UM NATAL FELIZ
Hugo 5ยบD
Era uma vez, num local distante, hĂĄ imenso tempo, um rapazinho de seis anos de uma famĂlia rica e outro rapazinho de seis anos tambĂŠm, que era pobre.
No mĂŞs de dezembro, o menino rico estava ansioso, pois sabia que no dia vinte e cinco iria receber muitos presentes, pois recebia sempre cinquenta, enquanto o menino pobre nĂŁo recebia um presente hĂĄ quatro anos.
O menino rico podia ir para a melhor escola do mundo, mas o menino pobre nem para a pior podia ir. Tinha de ser ensinado pelos pais que tambĂŠm nĂŁo sabiam grande coisa.
Quando o menino rico foi para a escola, no Ăşltimo dia de aulas antes das fĂŠrias de Natal, nĂŁo parava de se gabar que ia receber cinquenta e tal presentes, incluindo uma bicicleta de corrida que era a melhor do mundo.
O menino rico tinha tudo o que queria, desde comida, jogos, brinquedos,… tudo. Mas o menino pobre era maltratado pelos pais, vivia numa casa a cair de podre, passava dias à fome, não tinha quase nada exceto o presente que tinha recebido há quatro anos atrás.
Era um carro de brincar, um Ferrari 255 GTB de corrida. Era vermelho e era tão lindo que parecia que estava a andar muito rápido, até quando estava parado. Esse carro era de coleção e valia uma fortuna.
Um dia, o pai do rapaz pobre disse que ia vender o carrinho dele para ganhar dinheiro. O rapaz, para que isso n達o acontecesse, fugiu de casa para a montanha, onde o rapaz rico vivia na sua mans達o.
O rapazinho pobre subiu a montanha e viu um jipe a descĂŞ-la a alta velocidade que quase o atropelou. O jipe parou e saĂram dele os pais do menino rico para ver como estava o rapaz pobre. Ele tinha-se aleijado no braço e na perna esquerda, pois, para se desviar do jipe, ele saltou para a esquerda e caiu em cima de uma pedra.
A perna doía-lhe muito, mas o pior era o braço. Ele tinha deslocado o braço e, então, foi levado ao hospital, onde ficou a ser tratado durante algumas horas.
Quando o menino pobre saiu do hospital, ele estava numa cadeira de rodas e os pais do menino rico perguntaram-lhe onde vivia e se tinha famĂlia.
Ele disse que não tinha para onde ir e que teve de fugir de casa porque não conseguia suportar os maus tratos dos pais e que tudo o que queria era ter uma boa família que fosse simpática, que tivesse dinheiro suficiente para ele poder ir à escola e que morasse numa casinha razoável onde pudesse estar sempre tranquilo.
O pai do menino rico disse que talvez o pudessem deixar num orfanato, mas o menino rico interrompeu, dizendo que gostava de ter um amigo da sua idade lĂĄ em casa e que tambĂŠm queria que o rapaz fosse lĂĄ para casa morar. E assim foi.
Quando chegaram a casa, o menino rico foi mostrar a mans達o ao menino pobre e o pai e a m達e foram para a sala ver televis達o.
Na hora do jantar, quando o menino pobre provou a comida, desfez-se em lĂĄgrimas e disse que nunca tinha comido algo tĂŁo bom como aquela comida.
Na hora de dormir, o menino pobre deitou-se na cama do quarto de h贸spedes e sentiu-se mais confort谩vel do que nunca.
Como era vĂŠspera de Natal e o menino rico tinha imensos presentes, ao contrĂĄrio do menino pobre que nĂŁo tinha nenhum, os pais do menino rico foram comprar um presente ao menino pobre para ele nĂŁo ficar triste.
No dia vinte e cinco de dezembro, o menino rico foi a correr atĂŠ Ă ĂĄrvore de Natal que devia ter, mais ou menos cinco metros de altura, para abrir os presentes. Quando o menino pobre chegou, ficou a ver o menino rico a abrir os presentes, sentindo-se triste e com um bocadinho de inveja.
O menino rico pegou no último presente da árvore e viu que era para o menino pobre. O menino pobre pegou no presente e chorou de alegria, pois o único presente que ele recebeu tinha sido no Natal de há quatro anos atrás e ele deu um abraço aos pais do menino rico, agradeceu-lhes e abriu o presente.
O menino pobre, ao princĂpio, nem sabia o que era mas os pais do menino rico disseram que era um conjunto de materiais para a escola e que o iam inscrever na escola do menino rico.
O menino pobre ficou sem palavras. Passado um pouco, disse que aquele era o melhor dia da vida dele. O menino pobre e o menino rico começaram a considerar-se irmãos e viveram felizes para sempre.