issn: 2182-8350
Índice
nota editorial
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herminia vilar
Arrumação e disponibilização dos espaços aos utilizadores
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Leitura e atendimento
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aquisição e gestão de colecções
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circuito documental
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arquivo histórico
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universidade de évora
fotografia
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espólio túlio espanca
centro de documentação europeia
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elsa vaz
reuniões, encontros, formação
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memória institucional
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a peregrinação dos livros : as bibliotecas do colégio do espírito santo
sara marques pereira
o meu livro capitães da areia , este é o meu livro !
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josé rodrigues dias
dinamização cultural
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Túlio Espanca Jardim Diana - Évora
1963
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vida universitária. O seu labor demorado, atento e continuado contribuiu, contudo, para um melhor conhecimento de Évora, do seu património, da sua história e o seu labor foi um contributo indiscutível para a cidade que viria a ser classificada como património mundial da UNESCO em 1986. Na verdade, Túlio Espanca não é figura única no apego e interesse que denota pelo trabalho histórico e pelo estudo da história de Évora e da sua região. Esta é uma cidade que se pode orgulhar de ter tido uma plêiade única de estudiosos e historiadores que, ao longo dos séculos, dedicou uma parte significativa do seu labor ao estudo da cidade de Évora, das suas instituições, das suas atividades, das suas gentes enfim que a moldaram, modificaram e habitaram. André de Resende, Gabriel Pereira, Manuel Fialho, Alcântara Guerreiro são apenas alguns dos nomes, entre muitos outros, de estudiosos responsáveis pela produção de obras centrais
O número 1 do Boletim da Biblioteca da Universidade de Évora que agora se apresenta representa um novo esforço da instituição em dar a conhecer o seu trabalho quotidiano na preservação e disponibilização da leitura aos seus diferentes utilizadores. A par este número inclui ainda uma reflexão, mais pormenorizada, sobre o espólio de Túlio Espanca entregue à Universidade. No ano em que se celebram os cem anos do seu nascimento, cabe também à Universidade que o distinguiu com o título de professor honoris causa em 1990, relembrar a sua presença e homenagear a sua obra. A preservação e o estudo do seu espólio é apenas uma das formas pela qual a Universidade pode contribuir para que a memória deste amante da História, do património e de Évora, em particular, não seja esquecida. Túlio não era nem nunca pretendeu ser um académico no sentido de pertença a uma
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também dos perigos que corria. Os seus estudos de caso procuraram, em muito casos, colocar a atenção sobre determinado monumento menos conhecido ou menos apoiado pelas instituições dominantes, sem nunca esquecer a importância da preservação do todo em que cada um destes elementos se inseria. A preservação do seu espólio é assim uma forma de homenagem, tal como o é a invocação singela que aqui se faz.
para o conhecimento da história de Évora. Túlio Espanca é igualmente membro ilustre deste grupo. O seu principal palco de atenção foi a própria malha da cidade de Évora e os seus monumentos, aos quais dedicou vários estudos e análises. Contudo, não deixou de dirigir também a sua atenção para a região em redor e para as instituições que se erguiam neste espaço. Este conhecimento permitiu-lhe a elaboração de obras de valor inquestionável de inventariação do património artístico do concelho e do distrito de Évora. Obras que ainda hoje são utilizadas pela sua riqueza e qualidade e que colocam perante os nossos olhos a variedade e a exuberância de um património que é o nosso. Ciente do caráter volátil desse mesmo património artístico Túlio preocupou-se em o estudar, registar e enquadrar, ciente da sua especificidade mas
Hermínia Vasconcelos Vilar
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Sala TĂşlio Espanca
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ARRUMAÇÃO E DISPONIBILIZAÇÃO DOS ESPAÇOS AOS UTILIZADORES
espaços
arrumação dos espaços A organização do espaço é um aspecto fundamental para o bom funcionamento de uma biblioteca, uma vez que dela depende o seu crescimento progressivo, bem como um melhor aproveitamento, em função das necessidades e serviços que presta aos seus utilizadores. Neste sentido, no primeiro semestre de 2013 verificaram-se algumas alterações nalguns pólos da BGUE.
Colégio do Espírito Santo Na Biblioteca do Colégio do Espírito Santo, todas as obras reservadas, livro antigo, assim como os vários fundos aí existentes, com excepção do fundo da EPAC, passaram a estar disponíveis na sala Túlio Espanca. As monografias anteriormente pertencentes ao Gabinete de Estudos Árabes, passaram a estar disponíveis no corredor onde estão os livros da área de História (classe 9 da Classificação Decimal Universal). Todas as monografias correspondentes à classe 7 (Arte, Recreação, Entretenimento, Desporto) transitaram para as Bibliotecas dos Colégios Luís António Verney e Leões.
Foi colocada uma vitrina de novidades à entrada da Sala de Monografias. Junto à vitrina de novidades foi organizado um pequeno espaço com sofás e uma mesa de apoio, onde periodicamente são colocadas as publicações para oferta aos utilizadores.
Colégio da Mitra Na Biblioteca do Colégio da Mitra, após uma limpeza das estantes, procedeu-se à rearrumação de todas as monografias e colocação de nova sinalética nas estantes. Espírito Santo
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Luís António Verney
Espírito Santo
Mitra
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Vimioso
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espaรงos
Escola de Enfermagem
Pedro da Fonseca
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Bibliotecas dos Colégios Luís António Verney e Leões. Foi colocada uma vitrina de novidades à entrada da Sala de Monografias. Junto à vitrina de novidades foi organizado um pequeno espaço com sofás e uma mesa de apoio, onde periodicamente são colocadas as publicações para oferta aos utilizadores.
Colégio da Mitra
Colégio do Espírito Santo
Na Biblioteca do Colégio da Mitra, após uma limpeza das estantes, procedeu-se à rearrumação de todas as monografias e colocação de nova sinalética nas estantes.
Na Biblioteca do Colégio do Espírito Santo, todas as obras reservadas, livro antigo, assim como os vários fundos aí existentes, com excepção do fundo da EPAC, passaram a estar disponíveis na sala Túlio Espanca. As monografias anteriormente pertencentes ao Gabinete de Estudos Árabes, passaram a estar disponíveis no corredor onde estão os livros da área de História (classe 9 da Classificação Decimal Universal). Todas as monografias correspondentes à classe 7 (Arte, Recreação, Entretenimento, Desporto) transitaram para as
Leões
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espaços
Leões
Colégio Luís António Verney Na Biblioteca Luís António Verney, com a saída das revistas de Arquitectura para a Biblioteca dos Leões e a entrada de revistas de Música, levou-se a cabo uma significativa reorganização do Depósito. Também a fim de conseguir mais espaço, foi feita uma triagem de monografias repetidas e respectivo abate.
Colégio dos Leões
Na Biblioteca dos Leões, procedeu-se à arrumação e cotação das teses, assim como à identificação e armazenamento de exemplares duplicados em gavetas próprias para o efeito. Foi instalada na sala de leitura uma tela de projecção e um projector vídeo, de modo a permitir um melhor e mais fácil acolhimento das inúmeras actividades culturais ai realizadas. Dando continuação aos trabalhos de reorganização dos documentos
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constantes na Biblioteca, já iniciados na área da Arquitectura, foram revistas e alteradas a Classificação e Indexação dos registos bibliográficos. Esta medida, que tem como objectivo uma melhor orientação dos utilizadores no espaço da Biblioteca, promoveu ainda a alteração da sinalética já existente e a colocação de novas etiquetas em todos os livros da rubrica 8 (Língua. Linguística. Literatura).
