Unidades Curriculares de Aprofundamento - 2021

Page 1

2ª SÉRIE – ENSINO MÉDIO UNIDADES CURRICULARES DE APROFUNDAMENTO Para formação de Itinerários Formativos

Formação integral para a vida e para o futuro.


Protagonismo no diálogo com o outro e com o mundo

Possibilidade de diversos arranjos curriculares.

Buscando garantir a ampliação dos conteúdos relevantes aos estudantes nas Áreas do Conhecimento, o Bernoulli Sistema de Ensino traz como novidade para 2021 as Unidades Curriculares de Aprofundamento. Além de aprofundar nos conteúdos, essas Unidades buscam desenvolver competências específicas dos componentes curriculares, promovendo um estudo qualificado e avançado. Em 2021, teremos as seguintes Unidades Curriculares de Aprofundamento:

Mais Matemática Mais Química Mais Física Entregues em dois volumes cada uma, sendo um livro por volume

Mais Biologia Mais Geografia Mais História Mais Filosofia e Mais Sociologia Mais Redação


Mais Filosofia e Mais Sociologia Essas Unidades Curriculares de Aprofundamento, entregues juntas, apresentam Estudos de Obras filosóficas e sociológicas, de forma digital, conectando o estudante com a obra de um pensador.

Potencialização dos recursos digitais para ampliar o conhecimento dos estudantes. Videoaulas com síntese da teoria marcadas ao longo dos capítulos.


Guia para Professores

Multimodal e digital, para o professor ter novos meios de sugestões para uso das soluções pedagógicas das Unidades Curriculares de Aprofundamento.

O Ensino Médio está mudando e, para colaborar nessa construção, produzimos o Guia para Professores das Unidades Curriculares de Aprofundamento (exceto Mais Redação*), um material de apoio pedagógico para o trabalho docente com as soluções pedagógicas do Bernoulli Sistema de Ensino. Além de propostas práticas que podem contribuir para a evolução dos processos de ensino e aprendizagem, esse Guia traz um projeto de formação continuada para o professor pensado nas várias maneiras de ensinar e aprender e nos múltiplos mestres que inspiram e medeiam o importante ato de educar. Com o desejo de sempre caminharmos junto com o(a) professor(a), propomos as orientações a seguir, as quais permitem ao educador agregar ainda mais conhecimento e ampliar, assim, seu repertório, sendo capaz de gerar transformação e impacto nos contextos profissional e escolar diante da solução híbrida desses materiais. Apresentação de ferramentas tecnológicas e exemplos de uso. Estratégias comentadas para o desenvolvimento em aula não expositiva. Indicação de materiais em mídias diversas que contribuam para a formação do professor.

Detalhamento de práticas pedagógicas.

GUIA PARA O PROFESSOR

Apresentação de possíveis abordagens contextuais. Indicação de como o professor pode conduzir as seções e os objetos de aprendizagem dispostos nos capítulos.

*Para o Mais Redação, oferecemos o Livro do Professor, com orientações de planejamento e condução dos capítulos. O professor também terá acesso ao gabarito e aos referenciais via QR Codes constantes no Manual do Professor.


Demonstrativo do material


DE LAYOUT.

TÁ NA MÍDIA

Reprodução

Outro problema nessas classificações está no fato de que uma manifestação artística considerada popular, em determinado período, pode passar a ser identificada como erudita em outro momento histórico. Um exemplo disso são as cantigas medievais que, na Idade Média, eram associadas a uma expressão artística popular e, na atualidade, têm status de arte erudita por seu valor histórico e pelos conhecimentos que devem ser acionados para interpretá-las e apreciá-las. Também o acesso a essa arte literária está mais restrito a determinados círculos sociais, como o ambiente acadêmico. Assista agora a um vídeo que enfoca exatamente essa questão.

Acesse o QR Code e assista ao vídeo em que o ator, dançarino, cantor e coreógrafo Antonio Nóbrega problematiza a utilização do termo “folclore” para categorizar as manifestações artísticas populares, bem como critica a contraposição entre “cultura popular” e “cultura erudita”, como forma de hegemonia de uma sobre a outra.

DÁ O QUE PENSAR

AÇÃO CIE IG

A ÍFIC NT

INVE ST

VÍDEO

Considerando as informações e ideias contidas nos textos lidos e nos vídeos a que você assistiu, além das discussões sobre eles, analise este quadro, com uma síntese dos aspectos característicos da cultura popular e da cultura erudita.

Cultura popular

Cultura erudita

Origem

Artistas sem formação específica.

Artistas com formação profissional.

Elaboração

Espontânea.

Pede estudo e planejamento.

Transmissão

De forma oral.

Através de escolas e registro escrito.

Acessibilidade

Para todos os públicos.

Público específico, normalmente com formação escolar formal.

Participação da comunidade

É essencial para a realização.

Participa de forma passiva, normalmente como público.

AGÊNCIA PAPOCA. O que é cultura erudita e popular: entenda quais são as diferenças. Blog Cultura Erudita. Disponível em: https://laart.art.br/blog/ cultura-erudita-popular/. Acesso em: 20 jun. 2020. [Fragmento]

Redija um texto opinativo, avaliando a consistência e a coerência das informações do quadro. Apresente argumentos que sustentem a sua avaliação e cite exemplos, retirados do texto e do vídeo, para comprovar essa validação. O seu texto pode ter de 10 a 12 linhas e deve ser redigido de acordo com o padrão formal de linguagem. Depois, em grupo, reescreva o quadro adequando as informações sobre “cultura popular” e “cultura erudita”.

FALA, PENSADOR! Todas as muitas e diversas soluções sociais formuladas pelo indivíduo em diferentes culturas – por exemplo, para o acasalamento ou o comércio – são igualmente possíveis com base na capacidade original do ser humano. A cultura não é um conjunto que se transmita biologicamente. BENEDICT, Ruth. Padrões de cultura. Petrópolis: Vozes, 2013. p. 21.

10

Bernoulli Sistema de Ensino

Ruth Benedict foi uma antropóloga americana da Escola de Cultura e Personalidade e professora da Universidade de Columbia. Dentre suas obras, destacam-se: Padrões de cultura (1934) e O crisântemo e a espada (1946).

PROIBIDA A IMPRESSÃO: uso exclusivo do GRUPO BERNOULLI. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida, por nenhuma forma e nenhum meio, seja mecânico, eletrônico, ou qualquer outro, sem prévia autorização por escrito pelo BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO.

MaisPRELIMINAR: Redação SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E

Capítulo 1 VERSÃO


Porque para nós “cultura” não é simplesmente um referente que marca uma hierarquia de “civilização”, mas a maneira de viver total de um grupo, sociedade, país ou pessoa. Cultura é, em Antropologia Social e Sociologia, um mapa, um receituário, um código através do qual as pessoas de um dado grupo pensam, classificam, estudam e modificam o mundo e a si mesmas. DAMATTA, Roberto. Você tem cultura? In: DAMATTA, Roberto. Explorações: ensaios de sociologia interpretativa. Rio de Janeiro: Rocco, 2011. p. 122.

