Desta maneira, vale ressaltar que a questão feminista não será somente abordada por estar normalmente ligada as críticas e tabus, como ilustrado na figura 5, mas também salientando que “este carrega como uma de suas pautas centrais a critica a dualidade entre o publico e o privado” (LYRA, 2018, p. 27), ou seja, o julgamento recorrente sobre a aceitação das mulheres no universo doméstico à sua exclusão no universo da esfera pública. Figura 5 - Ilustração sobre o feminismo
Fonte: Helô D’Angelo, 2020.
Ao observar que uma cidade segura para uma mulher, é uma cidade segura para todes, é possível perceber que há uma diferenciação na experimentação da urbe entre a figura feminina e masculina, havendo uma certa desigualdade que assume como um reflexo da natureza diferenciada dos dois sexos. Havendo a necessidade de mudança nesse comportamento patriarcal, Kern (2021, p. 107) analisa que “em uma cidade feminista segura, as mulheres não precisam ser corajosas apenas para sair de casa. [...] Nesta cidade, toda a extensão do que as mulheres têm para oferecer ao mundo pode ser percebida.” Uma cidade feminista deve ser aquela onde as barreiras – físicas e sociaissão desmanteladas, onde todos os corpos são bem vindo e acomodados. Uma cidade feminista deve ser centrada no cuidado, não porque as mulheres devam continuar sendo as principais responsáveis pelo trabalho de cuidado, mais porque a cidade tem o potencial de espalhar o trabalho de cuidado de maneira mais uniforme. Uma cidade feminista deve olhar para as ferramentas criativas que as mulheres sempre usam para apoiar umas as outras, e encontrar maneiras de construir esse apoio na própria estrutura do mundo urbano. (KERN, 2021, p. 42)