Leitura & atendimento
leitura e atendimento
opinião dos utilizadores Nos vários balcões de atendimento da BGUE foram colocados à disposição dos utilizadores livros de sugestões.
Porque a equipa da BGUE valoriza a opinião dos seus utilizadores, durante o primeiro semestre de 2013 foram implementadas várias iniciativas no sentido de aproximar os serviços prestados pela BGUE, às necessidades e expectativas dos leitores. No último trimestre de 2012 foi elaborado um inquérito aos utilizadores da BGUE acerca da qualidade do atendimento nas salas de leitura. Os resultados mostram que a maioria dos 240 inquiridos consideram-se “muito satisfeitos”, o que revela um crescente empenho por parte de toda a equipa que faz atendimento ao público.
Com o objectivo de contribuir para uma maior aproximação dos funcionários do atendimento aos seus utilizadores, aqueles passaram a estar identificados com um crachá.
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horário de atendimento ao público
ces
ces
ces
sala das Belas Artes 9h00 às 20h00 (seg. a sex.)
varanda do claustro pequeno
sala do fundo do Governo Civil
8h30 às 23h00 (seg. a sex.) 9h00 às 19h30 (sáb.)
9h00 às 16h00 (seg. a sex.)
ces
sala das monografias 9h00 às 20h00 (seg. a sex.) 9h30 às 12h30 (sáb.)
centro de recursos Pedro da Fonseca
clv
sala de leitura 9h00 às 20h00 (seg. a sex.) 9h30 às 12h30 (sáb.)
9h00 às 16h00 (seg. a qui.) 13h00 às 20h00 (sex.)
colégio da mitra
leões
sala de leitura
clv
mapoteca
9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30 (seg. a sex.)
9h00 às 20h00 (seg. a sex.)
palácio do vimioso
9h00 às 20h00 (seg. a sex)
essjd
escola de enfermagem
9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30 (seg. a sex.)
9h00 às 19h30 (seg. a sex.)
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aquisição & gestão DE colecções
Colecções
PERMUTAS COM OUTRAS INSTITUIÇÕES Consciente das dificuldades existentes na aquisição e actualização de fundos documentais, a Biblioteca dos Leões, durante 2013 levou a cabo uma série de iniciativas que lhe permitiu enriquecer o seu fundo documental, através da troca de publicações com instituições congéneres nas áreas de Arquitectura e Património. Neste sentido, foram já estabelecidas permutas de publicações entre a Biblioteca dos Leões e a Biblioteca Keil do Amaral (Ordem dos Arquitectos- Zona Sul), e a Biblioteca da Escola de Arquitectura da Universidade do Minho (EAUM).
Oferta de Publicações Serralves A Biblioteca dos Leões no decorrer do mês de Março, submeteu uma candidatura ao concurso Oferta de Publicações Serralves e foi uma das entidades escolhidas para a oferta de alguns títulos do vasto e diversificado espólio bibliográfico que esta instituição tem editado ao longo dos seus 25 anos de actividade.
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circuito documental
circuito documental
circuito documental No número anterior, com o objectivo de dar a conhecer o trabalho desenvolvido pelos nossos técnicos, desde a selecção do item até a sua arrumação nas estantes, descrevemos as três primeiras fases do Processo da Cadeia documental (selecção, aquisição e carimbagem). Neste número iremos dar destaque à fase do registo e da catalogação. REGISTO Após a selecção, aquisição e carimbagem, é necessário dar “entrada” ao recurso ou docu-
mento. Para particularizar essa “entrada”, é criado um número de registo, constituído por um número inteiro e único. Este número é o “bilhete de identidade” do item, podendo ser uma monografia, uma publicação em série ou material não-livro (cd’s, dvd’s mapas, etc).
enquanto um todo, e não a cada exemplar da mesma.
Neste momento existem 192451 exemplares, incluindo monografias, cd’s, dvd’s ou outros documentos audiovisuais.
Os números de registo, para além de constarem na base de dados e catálogo da biblioteca, estão assinalados também nos próprios recursos, normalmente na folha de rosto, por debaixo do carimbo, ou mesmo na lombada, como é o caso de algumas monografias ou teses. No caso dos cd’s ou dvd’s, o número é escrito no próprio disco.
No caso das publicações em série, os números de registo são referenciados com “PP” (Publicações Periódicas) que antecedem o número, começando no PP 0001 sendo o último número o 3417. De notar que no caso das publicações em série, os números são dados à publicação
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Existem ainda os mapas, localizados na Mapoteca do Verney e Mitra. Neste caso, os números são antecedidos pela letra “M” (Mapa). O último é o M 09 682.
CATALOGAÇÃO A descrição física dos recursos, à semelhança da classificação e indexação, é uma das fases mais importantes da cadeia e do tratamento documental. A Catalogação é uma técnica de processamento documental, originária de ambientes préinformáticos, concebida para controlar o fundo documental e responder a necessidades de informação expressas em perguntas do seguinte tipo:
Existe documento com o titulo x? Existe documento do autor x? Existe documento do autor y, com o título x? Quais os títulos existentes do editor y? No limite, deve responder a toda a interrogação que incida sobre qualquer elemento formal da descrição, incluindo elementos
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físicos como altura, número de páginas, tipo de capa, etc. É no fundo uma técnica e operação de processamento documental que permite produzir uma descrição formal do documento, assegurando a sua identificação, criando paralelamente pontos de acesso, que vão permitir ao utilizador encontrar a informação de que necessita, através de elementos como editora, data de edição, título do recurso ou outros.
circuito documental
Mapoteca
É no processo de catalogação que se inserem os números de registo, ou ainda o resultado de outras fases da cadeia documental tal como a indexação e a classificação de que falaremos no número seguinte. Como resultado deste processo, surgem os catálogos (hoje on-line) que vão permitir quer ao bibliotecário, quer ao utilizador, gerir ou encontrar a informação. De referir ainda que a catalogação é realizada com base nas Regras Portuguesas de Catalogação e na Descrição Bibliográfica Internacional Normalizada (ISBD), que estabelecem os elementos necessários para descrever e identificar um documento, a sua ordem na descrição bibliográfica, o conhecimento das fontes de informação donde se retiram os elementos e um sistema de pontuação aplicável a essa descrição.
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Mapoteca
Escola de Enfermagem
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arquivo hist贸rico universidade de 茅vora
arquivo histórico
ARQUIVO HISTÓRICO Na sequência da candidatura a um concurso para recuperação, tratamento e organização de acervos documentais, a Fundação Calouste Gulbenkian concedeu um subsídio ao Arquivo Histórico da Universidade de Évora para apoio à concretização do projecto de tratamento e organização do acervo fotográfico do espólio Túlio Espanca. O objectivo do projecto é o tratamento do referido espólio, preservando-o e tornando-o acessível à consulta da comunidade académica e à população em geral.
Espólio TúLIO ESPANCA Todos os documentos referidos foram submetidos a limpeza, identificação, classificação e acondicionamento em pastas próprias para o efeito.
O espólio Túlio Espanca foi adquirido aos herdeiros pela Universidade de Évora, através de compra em 2009. Em Maio de 2010 iniciou-se o seu tratamento por Josefa Correia, arquivista e coordenadora do projecto de tratamento do arquivo. A partir de Janeiro de 2013 teve a colaboração de Cecília Pereira que procedeu à conferência da correspondência recebida num total de 2268 cartas e 467 cartões de visita e de Cristina Matos que procedeu à integração de 419 Guias e Roteiros, 44 Catálogos Gerais e 137 Catálogos de Exposições. Contamos, ainda, desde Março com a colaboração de Susana Candeias, que deu continuidade ao inventário de jornais, recortes, revistas e postais ilustrados, bem como a inventariação do acervo fotográfico. Foram inventariados 738 jornais e recortes, 24 revistas e 1954 postais ilustrados.
