FENOMENOLOGIA NO PATRIMÔNIO CULTURAL - Alana Duarte Narciso

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FENOMENOLOGIA NO PATRIMONIO CULTURAL

O presente trabalho apresenta como o patrimônio cultural é abordado em sua relação com a fenomenologia do lugar.

-Recente Multiplicidade no Patrimônio Cultural -

Com amparo teórico, apontar a relevância de se ir além das políticas de salvaguarda de um Bem Cultural, o qual

Alana Duarte Narciso

toda sua historia, valores e singularidades, são passadas Graduanda do Curso Superior de Arquitetura e Urbanismo, Centro Universitário do Leste de Minas Gerais - UNILESTE M.G. (e-mail: alanaduartenarciso@gmail.com)

para gerações que se sucedem, e quando chegará à vez de suas historias se somarem as do Bem Cultural, dando assim continuidade ao ciclo do Patrimônio. Criação de identidades e sentimentos que só faz fortalecer o sentido de comunidade.

RESUMO O artigo discute as relações abrangentes entre os lugares de memória e o patrimônio cultural, sua correlação com a preservação

da

cultura

e

do

lugar,

levando

em

consideração a identificação que a comunidade tem com o Bem registrado.

Abordado e debatido de forma heterogenia nas áreas de estudos das humanas, sociais aplicadas e artes, para melhor compreensão pensemos na Fenomenologia do Patrimônio Cultural de forma plural. SILVEIRA Flávio Leonel Abreu da e FILHO Manuel Ferreira Lima (2005) traz a seguinte problemática no texto Por Uma Antropologia Do

Palavras-chave: Memória, INTRODUÇÃO

Patrimônio

Cultural,

Lugares

de

Objeto Documental: Entre A “A Alma Nas Coisas”1 E A Coisificação Do Objeto "(...) a necessidade de uma abordagem interdisciplinar para as reflexões sobre o mesmo, propondo, para o caso que nos interessa, uma 1


relação direta com temas caros à antropologia, tais como:

continuidades temporais, às evoluções e às relações das

identidade, cidadania, diversidade cultural, memória e

coisas. A memória é um absoluto e a história só conhece o

direitos humanos...". Indo por essa visão o trabalho

relativo” Quando se trata de um patrimônio cultural

discutirá a Multiplicidade no Patrimônio Cultural, a partir da

registrado ou tombado, os quais possuem políticas de

vivência do mesmo, com a motivação de verter o

salvaguarda da historia, presumi que isso garanta que tal

entendimento

do lugar partindo da

bem ilustrara a memória coletiva, porem só ocorrerá se a

experiência e experimentação do patrimônio. Para Tuan

comunidade se identificar com o mesmo, pois como vimos

(1983, p. 206) "Lugar é uma mistura singular de vistas,

memória e historia na fenomenologia do patrimônio são

sons e cheiros, uma harmonia ímpar de ritmos naturais e

distintas, mas se complementam.

de

apropriação

artificiais". Estudar espaços e territórios ate se tornarem lugares, e

O artigo tem o intuito de trazer a luz uma discussão a

que por meio das manifestações sociais e culturais são

respeito

alterados os usos e acumulam significados, que poderão

materiais sobre o imaterial, o que levanta a questão

reagir ao indivíduo ou mesmo um grupo de pessoas.

fenomenológica do patrimônio cultural, onde não se pode

Aprofundando ainda mais, pode-se entender que os

ignorar que para tombar um bem em patrimônio, o mesmo

lugares são meios constantes de produção e vivencia da

deve ter significados e valores que vão além da matéria

memória, podendo essa memória ser coletiva ou individual,

concreta, assim como em bens imateriais necessita de

dependera do tipo de apropriação e espaço. NORA diz,

objetos,

(1992) “A memória se enraíza no concreto, no espaço, no

praticados ou realizados. Ao fim objetivamos que se rompa

gesto, na imagem, no objeto. A história só se liga às

a tênue linha que classifica os

da

valoração

ferramentas

e

privilegiada

lugares

dos

físicos

bens

patrimônios

para

serem

culturais,

e 2


efetivamente as leis e políticas sejam postas a serviço de

do portal do IPHAN, “Nessa redefinição promovida pela

todo patrimônio cultural.

