Leal, juliana Benicio dos Santos

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FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE – FAINOR CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

JULIANA BENICIO DOS SANTOS LEAL

COWORKING: UM NOVO MODELO DE TRABALHO

VITÓRIA DA CONQUISTA-BA, JUNHO DE 2017


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JULIANA BENICIO DOS SANTOS LEAL COWORKING: UM NOVO MODELO DE TRABALHO

Projeto Apresentado à Faculdade Independente do Nordeste – FAINOR, para obtenção do título de Arquiteto e Urbanista. Professor Orientador: Verbena Dourado

VITÓRIA DA CONQUISTA-BA, JUNHO DE 2017


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L435c

Leal, Juliana Benicio dos Santos Coworking : um novo modelo de trabalho ./ Juliana Benicio dos Santos Leal._ _ Vitória da Conquista, 2017. 83.f.il Memorial (Graduação Arquitetura e Urbanismo) Faculdade Independente do Nordeste - FAINOR Orientador (a): Prof.ª Verbena Dourado 1. Coworking. 2. Escritório. 3. Trabalho colaborativo. Espaço compartilhado. 4. Vitória da Conquista - BA . I Título. CDD: 720

Catalogação na fonte: Biblioteca da Fainor


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JULIANA BENICIO DOS SANTOS LEAL COWORKING: UM NOVO MODELO DE TRABALHO

Projeto Apresentado à Faculdade Independente do Nordeste – FAINOR, para obtenção do título de Arquiteto e Urbanista. Professor Orientador: Verbena Dourado

Aprovado em ___/___/______

Banca examinadora:

_____________________________________________________ Nome Titulação Instituição

_____________________________________________________ Nome Titulação Instituição

_____________________________________________________ Nome Titulação Instituição

VITÓRIA DA CONQUISTA-BA, JUNHO DE 2017


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Desejo ver um mundo melhor, mais fraternal, em que as pessoas nĂŁo queiram descobrir os defeitos das outras, mas sim, que tenham prazer de ajudar o outro. Oscar Niemeyer


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AGRADECIMENTOS

Agradeço de início aos meus pais, Ronaldo (in memorian) e Consuelo, pelo apoio incondicional, amor e papel central em minha formação como pessoa e profissional. Ao incentivo da família em especial minha prima Olga Benício, pelas contribuições e conselhos acerca desse projeto. Aos meus amigos de longa data, por sempre estar ao meu lado e compartilhar os melhores e piores momentos da vida, mas sempre acreditando em meu potencial. Sou grata aos amigos que a arquitetura me trouxe, estando longe ou perto, agradeço a vocês pelos conselhos, risos e até mesmo discussões, dando sentido a essa jornada. Aos docentes responsáveis pelo estímulo ao conhecimento e por serem fonte de inspiração, em especial a professora, chefe e orientadora Verbena Dourado pela paciência, suporte e por ser um exemplo em competência e comprometimento. Agradeço a Yasminie Midlej, Aline Trancoso, Marcelo Ferreira e Rosana Brito pelas ideias, sugestões e toda atenção que me fizeram evoluir nesse trabalho. À todos que de alguma forma contribuíram e participaram para a realização desse projeto e trajetória.


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RESUMO

O trabalho consiste na elaboração de um projeto arquitetônico de um ambiente corporativo baseado em conceitos colaborativos, o Coworking, e a influência dele na produtividade e redução de custos. O universo de estudo compreende o município de Vitória da Conquista e a demanda desse espaço em relação aos profissionais liberais e os recém formados da cidade. A proposta é viabilizar um espaço compartilhado que visa o equilíbrio entre produção e bem estar, caracterização da geração Y e Z. Uma análise foi feita a respeito da evolução dos ambientes corporativos para traçar diretrizes de incentivo à interação das pessoas que atuam em diferentes áreas de um ambiente de trabalho compartilhado que estimule novas ideias, negócios, troca de experiências, networking e a criatividade. Os estudos referenciais de espaços de coworking são traduzidas no projeto na sua forma de organização e inovação com um espaço flexível e sustentável. O empreendedorismo coletivo é relevante no atual mercado, pois a proximidade e interação entre pessoas torna o espaço de trabalho mais dinâmico e atraente.

Palavras-Chave: Coworking. Escritório. Trabalho colaborativo. Espaço compartihado. Vitória da Conquista.


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ABSTRACT

This work presents an architectural design of a corporate environment based on collaborative concepts: the Coworking. First this study englobes the city of Vitรณria da Conquista and the demand of that space in relation to the liberal professionals and the newly formed in the city. The proposal is to enable a shared space that balances production and welfare. It was made an analysis to draw the guidelines that encourage the interaction of the people in a shared environment and that stimulates new ideas, business, exchange of experiences, networking and creativity. The study of spaces for coworking are translated into the project in form of organization and innovation always thinking about a flexible space and sustainability. This project is relevant in the current market, because the proximity and interaction between people makes the work space more dynamic and attractive.

Keywords: Coworking. Collaborative work. Office. Networking. Vitรณria da Conquista.


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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 11 2 EXPLORAÇÃO TEÓRICA DO TEMA............................................................................................ 15 2.1 Teorias e Conceitos ..................................................................................................................... 15 2.1.1 Público Alvo......................................................................................................................... 15 2.1.2 Evolução dos Ambientes de trabalho ................................................................................... 17 2.1.2.1 Primeiros Espaços ......................................................................................................... 17 2.1.2.2 Escritório Taylorista ...................................................................................................... 17 2.1.2.3 Escritório Panorâmico ................................................................................................... 19 2.1.2.4 Escritório Planta Livre .................................................................................................. 20 2.1.2.5 Escritórios Territoriais................................................................................................... 21 2.1.2.6 Escritórios Não Territoriais ........................................................................................... 21 2.1.3 O Coworking ........................................................................................................................ 24 2.1.4 Organização do Coworking .................................................................................................. 25 2.1.4.1 Espaço Interno ............................................................................................................... 25 2.2 Projetos Referenciais ................................................................................................................... 27 2.2.1 Google .................................................................................................................................. 27 2.2.2 Hub de Inovação Internacional PCH .................................................................................... 31 2.2.3 Melicidade: Sede do Mercado Livre .................................................................................... 34 2.2.4 Orgânico Coworking ............................................................................................................ 36 2.2.5 Tropos: Ambiente Colaborativo ........................................................................................... 37 3 DEMANDA DA CIDADE DE VITÓRIA DA CONQUISTA .......................................................... 39 4 METODOLOGIA .............................................................................................................................. 40 4.1 Análise dos Resultados................................................................................................................ 40 5 APRESENTAÇÃO DA ÁREA .......................................................................................................... 42 5.1 Terreno ........................................................................................................................................ 43 5.2 Condicionantes Ambientais e Físicos.......................................................................................... 44 5.3 Legislação ................................................................................................................................... 45 5.3.1 Lei n° 1.481 (2007) e Lei Complementar n° 2.043(2015) ................................................... 46 5.3.2 Instrução técnica n° 011/2016: Saídas de emergência e NBR 9077 (2001) ......................... 47 6 CONCEITO E PARTIDO .................................................................................................................. 50 7 PROGRAMA ..................................................................................................................................... 51 8 PROJETO........................................................................................................................................... 55 9 CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 70 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 71


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APÊNDICES ......................................................................................................................................... 77 Apêndice A – Censo Coworking Brasil 2016 ....................................................................................... 78 Apêndice B – Perfil do coworker .......................................................................................................... 79 Apêndice C – Gerações ......................................................................................................................... 80 ANEXOS............................................................................................................................................... 81 Anexo A – Modelo do formulário disponibilizado online .................................................................... 82 Anexo B – Imagens do terreno .............................................................................................................. 83


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1 INTRODUÇÃO Por muito tempo o desenvolvimento foi considerado sinônimo de crescimento econômico baseado em consumo desenfreado de recursos e energia. Atualmente, o conceito de desenvolvimento é a harmonia entre o crescimento econômico e o meio ambiente. Em 1977 em comissão mundial sobre meio ambiente a ONU oficializou o termo desenvolvimento sustentável definido pela primeira ministra norueguesa da época, Gro Harlem Brundtland, através do documento Our Common Future: "É a forma como as atuais gerações satisfazem as suas necessidades sem, no entanto, comprometer a capacidade de gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades" (Brundtland apud Scharf, 2004, p.19). Dentro do contexto vivido recentemente no quadro de organização do trabalho há uma constante procura por métodos coletivos entre pessoas e empresas. Esse sistema é conhecido como economia colaborativa. Considera importante o acesso ao benefício e não a posse desses. Em decorrência disso há uma descentralização onde todos passam a ser fornecedores ou consumidores. O consumo colaborativo é considerado um passo importante para a sustentabilidade, pois com ele há melhor utilização do uso de meios que influencia diretamente na criação de novos bens e dessa forma gasta-se menos recursos naturais. O empreendedorismo coletivo mostra-se relevante no atual mercado por se tratar de um conceito que induz a criação e colaboração de ideias. A forma de trabalho considerado fruto da economia colaborativa é o coworking. Essa ideia surgiu em 2005 quando o engenheiro de software norte americano Brad Neuberg, criou um espaço de trabalho em São Francisco, Califórnia, onde pessoas trabalhavam de forma independente em seus próprios afazeres e convivendo num mesmo espaço de trabalho, com o tempo e conhecimento o grupo passou a compartilhar ideias e experiências, surgindo então um método de colaboração informal. O coworking é um modelo onde diversas empresas ou profissionais autônomos partilham mesmo espaço físico buscando a divisão de custos com o local de instalação, serviços e manutenção. Em consequência, esse ambiente aproxima trabalhadores que em outras situações estariam em posição de distanciamento uns em relação aos outros. De acordo com José G. Quaresma (2013) o coworking é “um grupo de pessoas que trabalham independentes umas das outras, mas que partilham formas de estar e valores e que procuram sinergias".


