014 - Revista Arquitetura e Urbanismo Unesp 2012

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Orientação: Claudia Barbieri Formatação: Pedro Hungria Cabral e Bárbara Zaneti de Carvalho Capa: Fernanda Correia da Silva Impressão: Jessica Tiseo


014 Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação - FAAC Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"

Bauru, 2012



ÍNDICE Editorial Catedral de São Basílio Palácio Sanssouci Petit Trianon Capitólio de Washington Palácio de Westminster Castelo de Marienburg Familistério de Guise Casa Tassel Sagrada Família Ilha Fiscal Machu Picchu

9 11 18 26 35 43 51 59 66 74 82 90



Editorial

do Curso de Arquitetura e Urbanismo, da Faculdade de Arquitetura, Artes e

e divulga

delineiam o perfil almejado pela revista. este

, para os alunos do curso, mostra-se como uma espendidos,

aproximando as turmas, uma vez que os discentes passam a ter conhecimento

ando o contato com os cursos de outras universidades.

representati Boa leitura para todos!

Claudia Barbieri



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CATEDRAL DE SÃO BASÍLIO Bárbara Zaneti de Carvalho; Júlia Torres Marcilio; Priscila Minematsu Sunao

Na Rússia, durante a Idade Média, de 862 a 1598, reina a dinastia de Rurik, líder viking, do qual descenderam as linhagens aristocráticas russas. Em 1530 nasce Ivan Vassiliévit ou Ivan IV, que mais tarde ficou conhecido como Ivan, o Terrível. Seu reinado se deu entre 1533 e 1584, com a criação de um Estado centralizado, sendo o primeiro

soberano

russo

a

utilizar

oficialmente o título de Czar. O Estado czarista possuía na sua origem elementos culturais tártaros e bizantinos, sendo que o termo czar é uma variação do termo latino caesar, título que os russos atribuíam ao imperador de Bizâncio e depois ao khan (“chef e”) da Horda Dourada ( TRAGTENBERG, 2007 )

.

Em seu reinado, Ivan iniciou várias reformas, reorganizando sua administração central e local, utilizando princípios da religião cristã ortodoxa, baseados na justiça. A Rússia esteve em guerra durante a maior parte deste período, incluindo várias campanhas e a conquista de Kazan e Astrakham, territórios tártaros situados na rota comercial do mar Cáspio, comemorada com a construção da Catedral de São Basílio. As conquistas do czar Ivan foram muitas. Na política externa, todas as suas ações dirigiram-se a forçar a ligação da Rússia à Europa. No entanto, deixou

o

país

muito

mais

centralizado,

tanto

administrativo

como

religiosamente. Segundo Tragtenberg (2008), durante quase mil anos, a Rússia não pertenceu à civilização ocidental, senão, à civilização bizantina, da qual adotaram seu cristianismo ortodoxo oriental, nos fins do século X.

Essa


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religião foi tão influente, que até hoje é a principal da Rússia, do leste e sudeste da Europa. Desde 1453, a Rússia foi o único país cristão ortodoxo de importância que não havia caído sob o domínio muçulmano. O primeiro aspecto da tradição bizantina que permanece na Rússia atual é o papel influente da Igreja Ortodoxa sob o controle estatal. Esse vínculo entre religião e estado fica explícito com a construção de uma catedral para comemorar conquistas territoriais. Entretanto, esta igreja marca não apenas um momento histórico importante da formação da nação russa, como também é um marco da arquitetura nacional que se desenvolveria nos séculos seguintes. “Alegra -te, ó muito piedoso czar! Pela tua coragem e boa sorte alcançamos a vitória e Kazan é nossa. Que ordenas tu agora?” E Ivan, o Terrível respondeu ao seu comandante-chefe, príncipe Miguel Vorotinski, que acabava de lhe ganhar a batalha contra os Tártaros: “Confiemos a glória ao Altíssimo”. (GRAHAM, 1933)

Assim, em 1555, o czar Ivan IV mandou construir o monumento mais original da antiga Rússia, a Catedral de São Basílio, localizada na Praça Vermelha.

A Catedral de São Basílio é desde 1990 parte do conjunto do

Kremlin, a primeira fortaleza de madeira construída, e da Praça Vermelha, Patrimônios Mundiais da UNESCO, o órgão das Nações Unidas voltado para a Educação, Ciência e Cultura. Existem diferentes hipóteses sobre a autoria da obra. Uma sugere Postnik Yakovlev e Barma como arquitetos responsáveis, já a segunda propõe que os dois nomes referem-se a uma mesma pessoa, cujo nome seria Ivan Yakovlevich Barma. Segundo a lenda, o Czar Ivan gostou tanto do templo que mandou cegar o arquiteto, para que ele não tivesse condições de construir uma obra parecida em outro lugar. Apesar de não existir nenhuma obra semelhante, pesquisadores

consideram

a

Igreja

de

Kolomenskoye como a mais provável influência arquitetônica, além das igrejas vernaculares de madeira do norte da Rússia.


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A Catedral foi projetada de maneira que seu traço arquitetônico fosse uma figuração da Nova Jerusalém, sendo considerada, nos séculos XVI e XVII o símbolo terreno da “Cidade Celestial”. Sua con

cepção se deu a partir de uma

torre situada no centro do cruzeiro, a base da construção, sendo a mais alta e esguia, com 57 metros de altura, e ao seu redor foram dispostas oito capelas votivas em estilo bizantino. Quatro delas orientadas pelos pontos cardeais, e as outras, intercaladas, posicionadas segundo os pontos sub-cardeais. Cada um dos nove santuários tem uma única cúpula, representando cada um dos assaltos à cidade de Kazan.

As cúpulas, que possuem formatos de bulbos, simbolizam a chama de uma vela e permitem o escoamento da chuva e da neve, visto que nessa região é natural nevar durante a maior parte do inverno. Portanto, devido às condições climáticas e culturais daquela região, esta forma acebolada foi a solução adequada para evitar o acúmulo da neve e diminuir o risco de desabamento. O templo originalmente conhecido como Igreja da Trindade foi consagrado em 12 de julho de 1561 e em seguida elevado à categoria de “sobor”, catedral. De acordo com a tradição, “Trindade” se refere ao santuário mais a leste da Igreja da Santíssima Trindade, já o santuário central é dedicado à Intercessão de Maria. Juntamente com o santuário a oeste, a Entrada de Jerusalém, esses santuários formam o eixo principal leste-oeste (Cristo, Maria,


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Santíssima Trindade), e os outros santuários são dedicados aos santos. Em 1588, o czar Fiodor Ivanovich, filho de Ivan IV, mandou construir uma nova capela sobre a tumba de São Basílio, nome pelo qual a catedral ficou popularmente conhecida. O conceito principal de sua arquitetura baseia-se em um equilíbrio complexo entre as cúpulas desiguais da construção, há um caos controlado sugerindo certo desconstrutivismo. Cada uma das torres destaca-se por padrões ornamentais distintos e cores vibrantes. As torres seguem o estilo conhecido como gótico russo, com uma base cilíndrica que suporta uma cúpula cônica. O simbolismo das cores das cúpulas ortodoxas não é muito explícito, mas pode ser extrapolado a partir das regras de orientação ortodoxa. Por exemplo, na iconografia ortodoxa, o ouro representa a luz de Deus e sua natureza divina. O vermelho é tradicionalmente um lembrete da paixão e do sofrimento de Jesus e os mártires, mas também significa a Ressurreição e a vida eterna. Verde é a cor do Espírito Santo, o mundo natural e a vida nova. Azul é uma cor associada com o “Deus portador”, ou mãe de Jesus, Maria. Branco é outro símbolo da luz de Deus e também é usado para denotar pureza, justiça e santidade.

O interior da catedral contém corredores

labirínticos,

claustrofóbicos.

As

escuros paredes

e são

adornadas com imagens iconográficas ortodoxas e temas florais. O maior espaço interno fica sob a torre central e tem

pouco

mais

de

64

metros

quadrados, o que difere das catedrais ocidentais

que

concentração de fiéis.

permitem

maior


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Todo o desenho arquitetônico da Catedral de São Basílio é, assim, marcado por acentuado simbolismo místico. Todos os templos do complexo da Catedral contêm em seu interior belos ícones, pinturas, murais da época medieval e vários objetos de arte.

Ao entrar na torre central há três portais na parte da galeria interna da catedral. Os portais são ricamente decorados com tijolos esculpidos no formato de rosáceas e losangos, o acabamento final feito em tijolo é realizado no local depois da construção completa do portal. No século XIX, o edifício quase foi destruído, com a invasão do Exército francês à Rússia em 1812, Napoleão, chegando em Moscou, ordenou que seus homens bombardeassem o prédio com os canhões. Neste dia, porém, chovia tanto que os pavios não puderam ser acesos e a catedral foi poupada. Após a Revolução de 1917, também, chegou-se a se discutir a possibilidade de demolição da catedral, tida como um símbolo do poder da Igreja Ortodoxa na antiga Rússia dos

czares.

O

prédio,

no

entanto,

foi

preservado, encarado como um patrimônio cultural de importância ao povo russo. Não apenas isso, mas sua localização na Praça Vermelha foi mantida como principal centro da capital soviética, ao lado da qual foi erguido o edifício do Kremlin, a sede do governo revolucionário.


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Desde 1928, a Catedral também funciona como uma divisão do Museu Histórico do Estado. Em 2010 continuou a ser uma propriedade da Federação Russa. Recentemente, foram concluídas as obras de restauro do complexo, que demoraram 10 anos e consumiram 390 milhões de rublos, cerca de 22 milhões de reais. No processo de restauração da catedral, a pintura original das paredes foi parcialmente restaurada e fragmentos de camadas pintadas em períodos posteriores foram preservados. As paredes ao norte e ao oeste foram pintadas de forma a imitar o tijolo, ao sul a pintura a óleo foi recriada e o desenho de tabuleiro de xadrez no chão foi restaurado. Abaixo do teto e das aberturas das janelas, fragmentos de inscrições em afrescos foram descobertos, o que tornou possível a restauração de registros do século XVI. Por um longo tempo, a escrita estava escondida sob camadas de tinta a óleo e foi apenas depois de 1950 que ficaram evidentes no processo de restauração. E mesmo passados 450 anos após sua construção, a Catedral de São Basílio possui hoje o mesmo valor histórico e cultural daquela época, é o símbolo e marco para sociedade russa e um dos seus mais belos cartões postais.


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Referências Bibliográficas: GRAHAM, Stephen. Ivan le terrible. Paris: Payot, 1933. 340p. TRAGTENBERG, Maurício. A Revolução Russa, 2.ed. São Paulo: Editora Unesp, 2007. 155p. TRAGTENBERG, Maurício. Rússia atual: produto da herança bizantina e do espírito técnico norte-americano. Campinas: Educ. Soc., vol. 29, n. 105, p. 969-977, 2008. Disponível em: <http://www.cedes.unicamp.br>. Acesso em: 20 jun. 2012. CATEDRAL de São Basílio é o mais famoso símbolo da Rússia. Diário da Rússia: Fatos, 2011. Disponível em: <http://www.diariodarussia .com.br/fatos/noticias/2011/07/12/catedral-de-sao-basilio-e-o-mais-famososimbolo-da-russia>. Acesso em: 23 jun. 2012. IVAN, o Terrível: O primeiro czar da Rússia. O portal da História: Bibliografias. Disponível em: <http://www.arqnet.pt/portal/biografias/ivan4.html> Acesso em: 18 jun. 2012. MANOSSO, Radamés. A Catedral de São Basílio. Arquitetura em Vista.

Curitiba,

2011.

Disponível

em:

<http://radames.manosso.nom.br/

arquitetura/templos/catedral-de-sao-basilio/>. Acesso em: 18 jun. 2012. O colorido exuberante das igrejas ortodoxas russas. O portal das cores: Notícias, 2011. Disponível em: <http://www.mundocor.com.br/noticias/ igrejas.asp>. Acesso em: 20 jun. 2012.


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ANÁLISE DO “PALÁCIO SANSSOUCI” Adriana M. Baptista, Raquel G. Sonobe, Stéfany P. O. Sebastião, Luís F. Rostworowski

HISTÓRIA

Antigo palácio de Verão de Frederico o Grande, Rei da Prússia, em Potsdam, mesmo à saída de Berlim, Potsdam-Sanssouci, frequentemente chamado de Versailles Prussiano, é a cristalização de um grande número de influências da Itália, Inglaterra, Flandres, Paris e Dresda. Representa a síntese das artes que estavam em voga na Europa do século XVIII, o castelo e o parque

oferecem

novos

modelos

que

tiveram

grande

influência

no

desenvolvimento da arte monumental e na organização de espaço. Desenhado por Georg Wenzeslaus von Knobelsdorff, entre 1745 e 1747, para suprir a necessidade que Frederico II da Prússia sentia de uma residência privada, o palácio é pouco mais que uma grande villa de piso único. Tão grande foi a influência do gosto pessoal de Frederico no desenho e decoração do palácio que o seu estilo é caracterizado como "Rococó Fredericano". Este monarca encarou o palácio de uma forma tão pessoal que o concebeu como "um lugar que pudesse morrer com ele". Devido a uma discordância sobre a panorâmica do palácio a partir do parque, Knobelsdorff foi despedido em 1746. Jan Bouman, um arquiteto holandês, terminou então o projeto. Durante o século XIX, o palácio tornou-se residência de Frederico Guilherme IV, o qual empregou o arquiteto Ludwig Persius para restaurar e ampliar o palácio. Depois da Segunda Guerra Mundial, o palácio tornou-se uma atração turística na Alemanha Oriental. Foi totalmente mantido com o devido respeito à sua importância histórica e aberto ao público. Depois da Reunificação da Alemanha, em 1990, o desejo final de Frederico II foi realizado: os seus restos mortais regressaram ao seu amado palácio e foram enterrados numa nova sepultura com vistas para os jardins que ele criou. Sanssouci e os seus extensos

jardins

foram

classificados

como Património

Mundial

da

Humanidade em 1990, sob a proteção da UNESCO. Em 1995, a Fundação dos


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Palácios e Jardins Prussianos em Berlin-Brandenburg foi instituída como protetora de Sanssouci e dos outros palácios imperiais em volta de Berlim.