Constituição, estão as formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações e

DESENVOLVIMENTO

demais espaços destinados às manifestações artísticoculturais; os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, Os bens patrimoniais cumprem uma função, fortalecer a cultura de um país, estado, cidade ou comunidade,

paisagístico,

artístico,

arqueológico,

paleontológico,

ecológico e científico1”.

contribui também com a criação da historia nacional. O Patrimônio Cultural está entrando em nova fase no Brasil,

Para

através das políticas publicas e muito pelo envolvimento

apresentado os significados extraídos do dicionário:

dos coletivos, para atuar como agentes agora ativos nas

órgãos

institucionais

e

sociedade

abordagem

holística

dos

conceitos

é

 Patrimônio; Bem que vem do pai e da mãe. Conjunto

tomadas de decisões, a participação multidisciplinar de técnicos,

uma

dos bens, direitos e obrigações de uma pessoa

civil,

jurídica. O que é considerado como herança comum.

caracterizando uma metodologia participativa alinhavada

Patrimônio

pelos conselhos do patrimônio. Ainda que a definição de

é

sinônimo

de: legado, herança, deixa, dinheiro, recursos, meios

Patrimônio Cultural tenha surgido no sec. XIX, o mesmo

, riqueza, arcabouço e bagagem.

está em constante evolução, ora pelos usuários e mantedores culturais, ora por instituições como IPHAN (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) que recentemente abrangeu para seguinte conceito, extraído

1

O artigo 216 da Constituição conceitua patrimônio cultural como os bens “de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira”. Dados do IPHAN disponível em; http://portal.iphan.gov.br.

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 Cultura: que origina do latim em sentido Figurado.

compreendidas por um grupo de pessoas ou comunidades,

Conjunto dos conhecimentos adquiridos; a instrução,

porém sem o reconhecimento e Registro como Patrimônio

o

saber:

sólida

cultura.

Cultural. E o que podemos destacar frente a esse fato é

estruturas

sociais,

que tais grupos permaneceram com suas tradições, pelo

religiosas - das manifestações intelectuais, artísticas

simples entendimento de que o patrimônio cultural existe

etc - que caracteriza uma sociedade: a cultura inca;

para servir as pessoas. De tal maneira o oposto também

a cultura helenística. Aplicação do espírito a uma

pode ocorrer. Um Bem Patrimonial Registrado, que por

coisa: a cultura das ciências. Desenvolvimento das

algum motivo foi rejeitado pela comunidade ao qual esta

faculdades naturais: a cultura do espírito. Apuro,

inserida, pode estimular a especulação de que houve uma

elegância: a cultura do estilo. Desenvolvimento de

ruptura no ciclo da herança.

Sociologia.

uma

Conjunto

das

certas espécies microbianas: caldo de cultura. Cultura de massa. Conjunto dos fatos ideológicos que, comuns a um grupo de pessoas consideradas fora

das

distinções

de

estrutura

social,

são

difundidos por meio de técnicas industriais. Cultura física. Desenvolvimento racional do corpo por

Nosso respaldo técnico se ampara nas cartas patrimoniais, a qual existe maior coesão com a Carta de Machu Picchu e nos grandes teóricos do patrimônio como, Viollet-le-Duc, John Ruskin e Cesare Brandi. Viollet-le-Duc, foi um arquiteto que defendia o restauro como um trabalho cientifico,

exercícios apropriados.

necessária

a

adoção

de

métodos,

de

conhecimento teórico e de técnicas construtivas. Duas Pode-se dizer que há poucas variações em relação a

valiosas interpretações porem Viollet-le-Duc traz no século

outras editoras. O que de fato é importante ressaltar, é que

XIX, afirmando que a utilização do edifício é a melhor forma

existem

de conserva-lo, promovendo a reutilização do edifício para

patrimônios

ou

culturas

que

assim

serão

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que o mesmo não vire ruína e sobreviva. John Ruskin,

sendo

escritor

a

acréscimos, é interessante destacar que entre os teóricos

manipulação de informações e a destruição do que não

ele se destaca por se posicionar no sensato caminho do

pode ser salvo, evoca uma reflexão "A ruína é um

meio, e de modo geral podemos dizer que sobressai assim

momento histórico, melhor manter do que restaura-la", a

o patrimônio, pois em seu posicionamento crítico não há

ruína conta uma historia. Ruskin acreditava que a

espaço para alter ego, ao aprovar a multidisciplinaridade

conservação da arquitetura do passado, como expressão

em suas teorias, lançando mão de argumento como os do

de arte e cultura, nos permitiria entender a relação

critico e escritor John Ruskin.