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As experiências e compartilhamento de ideias no decorrer do processo de socialização influenciam na maneira de pensar e agir em um grupo de pessoas (CARRARA; NUNES; SASUR, 2013). Cordeiro e Albuquerque (2013), afirmam que a formação de uma geração (APÊNDICE C) parte de algum evento que interrompeu a continuidade histórica ou a relação das pessoas, integrados em uma faixa etária, com esse marco histórico. Partido disso, a geração baby boomers é identificada por pessoas que nasceram entre o período de 1940 a 1960. Nasceram após a Segunda Guerra Mundial, e foram educados com base na disciplina e rigidez; a geração X surge entre o período de 1960 a 1980. No contexto vivido no Brasil, essa geração presenciou diferentes planos econômicos na tentativa de resolver a inflação, por isso se caracterizam pela busca contínua a estabilidade financeira; A geração Y é formada por pessoas que nasceram entre 1980 e 2000, uma época marcada pela prosperidade econômica, revolução tecnológica, globalização e diversidade.; e por fim, a geração Z, nascidos a partir do ano 2000, considerados nativos digitais não se submetem a condições que não os satisfaçam, cresceram em uma atual crise econômica, em discursos relacionados a sustentabilidade e em meio ao terrorismo. Portanto esse espaço colaborativo surgiu com o intuito de suprir necessidades de ambientes corporativos convencionais para uma nova demanda, gerações Y e Z, e também oferecer contatos em um ambiente agradável e flexível. Segundo Hibbert, White e Kimble (2012, p.5) "a infraestrutura do espaço é uma nova tipologia que combina a autonomia do home office com a interação social dos escritórios e requer novas estratégias para maximizar e equilibrar essas qualidades". Considerado um movimento por Moriset (2013), o coworking surge a partir da transformação da indústria de trabalho em decorrência de avanços tecnológicos, destacado por novos meios de comunicação que potencializaram o processo internacional de integração econômica, social, cultural e política. Ao considerar essa realidade, o desenvolvimento do capitalismo é a relação entre três parâmetros: inovação, tecnologia e criatividade. Uma vantagem disso é um alto grau de concentração para o desenvolvimento de atividades através do estímulo do processo criativo e em consequência tem-se proporcionalmente o aumento de desempenho e produtividade entre os funcionários. Korobinski (2001) afirma ser necessário para o desenvolvimento de uma empresa baseada no conhecimento, uma cultura para renovação, dedicada a pensar como gerir compreensão através de tecnologia da informação, da organização do trabalho, da gestão de


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pessoas e recursos, com ambientes que estimulam o processo criativo contribuindo para inovação e empreendedorismo. O coworking tem como finalidade atender simultaneamente as pretensões do mercado e a interação entre os profissionais por meio de recursos que viabilizem a criatividade. Dessa forma, cria-se um novo ambiente social e econômico com um clima de colaboração, por meio locais flexíveis e diferenciados, moldados de acordo com as necessidades dos profissionais que o utilizam. Dessa forma esses espaços representam uma opção mediante a alteração de meios sociais baseados em relações de trabalho e uma economia altamente caracterizada pela desintegração. Mesmo diante do movimento de expansão destes ambientes de inovação, esse movimento é nutrido pela desaceleração resultante da crise imobiliária dos EUA e da Europa. O Brasil ainda é caracterizado pela cultura de trabalho tradicional, o coworking ainda é visto como uma forma de negócio e não como uma comunidade, mas mesmo assim o movimento está em crescimento. A economia financeira é um dos grandes atrativos neste modelo, pois disponibiliza um ambiente, para os que têm ou não recursos financeiros, com infraestrutura de um espaço corporativo, com segurança, de baixo custo e com alta dinâmica de relacionamento gerando colaboração e networking em espaços versáteis e diferenciados que propiciam melhor qualidade de vida. O universo de estudo compreende a cidade Vitória da Conquista, a terceira maior da Bahia, com uma área de 3 704,018 km² e com uma população estimada em 2016 em 346 069 habitantes (IBGE, 2016). Também considerada um polo econômico e educacional para a região, mas com ausência de um ambiente referência em colaboração e coworking, no entanto possui boa aceitação com escritórios virtuais como, por exemplo, o Bahia Office e Easy Office que pode ser analisado como o resultado da receptividade da sociedade em modelos contemporâneos de trabalho. Portanto, o objetivo principal é desenvolver um espaço de trabalho colaborativo, que atenda a atual demanda do município, relacionando a: Identificação do público alvo; análise do histórico e contexto de ambientes corporativos; compreensão do funcionamento do coworking; estudo da organização do espaço de trabalho compartilhado, o coworking; e por fim, estudo da demanda na cidade de Vitória da Conquista; O arquiteto desempenha o importante papel de conhecer o espaço, o uso, os agentes modificadores e a motivação dos usuários. Um dos motivos da necessidade desse projeto é a


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compreensão do espaço de trabalho colaborativo, pois trata-se de um conceito recente sem estudos suficientes na área para embasar propostas de espaços compartilhados. Por consequência, o conhecimento sobre o tema abre novas perspectivas de estudos acerca do tema na Arquitetura.


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2 EXPLORAÇÃO TEÓRICA DO TEMA

2.1 Teorias e Conceitos 2.1.1 Público Alvo Nos últimos anos houve alterações no modo de produzir e comercializar em função dos avanços tecnológicos.

De acordo com Cortella (2010) essa aceleração cria marcas

temporais, causando uma diminuição dos espaços entre as gerações. Portanto, o comportamento das sociedades se modifica e em sequência há uma série de transformações no mundo corporativo. As empresas estão se tornando cada vez mais orgânicas, com a criação espaços para descontração e entretenimento tornando o ambiente de trabalho mais agradável e institivo. A gestão de pessoas, parte da compreensão das particularidades dos colaboradores simultaneamente com o estímulo de um ambiente de reciprocidade de aprendizagem entre a equipe de trabalho. Os atuais profissionais são comprometidos com valores e preferem estruturas mais flexíveis, com predomínio de conforto e comunicação em conjunto com a descentralização do poder, onde há uma busca contínua por novos desafios. O atual mercado de trabalho é um ambiente dinâmico, resultado de uma mistura de gerações em um mesmo espaço. Segundo Oliveira (2012) a geração X, nascidos entre as décadas de 60 e 80, é caracterizado pelo perfil empreendedor em busca de estabilidade financeira e são apegados a títulos e cargos. Enquanto a geração Y, nascidos entre 1980 e 2000, compreende o trabalho como fonte de satisfação e aprendizado e buscam equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Os representantes de diferentes gerações e com distintas características ao trabalharem de forma integrada produzem um ambiente mais consolidado e impulsionam as qualidades de ambas. O ingresso das gerações Y e Z (posterior à geração Y) no mercado de trabalho trouxe alguns desafios para as organizações, pois se trata de um grupo mais preocupado com carreira e aprendizado do que com a organização. Isso não implica aspiração para trabalhar em ambiente corporativo fechado, mas sim na associação de vida pessoal, trabalho e prazer. Esses jovens têm uma visão diferente a respeito de trabalho e realização profissional. Inicialmente, não acreditam na hierarquia e na maioria das vezes não apresentam o respeito desejado como as gerações anteriores. Outra diferença é a busca constante por desafios em conjunto com impaciência de esperar por oportunidades. E por fim, mas sem discordância


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com anteriores, por não acreditar em hierarquia procuram mover-se lateralmente assumindo diferentes papéis num ambiente de trabalho. Essas gerações, Y e Z, que de acordo com Deguzman e Tang (2010) vivem em constante mudança e rotatividade, têm maior influência social e se mostra cada vez mais preocupada com a globalização e sustentabilidade, resultado do nascimento em ambiente de valorização do consumo consciente. O maior responsável em suas experiências de trabalho é o resultado e o que ele irá impulsionar e colaborar em sua vida e carreira profissional. Segundo os dados do Censo Demográfico Brasileiro 2016, a atual população brasileira está em cerca de 206 696 877 pessoas. A Bahia com uma população de 15 302 070, sendo que 43,51% correspondem as gerações Y e Z, pessoas entre 16 e 39 anos. No ano de 2016 o site Movebla juntamente com Ekonomio e Coworking Brasil, responsável pela primeira pesquisa de coworking no Brasil em 2013, realizou um novo censo com objetivo de entender e analisar o mercado de coworking brasileiro. Atualmente o Brasil tem o total de 378 espaços de coworking ativos, sendo o estado de São Paulo o principal com o total de 148 unidades. A Bahia está em décimo lugar com 7 espaços ativos, e houve um crescimento de 250% em relação a pesquisa feita no ano de 2015. Outra pesquisa realizada pelas mesmas empresas, em 2014 estabeleceu o perfil dos usuários de coworking como em sua grande maioria: jovens (40%), entre 29 e 36 anos, com nível superior completo sendo 67% homens e 33% mulheres.

Figura 1: Perfil do Coworker

Fonte: Disponível em < https://coworkingbrasil.org/censo/>. Acesso em dezembro. 2016.


