Coleção Bernoulli Ensino Médio 2021 - 100% BNCC

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1ª E 2ª SÉRIES ENSINO MÉDIO

COLEÇÃO ENSINO MÉDIO

Formação integral para a vida e para o futuro.


O Novo Ensino Médio Formação Integral para a vida e para o futuro Você já sabe, mas não custa recapitular! A BNCC – Base Nacional Comum Curricular – é um documento normativo que estabelece um conjunto de aprendizagens essenciais que nortearão a trajetória escolar da Educação Infantil ao Ensino Médio. Com a aprovação da Lei 13.415/17, o Novo Ensino Médio, em consonância com a BNCC, impõe desafios às escolas e aos sistemas de ensino nos próximos anos. Esses desafios perpassam desde a concepção dos currículos até a adaptação da equipe docente e da estrutura escolar para o acolhimento de uma trajetória escolar distinta daquela que conhecíamos anteriormente.

Formação Geral Básica (BNCC) Máximo de 1800 horas

Itinerários Formativos Mínimo de 1200 horas

Partes indissociáveis


A mudança tão esperada Nesse sentido, o Novo Ensino Médio direciona a formação dos jovens na última fase da Educação Básica para 5 pilares que devem ser observados no radar ao estruturarmos a proposta curricular em nossas escolas:

Protagonismo juvenil e Projeto de Vida.

Foco na aprendizagem e garantia dos direitos de aprendizagens comuns a todos os estudantes.

Formação Geral Básica (BNCC).

Ampliação e distribuição da carga horária nos três anos do Ensino Médio.

Itinerários Formativos para o aprofundamento em Áreas do Conhecimento.

A partir dessas mudanças, espera-se que, com o Novo Ensino Médio, os estudantes se sintam engajados por meio de aprendizagens significativas, contextualizadas e capazes de lhes permitir o desenho de sua trajetória pessoal e profissional.


Já é realidade o Novo Ensino Médio no Bernoulli Diante do Novo Ensino Médio, o Bernoulli Sistema de Ensino, atendendo às normas legais e ao seu Projeto Pedagógico, propõe uma implementação gradativa. Em 2020, iniciamos a mudança para a 1ª série do Ensino Médio alinhando a Coleção Principal, e os materiais extras vinculados a ela, à Formação Geral Básica, conforme as habilidades e competências estabelecidas na BNCC. Iniciamos também a oferta das Unidades Curriculares Eletivas Integradoras de Itinerários Formativos. Desse modo, possibilitamos que a escola tenha autonomia para construir o melhor currículo perante a sua realidade. Agora, em 2021, chegou a vez da 2ª série! Nesta fase, dando continuidade ao trabalho iniciado dentro da Formação Geral Básica na 1ª série, teremos a oferta de materiais que permitirão às escolas diferentes desenhos para seus Itinerários Formativos. Pensando de forma responsável que cada Livros da 1ª e da 2ª série escola apresenta a sua realidade, trouxemos Unidades do Ensino Médio alinhados Curriculares separadas para que a escola ofereça aquilo à BNCC. que atenda às próprias expectativas. Essa flexibilidade busca tornar nossas soluções educacionais adequadas a diferentes cenários, sem perder a qualidade da Proposta Pedagógica do Bernoulli Sistema de Ensino, reconhecida nacionalmente. Dessa maneira, temos, em 2021, a 1ª série e a 2ª série do Ensino Médio constituídas pela Formação Geral Básica (Coleção Principal + materiais extras vinculados a ela) e pelos Itinerários Formativos (materiais extras – Unidades Curriculares). Assim, oferecemos uma gama de possibilidades para as escolas parceiras montarem seus currículos.

A implementação gradativa respeita a trajetória do estudante.

O seu consultor pedagógico poderá ajudá-lo a organizar o desenho curricular que mais se ajusta à sua realidade e promover a escolha do conjunto de materiais que atendam às necessidades, de forma específica e personalizada.


Coleção Bernoulli da 1ª série do Ensino Médio A Coleção Principal da 1ª série do Bernoulli Sistema de Ensino é formada pelos componentes curriculares das Áreas do Conhecimento citados na BNCC, de acordo com os objetivos de aprendizagem dos estudantes e com o Novo Ensino Médio. Essa Coleção é orientada pelo princípio da educação integral e da Formação Geral Básica. Os conteúdos das disciplinas são tratados de modo que alcance interdisciplinaridade e maior fluidez. Na 1ª série disponibilizamos também as Unidades Curriculares Eletivas Integradoras de Itinerários Formativos, tais como Projeto de Vida, Língua Espanhola e Cadernos de Laboratório.

O canal de podcasts do Bernoulli

São vários conteúdos digitais em formato de áudio que ampliam a experiência de aprendizagem e deixam os assuntos ainda mais legais!

Disciplinas divididas nas Áreas do Conhecimento para garantir que o estudante tenha contato com as aprendizagens essenciais (BNCC), mantendo, é claro, o DNA Bernoulli.

Seções inovadoras, atividades interativas e uso de tecnologias digitais ampliam as experiências de aprendizagem e o protagonismo do estudante.


Composição dos materiais extras da 1ª série Fale com o consultor pedagógico e conheça todos os detalhes dos materiais extras.

ENSINO MÉDIO 1ª SÉRIE

COLEÇÃO PRINCIPAL* (4 VOLUMES, SENDO 2 LIVROS POR VOLUME)

MATERIAIS EXTRAS

COLEÇÃO PRINCIPAL

LIVRO 1

LIVRO 2

Biologia

Língua Portuguesa

Arte* (2 volumes)

Física

História

Inglês* (2 volumes)

Química

Geografia

Filosofia* (Livro 1)

Matemática

Sociologia* (Livro 1)

* Obrigatórias para a Formação Geral (BNCC)

Para garantir às escolas parceiras maior autonomia na reconstrução da Proposta Pedagógica bem como adequar as soluções didáticas às necessidades dos estudantes, entregamos algumas disciplinas da Formação Geral e as Unidades Curriculares do Itinerário Formativo de maneira separada na 1ª série do Ensino Médio.

UNIDADES CURRICULARES ELETIVAS INTEGRADORAS

Projeto de Vida (Livro 1 - 2 volumes)

GERAL Simulados (até 5 cj.) Planejamento diário

Matemática Básica Virtual

Língua Espanhola (Livros 1 e 2)

Caderno de Laboratório Química (Livro 1) Física (Livro 1) Biologia (Livro 1)


Coleção Bernoulli da 2ª série do Ensino Médio A Coleção Principal da 2ª série do Ensino Médio confere a continuidade e o desenvolvimento das competências e habilidades para o Ensino Médio determinadas pela BNCC e iniciadas na 1ª série para a Formação Geral Básica. Dessa maneira, garantimos que o estudante tenha contato com as aprendizagens essenciais propostas pela BNCC, mantendo, é claro, o DNA Bernoulli. A Coleção instiga a compreensão e resolução de problemas complexos e a discussão de temas contemporâneos que afetam a vida humana em escala local, regional e global. Assim como na 1ª série, traz recursos tecnológicos, tais como podcast (Bcast), vocábulos (Quero saber), galeria de imagens, vídeos de resoluções de exercícios, simuladores, realidade aumentada, entre outros que promovem a ampliação do processo de ensino e aprendizagem.

Nova 2ª série 2021: o que já era bom agora está excelente!

Videoaulas interdisciplinares na seção “Tudo se encaixa” ao longo dos capítulos.

Para que a organização curricular a ser adotada corresponda aos diferentes contextos e condições nos quais a escola está inserida, é fundamental garantir a flexibilidade e a escolha por parte dos estudantes. Para isso, trazemos, na 2ª série, as Unidades Curriculares de Aprofundamento e as Unidades Curriculares Eletivas de Itinerários Formativos para que a sua escola possa oferecer aos estudantes as melhores experiências.

Unidades Curriculares de Aprofundamento (UCA).

Unidades Curriculares Eletivas Integradoras (UCEI).


Itinerários Formativos a real flexibilidade Os Itinerários Formativos são cada conjunto de Unidades Curriculares ofertadas pelas instituições de ensino que possibilitam ao estudante aprofundar seus conhecimentos e se preparar para o prosseguimento de estudos ou para o mundo do trabalho, de modo que contribua para a construção de soluções de problemas específicos da sociedade.

OBJETIVOS DOS ITINERÁRIOS FORMATIVOS

Aprofundar as aprendizagens relacionadas às competências gerais, às Áreas do Conhecimento e / ou à Formação Técnica e Profissional.

Consolidar a formação integral dos estudantes, desenvolvendo a autonomia necessária para que realizem seus projetos de vida.

Promover a incorporação de valores universais, como ética, liberdade, democracia, justiça social, pluralidade, solidariedade e sustentabilidade.

Dúvidas em como montar o(s) Itinerário(s) da sua escola? Peça ajuda ao seu consultor pedagógico!

Desenvolver habilidades que permitam aos estudantes ter uma visão de mundo ampla e heterogênea, tomar decisões e agir nas mais diversas situações encontradas na escola, no trabalho ou na vida.


O parágrafo 2º do artigo 12 das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM) estabelece, ainda, que os Itinerários Formativos organizam-se em quatro eixos estruturantes (Investigação Científica, Processos Criativos, Mediação e Intervenção Sociocultural e Empreendedorismo). Esses eixos estruturantes buscam integrar e integralizar os diferentes arranjos de Itinerários Formativos, além de criar oportunidades para que os estudantes vivenciem experiências educativas profundamente associadas à realidade contemporânea, desenvolvendo a sua formação pessoal, profissional e cidadã. As seções presentes nos capítulos das Unidades Curriculares (de Aprofundamento e Eletivas Integradoras) dos Itinerários Formativos do Bernoulli Sistema de Ensino contarão com a marcação do eixo estruturante relacionado, conforme a seguir. Essas seções buscam envolver os estudantes em situações de aprendizagem que lhes permitam produzir conhecimentos, criar, intervir na realidade e empreender projetos de curto, médio e longo prazo.


Composição dos materiais extras da 2ª série Assim como na 1ª série, oferecemos algumas disciplinas da Formação Geral separadamente da Coleção Principal, permitindo maior autonomia da escola. As Unidades Curriculares do Itinerário Formativo da 2ª série do Ensino Médio também são entregues de forma separada (material extra), deixando que a escola elabore Itinerários Formativos que condizem com os anseios dos seus estudantes, que dialogam com o Projeto Político Pedagógico da instituição e que buscam a formação cidadã. É importante que a escola promova a escuta ativa dos seus estudantes para construir percursos que façam sentido para eles. As Unidades Curriculares ofertadas pelo Bernoulli Sistema de Ensino apresentam, além de conteúdo, multidisciplinaridade, exercícios, seções inovadoras, entre outros, dialogando com as juventudes. Nessas seções, são levados a todos os estudantes muitos debates, produções de projetos, desenvolvimento de habilidades e, principalmente, muito conhecimento!

Fale com o consultor pedagógico e conheça todos os detalhes dos materiais extras.


ENSINO MÉDIO 2ª SÉRIE

COLEÇÃO PRINCIPAL* (4 VOLUMES, SENDO 2 LIVROS POR VOLUME)

MATERIAIS EXTRAS

Simulados (até 5 cj.) Planejamento diário

Filosofia* (Livro 2) LIVRO 1

LIVRO 2

Matemática

Língua Portuguesa

Física

História

Química

Geografia

Biologia

Sociologia* (Livro 2)

COLEÇÃO PRINCIPAL

UNIDADE CURRICULAR

GERAL

De Aprofundamento (UCA) - 2 volumes cada uma Mais Matemática

Efetiva Integradora

Mais Física Sustentabilidade (2 volumes)

Mais Química

Matemática Aplicada (2 volumes)

* Obrigatórias para a Formação Geral (BNCC) Mais Biologia

História da Arte (Livro 1)

Mais História

Língua Inglesa (2 volumes) Língua Espanhola (Livros 3 e 4)

Mais Geografia

Projeto de Vida (Livro 2 - volume 2) Mais Redação

Matemática Básica Virtual

Mais Filosofia e Sociologia

Astronomia (Volume único) Economia (Volume único) - 2º semestre Cadernos de Laboratório

Química (Livro 2) Física (Livro 2) Biologia (Livro 2)



Demonstrativo do material - Coleção Principal da 1ª série


CAPÍTULO

Biologia

BIOLOGIA FRENTE A

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PDCST

Comunidades e Populações:

os seres vivos sempre conectados!

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VERSÃO PRELIMINAR: SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E DE LAYOUT.


O que você sabe sobre as abelhas? Já pensou em como elas vivem e qual a relação delas com os alimentos que você consome além do mel? Maracujá, melancia, abóbora, caju, maçã, tomate, entre outros... Só de pensar já ficamos com água na boca! Nós nunca atribuamos os méritos de termos uma mesa farta às abelhas, mas são elas as verdadeiras responsáveis por 75% da alimentação humana. Entretanto, isso pode mudar. O uso indiscriminado de agrotóxicos faz com que as abelhas, que são importantes polinizadoras, percam a capacidade de comunicação. Isso impede que retornem às colmeias, levando ao extermínio dos enxames. Para fundamentar e propor decisões sustentáveis que solucionem esse problema de escala mundial e que traz grave ameaça à vida no planeta, inclusive ao ser humano, é importante conhecer a dinâmica dos seres vivos e suas relações.

