoas. Isso, sem dúvida, vai aumentar a eficiência da relação entre a diretoria e a base”, diz o secretário-geral do Sindicato, Fabiano Félix. Gildo Gomes Soares, aposentado do Bandepe, também se recadastrou e foi
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FÉLIX DE BARROS - CAIXA
GILDO SOARES - APOSENTADO
hELENA PEREIRA - BRADESCO
EDVÂNIA ALBUQUERQUE BRADESCO
NELSON LINS - BB
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Organização
Sindicato em ação
premiado. Desde que se aposentou, ele já trabalhou em vários outros locais e, hoje, é gerente administrativo do CIEE (Centro de Integração Empresa Escola). Mesmo aposentado, ele conta que costuma se manter informado sobre os assuntos do Sindicato. “Quando eu ia ao banco, sempre pedia ao pessoal que me desse “Ainda que a um exemplar do gente faça uma Jornal dos Banopção pelo cários. Acompaencarreiramento, nhava tudo o que não deixa de se passava, soser bancário. bretudo na CamPrecisa, portanto, panha Nacional”, fortalecer nossa diz Gildo. Com as categoria” informações atuNelson Lins alizadas, ele não precisará pedir na agência os comunicados da entidade: passa a receber em casa ou pelo correio eletrônico todas as informações. Além disso, ainda foi contemplado com uma
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JAQUELINE BARROS - BB
JOSÉ ELIAS - SANTANDER
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TV LCD de 32 polegadas. Entre os sorteados, há gente com uma longa trajetória e outros que começaram há pouco seu percurso. Há gente como Helena Pereira da Silva, do Bradesco Conde da Boa Vista, 26 anos de banco, que recebeu um iPod: “Conheço várias pessoas que precisaram do Sindicato e receberam assistência. Ser filiado a um sindicato é essencial”, diz. Ou como Nelson Lins, gerente geral do posto do BB na Chesf. Bancário há 29 anos, Nelson já trabalhou em vários outros estados e, nas bases por onde passou, sempre foi sindicalizado. “Ainda que a gente faça uma opção pelo encarreiramento, não deixa de ser bancário. Precisa, portanto, fortalecer nossa categoria”, diz. Com menos tempo de estrada, Edvânia Albuquerque, do Bradesco da Caxangá, já sabe entretanto a importância de fazer parte de uma entidade representativa. No banco há menos de dois anos, ela tratou se se filiar logo nos primeiros meses de trabalho. “Do futuro ninguém sabe.
Mas sabemos que o Sindicato pode nos ajudar em quaisquer circunstâncias”, afirma a trabalhadora, que foi premiada com um iPod. Maurício Arcoverde Júnior, funcionário da Caixa Cidade Universitária, também foi um dos sorteados, e ganhou um tablet. Bancário desde julho de 2006, ele tem o mesmo tempo de sindicalização e participação ativa na organização do movimento. Em tempos de greve, vai às passeatas, fecha sua agência e leva material para outras. “Não é o banco quem vai nos defender quando a gente precisar de um norte”, alerta o trabalhador. Entre os premiados, há também os desportistas. José Elias Cavalcanti Júnior, do Santander de Olinda, fez parte da equipe do Citibank, que foi semifinalista do Campeonato de Futebol dos Bancários do ano passado. Em 2010, ele já disputara, defendendo a equipe do Santander. “A gente sente que faz parte de uma associação séria, que pode nos dar suporte e garantir benefícios”, diz o bancário.
