Ana Saldanha

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EDIÇÃO ESPECIAL

11 FEV. 2010 www.becorga.blogspot.com

Agrupamento de Escolas da Corga

ANA SALDANHA

11 Fevereiro 2010 1


OUVIR A LEITURA PARA DEPOIS ILUSTRAR…

…as prendas 2


…o Pai Natal 3


…a raposa

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…o João Ratão

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…o Capucinho Vermelho

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…a Bela Adormecida 7


…o Lobo Mau Alunos: 1º, 2º, 3º e 4º anos da E.B.1 da Igreja Professores: 1º Ciclo

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LER PARA ESCREVER E DRAMATIZAR

CONVERSA À ENTRADA DA SALA DE AULA Adolescente encostado à porta cheio de sono. Chegam quatro colegas de turma: a Beatriz, a Cátia, a Cindy e a Daniela.

3 Colegas - Bom dia, Micael! Micael - Bom dia?! … Mau dia, isto de ter que acordar cedo, não tá com nada! Cindy - Sabes quem vem hoje à nossa Escola? Micael - Sei lá. Deve ser alguém de fora! “Da!” Talvez uma nova prof ou uma do ano anterior. Não sei, nem quero saber… Daniela - Nasceu aqui perto, no Porto, e também é/foi professora, mas é conhecida sobretudo como escritora. Micael - E quem é ela? Cátia - Ana Saldanha. Micael - É jovem? Beatriz - O que interessa a idade? Quando se sabe manter a mente jovem e conhecer muito bem a realidade dos jovens! Mas, já agora para tua informação nasceu em 1959… Micael – Mas, se lhe juntares o bonita e jeitosa, tá bem melhor… Daniela - De certeza que já ouviste falar nela este ano lectivo, pelo menos. Micael - É a autora que está à venda na biblioteca? Cindy - A autora não está à venda, tótó, mas os livros dela sim… Micael - Falou a Srª Doutora. Cindy - E já se leram e analisaram, por aí, livros dela. Aliás, eu li o Escrito na Parede. Sabes, o livro para a 1ª fase do concurso de leitura. Fala do Daniel, que tem como companhia o Rufo (um cão rafeiro), mas não tem o 9


acompanhamento, a presença da mãe, quando chega a casa, para tentar saber como foi o seu dia de escola. Micael – “Da!” Esqueceste que também participei nesse concurso!!! Olha lá, e isso é novidade para ti? Quase todos nós chegamos a casa tarde e os nossos pais já não têm tempo pra nós, vêm stressados, estão preocupados com os problemas deles, que já são mais que muitos... Beatriz - Mas, é bom, quando somos alvo das suas atenções, é porque se preocupam connosco… Micael - Tomara eu que não me perguntem nada, lá em casa! Cátia - Pois, estás sempre a fazer asneira e da grossa. Seria sempre sermão, na certa! Micael - Cala-te, ó santinha com pés de barro… Daniela – Antes da última paragem lectiva, leu-se um conto de Natal na Biblioteca, não foi um dela? Cátia – É verdade, leu-se o Ninguém Dá Prendas ao Pai Natal. O meu primo gostou, pois nunca ninguém se questionou se o que distribui prendas, também não gostaria de as receber, como acontece neste livro. E, depois, nele, recordam-se personagens dos livros que tanto ouvimos ler à cabeceira da cama, quando éramos pequeninos, como O Capuchinho Vermelho, a Gata Borralheira, o João Ratão… Micael - Parece-me que ainda estás a precisar que continuem a ler para ti e te dêem a chupeta. Ah! Ah! Ah! Beatriz - Mas, não foram só esses que foram lidos e abordados. Houve turmas que trabalharam, no PNL, Cinco Tempos e Quatro Intervalos, que trata a problemática dos pais divorciados e do facto de, por vezes, termos uns quilitos a mais… Micael - Claro, sua gorda… Deves lê-lo, deve lá haver dicas para fazeres uma dieta, que tão bem te fazia… Então, também deve falar das discussões entre os pais, acerca de quem fica, por exemplo, ao fim de semana, com os filhos; com quem vai viajar o desgraçado 10


do primogénito, nas férias, etc e tal. Tal como acontece com o nosso colega, o Rafael… Daniela - Pois, infelizmente, é verdade… Há filhos que se consideram um joguete, um estorvo e, às vezes, até uma arma de arremesso nas mãos de pais separados. Micael - Houve uma turma jeitosa de 6º que trabalhou o livro Uma Questão de Cor. Parece que até fez uma dramatização a partir dele. Cindy - Esse livro aborda o nosso tão actual dilema… Fazer os TPC, ou jogar e estar no msn,