1. Organização e conceitos Ecológicos No estudo da Ecologia, adota-se a organização hierárquica dos seres vivos. Assim, organismos com características físicas e genéticas semelhantes, que cruzam naturalmente entre si e produzem descendentes férteis, isto é, que são capazes de se reproduzir, constituem uma espécie. Vários organismos ou indivíduos de uma mesma espécie, que vivem em um mesmo ambiente, formam uma população. Populações que compartilham um mesmo ambiente, interagindo entre si, formam uma comunidade. As comunidades e os componentes abióticos de um ambiente formam um ecossistema. Quando comparamos os ecossistemas terrestres, estamos fazendo um estudo sobre a biosfera. Definimos biosfera como o conjunto de todos os ecossistemas terrestres, ou seja, a faixa terrestre onde existem seres vivos. Essa faixa vai desde a camada da troposfera até as zonas oceânicas abissais. Além da organização biológica, a compreensão de determinados conceitos é fundamental para os estudos da Ecologia. O habitat se refere ao local na natureza onde uma espécie vive, se desenvolve e reproduz. Já o nicho ecológico diz respeito ao conjunto de limites de tolerância da espécie. Esse termo é muito mais do que a “profissão” ou o comportamento de uma determinada espécie em seu ambiente. Ele trata do modo de vida, relações com outros seres vivos, modo de reprodução, hábitos alimentares e predadores naturais, entre outras características. Para conhecer o nicho ecológico de uma espécie de peixe, teríamos de estudar, por exemplo, a força da correnteza suportada, a exigência de oxigênio dissolvido, a faixa de tolerância para o pH, a temperatura suportada e as relações ecológicas de que a espécie participa. Assim, o nicho ecológico evidencia as interações que uma espécie possui com outras espécies e como ela utiliza os recursos ambientais para sobreviver. Para aprofundar ainda mais esses conceitos, vamos analisar os elefantes. O que você sabe sobre eles? Saber que esses simpáticos proboscídeos são os maiores animais terrestres do planeta é muito pouco se comparado à sua grande importância ecológica. Seu nicho ecológico é surpreendente! Seja na savana africana ou nas florestas asiáticas, o elefante é insubstituível em seus ecossistemas. Digno do título de jardineiro das florestas, ele é um dispersor de sementes sem igual. Capaz de espalhá-las por um raio de, aproximadamente, 50 km, contribui para o reflorestamento e o fluxo gênico de espécies vegetais. Bernoulli Sistema de Ensino

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1. 2. Relações ecológicas Em uma comunidade – conjunto de populações de um ecossistema –, existem muitas interações que ocorrem entre os seres vivos para o equilíbrio ambiental. Conforme envolvam seres de uma mesma espécie ou de espécies diferentes, as relações entre os seres vivos podem ser intraespecíficas (entre seres de uma mesma espécie) ou interespecíficas (entre seres de espécies diferentes). Ao causarem ou não prejuízos aos organismos, essas relações podem ser classificadas de duas maneiras. Nas relações harmônicas (interações positivas), não há nenhum tipo de prejuízo para os organismos. Nas relações desarmônicas (interações negativas), pelo menos um dos organismos associados é prejudicado. Relações ecológicas Intraespecíficas Harmônicas

Colônias Sociedades

Interespecíficas

Desarmônicas

Harmônicas

Desarmônicas

Canibalismo Competição

Mutualismo Protocooperação Comensalismo > Inquilinismo > Foresia

Predatismo Parasitismo Competição Amensalismo Esclavagismo

Tabela 1. Principais relações que os seres vivos podem estabelecer entre si.

2.1. Colônias Os antozoários são uma classe do filo dos cnidários que inclui os corais. Esses seres formam colônias isomorfas, indivíduos que têm a mesma morfologia e realizam as mesmas funções. Não há, portanto, divisão de trabalho. Esse é o tipo mais comum de colônia encontrado na natureza.

Figura 1. Corais são exemplos de colônias isomorfas.

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mihtiander / Istockphoto / Getty Images

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2.11. Esclavagismo (sinfilia) O esclavagismo é a relação em que uma espécie se beneficia do trabalho de outra, prejudicando-a. Em alguns casos, indivíduos de uma espécie mantêm em cativeiro indivíduos de outra espécie para obter vantagens. Algumas espécies de formigas, por exemplo, “sequestram” e “aprisionam” no formigueiro larvas de outras espécies, obtendo, assim, um trabalho escravo. Os pulgões, insetos parasitas de plantas, retiram seiva elaborada (rica em glicose) diretamente dos vasos liberianos das plantas hospedeiras para usá-la como alimento. Em consequência da ingestão excessiva de açúcar presente na seiva elaborada, os pulgões eliminam o seu excesso pelo ânus. Esse açúcar eliminado é aproveitado pelas formigas que, como forma de obtê-lo, carregam os pulgões para dentro do formigueiro e os mantêm em cativeiro. Feito isso, as formigas passam a fornecer aos pulgões partes recém-cortadas de plantas (folhas, caules, etc.) para que eles suguem a seiva elaborada e, posteriormente, eliminem produtos açucarados que elas, então, usam como alimento. Muitas vezes, as formigas chegam a acariciar com suas antenas o abdome dos pulgões com o objetivo de estimular contrações da musculatura abdominal desses insetos, fazendo com que eles eliminem mais rapidamente os produtos açucarados. Essa relação entre as formigas e os pulgões tem característica desarmônica, já que os pulgões são mantidos em cativeiro. Assim, sob esse ponto de vista, trata-se de uma relação do tipo esclavagismo. Por outro lado, existe também uma relação relativamente harmônica, pois os pulgões são beneficiados pela facilidade de encontrar alimento e até pela proteção oferecida pelas formigas, que chegam, inclusive, a cuidar de sua prole. Sob esse outro ponto de vista, temos uma relação do tipo protocooperação. Nem sempre é fácil estabelecer limites entre duas relações ecológicas. Muitas vezes, mais de um tipo de relação ecológica pode estar presente numa mesma associação, envolvendo indivíduos de espécies distintas. Isso acontece, na associação descrita, entre certas espécies de formigas e pulgões.

SOLUÇÕES RE

AY PL

BERNOULLI NO

BERNOULLI PLAY

Relações ecológicas Nesse objeto de aprendizagem, você deverá associar a descrição de uma relação ecológica à ilustração que melhor a exemplifique e responder a perguntas relacionadas ao tema. A sua pontuação total será baseada nos acertos e no tempo gasto para finalizar o jogo.

Istockphoto

Figura 19. Relação de esclavagismo entre formigas e pulgões.

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Bernoulli Sistema de Ensino

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3. Ecologia das Populações Introduzido no Brasil na década de 1960, principalmente para o consumo de carne, o javali (Sus scrofa) se tornou um grande problema ambiental. Sua alta taxa de natalidade, agressividade natural, facilidade de adaptação e a ausência de predadores naturais são a razão do aumento de sua densidade populacional. Para compreender esse e outros assuntos relacionados à ecologia das populações, é necessário analisar diversas características mensuráveis, como taxa de natalidade, taxa de mortalidade, migração e emigração. População é um conjunto de indivíduos da mesma espécie que vivem em uma mesma área (espaço físico), em um certo intervalo de tempo. Nesse caso, tenhamos como base a população de javalis no Brasil. O tamanho da população de javalis evidentemente depende do número de indivíduos que a compõem. A relação entre o tamanho da população e o espaço ocupado por ela constitui a densidade populacional. O crescimento ou não da população depende da interação de quatro fatores: taxa de natalidade, taxa de mortalidade, taxa de imigração e taxa de emigração. Taxa de natalidade (N)

Indica a proporção de novos indivíduos adicionados à população, em um certo intervalo de tempo, por meio de nascimentos.

Taxa de mortalidade (M)

Indica a proporção de perdas de indivíduos da população, em um certo intervalo de tempo, em razão de mortes.

Taxa de imigração (I)

Indica a proporção de indivíduos que entram na população, em um certo intervalo de tempo, procedentes de outras áreas (de outras populações).

Taxa de emigração (E)

Indica a proporção de indivíduos que saem de uma população, em um certo intervalo de tempo, em direção a outras áreas (outras populações).

Tabela 2. Conceitos para o estudo das populações.

A natalidade e a imigração são fatores que acrescentam indivíduos a uma população e que, portanto, contribuem para aumentar a densidade populacional. Por outro lado, a mortalidade e a emigração retiram indivíduos de uma população, contribuindo para diminuir a densidade populacional. A densidade é uma grandeza física que indica a distribuição de matéria em determinado espaço. Matematicamente falando, calcula-se a densidade pela razão entre duas outras grandezas, a massa e o volume. Assim, temos que Densidade =

massa volume

Esse cálculo possui aplicações diversas. Na biologia e geografia populacional, ele serve para medir a distribuição de uma população em determinada área, tornando possível relacionar a capacidade de suporte do meio ao tamanho da população estudada, levando em conta as necessidades dessa população e os impactos gerados no ambiente. Densidade (D)

N Número de indíviduos de uma população (N) D A Unidade de área ou volume ocupado (A)

Na química, é utilizado na aferição da qualidade de combustíveis por meio de um densímetro. A gasolina comercializada no Brasil, por exemplo, deve possuir densidade entre 718 e 775 g/L (gramas por litro). Valores inferiores a 718 g/L ou superiores a 718 g/L indicam que podem ter ocorrido misturas indevidas no combustível, tornando o produto irregular de acordo com as normas de comercialização.

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COTIDIANO Ao analisar os visitantes florais da região da Floresta Amazônica, quais espécies podem ser consideradas polinizadores efetivos? Se você pensou nas abelhas, acertou! 90% das polinizações realizadas por animais são feitas por esse inseto. Estima-se que, em todo o mundo, existam mais de 20 000 espécies de abelhas que dependem das flores para sua sobrevivência, retirando delas os nutrientes necessários para a sua dieta. Para as abelhas, o néctar e o pólen são excelentes fontes nutricionais ricas em carboidratos e proteínas, respectivamente. Ao longo do processo evolutivo, as flores que apresentavam odores, cores e néctar adocicado foram selecionadas por atraírem esses artrópodes, e, dessa forma, produzirem sementes. Entretanto, a perda do habitat natural, mudanças climáticas e más práticas agrícolas, como altos níveis de pesticidas, têm interferido na densidade populacional das abelhas. Pesquisadores já alertam que o sumiço de abelhas e de outros insetos polinizadores pode gerar perdas bilionárias para o setor de produção de alimentos. Basta um simples raciocínio para nos ajudar a enxergar quão trágico é esse cenário: sem abelhas, sem comida.

PARA REFLETIR Discuta com os seus colegas sobre como a preservação desses polinizadores pode contribuir para a erradicação da pobreza. Considere, para a sua reflexão, os princípios da sustentabilidade ambiental. Debata em sala de aula sobre os impactos econômicos e ambientais da redução das populações de abelhas na região onde você mora. Reflita sobre quais políticas públicas podem ser adotadas para a preservação das abelhas e os motivos que interferem nessas tomadas de decisão.

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BIOLOGIA | Capítulo 1 VERSÃO PRELIMINAR: SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E DE LAYOUT.


Nas posições b e d, os astros, Sol, Terra e Lua ficam alinhados, o que permite a formação dos eclipses, duas vezes por ano, aproximadamente. Durante a maior parte do ano, esse alinhamento entre os astros não ocorre, como está retratado nas posições a e c, em que a Lua se encontra a 5°, acima ou abaixo, do plano da órbita da Terra. Por essa razão, a Lua poderá ser vista e não ocorrerá os eclipses.

d

Cheia (eclipse da Lua)

Cheia

Nova Nova (eclipse do Sol)

c sol

a Não ocorrem eclipses

Nova

Não ocorrem eclipses

5o

Nova (eclipse do Sol)

Cheia

b Cheia (eclipse da Lua)

Figura 34: O plano da órbita da Lua em torno da Terra (retângulos menores) estão inclinados 5° em relação ao plano da órbita da Terra em torno do Sol (retângulo maior). Nas posições b e d, ocorre a interseção entre esses planos, e os eclipses podem ocorrer. Nas outras posições, a e c, a Lua estará um pouco abaixo ou acima do plano da Terra e, assim, não formará os eclipses.

TÁ NA MÍDIA

A raridade e a beleza dos eclipses fazem deles eventos marcantes e únicos. Ao acessar esse QR Code, você aprenderá mais sobre eclipses e sobre os fatores necessários para que eles ocorram.

SITE

2.7.

As estações climáticas

A Terra gira em torno do Sol com um período de 365 dias e 6 horas por meio de uma órbita elíptica, com o Sol ocupando um dos focos da elipse, como se estuda na Primeira Lei de Kepler, e, por essa razão, a distância entre a Terra e o Sol é variável. Todavia, essa variação da distância é pequena, e a sua influência sobre o clima na Terra é desprezível. As quatro estações climáticas (verão, outono, inverno e primavera) ocorrem na Terra porque ela apresenta um eixo polar de rotação inclinado cerca de 23° em relação a uma normal ao plano orbital, conforme pode ser visto na figura 35.

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Figura 35. A inclinação do eixo de rotação da Terra interfere nas suas estações climáticas.

Raios Solares

23°

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Física

FÍSICA | Capítulo 1 VERSÃO PRELIMINAR: SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E DE LAYOUT.


Seis meses após o momento ilustrado na figura 35, haverá uma completa inversão do clima nos dois hemisférios do planeta. No Hemisfério Norte, será verão e, no Hemisfério Sul, inverno. As estações climáticas nas várias áreas do planeta se alternam ao longo da órbita da Terra, como ilustrado na figura 36. Os equinócios ocorrem nos dias 21 de março e 23 de setembro, e referem-se aos momentos do ano em que as durações do dia e da noite são iguais. Os solstícios, que ocorrem nos dias 21 de dezembro e 22 de junho, referem-se à máxima ou à mínima duração do dia solar, dependendo se é verão ou inverno, nessa ordem, no hemisfério analisado. As indicações das estações na figura 36 referem-se ao Hemisfério Sul. 21 de março Equinócio Outono

N

Sol 22 de junho Solstício

N

N

21 de dezembro Solstício

S

S

Verão

N

Primavera Inverno S

S

Figura 36. Alternância das estações climáticas da Terra no Hemisfério Sul.

23 de setembro Equinócio

COTIDIANO A fotografia não existiria se não fosse a existência da luz. A arte de registrar as imagens começou quando a humanidade inventou a câmara escura de orifício para reproduzir paisagens, retratos e monumentos. Sua evolução seguiu passando pelas máquinas de filmes fotográficos, em preto e branco, depois coloridos, até os dias de hoje, da tecnologia digital. O fotógrafo deve conhecer e dominar como a luz interage com o objeto que se deseja fotografar. Os efeitos desejados nas fotos podem ser realizados por várias técnicas, como a cor da luz no ambiente, os filtros de luz utilizados nas máquinas, os ângulos envolvidos e até a interferência das sombras. Para um cenário mais suave, por exemplo, utilizam-se luzes difusas (que propagam em todas as direções) para diminuir as sombras. Já em um cenário de época, usa-se uma iluminação de cor mais amarelada, dando também a sensação de conforto. Por fim, para se promover um cenário de bem-estar e limpeza, é importante utilizar a luz branca. O bom fotógrafo pratica seus conhecimentos e experiências para garantir sempre a melhor fotografia.

Fotografia de Michael Wesley, pioneiro em fotografias de longuíssima exposição. Em 2001, ele começou a filmar uma série de fotografias sobre a demolição e reconstrução do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, durante 3 anos.