ROCOCÓ O Rococó é um estilo artístico que nasceu na França no ano de 1700, espalhando-se pela Europa no século XVIII, desenvolvendo-se principalmente na Alemanha e Áustria, é caracterizado pelo excesso de curvas caprichosas e pela profusão de elementos decorativos como conchas laços, flores e folhagens. O nome vem do francês rocaille (concha) um dos elementos decorativos característicos desse estilo. É considerado uma espécie de continuação um pouco modificada da arte barroca. Todavia, diferencia-se do Barroco principalmente pela leveza e delicadeza com que se exprime, oferecendo menos exuberância e vigor. Ao contrário do Barroco, que se prendia fortemente à figura religiosa, a temática do Rococó mostra preferencialmente uma vida de divertimento, que levou uma parte da crítica a classificá-lo de estilo supérfluo. Tenta-se, pelo exagero, se comemorar a alegria de viver, um espírito que se reflete inclusive nas obras sacras. No caso da França, a vida da corte era objeto comum da arte rococó, tratada de maneira crítica ou não. Na arquitetura, o rococó adquiriu importância principalmente no sul da Alemanha e na França. Suas principais características são uma exagerada tendência para a decoração carregada, tanto nas fachadas quanto nos interiores. As cúpulas das igrejas, menores que as barrocas, multiplicam-se. As paredes ficam mais claras, com tons pastel e o branco. Guarnições douradas de ramos e flores, povoadas de anjinhos, contornam janelas ovais, servindo para quebrar a rigidez das paredes. O mesmo acontecia com a arquitetura palaciana. A expressão máxima do rococó na arquitetura palaciana são os pequenos pavilhões e abrigos de caça dos jardins. Construídas para o lazer dos membros da corte, essas edificações, decoradas com molduras em forma de argolas e folhas, transmitiam uma atmosfera de mundo ideal. Para completar essa imagem dissimulada, surgiam no teto, imitando o céu, cenas bucólicas em tons pastel.


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O rococó tem como principais características: cores claras, tons pastéis e douramento, representação da vida profana da aristocracia, representação de alegorias, estilo decorativo, leveza na estrutura das construções, unificação do espaço interno, com maior graça e intimidade, texturas suaves, hedonismo (doutrina filosófico-moral que afirma ser o prazer o supremo bem da vida humana). ARQUITETURA O Palácio Sanssouci tem sua arquitetura no estilo rococó e foi desenhado pelo arquiteto e pintor Georg Wenzeslau von Knobelsdorf. Devido a grande influencia que Frederico teve no projeto, pois queria a seu gosto pessoal o estilo do palácio pode ser denominado como “Rococó Fredericano”. Construído para se tornar um lugar de refúgio para o rei, o edifício possui um estilo leve e agradável indo de encontro com o caráter para o qual foi desenhado. Com apenas 10 salas e só um pavimento o palácio é localizado de forma a interagir com seus jardins e parques que são partes importantes do projeto. O castelo é constituído por um bloco central, flanqueado por duas alas laterais. O edifício ocupa quase todo o terraço superior. A potencial monotonia da fachada é quebrada por uma proa central, com a sua cúpula sobressaindo acima do telhado e o nome do palácio inscrito na sua fachada em letras de bronze dourado. As secundárias alas laterais na fachada do jardim são protegidas por duas linhas simétricas de árvores, cada uma terminando em belvederes independentes, ricamente decorados com ornamentos dourados. A frente do palácio voltada para o jardim está decorada com figuras entalhadas de Atlantes e Cariátides, agrupadas aos pares entre as janelas, parecendo suportar a balaustrada acima delas. Executadas em arenito, estas figuras de ambos os sexos representam Ménades e Bacantes, companheiros de Baco, o deus do vinho. Em contraste, a fachada da entrada Norte é mais contida. As colunatas segmentadas, com colunas coríntias formando duas curvas profundas para fora do palácio, encerram o semicircular cour d'honneur (pátio de honra). Tal como no lado Sul, uma balaustrada com vasos de arenito decora o telhado do principal corps de logis.


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Flanqueando o corps de logis encontram-se duas alas secundárias, providenciando a grande acomodação de serviço e oficinas domésticas necessárias para servir um monarca do século XVIII, mesmo quando este estava refugiado do mundo. No tempo de Frederico II, estas alas de piso único foram cobertas por folhagens para proteger o seu propósito mundano. A ala Este acolhia os secretários, jardineiros e quartos dos criados, enquanto que a ala Oeste continha a cozinha do palácio, estábulos e uma remise (casa de coches). Depois da morte de Frederico o palácio passou a ser usado por Frederico Guilherme IV que procurou manter o caráter que seu tio-avô havia dado a Sanssouci, porém com algumas ampliações e modificações transformando o edifício num funcional e elegante palácio rural. Ornamentos:

Vasos

alegóricos

adornam

o

sótão

do

castelo,

ornamentado com figuras anjinhos e 36 bacantes e fachadas sul, anjos alegóricos, o decorado com figuras feitas em pedra e 36 Bacantes fachada sul. O interior de Sanssouci também de estilo e decoração no estilo Rococó muitas vezes de caráter extremamente pessoal ao gosto de Frederico fugia das tendências correntes e moda da época. Em estilo de “duplo apartamento”, os cômodos dentro do palácio eram dispostos em duas linhas e de forma enfileirada tendo a visual do interior num relance. As salas principais ficavam na frente voltadas o jardim Sul e portas ligavam os apartamentos entre si. A principal área de entrada, consistindo em duas galerias, a "Galeria de Entrada" e a "Galeria de Mármore", fica no centro, providenciando, assim, salas comuns para a reunião de hóspedes e da Corte, enquanto que as salas principais, flanqueando a Galeria de Mármore, se tornavam progressivamente mais íntimas e privadas, na tradição do conceito barroco de salas de aparato. O palácio conta com uma sala de audiência, sala de música, estúdio, quarto, biblioteca e uma longa galeria no lado Norte. Belos objetos e obras de arte decoram as salas em estilo Rococó. Contando com colunas coríntias feitas de mármore branco de Carrara e capiteis dourados, detalhes com temas do mito de Baco, trabalhos em estuque dourado e pinturas representando a deusa Flora. A Biblioteca íntima com painéis de madeira de cedro e da sala de concerto magnífico, artisticamente preservada nas gravuras de A. Menzel. !


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OS JARDINS EM TERRAÇO Uma característica marcante de Sanssouci, que o diferencia de outros palácios, são seus terraços jardins em degraus. Essa característica foi idealizada por Frederico, o Grande, que pretendia criar terraços na encosta sul da colina de Bornstedt. A área havia sido previamente arborizada no reinado do “rei-soldado” Frederico Guilherme I, mas as árvores foram derrubadas para permitir a expansão da cidade de Potsdam. Em agosto de 1744, Frederico II ordenou que o lado descampado da colina fosse transformado em vinhas em terraços, criando uma vista panorâmica. Os largos terraços foram então criados com centros convexos para minimizar a luz do sol sobre as plantas. Os terraços consistem em fileiras de paredes de suporte que são perfuradas por 168 nichos com janelas de vidro intercalados com videiras e árvores de figo. Videiras vindas de Portugal, Itália, França e a vizinha Neuruppin, foram plantadas contra a alvenaria, enquanto cresciam os figos nos nichos. As partes individuais do terraço foram mais tarde, divididos por tiras de relva, onde se plantaram teixos. Os buxos, que formavam as cercas baixas, rodeavam as árvores de fruta, fazendo um parterre semicircular ornamental. Na parte central dos terraços localizava-se uma escada de 120 degraus (atualmente 132) que dividia os seis terraços ao meio. No nível mais baixo do monte, há um jardim ornamental barroco, inspirado no parterre de Versalhes e construído em 1745. No centro deste jardim foi construída a Grande Fonte, em 1748. Diz-se que Frederico II nunca viu a fonte funcionar, pois os engenheiros responsáveis pela construção tinham poucos conhecimentos da hidráulica envolvida. A partir de 1750, estátuas de mármore foram colocadas em volta da fonte, algo visto como mais uma característica formal copiada de Versalhes: figuras de Vênus, Mercúrio, Apolo, Diana, Juno, Marte e Minerva, tal como representações dos quatro elementos: Fogo, Água, Ar e Terra. Vénus e Mercúrio, trabalhos do escultor Jean Baptiste Pigalle, e dois grupos de caçadores, alegorias aos elementos (vento e água), de Lambert Sigisbert Adam, foram presenteados pelo proprietário de Versalhes, o Rei Luís XV de França. As restantes figuras vieram da oficina de François Gaspard Adam, um conhecido escultor de Berlim.


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Frederico investiu pesadamente numa vã tentativa de introduzir um sistema de fontes no Parque de Sanssouci, procurando imitar outros grandes jardins barrocos da Europa. A hidráulica, nesta época, ainda estava na sua infância e, apesar de construir as casas das máquinas e reservatórios, as fontes em Sanssouci permaneceram silenciosas durante os 100 anos seguintes. A invenção do motor a vapor resolveu o problema um século mais tarde e, dessa forma, o reservatório finalmente serviu o seu propósito. A partir de cerca de 1842, a Família Real da Prússia pôde, finalmente, maravilhar-se com as características da Grande Fonte abaixo dos terraços da vinha, lançando jatos de água a uma altura de 38 metros. A própria estação de bombeamento transformou-se noutro pavilhão do jardim, distinguido como uma mesquita turca, com a sua chaminé transformada em minarete. Nas proximidades da fonte ficava uma cozinha de jardim, a qual Frederico Guilherme I tinha estabelecido antes de 1715. Frederico I, por piada, deu a este jardim simples o nome de "Meu Marly”, em referência ao muito semelhante jardim existente na residência de Verão de Luís XIV da França, o Château de Marly. Nos seus planos para os campos, Frederico deu grande importância à combinação entre um jardim ornamental e prático, demonstrando, assim, a sua crença de que a arte e a natureza deviam estar unidas.

O PARQUE Após aterraçar a vinha e concluir o palácio, Frederico II voltou sua atenção para o ajardinamento de zonas mais distantes do palácio, começando assim a criação do Parque Sanssouci. Na organização do parque, Frederico continuou o que havia começado em Neuruppin e Rheinsberg e abriu uma avenida central reta, conectando os extremos do parque. Em relação à horticultura dos jardins em terraços, foram plantadas 3.000 árvores

de

fruta

no

parque,

e

construídas estufas

para

produção

de laranjas, melões, pêssegos e bananas. Também foram erguidos obeliscos e estatuária, com representações das deusas Flora e Pomona. Frederico II fez vários templos e outras construções de jardim no mesmo estilo rococó do próprio palácio. Algumas delas eram pequenas casas que compensavam a falta de espaço no palácio.


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O parque foi ampliado no reinado de Frederico Guilherme III e, mais tarde, no do seu filho Frederico Guilherme IV. Os arquitetos Karl Friedrich Schinkel e Ludwig Persius construíram o Schloss Charlottenhof no parque, ao lado da antiga casa de quinta, tendo Peter Joseph Lenné sido contratado para desenhar o jardim. Os largos prados criaram avenidas paisagísticas entre Charlottenhof, os Banhos Romanos e o Novo Palácio de Potsdam, e incorporaram construções de jardim como o Templo da Amizade de Frederico o Grande. ! CONCLUSÃO Numa época em que construir palácios imponentes e austeros era demonstração da força e do poderio de uma nação, o Palácio Sanssouci destaca-se por demonstrar o contrário: um espírito leve e uma alegria de viver próprios dos desejos do monarca Frederico II, rei da Prússia. Tais características devem-se ao estilo rococó escolhido por ele e também à intenção deste palácio ser uma residência de veraneio, onde visitantes ilustres eram recebidos e onde se praticava o amor às artes. O significado do nome do palácio, Sanssouci, significa “sem preocupação” e destinava-se à realização dos interesses pessoais e artísticos do monarca. Frederico II, o Grande era um déspota esclarecido e atraiu à sua corte cientistas e filósofos, dentre eles Voltaire. Construído no estilo rococó, com suas cores claras, vivas e seu douramento, além de suas alegorias representadas e estilo decorativo, o palácio aparenta uma atmosfera aprazível e descontraída que nos leva as perceber a razão do monarca ter considerado este como seu palácio preferido. O palácio apresenta duas grandes particularidades que o diferenciam de qualquer outro: foi construído em piso único e possui terraços-jardim em degraus. O edifício em piso único localizado em cima da colina parece coroá-la e harmoniza-se com a natureza, numa paisagem ordenada pelo toque humano. As vinhas, componentes dos terraços-jardim juntamente com figueiras dão ao conjunto um aspecto único e marcante, constituindo-se um chamariz para o local ao mesmo tempo em que se percebe que um (palácio) não existiria sem o outro (jardim).


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IMAGENS!

Decorado com figuras de pedra na fachada sul

Vinhas e fonte d’água. À direita: Juno

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V a s o s a Vasos alegóricos

Paredes com janelas de vidro e videiras; nichos com árvores de figo.

BIBLIOGRAFIA •

Wikipédia. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sanssouci Acesso em: 25 de junho de 2012.

Art of Gardening. Sanssouci Palace Garden in Potsdam. Disponível em:! http://artofgardeningbuffalo.blogspot.com.br/2011/08/sanssouci-palace-gaedenin-potsdam.html Acesso em: 25 de junho de 2012.

http://whc.unesco.org/archive/advisory_body_evaluation/532ter.pdf, consultado no dia 25/06/12

DIAS, Solange I. K. Apostila de Estudos: História da Arquitetura II. Segundo Semestre.FAG, 2008, 12p !