hi-fi, facebook e outras coisas tais… Mas, a culpa, por vezes, é

dos pais que não controlam os filhos, pois há tempo para tudo, desde que bem gerido… Cátia - Mas, a temática principal não é essa… É do Danny o “tostadinho”, o “escurinho”, primo da protagonista Nina, uma adolescente de 13 anos, que vai ser fortemente gozado pelos colegas de Escola. Micael - “Tostadinho” é uma alcunha fixe para darmos aos nossos colegas de cor que andam cá na nossa Escola. Cindy - És mesmo preconceituoso… Não vês que ofendes… São iguais a nós… só muda a cor da pele… Daniela - Se fores assistir à sessão da escritora, não vais para lá armar-te em “Chico Esperto” e fazer essas afirmações tão parvas, pois não?! Cátia - Será que a sociedade não percebe de uma vez por todas... "Todos Diferentes… Todos Iguais…" O Direito à diferença de Cor/Raça e à Saúde, ao qual este livro também faz uma breve referência, são Direitos importantíssimos para o Ser Humano, seja ele preto, branco, amarelo, baixo, gordo, alto, magro… Cindy - Aliás, foi exactamente por causa das temáticas que aborda (luta contra o Racismo e pelo Direito à Saúde) que o livro Uma Questão de Cor já foi premiado. Os Direitos são algo de que o Ser Humano deve usar e abusar, mais ainda lutar constantemente por eles, visto que são fortificadores da Vida. 11


Micael - Eu também concordo. Tava apenas a puxar por vocês, já não se pode brincar… Betinhas… Beatriz - Lá estás tu a ser RACISTA… Sim, porque este conceito pode estender-se a outras realidades… Mas, continuando (dado que já não tens CURA!), o Secundário também leu para o concurso de leitura um livro da autora… Cindy - Sim, o Dentro de Mim. Um livro deveras interessante e actualizado. Cátia - Fala da gravidez na adolescência e dos problemas de comunicação entre os adolescentes e os adultos. Sabes que a personagem principal, a , tenta alertar a mãe e a tia para o problema com que se está a deparar, dizendo-lhes que sente enjoos e que tem um atraso, mas nenhuma delas lhe dá importância e a entende verdadeiramente. Daniela - Isto para não falar do Miguel, o pai da criança que carrega, que não quer saber do assunto para nada. Micael - Claro…, do prazer gostou ele, mas, agora das responsabilidades, está quieta… Como eu o entendo… Já tivemos aqui na Escola, no anterior e mesmo neste, casos de colegas nossos tão idênticos… Beatriz - Tás a ver como a escritora conhece muito bem o universo social e psicológico em que nos movemos… É muito perspicaz e está muito actualizada face àquilo que nos preocupa e que vivenciamos nesta etapa da vida, a adolescência. Cindy - Ela procura, com os seus livros, mostrar o caminho a seguir, para vivermos num mundo melhor, mais justo e livre e menos ameaçador… E fá-lo numa linguagem muito próxima da nossa, coloquial. Aliás, ela até recorre à nossa linguagem nos seus livros, aquela que a nossa prof de LP não nos deixa utilizar nos Testes… Daniela - Também deixa os finais das histórias um pouco em aberto e faz aquilo que a nossa prof nos ensinou dos avanços e recuos no Tempo… e isso, às vezes, é confuso, complica o entendimento do enredo… Cátia - As analepses e prolepses… 12


Micael - Bem, depois de toda esta prosa toda, convenceram-me a ler um livro dela. Não tem só esses pois não? Daniela – Claro que não, tem muito mais, basta ires procurar à net ou na biblioteca, tem lá para vender e para requisitares… Micael – Eu leio por puro prazer, para me divertir… Não sou como vocês suas marronas… E já que os livros dela nos dão assim “pica” e nos fazem pensar sobre o seu próprio desenvolvimento e final, vou experimentar… Cindy - Eu leio, porque gosto de conhecer coisas novas, palavras (ajuda-me e muito na escrita), personagens, locais… Cátia - A mim, permite-me viajar… Daniela - E a mim, ocupar os meus tempos livres e satisfazer a minha constante curiosidade… Micael - Sim, enganem-me que eu gosto… Suas românticas incuráveis… Vocês querem é fazer boa figura diante dos garinos que vos interessam. Ora digam lá que não é a mais pura das verdades… E o resto são tretas… Cindy - Bem, vamos lá escutar o que nos tem a dizer a nossa estimada convidada…

Alunos: Beatriz, Cátia, Cindy, Daniela e Micael Professora: Amélia Rocha Ana Saldanha na 1ª pessoa

Nasci no Porto.

