Revista Mandi & Co. Inverno 2011

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Carta & Co.

LON DON

Você tem em mãos a primeira edição da revista Mandi & Co., construída com muita dedicação por uma turma que busca o novo e tem prazer em experimentar. Nossa revista número 1 soma 38 páginas de pura moda, com um editorial assinado pelo mestre J.R. Duran; e outro igualmente incrível fotografado pela dupla dinâmica formada por Jaime Pilnik e Renan Rêgo. Com o duo de fotógrafos, seguimos para Londres, a capital mundial da inovação e da tradição. Destino obrigatório para quem tem sede pela vida, e devidamente mapeado por experts da noite em nossa matéria de turismo (pág 42). Além de moda e turismo, há outras 88 páginas com temas que complementam a essência da Mandi & Co.: música, cultura pop, arte, solidariedade, consumo, festas, esporte, estilo e mais. Para tanto, unimos colaboradores e entrevistados de diferentes áreas. Falo de profissionais como PVC, Marcelo Rosenbaum, Antonio Prata, Robert Astley Sparke, Banksy, Daniel Oliveira, Cesar Cielo, Thaila Ayala...uma turma que faz a tal da “diferença”que todos buscam. Afinal, estamos em 2011. E onze, você sabe, é um time completo, pronto para atacar, para construir uma nova história. Neste ano, damos as boas vindas à nova década, à era da chamada geração Millenium, que reúne o melhor do comportamental das gerações passadas, e esbanja senso de humor, perspicácia e velocidade. A Mandi & Co. está nessa trilha. E de olho na arquitetura de nossas 30 lojas – nove serão inauguradas neste ano – , aborda a simbologia dos tijolos aparentes nesta edição de estreia.

Divirta-se. Não sei se já deu para notar que nós nos divertimos muito fazendo tudo isso para você... IS US @ticosahyoun

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Foto: Jaime Pilnik e Renan Rêgo

Assim, subjects como construção, união, força e evolução permeiam cada uma de nossas matérias. Apostamos no tijolo que constrói pontes e não serve para subir muros, que faz a liga entre os públicos feminino e masculino, da mesma forma que a Mandi & Co. faz ao agregar marcas como Abercrombie, Holister, Raphael Falci, LOS DOS FOOTBALL CULTURE, Converse, Gola, New Balance, Skulcandy e outras mais.


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Moda & Co.: as coleções feminina e masculina do outono/ inverno 2011 da Mandi & Co. em editoriais incríveis...

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Capa: Foto: Jaime Pilnik e Renan Rêgo Modelo: Nathalia Andrade (Way) Beleza: Shama@CLM

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2/24/11 6:32 AM

Arte & Co. As obras e a audácia de Banksy, o rei inglês da arte pública + Mariana Martins, da Choque Cultural

Economia & Co. Em artigo, Sara Diniz traça um panorama sobre a condição do Brasil no cenário internacional. Confira!

Solidariedade & Co. Marcelo Rosenbaum conta da ação “A Gente Transforma” + a nova aposta da British Airways no Brasil

Perfil & Co. Com entrevistas exclusivas, desvendamos o segredo do sucesso do ator Daniel Oliveira. Ele é o cara!

Esporte & Co. Especialmente para a nossa primeira revista, o velocista Cesar Cielo aponta o caminho da vitória. É só seguir

Música & Co. A experiência, a carreira e o novo disco do DJ brasileiro Mario Fischetti + as glórias do DJ francês David Guetta

Turismo & Co. Um guia exclusivo de Londres, com as melhores noites da cidade por quem entende tudo sobre esse assunto

Mural & Co. Os músicos, as bandas e todos os rocks nascidos na Inglaterra + o estilo inconfundível dos it boys e it girls de Londres

Design & Co. Fomos ao ateliê de Raphael Falci, autor dos acessórios que são desejos + peças criadas por ele para Mandi & Co.

Só para elas: Um caderno especial e exclusivo para mulheres, com matérias sobre beleza, moda, estilo e outras mais

Só para eles: Um caderno especial e exclusivo para homens, com futebol, estilo, Fórmula-1, e claro, lindas mulheres...

Crônica & Co. Antônio Prata assina texto exclusivo para Mandi & Co., e fecha com chave de ouro esta edição número 1

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PHOTO: QUANG LE

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- Logomarca Mandi & Co.

LO JAS

&

São Paulo Shopping Iguatemi Shopping Market Place Shopping Pátio Higienópolis Shopping Villa Lobos Shopping Center Norte Bourbon Shopping Shopping Anália Franco Shopping Jardim Sul Moema Rua Gaivota,1188 Barueri Shopping Iguatemi Alphaville Belém Shopping Pátio Belém Belo Horizonte Shopping Pátio Savassi BH Shopping Brasília ParkShopping Shopping Iguatemi Campinas Shopping Iguatemi Cotia Shopping Granja Vianna Cuiabá Shopping Pantanal Curitiba Shopping Mueller ParkShoppingBarigui Florianópolis Shopping Iguatemi

EXPE DI ENTE A Revista Mandi & Co. é uma publicação semestral, distribuída gratuitamente ao mailling e às lojas de todo o Brasil. A publicação não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados ou por qualquer conteúdo publicitário e comercial, este último de inteira responsabilidade dos anunciantes. Apenas os que constam no expediente da revista, tem autorização para responder pelo conteúdo do material.

tiragem: 132.000 exemplares

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(11) 3032-9928 (11) 5181-4457 (11) 3823-2561 (11) 3024-3856 (11) 2221-1091 (11) 3675-5582 (11) 2643-4491 (11)3743-6186 (11) 5532-1951 em breve (91) 4006-0470 (31) 3281-8850 (31) 3286-1284 (61) 3233-1527 (61) 3577-5505 (19) 3254-1882 (11) 4613-6880 (65) 3644-2006 (41) 3022-7120 (41) 3317 6865 (48) 3028-1149

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diretores: alexandre brett e tico sahyoun editora chefe mariana abreu sodré projeto gráfico e arte isabelle albuquerque pinheiro arte mariana guimarães assistente de arte marcela dantas marketing aline siqueira assistente de marketing cristina santos estilo mandi analice archanjo, andrea lika kaikkawa, andressa ferraz, francis petrucci, helena abud, igor surian, lívia berwangers e marcela viegas estilo los dos football culture mariana meneghel publicidade aline siqueira aline.siqueira@brlabels.com.br juliana almeida juliana.almeida@brlabels.com.br editora de still tami gotoda assessoria de imprensa coletiva comunicações vivian hipolito vivi.hipolito@coletivacomunicacao.com.br daniela cossa dani.cossa@coletivacomunicacao.com.br tratamento de imagem wmfusion

agradecimentos especiais: Raphael Falci (autor dos acessórios de nosso editorial de moda em

Londres) Rafael Buffara, Lucita Marques da Costa, Daniela Aliperti, Pamella Marques e toda equipe do hotel “The Westburry”, Keka Piva, Thaila Ayala, Luisa Vautier (nossa produtora executiva em Londres) Shama (nossa maquiadora querida que deixou a London Fashion Week de lado por dois dias para trabalhar com a equipe brasileira), Joe (nosso motorista em Londres, que despistava os policiais que queriam acabar com nossas fotos), Rafa Crazy (nosso videomaker de longa data, essencial para o making of de nossos editoriais de moda), Martin Mica (o modelo e rosto da nossa campanha inverno 2011, merecedor de um “valeu”especial pelo seu alto astral infinito), o fotógrafo Andrei Nicolau (amigo de Thaila Ayala e autor da linda imagem da bela que estampa nossas páginas), e para todos os envolvidos nesse projeto. É a Mandi & Co. trilhando seu caminho e unindo pessoas especiais pelo mundo.



Jaime Pilnik & Renan Rêgo

J.R.Duran

Marcelo Rosenbaum

Bruno Pavão

COLABO RA DORES

Paulo Vinícius Coelho (PVC)

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Acyr Méra Junior

Luisa Vautier

Antonio Prata


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Arte & Co.

Mandi & Co. aproveita a passagem por Londres para abordar a arte pública mundial de Banksy, o gênio britânico, que cobre os tijolos do mundo com irreverência premium

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BANKSY NA ESTANTE Mandi & Co. indica dupla de livros sobre o trabalho do cara

Wall and Piece

| Random House

egundo o jornal inglês The Guardian, em 2005, a prefeitura de Bristol (Inglaterra) abriu votação popular para decidir se um graffiti de Banksy ficava ou não nos muros da cidade onde dizem que o artista nasceu em 1975. A vitória foi da permanência da arte de rua na rua, com 93% de adesões em favor de Banksy. Em 2009, o escritório de administração pública do bairro londrino Sutton também recorreu a plebiscito para resolver o tempo de vida de outro trabalho do artista nas ruas das cercanias: 85% dos cidadãos ficaram ao lado da longa existência da arte de Banksy.

Contudo, o livro Piece And Wall (Random House) traz relato sobre um recado deixado no site oficial de Banksy www.banksy.co.uk, e assinado por um morador do bairro de Hackney, Londres. A mensagem sugeria que Banksy parasse de “grafitar” aquela região, e dizia mais ou menos o seguinte: “Não sei quem é você ou quem são vocês. Mas desde que seus graffitis apareceram no bairro, uma leva de yuppies anda por nossas ruas achando que nossa região é cool. Faça-nos um favor: leve sua arte para outro lugar”. Exemplos como esses mostram não só a polêmica, mas o valor da arte assinada por Banksy. E não vamos falar aqui dos (altos) preços creditados às obras do artista por acreditar na máxima de Oscar Wilde: “Cínicos são aqueles que conhecem o preço de tudo e o valor de nada”. E mais: não há cinismo na obra de Banksy, mas muita ironia. >

Além de apresentar fotos das obras do artista feitas pelo mundo, o livro conta (um pouco, é claro) da trajetória de Banksy.

Locations & Tours | PM Press

Este livro é um guia para os interessados em fazer um Banksy tour por Londres: traz fotos e endereços de obras dele na city.

Banksy Online | Banksy.co.uk

O site oficial de Banksy (se é que é dele mesmo) tem vídeos, estênceis, graffitis, textos supostamente escritos por ele e mais...

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Arte & Co.

om seus estênceis (técnica de graffiti que usa uma “fôrma” para fazer os desenhos), Banksy critica tudo e todos, provoca e abre discussões sócio políticas. O fato de Banksy ser midiático só colabora: ele não mostra o rosto, não revela seu nome real e – ironicamente – no anonimato se faz uma das maiores celebridades dos dias atuais. No último ano, apresentou sua primeira expo em um museu, na cidade de Bristol, apareceu em fotos – publicadas nos principais jornais do mundo – com o rosto coberto por um gorro negro daqueles que só deixam os olhos de fora. Na ocasião, um filme foi lançado. A película relata a trajetória de um artista de rua trapalhão e um tanto picareta chamado Brainwash, e fez sucesso em todos os festivais de cinema do mundo, incluindo a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Detalhe: até agora >

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Banksy movies

>ninguém sabe se o longa é documental ou ficcional. Banksy gosta desse tipo de charada.Seus fãs também. O título do filme em questão, aliás, é Exit Through the Gift Shop, (ou “A saída é pela loja de souvenirs”), em uma clara alusão às “rotas estratégicas” oferecidas tanto nos mais respeitados museus, quanto nos grandes parques da Disney. Ácido. Brincar com símbolos e conceitos, evidentemente, é outro trunfo de Banksy. Certa vez, ele criou uma versão da Monalisa (com o smileface cobrindo o rosto e o tal sorriso de Monalisa) e soturnamente colou o feito numa das paredes do Louvre, em Paris. Fugiu em seguida, é óbvio.Banksy também satirizou um ícone da pop art, as famosas “latas de sopa Campbell’s”, de Andy Warhol. Usou um rótulo fake da Tesco, rede britânica de supermercados, em seu trabalho, que foi colado em uma sala do MoMa, de Nova York, aonde ficou por quase uma semana. Banksy não fugiu dessa vez, e assistiu a reação dos primeiros espectadores da obra que, segundo relato do livro Piece And Wall, não entenderam

Exit through the gift shop nada apesar de suas expressões faciais que denotavam surpresa e admiração, o famoso “oh!”. Sobre a situação, o irreverente Banksy disse ter experimentado a sensação de ser “um verdadeiro artista moderno”, simplesmente por não ter sido compreendido. Num misto de acidez, e por que não, lucidez. Ações de guerrilha artística como as duas acima citadas podem ser interpretadas como a “invasão da arte de rua nos museus” em sua forma mais autêntica, ou seja, sem permissão. Sim, Banksy é gênio. E suas obras pelos tijolos do mundo comprovam. Agora, confira a arte Bankysista nas fotos desta matéria. Boas imagens valem mais que quase 700 palavras.

“É um bom filme, se você tiver bem pouca expectativa”, diz Banksy sobre o longa, sucesso em vários festivais de cinema.

Blonds of a Certain Age | BBC one

O vídeo pode ser visto no youtube (tinyurl.com/4s57st) e faz sátira do hype e do mistério em torno de Banksy.

Cardinal Burns-Banksy | BBC comedy

Este outro ótimo videopiada da BBC sugere que Banksy, na vida real, é um banana, dono de uma rotina entediante. (tinyurl.com/y8rhxsq) 17


Arte & Co.

OsGemeos

Eduardo Saretta, Mariana Martins e Baixo Ribeiro na porta da Galeria Choque Cultural em SP Presto

Mandi & Co. conversou com Mariana Martins, curadora e co-fundadora da Choque Cultural, galeria que, por meio de uma rede mundial, ampliou o reconhecimento da arte de rua

É FATO: A GALERIA CHOQUE CULTURAL, idealizada por Mariana Martins, Baixo Ribeiro e Eduar-

do Saretta, é das iniciativas mais ousadas e inovadoras nas Artes Plásticas brasileiras na última década. Com ênfase em arte de rua, impulsionou a migração dos grafiteiros para as galerias, e tem grande responsabilidade no reconhecimento da arte pública por aqui. Levou artistas antes marginalizados à Europa e Estados Unidos em mais de 10 grandes exposições, editou gravuras e livros. Para isso, o trio da Choque construiu uma excelente rede mundial de street art, que entra neste ano com mais força e novo espaço, dando continuidade ao intercâmbio entre galerias, artistas e colecionadores do mundo todo. A arte de rua está em constante evolução, como Mariana Martins conta aqui. > ZEZÃO 18

MZK


ARTE PÚBLICA

NACIONAL

> Como a arte de rua começou?

Nos Estados Unidos, nos anos 1960,com os protestos contra a guerra e foi evoluindo. No final dos anos 1970, a arte de rua encontrou o hip hop, e virou expressão da cultura negra e mexicana, por meio do trabalho de uma geração muito criativa. Aí vieram Keith Haring e Basquiat. Os trabalhos do primeiro logo foram para as galerias, enquanto a arte de Haring ficou mais tempo na rua. > E no Brasil?

Por aqui, em 1978, a arte de rua apareceu com influência europeia. Era feita por Alex Vallauri (1949- 1987), que era servo de origem italiana, e por Tadeu Jungle,entre outros. Contudo, poucas pessoas batiam o olho e reconheciam a arte. Dos anos 1990 para cá, a arte de rua cresceu em São Paulo, e o que era considerado pichação nos anos 1980, deixou de ser. Mas só nos anos 2000 é que a coisa pegou fogo mesmo, com o estouro dos OsGemeos, e o surgimento de uma geração de artistas agregadora, apesar de algumas rivalidades. Outro dia, eu estava fazendo um tour com a (artista e performer nascida na Sérvia) Marina Abramovic por São Paulo, e ela notou a generosidade desta geração de artistas. Ela me disse: “Eles não estão ganhando nada, estão doando a arte para a cidade”. E é isso mesmo: essa geração faz arte para a cidade, para todos. Querem – e fazem – a ligação entre classes,entre tudo...

Keith Haring Speto

> Esse interesse e o crescimento da Choque

demonstram que a arte de rua foi compreendida?

Não,não. Ainda há quem não difere graffiti de pichação, e só considera arte o que vai para a Bienal. Quanto mais erudito, maior é o preconceito. Há também quem acredite que a arte de rua é coisa passageira. E não é. A arte de rua está cada vez mais forte. O graffiti é arte pública, e atualmente tem várias modalidades pelo mundo. Os artistas estão intervindo na cena urbana de maneiras diferentes, em suportes variados. Mas sempre com generosidade e com os tijolos da cidade como suporte principal. Há uma constante evolução. > Para terminar: o que acha do trabalho de Banksy?