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2.1.2 Evolução dos Ambientes de trabalho

Para melhor compreensão do espaço corporativo atualmente, é importante visualizar as soluções espaciais, o modo de organização e layout utilizados nos locais de trabalho ao longo da história. Fonseca afirma que "os locais de trabalho, de uma forma ou de outra, sempre estiveram presentes na vida do homem e sua origem esteve na necessidade de se ter um espaço adequado para a organização e gestão de uma determinada atividade lucrativa" (2003, pág.35). As evoluções tecnológicas em conjunto com as transformações mundiais no quadro político e econômico tiveram influência direta na forma e organização dos espaços físicos corporativos no último século. Enormes avanços tecnológicos ajudaram o crescimento dos escritórios. Em 1960, estruturas metálicas permitiram a construção de edifícios mais altos; em 1970, elevadores auxiliaram a subida. A máquina de escrever Remington entrou no escritório em 1874; o telefone de Bell foi penteado dois anos mais tarde; os telégrafos de Morse já estava em uso havia vários anos. (NIKIL SAVAL, 2015, pág.50)

2.1.2.1 Primeiros Espaços

Nikil Saval (2015, pág 24) discute a origem do escritório na história, como algo orgânico, relacionada com a invenção da escrita e necessidade de manter registros de maneira sistemática. Considerando ambientes acadêmicos, monastérios, bibliotecas e mercados uma forma de expressão de trabalho mais burocrática. A industrialização na Inglaterra e Estados Unidos causa o aumento no trabalho administrativo e simultaneamente surge a necessidade de um espaço mais racional de trabalho, para realizar atividades administrativas de controle da produção, áreas exclusivamente para escritórios. Com o fim da industrialização, após a Primeira Guerra Mundial, a mão de obra não se concentra mais em atividades mecânicas, nos setores primários e secundários, e parte para atividades mais criativas que ocorrem preferencialmente no setor terciário, nos escritórios. 2.1.2.2 Escritório Taylorista No final do século XIX surgiu a primeira teoria administrativa científica de trabalho, o taylorismo. Essa teoria é a junção de fatores políticos, econômicos e sociais. A maior


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influência é o processo de racionalização da sociedade incitado pela Revolução industrial através da preocupação com a "eficiência nacional" e a emergência do consumo em massa. Frederick Winslow Taylor (1856-1915) promovia uma organização racional do trabalho, por meio de um estudo detalhado do tempo de realização de cada atividade, com o objetivo de extração da capacidade máxima de produção. A pesquisa de Taylor pode ser resumida em cinco princípios básicos: (1) a divisão do trabalho entre os que executam e que supervisam; (2) utilizar métodos científicos para definir a melhor forma para executar o trabalho; (3) selecionar a pessoa certa para o desenvolvimento de cada atividade; (4) treinar o funcionário; e (5) fiscalizar o trabalho para assegurar que sua execução ocorra sem problemas; Um dos primeiros espaços a adotarem esses princípios foram os escritórios, conhecidos como "escritórios-fábrica". As atividades eram definidas a partir de rotinas estruturadas com base no planejamento do trabalho e controle da execução do mesmo. O Larking Administration Building, projetado por Frank Lloyd Wright para a Larkin Soap Company, em 1906 na cidade de Buffalo no e Estado de Nova Iorque, ilustra essa forma de trabalho através de seu layout e modelo de gestão, pois os funcionários em nível mais baixo se encontravam em um átrio interno com pé direito elevado, e os funcionários em um nível mais alto estavam posicionados de forma estratégica nos pavimentos superiores em salas privativas distribuídas por quatro pavimentos de galerias, com intuito de manter controle da produção. Figura 2: Edifício Larking, escritório como extensão da planta industrial

Fonte: Disponível em < https://br.pinterest.com/pin/297237644130209552/ >. Acesso em dezembro. 2016.


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Pela primeira vez foi adotado um sistema de renovação e climatização de ar, com dutos embutidos e grelhas de insuflação e retorno. O aço serviu como material de acabamento para outra inovação, que era o mobiliário específico de trabalho.

Figura 3: Planta do Edifício Larking

Fonte: Disponível em <http://galeria.eps.uspceu.es/main.php/v/Porfolio/af/DIBUJO/Narracion/album/EdificioLarki n/ING0405+E5+RodriguezGarciaDiego04_s.jpg.html>. Acesso em abril. 2017.

Esse modelo reafirma as diferenças hierárquicas, do ponto de vista espacial, valorizando a competição interna e estímulo do desempenho individual. A rigidez do layout certificava a linearidade e disciplina no espaço de trabalho.

2.1.2.3 Escritório Panorâmico

Após a Segunda Guerra Mundial, na década de 50, surge uma nova forma de trabalho baseada em conceitos humanistas. O novo modelo, também conhecido como landscape office, apresenta uma forma mais orgânica e menos compartilhada, com layout mais integrado em planta livre o que destaca o fluxo de funcionários e informações. De forma mais flexível, esse sistema produz o aumento de produtividade através de políticas de valorização de funcionários e estímulos à competição (FONSECA, 2004). Esse tipo de escritório, com o intuito de se tornar mais informal, apresenta áreas de convivência, que funcionam como áreas de estar para a interação entre os usuários. Mas os


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funcionários de nível mais baixo continuavam ocupando áreas centrais enquanto executivos se mantinham em áreas privilegiadas com melhor vista exterior e iluminação natural e evitava excesso de barulho e confusão.

[...] o espaço totalmente aberto, livre de paredes, divisórias e mesmo de corredores. O layout seguia a geometria dos fluxos e da comunicação, e não da arquitetura do edifício. As necessidades de contato visual, ou comunicação entre áreas, os fluxos administrativos-operacionais e todos esses aspectos relacionados ao processo de trabalho passam a ser valorizados (ANDRADE, 2007, pág. 45).

Figura 4: Landscape Office, escritório humanizado

Fonte: Disponível em < https://br.pinterest.com/pin/335729347198984721/>. Acesso em abril. 2017. 2.1.2.4 Escritório Planta Livre No final da década de 60 e início da década de 70, surge um novo modelo de espaço de trabalho, o open plan ou escritório em planta livre. Esse modelo surgiu no contexto da crise do petróleo, fortalecimento de movimentos sociais e recessão nos Estados Unidos. Ele proporcionava maior rapidez na comunicação, flexibilidade e reduzia as diferenças hierárquicas (ANDRADE, 2007). Com a evolução tecnológica e a possibilidade de monitoramento dentro dos escritórios, as divisórias até o teto tornam-se desnecessárias abrindo espaço para divisórias com um metro e sessenta de altura, essas estações passaram a ser chamadas de "cubículos" que permitiam maior interação entre funcionários mas em consequência disso, surge a falta de privacidade e o excesso de barulho (ANDRADE, 2007).


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Figura 5: Action Office II, 1968.

Fonte: Disponível em < https://www.researchgate.net/figure/303616659_fig18_Figura-40Imagens-promocionais-do-Action-Office-II-1968-A-inclusao-das-divisorias>. Acesso em abril. 2017. 2.1.2.5 Escritórios Territoriais Na década de 80, mesmo os Estados Unidos sofrendo um período de instabilidade econômica, as empresas continuavam inovando e associando com a terceirização e capacitação de funcionários. Segundo Andrade (2007) surge um novo modelo, os escritórios territoriais, onde há uma estação de trabalho para cada funcionário e elas são classificadas como: (1) escritório aberto é considerado um progresso da planta livre, podem ser abertos ou divididos por biombos. Sua característica principal é a democratização do espaço e melhoria na comunicação; (2) escritório aberto/fechado, o layout é baseado na posição hierárquica de cada funcionário; e (3) escritório totalmente fechado é caracterizado pela divisão do ambiente, os cubículos, promovendo um ambiente com melhor desempenho acústico, com maior privacidade e menor interação entre funcionários. 2.1.2.6 Escritórios Não Territoriais A evolução tecnológica acelerada proporcionou uma reformulação em conceitos que os escritórios se baseiam. O desenvolvimento dessas tecnologias, principalmente na década de 90 permitiu uma maior flexibilidade, pois os funcionários não ficam mais presos a uma mesa podendo assim realizar suas atividades em qualquer espaço.


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Portanto, a década de 90 se destacou pela preocupação mútua entre as crescentes necessidades tecnológicas e as necessidades de humanização, que contribuiu para uma redução áreas de trabalhos individuais e para o aumento de espaços compartilhados ou temporários. Andrade em 2007 subdivide o conceito de escritórios não territoriais em: (1) escritório virtual, caracterizado pela liberdade da transformação de qualquer espaço em um escritório através de equipamentos como computadores, celulares, entre outros; (2) Home Office, é o trabalho realizado em casa em um ambiente improvisado, mas com redução de custos de locação do espaço físico; (3) hoteling, caracterizado pelo uso de ambientes reservados como hotel, com uma equipe de suporte; (4) free address, é um espaço de trabalho sem a previsão de mesa individual, onde cada funcionário ocupa a primeira estação disponível no espaço, também possui o suporte de secretaria e recepção; (5) red carpet club é a junção de espaços free address e hoteling, onde os profissionais passam a maior parte do tempo em atividades externas, mas ainda sentem a necessidade de ambientes corporativos. "agrega além dos conceitos de Hoteling e Free-addres, áreas destinadas ao convívio social e ao lazer, e em geral é implantado em escritórios satélites" (ANDRADE 1996, pág 22). Com base na evolução nos modelos de gestão e organização de escritórios, foi elaborado pela Camila Soares Novaes (2013, pág 30) uma linha do tempo da evolução dos ambientes de trabalho aliado a inovações tecnológicas e edifícios que servem como referência.

Figura 6: Evolução dos Conceitos de Ocupação

Fonte: TFG Pixel Coworking (Camila Soares Novaes). Disponível em < https://issuu.com/camilassnovaes/docs/pixel__caderno_completo_>. Acesso em novembro. 2016.


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Figura 7: Evolução dos Espaços de Trabalho

Fonte: TFG Pixel Coworking (Camila Soares Novaes). Disponível em < https://issuu.com/camilassnovaes/docs/pixel__caderno_completo_>. Acesso em novembro. 2016.


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2.1.3 O Coworking Como conceito, o coworking surgiu no fim dos anos 90 em meio ao primeiro boom da internet. Na esteira do estouro da bolha1, a ideia quase se perdeu. A partir de 2005, com a tecnologia de novo em alta, os escritórios compartilhados se disseminaram de vez (TEIXEIRA, 2012).

