Relatos de Viagem - pedra sabão 2018

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Produto final do Estudo de Campo em Ouro Preto 2018 Relatos de Viagem - Texto Antigo Grupo Pedra Sabão

Obra ficcional que contempla conteúdos das áreas de Ciências, Geografia, História e História da Arte

Anna Luiza Moreno, João Augusto Daguer, João Pedro Morelli, Maria Eduarda Antoniazi, Maria Vitória Lima, Mariana Azenha, Tomaz da Cunha e Yasmin Ebert - 8º ano B Escola Miró - Ribeirão Preto/SP




10, junho, 1766. Hoje foi meu primeiro dia de trabalho na cidade de Vila Rica. O motivo de ter me mudado foi por falta de cliente, e como já sabia que em minha nova terra tinha um maior sucesso, quis vir para cidade ter mais lucro sobre as vendas. Então, trabalhei muito, com artesanatos de pedra-sabão essa tarde e lucrei uma quantidade aceitável, pois com o dinheiro que eu ganho uso para comprar materiais para o meu trabalho e comida para me sustentar e minha família. Costumo fazer encanamentos, esculturas e chafarizes nas ruas. Sou muito fã de Aleijadinho e me inspiro nas suas obras, e acho meus trabalhos bem semelhantes aos dele.



Instrumento e material com que eu trabalho


17, julho, 1766. Boa noite querido diário, Hoje foi um dia muito especial para mim, eu tive a oportunidade de conhecer minha maior inspiração, o Aleijadinho. Ele caminhou até mim, perguntou qual era o meu nome e eu quase sem acreditar respondi Jorge. Então começamos a conversar, contei minha história e falei sobre meus trabalhos. Ao final da conversa, ele falou que se interessou por meus trabalhos, que se eu aceitasse sua proposta de construir a Igreja de São Francisco de Assis com ele, era para eu ir visitá-lo em seu local de trabalho. A proposta era que eu trabalhasse com ele, porém ia ter que passar por um teste.


O teste era simples, eu tinha que fazer três esculturas e se ele gostasse nós viraríamos colegas de trabalho. E assim foi feito. Amanhã começo uma nova jornada com ele, que era a minha maior inspiração, agora como um colega de trabalho. Não consigo acreditar, mal espero para contar para minha família.


21, outubro, 1766 Hoje foi dia de trabalho duro, apesar de todo o trabalho e cansaço havia valido a pena, só por estar trabalhando com ele. Acabei o chafariz e mal posso esperar para fazer todo o resto. Além disso, também fiz o encanamento e o lavabo de uma casa. Aleijadinho ficou muito orgulhoso de todo o meu trabalho. Com isso, meu salário aumentou, junto com o meu conhecimento.


23, outubro de 1766. Querido diário, hoje estou muito feliz, pois recebi a oferta de construir a Igreja São Francisco de Assis,. Estou muito empolgado e ansioso para começar a construção. Vou ter que dedicar muito tempo e esforço, mas tudo valerá a pena. O trabalho se iniciará semana que vem, pois não podemos perder tempo, afinal os projetos já estão prontos e basta só mão na massa.


28, outubro, 1766. A minha empolgação está enorme, vai ser uma experiência única! Vamos ao trabalho, temos muito a fazer, porém, apesar de minha felicidade, o que me entristece é o fato de que eu tenho uma doença muito grave. Estou ciente de que a morte está próxima, já comuniquei meu filho sobre isso e que ele terá esse diário como herança. Tenho muita confiança nele, pois ele terá a função de registrar tudo que acontecerá na obra. Além disso, ele se comprometeu a continuar a obra com Aleijadinho em meu lugar.


6 de novembro, de 1766. Começamos a construção!!! Estamos muito empolgados com a ideia, faremos de tudo para que fique perfeito. No início, começamos pelos pilares para sustentar a Igreja e, logo em seguida, daremos início à construção das paredes, e por essa semana foi apenas isso.


23 de novembro de 1766. Nossa construção está evoluindo cada vez mais, estamos com muitas ideias na cabeça que ainda vamos colocar em prática! Em relação à minha doença, ela está piorando. Estou me sentindo mais fraco a cada dia que passa e estou tendo dificuldade para me alimentar, porém ainda estou me esforçando para construir a Igreja.


Desenho de como a igreja vai ficar


7 de Dezembro de 1766 Estou muito mal, muito fraco, sem condições de me levantar, por isso acho que este é o momento de passar o meu trabalho e este diário para meu filho, sei da capacidade dele e sei que ele fará de tudo. Sinto-me tão fraco, talvez essas sejam minhas últimas anotações.





Produto final do Estudo de Campo em Ouro Preto 2018 Relatos de Viagem - Texto Novo Grupo Pedra Sabão

Obra ficcional que contempla conteúdos das áreas de Ciências, Geografia, História e História da Arte

Anna Luiza Moreno, João Augusto Daguer, João Pedro Morelli, Maria Eduarda Antoniazi, Maria Vitória Lima, Mariana Azenha, Tomaz da Cunha e Yasmin Ebert - 8º ano B Escola Miró - Ribeirão Preto/SP




24 de novembro, 2018 Meu nome é Neide, tenho 28 anos, sou cientista e muito curiosa. Esse diário será usado para minhas anotações durante minha viagem a Ouro Preto, Mariana e Congonhas, pois minha família toda veio de Minas Gerais para Goiás buscar uma vida melhor. Vou passar uma semana na casa que meus avós moraram. 25 de novembro, 2018 Acabei de embarcar no ônibus, estou indo de Goiânia em direção a Ouro Preto. Fiz uma parada em Congonhas, pois é uma cidade histórica e possui alguns monumentos e museus. Visitei o museu de Congonhas, que mostrava os romeiros, a cidade e a história da construção do santuário Bom Jesus dos Matosinhos.