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Quando era criança, deliciava-me a observar o ar encantado com que os meus avós costumavam ler. Também eu queria descobrir os mistérios da leitura. Ansiava por aprender a ler. Cresci, fui para a escola e licenciei-me em Línguas e Literaturas Modernas (Português e Inglês). Fiz um doutoramento na Universidade Glasgow sobre um escritor de literatura infantil. -Quando começou a escrever livros? Comecei a escrever livros aos trinta anos. - Só aos trinta? Claro que antes dessa idade eu já escrevia, mas tinha uma «certa vergonha» de revelar a minha escrita. A escrita sempre teve importância na minha vida. Escrever é fundamental para mim. Sabem que quando escrevo perco a noção do tempo? E vocês gostam de escrever? Pois, a escrita dá um certo trabalho, mas quando se lhe toma o gosto esse trabalho transforma-se em prazer. Vou revelar-vos um segredo: «A única coisa melhor que escrever é ler». Quando vi o meu primeiro livro publicado senti-me muito emocionada. Foi fantástico! O meu sonho tinha-se sonhado realizado. - Para escrever é preciso ter ideias e eu … Tens de olhar á tua volta, reflectires nos problemas que as pessoas têm de enfrentar no seu dia-a-dia e parares para admirares aquelas pessoas que dedicam a sua vida aos outros, se esforçam para que o mundo seja melhor. É o que me inspira. Tens o tema e as personagens. Já escrever, confesso, é preciso realmente ter “jeito”.Esse “jeito” com a prática também se vai adquirindo. É preciso escrever… escrever… escrever…

Alunos: Alunos 6ºE Professora: Lisdália Ferreira

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LER PARA ILUSTRAR

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Alunos: 5ºA e 6ºA Professora: Lígia Duarte 24


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Alunos: 6ยบB, 6ยบC, 6ยบD Professora: Paula Santos

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Alunos: 5ยบC, 5ยบD Professora: Lurdes Rocha

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Alunos: 6ยบ E Professora: Lisdรกlia Ferreir 37


LER PARA CONTINUAR A HISTÓRIA O cinzento já sabia comer do prato. - Pai, deixa-me ficar com os gatinhos! Por favor, por favor! – continuava a Dulce a pedir. - Já te disse que não. Mas não fiques triste, a Sociedade Protectora dos Animais vai cuidar muito bem deles. – disse o pai. O pai pensou no pedido que a filha lhe fez e reconsiderou: Está bem, gordinha! Fica lá com os gatinhos, mas tens de arranjar um dono para cada um! A Dulce explodiu de alegria! - Pai, muito obrigada por me deixar ficar com os gatinhos! Eu prometo que arranjo um dono para cada um deles! – exclamou a Dulce. Passados uns dias, a gordinha arranjou donos para os gatinhos, menos para o cinzento. O pai, a mãe e a Dulce não sabiam o que fazer, mas, de repente, a Dulce teve uma ideia: - E se eu ficasse com o gatinho cinzento? - Tu sabes que… Está bem, fica com o gatinho! – concordou a mãe. Os pais, vendo-a tão feliz, decidiram fazer as pazes. - Dulce, eu e a tua mãe decidimos fazer as pazes e vamos voltar a viver juntos! – anunciou o pai. A Dulce ficou contente e triste. Ficou contente, porque os pais fizeram as pazes e ficou triste, porque não sabia onde é que o gatinho cinzento ia ficar. Todos pensarem e o pai perguntou: - E se mandássemos fazer uma casinha para o gatinho? Passados uns dias, a casinha estava pronta e o gatinho ficou a viver nela, no jardim da casa da mãe.

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A partir desse dia, ninguém chamou mais “nomes” à Dulce e ela e os pais viveram muito felizes.

Filipa, 5ºC

O pai da Dulce, ao ver que ela tinha ficado muito triste com a situação, falou melhor com o director e decidiu ficar com todos os gatinhos. A Dulce ficou radiante e correu para abraçar o pai. Depois de a Dulce almoçar, contou a todos os seus conhecidos que tinha ficado com todos os gatinhos, mas que os ia distribuir pela família e amigos. Algumas colegas disseram-lhe que gostariam de cuidar de um dos gatinhos. Então, Dulce prometeu-lhes que ligaria ao pai e que ele os traria quando a viesse buscar. As horas passaram e ao fim da tarde lá estava o pai da Dulce. Esta, mal o viu, perguntou-lhe imediatamente pelos gatos. Ela pegou na cestinha onde os gatos estavam e deu um a cada menino que lhe tinha pedido e, é claro, a Dulce nunca mais foi gozada e passou a ser tratada como uma menina normal entre todos.