Legenda: 1 - Recepção do Espólio 2 - Limpeza de fotografias 3 - Identificação e catalogação 4 - Arquivo provisório dos documentos
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arquivo hist贸rico
ÂMBITO E CONTEÚDO Arquivo constituído maioritariamente por documentação decorrente no âmbito das actividades desenvolvidas por Túlio Alberto da Rocha Espanca nas suas áreas de interesse: História, Arqueologia, Arte, Arquitectura Religiosa, Pintura, Escultura, Música, Talha, Azulejo, Cerâmica, Ourivesaria, Vidraria, Heráldica, Toponímia, Numismática, entre outras. Túlio Espanca era um amante de todas as artes e estava aberto a todos os ramos do saber histórico. Túlio Espanca conservou alguns manuscritos, apontamentos e fotocópias dos estudos que fez, os quais deram origem às suas obras. Entre os documentos pessoais podem-se encontrar: o boletim de casamento, a caderneta militar, cartões, diplomas, certidões, credenciais, declarações, nomeações e correspondência recebida e reunida por Túlio Espanca, decorrente da sua actividade profissional, além da correspondência de carácter pessoal. Além desta documentação, encontram-se também colecções de postais ilustrados, cartazes e programas de eventos, folhetos, guias de museus, documentos cartográficos guias e roteiros, ex-libris, desenhos e ilustrações. Existe uma secção dedicada à produção intelectual de Túlio Espanca, na qual se incluem desenhos, diários, conferências, palestras, discursos, notas e apontamentos. A secção dedicada à produção intelectual de terceiros inclui documentos e pergaminhos, discursos e inventários. A documentação de cariz profissional inclui programas e projectos, planos de actividades, relatórios, etc. Túlio Espanca também reuniu documentação referente a Florbela Espanca, assim como diversos jornais e recortes de imprensa.
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arquivo histórico
O espólio inclui ainda uma colecção de fotografias que representam vários temas, dos quais se destacam: paisagens rurais e urbanas diversas, usos e costumes e monumentos situados nos distritos de Évora e Beja.
Em Janeiro de 2013 foi efectuada uma integração de 4 caixas de documentação que se encontrava misturada com os livros que constituem a sua Biblioteca. Os Arquivos pessoais dificilmente fornecem a memória do seu titular, e este não é excepção. O que neles se encontra são os documentos que se consideram importantes conservar e, mesmo estes, foram sujeitos a actos de selecção, os quais, a partir de determinado momento, deixaram de depender de quem lhes deu origem. Assim, o primeiro destes agentes é, naturalmente o responsável pela criação do Arquivo de Túlio Espanca “Responsável” e não “Produtor” ou “Autor”, porque Túlio Espanca não produziu todos os documentos que integram o seu Arquivo, visto existir correspondência recebida, jornais, folhetos, catálogos, guias, fotografias, postais, etc.
HISTORIAL No momento da recepção do espólio Túlio Espanca na Universidade de Évora, em Fevereiro de 2010 foi efectuada uma desinfestação por bolha anoxia. O Arquivo foi sujeito a uma primeira intervenção através de funcionários da Biblioteca Geral e só mais tarde em Maio de 2010 é que foi recebido no Arquivo Histórico. Chegou em 23 caixas, as quais não se encontravam seladas. 34 34
Túlio Espanca conservou alguns manuscritos e apontamentos dos estudos que fez, os quais deram origem às suas obras. Contudo, nota-se a ausência de documentos de cariz mais pessoal, o que nos leva a pensar que pode ter havido intervenção por parte de terceiros, o que vem sendo já um procedimento comum em arquivos pessoais e familiares, procurando preservar a privacidade da família.
Por outro lado, também não se encontram no Arquivo todos os documentos de sua autoria, como por exemplo as cartas por ele redigidas e enviadas, pois estas encontram-se nos Arquivos dos seus destinatários. Este Arquivo não estava organizado, apenas se observou que determinada caixa continha, por exemplo jornais e recortes sem qualquer ordenação, nem ao menos cronológica, outra continha folhetos, cartazes, programas e convites, outra continha documentação de turismo e documentos soltos e assim sucessivamente. Pelo observado, torna-se difícil saber qual a ordem original e ainda mais difícil proceder à sua descrição, salvo excepções onde também existem documentos organizados em envelopes com títulos redigidos pela mão do seu titular.
O Arquivo, embora se encontre, no geral, em bom estado de conservação, apresenta alguns sinais de deterioração das espécies, nomeadamente oxidação e acidez do papel, bem como alguma corrosão provocada pelas tintas utilizadas.
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arquivo histórico
ORGANIZAÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO
Com base na documentação que constitui o espólio Túlio Espanca, foi elaborado um Quadro de Classificação. Este, é composto por secções, subsecções, séries e subséries.
Quadro de Classificação – Documento de
arquivo que regista o esquema de organização de um acervo documental, estabelecido de acordo com os princípios da proveniência e do respeito pela ordem original, para efeitos de descrição e/ou instalação. Secção – Unidade arquivística constituída pela subdivisão orgânico-funcional de um fundo ou núcleo, determinada pela sua organização original. Subsecção – Subdivisão de uma secção, determinada pela sua organização original. série – Unidade Arquivística constituída por um
conjunto de documentos simples ou compostos a que, originalmente, foi dada uma ordenação sequencial, de acordo com um sistema de recuperação da informação. Subsérie – Parte de uma série, originalmente diferenciada, correspondente às mesmas fases de processos do mesmo tipo, a subdivisões sistemáticas de um assunto, a tipologias documentais, ou ainda a documentos com exigências de acondicionamento e/ou preservação próprias.
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SECÇÕES QUE CONSTITUEM O QUADRO DE CLASSIFICAÇÃO:
SECÇÃO 1 .....................................................................................................................................................................................................................
D.A. DOCUMENTOS DO AUTOR
SECÇÃO 6
................................................................
SECÇÃO 2
................................................................
D.P. DOCUMENTAÇÃO PROFISSIONAL
D.I. DOCUMENTOS ICONOGRÁFICOS
SECÇÃO 7
SECÇÃO 3
....................................................................................................................................................................................................................
F.E. FLORBELA ESPANCA
....................................................................................................................................................................................................................
D.C. DOCUMENTOS CARTOGRÁFICOS
SECÇÃO 8 ................................................................
SECÇÃO 4 ................................................................
I. IMPRENSA
P.I.A. PRODUÇÃO INTELECTUAL DO AUTOR
SECÇÃO 9
SECÇÃO 5
....................................................................................................................................................................................................................
D.F. DOCUMENTOS FOTOGRÁFICOS
....................................................................................................................................................................................................................
