concepção à realização e, às vezes, à divulgação. Ele tem o domínio total sobre tudo (mesmo que não o fabrique com suas mãos), justamente porque o livro é uma obra no sentido pleno do termo, ou seja, é concebido de tal maneira que todos os aspectos do livro participam da significação. O livro não é aí um simples continente ou suporte para uma mensagem que seria independente dele, como é o caso dos livros de literatura ou dos livros em geral. 6. Como você descreveria o papel artístico do livro-objeto radical (ou objeto-livro) hoje, na França e na Europa? Não posso responder a essa pergunta, pois não sou justamente especialista do livro-objeto e não me interesso muito por isso. Talvez porque, na França, em todo caso, não haja nada muito importante nesta área e porque os livros-objetos não são senão objetos divertidos, decorativos, repetitivos (quantos livros queimados, amarrados, cortados, dobrados, em mármore, etc.!), mas raramente são grandes obras plásticas. É claro que há alguns êxitos excepcionais, como os livros em chumbo de Kiefer, na Alemanha. Não creio, porém, que o livro-objeto tenha alguma importância artística atualmente como fenômeno de conjunto (não me refiro à importância que pode ter na obra de um artista em particular).
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