Roberto DaMatta é um antropólogo brasileiro. É professor emérito da Universidade de Notre Dame (EUA) e foi professor do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Carnavais, malandros e heróis (1979) e A casa e a rua (1985) são os destaques de sua produção intelectual.

PROPOSTA DE REDAÇÃO Considere este fragmento: [...] Exemplos de manifestações da cultura erudita em nosso país são obras literárias de escritores como José de Alencar, Machado de Assis e Guimarães Rosa; pinturas e esculturas como as de Victor Meirelles, Portinari, Tarsila do Amaral, Aleijadinho, Victor Brecheret; músicas como as de Carlos Gomes e Villa-Lobos; obras de arquitetura como as de Oscar Niemeyer; realizações em diversos domínios científicos. Mas a cultura brasileira vai além e adquire milhares de outras formas. Carros alegóricos do Carnaval carioca, roupas dos palhaços de circo, bonecos do Carnaval de Olinda, cestos de buriti, toalhas de renda de bilro, bonecas de pano, miniaturas de ônibus feitas de metal, bandeiras do Divino, moringas esculpidas, flores de papel, procissões, pastoris, congadas, cavalhadas e bumbas-meu-boi, folhetos de cordel – tudo isso e muito mais são exemplos das artes que o povo faz, expressando o seu jeito de ser, pensar, fazer e sentir, ou seja, a sua cultura. [...] CENPEC. Artes do povo – a arte é de todos. São Paulo: CENPEC, 2001. p. 2. Disponível em: https://www.cenpec.org.br/wp-content/uploads/2019/08/ Amigos-da-Escola-Artes-Povo.pdf. Acesso em: 20 jun. 2020. [Fragmento]

01

A sua escola criou o projeto “Vamos conhecer mais de perto o universo da cultura e da arte brasileira”, propondo a elaboração de diversos trabalhos. Como participante do projeto, elabore um texto informativo de apresentação de uma obra ou uma manifestação artística local, regional ou nacional, com base na pesquisa em fontes confiáveis. O seu texto deve ter de 25 a 30 linhas e não pode meramente reproduzir trechos das fontes pesquisadas; deve ainda conter uma ilustração que identifique a manifestação ou a obra artística retratada. Na produção do texto, as informações, os conceitos e as declarações de especialistas devem ser expostos de forma lógica, articulada e organizada, no registro formal de escrita, adequado à norma-padrão. A versão final do seu texto será publicada no “MURAL DA CULTURA E DA ARTE BRASILEIRA”.

02

Considere este texto, retirado do Portal da Câmara dos Deputados: PL 2 836/2020 (Projeto de Lei) Altera a Lei nº 8 313, de 23 de dezembro de 1991, a fim de possibilitar que recursos do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) sejam utilizados para estimular a participação de artistas locais e regionais em projetos de instituições públicas de educação básica e de entidades sem fins lucrativos e para fomentar a gravação e transmissão de espetáculos teatrais e circenses, além de incluir a música regional e popular entre os segmentos atendidos por doações e patrocínios à produção cultural. [...] O enquadramento da música regional e popular, e da produção de vídeos ao vivo, com interação popular via Internet, para a promoção da cultura brasileira em todas as regiões do país, nas linguagens de audiovisual, circo, cultura popular, dança, música e teatro no artigo 18 da Lei nº 8 313, de 23 de dezembro de 1991, permitirá que o patrocinador de um projeto cultural deduza do imposto de renda 100% do valor investido, desde que respeitado o limite de 4% para pessoa jurídica e 6% para pessoa física. [...] BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei 2 836/2020. Disponível em: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_ mostrarintegra;jsessionid=15E2A4AC23E96E541143997C77F067E9.proposicoesWebExterno2?codteor=1896904&filename=PL+2836/2020. Acesso em: 30 jun. 2020. [Fragmento]

No Portal oficial da Câmara de Deputados, o cidadão pode participar das “Enquetes Legislativas”, por meio de pesquisa de opinião sobre projetos em tramitação na Câmara, com possibilidade de indicação de pontos positivos e negativos. Ao acessar o Portal, foram dadas as seguintes possibilidades de opinião: Bernoulli Sistema de Ensino

PROIBIDA A IMPRESSÃO: uso exclusivo do GRUPO BERNOULLI. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida, por nenhuma forma e nenhum meio, seja mecânico, eletrônico, ou qualquer outro, sem prévia autorização por escrito pelo BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO.

MAIS REDAÇÃO VERSÃO PRELIMINAR: SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E DE LAYOUT.

11


PRELIMINAR: SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E DE LAYOUT.

O que você acha disso? Concordo totalmente

Concordo na maior parte

Estou indeciso

Discordo na maior parte

Discordo totalmente

TÁ NA MÍDIA

FerreiraSilva / Getty Images

Escolha um desses posicionamentos e redija um artigo de opinião, de 25 a 30 linhas, sobre o PL 2 836/2020. Qualquer que seja o seu ponto de vista, faça referência ao que seriam, na sua opinião, os pontos negativos e / ou positivos da proposta. O texto deve apresentar argumentos coerentes, consistentes e articulados, num registro escrito adequado à norma-padrão.

Acesse o QR Code e visite a página do Projeto de Lei e da enquete.

SITE

Dando continuidade aos estudos sobre o tema “Cultura e arte”, vamos ampliar os conhecimentos e as reflexões sobre essa temática, abordando outros fatores, como a atuação da mídia e da indústria cultural, os impactos desses sistemas na relação da sociedade com a cultura. Além disso, será enfocada a questão da valorização do patrimônio artístico e cultural do Brasil.

3. Cultura de massa e indústria cultural A expressão “indústria cultural” é uma categorização relacionada à produção industrial de bens culturais, à modernização dos veículos de comunicação, ou seja, está atrelada às transformações advindas com a Revolução Industrial e à constituição da sociedade capitalista, de consumo. Essa expressão está também no campo da discussão sobre “cultura de massa”. No artigo que compõe o verbete “Cultura popular”, há a referência a essa categorização da cultura.

EXERCÍCIO DE APRENDIZAGEM

03

12

Releia o texto “Cultura popular” e registre a seguir, sinteticamente, o conceito de “cultura de massa”.

Bernoulli Sistema de Ensino

PROIBIDA A IMPRESSÃO: uso exclusivo do GRUPO BERNOULLI. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida, por nenhuma forma e nenhum meio, seja mecânico, eletrônico, ou qualquer outro, sem prévia autorização por escrito pelo BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO.

Capítulo 1 VERSÃO


Qual seria a relação entre “cultura de massa” e “indústria cultural”? A que se refere esse sistema de produção cultural? Acesse o QR Code e assista à animação Indústria cultural e cultura de massa, que estimula uma reflexão crítica sobre o funcionamento dessa indústria e seus impactos na cultura. Assista ao vídeo na íntegra e, depois, interprete e analise, em grupo, o que foi exposto.