P.I.T. PRODUÇÃO INTELECTUAL DE TERCEIROS
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arquivo histórico
biografia
Túlio Alberto da Rocha Espanca Túlio Espanca nasceu a 8 de Maio de 1913 em Vila Viçosa e faleceu 2 de Maio de 1993 em Évora.
turistas de diversas nacionalidades . Foi conferencista, investigador e membro dirigente do Grupo Pró-Évora. Publicou diversos trabalhos, guias, inventários e estudos histórico-artísticos. Teve também um trabalho importante na elaboração de Catálogos de Exposições de Arte. Além dos numerosos escritos dispersos por vários jornais e revistas, salienta-se a edição e colaboração no Boletim “A Cidade de Évora”, do qual foi um dos fundadores em 1942. Em 1944, inicia os “Cadernos de História e Arte Eborense”, dos quais publicou 36 números. Colaborou ainda nos Tesouros Artísticos de Portugal, na revista Colóquio e no Dicionário de História de Portugal. O seu trabalho de investigação histórica de maior relevo compreende vários volumes do Inventário Artístico de Portugal, dedicados ao Distrito de Évora e Beja, editados pela Academia Nacional de Belas Artes.
Era primo e afilhado da poetisa Florbela Espanca. Aos sete anos, Túlio Espanca veio para Évora, onde fez a quarta classe. Cedo, começou a trabalhar como barbeiro. Mas, a história e os monumentos eram já a sua paixão e com eles prendia a atenção dos clientes. Quando tinha 14 anos de idade, fez vários números do “Zé Pipocas”, revista ilustrada, composta e escrita por Túlio Espanca. Em 1939, o Grupo Pró Évora organizou um curso de cicerones, sendo Túlio Espanca considerado o melhor dos 11 alunos. É deste ano a sua primeira publicação nas páginas do jornal “O Arraiolense” . Em Julho de 1940, foi contratado para a secção de Cultura e Turismo da Câmara Municipal de Évora com o cargo de Guia Intérprete. Historiador e crítico de arte foi autor de uma vasta obra no domínio histórico-cultural. Desenvolveu um trabalho notável no que respeita à defesa, valorização e divulgação do património da cidade de Évora e da região. Organizou “visitas guiadas” primeiro em Évora e depois no Distrito, sendo ele o guia privilegiado de altas individualidades que visitaram Évora, assim como de milhares de
- Jornal Público – 4 de maio de 1993. - Silva, Joaquim Palminha – Dicionário Biográfico de Notáveis Eborenses 1900/2000; 2004
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Algumas publicações:
- O Retábulo do Esporão” (1944) - Guia Histórico-Artístico de Évora (1949/80) - As Pinturas da Catedral de Évora (1957) - Arrolamento das Freguesias Rurais do Concelho de Évora (1957) - Évora e o seu Distrito (1959) - Subsídios para a História da Justiça em
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Évora (1963) - Oficinas e Ciclos de Pintura em Évora no
Legenda:
Século XVI (1979) - Évora – Arte e História (1980)
1 - José de Jesus Rocha Espanca (pai de Túlio Espanca)
- Encontro com a Cidade (1988)
2 - Túlio Espanca na barbearia
- Inventário Artístico de Portugal
3- Túlio Espanca Doutor Honoris Causa
- Évora (1993), entre outras.
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arquivo histórico
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Cronologia 1939 -Prémio Dr. Alberto MacBride, promovido pelo Grupo Pró-Évora
1949 – Nomeado consevador dos Monumentos Nacionais do Distrito de Évora.
1953 – Bolseiro do Instituto de Alta Cultura de Lisboa, em França e Itália. 1959 – Membro da Academia Nacional de Belas Artes.
1966 – A partir de 1966, a pedido da Academia Nacional de Belas-Artes elaborou o Inventário Artístico de Portugal, com os volumes referentes aos distritos de Évora e de Beja.
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1972 – Recebeu o prémio José Figueiredo, da Academia Portuguesa de História, pela obra “Palácios Portugueses” 1976 – Membro da Academia Portuguesa de História
1979 – Vogal efectivo da Academia Nacional de Belas Artes.
1982 – Foi galardoado na Alemanha, pela Fundação F.V.S. de Hamburgo, por júri Internacional, com o Prémio Europeu para a Conservação dos Monumentos Históricos. Este prémio constituiu um reconhecimento de dimensão europeia no que respeita ao seu importante trabalho na área da defesa, valorização e divulgação da património da cidade de Évora e da região.
– Eleito para a Academia Nacional de Belas Artes como Académico Honorário. – Foi-lhe prestada homenagem pela Câmara Municipal de Évora e atribuída a Medalha de Ouro da Cidade de Évora. – Atribuição da Medalha de Mérito – classe ouro – da Academia Nacional de Belas Artes.
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1983 – Foi agraciado pelo então Presidente da República, o general Ramalho Eanes, com o grau de oficial da Ordem Militar de Santiago de Espada.
1990 – A Universidade de Évora confere-lhe o grau de doutor “Honoris Causa”.
fotografia esp贸lio T煤lio Espanca
Iniciamos com este dossier a divulgação de algumas imagens do interessante Espólio Fotográfico Túlio Espanca, actualmente em tratamento no Arquivo Histórico da Universidade com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.
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Antigo edifício dos Paços do Concelho / Praça do Giraldo
f o t o g r af i a
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Edifício dos Paços do Concelho / Praça do Sertório
esp ó l i o T ú l i o E spa n c a 47
Convento de S. Bento de Castris
Praรงa do Giraldo
f o t o g r af i a
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Igreja de S. Francisco
Largo de Camões
esp ó l i o T ú l i o E spa n c a 49
centro de documentação europeia
centro de documentação europeia
centro de documentação europeia O Centro de Documentação Europeia da Universidade de Évora (CDE - Évora) é um serviço descentralizado da Direcção Geral de Informação, Comunicação e Cultura das Comunidades Europeias (actual Direcção-Geral para a Comunicação), que resultou de uma proposta apresentada pela Universidade de Évora à Comissão. Faz parte de uma rede mais vasta de organismos desta natureza junto de Universidades e outras instituições de Ensino Superior, distribuídos pelos estados-membros e países terceiros, com vista a melhorar o acesso dos cidadãos à informação europeia. Elsa Vaz
Tarefas significativas realizadas no primeiro semestre de 2013: A primeira foi realizada no dia 20 de Março de 2013 na sala CES-242 do Colégio do Espírito Santo, intitulada “Cidadania Europeia e a participação do cidadão europeu na tomada de decisão” e estando já programada outra a decorrer em Junho relativa ao tema “A Carta dos Direitos Fundamentais”.
Colaboração, desde o início do ano de 2012, na organização e implementação de um projecto em que é parceiro da Câmara Municipal de Évora, conjuntamente com a Divisão de Mobilidade e Relações Externas da Universidade de Évora, designado “Jovens Embaixadores de Évora” onde se pretende patrocinar e mobilizar os alunos da Universidade de Évora na divulgação da Cidade e da Universidade de Évora nos seus destinos de estudo, enquanto participantes no programa Erasmus, assim como mobilizar os alunos que a Universidade de Évora recebe das restantes Universidade de Europeias no âmbito do mesmo programa. O primeiro grupo de alunos Erasmus da Universidade de Évora saiu no início do actual ano lectivo.
Dinamização da página do Centro de Documentação Europeia no Facebook (www.facebook. com/CDEUEvora), com a colaboração de um aluno da Licenciatura em Relações Internacionais (Luís Filipe Rodrigues). Colaboração na organização do 3º Curso Internacional de Verão da Escola de Ciências Sociais da Universidade de Évora, que se vai realizar no início de Setembro do corrente ano.
Apoio a alunos de mestrado na pesquisa bibliográfica em diversas bases de dados oficiais das instituições europeias.
Colaboração na organização de um evento conjunto das redes de informação europeia sediadas em Évora (Centro de Documentação Europeia da Universidade de Évora, Enterprise Europe Network, Rede de Conselheiros EURES), a ocorrer durante o mês de Outubro do corrente ano.