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VERSÃO PRELIMINAR: SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E DE LAYOUT. FÍSICA | Capítulo 1

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Agora é com você Que tal colocar em ação um pouco do que você aprendeu neste capítulo? É possível fazer fotografias de longa exposição utilizando um smartphone, porém, geralmente, os aplicativos de câmera nativos dos smartphones não permitem o controle manual do tempo de abertura da câmera e este é o fator fundamental para tirar uma foto de longa exposição. No QR Code a seguir, você encontrará um aplicativo que permite controlar, de maneira simplificada, o tempo de abertura da câmera para tirar fotos com o efeito de longa exposição. Para garantir uma boa foto, fique atento ao fato de que, como a câmera fica muito tempo exposta, é importante que o ambiente tenha uma iluminação ideal. Ambientes menos iluminados são preferíveis para que a imagem não sature (imagem branca). Se puder, apoie a câmera em algum suporte, como um tripé ou outros, para que sua imagem não fique tremida. Depois, poste a sua foto nas redes sociais com a hashtag #SouBernoulliFísica.

#souBernoulliFísica A EVOLUÇÃO DA CONSTRUÇÃO CIVIL A evolução da construção civil é notória e a cada dia propõe mais soluções inovadoras e sustentáveis. Os arquitetos e engenheiros, atualmente, incluem em seus projetos, além das dimensões das vigas, espessuras das paredes, área de cada cômodo, especificações da instalação elétrica e hidráulica, também o melhor posicionamento do imóvel em relação ao movimento relativo do Sol. A posição do Sol é uma das variáveis que determina a disposição dos ambientes de uma residência, a posição das janelas e até das placas de aquecimento de água ou fotovoltaicas para geração de energia elétrica. A figura 1 mostra uma planta de uma casa em que a posição de seus cômodos foi determinada em razão do Sol. NORTE

OESTE

Varanda

Quarto

Quarto

Cozinha Quarto

Sala de estar

LESTE

Lavanderia

Layout dos cômodos de uma casa. Os quartos estão voltados para o leste, a sala para o norte / oeste e a cozinha e área de serviços para o sul.

SUL

Analisando a planta com mais detalhe, pode-se perceber que a área privativa fica na posição em que o Sol nasce, a leste, garantindo que os quartos tenham temperaturas agradáveis, já que receberão raios mais amenos pela manhã. Já na posição em que o Sol se põe, oeste, devem ser direcionados os cômodos de pequena ou média permanência, já que receberão pouca iluminação, como as escadas, áreas de serviços e garagem. Ao norte, como a luz incidirá quase o dia todo, ficam as varandas, janelas de uma sala e também, quando possível, as placas de aquecimento de água e fotovoltaicas. A orientação sul é a mais problemática, já que no inverno quase não há incidência do Sol e no verão há luz apenas nas primeiras horas da manhã e no fim da tarde.

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Não se pode negar que a luz solar na quantidade certa é boa para a saúde, para o meio ambiente e para o bolso, já que gera economia. Um projeto bem executado pode diminuir as despesas com ar-condicionado, ventilador e lâmpadas, beneficiando o dono do imóvel e, ao mesmo tempo, a natureza. Para os prédios, o desafio de aproveitar a luminosidade ambiente é ainda maior. É possível, por exemplo, que alguns apartamentos fiquem todos voltados para o norte, o que provocaria a incidência solar em quase todos os cômodos o dia todo e um aquecimento indesejado nesses ambientes. Ao passo que aqueles voltados para o sul não receberiam quase nenhuma luz, o que poderia provocar mofos nas paredes, intensificando processos alérgicos em seus moradores. Essa questão é tão importante que, no mesmo andar de um prédio, é possível ter apartamentos com preços diferenciados de acordo com a sua posição em relação ao movimento aparente do Sol. E agora, antes de comprar uma casa ou um apartamento, que tal fazer esta pergunta: Onde nasce o Sol?

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FÍSICA | Capítulo 1 VERSÃO PRELIMINAR: SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E DE LAYOUT.


Quem explicou a Queda do Império Romano no Ocidente?

O Império Romano corresponde ao período pós-República Romana, sendo marcado por uma forma de governo autocrática cujo líder era um imperador. Esse sistema começou com Otávio Augusto e findou-se com Rômulo Augusto. Você conseguiria explicar a origem das narrativas sobre os fatos ocorridos ao longo da história mundial, como a Queda do Império Romano no Ocidente? Para compreendermos tal processo, desenvolva uma pesquisa em grupo partindo das seguintes orientações: • Acesse o Google Acadêmico em: <https://scholar.google.com.br/>. Ao acessar esse link, você será direcionado para a ferramenta de pesquisa acadêmica do Google, que permite entrar em contato com a produções científicas universitárias e artigos variados. • Pesquise sobre os motivos da Queda do Império Romano – cada grupo deverá selecionar um artigo diferente e guiar-se pelos seguintes tópicos: – Quais documentos o autor do artigo utilizou para escrevê-lo? – Como esses documentos afetaram a narrativa do artigo? – Quais leituras foram feitas para a construção do artigo? (Vide Referências Bibliográficas) – O autor conseguiu fazer o que foi proposto na introdução? Para finalizar, cada grupo deverá responder ao seguinte questionamento: É possível explicar de um fato histórico sem antes realizar uma pesquisa científica na área?

2.1. Surgimento e crescimento do Cristianismo Originada do judaísmo, cujos adeptos esperavam a vinda do Messias libertador, a doutrina cristã fundamenta-se nas pregações de Jesus de Nazaré, também chamado Cristo (em grego, Messias), um carpinteiro da Galileia que afirmava ser filho de Deus e que, por isso, foi julgado, condenado e crucificado no ano 30 de nossa Era, durante o governo de Tibério. A vida e a doutrina de Cristo foram registradas no Novo Testamento, em quatro livros chamados de Evangelhos, escritos entre os anos 70 e 90 por Mateus, Marcos, Lucas e João, com base em tradições transmitidas oralmente pelas primeiras comunidades cristãs. Da região da atual Palestina, essa nova religião propagou-se para Roma, conseguindo instalar-se em todo o Império e em todas as camadas sociais. Inicialmente, os romanos viam no cristianismo apenas mais uma religião entre tantas existentes na época, já que prezavam pela tolerância religiosa e aceitavam as religiões dos povos dominantes. Contudo, aos poucos, essa visão foi se modificando e os romanos passaram a ver o cristianismo como uma religião clandestina e subversiva, uma vez que muito se diferenciava dos outros cultos professados na época: o cristianismo era pacifista, enquanto o império era militarista; era monoteísta, enquanto as demais religiões eram politeístas e professavam o culto ao imperador, considerado uma divindade; propunha a vida após

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a morte e pregava a igualdade entre os homens, o que contrariava os interesses das elites escravistas, já que os escravos, que chegaram a compor quatro quintos da população romana, não poderiam ser considerados iguais aos outros homens. Além desses fatores, o cristianismo pregava que só ele possuía a verdade e que todas as outras religiões praticadas pelos romanos, inclusive as do Estado, eram falsas. Os cristãos recusavam-se, por exemplo, a cumprir os rituais ligados à figura do imperador. Devido a essa discordância entre os seguidores de outras religiões e os cristãos, estes foram duramente perseguidos pelos imperadores, que consideravam seu culto ameaçador ao poder imperial. Por esses motivos, os adeptos do cristianismo eram perseguidos e mortos. Mas, mesmo assim, a influência dessa nova religião se expandiu e, em 313, o imperador Constantino promulgou o Edito de Milão, dando liberdade de culto aos cristãos (sua própria esposa era cristã). Devido às crises do Império e todo os desfortúnios gerados, muitos romanos viam nas pregações cristãs a salvação e o entendimento do que estavam sofrendo. Dessa forma, em 391, por decreto do Imperador Teodósio, a religião cristã se tornou a oficial do Império Romano, e Roma se tornou a sede da cristandade.

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História

HISTÓRIA | CapítuloVERSÃO 1 PRELIMINAR: SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E DE LAYOUT.


Os romanos eram politeístas e, com o tempo e as expansões, foram assimilando divindades de outros povos, principalmente as dos gregos, sob denominações diferentes. Além disso, herdaram dos gregos também a visão humanista do mundo.

Figura 17. O Coliseu.

A língua latina surgiu na região do Lácio e se tornou a oficial de Roma e da Igreja Cristã (Católica, a partir do século XI). Do latim cotidiano, vulgar, em associação com as línguas germânicas introduzidas com o escravismo e as invasões, surgiram as línguas neolatinas (português, francês, espanhol, italiano, romano, dentre outras). Apesar de a língua latina não ser mais utilizada (exceto pela Igreja Católica), seu alfabeto, de origem etrusca e grega, é o mais utilizado no mundo.

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Figura 18. Ruínas romanas dos banhos termais de venosa, Basilicata, sul da Itália.

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Por fim, um dos maiores legados dos romanos à posteridade foi seu código de leis, que se divide em: direitos naturais (compêndio de filosofia jurídica); direito dos povos (leis aplicáveis a estrangeiros) e direito civil (leis aplicáveis aos cidadãos romanos).

Nikada / Getty Images

As termas romanas também se destacavam no cotidiano da população. Eram locais de banhos públicos, pontos de encontro dos cidadãos e exercício da vida política e intelectual.

Nikada / Getty Images

As pinturas e esculturas romanas tinham influência etrusca e helenística. A literatura romana se destaca por obras como Arte de Amar, de Ovídio; História de Roma, de Tito Lívio, e Eneida, de Virgílio (poema épico que narra a fundação mítica da cidade). Anfiteatros como o Coliseu foram palco de espetáculos de gladiadores, festivais públicos e encenações teatrais.

BERNOULLI PLAY

Deuses gregos e romanos

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Assista a esse vídeo para conhecer algumas características e diferenças das divindades idolatradas pelos povos romanos e pelos gregos.

TÁ NA MÍDIA

Cleópatra (Cleopatra) Cleópatra (Cleopatra). Reino Unido, 1963. Narra o relacionamento amoroso da rainha do Egito, Cleópatra, com os generais romanos Júlio César e Marco Antônio. O filme exibe cenas do primeiro encontro da rainha com César, a batalha de Ácio e o suicídio de Cleópatra. A queda do Império Romano (The Fall of the Roman Empire). EUA, 1964. Após a morte do imperador Marco Aurélio, tem início a luta entre o seu filho adotivo (Maximus) e o seu filho legítimo (Comodus). Galeria de Filmes: Para mais sugestões de filmes sobre a história das civilizações clássicas, acesse a Galeria de Filmes. FILMES

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2.2. A Cultura Romana

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2.1. Colonos e indígenas: desconhecimento e extermínio A região em que desembarcaram puritanos, católicos, presbiterianos, camponeses pobres, degredados e demais perseguidos político-religiosos ingleses nos séculos XVI e XVII não estava despovoada. Esse local era habitado por centenas de tribos indígenas. Historiadores, etnógrafos e arqueólogos estadunidenses estimam que a população indígena na região que viria a ser os Estados Unidos era de, aproximadamente, 850 mil pessoas no início da colonização. Entretanto, em 1850, durante o movimento da Marcha para o Oeste, a população indígena caiu para menos de 250 mil pessoas. Essas populações foram atingidas pelo processo de colonização nas terras da América do Norte:

O preconceito [...] não foi o único dano que os ingleses causaram aos índios. Mesmo se não fossem agressivos, os europeus já seriam perigosos. A imigração europeia havia introduzido na América do Norte doenças para as quais os nativos não tinham defesa. As epidemias nas colônias inglesas atingiram os indígenas da mesma forma que nas áreas ibéricas. O sarampo matou milhares de indígenas em toda a América. KARNAL, L.; PURDY, S.; FERNANDES, L. E. História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI. São Paulo: Contexto, 2007. p. 59.

Estudos mostram que havia grande diversidade linguística e cultural entre os povos nativos das Treze Colônias britânicas. Estima-se, por exemplo, que eram faladas centenas de idiomas pelas diversas tribos que habitavam a região. A organização social dos nativos era bastante diferente da europeia. Os povos indígenas eram caçadores / coletores e se organizavam em tribos com níveis diversos de sedentarização. No âmbito da religião, enquanto os europeus seguiam os preceitos cristãos, os índios norte-americanos praticavam rituais xamanistas e totêmicos, isto é, adoravam as forças da natureza e acreditavam na ação cotidiana de espíritos de animais e de árvores, que representavam o bem e o mal.

Figura 3. Representação do encontro de Europeus e índios na região que atualmente é o Mississippi.

Os colonos ingleses, bem como os espanhóis e os portugueses, não reconheceram os nativos americanos como semelhantes. Para os colonizadores, esses povos eram inferiores e deveriam ser removidos para que a terra pudesse ser ocupada pelos verdadeiros povos a ela destinados – os cristãos das diversas vertentes que ali chegaram perseguidos pelo Estado inglês. Ao longo do Período Colonial, os ingleses, ao mesmo tempo que estabeleciam relações comerciais com os indígenas, expulsavam-nos para terras além dos Apalaches, em um movimento violento que levou ao extermínio de várias etnias. A exclusão dos povos indígenas da sociedade colonial foi agravada pela falta, na colonização inglesa, de um projeto de catequização sistemática do gentio. Enquanto no processo de colonização dos países ibéricos, motivados pelo afã evangelizador da Contrarrefoma católica, a conversão dos povos indígenas ao catolicismo foi adotada como um dos objetivos primários da empresa colonial, os colonos ingleses pouco se preocuparam, após os contatos iniciais com as populações nativas, em realizar ações missionárias para a conversão desses povos.

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Há casos isolados de catequização de gentios na América Inglesa, porém, como afirma o historiador Leandro Karnal, não se pode tomar esses casos como regra:

Existem, é bem verdade, experiências puritanas de conversão do índio [...]. Havia mesmo um colégio índio em Harvard, onde os puritanos pretendiam formar elites índias cristianizadas para atuarem próximos aos índios. Os índios deveriam estudar Lógica, Retórica, Grego e Hebraico. É fácil imaginar que o colégio não foi um sucesso enorme entre as populações indígenas. Em 1665, um índio com o complexo nome de Caleb Cheeshahteaumuck concluiu seu bacharelado no colégio. Foi o único. Nenhum outro índio conseguiu essa proeza. O colégio tornara-se um fracasso, e, em 1698, foi demolido. Houve outras experiências de conversão e catequese. Nunca houve um processo sistemático e permanente como no mundo da América Ibérica. Os esforços do reverendo Eliot, que chegou a traduzir o Novo Testamento para os índios algonquinos, são exceção, não a regra.” KARNAL, L.; PURDY, S.; FERNANDES, L. E. História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI. São Paulo: Contexto, 2007. p. 62.