A obra de Banksy tem o humor ácido britânico e é quase um case de branding. Há muita coisa por trás dos trabalhos dele. Talvez esteja aí a grande sacada.

> Hoje há a Galeria Choque Cultural, a Acer-

vo e também um espaço de cultura com os

livros que eram do seu pai, o modernista Aldemir Martins (1922-2006)...

Sim. Meu pai tinha uma biblioteca muito bacana de arte e me incomodava ter isso só para mim. A nova casa tem a biblioteca, uma galeria mais simples e espaço onde ofereceremos oficinas de serigrafia, cursos e palestras. Nessa galeria estão os trabalhos de novos artistas. Oficialmente recebo uns três portifólios por dia, de gente boa e interessada em se expressar. Isso sem falar nas mensagens de facebook,e-mail...

Basquiat

Titi Freak Galeria Choque Cultural R. João Moura, 997 Pinheiros - Tel.: 3061-4051 choquecultural.com.br Ter. a sáb., das 12h às 19h. Acervo da Choque R.Medeiros de Albuquerque, 250 Tel.: 3061-2365 Seg. a sex. - 10h às 18h c/ hora marcada. Aberta ao público aos sábados, das 13h às 18h.

Alex Vallauri

Mandi & Co destaca artistas com obras no Acervo da Choque. O trabalho do quinteto está em ruas e galerias do mundo

MZK - As máscaras e os peixes são formas constantes no trabalho do artista, que incorpora a linguagem dos quadrinhos, do design gráfico e da música em sua obra apresentada em vários suportes: paredes e muros, esculturas, telas e objetos. (tinyurl.com/37tlye8) ZEZÃO - As tags azuis de Zezão apareceram no subsolo dos canais de água pluvial, e estão por São Paulo e outros grandes centros nacionais. Artista intuitivo e autodidata trabalha também com fotos, em relevos variados (do muro às chapas de pisos de ônibus), telas, etc... (tinyurl.com/2vnsqbq) PRESTO - Sua arte mescla surrealismo com cartoon e cria um universo pop, colorido e carismático, formado por figuras de desenho e pintura delicados. Seus suportes, além de tijolos são: telas envelhecidas, madeiras desgastadas, lona de caminhão, metal enferrujado, entre outros . (tinyurl.com/36pdfun) TITI FREAK - Já trabalhou na equipe de Mauricio de Souza e carrega em sua arte influências dos quadrinhos, dos mangás, da moda, da cultura japonesa, e ainda das obras de Matisse, Picasso e Portinari. Usa suportes variados – de garrafas de saquê a imensos painéis públicos. (tinyurl.com/34jaz4p) SPETO - Desenvolveu seu próprio estilo, aproveitando ensinamentos do hip hop aliados a uma intensa pesquisa sobre a cultura popular brasileira. Seu estilo faz nova leitura da rústica xilogravura nordestina. Sua arte é empregada em diversos suportes como telas, carros e concreto. (tinyurl.com/2bybvf9)

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Arquitetura & Co.

O “tal” tijolo

Hotel Fasano, SP 20


Endereços dos hotéis Fasano

Hotel Las Piedras

Ou melhor: como Rogério Fasano partiu de um tijolo inglês para realizar um sonho pessoal que hoje é referência no mundo de boa hotelaria

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primeiro Hotel Fasano é o de São Paulo. Foi inaugurado em 8 de setembro de 2003. Muitos anos depois de começar a permear os sonhos e desejos do empresário Rogério Fasano, seu fundador, que da janela de seu apartamento avistava o terreno ideal para a construção do primeiro hotel “de autor” do mundo, que seria – e foi – criado por ele. Rogério, que estudou cinema em Londres nos anos 1980 até ser recrutado pelo pai para trabalhar na empresa da família, trouxe da mesma capital da Inglaterra, porém décadas mais tarde, o tijolo que daria o “start” à realização de seu sonho, algo como um hotel de cinema. O tal tijolo importado – modelo “vitoriano” – veio de Londres com destino certo: o escritório de arquitetura de Isay Weinfeld. “Atenção aos detalhes é o que marca o Fasano desde o dia em que o Rogério bateu pela primeira vez à minha porta com um tijolo debaixo do braço”, conta Isay. Assim, Rogério começou a escrever o primeiro capítulo, ou ato, da bem-sucedida história da hotelaria Fasano. Contudo, o Hotel Fasano não foi construído com tijolos ingleses, nem nacionais. E sim com paixão e minúcias que se desdobram pela arquitetura e principalmente pelos serviços incomparáveis. Um ano após sua inauguração, foi eleito “um dos 50 melhores da América Latina”,

e em 2010 foi apontado como “o melhor da América Latina”, segundo os criteriosos leitores da revista internacional Conde Nast Traveller. Com os anos de experiência e os bons frutos, a excelência da hotelaria Fasano – e os tijolos de modelo inglês reproduzidos numa fábrica na Carolina do Norte, Estados Unidos, e importados para o Brasil – foram conquistando mais territórios. Em 2007, o Fasano Rio abriu suas portas na esquina mais bonita de Ipanema, Rio de Janeiro. Anexo à hospedaria mais cobiçada da Cidade Maravilhosa está o bar Londra – Londres em italiano – construído com os tais tijolos e com um blend cool & elegante, tão típico da capital inglesa e do nacional Fasano. Punta del Este no Uruguai, ganhou um Hotel Fasano no último dia 26 de dezembro. O Fasano Las Piedras foi o hotspot do réveillon passado. Enquanto o Fasano da Fazenda Boa Vista ( em finalização) cria a expectativa de excelentes serviços no interior do Estado de São Paulo, mais especificamente em Porto Feliz. Os filhos mais novos da hotelaria de autoria de Rogério Fasano, é claro, trazem todos os tijolos Fasano – tanto os materiais quanto os conceituais. E tem a parceria da construtora JHSF, que soma 50, 01% das ações do Fasano, e tem forte influência na expansão da melhor hotelaria do País. Ponto.

Em 2010, junto com a JHSF, a hotelaria Fasano cruzou as fronteiras nacionais com a inauguração do empreendimento em Punta del Este, no Uruguai. www.laspiedrasfasano.com

Fasano Rio de Janeiro

A hospedaria mais cool e chique da Cidade Maravilhosa marca a segunda boa investida do Fasano em hotelaria. Fica na esquina mais charmosa do Rio. www.fasano.com.br

Fasano Boa Vista

Muito em breve, Porto Feliz, no interior do Estado de São Paulo, terá um Hotel Fasano para chamar de seu. O endereço é mais uma parceria com a JHSF. www.boavista.com.br 21


Arquitetura & Co.

Fasano São Paulo para (quase) todos

Não é preciso fazer check-in para vivenciar o Hotel Fasano São Paulo, sabia?

O

melhor é hospedar-se nas 10 suítes ou 50 quartos (com cortinas de linho, tapetes persas, lençóis de algodão egípcio de 500 fios e outras delícias para o tato) do Hotel Fasano São Paulo. Acomodações essas aprovadas por chefes de Estado e celebs internacionais. Mas não é preciso fazer check in no Hotel para ter a “experiência Fasano”. Como visitante, você pode jantar no tradicional restaurante Fasano (no térreo do Hotel), tomar um drink no bar do lobby , ou ainda ter um café da manhã ou almoço no Nonno Ruggero, o mais recomendado restaurante “diurno” de São Paulo. O Baretto é outra boa pedida para hóspedes e não hóspedes. É o clube intimista do Hotel Fasano, aberto àqueles que apreciam bons drinks – como o Dry Martini – e o bom Jazz – como o tocado ao vivo pelo power trio da casa. O Spa Fasano Renata de Abreu, por sua vez, tem cardápio extenso de tratamentos e massagens faciais, corporais e de banhos especiais. Funciona até as 22 horas, durante a semana. Na dúvida, experimente todos os serviços. Afinal, o Fasano é impecável em tudo, em qualquer detalhe, incluindo o dos tijolos.

Casa Fasano - SP

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APRECIE COM MODERAÇÃO. The Spirit of Africa

www.amarula.com


Economia & Co.

Um balanço dos avanços e retrocessos econômicos do Brasil, abrangendo perspectivas para 2011. É hora do despertarmos do mero sonho de nação próspera? Sara Diniz opina e responde...

Há de se destacar, entretanto, que no período áureo brasileiro da primeira década do século 21, leia-se entre os anos 2004 e 2007, o Brasil crescia abaixo de 4% ao ano, enquanto os demais países do bloco emergente atingiam uma média que variava entre 8% a 10% a.a. Portanto, apesar de a era Lula ter seguido políticas macroeconômicas salutares, mantendo baixo o déficit orçamentário, além de conceder espaço para uma atuação mais independente do Banco Central no tocante ao controle da inflação, muito ainda há a ser atingido. O dever de casa foi, assim, seguido, mas será que os brasileiros não estão mudando o perfil e perseguindo uma maior produtividade e crescimento, cansados da sobra dos países centrais? Hoje, o Brasil reconhece sua identidade peculiar resultante de uma

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rica mistura de crenças, hábitos, artes, cultura em geral, mas ainda tropeça sobre a identidade do “gigante” adormecido, cujos músculos ressentem a fraqueza estrutural. Enquanto o investimento direto no Brasil cresceu em torno de 30% durante a crise em detrimento da queda generalizada no mundo, grande parte da população ainda carece do básico: educação, saúde, saneamento e moradia. A concentração de renda parece ser uma enfermidade congênita, a qual governos das mais diversas ideologias são débeis em atacar. É difícil entender a aclamada potência regional brasileira diante de tantas mazelas típicas de países subdesenvolvidos. Curiosamente, o Estado tem perseguido a imagem do gigante: reivindicando o assento no Conselho de Segurança junto à Organização das Nações Unidas, sendo prestamista de recursos ao Fundo Monetário Nacional, liderando missões de paz, entre outras tentativas de afirmação de liderança. É evidente que muito se progrediu na busca da governança e da governabilidade. A administração gerencial (“New Public Management”) tenta se adaptar aos novos desafios da globalização com o uso da “ Accountability”, da transparência, do maior controle de gastos públicos e da supervisão financeira com regulamentação mais cautelosa, adequando-se às normas internacionais. Apesar da reluzente imagem verde-amarela projetada na mídia internacional, não podemos ignorar o longo caminho a ser percorrido a fim de alcançarmos uma real democracia. Faz-se necessária uma expansão das exportações, principalmente as

Foto: Denis Freitas

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nquanto a comunidade internacional se recupera da recente crise financeira originária da bolha imobiliária norte-americana, o Brasil é reiteradamente destacado como potência emergente pertencente ao grupo BRICs, atraindo olhares dos investidores que perseguem crescimento econômico robusto combinado com um sofisticado sistema financeiro. E a razão que tem causado tamanho alvoroço na seara internacional quanto ao nosso país ultrapassa o cenário meramente conjuntural, decorrente de uma situação de crise internacional, e encontra suas raízes no trinômio estabilidade, democracia (em amadurecimento) e crescimento, características oriundas de um terreno outrora cultivado e de experiências de crises econômicas passadas como as de 1999 e de 2002.


CINCO DATAS > de alto valor agregado, tendo em vista que somente

em torno de 24% do PIB deriva das vendas ao exterior, recentemente dificultadas pela crise cambial. Importante lembrarmos que os fluxos econômicos internacionais substituem os mísseis balísticos intercontinentais que foram objeto de tensão entre as nações. Como exemplo, podemos citar as constantes reclamações dos Estados Unidos quanto à desvalorização da moeda chinesa. Isso torna o valor das importações americanas mais caras, funcionando como um protecionismo da economia da China.

“ Apesar da reluzente imagem verde-amarela projetada na mídia internacional, não podemos ignorar o longo caminho a ser percorrido a fim de alcançarmos uma real democracia” Sara Diniz

O avanço tecnológico e uma educação de ponta são condições sine quanon, indispensáveis, para um desenvolvimento com sustentação. A reforma tributária é uma necessidade premente, tanto no tocante à desoneração como na desburocratização necessárias ao melhor funcionamento da engrenagem produtiva. As taxas de juros permanecem entre as mais elevadas do mundo e não podem ser utilizadas como o único instrumento do controle da inflação, uma vez que tal mecanismo provoca danosos efeitos colaterais sociais. Deixar de tratar a questão ambiental como externalidade e combinar técnica ética na condução política também fazem parte do “must do”. A dicotomia Estado mínimo-máximo promete ser superada pelo Estado necessário. Para 2011, as perspectivas são de cortes nos gastos públicos, principalmente no que

tange a custeio, já anunciado o corte de 30% de despesa com pessoal nos Ministérios. O governo sinalizou para uma diminuição nos juros, o que atrairia a participação do setor privado em investimentos produtivos em vez de aplicarem no mercado financeiro. A expansão do microcrédito tende a ser uma constante, baseada na expectativa da entrada no mercado de novas instituições especializadas nesse segmento. O PIB esperado voltará aos patamares de antes da crise de 2008, devendo girar em torno dos 5%. Aproveitemos, então, os ventos favoráveis para desenvolvermos nossos potenciais, olhando para si e para fora, na busca de autoconhecimento. Os meios a serem utilizados são variados, apontando para uma política econômica desenvolvimentista, uma gestão pública apoiada na meritocracia, uma justiça com mudanças visando a uma maior celeridade e equidade nos procedimentos. Servidores de carreira têm sido escolhidos pela presidente Dilma para muitos cargos de cúpula do governo, o que demonstra a preocupação com uma condução mais técnica da política. Busquemos, por fim, o exercício pleno da cidadania por meio de exigências e do contraponto das concessões. O momento que vivemos mostra uma realidade em que a intensificação do fluxo de mercadorias e capitais, a atuação dos mercados financeiros globais e das corporações internacionais, bem como a revolução da informática conduzem à dissolução de fronteiras e modificam a noção clássica de soberania nacional. Os espaços se confundem e o Estado parece, por vezes, fraco diante da força do capital. Não há, contudo, um desfalecimento do Estado, mas uma direção consciente de políticas estratégicas. Assim, acredito no Brasil “gigante pela própria natureza”, mas muito mais no colosso oriundo do trabalho árduo de brasileiros que buscam a simples felicidade, apoiados na nossa vocação de nação próspera, tendente ao desenvolvimento e à superação.

Um top 5 com as maiores viradas econômicas da história, por Sara Diniz

1785 Grã-Bretanha desponta no incipiente processo de industrialização. 1845 A utilização do aço e a construção de ferrovias marcam o apogeu da Grã-Bretanha. 1900 Ascensão dos EUA na economia mundial. Surgem os oligopólios e a aliança do capital industrial com o financeiro intensifica a exportação de capital. 1950 O crescimento é retomado no pós-guerra. O uso da petroquímica e da eletrônica é disseminado. Progresso simultâneo jamais visto da indústria e do comércio. 1990 Boom das trocas ocasionado pela revolução tecnocientífica da microeletrônica, biotecnologia e informática. Os intercâmbios passam a ser fluidos e o capital volátil.

QUEM É ESTA GAROTA?

Graduada em Direito e em Ciências Contábeis, pós-graduada em Relações Internacionais, aprovada para os cargos de Auditor da Secretaria de Finanças de Fortaleza, Controlador das Contas Públicas do Ceará e Analista do Banco Central do Brasil, Sara Diniz é daquelas afim de mudar o mundo para melhor e se dedica (com muita teoria e muita prática) para isso. Sem qualquer arrogância e com muita simplicidade.

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Solidariedade & Co.