Colaboração com a EAPN Portugal / Rede Europeia Anti-Pobreza através da realização de diversas sessões de informação.
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reuniões encontros formação
formação
Reuniões A Biblioteca Geral da U.E. na rede EUROACE A convite do Gabinete de Iniciativas Transfronteiriças do Governo da Extremadura, a Biblioteca Geral da Universidade de Évora participou numa reunião, na Biblioteca Pública del Estado “Bartolomé J. Gallardo” em Badajoz, no âmbito da Rede de Bibliotecas EUROACE, no dia 17 de Abril. Responder aos desafios da nova sociedade da informação, e em especial também àqueles que se colocam às Bibliotecas Universitárias, foi o mote desta reunião que teve a participação de diversos especialistas e bibliotecários luso-espanhóis da região centro.
encontros A Biblioteca Geral da U.E. presente no 2º Encontro de Bibliotecas de Ensino Superior Decorreu entre 6 e 7 de Junho, o 2º Encontro de Bibliotecas do Ensino Superior, sob o tema partilha, criatividade e engenho, no Complexo Pedagógico, Científico e Tecnológico da Universidade de Aveiro, promovido e organizado pela BAD (Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas e apoiado pela EBSCO. Neste encontro, activamente participado por mais de 200
profissionais, foram integrados 6 workshops técnicos no primeiro dia, 7 grupos temáticos de discussão e a mesa redonda Desafios para as Bibliotecas de Ensino Superior em Portugal para a tarde do segundo dia, num aprofundamento das tendências nas bibliotecas e no ensino superior. Em dois dias de debates, foram apresentadas ideias muito inovadoras, de valorização, experiências de sucesso, boas práticas, tendo sido apresentadas 14 pechas kuchas aceites e submetidas por profissionais de bibliotecas e serviços de informação.
formação Formação Avançada em media sociais Decorreu na Universidade Católica, entre 7 de Março e 7 de Maio, uma Formação Avançada em Media Sociais. Esta formação teve como público alvo, profissionais e peritos da comunicação e do marketing que se queriam especializar na gestão estratégica e na operacionalização destas ferramentas.
Formação B-On Foi ministrada por um funcionário da BGUE, uma formação sobre a b-on aos alunos do 2.º Ciclo do Curso de Gestão, no dia 22 de Março. Nesta formação foram abordados vários
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recursos (bases de texto integral e referenciais) e periódicos/ e-books específicos na área de conhecimento referida.
sessão sobre base de dados da Ebsco e ebsco discovery (eds) Teve lugar na Universidade de Évora, na Biblioteca do Colégio dos Leões, no dia 15 de Maio, uma sessão de esclarecimento sobre as bases de dados da EBSCO e EBSCO Discovery (EDS). Esta sessão incluiu a revisão do pacote de bases de dados da EBSCO disponibilizado através da b-on e em que foram abordadas as opções avançadas de acesso, pesquisa e gestão de bases de dados. Foi também apresentada uma nova ferramenta, Ebsco Discovery.
Formação “o catálogo revisitado: autoridades”
No âmbito da RBEV, foi ministrada por um funcionário da BGUE uma formação intitulada “O catálogo revisitado: autoridades”. Esta formação destinou-se a professores bibliotecários que integram esta rede, bem como aos funcionários da BGUE e decorreu na Universidade de Évora, de 26 de Junho a 2 de Julho.
mem贸ria institucional
Casa Pia, Sala das Belas Artes como escola primária, divisando-se a incontornável imagem do Presidente do Conselho como parte da colecção dos painéis a “Lição de Salazar” afixados na parede, além da bandeira e do crucifixo. Provavelmente anos quarenta.
memória institucional
mem贸ria institucional
Memória Institucional* A peregrinação dos livros: as bibliotecas do Colégio do Espírito Sant0 Sara Marques Pereira
Partilhando uma História nem sempre pacífica, os livros e as bibliotecas do Colégio do Espírito Santo acompanharam o destino das instituições educativas que ali se instalaram, sabendo reinventar-se sempre que necessário, de modo a melhor servir gerações de alunos e professores que pelo edifício passaram, ao longo de mais de quatro séculos.
As livrarias jesuítas (1553-1759) provenientes das doações do seu instituidor, o Cardeal D. Henrique (1512-1580) e das dotações deste ao Colégio para seu funcionamento. Mas o crescimento do espólio, ao longo dos setenta anos seguintes, terá obrigado à mudança do seu espaço original. Da actual Sala do Senado passou para a denominada Sala das Belas Artes, ficando a partir daí conhecida como a Livraria Grande do Colégio (1631), vendo a sua área praticamente triplicar. Aqui se manteve até ao encerramento da Universidade, provocado pela expulsão da Companhia de Jesus em 1759, sendo posteriormente o seu espólio destruído e disperso por várias instituições, entre as quais o Real Colégio dos Nobres (1761) e a Biblioteca Pública de Évora (1806).
O surgimento da Livraria Geral, ou Livraria Grande, do Colégio do Espírito Santo foi contemporâneo à criação da Universidade de Évora (Bula Cum a Nobis do Papa Paulo IV, 15 de Abril de 1559). Como verdadeira congregação de ensino, a Companhia de Jesus beneficiaria da hodierna difusão da imprensa e da cultura escrita (séc. XVI), como da consequente proliferação desse recurso didáctico fundamental como era o livro impresso1 . Além do mais, possuindo um grupo notável de escritores entre os seus membros, rapidamente possibilitaria que as livrarias da Companhia de Jesus se difundissem e ampliassem em todo o mundo. Neste sentido, a Livraria do Colégio de Évora foi paradigmática. Os primeiros fundos da Livraria Geral foram
*Agradeço à Antónia Pereira, Catarina Fernandes e Dulce Guerra, a ajuda muito relevante na recolha de elementos para este texto. 1 -Na Ratio Studiorum (1599) a presença dos livros e da sua leitura é constante, a cultura livresca e humanista fazia da lectio a base da sua pedagogia. As instruções são rigorosas para o Reitor e o Perfeito dos Estudos, salientando que o Perfeito deveria “cuidar para que os escolásticos não tivessem falta de livros, nem acumulem livros inúteis. Por isso o Perfeito, deverá lembrar ao Reitor, a seu devido tempo, a necessidade de possuir livros em grande quantidade – livros de uso quotidiano ou livros que sejam úteis no ano seguinte, para os nossos estudantes e para os externos”, e ainda: “Antes da abertura das aulas, o Perfeito consultará o Reitor com a devida antecedência, sobre a elaboração da lista de livros a estudar em classe ao longo do ano, para que ela seja igualmente comunicada ao Perfeito Geral e aos professores. Do mesmo modo se hão-de determinar os livros ou os autores que naquele ano devam eventualmente ser mudados” e que “Com os livreiros, [o Perfeito] tome a seu tempo as providências necessárias para que não faltem livros que usamos diariamente ou que usaremos no ano seguinte (nós ou os estudantes externos).” in Código Pedagógico dos Jesuítas. Ratio Studiorum da Companhia de Jesus, Regime Escolar e Curriculum de Estudos, edição bilingue, versão portuguesa de Margarida Miranda, ed. Esfera do Caos, Lisboa, 2009, pp. 110 e 162.
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mem贸ria institucional
Sala do Senado
Sala das Belas Artes
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Casa Pia, Sala das Belas Artes como aula de música, com palco ao fundo.