O extermínio dos povos nativos foi realizado por meio de conflitos abertos – guerras entre os colonos e os indígenas – e da disseminação de mortíferas epidemias, que devastavam populações inteiras de índios desprotegidos frente às moléstias trazidas pelos europeus. Além disso, o desequilíbrio econômico e social provocado pela presença europeia na vida cotidiana das tribos fez com que, desprovidas de seus territórios ancestrais, muitas nações indígenas perdessem sua fonte de subsistência e expressivos contingentes populacionais por fome e miséria. Até o século XX, as populações indígenas foram duramente perseguidas pelos colonos ingleses (depois cidadãos dos Estados Unidos), o que levou o filósofo e historiador francês Alexis de Tocqueville a afirmar, em 1831, que os índios foram arruinados por uma competição para a qual não tinham os meios de sustentação. De muitas tribos, restaram apenas os nomes, adotados por alguns estados dos Estados Unidos, como Massachusetts, Iowa, Illinois, Missouri, Delaware e Dakota. No entanto, ao longo do século XX, os sucessivos governos dos Estados Unidos passaram a se preocupar com a situação das tribos remanescentes, muitas confinadas a estreitas reservas indígenas federais com péssimas condições de subsistência.

EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM

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O Meme é um termo criado pelo escritor e biólogo Richard Dawkins, em seu livro The Selfish Gene (O Gene Egoísta), lançado em 1976, cujo significado é um composto de informações que podem se multiplicar entre os cérebros ou em determinados locais, como livros. [...] O Meme pode ser considerado uma ideia, um conceito, sons ou qualquer outra informação que possa ser transmitida rapidamente. [...] Em referência ao campo da informática, a expressão “Memes de Internet” é utilizada para caracterizar uma ideia ou conceito, que se difunde rapidamente através da web. O Meme pode ser uma frase, link, vídeo, site, imagem, entre outros, os quais se espalham por intermédio de e-mails, blogs, sites de notícia, redes sociais e demais fontes de informação. Disponível em: <https://www.infoescola.com/comunicacao/memes/>. Acesso em: 13 ago. 2019.

O meme anterior ironiza a política migratória do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Analise como se desenvolveu a relação entre colonizadores e indígenas e associe esse contato entre os povos com o meme apresentado.

02

[...] Primeiras aproximações europeias do território dos Estados Unidos já causaram um efeito duplo sobre as imensas populações indígenas da região. Primeiro, foram trazidas doenças novas como o sarampo e a gripe, que causaram milhares de vítimas entre os povos nativos, absolutamente despreparados para esse contato biológico. Também restaram cavalos nas terras da América do Norte, trazidos e depois abandonados pelos conquistadores, tomando-se selvagens. Esses cavalos passaram a ser, depois de domados, utilizados pelos índios, que assim modificavam suas táticas de guerra e seus meios de transporte. KARNAL, L.; PURDY, S.; FERNANDES, L. E. História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI. São Paulo: Contexto, 2007. p. 62. [Fragmento]

Com base no texto anterior, aponte as consequências do contato com os europeus para os povos indígenas.

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2.5. Função fática: o canal em teste A função fática evidencia-se em textos em que o canal de comunicação é colocado em foco. Trata-se de uma função bem comum na oralidade, em que os falantes, durante um diálogo ou exposição, utilizam expressões para se certificarem de que seus ouvintes estão atentos e / ou entendendo o que está sendo dito. Exemplos dessas expressões fáticas são: “né”, “tá”, “certo”, “entendeu”. Em conversas ao telefone, faladas ou escritas em aplicativos, expressões como “alô”, “hum”, “ahã” também são exemplos de função fática da linguagem, pois, nesses casos, servem para confirmar que o canal de comunicação entre os falantes está ativo.

oi, sumido... opa Uhum. E aí? ?

Por conta de seu caráter esporádico, é praticamente impossível encontrar textos que sejam em toda a sua extensão produções com a função fática. O que se presencia são manifestações dela ao longo de textos maiores.

Cutucadas Viviane cutucou você. Cutuque de volta

A função fática está cada vez mais presente em comunicações virtuais, por exemplo, ao se mandar mensagens rápidas e curtas para certificar-se de que o receptor está online também. Um interessante exemplo de mensagem na qual predomina a função fática é a “cutucada” do Facebook. Ela tem o propósito de alertar o usuário para a presença de amigos ou interessados no perfil. A atenção do receptor é direcionada para o próprio canal de comunicação após o rápido aviso, que funciona como os termos comuns em qualquer diálogo (“oi”, “ei”, “alô”, etc.).

INTERDISCIPLINAR A função fática pode ser usada de forma produtiva, inclusive, para manifestações artísticas. A premiada cantora britânica Adele, por exemplo, tem como uma de suas músicas mais conhecidas a canção “Hello” (“Olá”), que simula um monólogo por telefone e, em virtude disso, há presença de função fática em parte da letra, por exemplo, no trecho “Hello, can you hear me?” (“Olá, você pode me ouvir?”). Acesse o QR Code e confira o clipe da música.

2.6. Função metalinguística: o texto sobre o texto A função metalinguística predomina nos casos em que o foco é o próprio código. No que se refere aos textos verbais, por exemplo, são metalinguísticos todos aqueles que tratam da própria linguagem. É o caso dos dicionários, exemplo mais tradicional, dos romances em que os personagens são escritores, e também dos textos em que os autores discutem questões da própria escrita ou falam sobre os motivos que os levaram a escrever algo. Isso não significa, entretanto, que sejam metalinguísticos apenas os textos verbais que tenham a língua como tema. De fato, essa função é importantíssima no ramo artístico e textual, sendo explorada das mais diversas formas, como em filmes que abordam o próprio fazer cinematográfico (basta pensar em alguns documentários ou em cenas extras, por exemplo, que revelam imagens de bastidores ou de gravações), em pinturas em que há a representação de artistas pintando, em novelas e em seriados em que os personagens são atores ou diretores, enfim, as possibilidades são inúmeras. Em “Autopsicografia”, por exemplo, Fernando Pessoa compõe um poema para refletir sobre a própria poesia, sobre o fazer poético e sobre a recepção do poema pelos leitores.

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Autopsicografia O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que leem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração. Fernando Pessoa

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Língua Portuguesa

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A função metalinguística pode ser evidenciada já no título. “Psicografia”, segundo o verbete do Dicionário Aurélio, significa “história ou descrição da mente ou das suas faculdades; análise psicológica” ou ”escrita dos espíritos pela mão do médium”. O prefixo “auto”, por sua vez, significa “de si mesmo”. “Autopsicografia” é, assim, um neologismo, o qual pode ser entendido como “escrita de si mesmo” ou como uma descrição do poeta sobre o próprio ato de escrita. A linguagem é a matéria-prima dos escritores. Manipulando-a e moldando-a, eles são capazes de fazer parecer real tudo o que sentem e o que pensam, inclusive a dor. Por isso, o eu lírico afirma que “o poeta é um fingidor” e “que chega a fingir que é dor / a dor que deveras sente”.

É possível entender que o poeta trabalha tanto com a linguagem a fim de se expressar de forma bela, que, ao terminar de escrever o poema, tudo o que foi sentido já não é mais sentimento, e sim linguagem “fingindo” ser sentimento, ou seja, representação. Na segunda estrofe, o eu lírico focaliza o leitor e fala do prazer de ler poesia e, na última estrofe, o eu lírico refere-se ao coração, metáfora para os vários sentimentos que os poetas representam em sua poesia. Como se percebe, todo o poema é metalinguístico, uma vez que trata do processo de produção e de recepção de textos poéticos. A metalinguagem também é comum em textos não verbais. Observe na pintura de Diego Velázquez como esse efeito é produzido:

Essa pintura possui função metalinguística, pois trata-se de um quadro que reproduz a ação da pintura em si, o momento exato em que um pintor elabora sua produção artística. Isso fica evidente com a presença, ao lado esquerdo da tela, de um pintor com pincel e aquarela na mão, durante a execução de uma tela (o observador vê apenas o lado de trás do cavalete) para a qual posa a menina localizada ao centro. Assim, cria-se um jogo de espelhamento, pois o quadro que o artista produzirá terá uma perspectiva bastante semelhante a de quem observa (talvez apenas com a mudança de ponto de vista, uma vez que o artista observa a cena pela lateral; a menina, pelas costas; e os espectadores da obra a observam de frente).

VELÁZQUEZ, Diego. As meninas. 1656. Óleo sobre tela, 3,18 m × 2,76 m. Museu do Prado, Madrid, Espanha.

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NO COTIDIANO

O documentário Jogo de Cena (2007), do diretor brasileiro Eduardo Coutinho, explora o uso da função metalinguística para confundir seus espectadores. Trata-se de uma sequência de depoimentos feitos por atrizes famosas e cidadãs comuns, em uma série de histórias narradas para a câmera, sem uso de cenário elaborado ou outros efeitos estéticos. A sequência faz com que, em um certo momento, seja impossível identificar com clareza quais histórias foram inventadas; quais estão sendo criadas pelas atrizes; quais são reais, mas estão

TÁ NA MÍDIA APLICATIVO

FG Trade / Getty Images

A função metalinguística tem sido cada vez mais usada na contemporaneidade, mesmo que de forma não intencional, devido à presença constante de tecnologias digitais. Um típico caso de produção metalinguística são as selfies, retratos tirados pelo próprio usuário da câmera ou, mais comumente, do aparelho celular. Elas são muito exploradas nas redes sociais, sobretudo por blogueiros de moda e de maquiagem. Ao ser, ao mesmo tempo, fotógrafo e elemento fotografado, tem-se um jogo que revela aos observadores como o mecanismo de produção da foto ocorreu, o que evidencia a presença da metalinguagem. Como a selfie opera de forma semelhante aos autorretratos na pintura, também é possível identificar nela uma forte presença de função emotiva. Isso ocorre porque um mesmo texto pode apresentar mais de uma função da linguagem.

sendo narradas por outras pessoas que não as viveram; enfim, as possibilidades narrativas são várias e evidenciam o poder de criação e de reflexão do cinema, deixando claro o processo de gravação e de ficção para o receptor. Acesse o QR Code e confira!

SISTEMATIZANDO Existem diversos canais de booktubers disponíveis no YouTube. Como foi visto, eles têm a função de apresentar obras literárias e fazer alguns comentários pessoais a respeito delas. A seguir, há sugestão de dois desses canais para você. Assista a alguns vídeos disponíveis. O Literature-se é um canal feito pela estudante de Estudos Literários Mell Ferraz e conta com a produção de conteúdo diverso a respeito de literatura e do mundo dos livros. Normalmente, há postagens sobre as leituras realizadas, que vão de clássicos da literatura a best-sellers. O Lidolendo é um canal literário no qual sua produtora, Isa Vichi, engenheira de formação, analisa algumas leituras feitas ao longo de sua vida. O canal é interessante por ser feito por alguém de fora do mundo das Letras, mostrando que a leitura é, sim, para todos. Agora, pense: qual é a tipologia predominante nesses vídeos com comentários a respeito de livros? Escolha um dos vídeos e analise o posicionamento tomado pelo booktuber, com base nas seguintes reflexões: as escolhas argumentativas se sustentam, isto é, o autor do vídeo consegue fundamentar bem a opinião a respeito do livro? Por quê? Reúna-se, depois, com seus colegas e escreva um texto justificando suas respostas. Apresente-o para a turma. Vocês podem, inclusive, gravar a análise e exibi-la para a classe, como booktubers.

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LÍNGUA PORTUGUESA | Capítulo 1 VERSÃO PRELIMINAR: SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E DE LAYOUT.


Demonstrativo do material - Coleção Principal da 2ª série


VAi lÁ E FAZ

Na

tirinha,

DE LAYOUT.

Armandinho

usa

a

ambiguidade em seu favor. A mãe,

Os cartuns, presentes maciçamente em livros de Língua Portuguesa, são textos que combinam linguagem verbal e não verbal, apresentam caráter crítico, e possuem imenso potencial de divertir os leitores. Os profissionais que trabalham com a construção e a criação desses textos são chamados de cartunistas.

quando diz que Armandinho deve “falar com o pai”, quer passar a mensagem de que ele deverá falar com o pai sobre a possibilidade de comer chocolate. No entanto, Armandinho vai atrás do

Um exemplo de cartunista muito conhecido, cujas criações marcaram muitas infâncias, é o Mauricio de Sousa. Mauricio é membro da Academia Paulista de Letras e criador da Turma da Mônica – da qual algumas personagens muito conhecidas são Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali, Bidu, entre tantas outras.

pai e fala com ele amenidades (“Pai, como foi o trabalho hoje?”), não sobre poder ou não comer o chocolate. A personagem, então, atribui à frase “Fala com seu pai!” um significado

A ideia de criar essa turminha ocorreu em 1959. Você acredita que a primeira personagem que surgiu não foi a Mônica, e sim o cãozinho Bidu? Além disso, Mauricio se inspirou em seus filhos e em parceiros de trabalho (muitos, efetivamente, trabalham com ele na empresa Mauricio de Sousa Produções) para criar diversos integrantes das revistinhas.

que facilita o alcance do seu objetivo: comer chocolate. A ambiguidade em um enunciado também

pode

ocorrer

devido

à

posição de um termo na estrutura

Agora é a sua vez de ter a experiência de um cartunista: escolha uma das páginas disponíveis para criação de histórias em quadrinhos e crie tirinhas com a presença da polissemia ou da paranomásia nos diálogos entre as personagens. Seja criativo! Você pode criar histórias reflexivas, engraçadas, com moral, afinal, você é o cartunista e o roteirista! Ah, e você também pode se aventurar e fazer o quadrinho à mão, caso goste de desenhar!

verbal,

o

que

causa

dificuldade

para que a clareza de sentido seja estabelecida. Mas existem maneiras de eliminar a ambiguidade: podese reconstruir a sentença inteira ou, em muitos casos, apenas deslocar o termo causador do sentido confuso.

Bruno Santos / Folhapress

Veja: •

são mais felizes. Há mais de uma interpretação possível nesse enunciado:

Em seguida, compartilhe no stories do seu Instagram com a hashtag

1. 2.

O fenômeno semântico conhecido como ambiguidade é muito músicas, etc. Trata-se de um recurso da linguagem que possibilita leituras variadas de uma mesma palavra, expressão, frase. Em gêneros textuais pertencentes ao universo científico (monografias, artigos, resumos), a ambiguidade não é encorajada, pois o foco deve ser uma comunicação eficiente, sem brechas interpretativas. em

um

são

constantemente

O fenômeno da ambiguidade pode

comum em nosso dia a dia, seja em anúncios publicitários, seja em

lado,

Crianças

mais felizes?

2.2. Ambiguidade

outro

Crianças que brincam repetidas vezes são mais felizes?

#soubernoullipolissemia!