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LA VIE EN ROSE Mariana Trédicci, Marília Queiroz, Maytê Prado, Raisa Reis

Histórico Petit Trianon, localizado nas imediações do palácio de Versalhes, é conhecido como um refúgio particular de Maria Antonieta, porém a sua história se inicia bem antes disso. O palácio Petit Trianon foi encomendado por Luis XV, em 1762, a Jean-François Chalgrin afim de presentear sua amante Madame de Pompadour; no entanto, a obra foi concluída 1768, quatro anos após sua morte. O palácio então foi atribuído a Madame Du Barry, até a morte de Luis XV. Posteriormente, foi herdado por Luis XVI que, por sua vez, presenteou sua esposa Maria Antonieta com esse pequeno palácio. A partir de então, Maria Antonieta imprimiu seu toque à propriedade, redecorou e remodelou os jardins com o auxílio de seu arquiteto paisagista favorito, Richard Mique. Desse modo seu toque decorativo se transformou em uma referência, que seria conhecido mais tarde como o “Estilo Maria Antonieta”. Em 1783, nas proximidades do Petit Trianon, foi construído também por Richard Mique, com a ajuda do pintor Robert Hubert, o Hameau de la Reiner: um retiro rústico, que incluía uma quinta (uma fazenda para produzir leite e ovos para rainha, uma leiteira, um pombal, um Boudoir (casinha da rainha), um celeiro, um moinho e uma torre em forma de farol, sendo que cada edifício foi decorado com um jardim e um pomar próprio. Além de todas essa áreas ainda havia uma gruta, um Templo do Amor, um Belvedere (ou salão de música). O objetivo principal do Hameau foi adicionar-se ao ambiente do Petit Trianon, dando a ilusão de uma área campestre fora dos limites de Versalhes. Sendo assim, o principal intuito de Maria Antonieta ao usufruir desse espaço era obter uma privacidade que ela não possuía dentro do palácio de Versalhes. Arquitetura O Petit Trianon segue o estilo Palladiano Neoclássico: uma construção quadrada, com laterais de 23 metros. Possui proporções


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elegantes e dimensões humanas , em comparação a Versalhes, e está situado no extremo oposto em relação ao palácio principal dos enormes e suntuosos jardins palacianos. A fachada sul apresenta um suave embasamento, pilastras coríntias que se erguem entre janelas com alturas diferentes, para atenuar a diferença entre os pavimentos. Como a planta é quadrada, as quatro fachadas são similares, exceto pelo fato de que não há pilastras na frente leste e na oeste, são substituídas por colunas (pilastras ficam fundidas na parede, sua função pode ser estrutural, já as colunas ficam deslocadas da parede). O prédio se relaciona com um jardim formal por meio de terraços. O salão possui um estilo típico do período, com suas paredes altas, grandes espelhos, portas duplas e lareira com consola. Seu interior é reflexo do gosto pessoal da rainha com seus motivos florais em tecidos, móveis e porcelanas. Dentre os temas florais, Maria Antonieta escolheu as imagens da Rosa (símbolo de sua família Habsburgo Austríaca), Amor Perfeito (representando a realeza), Centáuria (representando sua flor preferida). Dentro da construção há painéis de madeira rendilhados, conhecidos como Boiseries. As peças do mobiliário contavam com treliças entalhadas e pintadas, cestarias, formas florais e rústicas. Térreo Pela porta central da fachada, existe um acesso à escadaria de honra do palácio. Esta é decorada com detalhes de ferro forjado, com a presença do símbolo de Maria Antonieta alternado com flores de Liz (flor que representa a monarquia francesa) por toda a ornamentação. Primeiro andar


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Pela escadaria de honra tem-se acesso à antecâmara das salas de recepção. Nela estão expostos os bustos de Luis XVI e de José II da Germânia, assim como o quadro Marie Antoinette à la rose, de Vigeé-Lebrun, quadro que gerou grande polêmica na época. pois a rainha é retratada em trajes mais simples que os de costume. Em seguida, há a Grande Sala de Refeições com uma decoração muito elaborada. Ao lado ficaram duas salas: a Pequena Sala de Comer transformada em Sala de Bilhar e o Salão de Companhia ou Salão de Música. Estas eram as divisões principais em que Maria Antonieta se encontrava na companhia da sua "Corte" do Trianon. Passe-se em seguida para o Apartamento da Rainha. As janelas do quarto estão voltadas para o Templo do Amor. No Boudoir, um sistema de espelhos móveis, permitia à rainha repousar com as janelas exteriores abertas, uma das primeiras providências da rainha foi colocar espelhos dobradiços em frente a janela, funcionando como uma espécie de biombo, para garantir a sua privacidade. A última sala do seu apartamento é a sala de toillete. Segundo Piso


!

"&!

O segundo piso abrigava inicialmente o apartamento de Luis XV. Este encontrava-se ligado ao resto do palácio por uma escadaria que se situava no local do Boudoir de Maria Antonieta. Esse apartamento foi substituído pela Rainha por um outro dedicado ao seu marido Luis XVI, ligado ao primeiro piso por uma pequena escadaria. Ele possui uma série de três salas. Uma antecâmara; o quarto de Luis XVI, e um gabinete de trabalho voltado sobre o Belvedere. O resto deste piso é ocupado por apartamentos para acolher os convidados. Maria Antonieta e o petit Trianon

Maria Antonieta ingressou na vida da corte francesa muito jovem, o fato de estar sempre cercada de pessoas e ser monitorada a todo momento, desde suas trocas de roupas até a espera da consumação de seu casamento com Luis XVI, que se prolongou por sete anos, fez com a rainha desejasse um local apenas para si, um refúgio. Sendo assim recebeu como presente o Petit Trianon que ganhou traços de sua personalidade. O Petit Trianon ficou marcado pelas excentricidades de Maria Antonieta, lá que a rainha aproveitava seu isolamento para expressar suas verdadeiras


!

'(!

vontades: no local ela promovia encontros, concertos, fazia performances teatrais e exercitava a simplicidade cotidiana. Esse fator foi até motivo para gerar opiniões adversas a respeito da delfina: uns acreditam na sua arrogância e insensatez (graças aos excessos cometidos por ela no decorrer de seu reinado), enquanto outros a admiravam como uma mártir. Há alguns anos, historiadores vêm se aprofundando para trazer uma imagem mais equilibrada e fiel sobre comportamento da rainha. E novos estudos mostram que Maria Antonieta não foi uma mulher tão fútil e ingênua como se costumava pensar. Aos 14 anos passou a lidar com uma realidade totalmente diferente da que se acostumara na Áustria. Chegou à Versalhes e teve que se adaptar às rigorosas regras da etiqueta francesa. Por muito tempo foi vista como uma arrivista e teve que contornar essa má fama sozinha. Foi então que a rainha usou sua nova posição para criar uma nova vida. Dispensou boa parte das antigas damas de companhia, povoou a corte de gente jovem e bonita. Organizava corridas de cavalo e se divertia em passeios de carruagem a toda velocidade. Inclusive chocou a todos ao usar calças para ficar mais confortável nas corridas. A rainha aproveitava também, para se divertir nas noites parisienses. Nelas, ela podia trajar-se com máscara e se misturar aos plebeus sem ser reconhecida. E isso contava com a aprovação de Luis XVI, já que o rei gostava de acordar cedo e não fazia questão de acompanhá-la. Sua fama foi melhorando com o nascimento de seus filhos, inclusive do primeiro menino. Isso lhe deu coragem para desafiar alguns modos da corte francesa: se recusou a dar à luz em público, quebrando a tradição da corte francesa. A rainha também ficou conhecida pela sua ousadia nas vestimentas: roupas, sapatos e penteados luxuosos faziam parte da aparência de Maria


!

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Antonieta. Esse aspecto fica bem retratado na bela fotografia de Sofia Copolla, no filme Maria Antonieta: cores vivas, mais ressaltadas pelo azul e rosa, texturas e detalhes compõem um cenário em que a rainha é a protagonista e o papel secundário fica a encargo da decoração e figurino. Talvez, Maria Antonieta usasse a moda e sua aparência impecável como forma de sustentar-se politicamente e assumir a posição de uma rainha ousada, diferente de tudo que a França estava costumada a ver. Há rumores de que a rainha havia se relacionado com o conde sueco Fersen, e depois de sua partida para lutar pela independência dos Estados Unidos, Maria Antonieta teria se dedicado, como forma de distração, a transformar o Petit Trianon numa réplica das vilas camponesas da França, com casinhas simples e animais no pasto, chegando até a trajar-se de pastora. Claro que com essa personalidade particular, Maria Antonieta imprimiu muito de seus gostos e estilo no Petit Trianon, que ficou conhecido como a casa de campo da rainha. O palácio também foi palco não só de diversão, mas também de sofrimento para a rainha: lá que Maria Antonieta estava no dia 5 de outubro de 1789, quando recebeu a notícia de que a população enfurecida estava nos portões de Versalhes. No dia seguinte ela, o rei e os filhos foram levados para Paris, depois para a prisão e, por fim, para a guilhotina. Hoje, é tido como parte do patrimônio de Versalhes e é explorado turisticamente como o “Tour de Maria Antoniette”. O palácio sofreu uma reforma, sendo reaberto em 2008. O restauro possibilitou a abertura de alguns cômodos antes desconhecidos pelo público em geral: a área de visita foi triplicada e agora é possível conhecer os dormitórios dos criados, a sala de bilhar e um invento criado– e nunca terminado – por Luís XV, as mesas volantes, que permitiriam que os pratos “surgissem a mesa”. Além disso, mobílias vendidas após a Revolução


!

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Francesa foram recuperadas reconstituindo o ambiente original. Como dito anteriormente, uma prioridade de Maria Antonieta em seu “refúgio” era a retomada da privacidade que perdera no Palácio de Versalhes com todos os criados e nobres que a cercavam. Uma nova atração é a “sala dos espelhos movediços”, mecanismo criado a fim de escapar de olhares de fora do seu quarto, o que gerava fofocas da corte, sobre o que a rainha andava fazendo escondida. Ao contrário do que ocorre com a maioria dos edifícios históricos, o restauro partiu a premissa de deixá-lo sem a aparência fria de um museu, mantendo-o como foi deixado pela rainha, como se os visitantes atuais fossem seus convidados: "[...]Como ali só era autorizada a entrada dos convidados da rainha, os visitantes de hoje serão como visitas secretas. [...]" (PIERREANDRÉ LABLAUDE, 2008), arquiteto responsável pela restauração. Inclusive, logo no primeiro cômodo de entrada, há um par de luvas e um vaso com flores frescas repousadas sobre uma mesa, induzindo os visitantes a imaginarem que Maria Antonieta acabou de sair do palácio e voltaria em breve.


!

!

Referências Maria Antonieta. Produção: Sofia Coppola Video. Intérpretes: Kirsten Dunst;Jason Schwartzman; Asia Argento; Rip Torn; Marianne Faithfull; Molly Shannon EUA, França e Japão: Columbia Pictures, 2006. 1 DVD (122 min), son., color. Insecula. Guie de visite Le Hameau de la Reine. In: Le Hameau de La Reine, França: editora Insecula, 2012. Website destinado a roteiros de viagens. Disponível em: <http://www.insecula.com/salle/MS01848.html >. Acesso em: 24 de jun. 2012.

''!


!

'*!

Jornal Livre. França (palácios e castelos) petit trianon In: França (palácios e castelos) petit trianon, Brasil: Website

de

publicações

editora

pessoais.

Jornal

Livre,

2012.

Disponível

em:

<http://www.jornallivre.com.br/115428/franca-palacios-e-castelos-petit-

trianon.html > Acesso em: 24 de jun. 2012. Revista Veja. Uma casinha pequenina. In: Depois de restauração, o Petit Trianon, refúgio da rainha Maria Antonieta em Versalhes, é reaberto ao público em toda a sua graça , Brasil:

editora Veja, 2008. Website destinado a publicações da Revista Veja.

Disponível em: <http://veja.abril.com.br/081008/p_100.shtml> . Acesso em: 24 de jun. 2012.

Viaje na Janela. Petit Trianon e Domínios da Rainha . In:Petit Trianon e Domínios da Rainha, Brasil: editora Viaje pela Janela, 2010. Website destinado a publicações sobre roteiros de viagem e turismo.Disponível em: <http://viajenajanela.wordpress.com/2010/05/18/petit-trianon-e-dominios-da-

rainha/ > Acesso em: 24 de jun. 2012. EZerberus. Versalhes 02 Petit Trianon e seus jardins. In:Petit Trianon, Brasil: editora EZerberus, 2007. Website destinado a postagens pessoais com enfoque na Alemanha e outros países da Europa. Disponível em: <http://ezerberus.multiply.com/photos/album/243/Versailles_02_Petit_Trianon_e_o

_seu_Jardim >. Acesso em: 24 de jun. 2012.


!

"#!

CAPITÓLIO DE WASHINGTON, DC: ARQUITETURA E SIMBOLISMO

O Capitólio dos E.U.A não é sim-

nhou após a guerra de 1812. As

plesmente qualquer prédio gover-

alas laterais e a grande cúpula

namental. Sua estrutura, arte e,

foram

principalmente, seus símbolos re-

mente pelo irmão Thomas Ustick

velam o centro espiritual da maior

Walter.

acrescentadas

posterior-

potência mundial, desvendando a importância das fraternidades secretas que fizeram deste edifício uma construção maçônica, um moderno Templo de Salomão na América.

!"#$%&'()'*+,+-./'0+'12+3&-0+%'45'*&6",'789:;<=(>?' @/,A%&'B&C.&0&'2+,A+'A&2'C/@/'+%&'+@'89;D5

Este célebre prédio é dominado pela abóbada central e por suas duas divisões, uma para o Senado, !"#$%&'8)'E&F"AG2"/'0+'H&,."-#A/-?'*E

na direção norte, e outra para a

Sua construção começou em 1793 e

Câmara dos Representantes, loca-

foi concluída em grande parte em

lizada no sul do Capitólio. Sobre

1865, devido ao término de sua

estas alas desdobram-se galerias

segunda cúpula. Com uma suces-

de onde os turistas podem assistir

são de arquitetos que eram quase

às sessões políticas que aí se de-

todos os maçons o prédio foi origi-

senrolam. Seu projeto arquitetôni-

nalmente concebido por William

co se baseia no modelo neoclássico.

Thornton (1759-1828), a obra foi concluída pelo irmão Benjamin Latrobe (um aluno do arquiteto Inglês Samuel Pepys Cockerell, 1754-1827), que também o redese-

!"#$%&'8)'I&-/%J@"C&'0/'+0"BKC"/


!

"#!

Por ter sido criado por arquitetos

faz com que seja um templo de

maçons, seu projeto inicial foi feito

mistérios maçônicos. A presença

em 1791, apenas alguns anos após

dos símbolos no layout físico do

a maçonaria assumir a liderança

Centro Governamental na capital

da nova Ordem Mundial. O novo

Washington remete à extensão

continente americano deveria en-

deste poder. No centro de todo o

tão ser estabelecido como a nova

enigma está George Washington,

"Atlântida", e seu destino era as-

um maçom, grau 33, ungido como

sumir a liderança global, logo, os

o "CRISTO AMERICANO".