Regina Oliveira , 5ºC

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Enquanto o pai e o professor se riam e diziam duas chalaças, a Dulce foi despedir-se dos gatinhos. O cinzento já sabia comer do prato. Quando a Dulce foi para o carro do pai pediu de novo: - Pai, posso ficar pelo menos com um gatinho? - Ó gordinha, então telefona à tua mãe, a ver se ela te deixa ficar com um gatinho, porque eu, no meu apartamento, não posso ter gatos! O pai levou-a a casa da mãe a Dulce explicou com delicadeza: -Mãe! Eu queria ficar só com um gatinho. Vá lá! Vá lá! Eu prometo que arranjo donos para os gatinhos! Mas eles precisam de ficar aqui dois ou três dias. Está bem? - Filha… pronto, está bem. Fica com os gatinhos, mas só dois dias, porque sabes que eu não gosto de gatos. – concordou a mãe. Passados os dois dias, a Dulce tinha arranjado donos para todos. Mas onde iria ficar o gatinho cinzento? E com quem? Ela pensou, pensou e pensou… e teve uma ideia. - Será que o pai podia fazer uma casinha para o gato e construí-la em casa da mãe? No dia seguinte, anunciou a novidade aos pais e eles concordaram. Entretanto, a casinha do gato estava pronta e o pai colocou-a no jardim da casa da mãe. Todos os dias a Dulce ia dar de comer e beber ao gatinho, antes das aulas. Os pais viram-na tão contente que decidiram falar: - A nossa filha está tão contente! Acho que devíamos fazer qualquer coisa por ela! – exclamou o pai. Os pais da Dulce fizeram as pazes e ela ficou muito contente com esta decisão. Eduarda Pinho, 5ºC

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No dia seguinte, mal chegou à escola, a Dulce foi logo verificar se os gatinhos ainda estavam no mesmo sítio do dia anterior. Para sua felicidade, todos os gatinhos estavam bem na sua caixinha de cartão e o cinzento já se aventurava fora da caixa à procura de brincadeiras. A Dulce não resistiu a pegar-lhe e fazer-lhe uma festinha, mas enquanto o fazia, chegou o Director da escola que logo a interrompeu: - Dulce, vais ter que te despedir dos gatinhos! Vou entregá-los agora à Sociedade Protectora dos Animais. - Senhor professor, deixe-me ligar novamente à minha mãe para lhe pedir pela última vez para ficar com o cinzento. Passados uns momentos, a Dulce regressou radiante, com um sorriso de orelha a orelha, já revelador da boa notícia que trazia: a sua mãe fizera-lhe a vontade e ela podia assim ficar com o gatinho cinzento! O Director ficou feliz pela Dulce e, levando a restante ninhada para a sua nova casa de acolhimento, preparou um novo caixotinho para a Dulce guardar o gatinho cinzento até à hora de ir para casa.

Dylan Barbosa, nº 9 (5º D)

O cinzento já sabia comer do prato. A Dulce foi despedir-se dos gatinhos acompanhada pelo seu pai. Este, mesmo sabendo que não podia ter gatos no apartamento, depois de os ver não teve coragem de os deixar ir para a Sociedade Protectora dos Animais. Então, com um ar muito sorridente, disse à filha: - Está bem! Eu deixo-os viver em casa. Mas com uma condição! - Qual, pai? Diz lá! Eu faço tudo por eles!... Tudo o que quiseres! - A condição é a seguinte: se tu emagreceres, eles podem ficar em minha casa para sempre. Se tu não cumprires com esta regra, eles terão que sair de casa. Agora a escolha é tua e tudo depende de ti e do teu comportamento. 41