Marcos Borges - Caixa
MAURÍCIO BRITO - CAIXA
SUZANA MASCARENHAS BRADESCO
Bancário artista Divulgação
Cultura
Digão Ferraz, do Banco do Brasil de Surubim, faz, em média, um show por mês, com o autêntico pé-de-serra
Digão Ferraz
Brincadeira levada a sério
R
odrigo Martins Santos, funcionário do Banco do Brasil de Surubim, é Digão Ferraz. Ele, que sempre gostou de cantar desde a adolescência, resolveu levar o assunto a sério e, há quatro anos, juntou-se com outros músicos da região. Hoje, já tem alguns CDs promocionais e faz, pelo menos, um show por mês. “É uma brincadeira levada a sério. E a aceitação tem sido muito boa”, diz Digão. Difícil mesmo é conciliar o trabalho de bancário e músico. “Ensaiamos à noite e montamos um repertório fixo, que a gente muda depois da temporada de São João porque o ano, para forro-
zeiro, se divide em antes e depois de junho. O problema é a parte da produção”, afirma o artista. É ele mesmo quem faz tudo: da divulgação ao contato para shows. Quando sai de férias, aproveita para viajar para outros municípios e passar nas prefeituras e outros órgãos para deixar o CD. A banda completa tem sete pessoas. Mas, em locais pequenos, eles se apresentam às vezes com apenas quatro. O repertório inclui várias gerações do forró de raiz, desde Luiz Gonzaga até Santana, Petrúcio Amorim, Flávio José, entre outros. Há, também, composições próprias, a exemplo do forró “Peça Rara”. Digão, que integra a Sociedade de Forrozeiros Pé-de-serra de Pernambuco, já tem show agendado para o dia 6 de janeiro, na Festa de Santo Amaro, em Taquaritinga do Norte. A esposa, que antes reclamava desta dupla jornada, hoje ajuda, acompanha, participa, opina no repertório e fotografa. Digão é trabalhador do Banco do Brasil há sete anos. Já passou por agências de Campina Grande, Taquaritinga do Norte e, há seis meses, está em Surubim. Quem quiser conhecer mais do seu trabalho artístico é só acessar: http://palcomp3. com/digaoferraz/. Os contatos podem ser feitos pelos telefones: (81) 8841-6235 e 9734-6834. REVISTA DOS BANCÁRIOS 5
Comportamento
Dia do Aposentado
A atual direção do Sindicato criou o Café da Manhã dos Aposentados, realizado todo mês, para integrar os bancários que já não estão mais na ativa
A vida depois da aposentadoria Histórias de trabalhadores que deixaram os bancos, mas continuam na ativa
“O
mundo a todo momento nos chama. Há muita coisa para fazer e aprender”. A fala, da ex-bancária da Caixa, Cristina Henriques, é o relato de alguém que, mesmo depois de aposentada, não deixou de trabalhar: para sua própria felicidade, a dos filhos e a do mundo. Vinte e quatro de janeiro é Dia Nacional do Aposentado. A Revista dos Bancários conversou com alguns aposentados para mostrar gente que continua ativa. E criativa. Aposentada por doença ocupacional, Cristina convive dia-a-dia com a superação dos próprios limites. Já chegou a passar cinco meses sem andar. É voluntária em várias associações, tem um filho com necessidades especiais.
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E, mesmo com tudo isso, continua ativa no movimento sindical. E mais: namora, passeia, se diverte. Logo que saiu da Caixa, Cristina tornou-se voluntária da ONG Moradia e Cidadania. Dois anos depois, criou a Associação de Moradores do Pina, Boa Viagem e Setúbal, onde está até hoje. “Mas, nos últimos anos, dei um freio em mim mesma. Tive que diminuir as atividades na associação, em respeito à minha própria saúde”, diz. Mesmo assim, ela continua brigando com construtoras, que tornam insalubres as ruas dos bairros; buscando autoridades que garantam fiscalização e execução de obras ou restauração de prédios; fazendo articulações com órgãos privados e governamentais para garantir um ambiente melhor no lugar em que vive. Cristina já perdeu um filho e tem outro que é portador de mielomeningocele, uma má formação neurológica que gera problemas motores e cognitivos, perda de sensibilidade nos membros, incontinência fecal e urinária e os torna alvos fáceis de infecções. “Já sofri muito. Criei meus filhos sozinha, superando cada obstáculo. Hoje, Ricardo está com 34 anos e 35 cirurgias, mas as pessoas se espantam de vê-lo chegar a essa idade, com uma boa qualidade de vida”, diz. Atualmente, ela ajuda outras famílias que convivem com o problema: é uma das articuladoras do Instituto Arthur Vinícius, de apoio às vítimas de mielomeningocele. É integrante, também, da Associação de Aposentados e Pensionistas. “Em 2008,
Comportamento fomos até Brasília em uma ação em defesa dos direitos dos aposentados. Lá, criamos o grupo Guerreiros Forenses, que reúne gente de vários lugares. Visitamos parlamentares e órgãos do governo para mostrar a situação de alguns colegas, mergulhados em dívidas, depressão e em uma letargia que os impede de tomar iniciativas”, conta Cristina, que também não deixa de participar das atividades do movimento sindical, a exemplo do Conecef (Congresso Nacional dos Empregados da Caixa). Lembranças e histórias Quem também continua em plena atividade é Rosiene Nepomuceno, que se aposentou há cerca de dois anos do Banco do Brasil. Ela, que sempre foi voluntária em um abrigo de idosos, hoje assumiu o comando da instituição, que fica em Barreiros, mesmo local onde ela trabalhou. “Tivemos muito o que fazer durante a cheia. Tivemos, inclusive, de reconstruir a sede, destruída pela chuva”, diz. Rosiene mora em São José da Coroa Grande. Seu marido, também aposentado do BB, faz parte de um grupo de motoclube. Juntos, os dois viajam bastante, levam uma vida tranquila e guardam com carinho boas lembranças dos tempos de banco. “Em tempos de
