10. A que você acha que se deve o desaquecimento de produção de livro de artista no nosso meio, tanto no Estado, como no País? Eu acho que no País e no mundo. Eu acho que como os anos 80 se caracterizaram pela volta da pintura num movimento pseudo, vamos dizer, artístico, mas que no fundo ele obedecia às imposições do mercado – essa volta da pintura nunca me convenceu muito como uma coisa espontânea, mas eu acho que foi uma coisa fabricada pelos interesses mercadológicos –, no momento em que isso se fortaleceu, naturalmente por uma questão, assim, de que a coisa funciona mais ou menos como uma gangorra (quando uma coisa está em alta, a outra está em baixa), a parte conceitual, a parte mais alternativa da arte, ela baixou de produção. Pela fortificação do mercado. Eu acho que as coisas não convivem, de certa maneira, não sei porque, elas não conseguem conviver juntas na mesma força. 11. Nesse sentido, o livro matérico atenderia mais ao interesse do galerista? Eu acho que sim. Aí vem Kiefer, não é?, essas coisas todas... Se bem que os livros do Kiefer são desde os anos 60, eu acho. Desde muito jovem o Kiefer tem uma obra imensa de livros muito interessantes, eu acho.
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