Estados Unidos da América foram escolhidos para conduzir o mundo ao reino do Anticristo, e Washington foi escolhida como capital. O ocultista crê firmemente que um símbolo ou um conjunto de símbolos possui poder inerente após ser criado, gerando uma fonte de energia que pulsa todo momento movendo o país em direção ao objetivo da nova ordem mundial. Dessa maneira o projeto demonstra o poder secreto e oculto dos Iluministas nos EUA. Quando o arquiteto Pierre Charles L´Enfante, que era maçom, projetou o Centro Governamental de Washington, em 1791, ele planejou

!"#$%&'()'*+,%#+'-&./"0#1,0'+2'1%&3+.'2&450"6,.'

O edifício do Capitólio esta envolvido em muitas noções desconhecidas para o homem comum, ainda os

construtores

pareciam

dar

grande importância para eles: o alinhamento com os corpos celestes, a importância de linhas, numerologia ocultista, energia espiritual, etc.!!

mais do que apenas ruas, avenidas

Traçado das Ruas

e edifícios públicos.

O traçado das ruas de Washington

Muito poucos reconhecem os ele-

pode ser explicado através da in-

mentos espirituais da arquitetura,

terpretação dos 3 símbolos mais

do urbanismo e o simbolismo do

sagrados da maçonaria: o compas-

próprio edifício, que literalmente

so, o esquadro e a régua, que aparentemente estampam o símbolo


!

"#!

da maçonaria no desenho da cida-

Pennsylvania, que se estende do

de.

Capitólio até a Casa Branca, re-

Primeiramente é preciso entender

presenta uma perna do compasso e

que o projeto demonstra o plano de

a Avenida Maryland, que vai do

longo prazo que os Iluministas

Capitólio até o Memorial Thomas

americanos tiveram sobre os EUA

Jefferson, representa a segunda

e que o projeto ocultista das ruas

perna. Pelo fato de a Avenida

foi criado em 1791 por um arquite-

Maryland não ser perfeitamente

to maçom. Esse projeto mostra que

reta, esse efeito só é conseguido se

o plano para uma Nova Ordem

for traçada uma linha sólida do

Mundial é deliberadamente conce-

Capitólio até o Jefferson Memorial.

bido e considerado como inevitável.

No entanto, pode-se ver que a dire-

O ocultista crê firmemente que um

ção geral vai precisamente em di-

símbolo ou um conjunto de símbo-

reção ao Jefferson Memorial. Esse

los possui poder inerente após ser

é o compasso da Maçonaria.

criado.!!

O esquadro começa na Union Square, com a Avenida Louisiana formando um braço e a Avenida Washington formando o outro. Novamente, é preciso traçar linhas pelas Avenidas Louisiana e Washington para ver o esquadro formado, pois Louisiana termina na !

!"#$%&'()'*&+&',&-'%$&-',.'/&-0"1#2314'567

Os três símbolos mais sagrados da Maçonaria são o Compasso, o Esquadro e a Régua de marceneiro. Olhando para o mapa do capitólio dos EUA, vemos que está disposto na forma de um círculo. Isso representa a parte superior de um compasso

profissional

daquele

tempo, que era circular. A Avenida

Avenida Pennsylvania e a Avenida Washington termina na Maryland. O ângulo de 90 graus está faltando, no entanto, se for desenhada a continuação natural das Avenidas Louisiana e Washington além dos seus pontos de término, podemos ver o esquadro de 90 graus perfeitamente formado.


!

"#!

A régua do maçom, também po-

Pode-se associar, nesse caso, a cú-

de ser vista se você desenhar uma

pula com o princípio feminino, o

linha reta para o sul a partir do

útero, a matriz e em oposição a ele,

centro da Casa Branca até a base o

o obelisco, símbolo egípcio antigo

Washington Momunent e depois

fálico que representa o princípio

direto ao leste para o Capitólio.

masculino. A união desses dois

Na imagem a seguir foi reproduzi-

princípios dá a luz a uma terceira

do o projeto do traçado vencedor,

entidade, uma descendência, que

que foi modificado minimamente

podem ser descritos como "energia

no projeto de L’Enfant, e os símbo-

espiritual". O tema da união dos

los maçônicos foram traçados em

princípios masculino e feminino é

cores. Podemos observar nessa

muito comum na arquitetura ocul-

imagem que a rua que forma a parte superior do esquadro não está visível, mas atualmente ela existe.

!"#$%&'4)'567$8&'2-'9%-0.-'&+'+:-8";1+<

ta e é seguramente o mais facilmente reconhecível. A Cúpula !

A cúpula foi acrescentada posteri-

!"#$%&'()'*%+,-.+'/-01-2+%3

ormente por Thomas Ustick Wal-

A forma característica mais impor-

ter, que também criou as laterais

tante do Capitólio é, naturalmen-

da Câmara e do Senado. A amplia-

te, sua enorme cúpula, que carrega

ção do prédio que ocorreu em 1850

um significado simbólico pesado,

ocorreu pela necessidade de aco-

está de frente ao Monumento de

modar todos os membros da as-

Washington, a 555,5 metros de

sembléia legislativa. Nesta inter-

altura, réplica de um obelisco egíp-

venção, as asas foram aumentadas

cio. !

e a antiga cúpula de madeira e cobre foi substituída pela atual,


!

"#!

composta de ferro e gesso. A ilu-

homem de Deus, como Jesus Cris-

minação da cúpula e sua altura

to.

chamam a atenção neste prédio

Ele aparece sentado num arco-íris

dominado pela abóbada central e

e situa-se à frente de um portal – o

por suas divisões – uma para o Se-

vórtice - que o levará para o mun-

nado e outra para Câmara dos Re-

do dos espíritos. Esotericamente, a

presentantes.

cúpula representa o útero doador da vida. Washington, prestes a sair do ventre da cúpula, aproxima-se então da experiência de renascimento como um deus imortal. A Apoteose, dessa forma, carrega uma mensagem: George Washington como cristo americano. Mensa-

!"#$%&'3*401$2&'5'6$&'65789'5:-5%"9%'.&'/01$2&

A pintura da cúpula revela o significado espiritual filosófico, político e os objetivos dos

gem esta que pode ferir princípios cristãos e, no entanto, é explicada pela estreita relação entre os construtores do Capitólio e a maçonaria e filosofia gnóstica.

fundado-

res. “A Apoteose”, como é chamada pintura

a da

cúpula, é obra de

Constan-

!"#$%&';*'+",-$%&'<'<19-5965

tino Brumidi, artista italiano famoso por suas pinturas encomendadas pelo aticano e pelo Papa Pio IX. Uma apoteose pode ser resumida como a exaltação máxima, ou seja, esta pintura mostra a elevação de George Washington a um título de

!"#$%&'()*'+",-$%&'.&'/01$2&

Contrariamente às pinturas cristãs de Jesus Cristo rodeado por anjos e santos, Washington está rodeado por importantes figuras do paganismo antigo, que fazem parte dos mistérios maçônicos.


!

"#!

O Obelisco

importante, o 13. A junção das oito

Localizado diretamente a Oeste do

janelas da edificação totaliza 39

capitólio, é o principal monumento

pés quadrados em tamanho, outro

presidencial para os ocultistas,

número sagrado por forma-se pela

pois está em um obelisco colocado

multiplicação 3x13. É importante

no meio de um círculo. Um obelisco

lembrar o significado do número 8

é um pilar de pedra com quatro

na Numerologia Ocultista, que

lados que termina com uma pirâ-

remete aos “Novos Começos”. As-

mide no topo. Para os ocultistas, o

sim, combinado com a simbologia

espírito do antigo deus egípcio do

do número 13 - “Extrema Rebe-

sol, o Rá, habita no obelisco. As-

lião” – a mensagem total obtida é

sim, este monumento é de extrema

que esse “Novo Começo” (a No-

importância para o ocultismo, já

va Ordem Mundial) será al-

que abriga o deus sol, chamado

cançado através de “Extrema

pela Bíblia de satanás.

Rebelião”. Este monumento foi projetado para que a Casa Branca e o Capitólio ficassem diante dele. Desta forma, os líderes e os membros do Executivo e do Legislativo têm de encarar o espírito de Lúcifer que, para !

os ocultistas, reside no obelisco.

!"#$%&'(()'*+,-"./0)'102$1,230'&'4&.5"2#302

O obelisco foi alinhado em linha

O Monumento a Washington foi

reta a partir da Casa da Compre-

criado para comemorar o primeiro

ensão, a sede da Maçonaria, e não

presidente, George Washington e

em uma linha reta ao sul da Casa

segue minuciosamente os princí-

Branca. Tal fato explica-se pela

pios maçônicos. Foi construído com

crença dos ocultistas na residência

36000 blocos separados de granito

do poder político administrativo na

– o número 36 é derivado da mul-

sede da maçonaria e não na Casa

tiplicação de 3x12, que é um nú-

Branca.

mero importante. O custo total atingiu, na época, $1.300.000,00, o que aponta outro número maçônico

A Cripta


!

"#!

No andar de baixo do prédio, exa-

esquema cripta-coluna-estrela está

tamente embaixo da cúpula do an-

a Catedral da Sé.

dar

superior,

está a cripta do

Capitólio.

Ela suporta o andar superior através de 40

colunas

! !"#$%&'0)'*%"+,&

dóricas e no chão, no meio das colunas dispostas em circulo existe uma bússola, em formato de estrela, feita de bronze. Esta bússola localiza-se exatamente no centro de Washington DC, e todos os endereços

de

ruas

da

tem

uma

A mais ou menos sete metros de profundidade, debaixo do altarmor, há uma replica (cripta) em miniatura da catedral. Inaugurada em 1919, a cripta abriga os restos mortais de bispos, arcebispos e de figuras conhecidas da história brasileira como o Regente Feijó e o índio Tibiriçá.

relação estreita com es-

!"#$%&'()'*%"+,&'-&'./'

Sob a cripta do Capitólio está o !"#$%&'12)'3455$6&'

ta bússola. Mas o Capitólio não é o único edifício que possuí uma cripta com co-

túmulo de George Washigton, seu corpo, porém não está neste lugar, e sim em Mount Vernon, em função de uma questão jurídica.!!

lunas dispostas em formato circular com uma estrela no centro,

A Estátua da Liberdade

exatamente localizada sob uma

Conhecida também como

cúpula. Estas características apa-

Liberdade Armada, ou

recem em prédios maçônicos nos

somente

dias de hoje e possuí um significa-

estátua

esculpida

do próprio e especial.

bronze

pelo

Como exemplo de prédio maçônico

Thomas

Crawford

mais próximo de nós, e possui este

inserida o topo da Cúpu-

Liberdade,

a em

artista

la apenas em 1863.!!

foi !"#$%&'10)'78"5,9:,9


!

"#!

Não é apenas um

to por um pano pesado, estilo indi-

símbolo iconográfi-

ano, com franjas e um cobertor

co da arte pública,

jogado sobre o ombro esquerdo. Ela

mas também, um

simbolicamente enfrenta o leste

monumento

que

em direção à entrada principal do

incorpora e contri-

edifício, significando assim que o Sol nunca se Põe sobre a Liberda-

buiu para os meandros do racismo !"#$%&'()*'+%"#",&-

de. Pode-se notar que os Pais Fun-

nos Estados Unidos, sua constru-

dadores, que eram maçons, queri-

ção iniciou-se em meio a agitação

am desde o início, que o Centro

do período do Ato da Fuga dos Es-

Governamental

cravos em 1854 e foi concluída em

fosse estabelecido como um Capitó-

1863, durante a Guerra Civil Ame-

lio maçônico e que os maçons de-

ricana. O contexto histórico do iní-

terminassem a direção política e

cio de sua construção obrigou o

espiritual da jovem nação norte-

artista a realizar uma série de

americana. Essa direção deveria

mudança em seu projeto a fim de

ser para a Nova Ordem Mundial

satisfazer o Governo dos Estados

que preconizavam.

Unidos.

Referências

Representada por uma figura feminina alegórica, a deusa Columbia símbolo mitológico tipicamente americano, tem sua mão direita segurando o punho de uma espada embainhada, enquanto uma coroa de louros da vitória e dos Estados Unidos estão entrelaçados em sua mão esquerda. O escudo heráldico é o mesmo existente no Grande Selo dos Estados Unidos, com treze listras, exceto que o principal tem estrelas. Seu adereço é garantido por um broche com a inscrição "U.S.A" e está parcialmente cober-

em

Washington

- US CAPITOL VISITOR CENTER. About the Capitol Disponível em: <http://www.visitthecapitol.gov/aboutthecapitol/>. Data de acesso 20 de jun. de 2012. - APOCALINK. Construções sinistras pelo mundo: Capitólio de Washington Disponível em:<http://apocalink.forumfree.it>. Data de acesso 20 de jun. de 2012. - ANA LÚCIA SANTANA. Capitólio dos Estados Unidos Disponível em:<http://www.infoescola.com/estadosunidos/capitolio/>. Data de acesso 20 de jun. de 2012. - EDITORES DO MOBIL TRAVEL GUIDE. Capitólio Disponível em: <http://viagem.hsw.uol.com.br/capitolio-washington.htm>. Data de acesso 20 de jun. de 2012. - FIM DOS TEMPOS. Maçonaria em Washington Disponível em: <http://www.fimdostempos.net/maconaria_washington.html>. Data de acesso 20 de jun. de 2012. - AMERICAN SOCIAL HISTORY PROJEC. Picturing U.S History Disponível em: <http://picturinghistory.gc.cuny.edu/item. php?item_id=185>. Data de acesso 20 de junho de 2012. - MAÇONARIA E SATANISMO (ADM). Maçonaria e Satanismo Disponível em: < http://maconariaesatanismo.com.br/>. Data de acesso 20 de jun. de 2012.


!

"# ! 43

Larissa Ayumi Nakahata; Rebeca Fachini

dos Lordes Rio Tamisa, Whitehall e Downing Street.

Westminster Abbey A direito,

ou

seja,

pelo

povo;

a

personalidades publicas que foram nomeadas pelo chefe de governo, ou seja, lordes e ladies. existentes a conterem mais de 1000 salas, 100 escadarias, e 5 km de de jantar e bares. O primeiro andar, conhecido como o "andar principal",

a a

ficam todos neste piso, de Norte para Sul segundo esta

ordem. O Westminster Hall fica ligado a um dos lados da extremidade da preenchidos por salas de comitĂŞ e gabinetes.


!