greve, os próprios funcionários se mobilizavam: iam para a rua, fechavam outros bancos. Lembro que, uma vez, convencemos um pessoal que estava com medo de aderir a sair conosco. E eles nos seguiram rezando, com um terço nas mãos”, relata Rosiene. Outra que tem muita história para contar é Rejane Gonçalves Santos, também do BB. Ela viveu os tempos de ditadura e esfacelamento da organização dos trabalhadores e participou do grupo que retomou a direção do Sindicato das mãos dos herdeiros da intervenção militar. “Mesmo depois da ditadura, eram tempos de muito medo. O grupo que comandava o Sindicato era complicado: não podíamos falar, opinar e, muitas vezes, eles partiam para a agressão. Mas, com tudo isso, me sinto orgulhosa de ter feito parte de uma geração que tinha objetivos e força para lutar”, lembra. Desde que se aposentou, Rejane passou a se dedicar mais a algo do qual gostava mesmo enquanto já estava no banco: a literatura. “Tenho ótimas lembranças do banco, dos colegas: era como uma família. Mas eu já não tinha o perfil de bancária. Gostava de escrever, de ler. Na agência Dantas Barreto, um colega – o Tarsilo Vasconcelos – criou um jornal dos funcionários. E eu costumava contribuir com meus artigos”, lembra.
Dia do Aposentado Fora do banco, Rejane fez curso de desenho, começou a rabiscar telas, intensificou a leitura e a escrita e, há oito anos, faz parte da oficina literária com o escritor Raimundo Carreiro. Tem contos publicados em várias coletâneas, alguns deles premiados, e pretende em breve publicar seu primeiro livro.
Cristina Henriques
Chico Assis
De volta ao Sindicato Aposentado do Bandepe desde 99, Chico de Assis também enveredou pelos caminhos da arte. Ele pinta, trabalha com artesanato, arranjos, decoração. Chegou a abrir uma loja no Shopping Jaboatão. Mas, mesmo com tudo isso, sentia muita falta do trabalho. “Eu sentia uma fraqueza, uma depressão. Ficava horas na frente da televisão, sem fazer nada”, lembra. O Sindicato o revigorou. “Desde que entrei na direção, me sinto muito melhor”, diz. Situação semelhante foi vivida por Luiz Freitas, secretário de Aposentados
do Sindicato. Afastado do BB em 2000, por invalidez decorrente de doença ocupacional, ele viveu anos terríveis, de dores insuportáveis. Passou alguns anos em São Paulo, para um tratamento especializado. Quando esta nova gestão assumiu o Sindicato, mesmo debilitado, ele resolveu topar o desafio de integrar a chapa. E não se arrependeu. “O contato com as pessoas melhorou demais minha qualidade de vida. Hoje, me sinto gratificado e reconhecido pelo meu trabalho”, diz.
Luiz Freitas
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Entrevista
Anabele Silva
Aprendendo com as diferenças
A
nabele Silva, secretária de Comunicação do Sindicato, voltou recentemente da Europa. Durante seis meses, ela participou de um curso de especialização na Universidade Global do Trabalho (GLU), na Alemanha, promovido em parceria com a Contraf-CUT. De volta para o Brasil, trouxe na bagagem, não apenas o conhecimento formal proporcionado pelo curso, mas a enriquecedora experiência do convívio com diferentes culturas e formas de organização. Em contato com movimentos sindicais europeus em tempos de crise, ela certificou-se da importância dos trabalhadores estarem sempre alertas em defesa dos direitos, porque mesmo o que parece certo pode mudar a qualquer momento. Nesta entravista, ela compartilha um pouco do que aprendeu nestes meses de formação. 8 REVISTA DOS BANCÁRIOS
Anabele Silva, secretária de Comunicação do Sindicato, compartilha experiências, após especialização na Alemanha
REVISTA DOS BANCÁRIOS – Anabele, fale um pouco sobre o curso que você fez. Anabele Silva – Foi um curso do programa de pós-graduação da Universidade Global do Trabalho (GLU), na Alemanha: uma especialização de seis meses, na área de políticas sociais, economia e comércio internacionais – aí incluídos os direitos dos trabalhadores. A universidade tem convênio com centrais sindicais de todo o mundo, a exemplo da CUT (Central Única dos Trabalhadores). Este curso foi focado, sobretudo, nos países emergentes, mais especificamente Brasil, Índia e África do Sul. Mas também tinha gente de outros países: Paraguai, Filipinas, Jordânia, Vietnã. Foram quatro meses de aulas na Alemanha e outros dois meses de estágio. O curso foi interessantíssimo, a começar pela própria ideia: de juntar gente de diferentes países para mostrar e ensinar sua realidade e, simultaneamente, aprender com a realidade europeia.