VÍDEO

Para aprofundar seus conhecimentos sobre o tema do vídeo, leia agora o texto “Indústria cultural”. MARQUE O

Texto I Indústria cultural

XTO TE

O século XX assistiu a um desenvolvimento acelerado dos meios de comunicação, bem como sua rápida popularização e disseminação pelo planeta. Ao mesmo tempo que se dava esse desenvolvimento, crescia o coro de vozes que viam no emprego da tecnologia nos processos de produção cultural um caminho para a democratização do conhecimento e para a emancipação do indivíduo. Em meio à euforia causada pelo potencial comunicativo de tecnologias como o cinema e a televisão, existiam, porém, aqueles que apresentavam postura mais cética frente a esse processo. Uma das respostas veio na forma do conceito de indústria cultural, elaborado pelos filósofos alemães Theodor Adorno e Max Horkheimer. Cultura como estratégia de dominação [...] A expressão “indústria cultural” foi utilizada pela primeira vez no livro Dialética do esclarecimento, escrito por Adorno e Horkheimer e publicado em 1947. [...] Adorno e Horkheimer defendiam, contudo, que o aspecto emancipatório da razão foi deixado em segundo plano em favor da razão instrumental, que buscava o domínio técnico-científico da natureza, incluindo a natureza interior do homem e do mundo social. “Isso começa no século XVIII, com a produção em série e a comercialização da literatura, e no século XX se amplia com as novas expressões culturais, como o cinema, o rádio e a televisão”, explica Bruno Campanella, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF). “A cultura passou a ser produzida e distribuída de maneira a atingir o maior número possível de pessoas, adquirindo um caráter massificador, que acabou por naturalizar a visão de mundo das elites”, diz. A ideia é que, numa lógica de mercado, a cultura também vira mercadoria e estratégia de controle. Sabe esses cantores e bandas que parecem todos iguais, reproduzindo um certo padrão de música que “deu certo” comercialmente? Ou então aquelas telenovelas que parecem seguir a mesma fórmula, sendo esteticamente parecidas e tendo sempre a mesma estrutura, os mesmos tipos de personagens e até o mesmo final feliz? Ou ainda revistas que impõem a seus leitores, veladamente, um certo modelo de consumo e comportamento? Esses são típicos produtos da indústria cultural, que padroniza as expressões artísticas para que elas possam ser facilmente reproduzidas e comercializadas. E essas “mercadorias” são importantes tanto para gerar lucros como para disseminar determinadas crenças e formas de se comportar. Por isso, em geral deixam pouco espaço para que o consumidor reflita sobre o que está vendo, ouvindo ou lendo. A ideia de indústria cultural, portanto, tenta um diálogo com o pensamento marxista. “Esse conceito busca refletir sobre as implicações que a base material do sistema capitalista – ou seja, o controle dos meios de produção pelas elites – teriam na conformação da ideologia”, diz Campanella. [...] Massificação Campanella destaca que, na visão de Adorno e Horkheimer, com a produção em série de cultura e sua transformação em mercadoria para ser comercializada visando ao lucro, a produção cultural perdeu o seu valor como forma de expressão. E isso se manifesta, de acordo com o artigo de Rafael Cordeiro Silva, por exemplo, na distinção entre a alta cultura, como a música erudita, e a baixa cultura, produzida pela indústria cultural: Bernoulli Sistema de Ensino

PROIBIDA A IMPRESSÃO: uso exclusivo do GRUPO BERNOULLI. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida, por nenhuma forma e nenhum meio, seja mecânico, eletrônico, ou qualquer outro, sem prévia autorização por escrito pelo BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO.

TÁ NA MÍDIA

Reprodução

MAIS REDAÇÃO VERSÃO PRELIMINAR: SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E DE LAYOUT.

13


SE LIGA NO ENEM Instruções: Para os exercícios a seguir é necessário ler os textos motivadores e em seguida escrever propostas de redação de acordo com o comando.

01

Textos motivadores Texto I A Constituição de 1988 rompe com uma história de quase 500 anos de negação da autonomia cultural dos povos indígenas e do direito à diferença étnica e reconhece o Brasil como um país pluriétnico e multicultural. Há cerca de 300 povos indígenas ou sociedades indígenas com identidade própria, diferentes entre si e da sociedade dominante. Há mais de 3 000 comunidades quilombolas no Brasil. O seu conceito de cultura abrange as manifestações das “culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional” (art. 215, §1º). [...] A Constituição não manda mais integrar todos numa única cultura, ao contrário, reconhece o direito à manutenção das diferenças étnicas e os direitos culturais dos indígenas, afrodescendentes e demais grupos participantes do processo civilizatório nacional. [...] [Mas] os direitos culturais não são suficientemente reconhecidos no Brasil. Faltam normas que complementem o que consta na Constituição e nos instrumentos internacionais ratificados, assim como estruturas administrativas que assegurem a prática dos direitos pelos povos e grupos humanos culturalmente diversos. [...] CASTILHO, Ela Wieko V. de. Diversidade cultural, esquecida da Justiça. Outras palavras, São Paulo, 15 jan. 2019. Disponível em: https://outraspalavras.net/crise-brasileira/ diversidade-cultural-esta-esquecida-da-justica/. Acesso em: 25 jun. 2020. [Fragmento]

Texto II [...] O pressuposto de que não é possível separar cultura popular e de elite de maneira fixa, congelada e polarizada, ganha cada vez mais espaço na produção do conhecimento histórico, de modo que os pesquisadores têm se convencido de que ambas as formas culturais se comunicam e, sobretudo, são polissêmicas, mutantes, forjadas por mediações, atualizadas e reatualizadas em cada contingência histórica específica. [...] É preciso, assim, questionar (e desconstruir) o conceito de cultura popular e ir além das dualidades (culto / popular, ilustrado / rude, refinado / arcaico, moderno / tradicional, letrado / oral) para pensar a cultura como arena de clivagens, disputas, conflitos e fraturas entre interesses antagônicos, qualificando como popular a produção cultural que se configura como manancial crítico, alternativo e contraponto à cultura hegemônica e / ou dominante. DOMINGUES, Petrônio. Cultura popular: as construções de um conceito na produção historiográfica. História, Franca, v. 30, n. 2, p. 401-419, dez. 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-90742011000200019&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 15 set. 2020. [Fragmento]

Texto III [...] Não está claro quantas pessoas a Internet cultural tem potencial para beneficiar. Na verdade, parece que esta oferta ampliada de arte, música e informação pode ser acolhida por um grupo relativamente pequeno de pessoas altamente educadas. Outros usuários podem não estar cientes das possibilidades ou não querem tomar o tempo para explorar novas ideias. E as minorias significativas que ainda não têm acesso à Internet significativa, é claro, não têm escolha. A possibilidade de que a Internet pode nos apresentar para um mundo de maior desigualdade cultural e informacional representa um desafio para a democracia cultural e política. MAGGIO, Paulo di. A Internet e a indústria cultural. Go2web, Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.go2web.com.br/es-ES/blog/a-internet-e-a-industria-cultural.html. Acesso em: 25 jun. 2020. [Fragmento]

Bernoulli Sistema de Ensino

PROIBIDA A IMPRESSÃO: uso exclusivo do GRUPO BERNOULLI. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida, por nenhuma forma e nenhum meio, seja mecânico, eletrônico, ou qualquer outro, sem prévia autorização por escrito pelo BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO.

MAIS REDAÇÃO VERSÃO PRELIMINAR: SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E DE LAYOUT.