No tempo da Casa Pia e do Liceu: (1836-1979) Quando a Casa Pia (1836) e o Liceu (1841) ali se instalaram já nada sobrava dos livros da antiga Universidade. No Colégio do Espírito Santo, tirando alguma pequena sala de leitura que a Casa Pia tivesse organizado, mas cujos vestígios desconhecemos, o edifício não possuía na altura qualquer biblioteca. O espaço da antiga Livraria Grande, passou a denominar-se Sala de Belas Artes no tempo daquela instituição assistencial, talvez porque aí ocorressem as aulas de música e de teatro, tendo até sido construído para o efeito, no seu topo, um palco para representações teatrais dos casapianos. O nome de Sala Belas Artes, que até hoje perdura, consagrado em elegantes letras no pórtico da entrada, dever-se-ia também às magníficas pinturas do tecto, obra dos Jesuítas, e que apesar dos descaminhos da sua função primitiva se obstinavam a desafiar o tempo e a destruição. Próximo dos anos quarenta deste século passará para a Sala das Belas Artes a aula de instrução primária da Casa Pia, até aí a funcionar no espaço dos antigos aposentos e capela do Cardeal D. Henrique
Sala das Belas Artes
(hoje Sala Fundo Governo Civil e Túlio Espanca). Na realidade, a necessidade da criação de uma biblioteca no Liceu de Évora terá sido bastante mitigada pela proximidade e excelência da Biblioteca Pública, tanto mais que existia uma certa tradição dos directores desta instituição serem também professores do Liceu, como Joaquim Heliodoro da Cunha Rivara (1808-1879) ou Augusto Filipe Simões (1835-1884). De facto, até muito tarde os professores e alunos se socorreram da Biblioteca Pública para as suas leituras e estudo, pois só em 1897 é que temos notícia que terá sido criada a Biblioteca do Liceu, e ainda assim num espaço muito exíguo, a actual Sala 114, com pouco mais de 40m2. Também con-
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Liceu de Évora, representação musical nos claustros do Colégio do Espírito Santo, podendo-se ver do lado direito ao fundo a pequena sala da Biblioteca.
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memória institucional
“A sala da nova Biblioteca do Liceu em via de restauro”, número especial do Jornal O Corvo, de 1959.
bibliotecas, mas só muito tardiamente foi o caso do Liceu de Évora no que concerne à biblioteca. Todavia, a necessidade da existência desta estrutura que condissesse com o estatuto do Liceu dever-se-ia já fazer sentir, até porque constituía uma forma de reforçar as actividades pedagógicas e a disciplina escolar dos alunos, mantendo-os a estudar num espaço controlado. Terá sido mesmo objecto da ambição de sucessivos reitores. Mas a sua criação só foi realidade com a saída da Casa Pia em 1957. Infelizmente, nas vésperas desta mudança a belíssima Sala das Belas Artes já só servia de dormitório aos casapianos mais velhos (testemunho recente de um ex-casapiano), perdendo até a dignidade que aquela instituição lhe soubera atribuir. De facto, só com a libertação total do edifício em 1957 é que o Liceu conseguiu recuperar muitos espaços do segundo piso, nomeadamente a desde há muito ambicionada sala da biblioteca ou Sala das Belas Artes. Curiosamente, a Sala das Belas Artes e o seu corredor constituiriam, em dois mo mentos-chave, uma espécie de ‘última fronteira’ no domínio do espaço escolar reivindicado pelo Liceu à Casa Pia, quer, quase vinte anos depois, entre o Instituto Universitário de Évora e o Liceu. Logo em 1959, pelo jornal estudantil O Corvo (Edição Comemorativa de 1959), se sabe que se haviam iniciado as obras de restauro da Sala das
Corredor da actual Directoria
vém perceber que no final do séc. XIX o Liceu só possuía o Pátio dos Gerais com as suas onze salas de aula e as três ocupadas com Secretaria e Reitoria, contíguas (salas 122 e a actual Directoria, que servia de gabinete do Reitor), além da minúscula Biblioteca na 114. Muitos anos volvidos, Vergílio Ferreira, descrevendo o Liceu na obra Aparição, datada de 1959, ainda nada nos diz quanto à existência deste espaço no Liceu de Évora, antes descrevendo as reuniões de estudo com os seus alunos na Biblioteca Pública. Em entrevista recente a dois ex-alunos do Liceu de Évora confirmamos isto mesmo: a Biblioteca do Liceu pouco ou nada era usada, “armazém de livros empilhados” que teve até como guardiã uma contínua temível, dissuadindo o aluno mais afoito... Por estas razões até à década de sessenta os alunos do Liceu de Évora frequentariam essencialmente a Biblioteca Pública para requisitar os livros e estudar. No Estado Novo haviam sido reforçadas as competências dos liceus e o seu apetrechamento, com a criação de laboratórios, ginásios e também
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memória institucional
Belas Artes para Biblioteca do Liceu, que viria finalmente a ser considerada uma das melhores bibliotecas escolares de Portugal, e uma das poucas que “não tinha os livros encerrados nas estantes, como reparavam com espanto os visitantes”2 . Estas obras incluíram o restauro das pinturas do tecto e construção de todas as estantes e mesas, magnífico mobiliário que a Universidade viria a herdar e ainda hoje conserva 3 .
A Biblioteca Geral do Instituto Universitário de Évora - BGIUE (1973-1979) Em 1973, no âmbito da Reforma Veiga Simão, foi criado o Instituto Universitário de Évora (IUE). Nos primeiros cinco anos apenas ocupou um espaço modesto no Colégio do Espírito Santo: o ‘Conventinho’ e os corredores logo abaixo deste, separado o espaço do Liceu pelos portões de ferro que ainda hoje se podem ver. A Biblioteca Geral do Instituto Universitário de Évora (BGIUE) situava-se, então, num dos corredores do 1º piso, onde actualmente se localiza a Reitoria, compreendendo dois gabinetes com quatro salas para um espólio que cresceu aos 6.000 livros. Naquele tempo, o ‘Conventinho’ albergava
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- Em entrevista recente a um dos últimos reitores do Liceu.
4A BIUE dispunha de verbas próprias para aquisição de livros e periódicos através de um fundo geral atribuído pela Reitoria à Biblioteca. O Conselho da Biblioteca determinava que obras deveriam ser adquiridas, privilegiando as consideradas necessárias para os cursos mais recentes. No caso dos periódicos, os que fossem do interesse de mais de três departamentos eram pagos através do fundo geral da Biblioteca. Nos restantes casos, esse encargo era assumido pelos departamentos. Houve várias ofertas que contribuíram também para o crescimento do acervo de forma significativa (da AID US Agency for International Development, entre outras). A catalogação das obras era dactilografada em fichas catalográficas a stencil. As cópias tiradas a stencil eram depois inseridas por ordem alfabética nos ficheiros de autor e título para posterior recuperação dessa informação por parte dos utilizadores.