A convite de Mandi & Co., Marcelo Rosenbaum conta dos projetos sociais de que participa para construir um modo de vida mais digno (e feliz) para muitos

T

rabalho com design e arquitetura. É o jeito que me comunico com o mundo. Falo com as pessoas por meio do meu trabalho. Faço contatos, conexões, crio a minha rede. Mas, a verdade é que sou “mão na massa”. Tanto que não consegui terminar a faculdade de arquitetura. Parei no último ano e fui trabalhar. Penso o trabalho como uma ferramenta que me permita ser útil. Aqui no escritório chamamos isso de Design Útil. Com isso, e com nossa rede, arquitetamos tudo numa outra dimensão. Muitas vezes nossa rede está online, outras off-line, mas a conexão existe e criamos um coletivo de pessoas em torno de projetos sociais. Essa história começou há três anos, com as enchentes em Blumenau. Muitas pessoas ficaram sem moradia e passaram a morar em corredores cinzas de abrigos provisórios. Fui pra lá, me emocionei, e conectei minha rede (clientes, amigos e empresas). Liguei

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Parque Santo Antônio: o durante (à esq.) e o depois da ação do A Gente Transforma, de Marcelo Rosenbaum e turma, em São Paulo para a Miriam, do marketing da Suvinil, que abraçou a ideia de criarmos um curso de capacitação para pintores que gerasse renda para quem estava sem trabalho, e pintarmos esses abrigos. As pessoas passaram a morar em corredores amarelos, verdes. Essa ação gerou repercussão na imprensa e, lógico, falavam da Suvinil e do trabalho desenvolvido. Percebi que estávamos fazendo um trabalho de branding. Ainda em Blumenau conheci o Instituto Elos, ONG de arquitetos que usa sua rede para conectar pessoas e transformar o mundo. Na mesma época fizemos o lounge do WGSN, maior portal de tendências do mundo, na SPFW. E a tendência que eles abordavam era “conexão”. Criamos então um lounge para mobilizar a imprensa, os formadores de opinião e as empresas na SPFW. E o Elos se “apropriou” do espaço para contar sobre o sonho do Oasis (projeto de Santa Catarina) e, mais uma vez, estávamos conectando nossa rede para algo maior. Através dessa rede conectamos o prefeito de


Marcelo Rosenbaum indica ONGs que constroem um futuro melhor...

A Associação Lua Nova é uma ONG que tem a missão de fortalecer a autoestima, a cidadania e o direito à maternidade de mães em situação de risco, possibilitando a vivência prazerosa da maternidade. O objetivo é mobilizar essas jovens para que enfrentem a vida com responsabilidade e convivam com as contradições. O desafio de viabilizar esse objetivo tem exigido a busca criativa por novas soluções e estratégias.

Blumenau, parceiros, clientes e publicitários para comunicar, receber e apoiar o Oasis. Deu certo. Depois dessas experiências de sucesso, percebi que era hora de unir todas essas redes e fazer um projeto maior. Usar o Design Útil como ferramenta que gerasse renda a uma comunidade. Conheci então a Tia Dag e a Casa do Zezinho, projeto de uma área carente de São Paulo: o Parque Santo Antônio, esquecido pelo poder público. Reuni uma equipe e desenhamos uma ação para despertar o interesse das empresas em investir não só a verba destinada à “responsabilidade social”, mas a do Marketing, no projeto. Assim, nasceu o “A Gente Transforma Parque Santo Antônio com Suvinil ao Vivo”, onde a “cor” era a desculpa e o pilar para a inclusão da área. Meu contato com as empresas está ligado ao meu trabalho de designer e o interesse delas em mim é que eu estava fazendo exatamente o que sabia fazer.

Equipe AGT: Marcelo Rosenbaum (de rosa à frente) e parte de sua trupe solidária

Por quatro meses nos reunimos com a comunidade, e pela internet mobilizamos e criamos um game para estudantes de design e arquitetura do Brasil. Dele saíram 35 estudantes que colocaram a mão na massa. Com o resíduo doado pela Casa Cor São Paulo, nós construímos um espaço para esporte e lazer com praça. Uma biblioteca para a comunidade será inaugurada em março, e foi patrocinada pela Fundação Itaú e pela Eternit, com o apoio da Lumini, da Tok&Stok e da Ecotelhado. Além de tudo isso, criamos uma coleção de bolsas solidárias chamadas Içá, que gera renda para as mães e capacita profissionalmente as pessoas da comunidade. A nossa rede não para de crescer, não sabemos aonde vai parar. Este ano, o Ministério da Integração Nacional abraçou o “A Gente Transforma (AGT)” como um projeto de interesse em diversas áreas do Brasil. E aí vamos nós para os próximos capítulos... (por Marcelo Rosenbaum)

Saúde & Alegria é um projeto sem fins lucrativos do oeste do Pará que apoia processos participativos de desenvolvimento comunitário e sustentável que contribuam no aprimoramento de políticas públicas, qualidade de vida e do exercício de cidadania. Atende populações rurais, apoiando-as na defesa de suas terras, recursos naturais e na viabilidade social, econômica e ambiental de seus territórios. A arte, o lúdico e a comunicação são os instrumentos de educação e mobilização da proposta.

Fundada por Dagmar Garroux, mais conhecida como Tia Dag, a Casa do Zezinho é uma ONG localizada no Parque Santo Antônio, em São Paulo, e há 16 anos abre a todos os Zezinhos um espaço de ação e de realizações em seu ambiente, construído especialmente para crianças e jovens do bairro. Atende 1.200 Zezinhos, que frequentam escolas públicas da região. É lugar de reconhecimento, de respeito, de inclusão e de amigos. 27


Solidariedade & Co.

NAS NUVENS

V

Ação social da British Airways proporciona a experiência do primeiro voo para crianças carentes do Brasil. E você pode ajudar esse projeto ir ainda mais alto...

ocê certamente se recorda da primeira vez em que viajou de avião: da expectativa pelo embarque, dos uniformes da tripulação, do instante em que olhou pela janela e se viu em meio às nuvens, do frio na barriga que sentiu no momento da decolagem e de todas as outras boas sensações. É impossível esquecer. Agora, imagine oferecer essa mesma experiência para crianças carentes e em condições especiais. Pois bem, é exatamente isso que a British Airways faz no Brasil, por meio do projeto Crianças nas Nuvens, uma iniciativa da tripulação

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brasileira. “Em abril de 2011, realizaremos esse sonho pela segunda vez, com crianças que não teriam a oportunidade de voar se não fosse o projeto” , adianta Daniela Bertollini, executiva de marketing da British Airways para o Brasil e Argentina. “O avião com cerca de 250 crianças carentes sairá de São Paulo e fará um voo panorâmico pelo Rio de Janeiro, com vista para o Cristo Redentor e para a praia de Copacabana” , comemora Daniela. “Além dos tripulantes voluntários, já temos alguns patrocinadores confirmados, como a Infraero, a Shell que fornecerá combustível e presente para

as crianças, o The Collection (no Terminal 2, Asa D) que cederá espaço para a festa pós-vôo, a LSG SkyChefs que doará a comida e bebida da festinha e a Mandi & Co. com as camisetas e mais”, conta a executiva de marketing. “O CPB - comitê paraolímpico brasileiro também nos apoia. Alguns atletas oferecerão oficinas esportivas durante a festa”, continua. “E estamos buscando doação de brinquedos, kit escolar, kit higiene, entre outros”, lembra Daniela. Para fazer parte deste sonho como voluntário, parceiro ou patrocinador, basta escrever um email para Daniela (daniela.bertollini@ba.com). Para dizer o óbvio: fazer o bem é sempre bom.



Perfil & Co.

Com exclusividade, o repórter Acyr Méra Junior entrevistou Daniel Oliveira para solucionar a questão que intitula esta reportagem. Ouviu também outros profissionais respeitados da dramaturgia nacional, invariavelmente fãs do grande ator. Saiba todas as respostas pelas melhores fontes

pergunta do título acima foi o ponto de partida da conversa com Daniel Oliveira. “Um bom ator se constrói com a total entrega para seus personagens. Acredito que um colega possa, já na estreia, em seu primeiro papel, colocar uma carga de verdade tão grande no trabalho que, logo de cara, já vai ficar claro que ele é um bom profissional”, opina. Daniel é reservado. Não tímido, reservado mesmo. Ele não liga para o lado “celeb” que a vida de ator renomado o impõe, evita falar sobre a mulher, a também atriz Vanessa Giácomo, e sobre os dois filhos, Raul, de 2 anos, e Moisés, de apenas 7 meses. Mas basta dizer que o mote da entrevista é sua vida profissional, que um largo sorriso se abre. Imediatamente, percebe-se que, de coração aberto, Daniel começa a falar, falar e falar. “O (personagem) Cazuza foi uma doideira. Eu convivia com ele 24 horas por dia: fumei mais naquela época, frequentei mais a noite, tive que perder 11 quilos por conta do filme”, recorda. > 30


> Interpretar o polêmico cantor o catapultou ao primeiro time de atores do País e, com isso, vieram também muitos convites para publicidade, as constantes investidas dos paparazzi e várias propostas para outros filmes e novelas. Mas nada disso o envaidece: “Só sosseguei quando tive a aprovação da Lucinha Araújo, a mãe do Cazuza. Ela viu um ensaio e disse: Vai em frente”, insiste Daniel, sem esconder uma pontinha de orgulho, e deixando bem claro que público é o seu trabalho, e não a sua vida. “Capisci?”, brinca ele, usando a expressão muito falada por seu último personagem na TV, o italiano Agnello, de Passione. Daniel é assim: fica tão focado em seus papéis que demora um pouco para “se livrar” deles. Dedicação é peça-chave para a construção de um bom ator. Daniel, que crê que um único papel faz um bom profissional, sabe bem disso. E com paixão cresce profissionalmente. >

Mandi & Co. conversou com tietes célebres de Daniel Oliveira. Olha só “Daniel é, sem dúvida, o melhor ator de sua geração. Fiquei muito feliz por tê-lo em Passione’ e espero que possamos voltar a trabalhar em breve”. Silvio de Abreu , autor de novelas “Sou suspeita para falar. Mas sou testemunha do quanto ele é dedicado e estudioso com o seu ofício”. Vanessa Giácomo , atriz e esposa de Daniel

Duas cenas de Cazuza, o Tempo não Para - de 2004: “Eu convivia com ele 24 horas por dia: fumei mais naquela época, frequentei mais a noite, tive que perder 11 quilos por conta do filme”

CINCO ATOS

Daniel Oliveira aponta quinteto de atitudes essenciais para a construção de um bom ator

“Estar aberto para o jogo de cena e não chegar com o personagem pronto, sem saber o que o ator com quem vai contracenar pretende”. “Estudar sempre, sempre, sempre. Na correria de uma novela, por exemplo, muitas vezes não tenho o tempo que gostaria para estudar o personagem. Mas no cinema, muitas vezes, levamos um dia para fazer uma cena. Isso é maravilhoso para o ator”. “Ser fiel ao texto que me foi passado. Não estou aqui para dar minha visão e sim para ser um instrumento do autor sobre determinado personagem. É claro que é o nosso corpo e a nossa voz que estão ali, mas a alma de um personagem pertence a quem o escreveu”. “Aprender a desligar do trabalho. No começo, eu ficava estudando um papel 24 horas por dia. Agora, aprendi que me desligar de uma composição até me ajuda a compreender melhor os meus personagens”. “Observar. O ator nada mais é do que um observador, que tenta dar vida a personagens, tentando humanizá-los da melhor forma possível”.

“O comprometimento de Daniel contagia quem contracena com ele. Daniel não é daqueles que chegam para gravar já pensando na hora de ir embora. É um ator a favor do ensaio, da busca diária pelo aperfeiçoamento. Essa qualidade é rara em atores muito jovens como ele”. Tony Ramos , ator “Daniel é do meio, é garantia de qualidade em qualquer trabalho que faça. É um ator que direciona muito bem sua carreira, interpretando sempre com paixão. Adoro trabalhar com ele”. Walcyr Carrasco , autor de novelas “A experiência de ter trabalhado com ele em Passione foi maravilhosa. Ensaiávamos sempre que podíamos e conversávamos muito sobre a novela, sobre a construção dos nossos personagens. Daniel é muito estudioso e dedicado. Sou sua fã”. Maitê Proença , atriz 31


Perfil & Co.

> De Cazuza para cá, ele participou de cinco outros filmes - Zuzu Angel (2005), Batismo de Sangue (2007), A Festa da Menina Morta (2008), Jean Charles (2009) e 400 Contra 1 - Uma História do Comando Vermelho (2010). Se lembrarmos que Cazuza foi em 2004, e que estamos em 2011, dá quase um filme por ano. Isso sem contar as novelas e minisséries. Feitas as

contas, respondemos por nós a pergunta que intitula esta matéria: o número de personagens que constrói um bom ator é proporcional ao número de trabalhos brilhantes que ele faz. E por que escolhemos Daniel para responder a questão: porque ele é talentoso pra caramba e, não por acaso, considerado pelo público – pelos colegas e pela crítica – um dos melhores da sua geração. >

Em sentido horário: A Festa da Menina Morta (2008); 400 Contra 1 - Uma História do Comando Vermelho (2010); Cazuza - O Tempo não Para (2004) e Batismo de Sangue (2007) 32


> A prova disso é que ele não para: já começou 2011 com um novo projeto e, assim que os fogos da virada do ano espocaram, estava na Itália, onde fica até março rodando A Montanha, longa dirigido por Vicente Ferraz, que tem ares de superprodução e orçamento de R$ 8 milhões. “O filme conta a história de quatro pracinhas brasileiros na época em que o Brasil enviou tropas à Europa durante a 2.ª Guerra Mundial”, adianta Daniel. Moral da história: vem aí mais um personagem brilhante para um brilhante ator em contínua construção.

DANIEL OLIVEIRA, FÃ O ator comenta o trabalho dos colegas que mais admira...

Tony Ramos - “Ele coloca abaixo o conceito de que toda unanimidade é burra. Tony é querido por todos, um exemplo a ser seguido por qualquer ator, além de ser um profissional muito dedicado”. Patrícia Pillar - “Ter trabalhado com ela em Zuzu Angel me fez descobrir a atriz incrível que é. Patrícia é também uma parceira muito querida por trás das câmeras. É uma ótima colega e aprendi muito sobre a importância do olhar, principalmente no cinema, com o trabalho dela”. Zuzu Angel (2005) e 400 Contra 1 - Uma História do Comando Vermelho (2010)

PAPEL Daniel Oliveira revela os personagens que gostaria de interpretar ou ter interpretado...

Tonho da Lua. “Era menino e adorava o personagem

feito brilhantemente pelo Marcos Frota na novela Mulheres de Areia. Se for existir um remake da trama, já me candidato para o papel”.

Raymon Babbit, papel de Dustin Hoffman no

filme ‘Rain Main’- “Foi um personagem muito difícil, que corria sério risco de ficar caricato. Só deu certo graças ao trabalho incrível que o Dustin Hoffman fez. Merecidamente ganhou um Oscar com o papel”.

Um vampiro. “Sempre quis viver um vampiro. Não tenho nenhum específico, mas tenho fascinação pelas possibilidades que um personagem assim permitiria”.

Um travesti. “Gosto de personagens desafiadores e poder interpretar um travesti, ou mesmo uma mulher, seria muito bacana. Quem sabe não pinta algo assim em breve...”.

Fernanda Montenegro - “Sou fã há muito tempo. No começo, ficava tenso quando a via, e nem acreditava quando contracenava com ela em Passione. Por vezes eu até me distraía em cena só por vê-la representar”. Wagner Moura - “É um ator acima de qualquer suspeita. Me ganha nas sutilezas, na forma meticulosa de atuar. Se joga sem medo nos personagens mais diferentes possíveis e o resultado é sempre muito bacana”. José Padilha - “Não é ator, mas gosto muito da forma dele fazer cinema. É moderno, atual e fala de problemas da nossa realidade. Gosto de cineastas que abordam temas problemáticos e que, de certa forma, fazem que a gente se conheça melhor, de um jeito que possamos nos enxergar na tela”.

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Esporte & Co.

Ou melhor: como o mestre e velocista Cesar Cielo constrói sólida carreira nas... águas

E

specialmente para a Mandi & Co., o brasileiro mais fera das piscinas mundiais enumera – em ordem não cronológica – os tijolos básicos da vitória. Receita de sucesso? Não, não. São conselhos valiosos de quem sabe tudo do verbo vencer. Se funciona para a vida de atleta, pode servir também para a sua vida, seja essa como for. Cesar Cielo, afinal, não fala aqui de dietas e afins, mas da postura e das crenças essenciais a um campeão como ele é. E esse direcionamento não estava na pauta. É coisa do Cielo mesmo.

A música que dá título a esta matéria – e que muito antes disso é tema do filme Rocky Balboa – é trilha sonora das prédisputas do medalhista mais gente boa desses trópicos. Agora, com a palavra, Cesão, que escreveu os destaques da página ao lado pelo próprio punho. Não perca... 34

Foto: Estúdio Pavão // Beleza: Ariane Alberti

Leia ouvindo Eye ofTiger, da banda The Survivors.


...porque todos os recordes e títulos não caberiam aqui...

>

“É simples assim (risos). Até agora posso dizer que a maioria das minhas decisões, mesmo aquelas mais urgentes, foram acertadas. Até porque no vocabulário do esporte não existe a palavra “se”. No esporte não há a segunda chance.”