19


Texto II Despesa do Governo Federal com cultura, segundo os órgãos Brasil – 2011/2018 9,7 8,4

Instituto Brasileiro de Museus

23

Ministério da Cultura Fundo nacional da Cultura

15,7 8,9 1,3

Fundo nacional das Artes

5,6

9,6 23,8 24,2

Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional Fundação Cultural Palmares

1,8 1,2 7,7 5,8

Fundação Biblioteca Nacional Fundação Casa de Rui Barbosa

2011

2018

3,0 2,5 12,4

Agência Nacional do Cinema 0,0

5,0

10,0

15,0 20,0

35,4

25,0

% 30,0 35,0 40,0

IBGE. Setor cultural ocupa 5,2 milhões de pessoas em 2018, tendo movimentado R$ 226 bilhões no ano anterior. Agência IBGE Notícias, 05 dez. 2019. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/26235-siic-2007-2018-setor-culturalocupa-5-2-milhoes-de-pessoas-em-2018-tendo-movimentado-r-226-bilhoes-no-ano-anterior. Acesso em: 14 ago. 2020.

Nota da autora: Em janeiro de 2019, o Ministério da Cultura foi extinto pelo então presidente, Jair Bolsonaro, e transformado em setor da secretaria do recém-criado Ministério da Cidadania, que engloba ainda esporte e desenvolvimento social. Texto III Nas terras dos indígenas Yawalapiti, no Alto Xingu, fala-se kalapalo, kamaiurá e kuikuro. O próprio yawalapiti, a língua original da etnia, sobrevive hoje na voz de apenas três homens, todos já em torno dos 70 anos. O mais velho, Aritana, 76, é o cacique da tribo. Quem trabalha para revitalizar o idioma é seu filho, Tapí Yawalapiti, 43, mestrando em linguística na Universidade de Brasília (UnB). Ele agora tem ao alcance o mais completo estudo descritivo já publicado sobre a língua, feito há mais de 40 anos e recuperado pelo Museu Nacional, no Rio de Janeiro. É o primeiro extenso trabalho de resgate e publicação de um arquivo linguístico indígena da instituição após o incêndio de setembro de 2018, que destruiu quase todo o seu acervo, então o quinto maior do mundo em número de peças. Estima-se que o museu guardasse 20 milhões de itens, entre diversas áreas. Escritos entre 1976 e 1977, os cadernos de campo, agora digitalizados, trazem a caligrafia original da época, fotografada e colorida. São 2 762 entradas, com vocabulários e expressões yawalapiti, transcritos em um sistema fonético, que abrangem temas como corpo, indumentária, animais, ambientes da casa, festas e rituais. [...] COSTA, Luís. Com apenas três falantes, língua indígena tem estudo recuperado pelo Museu Nacional. BBC News, 19 jun. 2020. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-53114568. Acesso em: 25 jun. 2020. [Fragmento]

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da Língua Portuguesa sobre o tema “A valorização do patrimônio histórico e cultural do Brasil Brasil”, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

GABARITO Acesse o QR Code ao lado para verificar o gabarito.

Bernoulli Sistema de Ensino

PROIBIDA A IMPRESSÃO: uso exclusivo do GRUPO BERNOULLI. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida, por nenhuma forma e nenhum meio, seja mecânico, eletrônico, ou qualquer outro, sem prévia autorização por escrito pelo BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO.

MAIS REDAÇÃO VERSÃO PRELIMINAR: SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E DE LAYOUT.

21


CAPÍTULO

S

1 S = S0 + vt v = v0 + at

v2 = v20 + 2a∆S

v2 ac = = ω 2R R

0

cinemática

Desvendando o Movimento

g

2 at S = S0 + v0t + 2

v

PROIBIDA A IMPRESSÃO: uso exclusivo do GRUPO BERNOULLI. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida, por nenhuma forma e nenhum meio, seja mecânico, eletrônico, ou qualquer outro, sem prévia autorização por escrito pelo BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO.

VERSÃO PRELIMINAR: Mais Física SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E DE LAYOUT.

a


Em 20 de julho de 1969, a humanidade deu um grande passo. Nesse dia, Neil Armstrong foi o primeiro ser humano a pisar na Lua. Mas como isso foi possível? Quais passos foram dados antes desse? A série de fatos que possibilitaram a chegada de uma nave tripulada à Lua começa muito antes de 1969. Ela se inicia antes mesmo da Grécia Antiga e seus primeiros pensadores. Stanley Kubrick, um dos maiores cineastas que já existiu, propõe em sua obra 2001 – uma odisseia no espaço que a conquista do espaço começou quando um primata ancestral do ser humano conseguiu utilizar um osso como ferramenta, desenvolvendo, assim, a capacidade de resolver problemas baseando-se em raciocínio, e não somente em força física.

1. Movimento uniforme Desde sua decolagem, em 16 de julho de 1969, a Apollo 11 desenvolveu vários tipos de movimentos. Ora ela se deslocava aumentando sua velocidade, ora diminuindo, às vezes em linha reta, outras vezes em curva. Neste capítulo, iremos voltar a nossa atenção para dois movimentos em especial: o movimento uniforme e o movimento uniformemente variado. O movimento uniforme ocorre com uma característica muito especial: o valor da velocidade do corpo em movimento permanece constante todo o tempo. Na linguagem da Física, isso quer dizer que o corpo possui uma velocidade com módulo ou intensidade constante. Uma velocidade cujo módulo não varia tem um significado muito importante. Imagine, por exemplo, um veículo trafegando por uma estrada muito longa, plana e reta, com a velocidade constante de 60 km/h. Como a intensidade da velocidade não varia ao longo do tempo, podemos garantir que, a cada hora que passa, o veículo percorre exatamente 60 quilômetros. Se o veículo fosse observado nessa situação, por exemplo, durante três horas, ele teria percorrido, portanto, 180 quilômetros. Agora imagine a Estação Espacial Internacional, que executa o seu movimento numa órbita aproximadamente circular, com velocidade de módulo constante. Ela também estaria executando um movimento uniforme? Sim! É possível, portanto, dividir os movimentos uniformes em pelo menos dois subtipos: os Movimentos Retilíneos Uniformes e os Movimentos Circulares Uniformes.

t

1.1. Movimento Retilíneo Uniforme

NASA

Como o próprio nome indica, o Movimento Retilíneo Uniforme, ou M.R.U., é aquele que ocorre em uma trajetória retilínea e, além disso, possui velocidade sempre com o mesmo valor, ou seja, mesmo módulo ou intensidade. Dessa forma, em intervalos de tempos iguais, o corpo sempre irá percorrer distâncias iguais. É esse o tipo de movimento descrito, por exemplo, pela Apollo 11 ao se deslocar pelo espaço em regiões distantes de qualquer outro astro. Outra situação em que é possível se verificar um Movimento Retilíneo Uniforme, pelo menos por alguns instantes, é o caso de trens-bala do tipo Maglev (do inglês Magnetic levitation transport). Bernoulli Sistema de Ensino

PROIBIDA A IMPRESSÃO: uso exclusivo do GRUPO BERNOULLI. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida, por nenhuma forma e nenhum meio, seja mecânico, eletrônico, ou qualquer outro, sem prévia autorização por escrito pelo BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO.