RB – E quais os resultados desta troca? Anabele – A gente percebe que o Brasil tem uma organização muito boa em termos sindicais quando se compara com a realidade de outros países emergentes. Na Índia, por exemplo, 90% dos trabalhadores são informais. Então, existe muita dificuldade em organizar o movimento sindical em um lugar com este índice de informalidade. Além de ficarem admirados com o movimento sindical brasileiro, os colegas ficaram surpresos com a organização dos bancários. Eles acharam incrível que a gente tenha um acordo nacional, num país que tem dimensões continentais. Tudo isso nos leva a valorizar ainda mais cada uma de nossas conquistas. Percebi que a organização dos bancários brasileiros é referência no mundo todo. RB – E com relação à Europa? Anabele – Existe uma cultura bem mais organizada, com mais garantias sociais. As
Entrevista pessoas têm acesso à transporte, educação, saúde e isso aumenta a qualidade de vida. Também há muito pouca violência e tudo isso faz com que os sindicatos possam se preocupar com outras coisas. Ao mesmo tempo, no dia-a-dia, as negociações são mais brandas, mais fáceis. Talvez porque já exista, entre os próprios patrões, uma cultura de que os direitos trabalhistas devam ser respeitados. RB – E o estágio, como foi? Anabele – Eu fiz o meu estágio na PSI – uma organização internacional sindical que trabalha com o pessoal de serviços públicos. E foi uma experiência muito boa, até porque existe um interesse grande em interagir com a realidade do Brasil. Por exemplo, eles queriam saber mais informações sobre o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), que não existe em outros lugares e poderia ser uma alternativa interessante para países da África ou a Índia. Outro ponto em que pudemos contribuir bastante foi com relação à política de privatizações. A Europa está passando hoje pelo que o Brasil passou na década de 90. E o caso da privatização da energia elétrica brasileira foi muito utilizado como exemplo de que privatizar os serviços públicos não funciona. Tanto que, depois, o governo teve de intervir no setor e criar programas como o “Luz para todos”. Ao mesmo tempo, também pudemos falar de nossa organização, que ajudou a impedir que outras empresas fossem privatizadas, como a Caixa e o Banco do Brasil.
grupos se mobilizando para garantir um mínimo de benefícios sociais. Muitos países também já estão aumentando as barreiras para estrangeiros, com medo de uma imigração em massa... RB – Você sentiu algum tipo de rejeição por ser de outro continente? Anabele – Não. Talvez por tudo o que aconteceu na segunda guerra, o alemão tem pavor de ser classificado como nazista ou como alguém que discrimina. Lá existem muitos turcos, por exemplo. E, ao mesmo tempo em que os alemães procuram passar uma imagem de que tudo vai bem, as duas culturas não se misturam. E são quase opostas. Existem bairros turcos, que mantém suas características, e praticamente não convivem com os bairros alemães. Mas o brasileiro tem uma receptividade muito boa dentro da Europa. E a imagem do Brasil já não é a mesma. Não me perguntaram sobre Pelé. Queriam saber sobre Lula, sobre Dilma, sobre política. Existe uma visão muito boa do que vem sendo feito no Brasil em termos de políticas sociais. RB – E como foi a convivência com os outros participantes? Anabele – No começo era estranho. São culturas diferentes. A gente contava uma piada, o pessoal não entendia... Nossa relação mais fácil foi com os indianos, que tem uma cultura muito acolhedora, como
Anabele Silva
a nossa. Mas este é um exercício importantíssimo: o da democracia e do convívio com as diferenças. Às vezes, tinha coisas que a gente achava absurdas, mas que fazem parte da realidade do outro, e a gente tem de respeitar e entender. RB – Além desta, que aprendizagens você traz para cá? Anabele - A Europa, agora que está em crise, sob ameaça de perder aquilo que sempre teve, começa a se tocar de que precisa lutar pela garantia de direitos sociais mínimos. Então, o movimento sindical precisa estar alerta sempre, porque mesmo aqueles direitos que parecem imutáveis podem ser perdidos. Na Europa, apesar das negociações serem mais brandas, quando se ameaça cortar algum direito, o trabalhador é muito ativo: grita, vai pra rua. Aqui – talvez pelo fato de já termos vivido tantas crises, recessões e inflações – gerou-se uma passividade, cultivou-se a ideia de que política não se discute. E isso nós precisamos mudar. Até porque o Brasil é a sexta economia do mundo. Mas a concentração de renda é altíssima e as pessoas continuam vivendo mal. Então, esta nossa luta contra os bancos é também uma briga pela repartição desta renda, deste lucro absurdo dos banqueiros. Esta é uma função de todos nós, trabalhadores. Não adianta só crescer. É preciso repartir bem o bolo para que todos saiam ganhando.
