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Ação Libertária

Ação Libertária

mas nunca mostra se há uma correta, afinal, a quem ou o que cabe decidir o que é bom ou ruim?

Portanto, nesta proposta, a investigação e o trabalho com temas geradores tomaram moldes pós-dramáticos. Os temas geradores e toda carga política inserida neles são tocados pela despolitização do pós-dramático, ou seja, substitui-se a atuação pontual e concludente, pelo fluxo do estudo e exploração de novas percepções e posicionamentos. Na fluência do trabalho, os temas geradores são como partículas de ar, aparentemente invisíveis, mas sempre presentes. Na vivência ocorrida não existiu uma aula para abordar o feminismo, por exemplo. Chegamos a esse enunciado com explorações, com a natureza de investigação do corpo e desta forma por diante. O híbrido que germina agora entra na escola para funcionar como uma prática de interrupção (LEHMANN, 2002, p. 10), para ampliar as possibilidades e facilitar as comunicações, para transformar a realidade em várias, tantas, belas e feias. Os pontos citados provocam um deslocamento de questões morais, éticas, comportamentais, mas no âmbito de uma experimentação mais subjetiva, mais ligada ao sensorial do que ao lógico, justamente porque não querem um ponto final. Minha função como educadora foi aproximar os alunos dos signos teatrais e criar uma relação entre eles. Não existe uma moral da história, os signos, as pessoas e o mundo estão interligados. Assim emerge a transformação. O teatro pós-dramático, em sua forma de troca, não usa de armamentos fictícios, mas quando coloca o real em jogo propõe através da apropriação dos signos a possibilidade de mudar seu valor, intensidade, lugar, significado, há um deslocamento do real pré-concebido.

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Engana-se quem acredita que esse trabalho é sobre mim e uma engenhosidade no pensar, na verdade ele nunca foi. Pode ser que essa façanha seja um pouco sobre o teatro pósdramático, um pouco sobre a Pedagogia do Oprimido, um bocado sobre o trançado da arte com a escola, mas deixe-me apresentar os senhores dessa trama: Amanda, Bryan, Camila, Gabriela, Joice, Lídia, Lorraine, Maycon, Sara, Sara, Thatiane e Yuri. Esses 13 adolescentes, alunos do ensino médio da Escola Estadual Três Poderes, que possuem entre 15 e 18 anos são os verdadeiros eixos dessa pesquisa. A vida que compartilhamos nos meses de março, abril, maio e junho de 2016, com os erros e acertos que emergiram, com a intensidade que rompeu

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