"" ! 44

Um pouco da

do

de Westminster

da r

desd

O Ilha Thorney. O

dos Anglo-

Inglaterra, Eduardo, o Confessor construiu um Cidade de Londres, quase ao mesmo tempo em que construiu a Abadia de Westminster (de 1045 a 1050). Ilha

Guilherme I sobreviveram.

, destruiu -se para Whitehall. . As importantes cerim nias de Estado, incluindo o Estado de Parlamento Aberto, .

eram

-se

a

hab

da Eduardo VI, na Capela de O

Acto

das

Capelas,

de 1547, motivo, a capela foi deixada para uso dos Comuns. Depois, em 1834, outra grande

um incĂŞndio foi


!

"#!

deveriam queimar dois carrinhos de cargas de varas tally de madeira, remanescentes de um sistema de contabilidade obsoleto que não tinha

sido

usado

desde

1826.

Quando pediram para queimá-los, o secretário de Obras pensou que os dois fogões de chão no porão da Câmara dos Lordes seria um lugar

$%&'(&)!*+,!-,./.,012!3,&1.4!

seguro e adequado para fazê-lo. Ao queimar os carrinhos, os fogões não foram capazes de suportar o calor e a fumaça, e mesmo quando levados para o exterior, acabaram alastrando o fogo. Em seis horas a Câmara dos Lordes estava em chamas, desta vez elas destruíram

$,+*+)(&)!/.!&;*%0&<=+!/+! $&%>10+!/.!?.)(;0')(.,!.;!@A#B4!

grande parte do lugar, sobrando apenas o Westminster Hall, a Torre Jóia, a cripta da Capela de Santo Estevão e os claustros. Foi nomeada uma Comissão real para estudar a reconstrução do Palácio e decidir se este deveria ser reedificado no mesmo local, além

do

estilo

que

deveria

apresentar, Gótico ou Elisabetano. Seguiu-se

$&%>10+!/.!?.)(;0')(.,!).;! &%(.,&<C.)4!

então um debate público sobre os estilos propostos.

Foi

decidido

desenho Neoclássico,

similar

que ao

um

da Casa

Branca deveria ser evitado devido às suas conotações

com

a

revolução

e

o republicanismo,

dando

preferência

ao

desenho

pois

Gótico,

incorporava

valores

conservadores. Em 1836, depois de estudar 97 propostas, a Comissão Real escolheu os planos de Charles

Barry1

(1795

1860) com

seu

assistente Augustus Welby Pugin2 (1821 – 1852), para um palácio em estilo gótico. 35&,%.)!6&,,7!.!89:9)(9)!$9:0'4!


!

"#!

Trabalho em pedra A Primeira Pedra foi colocada em 1840, a Câmara dos Lordes ficou completa em 1847 e

a

Câmara

dos

Comuns

em 1852.

Apesar de a maior parte do trabalho estar pronta em 1860, a construção só foi finalizada uma década depois. A Capela de Santo Estêvão passou a ser Hall de Santo Estêvão - um amplo corredor com quadros e esculturas em mármore e uma placa de latão no pavimento, para indicar o lugar onde era colocada a cadeira do Orador. O palácio foi então reconstruído, mantendo as sua características originais e funcionando também como cerimonial para ocasiões reais. Mas a história mais curiosa é a de um atentado que não ocorreu. No dia 5 de Novembro de 1605, um grupo de católicos planejava explodir o Parlamento Britânico e com ele, o Rei Jaime e grande parte da aristocracia Protestante que oprimia o povo de religiões diferentes. Mas o rei ficou sabendo e Guy Fawkes, o encarregado de executar tal ato, foi preso e condenado a forca por traição e tentativa de assassinato. Além desses fatos ocorridos, o Palácio foi alvo dos nazistas que o bombardearam na segunda guerra mundial, parte do Palácio onde se localizava a câmara legislativa foi destruída. O palácio foi então reconstruído no final da guerra.

Exterior O desenho de Sir Charles Barry para o

Palácio

de

Westminster

usa

Estilo

Gótico

Perpendicular, terceira

o

a

divisão

histórica do Gótico inglês, popular

o

qual

foi

durante

o século XV e voltou a estar na moda com o Neogótico do século XIX. Barry era

um

arquitecto clássico,

mas

foi

ajudado

por

Pugin,

um

arquitecto Neogótico. Westminster Hall, o qual foi construido no século XI e resistiu ao incêndio de 1834, foi incorporado no desenho de Barry. Pugin ficou


!

"#!

descontente com o resultado do trabalho, especialmente com o esquema simétrico desenhado por Barry.

Trabalho em pedra O trabalho em cantaria foi originalmente feito com pedra de Anston, do Sul de Yorkshire. A pedra, no entanto, em breve começou a deteriorar-se devido à poluição e à pobre qualidade de algumas das pedras usadas. Em 1928 considerou-se necessário usar Pedra de Clipsham, para substiuir a degradada pedra de Anston. O projeto começou na década de 1930 mas foi interrompido devido à Segunda Guerra Mundial, vindo a ser completado somente na década de 1950. Na década de 1960 a poluição começou novamente a degradar o material. Em 1981 foi iniciado um programa de conservação e restauro das elevações exteriores e das torres, o qual ficaria concluido em 1994. As Autoridades do Parlamento responsabilizaram-se pelo restauro externo de muitos dos pátios interiores, estando previsto que as obras se prolongarão, aproximadamente, até 2010.

Torres Sobre o meio do Palácio ergue-se a Torre de Santo Estevão, também chamada de Torre Central. Esta torre, de formato octogonal, tem 91 metros de altura fazendo dela a mais curta das três torres. Ao contrário das outras, possui um pináculo e fica acima do Salão Central. A sua função original era providenciar a entrada de uma importante quantidade de ar. O Palácio de Westminster tem também várias torres. A mais alta de todas é a Torre Vitória, nome em homenagem à Rainha Vitória, com 98 metros e fica a sudoeste do palácio, aqui ficam

guardados

os

documentos

dos

parlamentares. A torre mais famosa, situada no extremo Noroeste do Palácio de Westminster é a Torre do Relógio, que abriga o "Grande Relógio de Westminster". Em cada um dos quatro lados da torre fica


!

"#!

uma face do grande relógio. A torre também contém cinco sinos, os quais constituem um carrilhão que emite uma melodia a cada quarto de hora. O maior e mais famoso dos sinos é o Big Ben que toca a cada hora. Este é o terceiro sino mais pesado da Inglaterra, pesando cerca de 13,8 toneladas. Apesar de o termo "Big Ben" propriamente se referir apenas ao sino, é muitas vezes aplicado coloquialmente a todo o conjunto da Torre.

Câmara dos Lordes A Câmara da Casa dos Lordes fica localizada na parte Sul do Palácio de Westminster. A abundantemente decorada sala mede 14 por 24 metros. A parte

alta

da

Câmara

é

decorada

com

vidros

pintados

e

seis afrescos alegóricos representando a religião, a bravura e a lei. Num dos extremos da Câmara estão o Baldaquino e o Trono. A Câmara dos Lordes é cenário de importantes cerimônias, a mais importante das quais é o Estado de Parlamento Aberto, o qual ocorre no início de cada ano parlamentar. Os Comuns não entram na Câmara; pelo contrário, asssitem ao protocolo a partir do Bar da Casa, logo à entrada da Câmara.

Câmara dos Comuns A Câmara da Casa dos Comuns, a qual abriu em 1950, depois da Câmara Vitoriana ter sido destruida em 1941, é da autoria do arquiteto Giles Gilbert Scott e fica localizada no extremo Norte do Palácio de Westminster. Êsta Câmara mede 14 por 21 metros e é muito mais austera que a Câmara dos Lordes. Num dos extremos da Câmara fica a Cadeira do Orador, um presente para o Parlamento vindo da Austrália. Em frente à Cadeira do Orador fica a Mesa da Casa, à qual os secretários se sentam, e na qual está colocado o bastão cerimonial dos Comuns. A Câmara é relativamente pequena, podendo acomodar apenas 427 dos 646 Membros do Parlamento. Westminster Hall O Westminster Hall, a estrutura mais antiga existente no Palácio de Westminster, foi erigido em 1097. O telhado era originalmente suportado por pilares, mas durante o reinado de Ricardo II, este foi substituído por um telhado com arcos em madeira, cujo peso era suportado pelas paredes, desenhado por Henry Yevele e Hugh Herland. Westminster Hall é uma das maiores galerias da Europa e possuia o telhado medieval com a maior amplitude na Inglaterra medindo 21 por 73 metros.


!

"#! Westminster Hall tem servido para numerosas funções, foi usado

inicialmente para propósitos judiciais, abrigando três dos mais importantes tribunais do país: o Tribunal da Bancada do Rei, o Tribunal dos Pedidos Comuns e o Supremo Tribunal de Justiça, que mudaram para os Reais Tribunais de Justiça em 1882. Também serviu para funções cerimoniais, como os banquetes de Coroação em honra dos Novos Monarcas entre o século XII e século XIX. Westminster Hall também tem sido usado como Câmara Ardente durante os Funerais de Estado e funerais cerimoniais, sendo o mais recente Funeral de Estado a realizar-se ali foi o da Rainha Elizabeth, a Rainha Mãe, em 2002.

Outras salas Existem várias outras importantes salas no Palácio de Westminster, situadas no primeiro andar do Palácio. No extremo Sul do edifício fica a Sala Robing, a sala onde o soberano se prepara para o Estado de Parlamento Aberto, imediatamente a seguir tem a Sala Robing onde fica a Galeria Real. Seguidamente a Sul da Câmara dos Lordes fica a Câmara do Príncipe, uma pequena antecâmara usada pelos Membros da Casa dos Lordes. Já ao Norte da mesma Câmara fica a Galeria dos Nobres, onde os Lordes discutem ou negociam durante as conferências da Casa. A peça central de formato exagonal do Palácio de Westminster é a Galeria Central, que fica atrás da Galeria dos Nobres e por baixo da Torre Central. Os eleitores podem encontrar-se com os Membros do Parlamento na Galeria Central. Por trás desta galeria, próxima da Câmara dos Comuns, fica a Galeria dos Membros, na qual os deputados mantêm discusões ou negociações. Há dois conjuntos de bibliotecas no andar principal, com vista para o rio: a Biblioteca da Casa dos Lordes e a Biblioteca da Casa dos Comuns. O Palácio de Westminster também inclui apartamentos de estado para os oficiais que presidem as duas Casas. A residência oficial do Orador fica no extremo Norte do Palácio, enquanto que os apartamentos do Lorde Chanceler ficam situados no extremo Sul. As facilidades disponíveis para os Membros do Parlamento não têm paralelo em nenhuma parte do mundo. Existem 19 bares e restaurantes no Palácio de Westminster, muitos dos quais nunca fecham enquanto o edifício está em conferências. Possui ainda um alvo para tiro e um ginásio, e até mesmo um salão de cabeleireiros. O Parlamento conta também com uma loja de recordações, onde os elementos


!

"#!

à venda vão desde porta-chaves da Casa dos Comuns a porcelanas para o Champagne da Casa dos Comuns.

Referências DESCONHECIDO. Palácio de Westminster. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Pal%C3%A1cio_de_Westminster >. Acesso em: 8 jun. 2012. DESCONHECIDO. Palácio de Westminster: A imponente morada do Big Ben. Disponível em: < http://mapadelondres.org/2011/03/palacio-de-westminster-a-imponente-morada-do-big-ben/ >. Acesso em: 8 jun. 2012. DESCONHECIDO. The Building & its collections. Disponível em: < http://www.parliament.uk/about/living-heritage/ >. Acesso em: 8 jun. 2012. DESCONHECIDO. Palace of Westminster proposed additions. Disponível em: < http://en.wikipedia.org/wiki/File:Palace_of_Westminster_proposed_additions1856.jpg >. Acesso em: 8 jun. 2012. DESCONHECIDO. Jewel Tower Westminster Palace Garden. Disponível em: < http://www.gardenvisit.com/landscape_architecture/london_landscape_architecture/visitors_gu ide/jewel_tower_garden >. Acesso em: 12 jun. 2012. DESCONHECIDO. Palácio Westminster. Disponível em: < http://www.bigviagem.com/palacio-dewestminster-londres/ >. Acesso em: 12 jun. 2012. DESCONHECIDO. The Original Westminster Palace, with Westminster Abbey in the background. Disponível em: < http://www.bookdrum.com/books/longitude/9780802715296/bookmarks-5175.html >. Acesso em: 12 jun. 2012. DESCONHECIDO. Augustus Welby Northmore Pugin. Disponível em: < http://en.wikipedia.org/wiki/Augustus_Welby_Northmore_Pugin#Palace_of_Westminster >. Acesso em: 8 jun. 2012. DESCONHECIDO. Charles Barry. Disponível em: < http://en.wikipedia.org/wiki/Charles_Barry >. Acesso em: 8 jun. 2012.


51

CASTELO MARIENBURG Flavia Montero Marques dos Santos Jessica Zacarias Mittermayer

O (imagem

castelo

Marienburg

1)

historicista e revivalista da Escola de Arquitetura de Hanover, uma Por mais que pareรงa estranho nos dias de Imagem 1

em pleno

Marienburg Schloss

XIX, mas isso significou um gesto inovador e progressista. Nada era mais

O rei George V (1819-1878) deu o castelo para a rainha Marie (1818-1907) como presente de aniversario em 1858. Naquela data o castelo a Ele dera a ela O local era conhecido como Schuleburiger Berg (morro Schuleburiguer). I significou apenas a Dinastia Guelph. Desde o comeรงo o casal real planejava transformar o castelo de Marienburg em um monumento da Casa Guelph. George V, desde

, iniciou um dos seus

pois sabia que eram estes os

Imagem 2

(Christuskirche) e os museus Guelph foram fundados em Hanover.


52

n dinastia diante o poder real. Os governantes precisavam ser legitimados pela central do castelo se vĂŞ duas

descendĂŞncia, por isso quando se gran

-1195) (imagem 2) e Elector Ernest

Augustus (1629-1698) dois dos ancestrais mais ilustres de George V. Em 1857, o Rei George V convocou o construtor Conrad Wilhelm Hase (1818renomados arquitetos de Hanover; XIX. Dent da escola

ma

eles

queriam construir como o Hase mostrou grande habilidade no modo em que ele integrava o castelo com sul-ocidental do morro, onde uma pedreira ; mas no modo em que -se de seus

atrav pela torre de menagem, uma referĂŞncia aos primeiros castelos medievais

uma estrutura


53

que se parece com uma grande portaria, mas na verdade apenas fornece acesso

entradas

razoavelmente

diferentes,

cantos nordeste e noroeste respectivamente. a torre redonda da livraria no canto sudoeste e as duas torres das acentuam e atenuam a simetria com a qual as principais torre de escadas (imagem 3) de trĂŞs andares, a leste, Imagem 3

Torre de Escadas

detalhes: as janelas, concebidas como uma , seguem para cima seguindo a escada em espiral dentro da torre, na . Posicionada centralmente na Asa Leste de uma nave fica a Capela do Castelo (imagem 4) ,

ameias, que, no entanto,

ho de

Imagem 4

.