Anabele teve a companhia de colegas de todos os continentes
RB – Você esteve na Europa em tempos de crise. Como você viu tudo isso? Anabele – Na verdade, como a Alemanha é a melhor economia da Europa, não dava para perceber isso de perto. Mas, o que os professores falavam, por exemplo, era que teriam de aprender a fazer o que o Brasil fez em termos de políticas sociais. Salário mínimo, por exemplo. Lá, nunca existiu porque a economia funcionava e não havia necessidade. Mas já existem REVISTA DOS BANCÁRIOS 9
Cidadania
Meio ambiente
Protesto em Petrolina reuniu em dezembro mais de 15 mil pessoas, que exigiram apoio do governo em programas que garantem água potável no semiárido
A população em defesa das águas “(…) Água da chuva vai pra cisterna, bem guardadinha pode ficar. Ficar tempos e tempos para o plantio. Quando for seca, mãe vai usar.”
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O
texto ao lado é parte do poema de Vanessa do Nascimento, de 12 anos. Moradora do Sítio Olho d’água, na zona rural de Timbaúba, ela foi uma das classificadas do prêmio “Ler é Preciso”, do Instituto Ecofuturo, cujo tema foi “cuidar da vida”. Habitante de uma área extremamente carente, Vanessa aprendeu a ler e escrever há pouco tempo. Mas, há muito ela já sabe que para cuidar da vida é preciso cuidar da água. E, para viver em um lugar onde a água é joia rara, as cisternas são fundamentais. Como Vanessa, Luís Eleutério, agricultor da comunidade de Queimadas – Caruaru; Erivan Jacinto, do Sítio Cajá – Ibirajuba; Ivanilda Torres, do Sítio Boqueirãozinho – São Caetano participam dos programas Um Milhão de Cisternas (P1MC) e Uma Terra e Duas Águas (P1+2), executados pela ASA (Articulação no Semiárido Brasileiro). Trata-se de uma rede de mais de duas mil organizações da sociedade civil que, há mais de dez anos, estão à frente dos programas que garantem água de beber para mais de 1,4 milhão de pessoas e água para produção de alimentos para mais de 11 mil famílias. O programa Um Milhão de Cisternas nasceu junto com a ASA, em 1999 – durante a 3ª Conferência da Convenção de Combate à Desertificação e à Seca. O projeto partiu de técnicas de convivência com a seca usadas pela própria população: cisternas de placas, cisternas-calçadão, barragens subterrâneas, caldeirões ou tanques de pedra,
Cidadania cacimbas ou poços rasos, barreiros e pequenos açudes. Ao mesmo tempo, as famílias desenvolveram estratégias de armazenamento de alimentos e sementes. O programa deu tão certo que se tornou política de governo e, hoje, com mais de 450 mil cisternas construídas, é também desenvolvido pelos estados e municípios, com recursos da União. O programa Uma Terra e Duas Águas nasceu em 2007 e envolve infraestrutura hídrica para produção agroecológica de alimentos. Também tornou-se política pública e, hoje, já foram construídas 9 mil cisternas calçadão, 420 barragens subterrâneas, 302 tanques de pedra, 208 bombas d’água popular e um barreiro. No final deste ano, o governo ameaçou não dar continuidade à parceria e, no dia 20 de dezembro, 15 mil pessoas foram para as ruas em um ato público em Petrolina. “A perseverança dos agricultores e agricultoras, dos que já foram contemplados com as ações da ASA e dos que esperam ser beneficiados, das comissões municipais e das organizações, fez com que a gente reunisse um número além do que estávamos esperando. A nossa estimativa era de 10 mil pessoas e
chegamos a 15 mil”, diz a coordenadora da ASA, Neilda Pereira. A mobilização deu certo. Três dias depois, em reunião em Brasília, o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome assinou um aditivo que garante a execução do Programa Uma Terra e Duas Águas até abril do próximo ano e depositou a segunda parcela do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), que deverá ser executado também até abril. Uma nova reunião foi agendada para 3 de janeiro para discutir a continuidade dos programas. Segundo o Ministério da Integração Nacional, é no semiárido que se concentra mais da metade da população pobre do país. Metade da população não possui renda ou tem como única fonte de rendimento os benefícios governamentais. Outros 31,4% dispõem de até um salário mínimo e apenas 5,5% tem renda de dois a cinco salários-mínimos. O Índice de Gini, que mede o nível de concentração de renda, está acima de 0,60 para mais de 32% dos municípios. A concentração inclui o acesso à terra e à água: 93% das terras estão nas mãos de grandes proprietários que respondem