>

“Sabe quando você fala uma coisa e alguém desconfia ou duvida? E aí você vai lá e teima em fazer o que disse para provar para si que dá certo? Então, por isso acho que teimosia é fundamental. Mas tem que ser uma teimosia embasada (risos). Eu estava com a agenda cheia de eventos quando decidi ir para Dubai, e precisava treinar muito. Algumas pessoas recomendaram que eu não fosse. Eu fiz uma planilha para mostrar que era possível conciliar os compromissos com os treinos e fui. Deu certo.”

2010 Recordes em piscina de

25 metros, no Mundial de Dubai, Emirados Árabes: 50m livre – 20 segundos e 51 milésimos, em 17 de dezembro. 100m livre – 45 segundos e 74 milésimos , em 19 de dezembro. 4x100m livre – 3 minutos, 5 segundos e 74 milésimos, em 15 de dezembro, com: Nicholas dos Santos, Marcelo Chierighini e Nicolas Oliveira. 4x100m medley – 3 minutos, 23 segundos e 12 milésimos, em 19 de dezembro, com: Guilherme Guido, Felipe França e Kaio Márcio.

2009 Recordes mundiais:

50m livre – 20 segundos e 91 milésimos, em 18 de dezembro. São Paulo, Brasil. 100m livre – 46 segundos e 91 milésimos, em 30 de julho. Roma, Itália.

2008 Recorde olímpico:

> “Acredito que a pessoa tem que ter uma habilidade

natural para exercer bem a profissão que escolheu. Tem que ter o instinto. Um cara preguiçoso, sem ambição não se dá bem. E outro sem talento também não consegue atingir o máximo por mais que se esforce. Tem que ser algo natural, instintivo mesmo. Não dá para construir isso, tem que nascer assim.”

>“É crucial para superar suas próprias

expectativas. Não basta só querer, tem que ter muita vontade mesmo, e fazer tudo com muita disciplina, com empenho, com qualidade e direcionamento.”

> “O apoio da família é mais importante que

uma dieta e um treino bem planejados. Faz mais diferença e dá mais resultado até que um excelente preparo psicológico. Família é tudo.”

> “É preciso sempre. Mas tem que fazer acontecer. Não adianta só sonhar.”

50m livre – 21 segundos e 30 milésimos, em 16 de agosto. Pequim , China.

OBSERVAÇÃO: Mandi & Co queria muito listar todos os títulos e recordes de Cesar Cielo. Mas não deu. Não há espaço para tantas vitórias nestas páginas. Sabe como é: temos as outras matérias, os editoriais de moda, etc... Por isso, destacamos apenas alguns recordes do fera. E te indicamos o site dele, Cesão (tinyurl.com/4pu3llw), onde você encontra tudo sobre ele e suas vitórias. Contudo, é bem possível que Cielo tenha quebrado algum outro recorde enquanto esta revista era finalizada e encaminhada para sua casa, caro leitor. Caso isso aconteça, nos resta pedir desculpas. Não dá para competir com a velocidade do cara...ele é f*d@! 35


Foto Jayme Pilnik e Renan Rêgo

Música & Co.

Ou melhor : como o DJ Mario Fischetti construiu sua carreira profissional a partir de uma brincadeira de garoto. Ele soma mais de 15 anos de sucesso contra as pouco mais de 15 noites de fama dos incontáveis pseudo DJs de hoje em dia. E lança seu segundo disco

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O

lançamento do disco Fire, o segundo do DJ e produtor Mario Fischetti pelo selo 3Plus, está marcado para o mês de março. Entre as 11 faixas do álbum há mais que as contagiantes batidas de seu impecável house big room: a experiência e o know-how, entre pistas e pickups de clubs mundo afora. Mario começou a discotecar por diversão aos 16 anos. E transpõe nesse trabalho os tijolos elementares da construção de sua sólida carreira profissional: felicidade e informação. “Esta compilação é o reflexo de um DJ feliz que ao longo dos anos percebeu que o mais importante é ver a pista, o club ou o festival dançando. Sem a menor pretensão de ser cool”, diz Mario, no texto de apresentação de Fire para a imprensa. “Pista de dança é lugar de celebração e alegria, é para dançar, e não para ser pretexto para discussões de estilos e dogmas xiitas”, completa Mario, cheio de razão.

“Pista de dança é lugar de celebração e alegria, é para dançar, e não para ser pretexto para discussões de estilos e dogmas xiitas” Mario Fischetti

Numa época onde pseudo DJs se multiplicam em busca de 15 noites de fama, e em que a sede pelo hype é quase patológica, conversamos com o cara que soma mais de 15 anos de sucesso na cena eletrônica. A pedido de Mandi & Co., Mario apontou os passos fundamentais para a construção de uma carreira como a dele, vitoriosa. Tudo isso, é claro, depois de nos apresentar em primeira mão o bem elaborado Fire. E de nos presentear com a primeiríssima audição de uma versão (ainda sigilosa) que fez em cima de um clássico da MPB. Aquempossainteressar,odiscotemtudoparavirar. O single idem. Prepare-se: a pista vai ferver!

Leia, ouça e dance! WE ARE FREE Funk House com bassline pulsante, no estilo do house inglês. WONDERFUL House um tanto progressiva. FREEDOM Tem uma introdução que prepara o clima de hot house com vocais muito bem orquestrados. LIVE YOUR LIFE Produzida por Erick Morillo e Eddie Thoneick, a faixa traz o vocal de Shawnee Taylor e foi um dos hits do último verão europeu.

Não acreditar em fórmula mágica. Saber que o principio é ter prazer no que faz + informação musical + aptidão.

DON’T GIVE IT UP É o típico house big room, mas com elementos latinos. Para a pista ferver.

Ter postura profissional e comprometimento. A parte artística caminha junto com o business, e os clubs trabalham com despesas e receitas. Logo, existe um compromisso entre quem toca e quem contrata.

ROCK ’N’ ROLLA Outro big room track, com vocais emotivos e fortes. Não vai faltar nas grandes pistas.

Informação, já disse, é fundamental. É preciso conhecer não só sobre o seu segmento, mas ficar de olho nos mercados alternativos e nas tendências. Faço tudo isso, mas não me distancio das minhas referências, que têm como base Little Louie Vega, Kenny Dope e Gonzales, do Masters at Work.

YOUR LOVE Uma das músicas mais brilhantes da história da house music com uma cara mais club.

Focar no público e não no hype. Procuro não me preocupar com os comentários dos outros DJs. E absorvo as críticas de forma construtiva para aprimorar meu trabalho. Meu objetivo é fazer as pessoas dançarem, levar alegria às pistas. Gerenciamento. DJs são ícones da cultura pop. Embora alguns nos considerem personagens inferiores dentro do mercado, há DJs com notoriedade maior ou igual a de bandas internacionais consagradas. Portanto, gerenciamento de carreira é muito importante. Planejamento e responsabilidade. Minha trajetória não foi aleatória, foi planejada. É claro que vemos uma série de pessoas se aproveitando do status da carreira hoje para se promover, mas o mercado brasileiro está mais maduro, o que faz com que os empresários não comprem gato por lebre.

Dedicação e diferencial. A parte criativa, a capacidade de surpreender o público e a experiência contam muito. Quanto mais vivência, mais aprendizado e condição de elevar o nível do jogo e se destacar na concorrência. No Brasil, em 2010, 50 mil DJs tocaram e foram pagos por isso. Ou seja: para ter seu lugar é preciso fazer a diferença.

IN THE SUN Tem pegada britânica pop. Faz lembrar New Order, Eletronic e os anos 90 do Reino Unido. CAUGH IT UP A mais classuda big room com vocal de Amanda Wilson recortado em um sample genial. TAKE U Sample do clássico Bad Habit, um clássico da house music. Para bombar! DIRTY SHAKE Passeia entre a house inglesa e o Techno. Remete à Chemical Brothers, Prodigy...e encerra o disco com chave de ouro! 37


Música & Co.

Foto: Robert Astley Sparke

Ou melhor: um breve relato sobre David Guetta, o DJ francês que construiu a trajetória mais impressionante da cena eletrônica mundial. Você pode não tolerar a música dele, mas é impossível ignorar sua genialidade...

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E

nquanto você lê estas palavras, o DJ e produtor David Guetta está em estúdio, finalizando seu próximo disco. Será o sexto álbum do cara em menos de dez anos, e é, desde já, a aposta mais certa de hit para o verão da Europa e dos Estados Unidos e, claro, para o inverno desses nossos trópicos paradisíacos. Em entrevista ao jornal inglês Daily Star, Guetta adiantou que o disco terá influência pop rock, e citou as bandas Coldplay e Kings Of Leon como as mais ouvidas no iPod. O lançamento do disco é para breve. E logo mais David deve soltar uma amostra de algum track na internet. Francês, 43 anos, pai de um garoto (7 anos) e de uma menininha (4 anos), Guetta é íntimo da web, uma vez que trabalha com tecnologia. Tem até apps. Em 2010, a música I Got Feeling – dele e da banda Black Eyed Peas – bateu recorde de downloads, ultrapassando os 6 milhões. No mesmo ano, em menos de 48 horas, mais de um milhão de pessoas assistiram no Youtube o vídeo de Getting Over You, outra parceria entre Guetta e Black Eyed Peas. Para dar continuidade aos números impressionantes, vale dizer que Guetta soma mais de 10 milhões de “amigos”no Facebook. Uma multidão, que segundo a revista norte-americana DJ Mag, cresceu em um milhão no período de apenas dois meses. A revista (considerada a bíblia da música eletrônica), aliás, elegeu Guetta o segundo melhor DJ do mundo, entre os DJs Armin Van Buuren e Tiësto. Já a também norte americana revista Billboard deu capa à Guetta em 2010 e imprimiu: “Guetta é o homem que está transformando o TOP 40 da América e o hip-hop americano”. Em entrevista à DJ Mag, Guetta afirmou que os dizeres da Billboard “foram mais relevante que o prêmio do Grammy”. Sim, o DJ e produtor foi indicado em cinco categorias da premiação, ganhou o troféu de “melhor remix” por When Love Takes Over, com Kelly Rowland. A música foi a mais tocada nos últimos meses de 2010, nos Estados Unidos. O Grammy deve repousar entre os vários discos de platina que Guetta coleciona.

Reconhecido pelos puristas da e-music e pelos incentivadores das cifras do pop, Guetta é um democrata da música eletrônica. Nos últimos dez anos popularizou o estilo, fundiu-o com tantos outros, e o levou para as rádios e para o topo das listas das músicas mais ouvidas no mundo. Em seu site, sugere que seu estilo musical seja definido como “Electro-Hop, R&B Dance, Hip House, ou de qualquer outra forma”. Para o jornal inglês The Guardian, contou que credita o segredo de seu sucesso à combinação da música eletrônica da Europa com a cultura urbana dos Estados Unidos, sempre mantendo a essência clubber. “Eu toco em eventos e festivais para mais de 20 mil pessoas, produzo discos, mas continuo me apresentando em pequenas casas. Tudo o que sei fazer vem da minha experiência em clubs, se eu perder isso, estou ferrado”. Vai ver que é por isso – ou pelo prazer, ou pela gana de ver seu sucesso cada vez maior – que Guetta diz não sentir a menor vontade de mudar sua rotina, que consiste, em suas palavras, em “fazer música durante o dia e tocar música durante a noite”. Guetta respira música há mais de 20 anos. Começou sua carreira aos 17, discotecando no club “Broad”, em Paris, quando o ano era o de 1984. Produzia e divulgava as festas em que tocava. No meio do caminho ia ganhando seguidores, e produzindo singles e compilações, que viravam hits. Ali pelos anos 2000, criou e ferveu a festa “Fuck me, Iam Famous”, no verão de Ibiza. Ganhou projeção internacional entre os festeiros e lançou seu primeiro disco. Em 2009, investiu mais e mais nos álbuns e na produção musical. Conquistou os ouvidos do mundo, a admiração e a parceria de astros como Madonna, Akon, will.I.am, Rihanna, J.Lo, e mais. “Fuck me, Iam Famous”, o nome daquela festa, é alcunha irreverente e debochada ainda usada por Guetta. Sem dúvida alguma, nunca lhe caiu tão bem...

DISCO

GUETTA

O super DJ em quatro álbuns que fervem qualquer pista. O quinto disco está a caminho...

2002 Just a Little More Love

2004 Guetta Blaster

2007 Pop Life

2009 One Love

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Cultura POP & Co.

MINIMALISMO Um autêntico inglês, o Mini Cooper soma mais de 50 anos de história e está cada vez mais jovem...

M

enos é mais: essa máxima vale até quando o assunto é carro. A prova sobre rodas desse ditado é o Mini Cooper, que foi lançado em 1959 na Inglaterra pela British Motor Corporation (BMC) como alternativa aos automóveis beberrões durante as tensões políticas no canal de Suez, por onde escoava a maior parte do petróleo consumido na Europa. Com apenas 3,72 m de comprimento e 1,41 de altura, o carrinho era muito mais econômico que os Vauxhalls, Bentleys, Rolls Royces, Jaguars e Bristols que circulavam pelas ruas da Swinging London dos anos 60. Valente, era também usado para ralis e competições automobilísticas. Mas esse carismático produto nascido de uma necessidade, acabou caindo no gosto do povão e também dos artistas. O beatle George Harrison, o monkee Mike Nesmith, a

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modelo Twiggy e os atores Peter Sellers, Brigitte Bardot e Steve McQueen, entre outros, já tiveram o seu, assim como, mais recentemente, o cômico Mr. Bean. Em 1994, a empresa que fabricava o carrinho, a britânica Rover, foi comprada pelo grupo alemão BMW, que decidiu relançar o icônico modelo, numa versão mais jovem, estilosa, confortável e contemporânea. Assim renasceu o Mini Cooper, que voltou às ruas e estradas em 2001 com a mais alta tecnologia aliada a um extrovertido design que mistura modernidade e linhas retrô. Uma de suas marcas nessa fase nova é a customização: o carro sai da fábrica pintado e incrementado conforme as vontades de seu futuro dono. Compacto, ele é um dos mais desejados esportivos do mercado, e sua versão conversível é insuperável no quesito charme. (KIKE MARTINS DA COSTA)


1959

Em 1957, a BMC encarregou Alec Issigonis de desenvolver uma versão miniaturizada do Morris Minor. Daí originou-se o nome Mini. O veículo foi lançado em agosto de 1959. Cada carro custava apenas 496 libras.

1964

1969

Em janeiro de 1964 foi lançado o Morris Mini Cooper. De cara, o esportivo foi a grande surpresa no campeonato mundial de rali. O austríaco Niki Lauda, tricampeão da F-1, começou sua carreira pilotando um Mini.

No final dos anos 60, novos modelos foram lançados, tentando incorporar um pouco mais de luxo e conforto (acima) no carrinho que era conhecido exclusivamente por sua rusticidade e economia.

anos70

Nos anos 70, o carismático carrinho conquistou vários fãs famosos, como o ator Peter Sellers, o beatle George Harrison, o galã de Hollywood Steve McQueen, a modelo Twiggy e a diva Brigitte Bardot.

1990 Nos anos 90, o carro deixou de ser fabricado por um curto período porque seu charme retrô soava antiquado e não satisfazia os desejos de yuppies ávido por novidades tecnológicas. Em 2001 (página ao lado) é apresentado o novo Mini totalmente repaginado pelo BMW Group, com as mesmas dimensões compactas, mas com alta tecnologia, mais conforto, mais esportividade e um design contemporâneo e estiloso.

FÃ-CLUB O livro, ao lado, da editora Escrituras (2010) conta toda a história do carro mais charmoso da Inglaterra e do mundo. Confira. 41


Turismo & Co.

.LONDON EYE Mandi & Co. foi dar um giro por Londres. E traz dicas de bons conhecedores da cidade desejo de ontem, hoje e sempre. Siga nossas dicas, e esqueça o Big Ben...

.insiders

Especialmente para Mandi & Co., dois ingleses indicam o melhor do nightlife e do daytime em Londres. Anote, as dicas são quentes...

Robert Astley Sparke , fotógrafo

robertastleysparke.com

Melhor restaurante: “O Hakkasan é o restaurante mais bacana da cidade: tem os mais saborosos pratos da cozinha asiática fusion”. w3.hakkasan.com Melhor Club: “O club Light Box tem o visual mais incrível de Londres, e excelente House Music”. thelightboxlondon.co.uk Melhor Pub: “Indico o The Cow de Notting Hill: os mais saborosos frutos do mar, servidos da maneira mais casual, no lugar certo” thecowlondon.co.uk Melhor parque: “ Durante o dia vá ao parque Primrose Hill, Londres é sempre linda vista de lá” Melhores Clubs: “Fabric, Ministry, Matter, Pachá, Cable. Todos têm line-ups fortes, sempre. Mas Londres tem os chamados private clubs, que são exclusivos e aonde só entram convidados ou associados. Entre esses, recomendo o Luxx, Boujis, Tramp, Cuckoo e Whisky Mist”.