Por

Crianças que brincam frequentemente

texto

humorístico,

por

exemplo,

a

ambiguidade é bem-vinda e, às vezes, determinadora do humor. Veja a tirinha a seguir:

ser prejudicial não só no momento da fala, mas também no da escrita, pois,

normalmente,

não

estamos

ao lado de nosso leitor para tirar as dúvidas advindas de estruturas mal formuladas. Sermos mal interpretados é fator decisivo para não sermos compreendidos. Voltando à sentença proposta,

o

termo

causador

de

ambiguidade é “frequentemente”. Se o termo for deslocado, a compreensão

Armandinho, de Alexandre Beck

da sentença fica mais simples:

70

Bernoulli Sistema de Ensino

Crianças

que

frequentemente

brincam são mais felizes. •

Crianças

que

brincam

frequentemente mais felizes.

são

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Língua PortuguesaSUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E

Frente C | Capítulo 1 VERSÃO PRELIMINAR:


Há três tipos de ambiguidade, conforme veremos a seguir: 1.

Sintática: Como o nome já indica, a ambiguidade sintática é causada por um problema sintático, ou seja, devido à posição de um dos termos oracionais da estrutura, comumente o adjunto adverbial, o complemento nominal ou o adjunto adnominal. Veja o exemplo: •

O jovem viu a menina com o binóculo. Quem estava usando o binóculo: a menina ou o jovem? Para resolver a ambiguidade, poderíamos tanto deslocar o termo “com o binóculo” quanto acrescentar informações / vocábulos que promovessem clareza.

O jovem com o binóculo viu a menina.

O jovem viu a menina que estava com o binóculo. No segundo caso, a construção de uma oração subordinada adjetiva restritiva é essencial para desfazer a confusão

Para compreender a aplicação desse conteúdo, leia o trecho de uma questão do Enem, que apresentava a manchete a seguir: “CAMPANHA CONTRA A VIOLÊNCIA DO GOVERNO DO ESTADO ENTRA EM NOVA FASE” A construção da manchete aceitava interpretações distintas, entre elas a ideia de que a violência era de responsabilidade do governo. No entanto, possivelmente, o intuito era dizer que o governo estava promovendo uma campanha contra a violência, a qual entraria em uma nova fase de execução. Recorrências desse tipo atrapalham o objetivo do texto, que é o de informar às pessoas sobre acontecimentos, diminuindo a credibilidade do veículo midiático.

2.

Pragmática: Algumas expressões próprias da nossa língua podem ter diversos sentidos, principalmente quando tratadas de maneira literal / denotativa. É importante ressaltar que muitas delas não possuem tradução em outros idiomas, exatamente por depender de conhecimento específico da cultura do nativo.

© Maurício de Sousa Ltda.

Observe a tirinha:

Há duas maneiras de interpretação da expressão “cabeça de gado”. A primeira, da perspectiva do amigo de Chico Bento, significa que o pai tem oitocentos bois. Já a segunda, compreendida por Chico, significa apenas a cabeça, sem o restante do corpo. Não há como resolver essa ambiguidade deslocando termos, ou seja, mesmo se o termo estivesse em outra posição, Chico Bento não entenderia a mensagem, então seria necessária a explicação do que o locutor quis dizer. Um fator importante para a compreensão desse tipo de ambiguidade é a possibilidade de haver vários sentidos em expressões comuns a partir de uma palavra. Um exemplo é “vela”, que pode significar tanto o objeto “vela” quanto “alguém que está em companhia de um casal”. Essas expressões, por sua vez, podem cair em desuso após um determinado tempo. 3. Lexical: A ambiguidade lexical ocorre por motivação polissêmica, ou seja, quando há significados distintos em uma única palavra. Normalmente, necessita-se do contexto do uso desse vocábulo para a compreensão do verdadeiro sentido da construção. Veja: Na placa de um caminhão, havia a seguinte frase: •

Seja paciente na estrada... para não ser no hospital. A palavra (“paciente”) é usada em circunstâncias diferentes. Sem o contexto, não poderíamos afirmar o seu significado. Bernoulli Sistema de Ensino

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VERSÃO PRELIMINAR: SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUALÍNGUA E DEPORTUGUESA LAYOUT.

71


SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E DE LAYOUT.

Quando o fenômeno da ambiguidade não é premeditado, isto é, não serve a um propósito comunicativo, ele pode gerar nos leitores quaisquer tipos de interpretação e confusão. Se a ideia da língua é de se fazer entender, a partir do momento em que é gerada uma ambiguidade sem um propósito próprio do locutor, esse fato prejudica o entendimento do receptor em relação ao seu locutor ou o objetivo da comunicação não é alcançado. Para finalizar, é importante ratificar os conceitos de polissemia e de ambiguidade, pois pode ser difícil separá-los. Assim, tenha em mente que a polissemia é a característica de um único item lexical, e a ambiguidade é gerada devido à polissemia de uma palavra.

2.3. Sinonímia e antonímia A sinonímia e a antonímia são relações que dizem respeito aos conhecidos sinônimos e antônimos. São palavras que garantem essas características de semelhança e de contrariedade a partir do emprego em determinada situação. A sinonímia é a equivalência não perfeita entre dois vocábulos, ou seja, um pode substituir o outro em construções textuais, porém não representam exatamente o mesmo, por exemplo, “carro” e “automóvel”, “livro” e “obra”. Analisar o contexto quando se trata de sinonímia é essencial, pois palavras tidas como sinônimas, quando são realocadas, podem ter o sentido comprometido e deixar de ter essa característica semelhante entre elas. Além disso, palavras que comumente não afirmaríamos ser sinônimas, em algumas construções, podem ter essa relação afetada e passam a possuir essa atribuição.

Já a antonímia é a relação de antônimos entre as palavras. Essa relação pode ser diferenciada de três formas, já que existem vocábulos que, em determinados contextos, passam a ser antônimos, até mesmo aqueles que não possuem opostos. Note:

Antônimos binários: contradição, um é oposto real do outro.

Morto / vivo

Ético / antiético

Antônimo inverso: relação entre objetos que pode ser descrita de mais de uma forma.

"Joana é filha de Carla, logo Carla é mãe de Joana" - Nesse contexto, filha / mãe representam antônimos inversos, pois, se uma é mãe, a outra é necessariamente filha.

Antônimo gradativo: um vocábulo, quando empregado, não necessariamente implica a negação do outro, pois há uma escala, uma gradação entre eles.

Na manchete anterior, o sentido da palavra “sinônimo” não é quanto ao recurso de substituição de palavras com significados parecidos ou quase idênticos, mas sim no sentido de o sistema braile ser uma das maneiras de incluir as pessoas, nesse caso, os deficientes visuais. Isso reforça o quanto o contexto é importante para que se determine acertadamente o sentido de uma palavra.

72

Bernoulli Sistema de Ensino

Quente e frio: um objeto, caso não esteja quente, não é certeza estar frio; ele pode estar morno, devido à escala entre as ideias trabalhadas.

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Frente C | Capítulo 1 VERSÃO PRELIMINAR:


As gírias são um fenômeno linguístico que aproveita da possibilidade polissêmica das palavras. Os usuários

Divulgação

da língua, então, utilizam palavras não convencionais para aquela designação e as adaptam à sua necessidade.

ESTÁ NO MUNDO Os dicionários nem sempre foram organizados da forma como são hoje: em ordem alfabética. Essa característica surge apenas em meados do século XIV, com o objetivo de facilitar a tradução e a melhor compreensão da Bíblia. O trabalho de criação, organização e atualização dos dicionários é feito pelos lexicógrafos. Vale refletir sobre o imenso desafio relacionado ao acréscimo e à retirada de vocábulos de um dicionário – como já visto, palavras novas surgem, palavras adquirem novos significados, palavras caem em desuso. Além disso, se o dicionário em questão for uma obra impressa, ela pode ficar desatualizada com bastante facilidade.

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ages y Im Gett on / ducti ro P ia Med

Atualmente, há vários tipos de dicionários online, ferramentas que tornam a busca pelos significados acessível e prática. Os dicionários virtuais apresentam um avanço bastante significativo em relação às versões impressas: a atualização constante. Acesse os QR Codes para conhecer dois dicionários digitais.

Paranomásia Ainda no âmbito da polissemia, reflita sobre o questionamento: palavras que possuem o mesmo som, mas não a mesma grafia, também são consideradas polissêmicas?

© Maurício de Sousa Ltda.

Leia a tirinha a seguir:

O humor é construído na tirinha através do som de dois itens lexicais, que são bastante parecidos: o verbo “acordar” e o substantivo “corda” precedido do artigo “a” (“a corda”). Chico Bento está à beira do precipício e grita por ajuda, solicitando ao amigo Zé Lelé que jogue uma corda para que ele volte ao topo do penhasco seguramente. Zé Lelé, ao contrário do que se espera, acredita que Chico Bento esteja pedindo a ele que acordasse – ao que ele prontamente responde: “Eu num tô drumindo!”. Essa figura de linguagem, relacionada à semelhança de sons e / ou grafia - vide o exemplo “acorda” e “a corda”, chama-se paranomásia / paronomásia. Bernoulli Sistema de Ensino

69


ESTÁ NO MUNDO

É interessante pontuar que, após o novo acordo ortográfico entre os países de Língua Portuguesa, algumas palavras se tornaram homônimas. Veja um exemplo: •

pelo – preposição “por + o”

pelo – substantivo masculino, “cabelo, penugem”.

Os responsáveis pelos estudos das relações semânticas e muitíssimos outros aspectos das línguas são os linguistas. A Linguística foi considerada uma ciência a partir dos estudos de Ferdinand de Saussure, em especial, da sua publicação Linguística Geral, em 1916. Os profissionais desse ramo são, em sua grande maioria, formados no curso de Letras e comumente escolhem, ao longo do percurso acadêmico, aprofundamentos em áreas que se relacionem às profissões que pretendem exercer: docentes, tradutores, editores, revisores, comunicadores, designers instrucionais, cientistas da língua / linguagem, entre outras possibilidades.

Antes do acordo, a palavra que se referia a “cabelo” levava, em sua grafia, o acento circunflexo (“pêlo”), o que facilitava a sua identificação na escrita, pois, oralmente, os dois itens são idênticos.

2.6. Paronímia Por fim, temos o fenômeno da paronímia. Palavras parônimas são semelhantes na pronúncia e na escrita, mas possuem sentidos diferentes. Veja alguns exemplos: •

descrição (descrever) / discrição (discreto)

cavalheiro (educado) / cavaleiro (homem que anda a cavalo) William_Potter / Getty Images

EXERCÍCiO DE APRENDIZAGEM

06

Considerando o conceito de palavras parônimas, pesquise os significados de cada uma das palavras das duplas a seguir. Em seguida, crie um exemplo de uso cotidiano que contemple as palavras. A. Aferir e auferir

E.

Imergir e emergir

B. Delatar e dilatar

F.

Ratificar e retificar

C. Discriminar e descriminar

G. Tráfego e tráfico

Sudowoodo / Getty Images

TÁ NA MÍDIA

D. Imigrar e emigrar

Nem sempre os enunciados gramaticalmente corretos, ou seja, que atendem aos princípios sintáticos da nossa língua, fazem sentido. Quer entender isso melhor? Assista a um TED que trata sobre significados diferentes de uma mesma palavra, a importância de determinar a morfologia delas para o entendimento semântico do enunciado e o cuidado que devemos ter em relação à ambiguidade lexical.

VÍDEO

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4. Paralelismo gramatical Ao analisarmos o vocábulo “paralelismo”, logo remetemos a “paralelo” – que, em seu sentido figurado, diz respeito à relação similar entre dois ou mais itens. Esse aspecto simétrico, em campo gramatical, relaciona-se principalmente ao fato de que, a partir do momento em que há uma estrutura oracional, todos os itens lexicais que a compõem estarão relacionados de alguma maneira. Veja esse conceito num cenário mais claro: reflitamos sobre as dependências existentes entre as ideias de um texto – para ser um texto, é preciso que haja relação lógica e harmoniosa entre os enunciados, ou ficaríamos perdidos durante a leitura e o objetivo comunicativo não seria alcançado. Assim, é preciso que haja correspondência entre termos que podem ser comparados entre si.

Paralelismo morfológico Trata da simetria relacionada à classe de palavras dos itens lexicais. Assim, para estabelecer harmonia entre as palavras, é preciso que, na sequenciação da estrutura, todas pertençam à mesma classificação morfológica. Observe os exemplos a seguir: •

Comprei pão e queijo para o lanche. (Os complementos do verbo são dois substantivos “pão” e “queijo”.)

Não gosto de comer chocolates nem de beber refrigerante. (Os complementos do verbo são duas orações subordinadas substantivas, desempenhando o papel morfológico de um substantivo.)

Paralelismo sintático Nesse caso, trata da relação de semelhança entre as sintaxes dos itens oracionais.

Domínio público / Acervo Arquivo Nacional

É preciso pensar não só em cachorros, mas também em gatos.

TÁ NA MÍDIA

Nota-se o uso dos conectivos não só... mas também para conectar dois termos gramaticalmente semelhantes, pois possuem a mesma função sintática, a de complemento verbal, e completam o sentido do mesmo elemento na oração, o verbo “pensar”. •

Assisti ao jogo de futebol e à nova série da Netflix.

Há uso da preposição “a” nos dois complementos verbais indiretos, que é regida pelo verbo “assistir”, no sentido de “ver algo”.

Paralelismo semântico Esse é, talvez, um dos recursos mais utilizados pelos escritores na criação de imagens mentais. Entre eles, um autor reconhecido por sua ironia e que abusava de tal recurso foi Machado de Assis. Leia um trecho do conto “O enfermeiro”, que possui quebra de paralelismo semântico para criar uma expressão única. “[...] Olhe, eu podia mesmo contar-lhe a minha vida inteira, em que há outras cousas interessantes, mas para isso era preciso tempo, ânimo e papel, e eu só tenho papel; o ânimo é frouxo, e o tempo assemelha-se à lamparina de madrugada. Não tarda o Sol do outro dia, um Sol dos diabos, impenetrável como a vida.” ASSIS, Machado de. O enfermeiro. In: Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar 1994. v. II. [Grifos nossos]. [Fragmento]

Observe como, morfológica e sintaticamente, o termo “papel” está adequado, porém, semanticamente, ele não é harmonioso na construção oracional. Afinal, qual seria a relação entre “tempo”, “ânimo” e “papel”? Machado, nesse contexto, cria uma sequência irônica: “tempo” e “ânimo” são questões pessoais do indivíduo, mas “papel” é material.

Se abrirmos uma Gramática tradicional e analisarmos alguns enunciados utilizados para exemplificar os conceitos e as teorias, muitas vezes, localizaremos trechos retirados das obras de Machado de Assis. Machado foi um autor renomado e bastante lido e que escreveu não somente contos e romances – muitos pertencentes à escola literária do Realismo –, mas também poemas – que possuem características do Romantismo em sua terceira fase, o Condoreirismo.