De seguida, o pai da Dulce foi falar com o Director para lhe pedir se este podia ficar com os gatinhos só mais um dia enquanto tratava da autorização para os ter definitivamente no apartamento. E a resposta não se fez tardar. - Claro que sim! – exclamou o Director. Enquanto o pai fora falar com o Director, a Dulce ficou a fazer festinhas aos seus companheiros e quando o seu pai voltou, a alegria era tanta que nem acreditava no que estava a acontecer. - Olha, o Director disse que podia ficar com os gatinhos enquanto trato da papelada. No dia seguinte, a Dulce estava muito agitada a preparar o seu saco de fim-de-semana para o passar com o seu pai e os seus queridos bichinhos. E a partir daí a menina comilona passou a fazer dieta como tinha prometido. Ficou bastante elegante e agora ninguém fazia troça dela. Pelo contrário, até diziam bem dela e gabavam-na por ter emagrecido tanto e tão facilmente. Aprendemos que a Dulce tem bom coração e gostava de ajudar. Esta história pretende dar-nos uma lição: temos de fazer aos outros (animais e humanos) o que queremos que nos façam a nós. A Dulce ajudou os gatinhos e o seu pai contribuiu para que ela emagrecesse. E ela passou a ser uma criança muito, mas muito mais feliz!

Raquel Santos, nº 17

A Dulce ficou muito triste por não poder ficar com os gatinhos. O pai foi levá-la a casa da mãe e quando esta a viu a chorar, perguntoulhe: - Dulce, querida, porque estás a chorar? Os teus colegas fizeram-te alguma coisa? - Não. Mas lembraste daqueles gatinhos de que te falei? - Sim, lembro-me. Porquê? 42


- É que eu não pude ficar com eles, porque tu não os queres e o apartamento do pai é pequeno de mais para eles. Ao ouvir estas palavras, a mãe ficou a pensar. Ela não queria ver a filha assim tão triste; por isso mudou de ideias e aceitou ficar com os gatinhos. - Dulce, se ainda quiseres os gatinhos, eu levo-te à escola para os ires buscar. A Dulce nem queria acreditar no que ouvia e gritou: - Sim! Sim! Claro que quero os gatinhos! Mas tu já não te importas que eles venham cá para casa? - Não, claro que não! Não te quero é ver tão triste. A mãe levou-a à escola para ela ir buscar os gatinhos, Por sorte, o Director ainda não tinha ligado para a Sociedade Protectora dos Animais. - Senhor Director! Senhor Director! Os gatinhos ainda estão cá? - Sim, mas mais uns minutinhos e iam-se embora. Mas porquê? Tu vens buscá-los? - Sim, venho. A minha mãe mudou de ideias e já os posso levar comigo. Mas onde é que eles estão? - Estão ali, dentro de um cestinho. São todos teus. – respondeu-lhe o Director. Toda contente, a Dulce deu um beijo muito grande e afectuoso à mãe e agradeceu-lhe. Depois, pegou no cesto e foi-se embora, muito feliz.

Bruno Oliveira, nº 3

Enquanto que o pai falava com o Director da escola, a Dulce despedia-se dos gatinhos e teve uma ideia. - E se levasse o gatinho cinzento debaixo do casaco? – pensou ela. Mas era arriscado, pois o pai podia aperceber-se ou ouvi-lo a miar. Então ela tentou pedir outra vez ao pai, mas com mais gentileza. 43


- Hum… hum… desculpe interromper, senhor Director… Mas será que podia dar uma palavrinha ao meu pai? – perguntou ela. - Claro que sim! – disse o Director. - Papá, faz-me um favor. Deixa-me levar um gatinho para casa! – pediu ela, desesperada. - Era mesmo disso que eu e o senhor Director estávamos a falar e chegámos à conclusão que tu vais mesmo cuidar de um gatinho. – disse o pai. - A sé… sério? – gaguejou a Dulce. - Sim, minha filha! Claro que sim. A partir daí a Dulce passou a adorar os fins-de-semana em casa do pai e o próprio pai passou a sentir-se menos solitário.

Carlos Ferreira, nº 5

Alunos: 5ºC e 5ºD Professora: Lurdes Carneiro

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LER PARA COMENTAR

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A parte de que eu mais gostei foi… … quando o director decidiu tomar conta dos gatinhos, porque se preocupou com a Dulce por esta estar a faltar à aula. Alexandre Santos, nº 2 … quando um menino chamou “gorda” à Dulce, mas a mãe dela disse-lhe para ela ignorar, que é o que todos devemos fazer quando alguém nos arrelia. Nelson Correia, nº 19 … quando a Dulce faltou à aula para tomar conta dos gatinhos. Eu acho que ela tomou a atitude correcta. Tiago Anjos, nº 23 … quando a Dulce encontrou os gatinhos e faltou às aulas de propósito para cuidar deles. Vítor Duarte, nº 26 … quando a Dulce salvou os gatinhos, porque os animais de que eu mais gosto são mesmo os gatos e acho muito mal as pessoas abandonarem os animais. Paulo Daniel Santos, nº 20 … quando a Dulce faltou à aula de Matemática para tratar bem dos gatinhos. Eles estavam quase a afogar-se e ela salvou-os. Ela fez muito bem, porque devemos ser amigos dos animais. Daniel Pinto, nº 7