O coworking surgiu da necessidade dos profissionais autônomos em compartilhar, sejam experiências, contatos ou despesas e voltar a utilizar o espaço urbano para reverter o isolamento causado pelo Home Office. É considerado um ambiente propício para novos empreendedores e startups, devido à interação entre os profissionais por meio de conversas informais. Esse modelo não se resume a um espaço físico, o principal objetivo são as conexões e interações entre os coworkers com o intuito de acelerar a serendipidade2. Ramón Suárez (2016, pág.29) conceitua o espaço de coworking como um espaço feito com a comunidade para a comunidade. Essa não é um grupo de pessoas compartilhando o mesmo teto, não é uma rede, é o compartilhamento de experiências, participação e relacionamentos que desenvolvem o pertencimento com o intuito de manter a comunidade viva. De acordo com dados de formulário aplicado, foi considerado que a transformação de cubículos em ambientes integrados juntamente com networking, são vistos como as melhores vantagens da utilização de um espaço colaborativo. Portanto, a nova necessidade de mercado é a construção de menores comunidades dentro de uma sociedade, seja através de um espaço físico ou até mesmo de conhecimento.

Gráfico 1: Classificação de melhor característica de um espaço compartilhado, o coworking

Fonte: Elaborado por formulário eletrônico, Google Docs, 2017.

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O autor se refere ao estouro da bolha imobiliária americana. Serendipidade é a descoberta ao acaso de algo bom ou útil que não estava procurando.


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Segundo BARBOSA (2012) o coworking se divide em duas formas de atuação, sendo uma delas voltada ao desenvolvimento comunitário e a outra voltada ao meio corporativo. O primeiro conceito está ligado a não haver a necessidade de uma estrutura completa no espaço, pois os frequentadores estão mais interessados na socialização e desenvolvimento da colaboração na comunidade. O segundo conceito é utilizado principalmente por profissionais autônomos, microempresas, recém-formados, entre outros, que consideram importante os espaços e as instalações, sendo uma estrutura adequada para um ambiente com potencial inovador e criador. Os espaços de coworking possuem pacotes de assinatura para o ingresso ao espaço, pode ser de acordo com a necessidade do cliente, como por exemplo: o acesso diário, semanal, mensal ou anual. Normalmente o funcionamento acontece pelo plano mensal com a adição de horas quando necessário. Também pode reservar para a utilização eventual áreas como: salas de reuniões, cozinha comunitária, áreas de produção e etc. 2.1.4 Organização do Coworking A junção da sensibilidade entre o ambiente de trabalho e os valores impostos pela sociedade, adequa aos novos parâmetros de qualidade para os espaços, como por exemplo, a relação da luz do dia com o ambiente, o consumo de energia e para atividades referentes ao ponto de vista ecológico, uso de materiais e etc. O processo de desenvolvimento se atenta a cada dia mais com o ambiente de entorno para os usuários, influenciando seu desempenho, por meio de climatização, iluminação, disposição do mobiliário e proteção com perturbações externas. 2.1.4.1 Espaço Interno

Os escritórios considerados tradicionais possuem a tendência de separar os funcionários em “cubículos” originados por barreiras físicas e visuais. O espaço de coworking quebra essa barreira através de espaços abertos sem os limites propostos por paredes e divisórias, promovendo a completa interação entre os usuários. As salas com uma única possibilidade de uso são um desperdício de espaço. Os ambientes devem possuir configuração flexível com um layout diferenciado e que possibilite integração entre demais espaços. A viabilidade de ter salas menores para conversas privativas é importante em um espaço como esse, pois há um comprometimento com a privacidade.


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As mesas podem ser compartilhadas ou podem ser mesas de uso exclusivo. Quanto menor o espaço de coworking, maior o número da locação de mesas de uso exclusivo e de regularização nos horários de trabalho. Espaços maiores, maior será a utilização de mesas e maior rodízio e a solução é a criação de ambientes superdimensionados. Em análise feita pela Deskmag (2013) mostra que 99% dos usuários do coworking apontam o serviço de internet como o mais importante oferecido, seguido pelas impressoras e copiadoras (80%). Outro ponto importante indicado pela pesquisa, é que 78% acredita que a existência de pelo menos uma sala de reunião é de suma importância.

Gráfico 2: Gráfico de motivos de uso do uso dos espaços de coworking

Fonte: TFG QG Coworking (Philippe Pinheiro). Disponível em < https://issuu.com/philippepinheiro/docs/qg_coworking_-_tfg_-_philippe_pinhe_>. Acesso em novembro. 2016.

De acordo com Fonseca (2003) a flexibilidade do espaço é importante para o aumento de produção, da competitividade, agilidade do trabalho e redução de custos. As novas demandas de mercado são traduzidas em espaços versáteis e plantas livres. Atualmente os espaços de coworking disponibilizam os seguintes ambientes: recepção, sala de coworking e as estações de trabalho, copa, sala de reuniões, sala para atendimento, sanitários, lockers, área para descanso. Em coworking de médio a grande porte, os ambientes


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são mais espaçosos, e há a inserção de ambientes como: sala de brainstorm, auditório, biblioteca e cafeteria e/ou lanchonete exclusiva. 2.2 Projetos Referenciais Para se compreender melhor a organização do trabalho colaborativo, o coworking, cinco projetos referenciais foram estudados com o intuito de analisar as soluções e as formas que são utilizadas para dinamizar o espaço e as atividades desenvolvidas pelos profissionais. 2.2.1 Google

Atualmente a rede do Google possui mais de 70 escritórios espalhados por mais de 40 países. Os escritórios de arquitetura responsáveis pelos projetos de suas sedes recebem uma única missão: "criar o mais alegre e produtivo ambiente de trabalho do planeta". Portanto qualquer escritório sede do Google servirá como referência para o projeto, através de ambientes de trabalho descontraídos, funcionais, flexíveis, sempre inovadores e preocupados com a sustentabilidade. Essas características juntamente com acessibilidade proporcionam um aumento de produtividade e satisfação entre os trabalhadores.

Figura 8: Escritório do Google em Amsterdã

Fonte: Disponível em < http://www.archilovers.com/projects/120743/googleamsterdam.html>. Acesso em dezembro. 2016.


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Os escritórios sempre variam em tons e texturas deixando ambientes mais aconchegantes, confortáveis, divertido e criativo em todos ambientes desde uma sala de trabalho a ambientes de brainstorm. A proximidade entre pessoas torna a comunicação, sinergia e troca de informações mais rápidas e diretas e a solução para isso em ambientes corporativos é a contribuição através de projeto para que haja uma melhor circulação e integração seja natural. Os escritórios possuem em sua grande maioria espaços amplos, áreas de trabalho ao ar livre e áreas de convivência. Todos os ambientes contam com elementos que tornam o ambiente inspirador e confortável para ter como consequência o melhor desempenho dos que ali trabalham.

Figura 9: Sede do Google em Dublin, Irlanda.

Fonte: Disponível em < http://sbsc.co/interior/view/google-office-location/replacementgooglekirklandcompiled-google-office-location-well-suited-design.html>. Acesso em dezembro. 2016.

Daniella Foster, psicóloga e professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná e coordenadora do programa PUC Talentos Serviços de Carreira, afirma em entrevista à Gazeta do Povo que "um escritório mais atraente tem um impacto na motivação, comunicação, multidisciplinaridade e dinamismo.”. Os escritórios possuem uso misto do espaço, ambientes onde os funcionários possam relaxar ou compartilhar ideias sobre projetos. Há uma preocupação com a circulação a fim de facilitar a transição entre os espaços.


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Os projetos são elaborados através de um deslocamento do sistema convencional de edifícios corporativos. A ideia principal é mostrar através de uma organização mais flexível e diretrizes de projeto como atender um novo público com a inovação desses espaços.

Figura 10: Sede do Google em Madri, Espanha

Fonte: Disponível em < http://www.archdaily.com.br/br/01-156230/sede-da-googlemadri-slash-jump-studios/52957abfe8e44ed12600004f-google-madrid-hq-jump-studiosphoto>. Acesso em dezembro. 2016.

Figura 11: Sede do Google em Madri, Espanha.

Fonte: Disponível em < http://www.archdaily.com.br/br/01-156230/sede-da-googlemadri-slash-jump-studios/52957a65e8e44ed12600004b-google-madrid-hq-jump-studiosphoto>. Acesso em dezembro. 2016.


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A sede do Google em Madri, Espanha, possui certificado Leed Gold. Laszlo Varga, arquiteto e diretor do Jump Studio em Lisboa, expõe a preocupação com a sustentabilidade no projeto, devido a isso destaca o uso de alguns materiais como a accoya 3 e a tafibra4. Outra grande preocupação com o projeto era a acústica, a solução adotada foi a utilização de atenuadores de som em algumas paredes e espaços com tetos duplos.

Figura 12: Planta do 27° pavimento da sede fo Google em Madri, Espanha

Fonte: Disponível em < http://www.archdaily.com.br/br/01-156230/sede-da-googlemadri-slash-jump-studios/52957a9ee8e44e809a000044-google-madrid-hq-jump-studiosfloor-plan-level-27>. Acesso em abril. 2017.

A empresa Google é referência para o projeto e atualmente em ambientes corporativos em geral, pois estimula a criatividade dos funcionários através de ambientes descontraídos e agradáveis. Os projetos contam com a utilização de cores, espaços de convivência e relaxamento, áreas para encontros e reuniões informais, mesas de trabalhos intercaladas com espaços lúdicos, cabines individuais para conferência. A maior referência das sedes do Google é o incentivo a um ambiente de trabalho equilibrado e saudável que possibilite a interação, comunicação e colaboração entre funcionários, pois são fatores relevantes para criatividade e inovação.

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Madeira que utiliza um tratamento com vinagre para torná-la mais durável e robusta. Fibra de média densidade (MPD) livre de solventes e colas.