e critico fiel

do restauro,

afirmava ser

a segunda citada ter

prioridade,

contra

os

existente entre os estilos arquitetônicos e as técnicas construtivas como a resultante do fruto do trabalho de determinada cultura, utilizando-se da história dessas construções

como

o

veículo

de

comunicação

dos

processos de desenvolvimento cultural. Manter vivo o testemunho cultural do passado no cotidiano da cidade possibilita com que os indivíduos identifiquem nos espaços urbanos,

e,

nos

monumentos

históricos,

marcos

referenciais de identidade e memória. (Rogério Pinto Dias de Oliveira, texto: O pensamento de John Ruskin)

Nesse ponto passamos a compreender que existem fenômenos que podem influenciar a percepção do espaço, com clareza Rogério Braga de Assunção explica em seu texto Cidades Urbanidades publicada na Revista Contexto 2010 “(...) Vivenciar esses espaços públicos é construir esses lugares. Nada pode ser considerado um lugar sem as construções imaginárias e concretas das pessoas que compartilham esse lugar. Precisamos conhecer e prestar mais atenção justamente no que está diante do nariz. Assim como as pessoas nunca estão prontas e completas,

O também arquiteto Camillo Boito, e historiador em sua

os lugares também estão sempre em desenvolvimento.

teoria, afirma que restauro é diferente de conservação

(...)” quando o espaço adquire significado ele passa a ser 5


(1997) são aqueles espaços dotados de histórias que levam à memória, que por sua vez produz mais história e mais memória num movimento circular. MELO, Natália Rodrigues de; RODRIGUEZ, Beatriz Beltrão (LUGARES DE MEMÓRIA E A FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO: O caso do Maracanã e dos Becos.) 2015 p 5 e 6.

um lugar, denomina-se de estudo fenomenológico, isso só é possível se houver interação entre homem e espaço, partindo daí compreenderão os laços de identidade do individuo com o lugar. Christian Norberg-Schulz afirma em seu texto O fenômeno do lugar extraído do livro Uma nova agenda para a arquitetura. (Antologia teórica (1965-1995) p. 443-461). Nosso mundo-da-vida cotidiana consiste em "fenômenos" concretos. Compõe-se de pessoas... cidades, ruas e casas... E consiste no sol, na lua e nas estrelas, na passagem das nuvens, na noite e no dia, e na mudança das estações. Mas também compreende fenômenos menos tangíveis, como os sentimentos. Isto é, o que nos é "dado"

é

o

"conteúdo"

de

nossa

existência.

Compreendemos assim que a fenomenologia possibilita as pessoas a experimentarem os espaços, assim passarem a compreender como lugares.

Chegamos

ao

cerne,

onde

o

trabalho

discute

a

justaposição dos conceitos centrais apresentados, que são o Patrimônio Cultural e a Fenomenologia. Onde o tempo impõe a memória ao lugar, nessa dinamicidade surgem ao longo dos anos os patrimônios. Definamos os conceitos de Memória

e

as

particularidades

que

são

de suma

importância para o projeto.  Memória Individual: do individuo, (para Halbwachs essa memória se referencia no outro); guardar ideias, sensações; lembrar-se de algo bom ou ruim;

A ambiência, portanto, é a responsável para que as pessoas compreendam o espaço por meio de suas próprias experiências e das relações que estabelecem com os lugares, criando vínculos que podem transformá-los em Lugares de Memória que segundo Nora

recordar momentos do passado; armazenar informações; evocar simbolicamente um objeto (pessoa, processo, estrutura, acontecimento) na ausência física deste. 6


 Memória Coletiva: da coletividade, grupos sociais, estados-nação, comunidades, famílias, etc;

construir os seus arquivos em função dos usos diferentes que fazem da memória.” (NORA, 1992)

recordação da coletividade; lembranças que são

Como dito antes essa linha de pesquisa esta em pleno

individualmente de cada membro de um grupo e de

processo de difusão entre os campos do conhecimento, a

todos ao mesmo tempo; compõe-se, para alguns

“memória do lugar” somado a historia, traz o ganho de

autores, das memórias individuais enquanto estas

fortalecer o patrimônio cultural das cidades. A citação a

se associam ao grupo.

seguir elucida a temática.