Sharron Elkabas,

diretor da maior agência de DJs de Londres, mn2s.com

fabriclondon.com ministryofsound.com/club/ matterlondon.com pachalondon.com cable-london.com

luxx-london.com boujis.com tramp.co.uk thecuckooclub.com whiskymist.com

Melhores restaurantes : “Nobu, Hakkasan, The Ivy, C London e o San Lorenzo são os mais-mais da cidade, com comida, atmosfera e serviços impecáveis”. noburestaurants.com/london cipriani.com/locations/london.php w3.hakkasan.com sanlorenzo.com/San_Lorenzo/Welcome.html (o restaurant em Knightsbridge é o preferido das celebs) the-ivy.co.uk Aviso: “Uma coisa muito excitante de Londres é o fato de existir literalmente centenas de DJs incríveis de todas as vertentes da House Music, que é muito popular por aqui. É difícil apontar um nome do momento, porque existem muitos bons, e muitas noites boas em Londres. Para todos os gostos, aliás” - Sharron Elkabras.

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IT CLUBS

.siga-os

Mandi&Co. quis saber qual o melhor club da Europa fora de Londres

Alemanha

Um sexteto de brasileiros indica os imperdíveis da capital inglesa, a pedido de Mandi & Co.

WATERGATE/BERLIM

Facundo Guerra, sócio do Lions Nigthclub, Vegas, ZCarniceria e Volt

Dans Le Noir

“Os melhores clubs da Europa estão na Alemanha. E o club alemão mais famoso e mais desejado pelos principais DJs do mundo é o Watergate. O club tem um dos mais fortes e sofisticados sistemas de som e iluminação do planeta”, DJ João Lee, da 3Plus.

Um restaurante em Londres: Dans Le Noir: “A ideia do restaurante é que você coma totalmente no escuro, eliminando quaisquer sentidos que possam interferir com o paladar. Soa como uma ideia tosca, mas já foi reproduzida mundo afora. Vale uma visita para colocar na categoria já-fiz-uma-vez-na-vida”. danslenoir.com

Rully Vieira, sócio da Kiss & Fly Maddox

Um club em Londres: “Escolhi o Maddox por ser um associado do club. Ao chegar lá, você encontra um restaurante italiano, ali há uma escada que apenas os membros do lugar e seus amigos podem descer para encontrar uma porta bem estreita que dá acesso à....bem, me desculpe, não posso contar muito,é segredo dos members. Mas posso garantir que quem passa por essa porta ama ou odeia o lugar. Eu amo...” maddoxclub.com >

“É um club que une bom conceito visual, tecnologia de áudio de última geração e uma programação com excelentes artistas. Na última vez que estive lá, eu toquei com os DJs Ellen Allien, Kiki e Cassette Boys”, Renato Ratier , DJ e dono da D-Edge .

PANORAMA/BERLIM “Está um pouco turístico demais para o meu gosto, mas continuo fiel pois tem a melhor programação de música eletrônica do mundo, um dos melhores soundsystem e uma ideia simples, mas genial: janelas de onde se vê Berlim oriental da pista de dança. Quando o dia começa a raiar, persianas eletrônicas descem do alto dessas janelas e, por meio de um mecanismo acionado pelos barman, abrem e fecham numa velocidade altíssima, criando um efeito estroboscópico com luz natural”, Facundo Guerra, sócio-proprietário do Lions Nightclub, Vegas, Z Carniceria e Volt. > 43


Turismo & Co.

Black Market

DJ Buga, da 3Plus

Um club: “O Fabric tem sound system absurdo e line-up completo, além de ter vários ambientes . É animal”. fabriclondon.com

Loja de vinil: “A Black Market, no Soho, é das minhas favoritas pela qualidade e por causa dos lançamentos que ficam escondidos atrás do balcão”. bm-soho.com

Uma volta durante o dia: “ Na Portobello Road você encontra de tudo um pouco em diversas lojas e barracas. Tem ainda ótimos restaurantes, e as bandas que tocam na rua são incríveis”. portobelloroad.co.uk

DJs Igor Cavalera e Laima Leyton, Mixhell, da 3 Plus

Um parque : “O Kensington Gardens é incrível para passeios diurnos”. Lojas de discos: “A Phonica e a Rough Trade” Um PUB: “O Shoreditch House que é privado e muito legal” shoreditchhouse.com

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França

Dica de loja de Disco: “Difícil selecionar só uma em Londres, cidade que tem tantas boas. Sempre gostei muito de ir à Phonica, que é uma das lojas mais visitadas pelos principais DJs locais e que se destaca por sempre receber promos, ter todos os principais lançamentos do momento, e ter disponível um catálogo legal de música antiga e clássica. Mas vale a pena dar um passeio pela Berwick Street no bairro do Soho. Tem um monte de lojas legais que atendem a todos os estilos e gostos musicais”. phonicarecords.com

Um club: “Os principais clubes de Londres desses últimos anos foram o Matter, The End e Fabric. Infelizmente o club The End fechou as portas e o Fabric não vai muito bem das pernas. Com isso as festas independentes, ou o que eles chamam de ‘Warehouse Parties’, são as que mais chamam atenção no momento. Existem duas hoje em dia que vão super bem. Uma delas é a festa da dupla Layo & Bushwacka que se chama ‘Shake It’ e a outra é a festa do Dj Nic Fanciulli que se chama ‘Saved’. Essas festas sempre contam com a presença dos principais Djs do mundo”. shakeitlondon.com

SOCIAL CLUB/PARIS “É um dos mais legais do mundo. O público fica bem próximo da cabine, numa interação total com o DJ. Já tocamos nele, e estivemos em noites como os DJs do selo Ed Banger, como Busy P, Justice, Mehdi, etc...”, Igor Cavalera e Laima Leyton, DJs do projeto Mixhell, da 3plus “É frequentado por toda galera bacana new school da música francesa. Sempre traz os DJs do coletivo Ed Banger no line-up”, Dudu, DJ do Killer on The Dancefloor, da 3 plus.

Uma volta durante o dia: “Passeio em Londres não falta. Tem de tudo e para todos os gostos, mas eu acho super interessante visitar as feiras e as lojas ao ar livre em Camden Town. A feira é frequentada por todos os tipos de pessoas e vende todo tipo de produto. Vale a pena ir aos domingos”.

LES CAVES DU ROY, ST. TROPEZ

“Fica no Hotel Byblos. É dos clubs mais exclusivos do mundo, é frequentado apenas por convidados e famosos. Tem ambiente super agradável e boa música. Ali, ouvi o DJ Frankie Knuckles, um mestre da House Music mundial, e com certeza um dos meus preferidos”, DJ Léo Cury

Espanha

TERRAZA/ BARCELONA

Camden Town imagens: Gettyimages e Divulgação

“É histórico. É antigo e não sai de moda. Fica numa varandona, num pueblo murado, é 100% aberto, ideal para o calor do verão europeu. Escolho pelo alto-astral e todo resto”, DJ Emiliano Beyruthe

AMNESIA, IBIZA

“O club é demais, durante a temporada de verão é a residência da Cocoon, de Sven Vath e seus convidados” , DJ Buga, da 3Plus 45


Turismo & Co.

.home sweet home Hotel bom é aquele que não nos deixa sentir saudades de casa e nem vontade de voltar. Por essas e outras, o Westbury London pode ser chamado de lar... por Tico Sahyoun

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ivienne Westwood, a estilista e co-criadora da banda Sex Pistols, adora se hospedar no Westbury. Sim, ela mora em Londres, mas ainda assim gosta de relaxar em uma das suítes do hotel, fundado em 1955 e totalmente reformado. Outro inglês que segue para o Westbury quando dá na telha é Bob Geldof - o rockstar britânico organizador do Live8 e pai de Pixie Geldof, a it girl inglesa do momento. Hábitos como os dos figurões do pop só comprovam e endossam o conforto e os serviços do Westbury, que recebe ainda membros da família real britânica e já hospedou Carla Bruni Sarkozy. Isso sem falar da equipe Mandi & Co., que pôde viver a experiência Westbury durante a mais recente estada londrina. >

Polo Bar

lobby

WESTBURY LONDON HOTEL Bond Street, Mayfair, London, W1S 2YF westburymayfair.co.uk

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fachada do Westbury

fachada do Polo Bar

> Mas não são só os hóspedes que fazem a história do Westbury, situado em plena Bond St., no bairro Mayfair. O hotel tem tradição e twist cool, numa tradução perfeita do lifestyle inglês. Oferece mais do que excelência em serviços, conta com programação instigante. Em seu Westbury Gallery se dão as festas mais bacanas do circuito londrino, a exemplo das promovidas pela MTV, por artistas, músicos, arquitetos e cineastas. O hotel, aliás, já foi cenário de filmes, e patrocina um importante evento de polo hípico. O bar do Westbury – eleito o melhor em 2010 –, se chama Polo Bar. Tomar um drink ali no happy hour é vivenciar a atmosfera mais exclusivista da capital inglesa. Esteja, portanto, preparado para cruzar

olhos com atrizes que vivem na cidade ou supermodelos. Depois de um aperitivo nas mesas do Polo, a pedida é um jantar no Artisan, de cozinha contemporânea europeia. Para quem não dispensa a culinária japonesa, acabou de abrir no hotel o Tsukiji. Para emendar, depois do jantar, sugiro festa em um dos private clubs da cidade, como o Luxx London, o concierge do Westbury pode te ajudar a colocar seu nome na lista, o que para ele é fácil, e para qualquer outro mortal é quase impossível.

living

quarto

Depois da noitada... mais Westbury. É que quando se está em uma das suítes da marca premium da hotelaria, fica claro o que faz Vivienne Westwood deixar o conforto de casa pra trás. Se existisse um Westbury em São Paulo, juro que faria o mesmo, e levaria minha família comigo... living 47


Mural & Co.

ESCOLA DO

ROCK

Mandi & Co. destaca os rockers ingleses dos anos 60, 70 e 80 . Até porque é impossivel falar (ou pensar) na Inglaterra sem lembrar do som (e da estampa) deles, os caras que construíram o brit rock, o rock’n’ blues, o punk, o rock viagem. Ouça sem qualquer moderação.... 48

PAUL, GEORGE, RINGO E JOHN ABREM A PÁGINA do talento musical brit . Afinal, The Beatles (1) são incomparáveis. Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts, Bill Wyman e Brian Jones chegam com o rock ‘n’ blues e o sex appeal dos Rolling Stones (2) . Robert Plant, Jimmy Page, John Bonham, John Paul Jones, do Led Zeppelin (3), outra megaband, vêm em seguida. E, aí, e aí vamos do rock para o punk, com The Clash (4) e sua pontualmente britânica levada ska, com Mick Jones,


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Eis as bandas que fazem o melhor e + recente rock britânico... Radiohead

Coldplay

Artic Monkeys

... e as bandas que estão em recesso mas não fogem à regra Oasis

Libertines Paul Simonon, Pete Howard e Joe Strummer. Em direção ao mod rock, The Who (5) com Pete Townshend, Keith Moon, Roger Daltrey e John Entwistle. Da mesma época, a banda The Kinks (6), super brit rock. Tem ainda The Smiths (7) , dos 80’s , com Andy Rourke, Johnny Marr, Morrissey e Mike Joyce. O power trio Cream (8) com Eric Clapton, Ginger Baker e Jack Bruce. Além do camaleão David Bowie (9), e da banda The Yardbirds (10), rock blues da melhor qualidade. Os garotos do Sex Pistols (11) representa o punk quase butique: Rotten e Vicious vestiam Vivienne Westwood. Enquanto os caras do The Cure (12) investiam no som e no visual melancólico. Para encerrar tão bem quanto começamos: Pink Floyd (13) . É música (e são músicos) pra ninguém botar defeito. Escute sem parar... 49


Mural & Co.

ATODA TURMA

É inquestionável: os britânicos têm o tal do algo a mais. E Mandi & Co. montou um mural com os atuais ícones “do estilo inglês” para comprovar e inspirar. London Calling

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PRA COMEÇAR, O CHARME DA REALEZA com o rebelde Harry (1) e o caretinha William (2). Dando sequência à dobradinha “mocinhos e louquinhos”,tem o ator Daniel Radcliffe (3) e o roqueiro e troublemaker Pete Doherty (4). Jude Law (5), o produtor musical Mark Ronson (6) e Robert Pattinson (7), completam o time


Os reis e rainhas dos anos 60 e 70, em Londres...

Iê, iê, iê:

Paul McCartney, Ringo Star, George Harrison e John Lennon marcaram época com sua música e também com os terninhos e os cortes de cabelo...

It´s only rock’n’roll:

Mick Jagger , Charlie Watts, Bill Wyman, Keith Richards e Brian Jones eram “os tais”. Menos comportados, penteados e vestidos que os Beatles, os Rolling Stones seguiam a linha da pura rebeldia.

de moços mais que estilosos. E aí, chegam as mulheres. Kate Moss (1), top das tops, merece todo destaque. Alice Dellal (2) - meio tupi, meio britain - representa o neopunk de butique. Amy Winehouse (3) já inspirou Karl Lagerfeld com sua estampa, enquanto a socialite Poppy Delevigne (4) é a atual “embaixadora da Maison Chanel ”. Pixie Geldof (5) é do new rock, Sienna Miller (6) personifica o estilo“ boho”. E Agyness Deyn (7) e Alexa Chung (8) , você sabe, são as garotas da vez, e nem precisa explicar os porquês. Kate Middleton (9)? É o que toda moça princesinha gostaria de ser. E tem Florence Welch, na página 100...

Girls, girls:

Lindas e transgressoras, a atriz Jane Birkin e a cantora Marianne Faithfull foram musas... 51


O ESTILO É URBANO. CASUAL OU SOFISTICADO. PARADOXAL ASSIM COMO A CAPITAL INGLESA, CENTRO MUNDIAL DA INOVAÇÃO E DA TRADIÇÃO. JEANS, LÃS, ALGODÕES, FLANELAS, E MOLETONS CONSTROEM LOOKS PEÇA SOBRE PEÇA IDEAIS PARA QUALQUER HORÁRIO E OCASIÃO. É MODA DA RUA, QUE VAI PARA QUALQUER CANTO. E QUE TE LEVA AONDE VOCÊ QUISER CHEGAR. NÓS FOMOS PARA LONDRES...

FOTOS: JAIME PILNIK E RENAN RÊGO

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Styling: Tica Ishida // Beleza: Shama@CLM // Modelos: Martin Mica e Nathalia Andrade (Way)


soft loft life fotos: J.R. Duran Tricôs leves, jeans macios, algodões delicados. Modelagens amplas, distantes da pele, em cores suaves. Flexibilidade, conforto e calmaria. Deixe o frio lá fora e escolha peças cozy’n’cool... 80


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Styling: Tica Ishida // Beleza: Max Weber // Modelos: Renata Sozzi e Ricardo Facchini (Way)


Design & Co.

O dono do dom Os anéis, colares, pulseiras e brincos do designer Raphael Falci são vistos em homens e mulheres de estilo de todo o país. E, agora, também na Mandi & Co.

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hegamos ao ateliê e escritório de Raphael Falci, em São Paulo, querendo saber como é o processo criativo do designer que assina as peças mais queridas do momento. Para responder, Falci, simpático, pegou um caderno moleskine, abriu numa página qualquer e com um lápis grafite nas mãos se pôs a desenhar um losango. Enquanto estampava o papel com traços perfeitos, pouco falava. E assim o designer deixou claro que tudo o que cria é fortemente autoral, vai da imaginação direto para o papel. Simples assim. A saber, Falci é autodidata. Até fez um curso no FIT (Fashion Institute of Technology) em Nova York, mas foi daqueles curtos, sabe? Nem precisava. Talentoso e na dele, quando fala de suas criações dispensa os adjetivos, descreve as formas e só. Os predicados ficam para os fãs de sua marca homônima, que incluem celebridades como Kate Moss, Mariana Ximenes e Costanza Pascolato. Para a Mandi & Co., Falci criou uma coleção com peças exclusivas . Tem anel que vira pingente e abridor de garrafas (embaixo à esquerda), caveirinhas e todos os “desejos” apresentados na página ao lado.

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- aplicação alternativa

o horizontal | (favorecer este formato)

Raphael Falci para

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Festa & Co.