A obra completa de Machado já se encontra em domínio público. Acesse os QR Codes para ler na íntegra o conto “O enfermeiro” e para ter acesso à produção literária deste célebre escritor brasileiro. SITES

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12

Explique o que causa o duplo sentido nos enunciados a seguir e classifique-os quanto ao tipo de ambiguidade. A. “A dona aranha subiu pela parede, veio a chuva forte e a derrubou.” B. “Vendo pôr do sol.” C. “Eu estava atrás do ônibus correndo.” D. “Camas para crianças de ferro.” E.

13

“Eu vivo atrás dela.”

(Unicamp-SP) Leia o texto a seguir: Perigo Árvore ameaça cair em praça do Jardim Independência Um perigo iminente ameaça a segurança dos moradores da rua Tonon Martins, no Jardim Independência. Uma árvore, com cerca de 35 metros de altura, que fica na Praça Conselheiro da Luz, ameaça cair a qualquer momento. Ela foi atingida, no final de novembro do ano passado, por um raio e, desde este dia, apodreceu e morreu. A árvore, de grande porte, é do tipo Cambuí e está muito próxima à rede de iluminação pública e das residências. “O perigo são as crianças que brincam no local”, diz Sérgio Marcatti, presidente da associação do bairro. VIEIRA, Juliana. Jornal Integração. 16 a 31 de agosto de 1996.

A. O que pretendia afirmar o presidente da associação? B. O que afirma, literalmente?

FECHA COMIGO

A sua tarefa para fechar o capítulo é elaborar um mapa mental com os conceitos de Semântica apresentados ao longo do estudo. Você pode usar o diagrama a seguir ou algum site / app da sua preferência. No QR Code, você tem acesso ao MindMeister, ferramenta que possibilita a criação e a personalização de mapas mentais de maneira descomplicada.

Primeira ideia

Segunda ideia

Semântica

Terceira ideia

quarta ideia

Tomas Knopp / Getty Images

Quando somos apresentados a muitos conceitos novos, pode ser desafiador sistematizar tudo o que aprendemos. Uma boa estratégia para consolidar e organizar novos conteúdos é criando um mapa mental. Um mapa mental é um diagrama que facilita a sistematização e a visualização de informações, que são exibidas de maneira hierárquica. Normalmente construído a partir de um conceito central, o mapa mental pode ir se ramificando (tanto quanto necessário), o que possibilita o seu uso para detalhar conceitos complexos.

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2.1. Unidade grau (°)

1° = 60ꞌ (lê-se: um grau é sessenta minutos).

Um grau (1°) é a medida do ângulo central cujo 1 do arco correspondente tem comprimento igual a 360 comprimento da circunferência.

1ꞌ = 60ꞌꞌ (lê-se: um minuto é sessenta segundos). Assim: 1 1 1' 1 e  1' 1 ''  60 60 Um Um

Como a circunferência foi dividida em 360 partes

min uto

segundo

e cada uma dessas partes representa a medida de 1°,

O

B

O grau é subdividido em minutos e segundos.

TÁ NA MÍDIA

1° A

Comp (A¹B) = 1 360 do comprimento da circunferência

penfold / Getty Images

então uma volta completa será dada por 360°.

Acesse o QR Code a seguir e veja um pouco mais sobre ângulos e a unidade grau.

Acompanhe:

vídeo

EsTÁ No muNdo

O plano orbital da Lua em torno da Terra tem uma

A Astronomia é a ciência que estuda os corpos celestes, como planetas, cometas, estrelas, galáxias, asteroides, etc. O astrônomo (que possui vasto conhecimento de Física e Matemática) entende a composição das leis do Universo por meio da movimentação dos planetas e também de outros astros. A Lua é o único satélite natural da Terra, com um diâmetro de 3 476 km, aproximadamente, um quarto do tamanho da Terra. “A Lua tem três movimentos principais: rotação em torno de seu próprio eixo, revolução em torno da Terra e translação em torno do Sol junto com a Terra, mas existe também um pequeno movimento de libração. mkarco / Getty Images

inclinação de 5° 9ꞌ em relação à eclíptica, que está inclinada 23,5° em relação ao Equador. Portanto, em relação ao Equador da Terra, a órbita da Lua tem uma inclinação que varia de 18,4° (23,5° – 5,15°) a 28,7° (23,5° + 5,15°). Apesar de o ângulo do plano da órbita em relação à eclíptica permanecer aproximadamente constante, o plano orbital não é fixo, movendo-se de maneira tal que seu eixo descreve um círculo completo em torno do eixo da eclíptica num período de 18,6 anos. Essa rotação para oeste do plano orbital da Lua ocorre pela força diferencial exercida pelo bojo equatorial da Terra, causada pela rotação da Terra. Em relação ao equador da Lua, o seu plano orbital tem uma inclinação de menos do que 1°. O diâmetro aparente médio da Lua é de 31ꞌ5ꞌꞌ (0,518°), de onde se deduz que o diâmetro da Lua é de 3 476 km (D = 384 000 km . sen 0,518); a massa da Lua é de 1/81 da massa da Terra.” Disponível em: http://astro.if.ufrgs.br/lua/lua2.htm Acesso em: 12 jun. 2020.

É notório que os ângulos estão muito presentes no estudo da Astronomia. O eixo de rotação da Terra tem uma inclinação de, aproximadamente, 23° 27ꞌ e essa inclinação, combinada com seu movimento de translação, explica a diferença entre a incidência de

raios

solares

no

planeta,

nos

Hemisférios

Norte e Sul – os chamados solstícios e equinócios.

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Matemática

Frente B | Capítulo 1 VERSÃO PRELIMINAR:


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OBSERVAÇÕES •

PP No triângulo retângulo OPP1, o ângulo x é agudo e os valores de sen x 1 PP1 sen x 1 OP1 cos = x = OP1 = cos x , ou seja, são válidos para as relações já estudadas. 1 Pelo Teorema de Pitágoras, no ∆OPP1, tem-se que (sen x)2 (cos x)2 1 sen2 x cos2 x 1.

e

Pelas definições, percebe-se que, para qualquer número x real, pode-se associar um arco correspondente e, consequentemente, os valores do seno e do cosseno.

O valor do seno representa o valor relativo do deslocamento vertical, e o valor do cosseno, o valor relativo do deslocamento horizontal.

TÁ NA MÍDIA

undrey / Getty Images

Acesse o QR Code a seguir, marque as opções seno, cosseno e, posteriormente, tangente. Mova o cursor sobre o ângulo α e observe os valores, bem como os sinais dessas relações no ciclo trigonométrico.

Site

3.3. Sinal do seno e do cosseno Os eixos cartesianos possuem uma convenção de sinais que será estendida para o seno e para o cosseno. Cosseno

Seno

sen

P2

B(0, 1) +

C(–1, 0) P3

B(0, 1)

P2 +

P1

C(–1, 0)

P4

P4

P3

D(0, –1)

Ponto

P1 1º quadrante

P1 cos + A(1, 0)

cos

A(1, 0)

+

sen

D(0, –1)

P2

P3

P4

2º quadrante

Quadrante

3º quadrante

Sinal do cosseno

• À direita do marco • À esquerda do marco • À esquerda do marco • À direita do marco zero (positivo). zero (negativo). zero (negativo). zero (positivo).

Sinal do seno

• Acima do marco zero (positivo).

• Acima do marco zero (positivo).

• Abaixo do marco zero • Abaixo do marco zero (negativo). (negativo).

A, B, C e D são pontos de fronteira e não pertencem a nenhum dos quadrantes.

70

4º quadrante

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Frente B | Capítulo 1 VERSÃO PRELIMINAR:


FECHA COMIGO

Com base nos seus estudos e conhecimentos adquiridos, preencha a cruzada trigonométrica a seguir: Cruzada Trigonométrica 1

2

3

4

5

6

7

8

Horizontais 3

Eixo vertical do ciclo trigonométrico.

5

Uma das unidades de ângulo.

7

Sinal da tangente no terceiro quadrante.

8

Razão entre cosseno e seno.

9

10

10 Inverso do seno. Verticais 1

Cada uma das 4 subdivisões do plano cartesiano.

2

Sinal do cosseno no segundo quadrante.

4

Eixo das abscissas do ciclo trigonométrico.

6

Razão entre seno e cosseno.

9

Inverso do cosseno. Bernoulli sistema de Ensino

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81


Física

frente a | Capítulo 1

No primeiro instante, observe que o pulso está prestes a passar pelo ponto A. Durante a passagem do pulso, note que o ponto A se eleva, atinge uma altura máxima (que é a própria altura do pulso) e, por fim, desce até voltar para a posição original.

5.1. Classificação das ondas As ondas podem ser classificadas por diferentes tipos de características como, natureza, propagação, número de dimensões e forma. Vamos aprender mais sobre estas características?

A

Ondas mecânicas e eletromagnéticas A característica fundamental de uma onda mecânica é que ela necessita de um meio material para se propagar. Além disso, os movimentos vibratórios das partículas constituintes do meio de propagação de uma onda mecânica são governados pelas Leis de Newton. O som, por exemplo, é uma onda mecânica, sendo o ar atmosférico o seu meio de propagação mais frequente. Ele pode ainda se propagar na água, no aço ou em uma parede. Mas no vácuo não há som, pela ausência de um meio de propagação. Outros exemplos de ondas mecânicas são pulsos em cordas elásticas, em molas, as ondas sísmicas, as ondas que se formam na superfície do mar e os tsunamis.

A

A

A A

É claro que é necessária certa quantidade de energia para que o ponto A efetue essa oscilação. Tal energia provém da fonte da onda, ou seja, a mão da pessoa. De fato, todos os pontos da corda utilizam essa energia para efetuar suas respectivas oscilações. Por sua vez, cada ponto oscilante transfere essa energia para o ponto adjacente, de modo que a transmissão de energia vai ocorrendo de ponto a ponto da corda, sem que esses pontos se desloquem para frente com a onda. Os pontos da corda apenas oscilam verticalmente durante a passagem da onda. A transmissão da energia sem o transporte de matéria é a essência de toda onda, seja ela um simples pulso em uma corda, uma onda na água ou uma onda sonora. No caso do som, por exemplo, quando você fala com um colega, suas cordas vocais vibram, fazendo vibrar também ar dentro da sua garganta. Essa vibração se propaga até o interior do ouvido do seu amigo, causando a vibração do tímpano e de pequenos ossos do ouvido. Essas vibrações são percebidas por estruturas especializadas que transformam as vibrações em impulsos nervosos reconhecidos pelo cérebro como som. Não há deslocamento do ar na direção entre você e o seu amigo, pois o som, sendo uma onda, implica a transmissão de energia sem o transporte de matéria.

20

Bernoulli Sistema de ensino

a.

Atividade sísmica Aperto de falha

Epicentro

co

Blo

nte

nde

e asc

Foco Frentes de onda

Strannik_fox / Getty Images

figura 15. Uma onda transporta energia sem transportar matéria. Quando o pulso passa pelo ponto a, esse ponto oscila, subindo e descendo de volta à posição original. O ponto a absorve energia e a retransmite imediatamente ao ponto adjacente.

VectorMine / Getty Images

A

te

den

cen

es co d Blo

Falha

b.

figura 16. (a) Uma onda sísmica é uma onda mecânica que se propaga a partir de um foco abaixo da superfície da Terra. (b) as ondas no mar são formadas pela ação dos ventos.


O

RNOULLI BE P

Y LA

NTEÚDO CO N

frente a | Capítulo 1

BeRnOUlli PLAY

Ondas longitudinais e ondas transversais Acesse esses simuladores para visualizar o movimento de ondas transversais e longitudinais. Você poderá ver como os elementos período, amplitude e frequência influenciam a forma da onda e, também, observar o transporte de energia sem transporte de matéria.

Polarização A polarização é um fenômeno que ocorre apenas com as ondas transversais. Essas ondas podem apresentar várias direções de vibrações, sendo que todas, evidentemente, são perpendiculares à velocidade de propagação da onda. A polarização é o alinhamento das vibrações em uma única direção. A figura 29 mostra uma onda polarizada verticalmente propagando-se em uma corda. Ao atravessar uma fenda vertical, a onda emerge normalmente do outro lado. No entanto, vibrando a corda na horizontal, a onda polarizada horizontalmente não pode mais atravessar a fenda, já que as paredes absorvem as vibrações laterais da corda.

Onda polarizada

figura 30. a luz solar, após passar por um polarizador vertical, torna-se uma luz polarizada na vertical.

A possibilidade de se polarizar a luz permitiu o desenvolvimento de filtros polarizadores para máquinas fotográficas, lentes com mais qualidade para óculos escuros, monitores de cristal líquido e até mesmo projeções tridimensionais em cinemas. Um sistema de filme 3D consiste em projetar na tela duas imagens, uma com polarização vertical e outra com polarização horizontal. Os óculos usados pelo público funcionam como as fendas, deixando passar a luz polarizada verticalmente de uma imagem para um olho e a luz polarizada horizontalmente da outra imagem para o outro olho.

figura 29. Uma onda em uma corda vibrada verticalmente apresenta polarização vertical. essa onda pode atravessar uma fenda vertical, mas uma onda com polarização horizontal não.

A luz proveniente do Sol ou de outra fonte luminosa não é polarizada porque os campos elétrico e magnético oscilam em diversas direções. Quando uma onda eletromagnética está polarizada na vertical, significa que o campo elétrico oscila nessa direção, já quando o campo elétrico oscila na direção horizontal, a onda está polarizada na horizontal. A polarização é, portanto, determinada pela direção de vibração do campo elétrico. A figura 30 representa a polarização de uma onda eletromagnética na vertical, em que foi utilizado um esquema análogo à polarização de uma onda na corda.

26

Bernoulli Sistema de ensino

figura 31. em um filme 3D, duas imagens são projetadas na tela do cinema, uma constituída por luz polarizada na direção vertical e a outra, por luz polarizada na direção horizontal. Os óculos funcionam como fendas, selecionando uma imagem para um olho e a outra para o outro olho.


fÍSiCa

Não importando a fase que o pulso se encontra, a velocidade na corda fina será sempre maior, uma vez que a tensão sobre as cordas será a mesma. Vg

Vg

Vf

figura 35. incidência de uma crista de uma corda grossa para uma corda fina (vf > vg). na junção das cordas, a onda reflete e refrata sem inversão de fase.

