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Um corte mais profundo

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Meu Douro, meu rio

Meu Douro, meu rio

Joana Machado . Aluna do 9ºB

Os cortes são o refúgio de muitos. Muitos se cortam, pois acham que a lâmina ou a faca são um alívio para os seus problemas. Acham que a dor e o sangue será a melhor solução. Eis a história de uma menina que nunca pensara observar o sangue a escorrer-lhe pelos braços, mas observou. Era uma tarde de verão, o sol brilhava por fora das persianas fechadas. Kristian estava na sala, olhando o sol pelas frinchas abertas da persiana. Kristian era uma rapariga de cabelos curtos e lisos, castanhos cor de chocolate, os seus olhos eram brilhantes, de igual cor, os lábios rosados e carnudos e o corpo magro. Kristian chorara a tarde inteira, e mantinha-se sem comer o dia todo. Muito fraca e frágil, e com pensamentos a atormentarem-lhe a mente, a pobre menina teve como primeira reação automutilar-se. Correu até à cozinha e pegou delicadamente numa faca. Caminhou novamente para a sala e fechou a porta, apesar de não estar ninguém em casa. Kristian observava a faca, as lágrimas escorriam-lhe pelo rosto. Fechou os olhos e passou a lâmina pelo braço. Abriu os olhos e viu o seu braço com o corte, sentiu-se aliviada e não sentia o ardor da abertura na pele. Passou novamente a faca no braço. Kristian parou de chorar, ficou no chão da sala, olhando o teto e imaginando a sua vida sem aquele momento. A partir daí, a faca passou a ser a sua melhor companheira…

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