Meio ambiente
por 73% dos mais de um milhão e setecentos estabelecimentos agropecuários da região. Os outros 7% da área ficam nas mãos de assentados, arrendatários e pequenos proprietários, em situação bastante precária. Além disso, 67% das famílias rurais da região não possuem acesso à rede de abastecimento de água. “Durante muito tempo tra- “Hoje, tenho balhei no alugado minha cisterna, para manter meus que pra mim foi filhos. Mas quan- uma conquista do comecei a to- pois antes sofria mar conta do meu muito tendo que próprio roçado, buscar água minha vida teve longe pra beber e um novo sentido. cozinhar” Hoje, tenho minha Ivanilda Torres, cisterna, que pra agricultora mim foi uma conquista, pois antes sofria muito tendo que buscar água longe pra beber e cozinhar”, conta a agricultora Ivanilda Torres, em entrevista ao boletim do programa P1+2, do Centro Sabiá.
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Com informações da ASA e Centro Sabiá.
As cisternas são fundamentais para garantir água no semiárido
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Festa popular
Cultura
O homem mais amado do carnaval
N
oite do sábado de Zé Pereira. No bairro do Bonsucesso, Olinda, em frente à sede do Homem da Meia-noite, as pessoas começam a se aglomerar. Senhoras idosas e mães com crianças no colo buscam os lugares mais protegidos, mas que lhes garanta a visibilidade. Aos poucos, o espaço vai ficando pequeno para tanta gente. A ansiedade aumenta, enquanto os ponteiros se aproximam das
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Lá vem o Homem da Meia-noite, vem pelas ruas a passear A fantasia é verde e branca para brincar o carnaval...
12 horas. A porta da sede se abre para dar saída ao relógio. A multidão conta os minutos. A orquestra faz soar os primeiros acordes. Os olhos se voltam para a porta. E ele vem: o Homem da Meia-noite. O frevo explode, a massa delira, as pessoas pulam e gritam enquanto ele, o boneco, saúda todas as gentes, com um olhar que parece vivo, a acompanhar a multidão. Eis o encantamento que se repete há oitenta anos na cidade de Olinda. Mas quem é, afinal, este homem? Pouco se sabe, de fato, sobre ele. Mas não faltam histórias. Uma delas fala que Luciano Anacleto, um dos fundadores, era um apaixonado por cinema e teria criado o clube depois de assistir o filme “Ladrão da Meia-noite”, em que um ladrão saía de dentro de um relógio. Outra versão conta que Benedito Bernardino, autor do hino e também fundador, toda noite de sábado e domingo via passar
Festa popular
por ali uma figura elegante, de chapéu e dente de ouro. Curioso, ele seguiu o tal homem e viu que ele pulava as janelas das moças para namorar. E se inspirou neste Dom Juan para criar o bloco. O fato é que, se a ideia do bloco nasceu no dia 7 de janeiro, o boneco propriamente dito foi às ruas pela primeira vez em um 2 de fevereiro, dia de Iemanjá. Por conta disso, alguns o consideram uma calunga – figura mística do candomblé. E, ainda que esta possibilidade seja criticada por outros, o fato é que trata-se de um Nasceu à meiaboneco cercado de noite, no dia mistérios. “Nasde Iemanjá, em ceu à meia-noite, frente a uma em um dia de Iedas igrejas manjá, sua sede mais místicas fica em frente à de Olinda... Igreja de Nossa tudo isso faz do Senhora do RoHomem da Meia sário dos Homens Noite esta figura Pretos – uma das emblemática que igrejas mais cercadas de misticismo ele é em Olinda... Tudo isso faz do Homem da Meia-noite esta figura emblemática que ele é”, conta o presidente do clube, Luís Adolpho.