 Lugares de memória: “lugares topográficos; monumentais como os cemitérios e as arquiteturas; lugares simbólicos como as comemorações, as peregrinações, os aniversários ou os emblemas; lugares funcionais como os manuais; as autobiografias ou as associações: Lugares da história, aqueles onde se deve procurar, não podemos esquecer os verdadeiros a sua elaboração, não a produção, mas os criadores e os denominadores da memória coletiva: Estados, meios sociais e políticos, comunidades de experiências históricas ou de geração, levada a

“A ‘memória do luga” teria a ver, assim, com a capacidade humana de se conectar tanto com o ambiente natural quanto com o construído, que estão ligados em ideias como a “paisagem cultural (cultura landscape)” e de “patrimônio ambiental urbano”, que hoje começam a conformar as políticas de preservação no mundo todo. Segundo Dolores Hayden, a “memória do lugar” vai ser, de fato, a chave para o poder dos lugares históricos em ajudar os cidadãos a definir o seu passado comum: é sabido que os lugares podem despertar memórias naqueles que, membros da comunidade, compartilham de um passado comum, enquanto, ao mesmo tempo podem representar passados também para “forasteiros” que estejam interessados em conhecer sobre eles no presente.” GASTRIOTA Leonardo Barci, 2009 pag 125.

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Como obras de referencias para a pesquisa destaca se as seguintes: A alma encantadora das ruas, livro de crônicas publicado em 1908 onde João do Rio escreve suas percepções sobre as ruas da cidade do Rio de Janeiro. Na citação a seguir extraída de um texto onde o autor direciona os leitores ao entendimento que a cidade que habitamos também tem uma alma encantado, despertando o desejo de vivenciar assim como no João do Rio as ruas.

(Rogério Braga de Assunção, Cidades Urbanidades, Revista Contexto 2010)

Para contrapor esse maravilhoso exemplo de usufruto do lugar de memória de forma equivocada a UNESCO aprovou o restauro da mesquita, isso causou grandes problemas com a comunidade, havendo de ser feito rituais de purificação da mesquita por anos, no caso não foram levados em conta o valor imaterial do patrimônio.

http://www.submarino.com.br/produto/5941295/livro-alma-encantadora-das-ruas-a

Todo mundo faz como João do Rio ao compartilhar seu amor (íntimo) pelas ruas no mero usufruir dos logradouros. É devido à fruição que se emprega o termo logradouro para os lugares públicos da cidade. E esse usufruto se dá pela simples presença das pessoas nos espaços públicos da cidade.

http://www.magnusmundi.com/grande-mesquita-de-djenne/

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SEMINARIO

DA

SEMANA

INTEGRADA

Uma Vida Iluminada é um filme independe que traz a busca de um lugar, a vila onde o avô de um dos personagens vivera, e de forma surpreendente e complexa ele encontra esse lugar materializado em uma colecionadora. Ainda sobre o filme WOLNEY Fernandes 2010 diz “A história fala do tempo, que não cristaliza os acontecimentos, mas os reconstrói pelo perfume das lembranças. Marcas que aprofundam relações mais do que individuais, pois reforçam vínculos identitários espelhados nos objetos e nas histórias que precisam ser contadas.”. Após vermos o filme os espectadores trocaram impressões e dividiram suas lembranças de lugares de memória.

http://www.jornalipanema.com.br/noticias/entretenimento/30287cineclube-castelo-apresenta-uma-vida-iluminada-nesta-sexta

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CONCLUSÃO Como conclusão de tais conceitos aqui visto, que serão também base para projeto de tcc2 (ver apêndice A), entendemos que a herança do lugar assim como os demais bens patrimoniais, singular e fractal, transpassa a linha cronológica, é apropriado, mais que espectador, onde da

BACHELARD, Gaston (1989). A poética do espaço. 7ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005. GASTRIOTA Leonardo Barci, do livro Patrimônio Cultural – conceitos, políticas instrumentos – 2009 MELO, Natália Rodrigues de (1); RODRIGUEZ, Beatriz Beltrão (2) LUGARES DE MEMÓRIA E A FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO: O caso do Maracanã e dos Becos. 7º SEMINÁRIO MESTRES E CONSELHEIROS: AGENTES MULTIPLICADORES DO PATRIMÔNIO Belo Horizonte, de 10 a 12 de junho de 2015.

caminho a fenomenologia. Tomamos como exemplo um individuo que viveu toda sua vida em um território, terá uma interpretação distinta do lugar se comparar a outro que não tenha vinculo algum, enquanto ao interpretar lugares de memória coletiva e de valor patrimonial comum aos indivíduos esse lugar se trasbordara de significados e valores para ambos e isso ocorre indiferente de pertencer ao território em que o lugar esta localizado no mapa, tendo em vista que sua comunhão é com o patrimônio.