Confira aqui o clima e as cenas de nossos eventos. É música e moda em nossa loja no Shopping Iguatemi, em São Paulo, no clube Kiss & Fly, também na capital paulista e, para fechar, na Mandi & Co. de Belo Horizonte, Minas Gerais. Logo menos tem mais ferveção. Não perca...

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IGUATEMI // São Paulo 1. Ivan Farha // 2. Caio Fischer, Keka Piva e Fred Lessa // 3. Manoela Furlan e Thaís Monegaglia // 4. Aline Samy e Carol Branco // 5. Alexandre Brett // 6. Isabel Linhares // 7. Victor Collor de Mello 8. Chris Francini // 9. Dudu Linhares 10. Ico e Ana Helena Perosa // 11. Karina Maluf // 12. Sylvain Justum // 13. Helô Ricci e Facundo Guerra

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Festa & Co.

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KISS & FLY 1. Cayenne Giglio e Bianca Borck // 2. Tarso Marques 3. Alexandre e Gabriela Brett // 4. Luana Potiara 5. Karla Mandro // 6. Raquel Menezes // 7. Gabriela Amaral e Bruna Miranda // 8. Cintia Siloto, Pamela Leite e Luana Potiara // 9. Ruly Vieira 10. Thayana Nunes e Marina Rocha 11. Juliana Sampaio e Carolina Porto

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BELO HORIZONTE 1. Priscila Sol 2. Caroline Marques Melgaรงo 3. Natรกlia Guimarรฃes e Tico Sahyoun 4. Ana Claudia Drumond, Fernanda Coelho e Sabrina Drumond 5. Daniel Norton e Marina Barros

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"eleito o melhor clube do brasil em 2010"

AV. JUSCELINO KUBITSCHEK, 2041 - VILLA DASLU . TABLE SERVICE . 7872 5264 / 3044 6181

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CADERNO SÓ PARA

MULHERES

MODA BELEZA ATITUDE (não necessariamente nessa ordem)

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Música & Co.

A cantora conquistou a exigente crítica musical do Reino Unido e metade do mundo com aquilo que os ingleses fazem melhor: inovação. Mandi & Co. apresenta Florence Welch, a namorada confusa, a garota fã de vodka e a mulher por trás do hit “The Dog Days Are Over”

Foto Robert Astley Sparke

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a era da música “baixada na internet”, a inglesa Florence Welch viu seu álbum de estreia, o Lungs, alcançar o topo de vendas no Reino Unido. O primeiro lugar foi conquistado em janeiro de 2010, sete meses depois do lançamento. Dizem que o disco de Florence And The Machine não chegou mais cedo ao olimpo das vendas por culpa de Michael Jackson: um CD compilação do rei do pop ocupava o ponto mais alto das paradas em julho de 2009, quando Lungs desembarcou no mercado, menos de 15 dias depois da morte do dono de Neverland. Covardia. >


Hoje, com quase dois anos de vida, o disco número 1 de Florence Welch ainda está entre os 50 mais comprados em territórios britânicos. Gravado em uma sinagoga desativada, no sul de Londres, com produção de James Ford (o mesmo de Arctic Monkeys) Lungs traz a música “The Dog Days Are Over”, que você provavelmente gosta de escutar em alto e bom som, ou na pista com os amigos. Com harpas, batida eletrônica e coral, a música desperta aquela sensação deliciosa que só a liberdade proporciona, e esse é apenas um dos grandes trunfos de Florence. “Pode parecer bobo falar isso, mas eu quero tocar as pessoas com a minha música. Quero que se sintam exatamente como eu me sinto: totalmente livre”, explica ela, em seu site oficial (florenceandthemachines.net).

O mesmo pode-se dizer dela. Aos 24 anos, Florence Welch tem o nome distante das colunas de fofocas, e embora curta uns drinks a mais, nunca se envolveu em escândalos noticiados pela mídia. O estilo de vestir autêntico – meio boho, meio sensual , meio romântico e totalmente cool e feminino – chama a atenção dos grandes estilistas, que não cansam de cortejá-la com modelitos feitos sob medida. Apesar disso, Florence não é uma fashionista, tampouco uma vítima da moda. Ela que gosta da estética do terror e do fantástico (como a dos filmes de Tim Burton, por exemplo) e as usa em seus incríveis clipes (florenceandthemachine.net/ video), aparenta ter os pés no chão. Parece não se deslumbrar com a fama, nem se esforçar para tê-la.

Em 2010, Florence Welch levou o Brit Awards de melhor disco, com Lungs. O estilista Tom Ford anunciou e entregou a estatueta.

Também em 2010, 0 vídeo de “The Dog Days Are Over” venceu o VMA (da MTV gringa) na categoria Direção, e a banda ainda ganhou o UK Festival Awards, por seus shows ao vivo.

O videoclipe (bcove.me/9szwxft9) de “The Dog Days Are Over” é excelente prova dessa boa intenção em compartilhar emoções: foi filmado com uma única câmera, entre amigos, durante uma festa à fantasia no parque Sydenham Hill, no sul de Londres. Outro tira-teima da autenticidade das boas intenções de Florence mora no fato dela, segundo a própria, escrever a maioria das músicas quando está alcoolizada ou em plena ressaca. Condições ideais para falar de amor e dor, como bem sabe todo mundo que já amou ou tomou um porre. Florence afirma sem receio de soar piegas que seu bem-sucedido disco é sobre amor, dor e garotos. Ela, aliás, compôs o disco quando estava em “um tempo”com seu namorado iô-iô, Stuart Hammond, escritor e skatista, de quem pouco fala, e que raramente aparece em fotos. “Ele é reservado”, disse Florence em entrevista à revista Times.

Florence é primogênita de uma família de classe média de Camberwell (bairro que fica na mesma região de Sydenham Hill, parque cenário do clipe de “The Dog Days Are Over”). Estudou em escola particular e frequentou faculdade de Artes Plásticas. É neta de Colin Welch, que foi editor do jornal The Telegraph. O pai, que a apresentou na infância para o som dos Rolling Stones, é publicitário. A mãe é americana, professora de História da Arte, e antiga habituée do Studio 54 de Nova York, ao lado de Andy Warhol (sim, eram amigos). Florence, por sua vez, tem amigos em comum com Pete Doherty (Libertines e Babyshambles) e Courtney Love (viúva de Kurt Cobain). É da cena indie londrina, e nela apareceu cantando por qualquer cachê em clubs, pubs e cabarés cools como o Soho Revue Bar, onde tinha noite fixa em 2006. Hoje é estrela pop. The dog days are over...

Em 2009, Florence levou o Brit Awards de “escolha da crítica”, ou seja, foi eleita pelos mais exigentes críticos musicais do Reino Unido. E venceu pela primeira vez a categoria “melhor show ao vivo” do UK Festival Awards.

PRÊMIO NOBEL?

Florence não ganhou o Nobel da Paz de 2010, mas cantou no evento, que aconteceu em Oslo, capital da Noruega. O vencedor foi o dissidente chinês Liu Xiaobo por sua luta pacífica pela defesa dos Direitos Humanos na China. Florence, é claro, nem concorria. 101


Beleza & Co.

Em entrevista exclusiva para Mandi & Co. a atriz revela tudo o que ela Nテグ faz para estar sempre deslumbrante. Nテ」o vale invejar, tテ。?

Foto Andrei Nicolau

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MAIS FIOS “Uso a proteína N.P.P e RD protein cream depois do banho. A Fiorella me indicou os dois na época em que atuávamos em Malhação”

Confira os NÃO HÁBITOS de beleza da atriz > Quais são seus cuidados básicos de beleza? Nenhum! Não tiro maquiagem, não uso filtro solar, não bebo água!

LABIOS “Uso Carmex para hidratar os lábios. Como eu não bebo água, minha boca está SEMPRE ressecada. Foi o Ricardo dos Anjos que me indicou!”

CORPO

> Quais são seus truques de beleza? Jesuis (sic) !!! Acho que eu não tenho!

“Quando minha pele está muito seca, uso óleo Johnson’s no banho!”

> Você tem algum hábito de beleza herdado de sua mãe? Só a genética. Agradeço a minha mamãe magrela todos os dias.

CABELOS

T

HAILA AYALA é hoje um dos nomes mais fortes da dramaturgia nacional. Começou em Malhação, ganhou papel chave em novela das oito (Caminho das Índias) e está na reta final do enredo de Amanda Moura, ótimo personagem da hilária novela Ti-ti-ti. É uma atriz global, como dizem. E tem os pés firmes no chão. É zero deslumbre, e dez personalidade. Não faz tipo mesmo. Tanto que só topou esta entrevista caso fosse 100 % verdadeira, assim como ela e Mandi & Co. são. Dona de genética privilegiada, ascendências italiana e espanhola, Thaila é filha de mãe magrelinha, não frequenta academia, não faz massagens estéticas e gosta das boas sensações do surf e do skate (leia entrevista). Desencanada que é, esforçouse muito para indicar os produtos de beleza que você confere nesta página, os únicos de seu nécessaire. Vale experimentar cada um. Mas Mandi & Co. recomenda mesmo que você prove o modo de vida de Thaila: livre e cheio de humor. Um lifestyle que certamente contribui muito mais para a beleza do que qualquer creminho dito milagroso...

“Se meu cabelo fica oleoso, gosto de usar o shampoo e o condicionador Tea Tree, da Paul Mitchell. ”

MAKE “Tem um blush da Dior bronze que se chama Mate Sunshine... uma amiga minha, a Izadora, me emprestou uma vez e nunca mais deixei faltar no kit maquiagem! ”

ROSTO “Sempre que eu me lembro, lavo o rosto com o sabonete Effaclar, da La Roche ”

> O quanto a alimentação influencia na beleza? Bom, eu só como cheetos,baconzitos,cebolitos,fandango, e bebo muitoooo refrigerante! Acredito que o importante é estar feliz com sua alimentação. E acho que uma alimentação balanceada é importante para quem tem problemas com a balança ou com pele muito oleosa... > Você vai ao dermatologista? Com qual frequência? Não vou! > Faz ginástica? Olha eu já tentei TUDO, inclusive malhar com personal. Paguei um mês para ele dar três aulas por semana, e fiz quatro aulas em um mês (risos). > Como cuida dos cabelos? Já faz uns aninhos que corto o cabelo com o Tiago Parente, do Fashion Clinic. Ele é o único que corta o cabelo exatamente como eu gosto! > Como o surf e o skate transformaram seu estilo de vida e o seu corpo? Surf só transformou meu cabelo em areia e meu pulmão em água, um desastre! Mas os poucos segundos que fiquei em cima da prancha foram deliciosos! O skate é uma curtição,uma forma de relaxar,desopilar. Mas com o skate,a única coisa que mudou no meu corpo foram as cicatrizes que ganhei! 103


Beleza & Co.

Conversamos com os cabeleireiros Scott e Andrea Hayman para saber quais os cortes, cores e penteados do inverno 2011. O casal também indicou os melhores produtos para os seus fios...

cott Hayman e Andrea Cassolari Hayman formam um casal. Os dois são cabeleireiros. Conheceram-se em 2007, quando ela foi aprimorar seus conhecimentos em hair styling na Toni & Guy, extrarrespeitada academia de formação profissional de cabeleireiros sediada em Londres. Scott, que é inglês, era o diretor criativo internacional da casa, uma das mais aclamadas lançadoras de tendências em cabelos no mundo. Em 2009, os dois trocaram Londres por São Paulo e armaram suas bancadas no salão Ricardo Cassolari, pai de Andrea, que pertence à família mais tradicional e talentosa de cabeleireiros da cidade (leia-se Cassolari’s e L’officiel). Ali, no Itaim, o casal coloca em prática tudo o que sabe sobre cabelos. E é muito. Pelas tesouras de Scott, ainda em Londres, passaram os cabelos de it girls londrinas como Agyness Deyn, Pixie Geldof e companhia. Pelas mãos de Andrea passam, desde meados de 2000, os fios de cabelos das cabeças mais antenadas e jovens de São Paulo. Mais: Andrea é daquelas que nasceram avant-garde, sabe? Entre os anos de 1997 e 2000, era a mais descolada (para usar um termo da época) do pátio do colégio FAAP, em São Paulo. Enfim, por causa de toda expertise que Scott e Andrea têm em cabelos (e também porque constituem o casal mais cool do eixo LONDON – SP), Mandi & Co. escolheu-os para apontar os cortes, penteados e cores para os fios na próxima estação. Pode entregar sua cabeça nas mãos do it couple. Não tem erro. Agora, a palavra é deles... 104

>Neste penteado e corte, tons de loiro podem cair bem, principalmente nos repicados, na altura dos ombros. A franja é versátil e como tem as pontas desfiadas pode ser usada para o lado (lateral) ou sobre os olhos.

>Para as mais modernas e mais corajosas um look mais Emma Watson (sim, a atriz do Harry Potter). Mas atenção, o corte exige cuidados: o cabelo tem que ser muito bem cortado, a cor tem que ser a exata para o tom de pele (nem um tom abaixo, nem um tom acima), é preciso manutenção mensal do corte e a dona do cabelo bem curtinho deve saber que o corte deixa o rosto em ênfase total.

Dica: depois de lavar, aplique um musse e deixe o cabelo secar naturalmente. O look fica mais legal com textura natural. Para finalizar, quando o cabelo estiver seco use uma pomada como a Manipulator da Tigi ou o musse L’anza Urban Elements Bodifying Foam.

Dica: use uma pomada como a Design Paste, da New York Streets, para finalizar.

Design Paste Headrush

Urban Elements Bodifying Foam


LEMBRE-SE: A franja longa e desfiada nas pontas permite diferentes penteados em um só corte. É só mudar a posição da dita (colocando-a sobre os olhos, repartida ao meio, ou de lado) e variar o look. Contudo, para funcionar, deve ser muito bem cortada. Não faça em casa! >Quem gosta de mudar a cor dos cabelos pode apostar nas mais escuras (castanhos, caramelos, chocolate e ruivos) para o inverno. O corte chanel sem repicado em um só tom, com franja de diversos estilos (ou repicadas, ou laterais, ou retas) é um dos penteados para a estação. Dica: para um look mais chique apele para a escova. Para ganhar mais textura e um ar contemporâneo, deixe o cabelo secar naturalmente. Nos dois casos, use um spray para dar volume na raiz. O Volumizing Silk Mist é ótimo.

>É o mais prático de todos e também o mais comprido e mais repicado. Fica legal com franja versátil desfiada nas pontas (que pode ser usada de diferentes maneiras). A franja pode ser mais comprida ou na altura da sobrancelha.Mas atenção, a na altura da sobrancelha não fica legal repartida ao meio. Contudo, o corte também fica bacana sem franja, em um look bem natural, uma coisa mais grunge. Para secar, só passe um secador. Nem pense em fazer escova! Dica: quem tem cabelo enrolado pode aplicar o Foxy Curls da Tigi – que deixa os cachos mais definidos e menos fios arrepiados. As donas de cabelos finos podem dar volume ao corte usando o shampoo da L’anza Healing Volume, e na raiz, o spray Crystal Styler da Wella. Outra opção para a raiz é o Senscience Boost Volume. Cabelos grossos ficam mais disciplinados com o RD protein cream.

ESQUEÇA:

A escova ao estilo Hollywood (armadas). O cabelo natural é cada vez mais cool (oba!). As ondas também. Outra coisa: esqueça (ou melhor, perca) o medo de mudar o visual. Basta entregar seus cabelos – e seu rosto – a bons profissionais para dar (muito) certo.

Scott e Andrea Hayman atendem no Salão Ricardo Cassolari Rua Araçari, 174, Itaim, tel. 3168-6333 ricardocassolari.com

( você pode perguntar, por isso já respondemos ... )

Como vou saber qual corte fica bom para o meu rosto e qual cor fica legal para o meu tom de pele? Andrea e Scott Hayman explicam que ao contrário do que muitos dizem: os cortes de cabelo são feitos para o rosto , e não o contrário. E isso é bem mais lógico. O bom cabeleireiro é aquele que adapta o corte que você quer ao rosto que você tem. E, claro ta deixa mais bonita. Os cortes são lindos, mas meu cabelo não é liso e está longe de ser levemente ondulado...e aí? E aí você pede para o cabeleireiro adaptar os cortes para o seu cabelo e pronto. Para a franja, vale uma escova. Para o comprimento, é legal deixar o mais natural possível. Quem tem cabelo liso pode usar babyliss. Nossa perfilada Florence Welch (página 100) comprova que dá certo . Por que só há inglesas nesta matéria?