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Nos passos do pai O próprio Luís Adolpho tem histórias incríveis para contar. Ele, que é filho de Tárcio Botelho – presidente que mais tempo ficou à frente da associação, lembra que o pai nasceu e morreu no Dia da Consciência Negra. E que o título mais importante da história do clube, “Patrimônio Vivo de Pernambuco”, foi anunciado no dia do aniversário de seu filho mais velho, que tem o mesmo nome do avô: Tárcio Botelho. Luís Adolpho conta, ainda, que adquiriu uma casa na Rua do Amparo e, anos depois, descobriu que o local tinha sido a segunda sede do Homem da Meia-noite. Presidente da associação há 9 anos, Luís não pensava, a princípio, em seguir os
passos do pai. “Somos muito diferentes. Ele era animado, um folião. Eu sou mais tranquilo. Admiro o carnaval, mas de longe. Mas as pessoas acharam que eu era a pessoa ideal para dar continuidade aos sonhos de meu pai. Então, assumi”, diz. E boa parte dos sonhos já se realizaram. “Meu pai era um arquiteto. Sempre quis melhorar nossa sede. Hoje, estamos com a sede climatizada, com um museu, um café e bar, tudo bem organizado”, relata Luiz, com orgulho. Outro sonho realizado foi a abertura das portas para a comunidade. Durante sete anos, na sede da associação, funcionou o projeto Gigante Cidadão e O Homem da Meia-noite virou, também, ponto de cultura. “E o outro sonho é o de eternizar a história do clube. Para isto, estamos lançando um livro este ano e já fizemos vários documentários”. O mais querido Para os foliões que o seguem, ele já é eterno há muito tempo. Carlos Freire Cajá, funcionário do Sindicato, é um de seus fiéis seguidores. Há mais de 20 anos ele acompanha o bloco. Brinca o dia inteiro, em várias troças. Mas, de noite, precisa es-
Cultura
tar acordado para acompanhar o desfile. A artista plástica Teresa Costa Rêgo, 82 anos, se diz a namorada do Homem da Meia-noite. E, de sua casa na Rua do Amparo, aguarda ansiosa a passagem de seu querido, que ao cruzar sua janela, debruça-se em saudação e recebe um beijo da artista. Neste carnaval, o Homem da Meia-noite vai sair, por duas vezes, fora de seu horário habitual. “É um ano especial. Achamos que ele merecia se divertir um pouco mais e receber homenagens. Então, marcamos um encontro histórico: do Homem da Meia-noite com o Galo da Madrugada. E, na segunda-feira, ele volta a sair. Desta vez à tarde e acompanhado por vários carros alegóricos”, explica Luiz. As comemorações não param por aí. No dia 21 de janeiro, será entregue o Prêmio Gigante Cultural a doze personalidades da cultura pernambucana. No dia 2 de fevereiro, um bolo gigante e muita folia marcam o aniversário de figura tão ilustre. E, para quem não quiser esperar, a sede está aberta toda quinta e sexta, das 14 às 20 horas; sábado, de 8 às 20 horas; e domingo, até meio-dia. No local funciona um café-bar e um museu.
LUÍS ADOLPHO É O ATUAL PRESIDENTE DO CLUBE
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Dicas
Cultura
TEATRO
Grandes espetáculos A partir de 11 de janeiro, mais de 90 atrações estarão nos palcos do Recife. O Festival Janeiro de Grandes Espetáculos chega a sua 18ª edição, com o propósito de dar visibilidade ao teatro local. Serão 24 espetáculos do estado - entre dança, teatro para crianças e para adultos. A peça “Essa febre que não passa” (foto), do Coletivo Angu de Sangue, faz parte da programação. De fora de Pernambuco, chegam outros nove espetáculos, entre os quais “As três velhas”, que recebeu três indicações para o Prêmio Shell e levou uma - de melhor ator, com Luciano Chirolli. Quando esta página foi editada, ainda não havia sido divulgada a relação de espetáculos internacionais que fará parte da grade do festival. Some-se a isso palestras, shows e oficinas. Leia mais em: www. janeirodegrandesespetaculos.com.