Se você observar com mais critério, verá que a amplitude dos pulsos refratados e refletidos, nas figuras 34 e 35, são menores em relação aos pulsos incidentes. Como haverá conservação de energia, a soma das energias do pulso refratado e do refletido deve ser igual à energia do pulso incidente.

vai lá e faz Nesta seção, você irá produzir uma máquina de ondas transversais com balas jujuba. Ficou curioso(a)? Mas, para o experimento dar certo, só tem um detalhe, você não pode comer as balas, viu? Brincadeiras à parte, agora é hora de começar! Materiais utilizados •

1 rolo de fita adesiva larga;

60 palitos de churrasco redondos;

120 balas jujuba grandes ou bolinhas de massinha de modelar, com cerca de 5 gramas de massa cada uma. O importante é que as massas sejam iguais para deixar a estrutura equilibrada.

Procedimentos experimentais Prenda a fita adesiva, com o lado da cola virado para cima, entre dois pontos distantes entre si, de aproximadamente 4 metros, de forma que fique bem esticada. Cole um palito de churrasco a cada 5 cm por toda a extensão da fita. Passe outra fita adesiva sobre os palitos para que fiquem firmemente presos. Adicione as balas jujuba nas duas pontas de todos os palitos. Veja como fica a montagem.

Agora, comece a oscilar sua máquina de ondas e veja como produz um efeito bonito.

Questões A. Levante um palito da extremidade e solte-o. Assim, você irá produzir um pulso de onda transversal que se propagará sobre toda a extensão do adesivo. Observe a reflexão da onda ao chegar ao final da extremidade. Ela ocorre com ou sem a inversão de fase? Explique. B. Por que o pulso refletido na extremidade final quase não retorna à extremidade que foi iniciado o pulso? C. A velocidade de propagação de uma onda pode ser determinada pela razão entre a distância que um pulso percorre pelo intervalo de tempo gasto. Qual é a velocidade de propagação da onda de sua máquina de ondas? D. A velocidade da onda será alterada se você retirar as balas das pontas? Faça esse teste e determine a velocidade. Deixe claro seu raciocínio.

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31


fÍSiCa

Dá O QUe PenSaR A luz solar pode trazer vários benefícios para a saúde humana. A faixa do infravermelho, por exemplo, estimula a produção da vitamina D, que é fundamental na absorção do cálcio e do ferro pelo organismo. Já a luz visível está associada à regulação da melatonina, um hormônio relacionado ao sono. Mas, aumentando a faixa de frequência da onda eletromagnética, ou seja, da energia, ela pode trazer tanto benefícios como malefícios para o ser humano. No caso das ondas ultravioletas, são benéficas quando é utilizada, por exemplo, na detecção de moeda ou documentos falsos, mas pode, por outro lado, gerar problemas na pele quando a exposição à radiação for intensa. A radiação ultravioleta C (UVC) é a mais energética e, portanto, a mais nociva para a pele. Sua maior parte é absorvida pela camada de Ozônio (O3). No processo de absorção, o UVC atinge o O3 e sua energia provoca a “quebra” de uma ligação química, originando, assim, uma molécula de O2 e um átomo instável de oxigênio (O). Em seguida, esse átomo se recombina com outra molécula de oxigênio para formar uma nova molécula de ozônio, garantindo, assim, a concentração deste último constante. O UVC, nessas condições, não chega até a superfície da Terra. Mas se essa concentração for alterada pela ação humana, as consequências da incidência dessa radiação seriam graves. Já as radiações UVA e UVB atravessam a atmosfera e chegam até a superfície terrestre. São menos energéticas, mas mesmo assim são perigosas, uma vez que podem causar queimaduras e até câncer de pele, como mostra a figura.

Raios UVA Cumulativo – rugas – manchas – câncer de pele

Raios UVB Cumulativo – vermelhidão – queimaduras UVB

Epiderme Derme

UVA

Hipoderme ONU Brasil

Tá na MÍDIA

bymuratdeniz / Getty Images

Por isso é tão importante o uso diário do filtro solar. Mas como o filtro solar diminui a intensidade dessa radiação sobre a pele? Ele apresenta uma proteção física e uma química. Quando o filtro solar entra em contato com a pele, é possível perceber que ela fica oleosa e apresenta certo brilho. Tal brilho está associado à reflexão de uma parcela da radiação que incidiu sobre alguns componentes do protetor. A outra parcela é absorvida, provocando uma transição eletrônica em que elétrons migram para um orbital mais energético. Posteriormente, os elétrons retornam ao nível inferior de energia, emitindo a energia na faixa do visível ou do infravermelho. O filtro solar impede que a pele absorva a energia do UV, por isso ele é tão fundamental para a saúde da pele. O seu uso, portanto, está em consonância com o que propõe o Objetivo 3 da Agenda 2030 da ONU, uma vez que colabora para a saúde e o bem-estar de toda a população. E você, já passou filtro solar na sua pele hoje?

Quer saber um pouco mais sobre os danos causados na pele por causa da radiação UV? Acesse o QR Code e descubra quais são as consequências dessa radiação na nossa pele e o que podemos fazer para evitá-las.

VÍDEO

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35


SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E DE LAYOUT.

1. O átomo de carbono e suas características 1.1. O átomo de carbono forma quatro ligações covalentes Podemos decifrar os segredos do carbono quando analisamos sua estrutura eletrônica e, consequentemente, sua posição na tabela periódica. Analise a ilustração ao lado do átomo de carbono. Perceba que ele possui em seu núcleo 6 prótons e 6 nêutrons constituindo a sua massa atômica. Já na eletrosfera, o elemento carbono tem 6 elétrons no total, mas somente 4 elétrons na última camada, ou seja, em sua camada de valência.

-

6 prótons +6 nêutrons

++

+ ++ +

-

- elétron

Para o átomo de carbono se tornar estável, é necessário que ele + próton realize 4 ligações, atingindo a configuração eletrônica de gás nobre, de acordo com a teoria do octeto. A estabilidade é alcançada devido nêutron 1 à liberação de energia que ocorre ao realizar as quatro ligações . Átomo de carbono A ligação realizada pelo átomo de carbono é chamada de ligação Figura 1. Átomo de carbono. covalente – ele realiza 4 ligações covalentes, sendo, portanto, tetravalente. Como o carbono é capaz de fazer 4 ligações, é possível que sejam formados os inúmeros compostos orgânicos que são encontrados na natureza ou que podem ser sintetizados artificialmente.

1.2. A ligação covalente e os diferentes tipos de ligações realizadas pelo carbono A ligação covalente ocorre quando pares de elétrons são compartilhados por dois ou mais átomos. Dessa forma, quando o carbono compartilha pares de elétrons de maneiras diferentes, são formadas ligações químicas distintas, sendo elas: •

Ligação simples: o carbono compartilha 1 par de elétrons com outro átomo. É utilizado o símbolo (–) para ilustrar esse tipo de ligação.

Ligação dupla: o carbono compartilha 2 pares de elétrons com o mesmo átomo. É utilizado o símbolo (=) para ilustrar esse tipo de ligação.

Ligação tripla: o carbono compartilha 3 pares de elétrons com o mesmo átomo. É utilizado o símbolo (≡) para ilustrar esse tipo de ligação.

Na tabela a seguir, destacam-se duas formas de representação das ligações realizadas pelo carbono: a representação de Lewis, em que cada ponto representa um elétron, e a representação de traço, em que cada traço corresponde a um par de elétrons compartilhado.

Tipo de ligação

Representação de Lewis*

Representação de traço

Simples

C

C

C

C

Dupla

C

C

C

C

Tripla

C

C

C

C

Tabela 1. Representação dos tipos de ligação do carbono. *Também conhecida como representação de pontos.

1 Átomos isolados se unem e formam substâncias químicas, pois, ao realizarem as ligações, eles atingem níveis de energia mais baixos do que quando isolados.

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Química

Frente B | Capítulo 1 VERSÃO PRELIMINAR:


1.3. A estabilidade na ligação do carbono com outros elementos HO C H2N

O

C H H C H

H C H S H C H H

O carbono forma ligações estáveis com diversos elementos químicos. Nas moléculas orgânicas, é mais comum encontrarmos o carbono ligado aos elementos hidrogênio (H), oxigênio (O), nitrogênio (N) e enxofre (S). A metionina, que está representada na estrutura ao lado, corresponde a um aminoácido codificado pelo código genético. Com exceção das bactérias, a metionina está presente na composição da proteína dos seres vivos. Observe que cada átomo de carbono faz quatro ligações. Além disso, o carbono tem a incrível capacidade de formar diferentes tipos de ligações com outros átomos de carbono, originando cadeias extensas. Essa versatilidade faz do carbono o elemento capaz de construir materiais tecnológicos, como plásticos, e, também, de ser a base da vida.

Figura 2. metionina. Metionina

dÁ o Que PeNsAR

OlgaMiltsova / Getty Images

O carbono tem a capacidade de formar moléculas de cadeias extensas, originando compostos de grande massa molecular, conhecidos como polímeros. Há polímeros naturais, como a celulose das árvores, que utilizamos para fabricar papel, a seiva da seringueira, que origina o látex usado para fabricar borracha, e as proteínas, que se organizam em fibras musculares e nos permitem segurar objetos. A partir de 1920, avanços científicos e tecnológicos permitiram a produção de polímeros sintéticos, como o PET (politereftalato de etileno), utilizado nas garrafas de refrigerantes, o PVC (policloreto de vinila), utilizado em encanamentos, e o PU (poliuretano), utilizado no isolamento térmico residencial, na fabricação de calçados e de rodas de skate. Você sabe o que esses materiais naturais e sintéticos têm em comum? Todos eles são compostos orgânicos! Agora, faça uma pesquisa e responda às seguintes perguntas: Por que os materiais orgânicos naturais não originam um problema ambiental tão grande após o uso, enquanto os materiais orgânicos sintéticos são considerados um grande problema para o planeta?

A praticidade que os polímeros sintéticos trazem para a vida moderna é inegável, mas quais comportamentos poderiam ser mudados para diminuir o impacto ambiental sem dificultar o dia a dia das pessoas? Faça uma lista com esses comportamentos.

onurdongel / Getty Images

TÁ NA MÍDIA

Acesse o QR Code e veja informações a respeito da pesquisa de obtenção de novos polímeros.

VÍDEO

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QuÍmiCA VERSÃO PRELIMINAR: SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E DE LAYOUT.

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SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E DE LAYOUT.

A seguir, você encontrará uma lista de alguns prefixos, infixos e sufixos a serem trabalhados na Química Orgânica.

N° de carbonos 1 C → met

11 C → undec

2 C → et

12 C → dodec

Tipo de ligação

Funções

Hidrocarbonetos → o

3 C → prop

13 C → tridec

4 C → but

15 C → pentadec

Saturada → an

5 C → pent

20 C → icos

Insaturadas entre carbonos:

6 C → hex

30 C → triacont

1 dupla → en

7 C → hept

40 C → tetracont

1 tripla → in

8 C → oct

50 C → pentacont

2 duplas → adien

9 C → non

80 C → octacont

2 triplas → adiin

10 C → dec

100 C → hect

1 dupla e 1 tripla → enin

Existem vários outros sufixos indicando funções que serão estudadas posteriormente.

Se o composto for cíclico, receberá o prenome → ciclo Tabela 3. Prefixos, infixos e sufixos na Química orgânica.

Exemplos:

N° de carbonos = 4 = but Tipo de ligação entre C = simples = an Função orgânica = hidrocarboneto = o But + an + o

N° de carbonos = 5 = pent Tipo de ligação entre C = dupla = en Função orgânica = hidrocarboneto = o

Butano H

Ciclo + pent + en + o

H C

Ciclopenteno

C

H

H

N° de carbonos = 2 = et Tipo de ligação entre C = dupla = en Função orgânica = hidrocarboneto = o Et + en + o Eteno

N° de carbonos = 6 = hex H

C

C

H

N° de carbonos = 2 = et Tipo de ligação entre C = tripla = in Função orgânica = hidrocarboneto = o Et + in + o Etino

Tipo de ligação entre C = duas duplas = adien Função orgânica = hidrocarboneto = o Ciclo + hex + adien + o Ciclohexa-1,4*-dieno *A seguir, você verá que, quando um composto orgânico possui duas ou mais ligações duplas ou triplas, sua posição na cadeia carbônica deve ser indicada.

Nomenclatura de hidrocarbonetos alifáticos de cadeia ramificada 1º passo: Identificação da cadeia principal Escolha a maior cadeia carbônica possível contendo as insaturações (se houver). Havendo mais de uma possibilidade de cadeia principal, considere a que possuir o maior número de ramificações. No exemplo ao lado, a cadeia principal tem 7 átomos de carbono e 3 ramificações ou cadeias laterais. Você consegue identificar mais de uma possibilidade de cadeia principal?

98

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H3C CH CH2 CH CH2 CH3 CH2

CH CH3

CH3

CH3

Cadeia principal: a maior possível e com a maior quantidade de ramificações Ramificações

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H H C H H

H H C H

Metano H H H C C H H H Etano

2º passo: Identificar as ramificações + H

Os átomos de carbono que não fazem parte da cadeia principal são chamados de ramificações ou de cadeias laterais. As ramificações são nomeadas de modo

Metil H H H C C H H Etil

idêntico aos radicais livres originados a partir do hidrocarboneto equivalente, como representado ao lado. + H

Você encontrará a estrutura e os nomes de outros radicais importantes na Química Orgânica a seguir: H3C

CH2

CH2

H3C

Propil H3C

CH

CH

Sec-butil CH3

H3C

CH2

CH2

CH

H2C

CH2

Isobutil CH2

H3C

Butil

C

CH

Etenil ou vinil

CH3

Isopropil H3C

H2C

CH2 CH2

CH

CH2

Alil ou prop-2-enil

CH3

HC

CH3 Tert-butil

CH

Etinil

3º passo: Organizar tudo Agora que foi visto como nomear e identificar a cadeia

Etil

principal e suas ramificações, será examinado o exemplo inicial.

5

próxima da ramificação.

3

H3C CH CH2 CH CH2 CH3

Para organizar as informações, é preciso enumerar os carbonos da cadeia principal em ordem crescente a partir da extremidade mais

4

Metil

Ao se construir a nomenclatura do composto, deve-se citar primeiramente as ramificações (grupos orgânicos) em ordem

6 CH 7 CH

2

2 CH

3

1 CH

CH3 3

Heptano

Metil

alfabética. Havendo mais de um grupo do mesmo tipo, são colocados os prefixos di, tri, tetra, penta e assim por diante, que não são levados em consideração para efeito de ordem alfabética. Podem ser utilizados também os prefixos sec- e tert-, os quais denotam que o carbono da ramificação que está ligado à cadeia principal é um carbono secundário ou terciário, respectivamente. O prefixo iso- refere-se à posição simétrica da cadeia lateral, ou seja, é possível dividir a cadeia lateral em duas partes iguais a partir do carbono da ramificação que está ligado à cadeia principal. Enquanto os prefixos sec- e tert- não são levados em consideração para efeito de ordem alfabética, o prefixo iso- é considerado. Após citar a nomenclatura das ramificações, cita-se a nomenclatura da cadeia p rincipal. Portanto, o nome oficial IUPAC do exemplo é: 3-etil-2,5-dimetileptano Atenção: note que a letra “h” foi retirada do prefixo hept-. O mesmo ocorre com o prefixo hex-.

