CARTA Distrito 1960 -O canto do ambiente - 8-9

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Sub-Comissão Preservar o Planeta Terra • N.º 8-9 - Fevereiro/Março

Comissão Serviços à Comunidade Distrito 1960

Tema: Resíduos

O Lixo Consumo, consumo e mais consumo, só pode levar a lixo, lixo e cada vez mais lixo. O mundo está atafulhado em resíduos, provenientes de várias origens e com perigosidade e efeitos perniciosos diferentes, mas todos igualmente poluentes. Na primeira linha temos de considerar os dejectos industriais perigosos, sobretudo radioactivos e químicos, de enormíssima capacidade poluente e de vidas muito longas. Com eles temos de coabitar enquanto envenenam as terras, as águas e o ar deste nosso planeta, ainda, “verde-azulado”. O controle sobre estes resíduos tem vindo a aumentar, no entanto noticias de alterações genéticas em bivalves, doenças do foro respiratório a aumentar, alergias mais intensas, doenças cardiovasculares a aumentarem e o cancro a grassar, não nos deixa ficar descansados quando às quantidades e qualidades de poluentes altamente tóxicos e perenes que são injectados no ambiente sem controlo. A quantidade de compostos sintéticos que são hoje em dia fabricados não deixam antever um futuro optimista no que diz respeito aos resíduos que vão deixar espalhados por aí. Depois, os resíduos não perigosos das indústrias. Não possuem o mesmo efeito nefasto que os antecedentes, no que diz respeito ao seu perigo unitário, no entanto as quantidades produzidas e o controlo com malha mais aberta sobre os mesmos, levam-nos a perceber que o seu efeito sobre o meio ambiente vai ser muito agressivo e o ser humano vai ter de conviver com muito deste lixo, durante muitos anos, com todos os perigos que transportam. Por fim, mas não menos importante, os resíduos urbanos. O lixo do consumo final, que todos nós produzimos, por comprarmos, de forma desenfreada, coisas e mais coisas, às coisas, por vezes, nem damos grande utilidade. O resíduo, no entanto, nem sempre está no artigo que consumimos, mas sim na parafernália de embalagens em que o mesmo vem embrulhado. Exemplifiquemos: Uma pasta de dentes ( bem de primeira necessidade, aceitamos), vem dentro de uma embalagem que contém o produto, esta vem dentro de uma embalagem de cartão(com plástico a fechar), um conjunto destas embalagens é colocada numa caixa de cartão, que pode ainda ser acondicionado numa outra caixa maior, e depois colocada sobre uma palete de madeira protegida com filme retráctil, ou cintada. Contabilize-se a quantidade de matéria-prima necessária e o lixo que produz a nossa pasta de dentes, sem contar o saco de plástico que a loja onde compramos o produto nos “oferece” para o acondicionar até casa. Como este há milhares de exemplos de produtos que criam “resmas” de lixo no seu uso. É forçoso que compreendamos que esta situação não pode ser perpetuada. Temos de eliminar excessos de embalagem que não fazem mais do que encarecer o produto e de pouco acrescentam à nossa satisfação. (Continua no verso)

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Mas por pouco que possamos consumir, existe sempre uma quantidade de resíduo que vamos ter de produzir. No entanto este resíduo não tem que ser necessariamente lixo. Pode ter, ainda, vários destinos alternativos, a saber: Reutilizar: Podemos dar-lhe uma outra função, diferente daquela em que foi usado. Damos-lhe, assim, uma outra vida, eliminando consumo e poupando a matéria-prima e energia que seria utilizada na fabricação do artigo que substituímos (por exemplo: de uma lata de fruta, em calda, fazer um suporte para lápis). Reciclar: Trata-se, neste caso, de usar a matéria (ou matérias) de que o produto é feito e aplicá-la na fabricação de um outro produto, com ganhos a nível da matéria-prima não usada dos recursos naturais e, muitas das vezes, com ganhos energéticos muito interessantes, ao mesmo tempo que não há acumulação de resíduos (por exemplo os plásticos de embalagem que são usados para fabricar tubos de esgotos, ou dos móveis ou embalagens de madeira que servem para o fabrico dos painéis de madeira). Aproveitamento energético: Caso nenhuma das possibilidades anteriores possam ser usadas resta ainda a hipótese do uso dos resíduos como fonte energética, substituindo o uso de outros combustíveis, desde que não acarrete poluição gasosa perigosa. Aterro: este deve ser o destino da fracção última que não pode ter como destino nenhum dos anteriores. Os aterros são o mal menor para o lixo que é lixo, e não devem ser usados para outros fins, porque são finitos e podem acarretar graves danos nas terras onde são colocados, assim como nos lençóis freácticos. Esta estratégia eco-eficiente depende de cada um de nós. Começar por consumir de forma consciente e produzir com esse consumo poucos resíduos, e devidamente triados, é um pequeno esforço que se exige a cada um, para garantir um futuro a toda a humanidade.

Frases do mês “Dos 500.000 frigorificos deitados ao lixo em 2002, apenas 2500 foram reciclados, encontrando-se os restantes depositados em aterros ou espalhados um pouco por todo o país. Os CFC dos frigorificos responsáveis pelo sistema de refrigeração degradam a camada de ozono...” (Ambiente 21, nº 10, ano II, pg 39)

“Todo o alumínios existentes nos lixos dos Estados Unidos da América chegariam para renovar completamente a frota comercial de aviões do país, a cada três meses.” (L’ Écologiste nº 8 - Outubro de 2002)

Ficha Técnica Folha da Sub-comissão Preserve o Planeta Terra, da Comissão dos Serviços à Comunidade Responsável pela Sub-Comissão e pelos conteúdos: José Rodrigues (Rotary Club de Sesimbra) Tel.: 21 084 16 64 • Email: jose.rodrigues.60@netvisao.pt

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Sites e livros de interesse www.pontoverde.pt/

www.euskadi.net/vima_residuos/indice_c.htm www.inresiduos.pt/inr_toc.htm La gestion de déchets (Philippe Pichatl)/Dorinos A Poluição Invisível (Mohamed Bouguerra)/Perpectivas Ecológicas/Inst. Piaget


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