Temporada de férias Em janeiro, as crianças estão de férias. Mas nem sempre os pais estão também. Se você é um dos que trabalham no primeiro mês do ano, pode escolher alguma opção de oficina e colônia de férias para a meninada. Para quem gosta de arte, a dica é o Laboratório Infantil de Artes, Jogos e Brincadeiras, do Museu Murillo La Greca. Voltado para crianças de 3 a 9 anos, acontece no horário da manhã, de 9 a 13 e de 16 a 20. Informações: 3355.3127/3129. Outra boa opção é a colônia do Parque Dois Irmãos. Haverá atrações circenses, com apresentações e oficinas de malabares, cordas e acrobacias. E também não poderia faltar a visita ao Zoo e trilhas ecológicas. Para crianças de 9 a 12 anos. De 9 a 13, de 16 a 20, e de 23 a 27 de janeiro. Informações: 3183.5539
Artes plásticas
RECOMENDADOS This_Placements
Contemplada com o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea, a mostra This_Placements, de César Meneghetti, fica até dia 15 na Sala Nordeste de Artes Visuais, na Rua do Bom Jesus. A instalação é composta por uma série de projeções de imagens, gravadas em diversas partes do mundo.
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Niemeyer
A retrospectiva das obras de Oscar Niemeyer apresenta miniaturas de seis dos prédios mais famosos projetados por ele. São esculturas de médio porte, construídas a partir dos esboços desenhados pelo arquiteto. Na Galeria Janete Costa (Parque Dona Lindu, Boa Viagem), até março.
Turismo
Conheça Pernambuco
ITAMARACÁ
De Vila Velha ao Forte Orange, percorre-se uma trilha cheia de histórias para contar
Um mergulho na história
H
istória, cultura, natureza. Uma viagem no tempo. Essa é a sensação de quem visita Vila Velha, na Ilha de Itamaracá, distante cerca de 48 km do Recife. Antiga sede da Capitania Hereditária de Itamaracá, a ocupação da região teve início em 1516 com a fundação da feitoria de Cristóvão Jacques, às margens do Canal de Santa Cruz, que dividia as capitanias de Nova Lusitânia (Pernambuco) e Itamaracá. A viagem no tempo vai além das referências históricas. A arquitetura composta por casarões antigos e pela Igreja de Nossa Senhora da Conceição, cuja construção original data de 1547, aguça a imaginação e transporta o visitante ao
período colonial brasileiro. Erguida no ponto mais alto da vila, em uma posição privilegiada, a igreja possui um mirante que propicia uma visão deslumbrante de parte da ilha. Vale também ressaltar que é nessa igreja que estão sepultados os restos mortais do Vigário Tenório, um dos líderes e mártires da Revolução Pernambucana de 1817. Aliás, é possível percorrer trilhas históricas, que levam o visitante de Vila Velha até perto do Forte Orange, percurso feito várias vezes durante a história pernambucana: nas invasões holandesas e na Revolução Pernambucana, por exemplo. Completando o conjunto histórico da cidade de Vila Velha, estão as ruínas da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, que tem origem anterior ao século XVII. A natureza tem papel de destaque na geografia do local. Já na estrada que dá acesso à vila, é possível encontrar trechos de Mata Atlântica que, na época da ocupação portuguesa, cobria toda faixa litorânea do Brasil. Os manguezais e uma extensa faixa de área verde completam o cenário paradisíaco. No meio de toda essa beleza, o visitante também pode dar uma paradinha para adquirir uma peça artesanal, comprar lembrancinhas, tomar uma bebida e saborear as deliciosas receitas preparadas com frutos do mar e várias outras guloseimas servidas nos bares e restaurantes instalados na localidade. REVISTA DOS BANCÁRIOS 15
Só Só existe existe uma uma coisa coisa pior pior do do que que uma uma guerra guerra entre entre alienígenas alienígenas e eo o exército exército americano: americano: enfrentar enfrentar os os banqueiros banqueiros brasileiros. brasileiros.
SINDICALIZE-SE Sindicato dos Bancários de Pernambuco
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