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… quando ela tomou conta dos gatos e faltou às aulas. O Presidente do Conselho Directivo viu--a no bufete e perguntou-lhe porque é que ela estava ali. Ela respondeu que salvara os gatinhos de morrer afogados. Penso que ela foi muito honesta e sincera, o que me agradou. Cristiano Lopes, nº 6

Alunos: 5ºD Professora: Lurdes Carneiro

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A leitura que fiz de Escrito na Parede permitiu-me concluir que a sua autora é uma mulher sensível e que se preocupa com aquilo que nos preocupa a nós jovens! Só poderá ser uma pessoa fantástica. Cátia Oliveira, nº 6, 9º B

O Escrito na Parede deixou escrito dentro de mim uma mensagem: “Respeita e preserva a tua MÃE, pois ela ralha contigo, aborrece-te, mas, acima de tudo Ama-Te / Preocupa-Se CONTIGO!” Cindy Marques, nº 7, 9º B

Foi, para mim, um grande desafio ler o livro Escrito na Parede, uma vez que tenho dificuldades a este nível, ainda para mais quando a sua história não segue a ordem normal da linha do tempo… Michael Marques, nº 17, 9º B

Eu gostei muito do livro Escrito na Parede, pois aborda temas da actualidade e que, muitas vezes, se relacionam connosco, embora, ao lê-lo, tivesse, de estar muito atenta às analepses e prolepses, para entender a sua história. Todo este processo tem, certamente, como objectivo principal dizer Não à “preguicite mental”… Mª Beatriz Ribeiro, nº 18, 9ºC

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Gostei bastante do tema do livro, da escritora Ana Saldanha, que li para o Concurso de Leitura (1ª fase). Achei interessante o facto de deixar o final em aberto, em suspenso, para que fossemos nós a desvendá-lo, a recriá-lo… Faz apelo à nossa imaginação… Liliana Moura, nº 15, 9º C

A linguagem utilizada pela autora Ana Saldanha nas suas obras é acessível, contudo a forma como as conclui torna-as, por vezes, um pouco confusas. Não deixem, no entanto, de ler os seus livros, pois valem bem a pena pelas indispensáveis e até polémicas temáticas que neles são focadas.

Catarina Cabral, nº 3, 9º C

Como não me identifico (felizmente!...) muito com a temática abordada no livro Escrito na Parede, este não me cativou em pleno, porém já iniciei a leitura de outro da mesma escritora, onde os assuntos abordados são mais do meu agrado e mais próximos dos reais problemas da fase da adolescência que estamos a atravessar. Cindy Pinheiro, nº 5, 9º C

O meu primeiro contacto com a escritora Ana Saldanha foi quando tive de ler o Dentro de mim, para a primeira fase do Concurso de Leitura realizado na nossa Escola. É um bom livro, pois retrata um assunto/problema (GRAVIDEZ PRECOCE) tão actual na nossa sociedade e nas nossas Escolas. Pensamos que connosco isso não acontece, mas…

Bruno, 11º A 49


O livro Dentro de mim é interessante pelos temas que retrata, mas a sua organização, se não estivermos atentos, parece confusa…

Daniela, 11º A

A escritora em questão parece bastante atenta às preocupações e problemas dos jovens adolescentes. Põe a sua escrita ao serviço das nossas inquietações e tenta fazer-nos reflectir sobre elas, nas formas de as evitar, bem como nas possíveis soluções para elas. Bem-haja!

Jéssica 11º A

Professora: Amélia Rocha

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LER PARA APRESENTAR NO FÓRUM DE LEITURA

DADOS BIBLIOGRÁFICOS DA OBRA

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Nome da Obra: Uma Questão de Cor Nome do(a) Autor(a): Ana Saldanha Ilustrações: José Miguel Ribeiro Editora: Caminho Colecção: Livros do Dia e da Noite Ano de Edição: 1995 Número de Páginas: 104 páginas Peso: 124 gramas Género(s): Infantil – Juvenil / Ficção

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ANA SALDANHA • N a s c im e n t o : 1 9 5 9 (d a t a ) P o r t o – P o r t u g a l (L o c a l ) • O c u p a ç õ e s : tra d u to ra • O u t r a s o b r a s : “ C in c o t e m p o s q u a t r o in t e r v a l o s ” , “ U m e s p e l h o s ó m e u ” , “ E s c r it o n a p a re d e ” .