Protein Cream

Porque os ingleses são reconhecidos por lançarem tendências de cortes, cores e penteados. Sempre estão à frente. Pense em Kate Moss, Sienna Miller, Agyness Dyen e em todas as garotas que vê aqui. Vá ainda mais longe e lembre dos cabelos dos Beatles e dos Oasis.

Volumizing Silk Mist Foxy Curls

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Estilo & Co.

RECORTA E RALA

Mandi & Co. te ensina como fazer uma it piece da estação

O

shorts jeans atravessa estações sem perder o posto de it piece. Supercurto e com aspecto de destruído, é um dos ítens mais usados por Alexa Chung. A apresentadora e modelo, veste a peça em qualquer ocasião. Vai com seu minishorts ao festival Glastonbury e troca a camisa de algodão pela de cetim para seguir com ele – e outra bolsa em animal print – para a festa da semana de moda de Londres. Alexa também vai de shorts na “festchenha”, quando aposta em tamanco com meias e camisa militar. Sim, cara leitora, o shorts jeans é de fato versátil. Por isso Mandi & Co decidiu produzir este “how to do”.

Alexa Chung

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shorts jeans

Pra começar, pegue uma calça masculina. A modelagem só ajuda: quando folgada, dá impressão de menos quilos no corpo e pernas mais finas. O que mais você quer? Siga as dicas...


Você vai precisar de uma calça jeans masculina, um ralador (daqueles de cozinha) , tesoura, régua , fita métrica e alfinetes...

Coloque o forro dos bolsos para dentro da calça e prenda-os com os alfinetes. Depois, corte a calça logo abaixo do cavalo, numa linha diagonal, como na foto. Use a régua para deixar bem retinho e a fita métrica para garantir o comprimento certo. Corte as costuras laterais do shorts, fazendo uma minifenda. Dobre a barra da frente e use o ralador para dar o efeito destroyed que você nota na peça da foto que abre esta matéria . Repare que o bolso traseiro fica um pouco maior que a barra do shorts.

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Estilo & Co.

CURTO

NA MEDIDA CERTA

Kate Moss, Londres 108

Fotos Still: Estúdio Pavão // Produção: Tami Gotoda // Imagens: Getty Images

Você já sabe: os shorts atravessaram estações e estão entre as peças mais importantes do outono/inverno 2011. Práticos, encaixam-se em qualquer look, dos mais casuais ao mais sofisticados


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Estilo & Co.

COM QUAL

CAMISA EU VOU? Versátil, a peça é essencial ao guarda-roupa feminino. Para a noite e para o dia, por cima de t-shirt, regata, por debaixo de jaqueta, ou desacompanhada, sempre funciona. Escolha mais de uma

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Kate Moss, Londres (mais uma vez)

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Estilo & Co.

A ÚLTIMA CAMADA DO LOOK Inverno pede jaqueta, paletós, casaquetos. O estilo também. Na pegada das produções peça sobre peça, esses itens – em diferentes modelos e tecidos – são decisivos. Típicos “tem que ter”

Kate Moss, Londres (porque Kate nunca é demais. Musa!) 112


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quer viver a emoção do futebol num conforto que você nunca imaginou?

Pessoas especiais merecem momentos especiais. A Visa inaugurou um espaço VIP no estádio do Morumbi, que vai mudar sua maneira de assistir ao futebol. Seu cartão vale como o próprio ingresso e você ainda conta com: • Cardápio variado. • Banheiros exclusivos. • Cadeiras confortáveis. • Monitores de TV por todo o setor. Para saber mais sobre esses benefícios, acesse visa.com.br/visapassfirst

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CADERNO SÓ PARA

HOMENS

MODA FUTEBOL MULHER (não necessariamente nessa ordem)

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Perfil & Co.

MANO MENEZES POR PVC:

A ANATOMIA DA

VITORIA A convite de Mandi & Co., o mestre Paulo Vinicius Coelho (PVC) perfila o homem que carrega a responsabilidade de fazer o Maracanã vibrar em 2014

F

lávio Costa era o técnico da Seleção Brasileira que perdeu para o Uruguai a final da Copa do Mundo de 1950. No prefácio do livro Anatomia de Uma Derrota (Paulo Perdigão, Editora L&PM, 1986), o antigo treinador derruba mitos e explica o ‘Maracanazo’ assim: “Aquele jogo Brasil x Uruguai de 1950 não foi perdido pelas visitas à concentração, pelos discursos dos políticos, pela mudança de concentração, nem por ocorrências normais numa época de grande agitação, tanto esportiva, como também política, pois iriam se processar eleições e os candidatos se movimentavam muito. Meu amigo, a Seleção Brasileira perdeu dentro do campo. Dentro do gramado do Maracanã, quando o Brasil permitiu que o Uruguai fizesse dois gols”.

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Livro Anatomia de Uma Derrota - de Paulo Perdigão, lançado pós-Copa de 1950

Livro Anatomia de Uma Vitória que Mandi & Co. torce para que seja lançado pós Copa de 2014

5 X RIMET As conquistas das seleções – e dos técnicos – do Brasil nas Copas

X

Mano Menezes. No detalhe, em preto e branco, Flávio Costa, técnico da seleção brasileira de 1950

O clássico livro de Paulo Perdigão radiografa a mais doída derrota da história do Brasil. Nos últimos seis anos, Mano Menezes construiu uma das mais vitoriosas carreiras de técnico de futebol no país. De jogador medíocre do Guarani de Venâncio Aires, passou a técnico dos juniores do Internacional e de pequenos clubes do interior gaúcho. Em 2004, levou o modesto Quinze de Campo Bom às semifinais da Copa do Brasil. No ano seguinte assumiu o Grêmio, no fundo do poço. Rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro, sem dinheiro nem jogadores, o Grêmio deve sua reconstrução ao trabalho de Mano Menezes. E Mano sabe que deve o crescimento profissional à equipe de Porto Alegre. “Não fosse o gol de Ânderson contra o Náutico e o Grêmio não teria voltado à Série A. Minha vida também teria sido diferente”, entende o treinador da Seleção Brasileira. Mano Menezes refere-se à vitória do Grêmio sobre o Náutico na última rodada da Série B de 2005, partida que ficou na história como “A Batalha dos Aflitos.” Com

1958 Efuturos vitando erros , Mano Menezes pode fazer com que os livros de história expliquem como o brasileiro

reaprendeu a vencer no Maracanã”

Paulo Vinicius Coelho, jornalista, autor desta matéria sobre Mano Menezes

quatro jogadores expulsos e um pênalti marcado contra si, Mano viu seu goleiro Galatto defender a cobrança e, no minuto seguinte, Ânderson marcar o gol da vitória. O título da segunda divisão permitiu a formação da equipe do Grêmio que seria vicecampeã da Libertadores em 2007. E a boa campanha no torneio continental levou Mano ao Corinthians, onde foi campeão paulista invicto e venceu a Copa do Brasil. A soma dessas histórias provocou sua escalação para ser o Flávio

Com Pelé, Garrincha,Vavá, Zagallo e Didi, a seleção do técnico Vicente Feola garantiu a primeira vitória do Brasil em uma Copa do Mundo. A final – Brasil 5 X 2 Suécia – foi no estádio Rasunda, em Estocolmo.

1962

Com Garrincha, Vavá e Amarildo, a seleção do técnico Aymoré Moreira trouxe o bicampeonato mundial. A final – Brasil 3 X 1Tchecolosváquia – foi no estádio Nacional do Chile, na cidade de Santiago. Amarildo (que substituía Pelé) abriu o placar.

1970

Costa de 2014. Ao assumir, Mano Menezes deixou claro que conhece o desafio. Perder a Copa daqui a três anos no Maracanã pode ter o efeito inverso do gol de Ânderson. Mas... “Eu não sou homem de fugir dos grandes desafios”, diz o treinador. Na vida de Mano Menezes, a fronteira entre a vitória e a derrota é tênue.

Com Carlos Alberto, Tostão, Gérson, Rivelino, Pelé e mais craques, a seleção do técnico Zagallo conquistou o tricampeonato numa Copa do Mundo. A final – Brasil 4 X Itália 1 – tomou espaço no Estádio Azteca, na Cidade do México. Há quem acredite que essa foi a melhor seleção de todos os tempos.

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Perfil & Co.

> A carreira de Mano Menezes é marcada por vitórias e derrotas. Sua vida, vista de trás para a frente, é a certeza da vitória. Em 1988, encerrou precocemente sua carreira de zagueiro viril, no interior do Rio Grande do Sul. A razão: percebeu que não tinha futuro. “Um dia, o Guarani de Venâncio Aires contratou o zagueiro Beto. Ele chegou ao clube, carregando tudo o que havia conquistado em dez anos de carreira no bagageiro de uma caminhonete Fiorino. Eu pensei: se ele joga muito mais do que eu e só conseguiu isso na vida, eu não vou conseguir mais. Vou parar!” Mano já era casado e pai de Camila. Estudou Educação Física, deu aula em escola pública e, paralelamente, preparou-se para ser treinador de futebol. Sua referência passou a ser Ênio Andrade, técnico campeão brasileiro pelo Internacional, em 1979, pelo Grêmio, em 1981, e pelo Coritiba, em 1985. “Eu costumava ouvi-lo pelo rádio e no seu discurso percebia-se a diferença”. A diferença: falar a verdade. Em 2006, no Grêmio, Mano olhou nos olhos do centroavante Somália e disse que não permitiria mais que sua vida noturna atrapalhasse os treinos. Na primeira reincidência, juntou o time no centro do campo e informou por que razão Somália estava sendo dispensado. Em 2009, no Corinthians, foi acordado no meio da madrugada por Ronaldo. Ele vinha de uma boate, para onde foi levado pelo então diretor de futebol Antônio Carlos Zago. Mano disse a Ronaldo que, no Corinthians, as coisas não funcionavam assim. Em seguida, pediu a demissão do diretor. Mano venceu a batalha e foi campeão da Copa do Brasil naquele ano. Falar a verdade parece pré-requisito em qualquer setor da vida. No futebol não é tão simples encontrar gente que olhe nos olhos e diga o que pensa. Por contraditório que pareça, isso faz diferença na relação com os jogadores. Eles não gostam de ser enganados e estão acostumados a ser. Também por isso, Mano Menezes tem feito a diferença. “Eu não minto. Posso omitir algumas coisas”, foi o que ele disse na semana de sua contratação pela CBF, em julho. Durante uma semana, os jornais publicaram que o convite estava feito a ele. Mano desmentia, repetindo seu mantra: “Eu não minto.” Na sexta-feira, o convite foi feito para Muricy Ramalho. Mano estava falando a verdade. > 118


>

Pela recusa do Fluminense em liberar Muricy Ramalho, reforçada pela ideia de Muricy de que lhe faltavam garantias na Seleção, Mano Menezes ficou com o emprego. As garantias que faltavam a Muricy também não existiam para o novo escolhido. Mano Menezes aceitou ser técnico da Seleção Brasileira sem saber o valor de seu salário, a data de pagamento e a do contrato. O dinheiro ficou na casa dos R$ 300 mil, menos do que ele recebia no Corinthians. A receita para vencer na vida exige dar um passo atrás para dar dois à frente mais tarde. E isso só acontecerá se o Brasil vencer a Copa que jogará em casa daqui a três anos. O trabalho não é simples. Há anos a CBF não conta com um diretor capaz de coordenar todas as seleções, da sub-17 à profissional. Na chegada, o novo treinador acumulou o serviço, indiciou Ney Franco – ex-Botafogo e Coritiba – para dirigir a seleção sub-20. O passo seguinte é diminuir a média de idade e mudar o estilo de jogo. Mano quer uma equipe agressiva, que marque no campo de ataque. Não era assim

1994 que jogavam seus times, nem no Grêmio, nem no Corinthians. “Para marcar no ataque, é preciso ter zagueiros rápidos. Mas agora eu posso escolher meus zagueiros”, avisa. Por uma falha de organização da CBF, todo o trabalho centraliza-se na figura do técnico. Era o que acontecia nos anos 1940. Flávio Costa foi o treinador que passou mais tempo no comando da Seleção Brasileira, entre 1944 e 1950. Tudo passava por ele. A convocação, a preparação, a escolha dos profissionais que o acompanhavam. Era uma espécie de Getúlio Vargas da velha CBD. Não podia dar certo. Mas, como Flávio Costa dizia, a derrota de 1950 não se deu pela política, nem pelos erros fora de campo. Ela aconteceu dentro do gramado, onde o Brasil permitiu ao Uruguai fazer dois gols e ganhar por 2 x 1. Evitar erros assim fará com que os futuros livros de história expliquem como Mano Menezes nos fez reaprender a vencer no Maracanã. Qualquer erro, no entanto, pode provocar outra versão do livro de Paulo Perdigão. Desta vez, com prefácio de Mano Menezes.

Maracanã, 1950

Com Romário, Dunga, Bebeto, a seleção de Carlos Albeto Parreira conquistou o tetracampeonato mundial. A final – Brasil 3 X 2 Itália – se deu no estádio Rose Bowl, Pasadena. Você lembra: a decisão foi nos pênaltis...

2002

Com Ronaldo, Rivaldo, Cafu, a seleção do professor Luis Felipe Scolari conquistou o quinto título brasileiro numa Copa do Mundo. A final – Brasil 2 X 0 Alemanha – se deu no estádioYokohama, na cidade de mesmo nome. Romário não foi. Ronaldo, o aposentado mais famoso do país, foi e se consagrou o artilheiro do campeonato, marcou oito gols. E usou aquele corte de cabelo rídiculo...

2014

Maracanã, 2010

Projeto do Maracanã para 2014

Com________, ______, _________, __________, a seleção de Mano Menezes conquistou o sexto título do Brasil numa Copa do Mundo. A final – Brasil __ X __ _________ – se deu no Maracanã, Rio de Janeiro. ____________ marcou o último gol da vitória e foi eleito o artilheiro do mundial. Já eram doze anos sem a Julio Rimet... 119


Esporte & Co.

Por Fernando Almeida*

As novas diretrizes da maior competição do automobilismo mundial. O clichê « o circo da Fórmula 1 » nunca fez tanto sentido…

C

om o cancelamento do GP de Bahrein, o ínicio da temporada 2011 da Fórmula 1 acontece dia 27 de março, na Austrália. Mas a largada das especulações já foi dada bem antes do dia 13 de março, que marcaria a primeira prova do circuito. Até porque, atualmente, a corrida por postos nas equipes do circuito é mais acirrada que a das pistas. E vale tudo para conseguir um lugar na escuderia : patrocínio, dinheiro, políticia, interesses comerciais, e toda sorte de ingredientes que garantam notícias aos meios de imprensa envolvidos. Nem sempre foi assim. Aliás, esse cenário é bastante novo. Antigamente somente equipes pequenas, aquelas que ocupavam as últimas posições, leiloavam seus assentos para pilotos pagantes. Hoje, equipes de médio para grande porte (caso de Williams, Lotus-Renault e BMW / Sauber) praticam tal modalidade. Na Williams, por exemplo, tivemos a substituição do alemão Hulkenberg – que fez uma ótima temporada de estreia – pelo duvidoso Maldonado, venezuelano beneficiado por aporte financeiro de cerca de R$ 30 milhões por ano vindo da principal empresa do governo de seu país. O russo Petrov, por sua vez, levou R$ 40 milhões para a Lotus- Renault por meio do apoio do governo russo. Assim, desde o início de 2010 tem seu lugar na escuderia. Já a BMW/ Sauber pretende contratar o piloto mexicano Sergio Perez devido ao grande aporte financeiro feito por Carlos Slim, dono da gigante mexicana TELMEX. > 120

Mônaco: o principado da F-1


Com esse jogo de patrocínios e cifras, os pilotos brasileiros encontram dificuldades para se firmar na principal categoria do automobilismo mundial. Rubinho e Felipe Massa possuem contrato e permanecem na disputa em 2011. Rubinho definitivamente deve vir para brigar por pontos e pódium; Felipe Massa terá um carro competitivo e deverá acertar melhor seu monoposto com os novos pneus da categoria, os da Pirelli. O talentoso piloto Lucas di Grassi por enquanto tem futuro incerto, e isso dá margem para especulações. A notícia mais forte é a de que ele deve conseguir um contrato junto a Pirelli para desenvolver os pneus para a temporada 2012. Nesse caso,

Enfim, a temporada 2011 começa com o Brasil perdendo duas vagas na principal categoria do automobilismo mundial. Mas esperamos que nossos dois representantes (Rubinho e Massa) possam colocar nosso país no lugar merecido do pódium. Fica a decepção por cada vez mais variáveis como patrocínio, interesses comerciais, política e dinheiro serem predominantes para a escolha dos pilotos ao invés do talento. Assim, é preciso que empresas nacionais e o governo brasileiro apoiem os pilotos do país para que possamos voltar a comemorar um título mundial. Os últimos conquistados por Senna, Piquet, Fittipaldi (entre outros) trouxeram muita alegria para o povo brasileiro e prestígio internacional. É isso.