REFERÊNCIAS BRAGA , Rogério, Cidades Urbanidades, Revista Contexto 2010, pag. da internet onde foi extraído o texto, http://www.revistacontexto.com/contexto/materia.asp?codigo=35

NESBITT, Kate (Org.). Uma nova agenda para a arquitetura. Antologia teórica (1965-1995). Coleção Face Norte, volume 10. São Paulo, osac Naify, 2006. SILVEIRA, Flávio Leonel Abreu da (1); FILHO, Manuel Ferreira Lima (2) POR UMA ANTROPOLOGIA DO OBJETO DOCUMENTAL: ENTRE A “A ALMA NAS COISAS”1 E A COISIFICAÇÃO DO OBJETO: rizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 11, n. 23, p. 37-50, jan/jun 2005. SILVEIRA, Flávio Leonel Abreu da (1); FILHO, Manuel Ferreira Lima (2) POR UMA ANTROPOLOGIA DO OBJETO DOCUMENTAL: ENTRE A “A ALMA NAS COISAS”1 E A COISIFICAÇÃO DO OBJETO: Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 11, n. 23, p. 37-50, jan/jun 2005. WOLNEY Fernandes 2010 texto citado de uma vida iluminada http://instantespossiveis.blogspot.com.br/2010/06/se-acaso.html http://www.dicio.com.br/ http://portal.iphan.gov.br

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APÊNDICE A

criação de lugares específicos.” NESBITT (2006, p.443) estaremos baseando o conceito de lugar.

PROPOSTA DE TCC2 “O artigo 216 da Constituição conceitua patrimônio cultural como os bens “de natureza material e imaterial, tomados

FENOMENOLOGIA NO PATRIMÔNIO CULTURAL II - Parque Ipanema de Ipatinga, Ensaio Acerca dos Territórios e Lugares no Patrimônio Cultural Portanto, um lugar é um fenômeno qualitativo "total", que não se pode reduzir a nenhuma de suas propriedades, como as relações espaciais, sem que se perca de vista sua natureza concreta. (O fenômeno do lugar, Christian Norberg-Schulz.)

Estudar territórios, espaços ate se tornarem lugares, e que por meio das manifestações culturais alteram os usos, acumulam significados, reagindo ao indivíduo ou mesmo

individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira”. Considerando

tais

definições,

o

projeto

se

propõe

investigar o significado do lugar, partindo da experiência e experimentação do patrimônio cultural. Ha uma lógica maior que conservar por conservar os bens patrimoniais, gerar heranças culturais, compartilhar e reinventar saberes.

MANIFESTAÇOES CULTURAIS E O ESPAÇO PUBLICO - A Memória do Lugar e o Lugar de Memória Poema do Beco

um grupo deles. Através do teórico NOBERG - SCHULZ

Que importa a paisagem, a Gloria, a baía, a linha do horizonte?

em sua situação a fenomenologia na arquitetura “como a

- O que eu vejo é o beco.

capacidade de dar significado ao ambiente, mediante a

MANUEL BANDEIRA 11


FESTA DO DIVINO ESPÍRITO SANTO DE PIRENÓPOLIS No livro “O Divino, o Santo e a Senhora”, o antropólogo Carlos Rodrigues Brandão sintetiza a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis como “uma série de seqüências simbólicas de atuação, com graus diversos de formação ritual, distribuídas entre comemorações coletivas em situações de rezar, comer e festar” (1978:37).A Festa e seus lugares: Casas, ruas, largos e igrejas são os principais lugares da festa. Sem falar da Casa do Imperador, da arena das Cavalhadas, do teatro e das estradas, atalhos e morros percorridos pelas folias. Durante os festejos, estes lugares e cenários são alvo de inversões temporárias de seu uso cotidiano, colaborando para a construção da atmosfera da festa.

Figura 09 | Tapete Divino Espírito Santo de Pirenópolis http://tercodoshomensuniao.blogspot.com.br/2013/05/tradicao-da-festa-de-corpus-christi.html

Festa 2 de Fevereiro, bairro Rio Vermelho, Salvador Ba Tradição – Segundo o historiador Manuel Passos, as primeiras manifestações datam do início do século XX, quando um grupo de 25 pescadores resolveu fazer oferendas para a Mãe das Águas, pedindo em troca, fartura de peixes e tranqüilidade nas águas. Desde então, no dia 2 de fevereiro, o Rio Vermelho é palco da festa que une sagrado e profano. As ruas são tingidas de branco e 12


pérola. Para Passos, esta é a única das festas populares

aparenta

ser

democrático,

de Salvador eminentemente afro...freqüentada não apenas

população e agradável.

muito

freqüentada

pela

pelo povo de santo, mas por baianos em geral e turistas.