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E m c o n s e q u ê n c ia d is s o , e s ta te m d e s e m u d a r p a ra o e s c rit ó rio p a ra q u e o s e u p rim o fiq u e n o s e u q u a rto , p o rq u e e s te é a l é rg ic o a o p ó d o s liv ro s .

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P a ra p io ra r a s itu a ç ã o e m q u e a N in a s e e n c o n tra v a , o s d o is d a v a m – s e c o m o o “c ã o e o g a to ” ,

e p a ra e s p a n to d e to d o s , a a v ó O lg a , tã o p a c a ta e d e s p re o c u p a d a , s o fre u m a ta q u e c a rd í a c o .

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A o lo n g o d o te m p o , e s ta v a i m e lh o ra n d o e a s u a q u e rid a n e ta m a n d a - lh e u m a c a rta .

O s e u p rim o n ĂŁ o s e e s tĂĄ a a d a p ta r b e m Ă e s c o la , p o rq u e ĂŠ a lv o d e ra c is m o p e lo V Ă­to r e p e lo s s e u s c o le g a s e a N in a te m d e o a c o m p a n h a r d u ra n te o s in te rv a lo s ;

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O V íto r c o m e ç a a ig n o rá - la , o q u e n ã o e ra n o rm a l p o rq u e e s te e s ta v a “c a id in h o a o s s e u s p é s ”, fa z ia o s tra b a lh o s d e c a s a p e la N in a e a in d a m a is .

O s e u p rim o fic a m a is s im p á tic o c o m e la e re c e b e m u ita a te n ç ã o p o r p a rte d a s s u a s a m ig a s ,

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e o V Ă­to r p a s s a a te r a d ig n id a d e d e p e d ir d e s c u lp a e d e fa z e r a s p a z e s com o Da nny.

Alunos : 8ÂşE Professora: Isabel Rocha

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LER PARA O CONCURSO NACIONAL DE LEITURA

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DA CORGA DE LOBÃO 1ª Fase – 3º Ciclo ANO LECTIVO 2009/2010 GRUPO DE LÍNGUA PORTUGUESA E BIBLIOTECA ESCOLAR Recorda e testa a leitura que fizeste das obras: Escrito na Parede e Guarda da Praia. Para tal, assinala, nas duas Partes que se seguem, a opção correcta para completar cada afirmação.

Parte A – ESCRITO NA PAREDE, Ana Saldanha 1. A personagem principal chama-se…

a.

 Rafael.

b.

 Daniel.

c.

Joel.

d.

Leonel.

2. Ela [personagem] vive … ( assinala, em cada grupo de 4 hipóteses, a correcta) a.

 em Lisboa.

b.

 em Coimbra.

c.

 em Matosinhos.

d.

 no Porto.

e.

no Bairro das Águias.

f.

no Bairro das Araras.

g.

 no Bairro das Amoras.

h.

 no Bairro das Águas. 58


3. Ela [personagem] tem um animal de estimação: a.

 um gato chamado Rufo, um siamês, gorducho e mal-humorado.

b.

 um gato chamado Luto, um persa, gorducho e mal-humorado.

c.

 um cão chamado Rufo, um rafeiro, gorducho e mal-humorado.

d.

 um cão chamado Lufo, um labrador, gorducho e mal humorado.

4. Ela [personagem] gosta de: a.

 correr e fazer grafitis

b.

 comer e jogar futebol.

c.

 correr e ir à escola.

d.

 ver televisão e ouvir música.

5. A mãe da personagem principal…( assinala, em cada grupo de 4 hipóteses, a correcta)

a.

 chama-se Inês e…

b.

 chama-se Beatriz e…

c.

 chama-se Isabel e…

d.

 chama-se Luísa e…

e.

 é dona do café Bagdade.

f.

 está desempregada.

g.

 é empregada no café Bagdade e em casa da doutora Mariana.

h.

 é empregada no café Magestic e em casa de D. Juliana.

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6. Nicolau é… a.

 um amigo da personagem principal, filho da doutora Mariana, que é rico e vive numa casa enorme.

b.

 um amigo da personagem principal, filho da D. Juliana, que vive no mesmo prédio da personagem principal.

c.

 o namorado da mãe da personagem principal.

d.

 o pai da personagem principal.