Mandi & Co. lembra de uma época em que o talento era fundamental na Fórmula 1 Obviedades: Ayrton Senna (1960- 1994) foi o melhor. É dos grandes nomes do automobilismo mundial e conquistou tudo no talento. Um talento excepcional, diga-se. Logo em sua estreia, em 1984, ele mostrou que não era mais um. Na época, bateu os recordes de resultados e colocou em evidência a TolemanHart, sua primeira escuderia. Senna manteve o recorde de pole- positions (65 poles em 163 corridas) por 12 anos depois de sua morte. Lembramos aqui o tricampeonato mundial de Senna do Brasil. Fórmula 1 que deixa só boas recordações... Mundial de 1988, GP Japão, Suzuka

Na prova em que conquistou o primeiro título da Fórmula 1 pela McLaren, o piloto saiu na pole e perdeu 16 posições. Assista a última volta aqui: tinyurl.com/23prjvq Mundial de 1990, GP Japão, Suzuka

ele estaria em plena atividade durante o ano, com a oportunidade de conhecer bem os melhores acertos para o pneu, o que lhe valorizaria para a temporada seguinte. No entanto, se topar, Di Grassi não poderá ter vínculo com nenhuma escuderia em 2011. Bruno Senna tem plano certo para a temporada. Ele será um dos pilotos reserva da Lotus Renault. O ponto positivo: ficará envolvido com uma equipe e poderá ocupar uma vaga titular em 2012. Negativo: não correrá na F-1 este ano, e isso pode vir a prejudicar seu desempenho caso acerte com alguma equipe como piloto titular.

“ Cada vez mais, patrocínios, interesses comerciais, política e dinheiro são predominantes para a escolha dos pilotos, ao invés do talento”. * Fernando Almeida é diretor da 1ISB

O bicampeonato mundial veio na mesma cidade que o primeiro. Nesta corrida, pela McLaren, a batida de rodas entre Senna e Prost também entrou para história da Fórmula 1. Mundial de 1991, GP Japão, Suzuka

Mais uma vez Senna,outra vez Japão, mais uma vez Suzuka, outra vez Campeão Mundial. Quer ver a última volta do tricampeonato? Acesse: tinyurl.com/45agfd5 121


LDFC & Co.

Foto: Arquivo Los Dos

ARTILHARIA DA

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MODA

A história da LOS DOS FOOTBALL CULTURE quebra o mito de que “não se mexe em time que está ganhando”, comprovando que boas parcerias são sempre bem-vindas e significam a conquista (com folga) de qualquer campeonato Por Tico Sahyoun

A

gora, você, cliente LOS DOS, encontra na Mandi & Co. sua nova casa. É aqui que daremos continuidade ao nosso jogo, ao segundo tempo da LOS DOS FOOTBALL CULTURE. A nossa marca foi criada em 2008, feita sob medida para homens apreciadores das boas coisas da vida: Mulher, Moda, Cerveja, Amigos e FUTEBOL. Como amante desses cinco elementos (que para mim são tão fundamentais quanto os cinco sentidos) desenhei um projeto que os reunisse e destacasse o futebol no país em que o esporte é, disparado, o mais amado. Deu mais do que certo. A linha LOS DOS FOOTBALL CULTURE iniciou o enredo de paixão entre a moda e o futebol. E afirmo isso com tranquilidade, pois quando comecei a pesquisar o mercado de moda para a criação da marca, eu viajei por Londres, Los Angeles, Milão, Nova York, Paris e rodei nosso Brasil para constatar que nenhuma marca tinha uma linha como a nossa. A Dolce & Gabbana , é verdade, patrocinava o campeonato italiano e a Esquadra Azzura, mas não se inspirava no futebol, fomos os primeiros a fazer isso. Ou seja, a LOS DOS nasceu oferecendo mais do que moda para homem. E assim seguiu, abordando o que chamam de estilo de vida. Em nossas lojas, além de moda e da cultura do futebol, tínhamos um clube de homens, com bar da Stella Artois, mesas de sinuca e uma programação mensal de festas com as melhores bandas e DJs. A essência permanecerá a mesma, e a LOS DOS FOOTBALL CULTURE chegará ao seu lar por esta revista que você tem em mãos, e que traduz todo universo Mandi & Co., o nosso time. Como é sempre bom rememorar os placares vencedores da vida, apresento aqui algumas das vitórias da LOS DOS FOOTBALL CULTURE até o momento. Prepare-se, teremos muitas outras mais. Estamos em campo, afinal. E a LOS DOS F.C. é a nova parceira de um grande player do mercado, Alexandre Brett, em um projeto único no Brasil no qual uma label como a MANDI, com nove anos de muita história, abre suas portas para o projeto Mandi & Co., e soma forças com marcas de grande importância como: Abercrombie, Hollister, Gola, Converse, New balance, LOS DOS FOOTBALL CULTURE. E você sabe o que acontece quando uma seleção de ouro recebe um reforço de peso: fica imbatível. Que venha 2011!!! 123


LDFC & Co.

2008

A LOS DOS nasceu e já começou a colecionar gols, bons momentos e uma extensa seleção de grandes amigos. Caio Ribeiro (ex-jogador profissional de futebol e comentarista esportivo da Globo) e Paulo Henrique Ganso (craque que dispensa comentários) fazem parte da nossa história.

Em 2010, o craque Kaká convidou a LOS DOS FOOTBALL CULTURE para assistir o Real Madrid e o Malaga em disputa no gramado do estádio Santiago Bernabéu, Madri, Espanha. O placar foi Real 3x1 Malaga, com gol e expulsão do polêmico Cristiano Ronaldo. Com o estádio e a emoção do jogo como pano de fundo, fotografamos nossa campanha de Inverno.

2010

2009 Fomos para a África do Sul um ano antes do Mundial de futebol ter início, para traçar um guia das cidades-sedes. Voltamos com um editorial de moda fotografado no estádio Green Point (Cape Town) em plena reconstrução. Pisamos primeiro no gramado que recebeu a semifinal da Copa do Mundo 2010.

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MELHORES MOMENTOS COPA 2010 O craque Ganso foi o camisa 10 da LOS DOS FOOTBALL CULTURE na Copa 2010 (nem vamos falar do Dunga aqui, ok?). Quase deixei a Aline, minha diretora de marketing louca, para levarmos a taça pela melhor programação do mundial. Valeu o esforço! A cada jogo, nossa flagship store sediava um evento, e recebíamos amigos como Fê Souza, Fê Paes Leme, Mariana Rios, Di Ferrero, Gilmar Rinaldi, Lucas di Grassi e mais. A incrível Preta Gil fez o show de abertura da Copa 2010 na LOS DOS . Quem conferiu sabe que foi mais explosivo que o de Shakira na África do Sul (risos).

A Espanha já era a campeã mundial de 2010, quando saiu a lista das musas da Copa. Como a LOS DOS é moda, futebol, mulheres e cerveja, nós trouxemos Larissa Riquelme com exclusividade para o Brasil, antes de qualquer um pensar nisso. Com ela, fotografamos um editorial para revista LOS DOS. Redes de televisão, jornais, revistas e sites cercaram o estúdio de fotografia na Vila Olímpia. A LOS DOS FOOTBALL CULTURE e Larissa Riquelme rodaram o mundo em matérias, muitas de capa, no Brasil, Inglaterra, Argentina, Espanha..

Uma pena Dunga ter abreviado nossa Copa e a diversão na LOS DOS. Para esquecer o placar do jogo entre Brasil e Holanda, mandamos ver no samba e na Stella Artois. Um carnaval fora de época se armou em nossa loja, com direito ao ziriguidum dos grandes amigos do grupo Inimigos da HP. Esquecemos a dor da derrota. O problema foi o dia seguinte (risos). O clima era tão alto-astral que muitos clientes e amigos pediram mais festas para os outros jogos da Copa...

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Estilo & Co.

Foto Jaime Pilnik e Renan Rêgo

Agora, a paixão pelo futebol da LOS DOS FOOTBALL CULTURE está na Mandi & Co. O twist nonsense, é claro, veio junto. Na mesma levada, migraram a qualidade e o estilo inconfundíveis da marca especializada em fazer moda para homem. Já escolheu sua t-shirt?

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A foto das (lindas) modelos da Way Model – Ana Paula Scopel e Mariane Kolling – foi produzida pela L.D.F.C especialmente para estampar a camiseta que você vê aqui. Nós clicamos a dupla de belas em diversas situações para outras camisetas exclusivas da nossa coleção outono/inverno 2011, que também traz sátira dos ex-jogadores Higuita e Valderrama (página ao lado) e mais. Olha só...


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Fotos Still: Estúdio Pavão // Produção: Tami Gotoda


Estilo & Co.

XEQUE-MATE A camisa xadrez voltou à cena para ficar. Usada no passado pelos seguidores dos movimentos rockabilly (anos 1950) e grunge (anos 1990), agora a peça é vestida por todos aqueles que sabem das coisas, incluindo você

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Robert Pattinson, Londres 129


Estilo & Co.

O BOM E NOVO JEANS Sabe aquele jeans velho e desbotado? Esqueça-o. Não caia no clichê. E invista no jeans novo e desbotado, com aspecto surrado, na modelagem ideal e muito confortável. Para usar todos os dias. E noites também...

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Jude Law, Londres

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Estilo & Co.

David Beckham, Londres 132


ELAS POR CIMA

DE TUDO

Fotos Still: Estúdio Pavão // Produção: Tami Gotoda // Imagens: Getty Images

Jaquetas e paletós esportivos são fundamentais para os dias e para as noites de baixa temperatura. Práticas e confortáveis, são peças do tipo “sem erro”, daquelas que fazem toda diferença em seu estilo. Garanta a(s) sua(s)

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Lealdade, sinceridade, atitude. E ele tem que demonstrar que gosta de mim...

> Quais virtudes constr贸em o homem ideal?

A top que estrela o inverno 2011 feminino da Mandi & Co. em papo s贸 para os homens. Leia e veja mais de Renata Sozzi entre as p谩ginas 80 e 89

Girls & Co.


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Foto: Divulgação

Eu ia ensinar que pra desculpar falta de atitude, não adianta só falar “desculpa” num tom de voz carinhoso, ou ficar dizendo “te amo, te amo, te amo”. Não cola. Mais: ensinaria a eles que não adianta justificar o NÃO retorno de ligações e mensagens com a velha desculpa de que “ia ligar mais tarde de qualquer jeito”. Isso também não cola e é triste!

você contaria a eles que....

> Se pudesse ensinar algo aos homens,

Acho que não tem nenhuma melhor... Se bem que, um tempo atrás, fui na agência de bike e a deixei ali na porta. Quando estava indo para casa, o meu capacete que estava preso nela, tinha sumido. No lugar, alguém tinha colocado um bilhete dizendo: “Se você quiser seu capacete de volta, me ligue”. Pode não ter sido a melhor cantada, mas foi a que mais me impressionou. Fiquei pensando “Será mesmo que essa pessoa achou que roubando o capacete de alguém, esse alguém ligaria caindo de amores?”. Acho que não, né!? (risos)

> E a melhor cantada?

Nossa! Eu odeio quando estou andando na rua com a minha mãe e a chamam de sogra. Isso me irrita muito !!

> Qual a cantada mais pedreiro que já levou?

Eu sou daquelas muito tímidas, isso sim! Eu tinha medo de tomar iniciativa e correr o risco de a pessoa achar que eu estava me jogando nela. Não acho legal mulher que fica se jogando, dando em cima. Mas confesso, que hoje eu namoro... e quem tomou a primeira iniciativa de chamar pra sair, fui eu!

> Você é daquelas que tomam a iniciativa?

Tem que ser muito sincero!! E também ser muito autêntico, muito ele mesmo!! Eu gosto de homem atencioso, que me dá atenção (nota Mandi & Co.: mas, por favor, quem não daria atenção ???). Por exemplo, quando estou trabalhando o dia inteiro, cansada, adoro receber uma mensagem dele no meu celular dizendo que está com saudades! Gosto muito de fazer isso também...

> O que mais é preciso para te conquistar?


Crônica & Co.

U

m dos principais ingredientes na receita da nossa personalidade é a posição que ocupamos em relação a nossos irmãos. Primogênito? Mandão e destemido. Caçula? Mimado e folgadão. Do meio? Um tipo estranho: às vezes engraçado, às vezes doido (muitos humoristas são filhos do meio. Dizem que, não sendo nem o primeiro orgulho da casa, nem o último coisa fofa da mamãe, tiveram que aprender a fazer palhaçadas para aparecer). Eu sou o mais velho. A caçula se chama Maria. Durante toda a infância, eu ia na frente, abrindo as trilhas a golpes de facão, levantando pela primeira vez as bandeiras básicas das batalhas mirins: o direito de dormir mais tarde, comer brigadeiros, assistir televisão, fugir do banho, dormir na casa de amigos, conseguir passar de cinco para dez a ração diária de figurinhas do álbum do momento. A Maria, vindo no vácuo, já encontrou um mundo muito mais fácil, com os pais maduros e amaciados por mim. A função de bandeirante é árdua, mas tem também suas vantagens, como a autoridade que o posto lhe confere. Você é uma espécie de gerente da casa – era a mim, não aos pais, que minha irmã recorria para resolver a maioria das questões do dia a dia, desde as mais práticas, como alcançar o sorvete no congelador, até as teóricas, como a relação do Superman com a Kriptonita ou se o periquito morto também estava no céu com a bisavó. Foi por conta de toda a responsabilidade e da confiança que a Maria depositava em mim que o problema com a casinha pegou tão mal. Eu tinha seis ou sete anos; a Maria, cinco ou seis. Morávamos numa rua sem saída. Uma das casas estava em obras, havia uma pilha de tábuas e tocos na calçada e alguém teve a idéia de construir uma casinha no fim da vila. Na hora, pareceu a coisa mais simples do mundo. Passei em casa e peguei minha caixa de ferramentas, contendo um martelinho, pregos, minha serra tico-tico de cabo vermelho, uns rolos de fita isolante, parafusos velhos e outras quinquilharias. Peguei também papel e caneta e expliquei à Maria – e às outras crianças da rua, que haviam se juntado a nós, eufóricas com o projeto – que antes de se construir qualquer coisa, era necessário fazer a planta: o desenho de como seria a casa. A Maria pegou o papel e a caneta da minha mão e desenhou uma casinha: porta no meio, uma janela de cada lado, chaminé em cima, saindo fumaça. Olhei a planta, encarei a pilha de madeiras, examinei minha caixa de ferramentas e intuí que a tarefa não iria ser assim tão simples. 136

por Antonio Prata Decidimos começar fazendo o batente da porta. Para isso, pegamos uma madeira bem grossa e empenheime em cortá-la, com minha serra tico-tico. Meia hora depois, exausto e suado, não havia serrado nem um terço da tora. O suor brotava da testa e bolhas surgiam na minha mão. Olhei minha irmã de soslaio. Ela colou seus olhos nos meus, já antevendo o que estava por vir. “Desisto”, eu disse. A Maria ficou possessa. “Mas você disse que ia fazer!”. “Mas não dá! É muito difícil!”. A Maria então olhou no fundo dos meus olhos e ameaçou: “se você desistir, eu vou escrever aqui nesse papel e nunca, nunca mais na vida eu vou esquecer disso!”. “Tá bom”, eu falei, fingindo indiferença e saindo, enquanto a Maria cumpria a promessa, com caneta hidrocor, no verso da planta da nossa natimorta casinha. Até hoje ela guarda o papel – imagino que no fundo de uma caixinha, junto a dentes de leite e papéis de carta amarelados. De tempos em tempos, quando combinamos um jantar ou viagem de fim de ano, ela me pergunta: é sério ou você vai dar pra trás, que nem com a casinha? Acho que, no geral, tive uma boa gestão como irmão mais velho, mas meu currículo de liderança estará para sempre manchado por esse episódio, como um pênalti batido pra fora, numa final de campeonato. Tudo bem. Talvez eu tenha ficado mais humilde, menos mandão. Afinal, também nossos fracassos, grandes e pequenos, são ingredientes importantes na receita de quem somos.


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