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2.2.2 Hub de Inovação Internacional PCH

Projeto realizado pelo CdrDAUR Architects, no ano de 2014 em São Francisco, Califórnia, próximo a Vale do Silício e a cidades criativas. O principal objetivo do projeto era a criação de um espaço onde houvesse interação e produtividade para "realizar, desenvolver, produzir e entregar". O projeto teve o compromisso em transmitir através de inovação, o bem estar dos funcionários e a preocupação com sustentabilidade.

Figura 13: Hub de Inovação Internacional

Fonte: Disponível em < http://www.archdaily.com.br/br/775533/hub-de-inovacaointernacional-pch-chrdauer-architects/55ee1d9be58ece95a800001b-pch-internationalinnovation-hub-chrdauer-architects-photo>. Acesso em dezembro. 2016.

O edifício possui grandes painéis de vidro em posições que permitam o vislumbre e acesso à atividades no interior e exterior. A paleta utilizada no interior envolve os princípios do século XX, através de madeira, vidro e elementos de aço em contraste com estrutura em concreto. A sala de apresentações é o destaque do projeto, localizada no primeiro pavimento, pode-se acomodar reuniões e eventos em maior escala. A luz oriental irradia esse espaço através de portas camarões que integram com o terraço jardim. O Hub também conta com recepção, cozinha especial para eventos, espaços para bicicletas, salas para formação e reuniões, estações de trabalho e oficinas para criação de protótipos.


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Figura 14: Hub de Inovação Internacional

Fonte: Disponível em < http://www.archdaily.com.br/br/775533/hub-de-inovacaointernacional-pch-chrdauer-architects/55ee1e57e58ece95a8000020-pch-internationalinnovation-hub-chrdauer-architects-photo>. Acesso em dezembro. 2016.

Uma das características principais no projeto são as estações de trabalho de forma aberta correlacionadas com as oficinas, utilizadas para a criação de protótipos, mas possuem altas divisórias de vidro para amortecer ruído e sujeira. Nessa área também se encontra salas que servem como “intercâmbio de ideias” entre áreas de produção e projeto. Figura 15: Open Office

Fonte: Disponível em < http://www.archdaily.com.br/br/775533/hub-de-inovacaointernacional-pch-chrdauer-architects/55ee1fb0e58ece71b6000025-pch-internationalinnovation-hub-chrdauer-architects-photo>. Acesso em dezembro. 2016.


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Figura 16: Sala de produção

Fonte: Disponível em < http://www.archdaily.com.br/br/775533/hub-de-inovacaointernacional-pch-chrdauer-architects/55ee1f80e58ece95a8000024-pch-internationalinnovation-hub-chrdauer-architects-photo>. Acesso em dezembro. 2016.

A principal referência retirada do projeto foram as salas de produção, já que a grande maioria de profissionais liberais e autônomos do município de Vitória da Conquista de acordo com levantamento direto, são engenheiros e arquitetos, e a relação delas com o open office. Outra grande marca do projeto é a utilização de terraço, tanto como um local de trabalho mais descontraído quanto para a realização de reuniões informais. Figura 17: Terraço do Hub

Fonte: Disponível em < http://www.archdaily.com.br/br/775533/hub-de-inovacaointernacional-pch-chrdauer-architects/55ee1deee58ece95a800001d-pch-internationalinnovation-hub-chrdauer-architects-photo>. Acesso em dezembro. 2016.


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2.2.3 Melicidade: Sede do Mercado Livre A Sede do Mercado Livre está localizada na divisa entre as cidades de São Paulo e Osasco, em SP. Considerada uma cidade, o escritório ocupa um total de 17mil m² em área construída em uma área de 33 mil m². O restante são áreas de estacionamento e jardim para descanso e descompressão dos funcionários. O projeto arquitetônico foi elaborado em parceria com o argentino Estúdio EI e em coautoria das arquitetas Paula de Elia e Milagros Irastorza. Esse projeto é formado por três blocos, que setorizam os espaços. O bloco A contém a principal área de trabalho, a cafeteria, biblioteca e uma arquibancada (para 100 pessoas) que permite grandes reuniões, o auditório com capacidade para 200 pessoas, sala de treinamento e áreas informais de trabalho. No bloco B é caracterizado pelo deck de madeira com espreguiçadeiras e pelo restaurante com capacidade de 450 pessoas. No bloco C, localiza-se o Meli Mall, que conta com academia, salão de jogos, salão de beleza, massagem e nutricionista.

Figura 18: Boulevard do Meli

Fonte: Disponível em < http://www.enelsolucoes.com.br/blog/2016/08/em-parceriacom-o-mercado-livre-pratil-empresa-de-solucoes-do-grupo-enel-constroi-maior-planta-deenergia-solar-do-brasil/>. Acesso em abril. 2017.


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Figura 19: Salas de Reunião

Fonte: Disponível em < https://www.tecmundo.com.br/mercado/109056-veja-fotosnovo-campus-r-105-milhoes-do-mercado-livre.htm>. Acesso em abril. 2017.

Figura 20: Auditório

Fonte: Disponível em < http://exame.abril.com.br/negocios/por-dentro-da-novacidade-do-mercado-livre/>. Acesso em abril. 2017.

Como influência deste projeto para o trabalho tem o auditório com uma boa capacidade de pessoas, que possibilita a execução de atividades externas possibilitando uma fonte de renda extra ao coworking. Ambientes mais descontraídos de trabalho formados através de jogo de layout e um café, no caso em um boulevard, também de utilização pública.


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2.2.4 Orgânico Coworking

O Orgânico se localiza no Alpha Square Mall, loja 72 Alphaville em Barueri, São Paulo. Esse coworking conta com uma estrutura, considerada básica, com salas de reuniões, internet, armários, cozinha, café lounge, espaço de convivência e estações de trabalho. O diferencial, que serve como outra fonte de rentabilidade para o espaço são aulas de yoga, paredes de escalada e os eventos organizados como: palestras, cursos entre outros. Figura 21: Lounge

Fonte: Disponível em < https://coworkingbrasil.org/wpcontent/uploads/2014/09/IMG_1635.jpg>. Acesso em dezembro. 2016.

Figura 22: Ambiente de coworking

Fonte: Disponível em < https://coworkingbrasil.org/wpcontent/uploads/2014/09/DSC2683.jpg>. Acesso em dezembro. 2016.


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O grande ponto forte desse espaço, que é uma influencia direta no projeto são as áreas dedicadas a cursos e palestras, que foi possível observar no site que ocorrem quase semanalmente, criadas para atividades fora o cotidiano de um espaço de trabalho colaborativo. 2.2.5 Tropos: Ambiente Colaborativo

Localizado no bairro Rio Vermelho em Salvador, Bahia, o Tropos é um espaço colaborativo que oferece estações de trabalho compartilhadas em área externa e interna, espaços para reuniões, cursos, treinamento, sala privativa e escritório virtual. O diferencial desse coworking são os serviços de gastronomia, jardinagem e programação musical, artes visuais, cinema e literatura.

Figura 23: Fachada Tropos

Fonte: Disponível em < https://coworkingbrasil.org/spaces/tropos-ambientecolaborativo/>. Acesso em dezembro. 2016.

O espaço também conta com biblioteca, armário privativo, espaços de convivência, cozinha/copa, endereço para correspondência, sala para impressões e estacionamento privativo. Como influencia e inspiração de projeto, o Tropos coworking apresentam salas privativas e atividades extras como o uso do espaço para atividades musicais, de palestras entre outros, que servem como uma fonte de renda extra ao espaço do coworking.


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Figura 24: Evento musical no gastrobar

Fonte: DisponĂ­vel em < http://tropos.co/wp-content/uploads/2016/05/suiga-2-4.jpg>. Acesso em dezembro. 2016.


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3 DEMANDA DA CIDADE DE VITÓRIA DA CONQUISTA O município de Vitória da Conquista considerado o terceiro maior da Bahia, com uma área de 3, 704 018.00km² e com uma população estimada em 2016, pelo IBGE, de 346 069 habitantes. A cidade é considerada um polo educacional, industrial, de saúde, entre outros. Portanto, o número de formações na cidade aumenta a cada dia devido a implantação de universidades como: a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Instituto Federal da Bahia (IFBA), Faculdade Independente do Nordeste (FAINOR), Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) entre outras. Com base em estudos de publicações, a utilização de espaços de coworking pode ser por profissionais de qualquer área exceto para áreas muito específicas como área da saúde e mesmo assim profissionais como médicos e dentistas fazem, atualmente, o compartilhamento de consultórios. Outro dado analisado para a demanda da cidade foi um controle de inscrição municipal de profissionais liberais e autônomos, disponibilizado pela Prefeitura do Município, onde há 5782 pessoas inscritas e baseado em suas áreas de atuação no mercado 2057 pessoas foram considerados público alvo para a utilização desse serviço, como por exemplo: engenheiros, arquitetos, advogados, contadores, agências de publicidade, corretores de seguros e imóveis, design gráficos entre outros.

Gráfico 3: Gráfico com o percentual de profissionais liberais no Município de Vitória da Conquista

Fonte: Elaborado pela autora, 2016.


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4 METODOLOGIA Para o desenvolvimento do trabalho foi realizado um levantamento documental com intuito compreender o coworking, em seu âmbito arquitetônico e social através de seu processo histórico e público alvo. O estudo foi feito por meio de livros, artigos, teses e dissertações, vídeos, bibliografia relacionado ao tema, o perfil de usuários, seu processo histórico, ao conceito e o levantamento direto de dados através de relatório disponibilizado pela Secretaria de Finanças e Execução Orçamentária da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista. Foram realizados estudos de referências de espaços de coworking existentes no país e espalhados pelo mundo, através da internet, com o intuito de traduzir a linguagem arquitetônica utilizada nesses espaços, empírica ou decorativa para a definição do projeto. Ao sistematizar e analisar as informações coletadas pôde-se estabelecer uma lógica de localização e zona de interesse para a implantação do espaço de trabalho colaborativo. O anteprojeto conta com o levantamento direto através de formulário eletrônico (ANEXO A) para um público alvo de ambos os sexos que correspondam às gerações Baby Boomers, X, Y e Z com faixa etária aproximadamente entre 24 e 71 anos, com objetivo de analisar e demonstrar as diferenças de atuação no mercado e a transformação desse mercado. 4.1 Análise dos Resultados

Foi observado por meio de dados coletados através de formulário eletrônico, com o total de 103 respostas, que ficou disponível do dia 12 de abril de 2017 a 14 de abril de 2017, há uma maior aceitação a novos modelos de trabalho, no caso o coworking. Isso pode ser pontuado como consequência da atuação das gerações Y e Z, pois enxergam a colaboração como um novo estilo de gestão. Gráfico 4: Gráfico de preferência, analisada pelas quatro gerações, sobre o modelo de trabalho.

