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A vida - conto de fadas?

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Meu Douro, meu rio

Meu Douro, meu rio

Daniela Silva . Aluna do 10ºC

Principezinho? A bela e o monstro? Alice no país das Maravilhas? Amor efémero? Amar uma pessoa por dentro? O verdadeiro amor? Quanto dura o eterno? Talvez um segundo? Qual é o melhor caminho? A vida é assim… Vivemos dentro de uma redoma de vidro, com medo de sair. O amor efémero todos procuram. Poucos encontram. Talvez um dia os mortais tenham a sorte de encontrar o seu monstro. Talvez todos os monstros encontrem a sua bela. Amar o outro por dentro. Dançar ao som do amor. Ao ritmo da chuva. Cair por vezes nos buracos, entrar em universos paralelos que só nós entendemos e encontrar alguém tão maluco quanto o Chapeleiro e ser tão amado quanto a rosa! Será que na vida não somos o Chapeleiro? Somos “malucos” de uma forma saudável? Será que sabemos brincar sem magoar as pessoas? Será que somos puros como a Alice? Será que somos ingénuos em muitas situações? Ou será que nos dá jeito ser assim? Será que somos como a Bela? Que se apaixona pela verdadeira pessoa? Ou somos uma lagarta que um dia se irá tornar numa linda borboleta? Será que o ser humano não se transforma perante o mundo? Seremos tão autênticos e puros como o principezinho? Será que um dia vai haver algo para recordar? Será que algum dia algo vai deixar a sua cicatriz? Uma cicatriz conta uma história que dura uma vida. Não necessariamente uma história negativa, mas sim uma positiva. Coisas simples na vida começam com um arranhão. Uma ferida. Uma cicatriz. Esta cicatriz vai estar pressente toda a vida. As pessoas têm várias cicatrizes superficiais que não foram por bons motivos: quedas, ligeiros acidentes…. Mas também têm aquelas que ninguém vê. Que ninguém sabe o porquê. Que ninguém sabe o motivo. E que é melhor ninguém saber. Esquecimento? O esquecimento é inevitável! Um dia, as pessoas podem não lembrar-se de mim. Do que fomos uns para os outros. O ser humano é inconstante. Faz-se de forte. Posso pensar que o esquecimento não me afeta. Será que não? Será que um dia não me vou revoltar por não saber quem fui? Ou quem vou ser? Ou se as pessoas se lembram de mim? O ser humano procura neutralizar os atos, os sentimentos, as ações, a própria vida… eu procuro não magoar alguém. Impossível? Muito provavelmente! Todos somos uma granada prestes a explodir, neutralizando os efeitos. Ouso-me a comparar a vida humana com uma semente! Nós somos a semente. A vida a terra. Um dia caímos na terra, somos regados, começamos

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Untitled (Triplo Igloo), Mário Mertz

a ganhar raízes. Começam a ficar mais fortes e profundas. A pequena semente transformou-se numa linda flor, que cresce a cada dia que passa. Claro que às vezes as folhas caem, mas com o renovar das estações tudo volta a ser como era até mais forte. A isto, chama-se crescimento. Cada ser humano vem com uma missão. Muitos podem ainda não saber qual é. Outros já a descobriram. Eu penso que todos marcamos algo, e que alguém nos marca. Um ciclo. Eu marco. Ele marca. Alguém nos marca. Nos marcamos alguém. É o propósito da vida. E um dia, a flor vai morrer. Mas aquela flor marcou o local onde esteve. Assim como a cicatriz marca e conta uma história. Vivemos numa vida escabrosa. Numa montanha russa. Um dia tudo vai acabar. A flor vai morrer, a Alice regressa ao seu mundo. A Bela e o Monstro serão esquecidos. E o principezinho volta ao seu asteróide. Será que o ser humano é tão fraco para se basear em contos de fadas? Será que o ser humano procura a perfeição num sítio onde provavelmente nunca a vai encontrar? Será que nos que estamos a ler isto, e que um dia nos vamos transformar em pó iremos ser recordados? Será que um dia sairemos da redoma? Será?! Ser ou não ser, eis a questão!

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