Rodrigo Campos Rocha - Mariposas, vaga-lumes, instagrammers: subjetivações e dispositivos digitais

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INTRODUÇÃO

Quando Godard se torna um plug-in, é preciso olhar para além da Nouvelle Vague. 1 (GALLOWAY, 2012, p.08)

Este trabalho busca desenvolver uma perspectiva crítica sobre as relações entre estética e tecnologia, entre imagem e poder, entre dispositivo e sujeito, para pensar a cultura digital na sociedade contemporânea e para analisar um fenômeno dessa cultura: o uso massivo de um aplicativo de rede de compartilhamento de imagens, o Instagram. Na primeira parte, fundamentam-se conceitos como subjetivação, dispositivo, estética e ideologia, a partir de textos de Michel Foucault, Giorgio Agamben, Gilles Deleuze, Jacques Ranciére, Louis Althusser e Judith Butler, mostrando-se também como estes conceitos estão interligados. A relação entre imagem e dispositivo é pensada a partir do trabalho de Marie-José Mondzain. A partir de Alexander Galloway, Wendy Chun, Wendy Brown, a tecnologia da informação é pensada em suas dimensões estética, ideológica e subjetivante, observando-se como a tecnologia da informação viabiliza: controle, visibilidade, opacidade, poder, capital. Até aqui, as principais questões que movem a reflexão são: Qual a relação entre dispositivo, subjetivação, estética e ideologia? Como os dispositivos operam no território digital? Qual o lugar da imagem e da visibilidade na sociedade contemporânea e qual o papel da "visualização" de imagens digitais?

do autor. No original: "When Jean-Luc Godard becomes a plug-in, we must look beyond the Nouvelle Vague"

1 Tradução


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