MAIS FÍSICA VERSÃO PRELIMINAR: SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E DE LAYOUT.

5


PRELIMINAR: SUJEITA A REVISĂƒO DE CONTEĂšDO, DE LĂ?NGUA E DE LAYOUT.

Christian Petersen-Clausen / Getty Images

Agora que jå sabemos do que se trata um M.R.U., iremos descrevê-lo matematicamente para que sejamos capazes de fazer previsþes ou de encontrar informaçþes relevantes a respeito desse movimento.

Se quisermos tratar esse problema de forma geral, podemos expressar a distância percorrida por um móvel com velocidade constante como sendo: d=v.t A função horåria deve ser capaz de calcular as posiçþes do móvel. Dessa forma, se o veículo partiu da origem (posição km 0), ao final de 3 horas ele estarå no km 180. Mas e se ele não partir da origem? Como proceder nesse caso? Basta somar a posição da qual o veículo partiu, ou seja, a posição inicial, à distância percorrida: S = S0 + vt

Figura 1. Um trem Maglev ĂŠ capaz de se deslocar com velocidade praticamente constante.

Descrevendo um M.R.U. por meio de equaçþes

Movimento progressivo x movimento retrógrado AtÊ agora, discutimos a respeito do valor da velocidade, que no M.R.U. Ê constante. PorÊm, pense por um instante na seguinte situação: dois metrôs partem da mesma estação para duas regiþes diferentes, um vai para leste e o outro, para oeste. Ambos viajam com velocidade constante de 80 km/h por uma ferrovia retilínea. A função horåria de um deles pode ser utilizada para descrever a posição do outro? Após 1 hora, ambos estarão a 80 km da estação, mas estarão tambÊm na mesma posição, jå que viajam em sentidos opostos? Alexandre Schneider / Getty Images

Abstract Aerial Art / Getty Images

Ao analisar um Movimento Retilíneo Uniforme, em geral, desejamos saber onde o corpo (ou móvel) estarå em um instante de tempo futuro ou qual o instante de tempo no qual ele estarå em determinada posição. Ambos os questionamentos são respondidos com a ajuda de uma equação conhecida como função horåria do M.R.U.

A equação anterior Ê a função horåria de um Movimento Retilíneo Uniforme. A variåvel S representa a posição do móvel no instante t; a variåvel S0 representa a posição inicial, isto Ê, a posição no instante t = 0; e v representa a velocidade escalar do móvel.

Figura 2. VeĂ­culo se movendo em uma estrada retilĂ­nea.

Para construir a nossa função horĂĄria, vamos imaginar o problema do veĂ­culo que se move com uma velocidade constante de 60 km/h, por uma estrada retilĂ­nea. Repare com atenção que a unidade da velocidade, sempre expressa uma distância por um tempo – nesse caso, 60 km a cada hora. Como proceder, entĂŁo, para calcular a distância percorrida em um intervalo de 3 horas, por exemplo? A distância percorrida ĂŠ o produto da velocidade pelo tempo, ou seja: d (60 km /h) . 3 h d (60 km /h . 3 h d = 180 km

6

Bernoulli Sistema de Ensino

Figura 3. Dois metrôs partindo de uma estação de São Paulo em sentidos opostos.

Para resolver esse problema, Ê adotada uma convenção de sinais. Adotam-se como positivas as velocidades dos móveis cujas posiçþes na trajetória são crescentes com o passar do tempo e como negativas as velocidades dos móveis cujas posiçþes na trajetória são decrescentes com o tempo.

PROIBIDA A IMPRESSĂƒO: uso exclusivo do GRUPO BERNOULLI. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida, por nenhuma forma e nenhum meio, seja mecânico, eletrĂ´nico, ou qualquer outro, sem prĂŠvia autorização por escrito pelo BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO.

CapĂ­tulo 1 VERSĂƒO


De acordo com essa convenção, o movimento dos móveis cujas velocidades são positivas é chamado de progressivo e o movimento dos móveis cujas velocidades são negativas é chamado de retrógrado. A informação a respeito da orientação do movimento é de extrema importância, pois, ao utilizar funções horárias, o valor da velocidade deve ser inserido juntamente com o sinal associado a ela. Observe a figura a seguir (fora de escala). Nela, os metrôs 1 e 3 se movem no sentido crescente das posições, portanto suas velocidades são positivas e seus movimentos são classificados como progressivos. Por outro lado, os metrôs 2 e 4 se movem no sentido decrescente das posições. Assim, suas velocidades são negativas e seus movimentos são classificados como retrógrados.

Estação Central

v1>0 1 v2<0

3

2

v3>0

Rodrigo Almeida

v4<0

–2 km

–1 km

4 1,5 km

Origem (S = 0)

2 km

Figura 4. Movimentos progressivos e retrógrados.

Velocidade relativa Você já passou pela situação na qual está andando de carro ou ônibus e seu veículo vai ultrapassar um caminhão na estrada? Nessa situação, você percebeu que a velocidade do caminhão ultrapassado parecia muito baixa? Esse fenômeno pode ser explicado pela velocidade relativa. O cálculo da velocidade relativa entre dois corpos consiste em considerar que um deles está em repouso e calcular a velocidade do outro, sob o ponto de vista do primeiro. Parece complicado, mas esse cálculo é bastante simplificado se considerarmos duas situações: Situação 1: Ambos os corpos se movem no mesmo sentido. Por exemplo, numa prova de 100 metros rasos, todos os participantes correm no mesmo sentido. Nesse caso, a velocidade relativa entre dois deles é dada por vrel = v1 – v2. Westend61 / Getty Images

Figura 5. Duas atletas correndo em uma mesma direção e sentido.

Situação 2: Os corpos se movem em sentidos opostos. Por exemplo, dois satélites em órbitas próximas, um percorrendo a trajetória no sentido horário e outro, no sentido anti-horário. Nesse caso, a velocidade relativa entre os corpos será vrel = v1 + v2.

Problemas de ultrapassagem Em algumas situações, estamos interessados em analisar movimentos nos quais o tamanho dos corpos é relevante, como um carro ultrapassando uma carreta na estrada, um trem passando por uma ponte ou túnel, etc. Essa classe de problemas é conhecida como problemas de ultrapassagem e existe uma estratégia que torna a resolução bem mais fácil: identificar o ponto mais extremo da traseira do móvel que fará a ultrapassagem. Quando esse ponto terminar de passar pelo obstáculo, a ultrapassagem foi concluída. Bernoulli Sistema de Ensino

PROIBIDA A IMPRESSÃO: uso exclusivo do GRUPO BERNOULLI. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida, por nenhuma forma e nenhum meio, seja mecânico, eletrônico, ou qualquer outro, sem prévia autorização por escrito pelo BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO.

MAIS FÍSICA VERSÃO PRELIMINAR: SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E DE LAYOUT.

7


DE LAYOUT.

DÁ o QUE PENsAr Dandara Mariana, [...] cheia de samba no pé, a vice-campeã da Dança dos Famosos 2019 ocupou o posto na Unidos de Padre Miguel, agremiação do Grupo de Acesso que desfilou na noite deste sábado [22/02/2020]. [...] “Temos que passar por essa festa para o ano começar com energia. Não deixo de pular Carnaval de jeito nenhum. O Carnaval é profano, mas também é sagrado. É um momento em que as pessoas se libertam. A gente ocupa a cidade com alegria e isso é tão bonito. Acho um transbordamento”.