Depois que almocei em um restaurante mineiro na frente do santuĂĄrio, fui visitar a Igreja e as Sete Capelas, quando tive a ideia de desenhar a expressĂŁo de Jesus em uma escultura que estava em uma das capelas.


Voltei ao ônibus para chegar em meu destino final. Uma hora depois, cheguei à rodoviária de Ouro Preto. Muito curiosa, já fui direto conhecer a casa de meus avôs caminhando, uma vez que não era muito longe. A casa é muito bonita, tem fachada azul e branca e portas amarelas. Possui tanto eira, quanto beira (sinal de riqueza naquela época). Dentro tinha um porão, mas eu não tive coragem de entrar lá, é muito escuro e não possuí janelas.


Estou muito cansada, já está tarde e não consegui dormi a viagem inteira de tão ansiosa.

Casa dos meus avós


26 de novembro, 2018 Não consegui dormir direito, então resolvi explorar o porão. Mesmo com medo, resolvi conhecê-lo. Com a lanterna do meu celular, iluminei parcialmente o lugar e entrei. Era uma espécie de sala, tinha um armário, uma mesa antiga com prateleiras sobre elas, tudo coberto com muito pó, e no canto me chamou a atenção um baú bem antigo. Curiosa, fui abri-lo e achei um livro, artesanatos, ferramentas e algumas cartas. Peguei o livro e, ao folheá-lo, percebi que era um diário, e imediatamente comecei a lê-lo. Era de 1764 e foi escrito por alguém chamado Jorge, que dizia ser ajudante de Aleijadinho. Então lembrei que era o mesmo nome de meu tataravô. Será?



27 de novembro, 2018 Ontem à noite fiquei lendo o diário de meu tataravô Jorge (liguei para minha mãe e perguntei se poderia ser ele, ela confirmou já ter ouvido sobre ele de um tiô-avô) e descobri várias coisas novas. Quando acordei, tive a ideia de conhecer as obras feitas por ele, mencionadas no Diário. Primeiro fui ao chafariz que ele fez na cidade e de lá aproveitei para passar na feirinha de pedra sabão e comprar alguns artesanatos, onde tinha panelas, potinhos, quadros, esculturas, chaveiros, vasos e etc. Hoje em dia muitas pessoas vendem artesanatos de pedra sabão para ganhar dinheiro, sustentar sua família e sobreviver.


Logo depois, fui almoçar em um restaurante típico mineiro perto da Igreja de São Francisco de Assis, que foi construída por Aleijadinho e meu tataravô, em 1766. Entrei na igreja e olhei direto para o teto, onde tinha uma pintura do Mestre Ataíde. No altar, outra peça de Aleijadinho e Jorge, e era muito bonita com muitos detalhes em ouro.



28 de novembro, 2018 Vi no diário que Jorge trabalhou em Mariana fazendo encanamento, e então peguei um trem em direção à cidade. Lá resolvi conhecer os pontos turísticos da cidade. Primeiro, junto com outros turistas, visitei a mina da Passagem, que você desce com um carrinho, pois é muito íngreme e muito comprido. Dentro da mina tem uma espécie de ouro falso, que engana muita gente, e também tem um lago. Um guia nos explicava tudo sobre a história da mina, e disse que várias partes da mina que não poderiam ser visitadas, pois era muito perigoso e fácil de se perder.


Saindo de lá, passei na lojinha que tinha colares, brincos, anéis, pedaços de rochas, esculturas, entre outros. Comprei uma escultura feita de quartzo e um colar. Com fome, fui almoçar em um restaurante típico e na esquina tinha uma Oficina de pedra sabão, onde eu decidi passar para dar uma olhada. Um senhor que trabalhava lá, o Bretas, me convidou para fazer alguma coisa e me explicou como usar as ferramentas, passar a lixa e, depois de tudo pronto, passar um verniz para deixar mais bonito. Eu fiz um porta-retratos com um porta-canetas. No fim dom dia, peguei um ônibus em Mariana para Ouro Preto, cheguei à casa dos meus avós, jantei e fui dormir, pois estava muito cansada.


29 de novembro, 2018 Hoje eu acordei e já saí, fui à Igreja Santa Efigênia, a igreja que os escravos frequentavam. Ali, reparei que tinha pouco ouro em relação às outras, os anjos eram negros e tinham características da religião africana. Mesmo assim, não deixa de ser tão bonita quanto as outras. Fui também na mina do Chico Rei, onde os escravos procuravam ouro, e consegui sentir o sofrimento deles e tive um pouco de desespero, pois tenho claustrofobia. Passei também no Museu da Inconfidência que fica na Praça Tiradentes, que tinha a carta de condenação do Tiradentes e o túmulo dos inconfidentes. Depois fui tomar um chá da tarde, fui para a casa, tomei banho, jantei e fui dormir.


30 de novembro, 2018 Hoje eu vou voltar para Goiânia, mas antes vou passar na feira de artesanatos de novo, pois esqueci de comprar presentes para meus pais. Resolvi deixar o diário no baú, pois assim, alguém que achá-lo depois de mim, poderá aprender e conhecer as mesmas coisas que eu conheci, através da escrita do Jorge. Estou embarcando agora no ônibus, e essa foi toda minha experiência escrita no meu diário de viagem sobre alguns lugares de Minas Gerais. Neide.




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