OBRA ANALOGA

Figura 12 | Roda de Capoeira no Rio Vermelho, https://www.facebook.com/stefano.saalfeld?pnref=friends.search

O LUGAR Parque Ipanema, Ipatinga O alvo da pesquisa, Parque Ipanema na cidade Ipatinga

Na apresentação as autoras dizem, " Este livro é resultado

M.G. trata-se de um patrimônio tombado pelo município,

do projeto de pesquisa “Bairros históricos de Belo

com uma grande extensão territorial. Um espaço que

Horizonte: patrimônio cultural e modos de vida” , financiado 13


pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas

comportamento do consumidor, por exemplo), entrevistas

Gerais

por telefone, etc.

(Fapemig).

Nasceu

da

interlocução

entre

professores do Programa de Pós-graduação em Ciências

RESULTADOS da Pesquisa

Sociais da PUC Minas (PPGCS) e técnicos da Diretoria de Patrimônio Cultural (DIPC) da Fundação Municipal de

• O resultado da pesquisa será apresentado em um ensaio

Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte.

acadêmico.

METODOLOGIAS

Pesquisa

Qualitativa:

está

mais

relacionada

no

levantamento de dados sobre as motivações de um grupo, em

compreender

comportamentos,

a

e

interpretar

opinião

e

as

determinados

expectativas

dos

indivíduos de uma população. É exploratória, portanto não tem o intuito de obter números como resultados, muitas vezes imprevisíveis, que possam nos indicar o caminho para tomada de decisão correta sobre uma questãoproblema.

Os

qualitativa são profundidade,

recursos as

mais

entrevistas

observação

em

usados

na pesquisa

semi-estruturada campo

(observar

em o 14


CRONORAMA TCC2

REFERÊNCIAS ANDRADE, Lucia Teixeira (2012). Bairros Pericentrais de Belo Horizonte. Patrimônio, território e modos de vida. Belo Horizonte, PUC minas.2012. NESBITT, Kate (Org.). Uma nova agenda para a arquitetura. Antologia teórica (1965-1995). Coleção Face Norte, volume 10. São Paulo, Cosac Naify, 2006. SILVEIRA, Flávio Leonel Abreu da (1); FILHO, Manuel Ferreira Lima (2) POR UMA ANTROPOLOGIA DO OBJETO DOCUMENTAL: ENTRE A “A ALMA NAS COISAS”1 E A COISIFICAÇÃO DO OBJETO: Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 11, n. 23, p. 37-50, jan/jun 2005. 7º SEMINÁRIO MESTRES E CONSELHEIROS: AGENTES MULTIPLICADORES DO PATRIMÔNIO Belo Horizonte, de 10 a 12 de junho de 2015. Pesquisa Quantitativa e Pesquisa Qualitativa: Entenda a diferença [atualizado] | Blog Instituto PHD Festa do divino de Pirenopolis, http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Dossie_festa_%20d o_divino_pirenopolis.pdf Festa 2 de Fevereiro, bairro Rio Vermelho, Salvador Ba http://bahia.com.br/noticias/festa-de-iemanja-deve-reunir-400-mil-norio-vermelho/

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AGRADECIMENTOS Agradeço ao meu Senhor Jesus pois "A tua Graça e a tua Misericórdia têm me PERSEGUIDO todos os dias da minha vida "(Salmos 23:6a) a minha família (minha 2˚ razão de ser) por todo amor, apoio e auxilio, aos queridos irmãos da Igreja Cristã Maranata por todas as orações, agradeço a minhas amigas e amigos pelo apoio. Aos colegas de faculdade, Marcy, José e Bêtanita hoje amigos, Deus me agraciou com bons encontros nesse lugar, agradeço aos professores e mestres, aos funcionários da UNILESTE sem distinção, ao meu primeiro orientador Ricardo Augusto, obrigada pelos ensinamentos acadêmicos e conselhos e ao meu atual orientado Wanderson Garcia, obrigada por todo auxilio e em especial pelas palavras de encorajamento acerca do projeto.

16


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