Janine Bergmann / Getty Images

VERONEZ, C. Dandara Mariana diz que carnaval é profano e sagrado ao mesmo tempo: “é transbordamento”. Folha de S.Paulo, Rio de Janeiro, 23 fev. 2020. Disponível em: https://f5.folha.uol.com.br/celebridades/carnaval/2020/02/ dandara-mariana-diz-que-carnaval-e-profano-e-sagrado-ao-mesmo-tempo-e-transbordamento.shtml. Acesso em: 16 jul. 2020. [Fragmento]

Com base na reportagem e no QR Code com a análise do antropólogo Roberto DaMatta, realize uma pesquisa sobre o assunto e debata com os colegas as noções de sagrado e profano aplicadas ao Carnaval. Sistematize seus dados e anote seus resultados.

3.1. A definição de religião em As formas elementares da vida religiosa As noções de sagrado e profano se transformam em realidade na vida material das sociedades, por meio de práticas e representações. Essa é a função dos ritos, que Durkheim (2003) define como maneiras que os indivíduos encontram para se relacionarem com o sagrado, ou seja, o rito “prescreve maneiras de agir” (DURKHEIM, 1996, p. 19). Práticas como os ritos de iniciação, além de cumprirem com o objetivo de inserção do indivíduo na prática religiosa (retirando-o do mundo profano e inserindo-o no âmbito do sagrado), também servem como reafirmação dos vínculos comunitários, uma vez que revigoram a participação dos indivíduos no corpo social, em torno da celebração de valores comuns. A existência de ritos e cerimônias, em torno do que as representações coletivas entendem como sagrado, é que produz o efeito gregário do fenômeno religioso. Contudo, a mera separação entre o sagrado e o profano não confere à religião o status de fato social para Durkheim. Nesse caso, ritos e cerimônias instauram no grupo social uma moralidade que somente pode ser vivida no âmbito social, que, para Durkheim, recai na concepção de igreja. Dessa forma, o autor define a religião como “um sistema solidário de crenças e de práticas relativas a coisas sagradas, isto é, separadas, proibidas, crenças e práticas que reúnem numa mesma comunidade moral, chamada igreja, todos aqueles que a elas aderem” (DURKHEIM, 2003, p. 32). O significado de igreja para Durkheim não possui ligação com a hierarquização dentro de uma instituição social, ou espaço físico específico, mas com o sentido de que a noção de igreja representa uma prática coletiva que media as ações dos fiéis em torno do sagrado. Por esse motivo, Durkheim faz uma distinção entre a religião e o universo da magia. O universo mágico não conhece uma instância social mediadora como é a igreja.

Scott Wallace / Getty Images

Figura 2. As crenças e os ritos são categorias fundamentais do fenômeno religioso, conforme Durkheim. A imagem retrata o batismo de uma criança na Bacia Amazônica, em 1992.

Daniel Balakov / Getty Images

A magia, conforme Durkheim, é alheia ao universo social, pois costuma ser praticada em locais secretos (a igreja se relaciona com o espaço coletivo), por indivíduos dotados de poderes específicos que os evocam para fins específicos, uma vez que “a magia não perde tempo com especulações” (DURKHEIM, 2003, p. 26). Por isso, ainda que a magia tenha seus ritos e crenças, ela não possui o mesmo caráter que a religião. Nota-se, portanto, que, para Durkheim, de nada vale uma prática social em si, se o conteúdo dessa prática não for voltado para a reafirmação da coletividade. Especificamente, a religião existe quando seus membros formam a igreja, uma unidade moral consistente, sendo que a magia não forma tal coletividade (WEISS, 2012). Dessa forma, o significado atribuído ao elemento sagrado constitui o próprio sentido da coletividade (DURKHEIM, 2003).

Figura 3. Magia e religião partem de princípios distintos, conforme Durkheim.

PROIBIDA A IMPRESSÃO: uso exclusivo do GRUPO BERNOULLI. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida, por nenhuma forma e nenhum meio, seja mecânico, eletrônico, ou qualquer outro, sem prévia autorização por escrito pelo BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO.

Mais PRELIMINAR: Sociologia SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E

capítulo 1 VERSÃO


EsTÁ No MUNDo

eclipse_images / Getty Images

Com Campo Grande voltando a liderar o ranking de casos do novo coronavírus, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) convidou a população para nova prece coletiva [...]. “Amanhã vamos fazer a oração, a prece, a reza, a corrente de católicos, evangélicos, espíritas de qualquer segmento religioso que você tiver, invocando a Deus”, afirmou o prefeito. [...] Segundo ele, o pedido será novamente para frear a contaminação na cidade e o horário para a população expressar sua fé, cada um de suas casas, será das 10h às 11h. BUREMA, D. Com aumento de casos, prefeito convida para a nova prece coletiva neste domingo. Midiamax, 04 jul. 2020. Disponível em: https://www.midiamax.com.br/cotidiano/2020/com-aumento-decasos-de-covid-19-prefeito-convida-para-nova-prece-coletiva-neste-domingo. Acesso em: 16 jul. 2020. [Fragmento]

Pensando na reafirmação da coletividade, ressaltada por Durkheim, qual a sua opinião sobre a prece coletiva tratada na reportagem? Ela tem algum efeito sobre os indivíduos e a coletividade?

ExErcício DE APrENdiZAGEM

02

Diferencie a magia da religião, de acordo com a sociologia de Durkheim.

4. As correntes animistas e naturistas Os capítulos II e III de As formas elementares da vida religiosa são dedicados às considerações de Durkheim sobre duas correntes teóricas, que também se dedicaram ao estudo das religiões: o animismo, de Tylor e Spencer, e o naturalismo, de Max Müller (1823-1900) e Adalbert Kuhn (1812-1881). Como você já viu, Herbert Spencer era um adepto da tese do evolucionismo social, corrente que entendia que as sociedades humanas eram marcadas por evoluções históricas, que iam dos arranjos mais simples para os mais complexos. O também antropólogo britânico Edward Tylor transpôs o evolucionismo social de Spencer para o campo dos estudos sobre a religião, entendendo que a religiosidade humana evolui do nível mais básico – animismo – para o estágio mais complexo – monoteísmo –, sendo este antecipado ainda pelo politeísmo. Definindo a religião como a crença em seres espirituais, Tylor prefere denominar as religiões “primitivas” de animistas, para que não fossem confundidas com o espiritismo. O animismo está fundamentado em dois conceitos, que se entrelaçam na constituição do fenômeno da religião: a existência da alma de cada ser individual, que continua existindo após o desaparecimento físico, e a existência de divindades espirituais que controlam a vida material. Assim, para Tylor, o animismo é uma característica das tribos situadas na base da escala da humanidade (TYLOR, 1903).

freedom007 / Getty Images

Essas duas realidades formam uma dupla dimensão, representadas na ideia de sonho. Como as consciências individuais, nas sociedades antigas, não fazem a distinção entre os dois planos, surge, assim, o culto aos antepassados, pois há um entendimento de que as duas dimensões estão interligadas em um plano único. Assim, a noção de alma, desenvolvida a partir dos sonhos, em oposição à materialidade do corpo, cria a ideia de um mundo também habitado por espíritos que atuam diretamente na vida do grupo social (ARON, 1987).

