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Editorial

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Meu Douro, meu rio

Meu Douro, meu rio

President-elect Donald Trump ( Photo Credit: Gage Skidmore via Flickr CC)

Em defesa da dignidade humana

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1. Assiste-se nos nossos dias a situações e a movimentos muito preocupantes. Quando se pensava que nas democracias ocidentais a interculturalidade tinha aprofundado a tolerância, vemos triunfar o populismo e os nacionalismos exacerbados. Mais preocupante ainda é que toda esta movimentação acontece no seio de democracias de referência, como são a americana, a inglesa e a francesa – todas elas historicamente abertas e cimentadoras de diálogo e de valores como a liberdade e a tolerância. Os argumentos de Trump, dos defensores do Brexit e da extrema-direita francesa de Marine Le Pen assentam em três eixos fundamentais: a identidade nacional, a segurança e o emprego. E para todos eles a perda da identidade, a insegurança e o desemprego devem-se aos imigrantes. Com estas premissas, a conclusão é logicamente avassaladora: há que fechar as fronteiras, construir muros, fechar-se na própria concha, abandonar compromissos com outros povos. Estamos muito próximos dos monstros de séc XX: o nazismo e o fascismo. Também agora se criam bodes expiatórios, que são sempre os outros – os diferentes, aqueles que não encaixam nos esquemas dominantes. Se antes eram os judeus ou os ciganos ou simplesmente os «não arianos», agora são os refugiados que procuram a Europa para fugirem das atrocidades da guerra e da fome, ou até os mexicanos que vêm «conspurcar os angélicos trumpianos». Parece-me que os donos do mundo não estão a compreender suficientemente esta situação paradoxal e alarmante: quem verdadeiramente desvirtua a identidade e atenta contra a segurança são aqueles que as querem preservar à sua maneira, por meios irracionais, insensatos e contrários à liberdade e à dignidade do ser humano.

2. Pela primeira vez, nos seus dezanove anos, a Pensar(es) integra no seu seio textos, trabalhos e atividades dos mais pequenos. São bem-vindos os alunos dos Centros Escolares das Alagoas e da Alameda!

A. Marcos Tavares

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