Interior da Capela

usa existem reminiscĂŞncias de igrejas medievais. O


54

Corredor Oeste, por exemplo, com

pintada com cores fortes

Diferenças entre o arquiteto e seus clie arquiteto Edwin Oppler (1831-

Nessa

altura, o interior do castelo estava quase completo. No entanto, Oppler foi co com foi convencida de que os designs dos quartos de Oppler representavam um estilo novo e progressista, e concordou em ter o interior renovado. Os novos designs as salas de estado e apartamentos privados. As

terminado completamente. A

esabitado, e assim

HALL DE ENTRADA A torre de menagem (imagem 5) desproporcional. A fachada com seus trĂŞs arcos ogivais,surgem de um plinto alto. Entra-


55

dentro das paredes do castelo. A natureza fortificada da rebaixadas, que quase se parecem com frestas.

, com o tipo francĂŞs que sempre servia a fins residenciais. O parapeito com ameias, acima de um friso corbel protuberante, seus conclue trutura Imagem 5

octogonal,

Torre de Menagem

encimada

por

uma

plataforma

de

alcançada por uma escada em espiral por dentro. Desta plataforma, tem-se uma vista de Calenberger Land a Hanover. Sobre o hall de entrada

Entre as paredes e os pilares, os dois ramos da escada sobem simetricamente ao encontra-se a entrada para o apartamento do Rei.

Em todas as para apresentar a

(imagem 6) inicia Imagem 6


56

-direito duplo, isso se manifesta claramente: no alto das paredes, existe uma galeria de retratos de ancestrais, do Eleitor Ernest Augustus ao Rei George V. A pintura da Rainha Marie e sua filha Princesa Mary, por Friedrich von Kaulbach (1818-1903) estende

todas as salas de estado de castelos, permaneceu incompleto. Apesar disso, orge II, o mob ele, o mais deve transmitir.

-aafrescos foi planejado, o que teria formado uma fita ornamental correndo por todas as paredes

ma de design complexo permanecesse como um

da Rainha (imagem 7) . pelo Parlour, Boudoir e, para ĂŞnfase conclusiva, a espetacularmente projetada

tetos de carvalho, excessiva


57

folhas. Em ordem para alcanรงar um belo efeito de profundidade, diversas camadas de madeiras de diferentes cores foram colocadas umas sobre as outras. Isso criou uma brincadeira de luz e singular a delicadeza do detalhamento da des se unem a

folheadas com lambris de carvalho finamente trabalhado com preenchimento de dobras de tecido.

Imagem 7

lareiras quartos de senhor

de uma

completamente ladylike culo XIX, o neo-

A BIBLIOTECA DA RAINHA A

Biblioteca

da

Rainha

(imagem 8) -se pela biblioteca circular por um pilar central, uma Imagem 8

Biblioteca


58

lembra um guardafamoso Castel

A Biblioteca da Rainha Marie foi primeiramente e principalmente uma relativamente pouco espaรงo era dedicado a livros. Contra as paredes, entre as janelas, oito grandes estantes de carvalho ento de -

clara, artesanato adequado e acima de tudo um arranjo repousante, todo combinado Isso pode ser visto

ulo.

VOORHOEVE, Jutta. Marienburg Schloss. Schulenburg/Leine, Germany. 2006. www.schloss-marienburg.de


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BalaĂşstre da escada da Casa Solvay (1894) por Horta, em Bruxelas.

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Referências bibliográficas D2*%2!E6+&.5!-.5&'C!$6*4.:F7%(!%3!)&&4GHHIIIC).5&'32*%23C8%! J%36:K56.!L5&!M.27%'2C!A:67%5*6,',%!,%!JN.!O'2(.P!<'+2(,',%!,%!L5Q26&%&25'!%!A58':6*3.C!$6*4.:F7%(! %3G! )&&4GHHIIIC2*4C85H>'2H+25*.*H95',2'+'.H'5QR258':6*3.H,6*+64(6:'*H'2)STUVHO5.>%**.5R<'996:HJ%36: '56.RS"C4,>! ;:+6+(.41,6'!=&'W!?2(&25'(!L5&%*!E6*2'6*C!!"#$%&'()*'+$$6*4.:F7%(!%3G$ )&&4GHHIIIC6&'2+2(&25'(C.59C85H'4(6+%X&%5:'*H%:+6+(.4%,6'R6+H6:,%XC+>3Y>2*%'+&6.:Z&%53.*R&%X&.[+,R 7%58%&%Z\S\!


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Sagrada Família Letícia Furuya, Maysa Damante, Naiara Bissi, Susan Shakushiya

No século XIX, em meio a muitos conflitos e aspirações, surgiu uma tendência ao autonomismo regional catalão. Foi nessa época que vigorou um símbolo de aprimoração e renovação: Antoni Gaudí. Possuindo caráter provocador, sua maior obra-prima - esta catedral monumental, em Barcelona - ainda se encontra interminada.

N

! ão foi Gaudí o idealizador inicial

do Camp de l’Arpa, em Sant Martí de

da

Provençals, entre as ruas Provença, Maiorca,

construção

do

Templo

Expiatório da Sagrada Família:

Marina e Sardenya.

seu nome era Josep Maria

Em um primeiro momento, Bocabella

Bocabella, filantropo espanhol e proprietário da

encarregou o projeto a Francisco de Paula del

antiga livraria religiosa da viúva Pla, em

Villar y Lozano. Este concebeu um conjunto

Barcelona. Bocabella adquiriu, em uma de suas

neogótico, contrariando a ideia do próprio

viagens, grande devoção por São José, assim se

Bocabella de fazer uma réplica do Santuário de

decidindo por fomentar os valores da família

Loreto. Seu projeto consistia em um templo de

cristã. Além de associações para devotos, o

três naves, com vitrais alveolados, contrafortes

livreiro foi o idealizador da construção de um

exteriores e um alto campanário em forma de

templo dedicado à “Sagrada Família de Jesus de

agulha. A primeira pedra desde projeto foi

Nazaré”, adquirindo para tal um terreno no

colocada em 19 de

Eixample - terreno urbano dedicado a novas

Março de 1882, dia de

construções

São José.

fora

de

uma

localização,

normalmente planificado e com malha ortogonal e quadriculada - barcelonês, em El Poblet, perto

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Logo Villar desistiu do projeto, em 1883, por desavenças com Joan Mortarell, arquiteto assessor de Josep Maria Bocabella, e este – Mortarell – ofereceu-o para Antoni Gaudí, que transformou o templo na obra-prima de sua vida. Gaudí tinha 31 anos na época e já havia trabalhado como ajudante tanto para Villar quanto para Mortarell – porém, não havia feito grandes construções até na época. O projeto foi então completamente modificado – salva a parte já construída. Gaudí sabia muito bem o que queria fazer,

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seguindo

a

grande

tradição

dos

construtores medievais de catedrais. Além desta característica ambiciosa, havia também o fato de que, por decisão dos próprios fundadores, a catedral devia ser construída unicamente com meios conseguidos por doações e esmolas – uma “igreja” dos pobres. E “igreja” porque não se tratava apenas de uma igreja, mas de uma pequena comunidade. A tão conhecida dedicação de Gaudí por esta obra tem sua explicação na magnitude do edifício e no fato de que o arquiteto realizava definições e fazia modificações durante a obra – muitas vezes sem qualquer aviso prévio. A partir de 1914, o arquiteto passou a recusar todas

as

encomendas

dedicava-se

completamente a catedral, acabando até por mudar-se para o atelier. Nesta

igreja,

Gaudí

desenvolveu,

sobretudo, sua teoria sobre a perfeição do gótico.

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Não

existem

pilares

de

suporte

nem

arcobotantes. O seu conceito das colunas

da oficina de Gaudí (seus croquis, maquetes e modelos) fora destruída.!

inclinadas tornou-se viável, já utilizado na cripta

O próprio arquiteto já não havia

de seu amigo Guell. O Templo Expiatório

deixado

tornou-se uma síntese do trabalho de Gaudí. Os

prosseguimento da obra – apenas ideias -, e, em

arcos

altos

1944, durante a retomada da construção, quase

e

não havia diretriz alguma, exigindo um grande

estreitíssimas e as cores vibrantes do parque

estudo prévio do estilo de Gaudí para que a

Guell reaparecem nas consideradas “bizarras”

edificação continuasse da forma mais fiel

pontas das quatro torres na fachada do

possível aos seus princípios.

de

parábolas

reencontram-se

excessivamente

nas

torres

enormes

teorias

sofisticadas

para

o

nascimento de Jesus. Estava previsto que a

Para tal tarefa foram escolhidos os

igreja seria de qualquer forma colorida, pois,

arquitetos Francesc Quintana, Isidre Puig i

como Gaudí não cansava de repetir, a natureza é

Boada e Lluís Bonet i Garí e o escultor Jaume

assim.

Busquets. Durante a construção da fachada da Paixão, o conjunto principal das figuras escultóricas ficara encarregado a Josep Maria Subirachs, se afastando do estilo realista que Gaudí empregou na fachada da Natividade e gerando grande polêmica. A mais, um escultor japonês, Etsuro Sotoo, também colaborou com esculturas da fachada da Natividade. A partir de 1887 até então, as obras estão sob direção do arquiteto Jordi Nonet i armengol. Essa notável troca de arquitetos desde então se deve ao fato de que sempre que um novo arquiteto retomava uma obra iniciada por Gaudí, acabava por falsificar as intenções iniciais do mesmo,

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Gaudí

somente

viu

resultando em obras que não duraram muito. em

vida

a

construção da fachada da Natividade, com escultura de Carles Mani, Llorenç Matamala e Joal Matamala, e a coroação da torre de São

A Art Nouveau

Barnabé. Após sua morte, em 1926, as obras

N ão se pode falar sobre Gaudí e a Sagrada Família sem caracterizar a Art Nouveau, na qual há uma grande identidade com suas obras.

ficaram por conta de seu ajudante Domènec Sugrañes, de 1926 a 1936, que terminou as três torres da fachada da Natividade. Gaudí sabia que uma catedral nunca é construída por uma pessoa - é obra de várias gerações -, dessa forma, costumava dizer que o próprio S. José a concluiria. Durante a Guerra Civil espanhola a construção ficou parada por anos, e grande parte

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Designado na Espanha apenas como modernismo, a Art Nouveau é uma vanguarda modernista que se utiliza das novas tecnologias industriais como forma de fabricar objetos e ornamentos arquitetônicos, rompendo com as técnicas demoradas do artesanato. Assim, reafirma o aspecto de uso decorativo dos objetos e elementos arquitetônicos, mediante uma linguagem artística repleta de curvas, arabescos, formas delicadas e exóticas, muito vistas nas obras de Gaudí.


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A Um

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CONTROVÉRSIA

dos

pontos

que

suscitou

maior

controvérsia em relação ao templo é a sua situação no tecido urbanístico de Barcelona: quando começaram as obras encontrava-se num descampado, mas rapidamente ficou integrado no rápido desenvolvimento da cidade em princípios

do século

XX.

Em 1905 Gaudí

realizou um projeto para englobar a Sagrada Família dentro do Plano Jaussely, o novo projeto de alargamento barcelonês: concebeu situar o templo dentro de uma zona ajardinada em forma de estrela octogonal, que teria proporcionado

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uma excelente visão do templo a partir de todas

No palácio Episcopal de Astorga houve

as zonas circundantes. Mas, devido ao custo dos

desmoronamentos;

a

terrenos, reduziu o projeto a uma estrela de

construção da abóbada em madeira, realizada por

quatro pontas, que permitia uma ampla visão de

Gaudí no seu primeiro grande projeto, continuava de

todos os vértices. Contudo, o plano de Gaudí

pé.

não se levou a cabo: em 1975 o Município de

muitos

Apesar

das

em

contrapartida,

constantes

reformas

e

Barcelona realizou um estudo urbanístico que

amplificações do Templo, houve muitos eventos de

previa reabilitar uma zona em forma de cruz em

destaque – como a celebração do Ano Jubilar de São

torno da Sagrada Família, com quatro praças

José, e o centenário da colocação da primeira pedra ,

ajardinadas em cada extremo do templo; mesmo

quando houve visita do Papa João Paulo II -, e até

assim, atualmente existem apenas duas destas

hoje é palco habitual de numerosos atos culturais e

praças, e a criação dos novos espaços implicaria

encontros religiosos.

demolir vários edifícios, pelo qual ainda se estuda a solução ideal para enquadrar a Sagrada Família numa envolvente apropriada.

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S I M B O L O G I A S --------------------------------------------------------------------------

Detalhe da Porta da Coroação de espinhas,

com uma inscrição de A Divina Comédia de Dante Alighieri: "O meu desejo deve ter fim neste maravilhoso e angélico templo, cujos únicos confins são o amor e a luz" (Paraíso, XXVIII, 52-54). A face exterior da fachada do Nascimento é parcialmente povoada de figuras esculpidas, em tamanho natural - de símbolos, como a tartaruga, e o camaleão - que representam respectivamente a “Natureza original” e a “Natureza em permanente evolução'' – revelando o lado orientalista e ocultista do artista.

O beijo de Judas, representando a traição deste, ao sinalizar e identificar Jesus aos soldados que prenderam-no.

A seção do fuste das colunas é essencialmente estrelada variando a quantidade de pontas dependendo da importância estrutural que cada uma possui. As quatro colunas do transepto sustentam o cruzeiro, simbolicamente representando Marcos, Lucas, João e Mateus, os evangelistas, sustentando Jesus Cristo. Essas são as “árvores” que recebem as cargas mais elevadas do templo e por isso possuem maior diâmetro e seção estrelada de 12 – número que o arquiteto ligou aos apóstolos e às 12 Estrelas da coroa da Virgem pontas arredondadas, cujo desenho das curvas utiliza referência de escala humana – característica inovadora por ainda não ter sido explorada no estilo gótico – e portanto causando maior sensação de acolhimento ao visitante.