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também alguns departamentos e os Serviços de Documentação. No final da década de setenta o IUE cresceu, quer em espaço ocupado quer na quantidade de pessoal, teria já cerca de 600 alunos para quem a Biblioteca e a Reprografia constituíram um dos seus “maiores luxos” . Apesar de pequeno e concentrado, o ambiente entre alunos, funcionários e docentes é ainda hoje recordado como “muito familiar” pelas mais antigas funcionárias da BGUE, Maria Antónia Pereira e Catarina Fernandes. Todavia, referem, o trabalho já era muito significativo, com grande procura de determinadas obras e materiais de apoio, como mapas, etc. . Finalmente, em 1980, com a saída do Liceu para o seu novo espaço, a já Universidade (1979) recupera-rá todo o edifício, muito em particular o corredor e a Sala das Belas Artes, passando nesse mesmo ano para lá a Biblioteca e instalando-se na sala da frente a Mapoteca . Logo nos primeiros tempos, devido às características privilegiadas do espaço e à sua beleza, a Sala de Belas Artes haveria de servir de cenáculo, acolhendo muitos dos importantes eventos que a jovem instituição organizou, como o Seminário Internacional sobre Teilhard de Chardin (1981), ou os 2º e 3º Seminários Portugal nos Anos 80 (1982).
Segundo testemunho de um antigo presidente da Associação de Estudantes, em entrevista ao Ueline , Abel Ribeiro refere: “Em Outubro de 1976, o então IUE tinha dois edifícios (a Mitra e um “corredor no Colégio do Espírito Santo – o restante edifício ainda era do Liceu de Évora). Teria , nesse seu início de vida lectiva, cerca de 50 alunos, dos quais mais de metade eram os tais “transferidos” da tal Escola Bento Caraça. “Economia” e “Sociologia” eram os dominantes com turmas diurnas e noturnas. Não havia residências universitárias, muito menos refeitório (só aconteceu em 1979, julgo) e havia um minúsculo bar, aberto, esse sim, logo em início de 1977. Os nossos “luxos” eram a Reprografia e a Biblioteca”. In: http://esquerdapossivel.blogspot.pt de 26 de Janeiro de 2012
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Ant贸nia Pereira 1979
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1981 Catarina Fernandes
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o meu livro
Capitães da Areia, este é o meu livro! José Rodrigues Dias Professor Emérito da Universidade de Évora
Capitães da Areia, este é o meu livro!
depois de ameaças de parto. No verão de 1975, por concurso, vinha para a Universidade de Évora (então, Instituto Universitário de Évora, tendo dado a sua primeira aula, de Matemática, em 10 de Novembro, em conjunto com os Colegas Mercês de Mello e Carlos Braumann), depois de ter passado, poucos meses, por Charleroi, na Bélgica, em estágio de micro electrónica aeroespacial.
Capitães da Areia, de Jorge Amado, publicado em 1937, aos 25 anos, logo preso, logo queimado o livro em praça pública… Assim era, então, a Liberdade… Como poderia eu, depois, dizer não à Liberdade?! Sim, o teu nome é Liberdade!
Capitães da Areia que li por volta dos dezoito anos, por certo em 1969, talvez em Coimbra em livro meu (por onde andarás que não te encontro?...), ou talvez em livro de uma biblioteca itinerante da Gulbenkian num desses verões em Talhas, terra quente do nordeste transmontano amaciada ali pela leitura refrescante dos clássicos. Muito obrigado, aqui de novo o digo, aos que me deram letras e livros. Muito obrigado, Pais, Professores, a ti também, Gulbenkian!
Uma nota prévia sobre os Capitães da Areia no meu contexto histórico: No ano de 1969 concluía, em Coimbra, o ensino secundário (tendo sido, então, premiado pelos resultados obtidos) e entrava para Engenharia. Foi ano, ainda eu no Liceu, de greves académicas, incluindo a exames, dos estudantes universitários. Em 1971, lá para Outubro, ia para o Técnico, em Lisboa, onde concluía o curso em Março de 1975, depois de um semestre ter sido anulado, fechada a escola, fechada também a cantina. Que tempos!... Tempos esses que foram de fortes movimentações e greves estudantis, e morte, com a repressão solta e a liberdade presa, tanto quanto o podem ser. Em Março de 1972, lia As Mãos Sujas, de Sarte, livro que conservo ainda com a capa coberta com o papel da livraria, na Avenida de Roma, que eram muitos os olhos e os olhares indesejados. Abril nascia em 1974, no dia 25, de tempo feito, embora a ferros suaves em forma de cravo e
Capitães da Areia em ondas de miséria lavadas na luz das estrelas e nas ondas do mar, voando depois pelas traduções, pelos países, pela rádio, pela televisão, pelo cinema também de uma neta de Jorge Amado (aquando do centenário do seu nascimento). Capitães da Areia feitos de garotos sós sem lar, po-
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etas da rua abandonados, vadios, perdidos, na rua encontrados à procura da sobrevivência solidariamente entre eles repartida, fraternalmente, malandros por tudo e por nada e acima de tudo por necessidade e defesa, em sociedade organizada com regras e chefes num trapiche abandonado, velho barracão de praia, livres com a mão de um Padre quase rebelde gostando deles, querendo-os Homens. Capitães da Areia de que nasceram no seu próprio tempo, para além dos outros, os outros um dia em si mesmos encontrados ou para sempre perdidos, um Artista (que nasceu do Professor, que roubava livros para ler e que os partilhava com os que não sabiam ler, só ele o sabia fazer…), nasceu um crente profundo (do Pirulito ele nasceu, ajudante do Padre José Pedro em terra distante) e nasceu também um líder, político, sindicalista, revolucionário (que nasceu do Pedro Bala, loiro, chefe dos Capitães, que soube ser filho de um Loiro sindicalista em greve assassinado, namorado de Dora, seu esposo na última noite e logo pela manhã seu viúvo, que raio de vida…). E, assim, Jorge Amado coloca aqui, entre outros, três pilares essenciais (digo eu: a sabedoria, conhecimento, cultura, criação; o sagrado, interior, reflexivo, guardião do templo; e o profano, política, transformação, sociedade) entre si ligados no que é o Homem inteiro, pilares aqui nascidos dos meninos e neles cimentados, meninos filhos dos homens que nunca foram meninos, como diria Soeiro Pereira Gomes na dedicatória dos seus Esteiros, que comprei e li aos dezanove anos, na primavera de 1971 (conforme escrevi então nesse livro de bolso), navegando por águas do mesmo mar de Jorge Amado. É difícil dizer, entre tantos e tantos livros marcantes cedo lidos, este, este é o livro! Capitães da Areia, este é o meu livro! Obrigado, Jorge Amado, que nunca foste Prémio Nobel!
Para ti, Dora, um poema de um Aprendiz agora de Poeta, Aprendiz que foi, que é, de números, de fórmulas, de computadores, de linguagens, Aprendiz sempre da vida:
Dora, capitã da areia
Cabelos lisos loiros compridos De pais perdidos e assim meiga De olhar doce como se uma mãe fosse, Irmã do seu irmão que a morte Só nos braços lhe deixou em sorte, Garota feita capitã, Mãe de outros garotos E de outros irmã, Namorada de Pedro loiro, Irmã feminina da lua Feita mulher No lençol de areia livre ao luar, Enterrando longe a neblina dorida Da luta do dia E da rua E daquela febre alta dos mortos, Dos seus e dos outros e depois de si, À luz das estrelas do céu e do mar… Estrela, uma delas Dora ela lanterna seria, Morta de febre a amar no mar ali sepultada Em toalha toda branca de espuma rendada…
Évora, 2013-07-03
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Capitães da areia
autor: Jorge Amado
1ª Edição, Publicações Europa-América, 1937, 266 págs.