Figura 4. Para Durkheim, a religião produz efeitos na vida social.

Bernoulli sistema de Ensino

PROIBIDA A IMPRESSÃO: uso exclusivo do GRUPO BERNOULLI. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida, por nenhuma forma e nenhum meio, seja mecânico, eletrônico, ou qualquer outro, sem prévia autorização por escrito pelo BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO.

socioLoGiA VERSÃO PRELIMINAR: SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E MAis DE LAYOUT.

9


PRELIMINAR: SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E DE LAYOUT.

Já a concepção naturista entende que o divino é uma elaboração que os grupos humanos fazem a partir de fenômenos da natureza, antropomorfizando-os. Durkheim (2003) vai discordar de tais correntes justamente no modo como cada uma entende o fundamento e a origem do sagrado. Nesse sentido, na leitura durkheimiana, as duas correntes se assemelham, pois a definição de sagrado está fora da dimensão humana, sendo fruto de interpretações equivocadas da realidade. Para o autor, é impossível conceber a religião, um fenômeno social de extrema relevância para a coesão social, com adoração a espíritos e transfigurações da natureza. Isso seria o equivalente a conceber a religião como um delírio coletivo. Então, a concepção de religião debatida por Durkheim pressupõe a importância do aspecto religioso na construção da própria realidade da sociedade. O estabelecimento do que é sagrado produz efeitos reais na vida social e, por isso, não pode ser compreendido como um fenômeno espiritual. Por esse motivo, o caráter elementar da religião não pode ser encontrado no animismo nem no naturismo (DURKHEIM, 2003).

5. As religiões totêmicas O termo “elementar”, proposto por Durkheim, pode ser interpretado sob duas perspectivas. Uma de caráter eurocêntrico e evolucionista, que entende as crenças elementares como próprias dos grupos em um estágio civilizacional inferior, como também no sentido de primeiro, de um fenômeno inicial e constitutivo da própria condição humana. Na interface entre esses dois significados se encontra o interesse de Durkheim pelas religiões totêmicas. Para o autor, o caráter realmente elementar e, portanto, definitivo para se compreender o fenômeno religioso, em sua dimensão social, pode ser encontrado no totemismo. Por isso, as partes II e III da obra aqui apresentada são dedicadas ao estudo das chamadas religiões totêmicas australianas. Um elemento importante é o totem, um objeto animado, ou inanimado, presente na natureza, que é alçado à condição de símbolo por algum grupo humano.

5.1. As crenças totêmicas A crença em um totem é um aspecto que organiza o universo que cerca uma comunidade. Por isso, a dimensão do sagrado se torna constitutiva do universo cultural de um grupo social e, portanto, é fundamento da vida coletiva. É o totem que delimita o clã enquanto grupo social e, assim, cria, entre os indivíduos, um laço de solidariedade moral, anterior inclusive à moralidade proposta pela divisão social do trabalho. Os clãs, por sua vez, são agrupados em torno de fratrias que organizam os matrimônios entre os indivíduos.

Bruce Yuanyue Bi / Getty Images

Figura 5. Totem das Primeiras Nações no distrito de North Vancouver, canadá. As Primeiras Nações são os três grupos distintos de povos aborígenes reconhecidos no Ato da constituição do canadá.

PROIBIDA A IMPRESSÃO: uso exclusivo do GRUPO BERNOULLI. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida, por nenhuma forma e nenhum meio, seja mecânico, eletrônico, ou qualquer outro, sem prévia autorização por escrito pelo BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO.

capítulo 1 VERSÃO


Acesse os QR Codes e passeie no Google Earth pelos Rios Tigre e Eufrates na atualidade.

APLICATIVO

A ocupação do sul da região por povos nômades e sedentários data de aproximadamente 2900-2371 a.C., e os sumérios foram a primeira civilização da região, seguida de outros grupos, como os acádios, os amoritas (babilônios), os assírios e os caldeus.

xefstock / Getty Images

Figura 2. A Cidade de Dara, na Turquia, é um dos assentamentos mais importantes da Alta Mesopotâmia.

ERVEN Ç INT

VAI LÁ E FAZ

RAL

DIAÇÃO ME

ÃO

E

TU

O território ocupado pelos povos mesopotâmicos apresenta duas regiões distintas: a Alta Mesopotâmia, ao norte, montanhosa e menos fértil, de clima quente, úmido e vegetação escassa, e a Baixa e Média Mesopotâmia, ao centro e ao sul, de clima semiárido e áreas pantanosas.

S O CIOC U

L

A dinâmica dos rios contribuiu para o aprimoramento das sociedades antigas, sendo o manejo da água um dos alicerces fundamentais. No mundo globalizado, esse recurso e suas questões fazem parte do cotidiano e da agenda política. No Brasil, várias questões envolvem o uso da água, como aponta o infográfico a seguir, da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Total da água retirada no Brasil: média anual (2018)

Indústria 9,6% Uso animal 8,3%

Total de retirada Irrigação 49,8%

Mineração 1,7%

2 048 m3/s

Termoelétricas 4,5%

Abastecimento rural 1,7%

Abastecimento urbano 24,4% Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. 2018.

Bernoulli Sistema de Ensino

PROIBIDA A IMPRESSÃO: uso exclusivo do GRUPO BERNOULLI. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida, por nenhuma forma e nenhum meio, seja mecânico, eletrônico, ou qualquer outro, sem prévia autorização por escrito pelo BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO.

TÁ NA MÍdiA

Funtay / Getty Images

HISTÓRIA VERSÃO PRELIMINAR: LAYOUT. Mais História SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E DEMAIS

9


PRELIMINAR: SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E DE LAYOUT.

A demanda por uso de água no Brasil é crescente, com aumento estimado de aproximadamente 80% no total retirado de água nas últimas duas décadas. A previsão é de que, até 2030, a retirada aumente 26%. O histórico da evolução dos usos da água está diretamente relacionado ao desenvolvimento econômico e ao processo de urbanização do país. ANA. Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil 2019: informe anual. Brasília: ANA, 2019. Disponível em: http://conjuntura.ana.gov.br/static/ media/conjuntura-completo.bb39ac07.pdf. Acesso em: 08 out. 2020. [Fragmento]

Sabendo que a água foi um importante recurso para os povos da Antiguidade e continua sendo para o desenvolvimento da sociedade contemporânea, faça um levantamento sobre a utilização de recursos hídricos no Brasil. Grave um podcast propondo soluções existentes ou inovadoras que medeiem o uso consciente da água e o desenvolvimento do país.

Os sumérios A Civilização Suméria se estabeleceu ao sul do território, na Baixa e Média Mesopotâmia, por volta de 3100 a.C., e seu desenvolvimento foi estimulado pela necessidade de controlar as cheias dos Rios Tigre e Eufrates, assim como de drenar as áreas pantanosas para o aproveitamento de terras férteis. Concomitantemente, as atividades agrícolas foram se desenvolvendo, junto com a construção de sistemas de

irrigação,

diques

e

barragens

de

contenção.