Fonte: Elaborado por formulário eletrônico, Google Docs, 2017.


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As gerações Baby Boomers e X apresentaram características similares e resistência quanto ao novo modelo de trabalho. A grande maioria, optou por espaços convencionais com uma hierarquia bem representada valorizando as características como autonomia, comando e controle. Como o público alvo do empreendimento foi considerado as gerações Y e Z, foram observadas no gráfico 5, um equilíbrio, em relação aos gêneros, a respeito da aceitação de um ambiente de trabalho compartilhado. Outro ponto relevante na pesquisa é o motivo da escolha de um ambiente colaborativo, que pode ser observado através do gráfico 6, que o networking foi considerado a melhor características desses espaços.

Gráfico 5: Relação entre homens e mulheres, correspondentes das gerações Y e Z, que optaram pelo modelo colaborativo de trabalho.

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

Gráfico 6: Classificação de melhor característica de um espaço compartilhado para as gerações Y e Z

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.


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5 APRESENTAÇÃO DA ÁREA A cidade de Vitória da Conquista é considerado a terceira maior do estado da Bahia, ficando atrás de Salvador e Feira de Santana respectivamente. Possui uma área de 704,018 km² e uma população estimada, em 2016 pelo IBGE, de 346,069 habitantes. É tido como a capital regional em uma área que abrange, aproximadamente, oitenta municípios do estado mais dezesseis cidades do norte de Minas Gerais. É considerado um polo regional de educação, indústria, saúde entre outros serviços. Sua economia é considerada a sexta maior do estado, possuindo uma participação de 2,29% no Produto Interno Bruto (PIB). PIB é uma medida do somatório de valores dos bens e serviços num período seja na agropecuária, indústria ou serviços, considerado o principal indicativo de crescimento de uma região. O setor de serviços é responsável por 70% do PIB do município, fortemente subsidiado pelo comércio, serviços de saúde e educação. Outro setor em progresso é a construção civil devido a implementação por meio do Governo Federal, do programa Minha Casa Minha Vida. (SITE: Prefeitura de Vitória da Conquista)

Figura 25: Foto Satélite do município de Vitória da Conquista

Fonte: Google Earth, 2017.


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5.1 Terreno Para a escolha da localização do espaço de coworking é necessário uma estruturação física para atender os profissionais como a facilidade quanto à mobilidade, o transporte público, o deslocamento por outros meios de transporte, serviços no entorno e etc. Portanto, houve uma preocupação na escolha do terreno quanto a uma área de expansão, Zona de Expansão Urbana Condicionada, com proximidade a espaços como: bancos, farmácias, supermercados, entre outros. O projeto será implantado no Bairro Candeias III, o terreno de 6,396.19 m² possui o acesso principal pela Avenida Olívia Flores e secundário por uma avenida projetada (figura 26), em Vitória da Conquista, BA. O local escolhido apresenta infraestrutura urbana com rede de esgotamento, rede de drenagem e energia elétrica, coleta de lixo e redes viárias.

Figura 26: Sistema viário

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

Em seu entorno (figura 27) se encontram: UESB e UFBA, universidades estadual e federal, o Centro de Atendimento Especializado (CEMAE), Fórum da Justiça do Trabalho, colégios - Oficina e Juvêncio, condomínios residenciais, a construção do Boulevard Shopping ampliando a área de serviço e lazer local. A viabilidade da implantação do projeto é indicada através dessa expansão na região de serviço, educação e lazer.


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Figura 27: Entorno do terreno

Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 5.2 Condicionantes Ambientais e Físicos

A cidade de Vitória da Conquista (BA) está inserida na Zona Bioclimática 5, conforme a NBR 15220 Parte 3, possui um clima subúmido a seco. Suas temperaturas consideradas amenas, com médias mensais variando de 17°C a 22°C e sua ventilação predominante é na direção sudeste e nordeste. Em vista disso pode-se adotar alguns artifícios projetuais como, por exemplo: utilização de materiais leves, médias aberturas para ventilação, sendo estas sombreadas e de forma que permita ventilação cruzada. Com estudo heliotérmico do terreno certificou-se que a direção predominante dos ventos é leste, podendo ter uma variação de ventos na faixa de 45° a 135°, em relação ao norte o que resulta em ventos a nordeste e sudeste. As chuvas são provenientes do sul. Quanto à topografia (Figura 29) o terreno apresenta o desnível de 4 metros por toda sua extensão, e o projeto usa desse artifício para reforçar o partido arquitetônico.


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Figura 28: Estudo de Insolejamento e ventilação

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

Figura 29: Topografia do terreno

Fonte: Elaborado pela autora, 2017. 5.3 Legislação As condicionantes legais foram estabelecidas pela Lei n° 1.481 (2007): Código de ordenamento do uso e da ocupação do solo e de obras e edificações simultaneamente com a


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Lei Complementar n° 2.043(2015), a instrução técnica n° 011/2016: Saídas de emergência juntamente com a NBR 9077/2001 e a NBR 9050/2015 de Acessibilidade pela ABNT.

5.3.1 Lei n° 1.481 (2007) e Lei Complementar n° 2.043(2015) O empreendimento está inserido em corredores de uso diversificados nível II cujos coeficientes exigíveis são: Tabela 1: ANEXO II – QUADRO 3.1 – Critérios e restrições aplicáveis às zonas e corredores de usos ZONA DE USO

LOCALIZAÇÃO

USOS PERMITIDOS(1)

CA – até nível Corredores de Usos

Conforme Inciso

Diversificados Nível II

III.2 do Art. 1° desta Lei

Ca Co Cab

Cam

1,0

2,0

Cp

RECUOS

DIMENSÕES

MÍNIMOS (m)

MÍNIMAS

Frontal

Lateral

5,0

1,50

Lote

Testada

mínimo(m²)

mínima

360,0

10,0

municipal; CV, S- até Nível Regional ID-a

até

o

0,60

0,20

Nível Local R, E, IN

Conforme o Código de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo e de Obras e Edificações a atividade do projeto se encaixa em:

Tabela 2: ANEXO II - QUADRO 2.1 - Atividades/ Empreendimentos que configuram o uso do solo: CÓDIGO

CATEGORIAS/ SUBCATEGORIAS DE USO SERVIÇO - S

S-4

Serviços de Administração, Finanças e Empresarial

S-4.7

Escritório de empresa de qualquer natureza (sede)

Quanto a área de influência temos na Lei Complementar n° 2.043(2015):


47

Tabela 3: ANEXO I: QUADRO 2.2 - Uso do solo por área de influência

Serviços: S-c Área de Influência: Local: Atividades e Empreendimentos em Área Construída até 500m² Municipal: Atividades e Empreendimentos em Área Construída de 500m² até 2.500m² Regional: Atividades e Empreendimentos em Área Construída acima de 2.500m²

USO S - 4 - Serviços de Administração, Finanças e Empresarial S-4.1, S-4.2, S-4.3, S-4.4, S-4.6, S-4.7, S-4.8, S-4.9, S-4.10, S-4.13, S-4.14, S-4.15, S-4.16, S-4.17, S-4.18, S-4.19, S-4.20, S-4.23, S-4.24, S-4.25, S-4.26,S-4.27, S-4.28, S-4.30, S-4.31, S-4.33, S-4.34

Para o cálculo de vagas de estacionamento, temos de acordo com de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo e de Obras e Edificações: Tabela 4:ANEXO V – QUADRO 3.6 – Vagas de estacionamentos e ou garagens segundo o uso CATEGORIAS DE USOS

PORTE (Área construída ou

(1)

fração)

NÚMERO DE VAGAS ESTACIONAMENTO OU GARAGENS

Até 70 m² S-4.7 – Serviços de Administração, Finanças e

De 70 a 500 m²

Empresarial Acima de 500 m²

OBSERVAÇÃO

01 vaga

-

01 vaga para cada 70 m² de área

-

construída ou fração 01 vaga para cada 50 m² de área

Mínimo de 01 para carga e

construída ou fração

descarga a cada 3.000m²

5.3.2 Instrução técnica n° 011/2016: Saídas de emergência e NBR 9077 (2001) A instrução técnica n° 011/2016: Saídas de emergência juntamente com a NBR 9077/2001 prevê as seguintes exigências para edificações comerciais:


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Tabela 5: Classificação das edificações quanto à sua ocupação GRUPO

OCUPAÇÃO/USO

DIVISÃO

Serviços D

EXEMPLOS

Locais para prestação de

profissionais,

D -1

pessoais e técnicos

serviço profissionais ou

Escritórios (...)

condução de negócios.

Locais de reunião de

F

DESCRIÇÃO

F-2

público

Templos e auditórios

(...) auditórios em geral.