Bispos: as torres das 3 fachada são dedicadas aos 12 apóstolos - os primeiros bispos da igreja – que por isso apresentam coroamento com símbolos episcopais: a mitra, o báculo, a cruz e o anel.

Pelicano: símbolo da eucaristia e portanto do sacrifício de Jesus, no cristianismo primitivo, encontra-se ao pé do cipreste, símbolo da vida eterna.

Tentação: na capela do rosário, em ser diabólico põe uma bomba orsini – utilizada no atentado ao teatro Liceu de Barcelona em 1893 – nas mãos de um operário. O Tau, o X e a pomba: a insígnia da Santíssima Trindade é o coroamento do cipreste, o tau – primeira letra do alfabeto grego – é o pai, a cruz em forma de lâmina é o filho, e a pomba, o espírito santo.

Seis dedos: no grupo escultórico da matança dos inocentes, o pé do soldado que se dispõe a esquartejar uma criança tem 6 dedos. !


Antoni Gaudí estudava a natureza como forma de inspiração e conceito de suas obras. Acreditava que ao criar um espaço caracterizado pela natureza, fazia uma extensão da criação de Deus. “Se a natureza é um feito do criador e as formas arquitetônicas derivam da natureza, isso significa que o trabalho do criado está sendo continuado” - Gaudí

Por meios de estudos sistemáticos de estrutura, forma e função, o arquiteto buscava soluções que gerassem um componente totalmente inédito e satisfatório. Gaudí, explorava a geometria fluida e natural em cada um dos elementos de seus projetos, transparecendo essa sua veia organicista. Dentro de uma conjugação muito bem definida, o desmembramento de cada uma de suas concepções era quase impossível. Objetos esbeltos e funcionais, trabalham a distribuição de sobrecargas estruturais de forma inovadora.

E nessa busca pela melhor relação entre estrutura e termos plásticos, Gaudí chegou ao modelo funicular do Tempo Expiatório da Sagrada Família, que concretiza uma evolução de experiências estabelecidas em outras obras suas, como por exemplo: Colônia Guell, Santa Coloma de Cervelló.

O projeto técnico Os projetos indicados relacionam elevação à planta técnica.

As Capelas

1

Abóbada


a sagrada família e a natureza

Janelas do caustro baseadas na forma de uma diatomácea marinha

Pináculo da aside, baseado na flor da lavanda

A concha do caracol que inspira o formato das escadarias

As cicatrizes do corte da árvore, inspiram parte das colunas internas da nave. Além de criar um abrigo para iluminação artificial Pináculo em detalhe baseado na forma de cristalização dos minerais (pirita)

AS FACHADAS

Fachada da Paixão

Fachada da Natividade

Fachada da Glória

22


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ILHA FISCAL - 1889 Ágata Gaspar Caprioli; Ana Júlia da Silva Teixeira; Arthur Vilares; Camila Naomi Takamune; Jessica Rodrigues Tiseo.

Contextualização A arquitetura brasileira foi influenciada em grande parte pela chegada da Família Real portuguesa em 1808. A então capital, Rio de Janeiro, foi a primeira a sofrer mudanças na estrutura urbana para se readequar e receber a Família Real. Na época, Paulo Fernandes Viana (1808- 1821) governava o Rio e fez uma importante mudança na cidade, que consistiu em modernizar os centros urbanos, construir pontes, abrir estradas e uniformizar a iluminação pública, alterando assim o conceito de espaço. Se na Europa o êxito do Neogótico na arquitetura veio junto com o início das reformas sociais e urbanísticas, podemos dizer que no Brasil ocorreu algo parecido em relação aos movimentos do século XIX. O prefeito e engenheiro do Rio de Janeiro, Francisco Pereira Passos (que estudou em Paris e muito admirava o plano Haussmann), projetou a construção da Avenida Central, o aumento no número de artérias, a demolição de prédios coloniais e a construção de outros na linguagem eclética. Cidade onde as colunas (clássicas) dos teatros, das academias e dos bancos se misturam ás torres (medievais) das residências e dos corpos de bombeiros, às agulhas (neogóticas) das igrejas e dos gabinetes de leitura, às cúpulas (mouriscas) dos pavilhões, aos lanternins (parisienses) dos prédios de esquina, aos estuques coloridos (italianos) das cimalhas, aos mirantes (chineses) dos parques, às estruturas de ferro (inglesas e alemãs) dos mercados e dos armazéns, aos lambrequins dos tetos (suíços) dos chalés. Cidade inesquecível de cafés, bares, cinemas, restaurantes e confeitarias enfeitadas de vitrais coloridos, de azulejos florais, de espelhos e lustres. Cidade coerente e funcionante, à qual a rapidez da execução proporciona, quase como um charme a mais de um certo ar provisório de cenário teatral. (DEL BRENNA, Rio Guia para uma história urbana - Rio eclético apud VASCONCELLOS, 2002, P. 137)

O Neogótico foi introduzido no Brasil a partir do século XIX, junto com os outros estilos que compõe o ecletismo.

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"#! “Surgiu timidamente nas ogivas das janelas de algumas casas. Sendo também aplicado em igrejas, tais como os telhados íngremes, pináculos e torre axial única. Dentre as reduções formais do vocabulário da velha arquitetura gótica impostas à construção residencial, apareciam as platibandas ritmadas por merlões e ameias, além de vergas com tímpanos contornados por arcos ogivais ou lobulados, muito difundidos em todo o Brasil.“ (CASTRO, 1987, p. 213 apud DIAS, 2008, p.109) De acordo com Patrícia Vasconcellos a primeira construção neogótica do Brasil foi projetada no Rio de Janeiro por John Johnston em 18121816 na Quinta da Boa Vista. Um dos exemplos de arquitetura neogótica brasileira é a ilha fiscal.(DIAS, 2008, p. 109)

A ilha fiscal

! Figura 1: Foto Antiga. Fonte: InfoEscola

A Ilha Fiscal era antes denominada Ilha dos Ratos, devido ao grande número desses animais, que teriam vindo fugidos das cobras da Ilha das Cobras. Uma outra versão diz que algumas pedras cinzentas espalhadas pela ilha se assemelhavam a ratos, vistos à distância. Ocupa uma área de 7.000m!, distanciante do continente apenas por pouco mais de 1 km.

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! Figura 2: A Ilha vista da Rua. Foto por Ana Júlia Teixeira

! Figura 3: Foto da Ilha iluminada. Fonte: Uma Ixkol ae

Foi disputada pelos ministérios da Marinha e da Fazenda, o primeiro querendo instalar um posto de socorro marítimo e o segundo um posto alfandegário próximo ao ancoradouro dos navios estrangeiros. A rapidez do engenheiro Adolpho José Del Vecchio, diretor de obras do ministério da Fazenda, fez pender o lado da balança para este. O prédio da Ilha Fiscal foi projetado pelo engenheiro Adolfo José Del Vecchio, que não tinha a intenção de fazer uma construção neogótica. Somente com a visita do imperador ao local é que ficou decidido o estilo. Foi elaborado um projeto em estilo neogótico com inspiração nos castelos do século XIV, em Auvergne, na França, cuja principal característica era o formato !


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de flecha. O projeto recebeu a Medalha de Ouro na exposição da Escola Imperial de Belas Artes. A construção do castelo levou sete anos e meio e foi feita por portugueses e escravos, sendo finalizada em 1889, juntamente com a urbanização da ilha e logo adquiriu fama pela novidade arquitetônica e pelo requinte de sua cantaria e vitrais. A sua construção se deve pela necessidade de posto alfandegário próximo ao fundeadouro (em frente à atual Praça XV) dos navios mercantes estrangeiros e pelo entusiasmo do Imperador Pedro II pela beleza da ilha. A influência do Imperador fica evidente no relato do engenheiro, onde evidenciamos de forma sutil, que a arquitetura deveria ser como uma caixa de joias, devido à beleza do local. Depois de ter percorrido em todos os sentidos e de ter apreciado o belo panorama que se descortina de todos os seus pontos, o imperador de cabeça descoberta, recebendo o ar fresco que vinha do lado da Barra, parou, e depois de alguns instantes de contemplação, disse-me: Seu De Vecchi- era assim que ele costumava chamar-me, confundindo meu nome com o de outra família que ele tinha conhecido- isto é um delicado estojo digno de uma brilhante jóia. (Citado em DEL BRENNA, 1987, p. 45)

No castelo, destacam-se a Ala do Cerimonial e o Torreão, cujo trabalho feito com diversos tipos de madeira tem autoria de Morerira de Carvalho. Apesar da importância das fachadas, a simplicidade domina a área interna do castelo. As paredes foram pintadas na cor verde-jade e possuem adornos em cantaria, uma para o polimento das pedras e realizada por Antonio Teixeira Rui. Os pisos são revestidos com tábua corrida. As armas imperiais também foram esculpidas em cantaria, sustentadas por dragões e ladeadas pelos grifos da casa de Bragança. O brasão do Império, localizado na entrada principal do prédio, as escadas em helicoidal e outros símbolos do império também foram produzidos por esta arte. O raro relógio de mais de cem anos, de Krussman e Cia., funciona através de corda, que é dada duas vezes por semana, sendo muito visível em todas as direções. Na parte superior do castelo, o visitante visualiza os pára-raios originais, um complexo sistema que teve o cabo trocado apenas algumas vezes. No sistema de pára-raios, os elementos do circuito se !


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confundem com peças de arte, incluindo o próprio pára-raios. Ornado com Florões e medindo mais de 70 metros de altura, possui uma esfera armilar, de onde parte a agulha. A pintura decorativa na parede é de Frederico Steckel. Os vitrais, coloridos a fogo, foram importados da Inglaterra, compondo todos os vãos com emblemas e figuras em estilo gótico do século XVI. Rosáceas, também em cantaria, envolvem as figuras da Princesa Regente e do Imperador. O vitral estampando Dom Pedro II retrata o monarca vestindo o mesmo uniforme de Almirante que, ironicamente, usaria por ocasião do “Último Baile do Império”.!

! Figura 4: Foto aérea do local. Fonte: Flickr

O famoso baile da Ilha Fiscal aconteceu no dia nove de novembro de 1889, em homenagem aos oficiais do navio chileno "Almirante Cochrane" e contou com cinco mil convidados. Com essa recepção, o Império reforçava os laços de amizade com o Chile, bem como tentava reerguer o prestígio da Monarquia, bastante abalado pela propaganda republicana. A república foi proclamada seis dias depois do baile. A festa custou aos cofres públicos cerca de 250 contos de réis, quase 10% do orçamento previsto da Província do Rio de Janeiro para o ano de 1890. De acordo com o historiador Milton Teixeira, da Escola Técnica de Turismo do Rio de Janeiro (ProTur), todas as fotos feitas na festa desapareceram. Existe nos dias de hoje uma exposição permanente em uma das alas do palacete da Ilha Fiscal, que trata do "Último Baile do Império", onde estão expostas !


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algumas peças de vestuário, objetos decorativos utilizados e inclusive o convite original para festa.!

! Figura 5: Pintura do úiltimo baile do império à óleo de Aurélio Figueiredo. Fonte: Wikipedia

Podemos observar na pintura, mesmo tendo sido pintada antes da proclamação da república, que entre as nuvens uma mulher caminha com a bandeira do Brasil à frente do que seriam os republicanos representando a chegada da república. Esta mulher seria uma alusão à Marianne, uma figura alegórica que representa a República Francesa, que apareceu em um famoso quadro de Delacroix chamado "A Liberdade guiando o povo". Na Revolta da Armada em 1893, a Ilha Fiscal, devido a localização em meio ao duelo de artilharia travado entre as fortalezas leais ao governo e os navios e fortalezas (Ilha das Cobras e Villegaingnon) dos revoltosos, acabou tendo destruídos vitrais, paredes, agulhas de ferro, telhados, fiação, móveis e infra-estrutura. Obviamente, as despesas de restauração seriam vultosas, razão talvez para o engenheiro do Ministério da Fazenda, Miguel R. Galvão, sugerir a entrega da ilha ao Ministério da Marinha, "em troca de algum edifício que melhor se prestasse ao serviço da Alfândega". A troca só se efetuaria quase 20 anos depois, não por um edifício, mas pelo Vapor Andrada. Cenário de outros eventos históricos, hoje a Ilha Fiscal está aberta a visitação e também para realização de eventos. Na visitação, destacam-se o !


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Torreão e a Ala do Cerimonial. Três exposições permanentes também são atração no Castelinho: A História da Ilha Fiscal, A Contribuição Social da Marinha e A Contribuição Científica da Marinha. REFERÊNCIAS

BRENA, G. R. D. O neogótico romântico do período imperial. In: SABRE, A. (Org.). Ecletismo na Arquitetura Brasileira. São Paulo: Ed. Da Universidade de São Paulo, 1987. p. 41-52. DIAS, P. D. G. O século XIX e o neogótico na arquitetura brasileira: um estudo de caracterização. Bahia: Revista Ohun, ano 4, n.4, p. 100-115, dez 2008. Disponível em: <http://www.revistaohun.ufba.br/pdf/Polyana_DAvila.pdf>. Acesso em: 26 jun. 2012. DUNLOP. Edifício da Ilha Fiscal. RememorArte. Disponível em: <http://rememorarte.blog.br/?p=1738>. Acesso em: 27 jun. 2012. HISTÓRIA da Ilha Fiscal. Arraial do Cabo. Disponível em: <http://www.arraialdocabo.fot.br/historiailha.htm>. Acesso em: 13 jun. 2012. HISTÓRIA e lazer em meio à Baía da Guanabara: Ilha Fiscal. Portal São Francisco. Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/rio-dejaneiro/ilha-fiscal.php>. Acesso em: 13 jun. 2012. ILHA Fiscal. RioTur – Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.rio.rj.gov.br/web/riotur/exibeconteudo?articleid=157642>. Acesso em: 13 jun. 2012. ILHA Fiscal. Arquitetura e Urbe. Disponível em: <http://arquiteturaeurbe.com/2012/01/01/ilha-fiscal/>. Acesso em: 13 jun.2012. ILHA Fiscal: Antiga Ilha dos Ratos – RJ. Revista Museu. Disponível em: <http://www.revistamuseu.com.br/naestrada/naestrada.asp?id=2404>. Acesso em: 13 jun. 2012. ILHA Fiscal – Rio de Janeiro. Rio de Janeiro Aqui. Disponível em: <http://www.riodejaneiroaqui.com/portugues/ilha-fiscal.html>. Acesso em: 26 jun. 2012.

