AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE MACEDO DE CAVALEIROS
EU E A POESIA … Referencial: Aprender com a biblioteca escolar Trabalhos elaborados pelos alunos dos 7.º nos, turmas E, F
2015-2016
Índice Conteúdos
n.º diap.
Introdução
3
Caligramas
4
Poesia- Acróstico
9
Poesia – Texto objeto
16
Poesia – Número Puxa Palavra
26
Retrato e Autorretrato
35
Conclusão
42
Introdução A ideia de realizar este e-book, intitulado “Eu e a Poesia…”, surgiu do desejo de mostrar à Comunidade Escolar a criação poética de alunos do sétimo ano de escolaridade e, ao mesmo tempo, dar resposta ao desafio lançado pela RBE e utilizar o Referencial – aprender com a Biblioteca Escolar. A produção textual nele apresentada foi realizada no âmbito do estudo do Texto Poético, durante as aulas de Português, pelos alunos das turmas E e F do 7º ano. Em trabalho colaborativo com a Biblioteca Escolar, promoveu-se e aplicaram-se as práticas de literacia dos média, dotando os alunos de conhecimentos necessários para o seu uso criativo e informado. Desta forma, os discentes procuraram produzir e comunicar os seus pensamentos, emoções e estados de espírito, usando diferentes técnicas de escrita, a saber o caligrama, o acróstico, o texto objeto e número puxa palavra. Por último, os alunos, influenciados pelos poetas estudados e respetivos poemas, realizaram os seus autorretratos, tendo por base os poemas Retrato de Cecília Meireles e Autorretrato de Alexandre O’Neill.
CALIGRAMAS
Andreia Pinto, 7.ยบ F
C
NCHA
GAI Catarina Rocha, 7.ยบ F
OTA
Marta Gemelgo, 7. ยบ F
Mendi o
Aida Guimarรฃes, 7.ยบ F
MOR E Daniel Bagueixe, 7.ยบ F Joรฃo Mendonรงa, 7.ยบ E
Irene Afonso, 7.ยบ F
POESIA - ACRÓSTICO
Guerra … Criação …? Guerra é o mal…
Criação ou evolução? Responde, por favor, a esta questão. Inteligência o Homem tem, Animais biodiversificados também e Criaturas na história classificados, Admiração por demais! Oh! Que pena que não existam mais.
Uma forma de matar! Era de destruição por uma Razão desigual Raça maligna com Armas só para matar
Cristina Santos, 7ºF Tiago Vale, 7ºF
Marta Falcรฃo, 7.ยบ F
Poema Poema é… Oralidade, Escrita,
Música e Amor! Aida Guimarães, 7.º F
Lágrimas de preta Lágrima de preta são… Angústia Ganância Rigidez Ignorância Maculada Antipatia Sinceridade Desespero Esperança Permanência Repressão Espera Tristeza Antipatia Andreia Lopes, 7.º F
Madrinha Marta, a madrinha, sempre foi… Ajudante em tudo, Dadora infinita de amor, Rainha do seu mundo, Invencível na vida e Nua de rancor. Honra a sua palavra e Adora a família. Lara Fernandes, 7 º E
POESIA – TEXTO OBJETO
Amigo
pessoa Túlia Santos, 7ºE
dim
bra Tânia Espinheira, 7º E
Florbela Espanca
Cristina Santos, 7ยบF
Autorretrato
Andreia Pinto, 7.ยบ F
O retrato
Guilherme Morais, 7.ยบ E
O beijo
Marta Gemelgo, 7.ยบ F
Ariane
Lara Fernandes, 7.ยบ E
Autorretrato
Henrique Carvalho, 7.ยบ E
Marta Falcรฃo, 7ยบE
POESIA – NÚMERO PUXA PALAVRA
Um dia mau…
1º o despertador não tocou 2º caí da cama 3º a água acabou 4º não tenho roupa 5º uma velhota a desmaiar 6º o semáforo bloqueou 7º vou ter falta 8º o carro avariou 9º tenho de ir a pé 10º hoje era feriado… Tânia Espinheira, 7ºE
Ratos Um gato corre atrás de Dois ratos que comeram Três queijos de uma só vez. Quatro pessoas viram e montaram Cinco ratoeiras para apanhar os Seis ratos a passear. Sete dias depois Oito ratos foram apanhados em Nove ratoeiras e em Dez sepulturas foram enterrados. Coitados! Marta Falcão, 7ºE
Produção escrita
Um minuto de intervalo Duas horas a escrever Três papéis no lixo Quatro vezes a parar Cinco minutos para acabar Seis dias a pensar Sete páginas depois Oito tentativas falhadas Nove palavras escritas Dez… tem de se fazer outra vez Ana Liberal, 7.º E
Catarina Rocha, 7.ยบ F
A
viagem
Uma viagem Dois amores Três caminhos Quatro rumos
Cinco diabinhos Seis amantes Sete flores
Oito silvas Nove pátrias Dez amigos
David Carrazedo, 7.º F
As gaivotas Uma gaivota ou Duas gaivotas?! Três a correr Quatro a brincar Cinco a fugir Seis a andar Sete a piar Oito a amar Nove a gritar e Dez levando com os pés… André Costa, 7ºF
RETRATO & AUTORRETRATO
RETRATO
Autorretrato
Eu não tinha este rosto de hoje
Eu não tinha este rosto oval, Assim calmo, Nem este olhar ingénuo. Não tinha estes dentes com ferros, Eu não tinha este coração forte. Eu não dei por esta mudança, Tão rápida e tão difícil: Em que lugar ficou perdida a minha face?
Assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazio, nem o lábio amargo. Eu não tinha estas mão sem força, tão paradas e frias e mortas; Eu não tinha este coração Que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança Tão simples, tão certa, tão fácil: Em que espelho ficou perdida a minha face?
Irene Afonso, 7.º F
Cecília Meireles
Autorretrato RETRATO
Eu era uma miúda envergonhada. Risonha, amiga dos seus amigos. Morena , amorosa, simpática, corajosa... Acreditava num amor verdadeiro, Amor que ultrapassava todos os Obstáculos. Eu era uma miúda que se apaixonava facilmente. Apenas com um sorriso e um troca de olhares ... E agora sou totalmente diferente...
Eu não tinha este rosto de hoje Assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazio, nem o lábio amargo. Eu não tinha estas mão sem força, tão paradas e frias e mortas; Eu não tinha este coração Que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança Tão simples, tão certa, tão fácil: Em que espelho ficou perdida a minha face? Cecília Meireles
Andreia Pinto, 7.º F
Meu retrato
Eu não tinha este rosto de hoje, Assim alegre, assim chato, assim curioso Nem estas bochechas tão redondinhas Nem estes olhos de ternura. Eu não tinha este cabelo tão grande, Tão grande e encaracolado … Eu não tinha este coração Tão fechado como um cofre a 7 chaves. Eu não dei por esta mudança Tão rápida, tão diferente, tão difícil… – Em que espelho ficou perdida A minha beleza? Daniel Pires, 7ºF
RETRATO Eu não tinha este rosto de hoje Assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazio, nem o lábio amargo. Eu não tinha estas mão sem força,
tão paradas e frias e mortas; Eu não tinha este coração Que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança Tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face? Cecília Meireles
Autorretrato Eu nunca fui assim, Nunca baixei os braços, Nunca fui insultada, Nunca fui excluída Não tinha esta lágrima aqui, Não tinha esta pinga no nariz, Não tinha esta vontade de partir, Esta não sou eu. E esta vontade de voltar a mim, Faz-me ir mais alto, E por mais que não tenha ninguém Tenho-te sempre a ti. Lara Fernandes, 7.º E
RETRATO Eu não tinha este rosto de hoje Assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazio, nem o lábio amargo. Eu não tinha estas mão sem força,
tão paradas e frias e mortas; Eu não tinha este coração Que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança Tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face? Cecília Meireles
Autorretrato AUTORRETRATO
O'Neill (Alexandre), moreno português, cabelo asa de corvo; da angústia da cara,
Guimarães (Aida), morena portuguesa, olhos cor do mel, à beira mar nascida. Nos longos cabelos trago o sol e a areia e o som das ondas no coração. Pelas veias me corre o Castro de Guimarães e o fado do Bairro Alto lisboeta. Agora, sou feliz nos montes que me veem crescer… Entre fragas e riachos, estevas e giestas, aprendi a partilhar e vi-me a florescer… O resto do caminho que tenho para andar, Por cá ou por lá, Se há de passar.
nariguete que sobrepuja de través a ferida desdenhosa e não cicatrizada. Se a visagem de tal sujeito é o que vês (omita-se o olho triste e a testa iluminada) o retrato moral também tem os seus quês (aqui, uma pequena frase censurada...) No amor? No amor crê (ou não fosse ele O'Neill!) e tem a veleidade de o saber fazer (pois amor não há feito) das maneiras mil que são a semovente estátua do prazer.
Mas sofre de ternura, bebe de mais e ri-se do que neste soneto sobre si mesmo disse...
Aida Guimarães, 7ºF Alexandre O'Neill, in 'Poemas com Endereço'
Autorretrato O'Neill (Alexandre), moreno português, cabelo asa de corvo; da angústia da cara,
Autorretrato
nariguete que sobrepuja de través a ferida desdenhosa e não cicatrizada.
Carrazedo (David), português, cabelo castanho-escuro, baixo, pele branca. Teimoso, refilão e falador. Bom para com os outros. Gosta de ajudar. É um amigo fiel e leal. Este sou eu, David.
Se a visagem de tal sujeito é o que vês (omita-se o olho triste e a testa iluminada) o retrato moral também tem os seus quês (aqui, uma pequena frase censurada...) No amor? No amor crê (ou não fosse ele O'Neill!) e tem a veleidade de o saber fazer (pois amor não há feito) das maneiras mil que são a semovente estátua do prazer.
David Carrazedo,7ºF
Mas sofre de ternura, bebe de mais e ri-se do que neste soneto sobre si mesmo disse...
Alexandre O'Neill, in 'Poemas com Endereço'
CONCLUSÃO A realização deste trabalho foi profícua quer ao nível académico quer ao nível pessoal. Esta atividade permitiu aos alunos enriquecer os seus saberes sobre a vida e a obra dos poetas estudados, tendo permitido também a aplicação dos conhecimentos adquiridos, no segundo período, em trabalho colaborativo com a BE, na exploração e aplicação do Guia de Literacia/Big6 e nos conhecimentos em TIC relativos a algumas ferramentas digitais. Foi ainda estimulada a criatividade dos alunos e o gosto pela criação poética, que à partida era visto como algo de concretização e interpretação difícil. Os alunos revelaram grande empenho na concretização das tarefas e satisfação pela qualidade dos textos realizados. Aquando a apresentação dos mesmos, no final, referiram “passei a gostar de poesia”, “a poesia não é só para nós lermos, se quisermos também nós podemos ser poetas”, “basta fazê-lo com sentimento”, “diverti-me a descobrir as diferentes técnicas e foi engraçado pô-las em prática ”. Assim sendo, missão cumprida!