Fonte: NBR9077/2001

Tabela 6: Dados para o dimensionamento das saídas de emergência Ocupação Grupo Divisão D

F

População

Capacidade da Unidade de Passagem (UP) Acessos/Descargas Escadas/Rampas Portas

Uma pessoa por 7m² de 100 75 área (L) Uma pessoa F-2, F-5, F- por m² de 100 75 8 área (E) (G)(N)(Q) Fonte: Instrução Técnica n° 011/2016

100

100

Conforme a Instrução Técnica n° 011/2016, quanto a população temos: G. As cozinhas e suas áreas de apoio, nas ocupações B, F-6 e F-8, têm sua ocupação admitida como no grupo D, isto é, uma pessoa por 7 m² de área; L. Para ocupações do tipo Call-center, o cálculo da população é de uma pessoa por 1,5 m² de área; N. Para o cálculo da população, será admitido o leiaute dos assentos fixos (permanente) apresentado em planta; Q. Para os locais que possuam assento do tipo banco (assento comprido, para várias pessoas, com ou sem encosto) o parâmetro para cálculo de população é de 1 pessoa por 0,50 m linear, mediante apresentação de leiaute;


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Tabela 7: Distâncias máximas a serem percorridas Sem Chuveiros automáticos Saída única

Grupo de Divisão de

Andar

Ocupação

Mais de uma saída

Saída única

Mais de uma saída

Sem

Com

Sem

Com

Sem

Com

Sem

Com

detecção

detecção

detecção

detecção

detecção

detecção

detecção

detecção

automática

automática

automática

automática

automática

automática

automática

automática

de fumaça

de fumaça

de fumaça

de fumaça

de fumaça

de fumaça

de fumaça

de fumaça

De saída da

C, D, E, F, G-4,

eficação (piso

G-5, H, K e

de descarga)

G-3,

Com Chuveiros automáticos

M

Demais andares

40m

45m

50m

60m

55m

65m

75m

90m

30m

35m

40m

45m

45m

55m

65m

75m

Fonte: Instrução Técnica n° 011/2016

Tabela 8: Tipos de escadas de emergência por ocupação Dimensão Altura (em metros) Ocupação

H6

6  H 12

12  H  30

Acima de 30

Tipo de escada

Tipo de escada

Tipo de escada

Tipo de escada

Gr.

Div.

D

-

NE

NE

EP

PF

F

F-2

NE

EP

PF

PF

Fonte: Instrução Técnica n° 011/2016

Conforme a tabela segue algumas notas: NE = Escada não enclausurada (escada comum); EP = Escada enclausurada protegida (escada protegida);


50

6 CONCEITO E PARTIDO O projeto trata de um ambiente voltado para escritórios de diferentes áreas de atuação, caracterizado como um espaço que seja adequado para compartilhar ideias e serviços em conjunto que proporcione um consumo colaborativo através de noções de funcionalidade e flexibilidade, não excluindo a estética. Portanto, o conceito projetual parte de um ambiente corporativo, sem as formalidades de um projeto convencional, com um contexto contemporâneo e urbano estabelecido por meio de grandes vãos e elementos neutros como o concreto, metal, madeira e mesclando as cores na arte e no layout. O partido arquitetônico surge por linhas retas em volumes aparentemente separados, de simplificadas formas geométricas que promovem um equilíbrio e harmonia de fachada. Esses blocos que remetem a peças de lego unidas, são interligados por passarelas e elementos de fachada em vidro que representam a conectividade e uma unidade de projeto.

Figura 30: Lego

Fonte: Disponível em < https://pixabay.com/pt/blocos-constru%C3%A7%C3%A3o-tijolopl%C3%A1stico-32027/>. Acesso em março. 2017


51

7 PROGRAMA O programa de necessidades é resultado de leitura e estudo a outros trabalhos finais de graduação, como por exemplo: "Pixel Coworking: Espaço de trabalho compartilhado" por Camila Soares Novaes, "QG Espaço de Coworking: O espaço de trabalho contemporâneo e a influência do conceito colaborativo" por Philippe de Sousa Pinheiro, "Espaço Coworking" por Luana Amaral e Silva. Os ambientes como auditório, salas de reuniões, salas de brainstorm5, entre outros, são de uso preferencial aos coworkers mas não são exclusivos. Portando, a reunião de informações resultou na tabela a seguir:

Tabela 9: Programa de Necessidades SETOR

PÚBLICO

SERVIÇO

AMBIENTE DE APOIO

5

AMBIENTE Café e lanchonete Auditório Salas multiuso Lounge/espera (reunião informal) Arquibancada Reprografia Escritório TI Sanitários Vestiários DML Casa de lixo Gás Almoxarifado Depósito (material de escritório) Circulação (elevador, escada, rampa) Estacionamento Bicicletário Área de serviço Guarita Espaço de descompressão Terraço / Chill out Copa Lockers Sala de impressão

As salas de Brainstorm são ambientes destinados à reuniões de forma menos formal. Possuem um design diferenciado e apelo visual diferenciando-as das tradicionais salas de reuniões.


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Sala de coworking Sala de reunião Quiet room ou Phone room(para uso individual, telefone e etc) ESPAÇOS DE TRABALHO Escritório Individual / Sala meeting Sala de Brainstorm Núcleo jurídico Núcleo contábil Sala de produção / Ateliê Recepção AMBIENTES DE TRANSIÇÃO Foyer Após a descrição dos ambientes previstos para o projeto, apresentado no programa de necessidades, foi divido em cinco setores (Público, serviço, ambientes de apoio, espaço de trabalho e ambientes de transição). Demonstrados em fluxogramas abaixo: Figura 31: Fluxograma do bloco A, frontal

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.


53

Figura 32: Fluxograma bloco B, situado ao norte

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.


54

Figura 33: Fluxograma bloco C, situado ao leste

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.


55

8 PROJETO

O terreno possui 6.396,19 m² e dois acessos regulares e alinhados. O acesso à edificação se encontra tanto pela Avenida Olívia Flores quanto pela rua projetada e estacionamento também por ambos. O projeto é formado por três blocos aparentemente desconexos mas interligados por passarelas, que são identificados em imagem 34 como A, B e C. Figura 34: Setorização do projeto

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

O bloco A é de acesso livre ao público, possui dois pavimentos: no pavimento térreo há um foyer, café, ambientes de serviço e apoio, para atender três salas multiuso com capacidade para trinta e seis pessoas e um auditório com capacidade para duzentos e quatorze lugares que servirá como uma renda extra ao empreendimento, onde é possível o aluguel e utilização desses espaços sendo membro ou não da comunidade coworking; já no pavimento superior há uma praça de alimentação, reprografia e escritório de tecnologia e informação que são serviços terceirizados, também se encontram espaço de apoio logístico e núcleos contábil e jurídico de todo o empreendimento.


56

Figura 35: Planta de edificação do bloco A, pavimento térreo

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

Como os clientes do espaço colaborativo utilizam muito computadores, foi considerado importante ter o escritório de TI, para a manutenção e auxílio em equipamentos eletrônicos, possibilitando menor deslocamento para o suporte dos objetos.


57

Figura 36: Planta de edificação do bloco A, primeiro pavimento

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

No bloco B, é o bloco mais privativo do empreendimento, com três pavimentos, onde se localizam áreas mais reservadas como: escritórios privativos, salas de reuniões, numa proporção de quinze coworkers para uma sala, ambientes para reuniões mais informais e phone room6.

6

Phone Room são ambientes trabalhados acusticamente para a utilização de telefones de forma com que o ruído não interfira em demais espaços.


58

Figura 37: Planta de edificação do bloco B, pavimento térreo

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.


59

Figura 38: Planta de edificação do bloco B, primeiro pavimento

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.


60

Figura 39: Planta de edificação do bloco B, segundo pavimento

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

Como é um bloco mais comedido e com atividades modestas, foi necessário e importante para o projeto o fechamento desses espaços feito em vidro duplo para não perder a conectividade proposta inicialmente. O engenheiro Davi Akkerman, proprietário do escritório de consultoria e projetos acústicos, Harmonia Acústica afirma:

O vidro é um excelente isolante acústico por suas características fisico-mecânicas, associado ao seu bom desempenho térmico, sendo de extrema utilidade para as soluções arquitetônicas que demandem estética, transparência, iluminação, isolamento térmico e acústico.


61

Figura 40: Exemplo de phone room

Fonte: Disponível em < https://br.pinterest.com/pin/237142736606762533/>. Acesso em abril. 2017.

Os ambientes oferecidos nesse bloco privativo, necessitam de agendamento prévio para sua utilização desse serviço. No bloco C ficou concentrado o ambiente específico de coworking, distribuído em três pavimentos, com ambientes mais integrados e flexíveis. No pavimento térreo se encontram: o coworking, sala de produção e ateliê, quiet room que são salas para utilização individual para pessoas que buscam um breve isolamento para a realização de alguma atividade, sala de impressão (uso exclusivo aos coworkers) e ambientes de serviço e apoio.


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Figura 41: Planta de edificação do bloco C, pavimento térreo

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

No primeiro pavimento estão localizados: outra parte do coworking, salas de brainstorm que são ambientes diferenciados para reuniões sem a formalidade de uma sala de reuniões, outra recepção para controle e informações, e ambientes de serviço e apoio.


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Figura 42: Planta de edificação do bloco C, primeiro pavimento

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

E por fim, no segundo pavimento estão ambientes que atendem a todos que utilizam o serviços de escritório seja compartilhado ou privativo. Sendo esses: espaço de descompressão, copa, terraço ou chill out e ambientes de serviço e apoio.


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Figura 43: Planta de edificação do bloco C, segundo pavimento

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

Para esses blocos que contém espaços de escritório, sejam eles privativo ou compartilhado, serão utilizados os pisos elevados. Eles servem para estruturar o cabeamento através de um vão entre as placas e a laje que permite a passagem de cabos, fios e tubulações de maneira elegante. As peças também contarão com grelhas para a saída de ar, o que promove uma redução de custos de ar condicionado comparado ao sistema insuflado pelo forno.


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Figura 44: Exemplo de piso elevado com grelhas para a saída de ar

Fonte: Disponível em < http://www.dabus.com.br/blog/2016/08/por-que-usar-pisoelevado-no-escritorio/>. Acesso em junho. 2017.