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ILHA Fiscal. Mar Mil. Disponível em: <http://www.mar.mil.br/dphdm/ilha/ilha.htm>. Acesso em: 27 jun. 2012. O Baile da Ilha Fiscal. Andradetalis. Disponível em: <http://andradetalis.wordpress.com/2012/03/08/o-baile-da-ilha-fiscal/>. Acesso em: 25 jun. 2012. REBOUÇAS, F. Ilha Fiscal. Info Escola. Disponível em: <http://www.infoescola.com/rio-de-janeiro/ilha-fiscal/>. Acesso em: 13 jun. 2012. IMAGENS DO Império Serranal: Ilha Fiscal, JPEG. Altura: 600 pixels. Largura: 800 pixels. Formato JPEG. Disponível em: <http://umaixkolae.zip.net/arch2009-1018_2009-10-24.html>. Acesso em: 28 jun. 2012. ILHA Fiscal, JPEG. Altura: 300 pixels. Largura: 299 pixels. Formato JPEG. Disponível em: <http://www.infoescola.com/rio-de-janeiro/ilha-fiscal/> Acesso em 27 jun. 2012. ILHA Fiscal aérea, JPEG. Altura: 366 pixels. Largura: 500 pixels. Formato: JPEG. Dsponível em: <http://www.flickr.com/photos/leonardoparis/357722878/>. Acesso em: 26 jun. 2012. THE Last Ball, JPEG. Altura: 351 pixels. Largura: 500 pixels. Formato JPEG. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Figueiredo-baile-MHN.jpg>. Acesso em: 27 jun. 2012. !

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UMA HISTÓRIA SILENCIOSA Ana Paula dos Reis Barros; Marcela Maia Arruda; Renan de Aguiar Zanella

Na história pré-colombiana, Machu Picchu se destaca por ser a mais antiga ruína inca, porém pouco se sabe de sua verdadeira história. A população local sabe de sua existência desde 1902, no entanto ela só foi descoberta para o mundo quando o professor norte-americano Hiram Bingham, à frente de uma expedição da Universidade de Yale, realizou uma investigação da zona depois de haver iniciado os estudos arqueológicos. O abandono e a vegetação que cobria as construções haviam deteriorado o lugar, e o clima e o regime de chuvas abundantes prejudicaram importantes testemunhos de seus antigos habitantes, fazendo surgir inúmeras histórias populares sobre o local. Parte da fascinação que Machu Picchu exerce nas pessoas vem justamente desse mistério que envolve as razoes pelas quais os incas decidiram ocupálo e povoá-lo. Somando-se a isso, olhar a paisagem do entorno quente e úmido e passear por entre os muros e antigas construções, “provoca no visitante um sentimento de estar na presença de um mundo maravilhoso e de uma natureza excepcionalmente variada e rica”. Machu Picchu fazia parte do Império Inca, o maior império da America pré-colombiana, que era organizado em forma de um sistema

federalista cujo centro administrativo, político e militar se localizava em Cusco, Peru. Teria sido construída por ordens do Imperador Pachacuti, no século XV, o mais importante dos governantes cusquenhos e o fundador do Império Inca. Antes de Pachacuti, Cusco era uma pequena vila perdida nos Andes centrais. O Império Inca era hierarquizado e tinha uma organização econômica de caráter próximo ao modo de produção asiático, na qual todos os níveis da sociedade pagavam tributos ao imperador. Nos dias de hoje, Machu Picchu é um importante sítio arqueológico que se encontra no topo de uma montanha a 2.350 m do nível do mar, inferior a cidade de Cusco, cidade próxima mais importante, que alcança 3.400 m. Localiza-se perto do rio Urubamba, que é o principal rio que compõe o Vale Sagrado dos Incas, nos Andes Peruanos. Este vale foi muito apreciado pelos Incas devido as suas qualidades geográficas e climáticas. Além disso, foi um dos principais pontos de produção pela riqueza de suas terras. As ruínas Incas encontram-se a meio caminho entre os picos de duas montanhas, Machu Picchu e Huayna Picchu, que são parte de uma grande formação orográfica na região central do Andes Peruanos. O clima não foge às características de toda a região dos Andes Peruanos. Há duas estações distintas: a estação das chuvas, que vai de setembro a abril, e estação seca, que vai entre maio e


agosto. Porém, Machu Picchu está próxima da floresta amazônica e, por isso, há a possibilidade de chuvas durante todo o ano. Além disso apresenta grande amplitude térmica, podendo chegar a 26°C no verão e a -2°C no inverno.


O acesso a Machu Picchu pode ser feito a pé, de trem ou de helicóptero. A rota realizada a pé, conhecida como “El Camino Del Inca”, leva os visitantes desde Cusco até Machu Picchu e é transitado por viajantes do mundo todo que caminham durante 3 dias para chegar ao destino. É considerada a alternativa mais interessante, pois permite a contemplação de um cenário impressionante pelo equilíbrio encontrado entre a natureza e a arquitetura Inca.

Apesar desse caráter místico do complexo, nada comprova que esse povo tenha sido uma organização diferente dos outros grandes assentamentos incaicos. Ao contrario, Machu Picchu, assim como os outros povoados, era uma zona de produção agrícola, com indícios de exploração minera e de trabalho têxtil. Provavelmente, também existiam intercâmbios com grupos não incaicos da selva, ou pelo menos praticas coletivas que permitiam tirar proveito da fauna e flora das encostas das montanhas e da floresta virgem. Sua área edificada é de 530 metros de comprimento por 200 de largura e inclui ao menos 172 recintos. O complexo está claramente dividido em duas grandes zonas: a zona agrícola e a zona urbana. As duas zonas estão separadas por uma escadaria,

um fosso, usado como principal drenagem da cidade, e um muro, onde se localiza porta de Machu Picchu que contava com um mecanismo de fechamento interno. Por todo o vasto território que integra o mapa de Machu Picchu, existem claros sinais de preocupação em tirar o máximo proveito das quebradas e cursos d’água. A atividade agrícola ali intensamente praticada servia para alimentar a população que habitava o vale. Os terraços de cultivos aparecem como grandes escadarias construídas sobre a encosta. Haviam terraços menores não destinados à agricultura, servindo apenas como muros de contenção. Para facilitar a drenagem, esses terraços são estruturados por um muro de pedra e preenchidos com diferentes materiais que evitavam que a água ficasse empoçada e a estrutura desmoronasse. Não se sabe ao certo quais seriam os produtos dessa atividade agrícola, mas baseando-se na tradição, pode-se supor que cultivavam milho e uma grande variedade de tubérculos, como, por exemplo, a batata, produto introduzido ao mundo pelos Andes. Devido aos rituais nos templos incaicos era comum o cultivo da folha de coca nas zonas mais quentes. Os cursos d’água também desempenharam em toda a atividade incaica uma importância capital. A acidentada geografia andina criava muito problema para a irrigação das terras. Para enfrentar esse problema, construíram notáveis redes de canais que permitiam o transporte de água desde os mananciais ou lagos para zonas muito afastadas de sua origem. Segundo hipóteses dos arqueólogos e exploradores, a cultura local tinha como ritual banhos para onde era orientada a água através de canalizações, a fim de introduzir o


curso d’água em pequenas construções de forma quadrada onde poderia se purificar quem ali chegava. Há referencias a praticas de purificação em que certos momentos do ano a população ou as elites políticas ou religiosas se consagravam a ritos em que a água desempenhava um papel fundamental.

Na zona urbana é evidente que havia construções que abrigavam os distintos setores da população. Bingham assinalou a existência de dois setores, o das classes altas, o de uso comum ou classes populares. Essa divisão urbana pode ser identificada como “hanan” (parte alta) e “hurin” (parte baixa), conforme a tradicional bipartição da sociedade e da hierarquia andina. A cada uma corresponde um gênero de arquitetura, sendo no setor hanan uma arquitetura mais trabalhada e polida que no setor hurin.

No setor agrícola também se encontra construções como a Casa do Guardião, que era um deposito ou morada dos que se ocupavam do mantimento dos Andes e da agricultura desenvolvida no lugar. Devido a sua localização pode-se supor que fosse também um posto de observação pela vista geral que ali se tem de toda a área. Próximo a essa construção se localiza a Rocha Funerária, lugar de oferenda e atividades rituais funerárias.

Quanto ao uso dos espaços, não há nenhuma documentação, porém pode-se observar semelhança entre formas e massas arquitetônicas de Machu Picchu e o conjunto de construções incaicas através dos Andes. Essas coincidências dão fundamento às opiniões que defendem os arqueólogos sobre o destino dos edifícios e o conjunto de área construída. Por exemplo, a pedra conhecida pelo nome de “Intiwatana” (relógio do sol) tanto sua forma quanto sua localização dentro do conjunto repete um modelo que se encontra nas ruínas de Pisac, povoado que se encontrava no Vale Sagrado dos Incas. Essa pedra pode ser relaciona com uma série de locais considerados sagrados a partir do qual se estabelecem claros alinhamentos entre acontecimentos astronômicos e as montanhas circundantes.


No setor hanan abriga Palácio e a Tumba Real, a Praça Principal, o Intiwatana, o Templo das três janelas e o Templo do Sol com suas fontes para banhos rituais. No setor hurin se encontra o Templo da Lua e a Rocha Sagrada.

O Templo do Sol, também conhecido como “Torréon”, é uma construção de blocos finamente lavrados levantada sobre uma grande rocha sob a qual a uma pequena cova onde se supõe que foi o mausoléu de Pachacuti. É uma das poucas construções incas que possuem formas circulares.

O Palácio Real é o nome designado ao conjunto de edifícios que dá acesso a uma passagem estreita que se abre sobre um pátio, onde se encontram varias dependências. O conjunto dá a impressão de ser um espaço cuidado onde os muros são grossos e os acabamentos em pedras são muito finos.


A Praça Principal é a maior do conjunto das 4 praças em desnível interligadas por degraus, e aonde eram desempenhadas cerimônias religiosas e sociais.

O Templo das Três Janelas, situado na Zona Sagrada, apresenta a arquitetura e o polido mais bem acabado de Machu Picchu. Sua localização, perto da Praça Principal, reforça a idéia de um edifício de grande importância social, política e religiosa. Compõe um conjunto de construções dispostas ao redor de um pátio quadrado, o Templo Principal, de blocos mais regulares, e a Casa do Sacerdote.

O Templo da Lua é uma das principais cavernas da região, esta localizada sobre o rio Urubamba, ao norte da cidadela. Sua função era cerimonial.

A Rocha Sagrada é uma pedra de face plana colocada sobre um amplo pedestal que marca o extremo norte da cidade.


A arquitetura e a disposição urbanística do espaço que desenvolveu os incas mostram uma grande sabedoria na utilização das pedras, na adaptação precisa que cada uma delas poderia proporcionar para seus objetivos. Eles utilizavam o granito que era retirado dos arredores do complexo. Existem teorias a respeito de como esse blocos foram transportados e colocados no local, uma delas, a de Vincent Lee, afirma que após a extração eram transportadas através de um sistema de plataformas de madeira impulsionadas por alavancas também de madeira, ao invés de cordas. Já o encaixe perfeito se dava suspendendo a pedra com madeiras, permitindo que visualizassem o espaço que ela deveria se encaixar, talhando-a até tomar a forma necessária. A fins de nivelamento usavam como instrumento um prumo. Os Incas se preocupavam em guardar ao lugar suas características físicas e naturais. “Nesse sentido, não é inapropriado empregar o termo ecologia para designar um feito notável e claríssimo em Machu Picchu: a existência de uma harmonia perfeita entre o desenho e concepção arquitetônica e as características físicas e naturais ali encontradas: pedra de bom talho, pouca terra, chuva abundante, mananciais subterrâneos, ventos, tempestades fortes e frios, o que exigia abrigos apropriados para a população permanente.” (URBANO)

Por todas essas características, o termo ecologia cabe perfeitamente no trabalho executado pelos incas no lugar. O conjunto construído em total integração com a paisagem natural é o que torna este lugar único no mundo. “Sem dúvida, a visita a Machu Picchu causa uma profunda impressão no visitante, que sai do lugar com a emoção de alguém que experimentou física e espiritualmente a singular vivencia da perfeita comunhão entre o espírito e a terra.” (URBANO)

Machu Picchu foi elevado à categoria de Patrimônio mundial da UNESCO, pela obra humana e por sua localização geográfica. Suas ruínas estão dentro de um território do Sistema Nacional de Áreas Naturais Protegidas pelo Estado (SINANPE), chamado Santuário Histórico de Machu Picchu, que se estende sobre uma superfície de 32 592 hectares, da bacia do rio Urubamba. Esse Santuário Histórico protege uma série de espécies biológicas em perigo de extinção e vários estabelecimentos incas, tendo sido alvo de preocupações devido à interação com o turismo por ser um dos pontos históricos mais visitados do Peru.


Bibliografia Endereços eletrônicos Machupicchu: O Descobrimento - A Primeira Machupicchu. Disponível em: <http://www.machupicchu.com.br/tudosobre/mp/mp.html>. Acesso em: 21 jun. 2012. Machu Picchu. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki>. Acesso em: 21 jun. 2012. Machu Picchu. Disponível em: <http://wikitravel.org/pt/Machu_Picchu>. Acesso em: 21 jun. 2012. Machu Picchu. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/monumentos/machu_picchu.htm>. Acesso em: 21 jun. 2012. Machu Picchu: A cidade perdida dos Incas!. Disponível em: <http://www.roteirosandinos.altamontanha.com/machupicchu/arquitetura.asp>. Acesso em: 21 jun. 2012. Machu Picchu. Disponível em: <http://www.niloborriello.com.br/machu-picchu/>. Acesso em: 21 jun. 2012. Cuzco e Machu Picchu. Disponível em: <http://www.ciaeco.tur.br/destinos/apresentacao.asp?destino=96&idioma=pt&type=>. Acesso em: 21 jun. 2012. Livros URBANO, Henrique. Todo Machu Picchu. 1. Ed. Peru. 64 p. BORDEN, d. et al. Architecture A World History. Tradução de C. Casasnovas; Revisão Técnica de J. M. R. Gimeno. Barcelona: Blume. 512 p.







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