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Intervenção Artística na Biblioteca do Colégio dos Leões
dinamização cultural
agenda de eventos
2013
FEVEREIRO
castanheiro e alexandre kroner
Organização MU. Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
Dia 14 lançamento do n.0 do boletim da biblioteca da ue
Biblioteca do CES, Sala do Fundo Governo Civil
lançamento do número especial da “callipole”, revista de cultura. “florbela espanca, o espólio de um mito”
Março talk v- tecnologia e design de cerâmica e vidro com paulo correia hugo simão, ilca henriques e inês martins
Organização MU. Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
CES, Sala das Belas Artes
conferência de arquitectura com gonçalo m. tavares “espaço, corpo e pensamento”
no âmbito do Ciclo de Conferências “Lições de Mestre” e Programa do Exercício de Projecto IV, Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
Dia 27 conferência de arquitectura com paulo neto e gustavo val-flores
no âmbito do Curso de Doutoramento em Arquitectura, Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
conferência de arquitectura com joão gomes da silva, teresa barata salgueiro e ana paula amendoeira
no âmbito do Curso de Doutoramento em Arquitectura. Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
Dia 14 Talk VI- Common threads in science and art: perspectives from the brain com Samuel Viana Meyler
Organização MU, Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
talk iv- a defesa dos direitos de propriedade intelectual com inês dias pinheiro , cintia monteiro, paulo
no âmbito do Curso de Doutoramento em Arquitectura, Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
Dia 21 documentário:” a macau de manuel vicente” de rosa coutinho cabral
no âmbito das comemorações do dia mundial da poesia e da árvore, a biblioteca do colégio da mitra procedeu à seleção de poemas que foram postados durante o dia na página do facebook do icaam
Organização Biblioteca da Mitra e ICAAM
Abril Dia 02 conferência trienal do alentejo com perrine lacroix
Dia 19
Organização Trienal no Alentejo em
conferência trienal do alentejo com
Dia 28
conferência de arquitectura com josé rafael
Biblioteca dos Leões, Sala de Visionamento
Dia 13 Dia 19
lançamento do livro “quatro novos estudos sobre antónio sérgio” de joão príncipe
CES, Sala das Belas Artes
Dia 07 Dia 15
Dia 20
Parceria com o DAVD-UE.
barthélémy toguo
Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
Organização Trienal no Alentejo em Parceria com o DAVD-UE. Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
Dia 10 conferência de arquitectura com gonçalo byrne
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no âmbito do Curso de Doutoramento em Arquitectura. Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
Dia 11 conferência trienal do alentejo com gabriela albergaria e delio jasse
Organização Trienal no Alentejo em Parceria com o DAVD-UE. Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
Dia 16 Workshop (Bio)energia, Organização do Departamento de Engenharia Rural
Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
Dia 17 Conferência de arquitectura “Esgrafitos e pinturas murais em Évora”, com Sofia Salema e José Pestana
no âmbito do Curso de Doutoramento em Arquitectura. Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
Dia 23 Conferência “A Biblioteca do Convento de Jesus (1755-1834) do profº doutor francisco vaz. conferência “vida e morte de uma biblioteca jesuíta a livraria grande do colégio do espírito santo em évora (1553-1777) da profªdoutora sara marques pereira.
CES, Sala do Fundo do Governo Civil
Dia 30 documentário:IMPORT/EXPORT: matéria sensível, 10 arquitectos catalães de adriana salvat
Organização Departamento de Arquitectura conferência de arquitectura com josé laborda ynueva “arquitectura del academicismo en iberia?”
no âmbito da unidade curricular Projecto II, do Curso de Arquitectura. Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
Maio
palestra “a teatralidade no quotidiano” com eng. josé domingos moraes
Organização Departamento Artes Cénicas
Dia 9 ciclo de documentários sobre arquitectura: urbanized de gary hustwit
Organização João Deus Ferreira Sala de Visionamento da Biblioteca dos Leões
Dia 16 ciclo de documentários sobre arquitectura: the pruitt-igoe myth
Dia 3 conferência trienal do alentejo com carlito carvalhosa e joão leonardo
Organização Trienal no Alentejo em Parceria com o DAVD-UE Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
Organização João Deus Ferreira Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
Dia 21 futuros debates em torno de cultura, profissão e política
Dia 6 1.º hólon do “fórum academia de sofia” dedicado ao tema ‘o que é design de permacultura?
Organização Paula Soares Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
Organização Departamento de Artes Cénicas, Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
Dia 23 ciclo de documentários sobre arquitectura: the social life of small urban spaces de william h. whyte
Dia 8 conferência com ricardo bak gordon “obras e projectos”
Organização Departamento de Arquitectura da UE Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
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Organização João Deus Ferreira Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
agenda de eventos
2013
Dia 24 abertura da “sala túlio espanca”, no âmbito do encontro “os espaços de memória e a memória dos espaços”
Mestrado em Gestão e Valorização do Património Histórico e Cultural, ECS e CME23 e 14 de Maio, Colégio do Espírito Santo, Sala do Fundo Túlio Espanca
Junho
Organização Departamento de Arquitectura, Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
Dia 1 conferências no âmbito do “projecto on factory: design e conceito”
Organização do Departamento de Artes Visuais e Design, Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
Organização Departamento de Artes Cénicas, Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
Dia 29
Dia 5 apresentação do livro “wrenascença” artística e práticas de conservação e restauro arquitectónico em portugal, durante a i república” de jorge custódio
Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
futuros debates em torno de cultura, profissão e política
Organização Departamento de Artes Cénicas, Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
Dia 31 conferências no âmbito do “projecto on factory: design e conceito”
Organização do Departamento de Artes Visuais e Design, Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
Dia 25 conferência trienal do alentejo
Organização Trienal no Alentejo em Parceria com o DAVD-UE, Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
Dia 28 futuros debates em torno de cultura, profissão e política
conferência de arquitectura com nuno brandão costa
Dia 07 2º hólon do ‘fórum academia de sofia’ dedicado ao tema “ecovillage community - live with earth”
apresentação por Rui Vasques, Organização Paula Soares, Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
Dia 19 Futuros debates em torno de cultura, profissão e política, organização escola de artes
Biblioteca dos Leões, Sala de Leitura
Dia 20 74 74
Sala TĂşlio Espanca
ficha técnica direcção Sara Marques Pereira coordenadores António Cachopas, Carla Sofia Santos, Catarina Fernandes, Josefa Correia concepção gráfica Daniela Bacalhau Fotografia Célia Domingues, Daniel Mira, Daniela Bacalhau, Espólio Túlio Espanca colaboradores Adélia Batata, Antónia Alfaiate, António Souto, Catarina Costa, Cecília Pereira, Cecília Barata, Cidália Pisco, Cristina Matos, Elisa Mira, Fernandina Fernandes, Francisca Sofio, Helda Lapa, João Garcia, José Soares, Antónia Pereira, Conceição Charrua, Dulce Guerra, Isabel Ferreira, Manuela Serrano, Margarida Lavaredas, Matilde Carvalho, Patrícia Carvalho, Miguel Martins, Natália Soares, Rodolfo Azedo, Rosária Saiote, Susana Candeias secretariado Dulce Guerra impressão Reprografia da Universidade de Évora agradecimentos Reitoria, Escolas e Departamentos, Institutos e Centros, Serviços Técnicos: Arquitecta Margarida Gonçalves, e demais serviços da Universidade de Évora, e igualmente aos Professores Doutores Hermínia Vilar, Rodrigues Dias, Elsa Vaz. morada Biblioteca Geral da Universidade de Évora Colégio do Espirito Santo (sala 126), Largo dos Colegiais, Apartado 94 7002-554 Évora telf 266740823 secbib@bib.uevora.pt www.bib.uevora.pt www.arqhis.bib.uevora.pt www.cde.bib.uevora.pt issn: 2182-8350 Évora / 2013