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Jardins

Paginação do piso: cada um dos caminhos pode ter um revestimento diferente, possibilitando que um simples passeio pelo parque ofereça experiências sensoriais variadas, especialmente interessantes para as crianças menores. Para os caminhos principais, podemos pensar em terra batida, lajotas, placas de cimento, placas de pedra asfalto, sempre considerando pisos antiderrapantes. Pintar o piso pode ser uma possibilidade para trazer um pouco mais de conforto para os olhos, mas nunca com cores muito luminosas, para não contrastar excessivamente com a paisagem natural.

Nas trilhas, considere outros materiais, mais orgânicos, e que promovam contrastes e investigações sensoriais distintas. O cavaco de madeira (pedaços pequenos resultantes de trituração) ou as cascas de árvores são excelentes materiais para a forração das trilhas e evitam o excesso de lama nos caminhos. Triturados de folhas também cumprem esse papel, embora se decomponham com maior velocidade. Considere também criar caminhos com areia, material muito agradável para pés descalços, assim como pedriscos de formas, cores e tamanhos diferentes.

Inspecione o material que for espalhar no piso para conferir se não há perigos desnecessários, como galhos pontiagudos ou madeira com farpas. E, finalmente, preveja a iluminação dos acessos, nas áreas de circulação e de brincar, buscando a otimização dos pontos de luz. A iluminação tem a finalidade de aumentar a segurança e criar condições para a melhor utilização do espaço pelos usuários.

Espaços vivos são elementos fundamentais das paisagens de brincar. Se os caminhos são as artérias, os jardins, bosques e florestas representam o coração dos parques naturalizados. Dentre as múltiplas funções de um jardim, destacamos a de encantar, abrir polos de percepção para a beleza da vida e estabelecer vínculos profundos com a natureza.

A presença da vida – em suas diferentes formas – no jardim conecta as pessoas com seu próprio coração, com as suas emoções. Plantas estimulam os sentidos, propiciam sombras, cores, fragrâncias, texturas e nichos para se esconder. Plantados ao longo dos caminhos, arbustos, flores e ervas criam beleza e ativam diferentes possibilidades de jogos e experiências de aprendizagem. São inúmeras outras funções ecológicas desempenhadas pelos jardins: eles capturam carbono, contribuem para a evapotranspiração (responsável por regular o ciclo hidrológico), suas raízes contribuem para a contenção da erosão e a qualidade da água, atraem e alimentam os animais, ajudam na recuperação do solo, produzem alimentos e ervas medicinais.

Uma quantidade cada vez maior de pesquisas demonstra os efeitos curativos e terapêuticos das plantas, incluindo evidências de que a exposição a ambientes de jardins e florestas pode contribuir para o fortalecimento do sistema imunológico.22 Além disso, a cor verde produz um estado de relaxamento e tem um efeito repousante para os olhos. Outro fator importante é que as fragrâncias e diferentes texturas vegetais são muito favoráveis para que pessoas com deficiências visuais ou auditivas se conectem com a natureza.

DICAS

• Faça canteiros buscando diversidade e beleza, arrisque construir formas criativas, com bordas arredondadas e desenhos diferentes. Invista nas plantas aromáticas e com texturas variadas.

• Experimente fazer sementeiras – nichos com terra fértil – nas quais as crianças podem enterrar sementes e acompanhar a germinação e o desenvolvimento das plantas. • Plantas tóxicas não são adequadas para parques naturalizados. Segundo um guia da Fiocruz, as oito espécies tóxicas mais comuns responsáveis por acidentes com crianças são: comigo-ninguém-pode; bico-de-papagaio; espirradeira; saia-branca; coroa-de-cristo; chapéu-de-napoleão; taioba-brava e tinhorão. Evite-as. • Planeje a irrigação da vegetação no projeto, incluindo a disposição de pontos de água. • Dê preferência para espécies nativas, para que as crianças e outros usuários aprofundem sua relação com o bioma onde vivem.

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