Figura 45: Detalhe esquemático de piso elevado, baseado em catálogo técnico

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

A privacidade é fundamental,mas, em um espaço de coworking ela pode ser comprometida, uma fonte de ruído como um telefonema, música mesmo em fone de ouvidos pode ser uma distração e comprometer a produtividade. Então para obtenção da privacidade serão previstas dispositivos para o controle de fonte sonora e os caminhos de propagação e ruídos de fundo. Cada espaço de coworking pode ter uma regra de convivência diferente. Alguns serão ultrassilenciosos, mas a maioria não. Eles também não serão muito barulhentos (desde que o espaço de coworking e de eventos seja separado). Estimule e apoie a cortesia entre os coworkers. [...] como regras de fone de ouvido: se alguém está usando fone de ouvido, significa que não quer ser interrompido por outros. (Ramón Suárez, Manual do Coworking, 2015, pág. 121-122)


66

O som direto, como por exemplo a voz humana, pode ser reduzido através de proteções frontais aos usuários. As propostas adotadas para a diminuição dos sons refletidos foram compatibilizadas com o projeto de interior do edifício e ao projeto de arquitetura. Foi utilizado materiais fonoabsorventes em forros e móveis e baffles acústicos.

Figura 46: Forro absorvente com ar condicionado embutido

Fonte: Disponível em < http://sistemastop.blogspot.com.br/2012/08/criandoambientes-agradaveis.html>. Acesso em dezembro. 2016.

Figura 47: Blaffes acústicos

Fonte: Disponível em < http://www.archiproducts.com/pt/produtos/saint-gobainecophon/baffles-acusticos-em-la-de-vidro-ecophon-solo-baffle_114865>. Acesso em dezembro. 2016.


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Figura 48: Detalhe esquemático de baffle, baseado em catálogo técnico

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

A sustentabilidade está associada no projeto com intenção de reduzir o consumo de energia e tornar a construção energeticamente eficiente através da utilização de ventilação e iluminação natural garantindo o conforto térmico.

Usar a natureza como aliado forte na busca de um ambiente de qualidade e preservar seus recursos através de sistemas e políticas de reciclagem de materiais, conservação de energia, dimensionamento correto e preciso dos sistemas. (ANDRADE, 2007, pág.25)

O fechamento externo que for composto por vidros, serão vidros laminados com controle solar podendo bloquear incidência de raios solares e infiltração de ar externo proporcionando isolamento térmico, em áreas necessárias, para diminuir a utilização do sistema de ar condicionado e sem perder a eficiência de iluminação natural no ambiente.

Figura 49: Vidro laminado com controle solar

Fonte: Disponível em < http://www.divinalvidros.com.br/produtos/protecao-solar/>. Acesso em dezembro. 2016.


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O sol é fonte primária de energia, a sua radiação eletromagnética proporciona a geração de calor e potência. Dessa forma pode-se obter dois tipos de energia solar: a térmica e a fotovoltaica. A energia fotovoltaica é coletada por meio de painéis fotovoltaicos, eles são cobertos por um material que captura a radiação solar e gera energia elétrica. A energia gerada pode ser utilizada imediatamente ou armazenada em baterias para o uso em outros horários. Como o consumo do empreendimento é alto levando em consideração somente a quantidade de computadores conectados, a solução adotada é a utilização de um sistema fotovoltaico integrado (BIPV - Building Integrated PhoVoltaics) no bloco A. São integradas na construção de elementos ou materiais como parte da estrutura do edifício. Esses painéis não geram somente eletricidade mas fornece funcionalidades adicionais para a edificação como a proteção contra os raios solares, isolamento térmico, substituição de telhas e etc.

Figura 50: Meyer Burger MegaSlate Solardachsystem Umwelt Arena, Sistema fotovoltaico integrado na cobertura

Fonte: Disponível em < portalsolar.com.br >. Acesso em dezembro. 2016.

As áreas de cobertura, que farão a utilização de telhas metálicas, serão revestidas em cor branca, pois a cor reflete novamente à atmosfera boa parte dos raios solares que iria transmitir calor para o interior da edificação. Essa medida de fácil aplicação pode reduzir custos com ar condicionado, diminui emissão de CO2 e é de fácil e pouca manutenção. O problema da água está inserido em amplo contexto e vários fatores contribuem para sua escassez. As causas são diversas, como por exemplo o crescimento urbano desenfreado sem planejamento e infraestrutura. Desse ponto de vista e a preocupação com questões


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ambientais, o uso racional, a coleta de água pluvial e a reutilização da água, para limpeza e manutenção de jardins são pontos importantes no projeto. O reservatório adotado para o armazenamento de água pluvial tem uma capacidade de 9 270 mil litros e está localizado no estacionamento, que tem acesso pela rua projetada, devido à facilidade de acesso para manutenção. Quanto aos outros reservatórios, o empreendimento conta com um reservatório inferior comum aos três blocos, com capacidade de armazenamento de 36 650 mil litros, e cada bloco possui um reservatório superior: o bloco A tem capacidade de 14 280 mil litros; o bloco B tem capacidade de 19 960 mil litros; e por fim, o bloco C possui uma capacidade de 19 200 mil litros. O RTI que possui uma capacidade de 13 360 mil litros, está localizado no bloco C.


70

9 CONCLUSÃO As gerações Y e Z são empreendedoras e apreciam um desafio em ambiente de trabalho e a conciliação com lazer e bem estar. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em pesquisa feita em 2010 constatou que as empresas de pequeno e médio porte representam 99% da totalidade de empresas formais cadastradas no país. Como há facilidade em criar empresas mas não em mantê-las, os empreendedores procuram alternativas como o Coworking com o intuito de se estabelecerem no mercado. Outra parte dos usuários do espaço de trabalho colaborativo surgiram da necessidade de um espaço onde há liberdade e flexibilidade nos horários e atividades. O conceito do trabalho surgiu da necessidade de um espaço interativo e em constante rotatividade para profissionais liberais e recém formados que atendesse a demanda do município de Vitória da Conquista. Portanto, o espaço proporciona: estrutura e serviços de um escritório convencional com custos reduzidos; favorece o networking e interatividade entre os usuários; e por fim possibilita o aparecimento e conservação de novos negócios.


71

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77

APÊNDICES


78

Apêndice A – Censo Coworking Brasil 2016

Fonte: Disponível em < https://coworkingbrasil.org/censo/>. Acesso em dezembro. 2016.


79

Apêndice B – Perfil do coworker

Fonte: Disponível em < https://coworkingbrasil.org/censo/>. Acesso em dezembro. 2016.


80

Apêndice C – Gerações

Fonte: Disponível em < http://somos-indigos.blogspot.com.br/2016/03/geracoes-w-x-y-e-zalfa-dos-baby.html>. Acesso em junho. 2017.


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ANEXOS


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Anexo A – Modelo do formulário disponibilizado online 1.Qual é a geração que te corresponde? ( ) Baby boomers (nascido de 1946 a 1964) ( ) Geração X (nascido de 1965 a 1978) ( ) Geração Y (nascido de 1979 a 1992) ( ) Geração Z (nascido a partir de 1993) 2.Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino 3.Escolaridade: ( ) Estudo fundamental completo ( ) Ensino médio completo ( ) Ensino médio incompleto ( ) Superior completo ( ) Superior incompleto ( ) Pós/ especialização completa ( ) Pós ? especialização incompleto 4.Qual seu status profissional atual? ( ) Freelancer ( ) A procura de trabalho ( ) Contratado de uma agência ( ) Estudante ( ) Empreendedor ( ) Aposentado(a) ( ) Menor aprendiz ( ) Estagiário 5.Quantidade de empregos que já teve: ( ) Nenhum ( ) Somente 1 ( ) De 2 a 3 ( ) De 4 a 5 ( ) Mais de 5 6.Tempo de atuação no mesmo emprego: ( ) Nenhum ( ) Menos de um ano ( ) De um a cinco anos ( ) Mais de dez anos 7.Há preferência em estabilidade ou empregabilidade na construção de sua carreira profissional? ( ) Estabilidade ( ) Empregabilidade ( ) Não penso em construir uma carreira 8.Quais os fatores mais motivadores em sua rotina profissional? ( ) Liberdade/Independência/Flexibilidade ( ) Remuneração/Benefícios ( ) Segurança financeira/Estabilidade/ Garantia de emprego ( ) Qualidade de vida ( ) Status/Poder/Desafios ( ) Outros fatores. Quais? ______________________________________________________________________ 9.Você tem planejado ou já planejou a sua carreira profissional? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não tenho opinião 10.Flexibilidade de horário e independência no seu ambiente de trabalho são fatores motivadores para você? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não tenho opinião 11.Você gosta de fazer o trabalho do seu jeito e criar maneiras diferentes para desempenhar o mesmo serviço? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não tenho opinião 12.Possui bom relacionamento interpessoal nos ambientes de convívio (escola, faculdade, trabalho e etc.) ? ( ) Sim ( ) Não ( ) Não tenho opinião 13.Optaria como ambiente de trabalho: ( ) Espaço convencional/ escritório tradicional ( ) Espaço compartilhado (coworking) ( ) Home office ( ) Outro. Qual? ______________________________________________________________________ 14.Qual a melhor característica em um ambiente de trabalho compartilhado, o coworking, para você? ( ) Redução de custos ( ) Networking (rede de contatos) ( ) Horário flexível ( ) Ambientes integrados ( ) Ausência de hierarquia ( )Outros. Quais? ______________________________________________________________________ 15.Atualmente qual o meio de transporte que mais utiliza? ( ) Carro ( ) Moto ( ) Ônibus ( ) Bicicleta ( ) Outro. Qual? ______________________________________________________________________


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Anexo B – Imagens do terreno

Figura 51: Foto do terreno, vista Avenida OlĂ­via Flores

Fonte: Registrado pela autora, 2017.

Figura 52: Foto do terreno, vista rua projetada

Fonte: Registrado pela autora, 2017.


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