Além da agricultura, havia também a pecuária, com a criação de animais, o artesanato e o comércio. O excedente da produção de alimentos permitiu que os sumérios se dedicassem a outras atividades, o que, por consequência, promoveu a diversificação da economia.

Assim, foram surgindo os primeiros núcleos urbanos sumérios e uma organização político-administrativa conhecida como cidade-estado. As cidades-estado sumérias eram caracterizadas pela independência política em relação às outras cidades ao redor, isto é, elas tinham sua própria organização e seus próprios governantes. Estes eram sacerdotes, conhecidos como patesi, que desempenhavam, de forma absoluta, o poder político, militar e religioso. Ou seja, esses líderes tinham uma autoridade de última instância e exclusiva e definiam as leis de seu próprio governo. As principais cidades sumérias foram Eridu, Ur, Uruk, Lagash e Nippur, as quais desenvolveram com outras regiões uma rede de comércio de artigos de luxo, como ouro, prata, lápis-lazúli e tecidos.

Cultura: a escrita e religião Inicialmente, a escrita de forma geral era realizada a partir de desenhos, que simbolizavam um pertence, e de sinais, que definiam as medidas e as quantidades. Os primeiros símbolos eram os pictogramas – desenhos figurativos. Neles, figuras eram traçadas de forma esquemática para representar uma ideia, um objeto, uma pessoa, um animal, etc. Com o passar do tempo, a escrita passou a ser feita também pelo ideograma, que funcionava por meio de sinais, e não mais de desenhos – foi aí que a escrita passou a ser chamada de cuneiforme, pois conseguia representar não apenas as ideias, mas também os sons. Esse tipo de escrita era composto de sinais básicos, produzidos mediante a pressão de estiletes em forma de cunha, gravados na argila úmida. Além disso, o sistema de numeração era parecido com o romano, o que demonstrava conhecimento matemático. Jean-Philippe Tournut / Getty Images

Werner Forman / Getty Images

Figura 4. Uma placa em escrita cuneiforme, do atual Irã.

Figura 3. Painel sumério identificando um pouco do cotidiano desses povos.

10

Bernoulli Sistema de Ensino

Devido ao desenvolvimento do comércio, os sumérios viram a necessidade de criar um sistema de registro das atividades financeiras, e foi assim que surgiu a escrita cuneiforme. Além do uso na atividade comercial, esse sistema foi usado para registrar colheitas e impostos e era adotado em textos literários, míticos, históricos, religiosos e códigos de leis.

PROIBIDA A IMPRESSÃO: uso exclusivo do GRUPO BERNOULLI. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida, por nenhuma forma e nenhum meio, seja mecânico, eletrônico, ou qualquer outro, sem prévia autorização por escrito pelo BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO.

Capítulo 1 VERSÃO


No campo religioso, os sumérios e os demais povos da Mesopotâmia eram politeístas, isto é, acreditavam em vários deuses. Os deuses eram, na maioria das vezes, relacionados aos fenômenos da natureza, sendo responsabilizados por tudo o que ocorria no mundo. Os mesopotâmicos acreditavam, ainda, que as divindades transmitiam mensagens por meio de sonhos, estrelas e outros sinais, cabendo aos sacerdotes interpretar essas mensagens. A análise dos sacerdotes na interpretação dos sinais divinos compunha um estudo astronômico, fato que permitiu o desenvolvimento da Astronomia, como o cálculo de eclipses, a observação da movimentação dos planetas e a criação de calendários, bem parecidos com os atuais, compostos por uma semana com sete dias. Os mesopotâmicos, em especial os acádios, aprenderam a dividir o dia em doze horas duplas e o ano com base nos ciclos da Lua. Conseguiram, ainda, identificar a existência de cinco planetas: Saturno, Júpiter, Vênus, Marte e Mercúrio. A cada um desses planetas foi atribuído um dia da semana, sendo que os outros dois dias seriam representados pelo Sol e pela Lua. Por meio da observação do céu, foi possível definir, também, as estações do ano e criar os signos do zodíaco, a partir da análise das constelações e da sua associação ao futuro das pessoas.

HomoCosmicos / Getty Images

Em relação ao politeísmo, cada cidade-estado possuía um deus e um templo dedicado a ele. Na maioria das vezes, esses templos eram vistos como moradia de cada divindade e neles eram construídas escadarias que direcionavam ao céu. Essas construções eram chamadas de zigurate. Os zigurates eram semelhantes às pirâmides de degraus. Há registros históricos de que os zigurates também eram utilizados como palácios reais, centros administrativos, hospitais, bibliotecas e observatórios astronômicos.

A Epopeia de Gilgamesh Quando o regime de enchentes dos Rios Tigre e Eufrates era muito severo, provocava inundações extremamente violentas e catastróficas, remetendo inclusive às narrativas míticas de poemas sumerianos e babilônios, como a Epopeia de Gilgamesh, encontrada no século XIX em escrita cuneiforme. Essa história chama atenção pela semelhança com contos hebraicos, como a história do Dilúvio e a Arca de Noé, o que revela a influência dos sumérios sobre outros povos do Oriente Médio. No conto, o rei Gilgamesh, teria fundado a cidade de Uruk, por volta de 2800 a.C.-2500 a.C. Com o passar do tempo, ele se tornou um rei despótico e opressor com o povo da cidade.

Osama Shukir Muhammed Amin FRCP(Glasg) / Creative Commons

Figura 5. Zigurate de Ur, atual Iraque. Construído entre 2113 e 2096 a.C. em honra ao deus da Lua, Nanna.

Segundo a lenda, Gilgamesh teria ordenado o povo a construir uma gigantesca muralha, que demandou muito trabalho. Fadigada e amedrontada, a população ergueu preces à deusa Ishtar, que, ouvindo os pedidos, enviou Enkidu para a cidade, sob a missão de desafiar e matar Gilgamesh. Entretanto, o confronto não teria ocorrido, pois Figura 6. Tábua contendo escritos da Epopeia de Enkidu supostamente se tornou amigo de Gilgamesh e, por Gilgamesh. c. 2003-1595 a.C. Museu Sulaymaniyah. meio dessa amizade, o mundo passou a viver em paz. Bernoulli Sistema de Ensino

transmitida, por nenhuma forma e nenhum meio, seja mecânico, eletrônico, ou qualquer outro, sem prévia autorização por escrito pelo BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO.

Além da escrita, os sumérios inventaram instrumentos agrícolas relevantes, como o arado, e promoveram técnicas destinadas à área da construção civil, como o uso de blocos e tijolos de argila retirada dos rios.

PROIBIDA A IMPRESSÃO: uso exclusivo do GRUPO BERNOULLI. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou

HISTÓRIA VERSÃO PRELIMINAR: SUJEITA A REVISÃO DE CONTEÚDO, DE LÍNGUA E DEMAIS LAYOUT.

11


Ficou com dĂşvidas ou quer saber mais? Entre em contato com o seu consultor pedagĂłgico. Contato: (31) 3029-4949 bernoulli.com.br/sistema


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.