7. A mãe da personagem principal… a.

 resolveu fazer uma viagem com o namorado.

b.

 desapareceu e o filho, preocupado, procura-a.

c.

 escondeu-se para fugir aos problemas que a preocupavam.

d.

 mudou de casa sem informar o filho.

8. Nesta obra, correctas)

abordam-se os seguintes aspectos… (assinala todas as opções

a.

 a adolescência.

b.

 a droga.

c.

 a ausência dos pais na educação/crescimento dos filhos.

d.

 as famílias desmembradas.

e.

 a gravidez na adolescência.

f.

 os problemas escolares.

g.

 a sida.

60


AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DA CORGA DE LOBÃO 1ª Fase – Secundário de Nível Profissional ANO LECTIVO 2009/2010 GRUPO DE LÍNGUA PORTUGUESA E BIBLIOTECA ESCOLAR Recorda e testa a leitura que fizeste das obras: Dentro de mim e Frei Luís de Sousa. Para tal, assinala, nos dois Grupos que se seguem, a opção correcta para completar cada afirmação.

Parte A – DENTRO DE MIM, DE ANA SALDANHA

1 – O núcleo familiar retratado nesta obra é constituído por…

 Henrique, Rosarinho, Carla e Afonso.  Henrique, Laura, Carla e Afonso.  João, Patrícia, Carla e Afonso.  Mário, Rosarinho, Benedita e Afonso. 2 – A primeira discussão familiar deve-se…

 ao desaparecimento de Miguel.  à entrada tardia de Carla em casa e à sua possível saída com Miguel.  aos gastos supérfluos, com os moderníssimos electrodomésticos, para equipar a nova cozinha.  ao excesso de trabalho e cansaço de Henrique.

3 – Ao pequeno-almoço, Carla fica enjoada e chega mesmo a vomitar, devido…

 à cor esverdeada dos flocos de aveia.  ao sabor esquisito do bolo que a mãe lhe preparou.  ao odor do perfume do pai.  ao cheiro intenso de uma feijoada para a tia Laura. 61


4 – Carla vai a casa de Laura para…

 levar-lhe uma encomenda da sua mãe.  pedir-lhe um conselho sobre o seu atraso menstrual.  ter explicações para o teste de Língua Portuguesa.  fazer um trabalho sobre a Grécia para Área de Projecto. 5 – O primeiro contacto de Carla e Miguel deu-se…

 num grupo de amigos comuns, que os apresentou.  numa ida ao cinema, a convite da prima Benedita.  num encontrão, à saída da Escola.  numa insistência de Miguel em ocupar o lugar de carteira do Gonçalo. 6 – Os encontros amorosos entre Carla e Miguel dão-se na casa de…

 Lalá.  Gonçalo.  Benedita.  Laura. 7 – Carla sofre, porque…

 ninguém acredita nela.  a pessoa por quem se apaixonou nem sempre lhe dá atenção e falha aos encontros marcados.  não conhece as regras do jogo do namoro.  a prima e amiga Benedita zangou-se com ela. 8 – A família vai passar o fim-de-semana a casa de Patrícia, com o objectivo de…

 fazer-lhe uma visita.  levar-lhe uma encomenda.  festejar o seu aniversário.  almoçar com ela. 9 – Patrícia, a vovó, teve o seu primeiro filho aos…

 15 anos.  16 anos.  20 anos.  40 anos. 62


10 – A primeira pessoa que tudo descobre e a aconselha é a…

 Rosarinho.  Laura.  Lalá.  Patrícia.

As Professoras Responsáveis: Amélia Rocha (Representante do Grupo de Língua Portuguesa) Ana Paula Couto (Professora Bibliotec

63


VISITA DA ESCRITORA ANA SALDANHA

09:30h- Recepção à escritora 09:45h - Encontro com os alunos do 1º Ciclo, na sala dos alunos 10:00h – Encontro com os alunos do 5º, 6º e 7º anos, na Biblioteca 11:00h – Sessão de Autógrafos 11: 15h – Encontro com os alunos dos 8º, 9º CEF e Cursos Profissionais 12:15h – Sessão de Autógrafos

MUITO OBRIGADA PELA INESQUECÍVEL VISITA E PELOS MOMENTOS MÁGICOS QUE NOS PROPORCIONOU COM A LEITURA DAS SUAS OBRAS!

Compilação elaborada pela Equipa da Biblioteca Arranjos Gráficos: Anabela Santos 64


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