Nomenclatura de hidrocarbonetos alifáticos com cadeias insaturadas A insaturação deve estar contida na cadeia principal. Em alguns casos, uma cadeia principal menor deve ser considerada para incluir a insaturação. No caso da numeração, a ordem de prioridade é a seguinte: dupla > tripla > ramificações Quando há empate das insaturações, consideramos a numeração a partir da extremidade mais próxima da ramificação. Bernoulli sistema de ensino

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Torre de destilação à pressão atmosférica

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Frações / Intervalo de ebulição / Composição química



Gases < 30° C (C1 a C5) (GLP – gás liquefeito de petróleo)

Vapor

Torre de destilação à pressão reduzida Frações

 Óleo lubrificante leve (C26 a C30)

Gasolina (C6 a C10) de 35 °C a 140 °C Óleo lubrificante médio (C31 a C34)

Vapor Destilado médio (querosene) (C11 a C12) de 150 °C a 250 °C

Pratos de destilação

Óleo lubrificante pesado (C35 a C38)

Óleo diesel e óleos leves (C13 a C17) de 250 °C a 360 °C

Fornalha

Resíduo (asfalto)

400 °C Petróleo cru

Óleos combustíveis (C18 a C25)

400 °C Aquecimento

Aquecimento

Resíduo (óleos pesados)

Figura 14. Representação de uma torre de fracionamento de petróleo. Nela, os componentes do petróleo são separados por destilação fracionada.

O petróleo e seus derivados podem passar por processos de transformação química: o craqueamento (cracking) e a reforma catalítica (reforming) são os mais importantes industrialmente. O craqueamento é um processo complexo porque nele a quebra de um alcano de cadeia maior produz vários compostos de cadeias menores – alcanos, alcenos e até carbono e hidrogênio. Esse processo é usado para melhorar a qualidade da gasolina, ou seja, aumentar o rendimento do combustível, produzida por destilação fracionada e para obter matérias-primas importantes para a indústria, como o etileno, H2C=CH2, utilizado na fabricação de polímeros plásticos. H3C(CH2)4CH3 + H2C==CH2 Alcano

Altas temperaturas

Alceno

H3C(CH2)2CH3 + H2C==CH—CH2—CH3

C8H18 Octano (alcano de cadeia normal)

C4H10 + CH4 + C2H4 + C ou C8H16 + H2

A reforma catalítica é utilizada para modificar a cadeia carbônica principal pela adição de ramificações, abertura ou fechamento da cadeia carbônica e até para a obtenção de aromáticos. Esses hidrocarbonetos geralmente melhoram o desempenho da gasolina nos motores dos automóveis. Por isso, a reforma catalítica é um importante processo na fabricação de combustíveis líquidos.

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Frente B | Capítulo 1 VERSÃO PRELIMINAR:


SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E DE LAYOUT.

8.1. Gás natural O gás natural é encontrado em bolsões no subsolo, associados ou não ao petróleo. Normalmente, o gás natural é constituído de cerca de 90% de gás metano (CH4), 5% de etano e o

restante de hidrocarbonetos leves, CO2(g), N2(g) e, algumas vezes, sulfeto de hidrogênio (H2S).

As principais vantagens de utilizar o gás natural como combustível é seu alto poder calorífico, pois libera alta quantidade de energia durante sua queima, e o fato de ser menos poluente que os derivados de petróleo. Com a descoberta de vários poços de gás natural no pré-sal, o Brasil caminha para ser autossuficiente no fornecimento HHakim / Getty Images

e no consumo desse combustível a partir de 2021. O Gás Natural Veicular (GNV) é diferente do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP). O GNV é composto majoritariamente por hidrocarbonetos com 1 a 2 carbonos, enquanto o GLP é formado

Figura 15. sinalizador de gás em uma refinaria.

por hidrocarbonetos com 3 a 4 carbonos.

Tudo se ENCAIXA

gás natural boliviano, crise política e sua influência na economia brasileira: os avanços do pré-sal N

MT

BOLÍVIA Santa Cruz de la Sierra Rio Grande

Brasília

Cuiabá Corumbá

GO Campo Grande

MS PARAGUAI

Três Lagoas

MG Belo Horizonte SP

Campinas São Paulo PR

Paulínia

Curitiba

Jacareí

SC Grande São Paulo

Guararema

Santos

URUGUAI

Florianópolis RS

Porto Alegre

Juiz de Fora

ES

RJ Campos

Rio de Janeiro Santos Gasoduto Bolívia-Brasil Gasoduto existente Interligação Paulínia-Guararema Cidade 0 km 0

800 km

235 km

o mapa representa o caminho percorrido pelo gás no gasoduto Bolívia-Brasil. A interligação Paulínia-guarema direciona o gás natural para gasodutos já existentes, abastecendo outros estados da Região sudeste.

O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, que esteve na Presidência do país por 14 anos, renunciou ao seu cargo no final de 2019 devido a denúncias de fraudes eleitorais ocorridas nas eleições para a presidência. A crise política no país pode afetar o Brasil economicamente em razão das possíveis dificuldades nas negociações no setor de gás natural. Durante o governo de Evo Morales, o setor do gás natural passou da iniciativa privada para a esfera estatal.

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Frente B | Capítulo 1 VERSÃO PRELIMINAR:


Você já parou para pensar em que momento a população começou a utilizar talheres de aço inoxidável ou quando a cirurgia plástica se tornou vigente? Ou mesmo quando as mulheres começaram a usar calças compridas? Talvez você não saiba, mas esses e outros elementos da atualidade foram consequências da Primeira Guerra Mundial. A Primeira Guerra Mundial foi o último conflito “à antiga” e, ao mesmo tempo, a primeira das guerras modernas. Muitos historiadores apontam que ela inaugurou o século XX, deixando profundas cicatrizes, visto que as nações e os grandes Impérios nunca mais foram os mesmos. No campo da economia, os Estados Unidos tornaram-se o eixo do capitalismo mundial. As mulheres passaram a ocupar lugares de destaque no mundo do trabalho, enquanto homens guerreavam. Na área militar, as estratégias ficaram mais sofisticadas, com o auxílio de aviões com design mais próximo ao que conhecemos atualmente e com o surgimento dos tanques de guerra e dos submarinos. Na política, a diplomacia ganhou importância, bem como o marketing: com ele se iniciou o uso da propaganda como instrumento de comoção pública, tanto para angariar apoio político quanto para aterrorizar os inimigos. Nas artes, o Modernismo refletia as profundas inquietações do período. Neste capítulo, vamos aprender sobre esse evento que marcou profundamente o século XX e mudou os rumos da História do mundo.

1. Os antecedentes e as causas da Primeira Guerra A situação da Europa no século que precedeu a Primeira Guerra foi decorrente, em grande parte, das decisões tomadas no Congresso de Viena (1815), no qual as potências europeias que derrotaram Napoleão Bonaparte reestruturaram a política do continente de acordo com os seus interesses. A partir desse Congresso, nota-se a hegemonia marítima internacional da Inglaterra, que ampliou, nesse século, seu império colonial; o crescimento dos Impérios Russo e Austríaco no continente europeu, com a anexação de várias minorias nacionais; a unificação da Itália e da Alemanha em 1870 e 1871, respectivamente; o consequente impulso industrial, gerado pela unificação política; a corrida imperialista rumo à África e à Ásia por parte dos países mais industrializados, destacando-se a Inglaterra e a França; e o abadonian / Getty Images

desmembramento do Império Turco-Otomano no sudeste da Europa, que, até o final do século, perdeu, aos poucos, seus territórios balcânicos, habitados por povos eslavos, que, estimulados pelo nacionalismo, força importante no século XIX, resistiram a toda forma de dominação estrangeira. Bernoulli sistema de ensino

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HisTÓRia VERSÃO PRELIMINAR: SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E DE LAYOUT. História

5


Frente a | Capítulo 1

EXERCÍCIO DE APRENDIZAGEM

01

Complete o mapa mental a seguir, indicando os antecedentes da Primeira Guerra.

O CONTEXTO EUROPEU APÓS O CONGRESSO DE VIENA

Decisões do Congresso de Viena

Potências industrializadas

Territórios unificados

Impérios ampliados

Impulso industrial após a unificação

Impérios ampliados

Corrida imperialista

Império desmembrado

Povos estimulados pelo nacionalismo

6

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HisTÓRia

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Nos campos de batalha, os soldados cavavam centenas de quilômetros de valas com profundidade suficiente para um soldado ficar em pé e não ser visto pelo inimigo próximo. As trincheiras eram, na verdade, nada mais do que uma forma de escudo. As táticas de ataque consistiam em ofensivas-relâmpago em que os soldados tentavam ganhar melhores posições, que logo eram perdidas.

Figura 9. soldados alemães entrincheirados aguardam a chegada dos belgas durante a Primeira guerra Mundial.

Figura 10. Uma trincheira da Primeira guerra Mundial conservada atualmente.

Dessa forma, o conflito tornou-se defensivo, pois quando um Exército tentava deixar o abrigo de trincheiras e movimentar-se para frente, planejando conquistar uma pequena faixa de território, era obrigado a retornar por uma chuva de granadas e balas vindas do lado oposto. Em geral, as mortes eram contadas em dezenas de milhares.

Avanços da tecnologia de guerra A grande questão para os comandantes militares estava em como fazer para romper o impasse na frente ocidental. Isso era fundamental para a vitória de qualquer um dos lados, principalmente porque a guerra naval também estava empatada. Foi assim que ambos os lados buscaram nos avanços tecnológicos a possibilidade de vitória. Os alemães desenvolveram o gás venenoso e, em 1915, o gás cloro foi usado contra uma coluna francesa entrincheirada em Ypres. A partir de então, todos os países passaram a utilizar armas químicas nos campos de batalha, provocando uma ação de repulsa humanitária que, mais tarde, concretizou-se na Convenção de Genebra de 1925, na qual os países signatários se comprometeram a não fazer uso da guerra química. O tanque e a coluna motorizada também foram armas desenvolvidas na Primeira Guerra. Os aeroplanos foram utilizados para fazer experiências de bombardeios aéreos, porém sem muita eficácia. Os aviões eram usados para balizar a artilharia e garantir a eficiência dos disparos. Depois, passaram a ser empregados diretamente nas linhas inimigas e também contra a população civil urbana. Os submarinos foram usados no ataque contra os navios que faziam o transporte de suprimentos tanto para os aliados como para a Alemanha, afetando o comércio europeu e desempenhando um papel importante na Guerra.

TUDo se ENCAIXA

a indústria química – período 1914-1918 Este período que corresponde à Primeira Guerra Mundial é muito importante para a indústria química, pois muitas descobertas ocorreram durante esses anos. Os ingleses reconheceram sua desvantagem perante a indústria química alemã, criando em 1915 um comitê de pesquisas científicas e tecnológicas para tentar coordenar as atividades científicas e suprir a lacuna na produção e desenvolvimento das indústrias. Um dos problemas para os ingleses era que os explosivos à base de TNT e TNP eram derivados da indústria do alcatrão, mais ligados à química de corantes, que não era tão desenvolvida na Inglaterra. A indústria alemã também passava por dificuldades, pois a Inglaterra havia imposto um bloqueio naval. Dessa forma, a Alemanha ficava impedida de receber matérias-primas, dentre elas o nitrato do Chile, utilizado na produção de ácido nítrico, de fertilizantes e explosivos. Em 1913, ocorreu a maior descoberta: a síntese direta da amônia a partir do nitrogênio do ar e do hidrogênio, desenvolvida por Fritz Haber (Universidade de Karlsuhe) e Carl Bosch (Basf). Em 1918, Fritz Haber recebeu o prêmio Nobel pela síntese da amônia e, em 1931, Carl Bosch pelo projeto e execução das reações catalíticas em alta pressão, cujos estudos foram primordiais para a síntese da amônia. [...] Bernoulli sistema de ensino

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Frente a | Capítulo 1

Com esta descoberta, os químicos alemães desenvolveram rapidamente o processo de produção de ácido nítrico através da amônia por oxidação catalítica. A produção deste país de produtos nitrogenados, que era de 114 mil toneladas ao ano antes dessa descoberta, passou para 184 mil toneladas ao ano em quatro anos. [...] BRITO, Ana Cristina; PONTES, Daniel de Lima. A evolução da indústria química. Disponível em: <http://docente.ifrn.edu.br/albinonunes/disciplinas/ quimica-experimental/industria-quimica-1>. Acesso em: 16 jul. 2020.

Processo Haber-Bosch O que passaria para a História como o Processo Haber-Bosch daria início a uma nova fase não apenas da agricultura e da indústria mundiais, mas também da própria forma de vida de nossa civilização. Hoje, um século mais tarde, bilhões de pessoas são alimentadas graças a essa descoberta. Foi a síntese da amônia que permitiu o desenvolvimento dos fertilizantes químicos nitrogenados sintéticos que hoje garantem a produtividade de quase metade de toda a agricultura mundial. Mas também foi esse mesmo processo que colocou em movimento uma série de alterações ambientais que hoje nos afetam mais do que nunca, e que viabilizou muitas das armas que fomentaram os conflitos armados nesse seu primeiro século de História. [...] Disponível em: <https://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=100-anos-de-sintese-da-amonia--a-descoberta-que-mudou-omundo&id=#.XxX1yyhKjIU>. Acesso em: 20 jul. 2020. [Fragmento]

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A Guerra fomentou não só a indústria química, mas também outros setores científicos e tecnológicos. Pesquise outras descobertas que foram criadas para o serviço da Guerra. Faça uma linha do tempo, no espaço a seguir, sintetizando os processos que envolveram as descobertas pesquisadas.

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o avanço da Primeira guerra

>> NEYT

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Esse vídeo mostra como se desenrolaram as ações militares nas batalhas da Primeira Guerra.

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a Primeira guerra e o desenvolvimento de aeronaves

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O desejo de voar sempre fez parte da história da humanidade. Veja no vídeo como a física foi imprescindível para o rápido desenvolvimento da aviação no início do século XX com a explosão da Primeira Guerra Mundial.

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