11ª Edição | Bienal de Curitiba 2016

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ministĂŠrio da cultura e bndes apresentam

curitiba literĂĄria bienal de curitiba 2016



A Bienal de Arte Contemporânea de Curitiba é um dos grandes eventos culturais do Brasil. Na edição de 2016, além de manter o seu o élan como uma exposição de arte por quatro meses, realizada em diversos pontos da capital paranaense, aprofundou uma escolha iniciada em 2007 que é a de dar relevo e centralidade à literatura como forma de expressão artística. Essa escolha coincide com uma das principais ênfases que estabelecemos no Ministério da Cultura: o incentivo à leitura, uma vez que é sabido que o Brasil lê pouco e precisa formar novos leitores. O Ministério da Cultura tem se preocupado com essa questão e definiu que o apoio e a cooperação com as feiras de livro em todo o país é uma das suas prioridades. Da mesma maneira, estabeleceu uma linha de ação voltada para a revitalização das bibliotecas públicas, uma necessidade premente para esse campo da cultura. O Ministério da Cultura está dando seguimento ao Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Proler) e o Sistema Nacional de Bibliotecas, que reúne 6 mil bibliotecas em todo o País. Por fim, em termos organizativos, o Ministério da Cultura realizou a transferência do Departamento do Livro, Leitura e Literatura para a Secretaria de Economia da Cultura, o que representa o entendimento da cultura também como vetor da atividade econômica. A opção pela literatura feita pelos organizadores da Bienal de Curitiba considerou algo importante: há anos existe uma efervescência e muita vitalidade nessa área artística. Há em nosso país diversos autores que estão sendo reconhecidos mundialmente como de altíssima qualidade e também uma nova leva de jovens escritores muito bem acolhidos pela crítica. Esse movimento, por si só, atrai o leitor que aprecia a boa literatura e demanda a formação de novos leitores, não apenas em Curitiba e no Paraná, mas no Brasil como um todo. Aspectos que devem, a nosso ver, ser cultivados hoje e no futuro. Dar centralidade a essa expressão artística foi uma maneira de reconhecer tanto esse movimento quanto essa necessidade de novos leitores e trazer ao público, como enfatizam os curadores, a literatura como “arte, estética, exposição, interferência urbana, movimento social, cultura, audiovisual e, em sua forma mais bruta, palavra”. Entre novembro de 2016 e fevereiro de 2017, a Bienal de Curitiba fez circular uma multiplicidade de discursos – mesas literárias, palestras, seminários, saraus, lançamentos de livros, exposições e outros –, contribuindo para a promoção do livro e o incentivo à leitura. Da vasta programação, vale destacar as discussões das mesas literárias, que repensaram o cotidiano enquanto matéria-prima do fazer literário. Nesse sentido, a literatura foi trabalhada como interlocução de diversas sensibilidades e construções simbólicas assim como um ato de desvendamento e exercício de reflexão, cujo objetivo maior é a formação cidadã. Além dos embates teóricos em torno das figuras do livro, da leitura e da literatura, diversas oficinas e atividades de leitura foram oferecidas aos participantes, tornando a Bienal de Curitiba cada vez mais interativa. A realização de eventos dessa natureza, com esse formato – invadindo as bibliotecas e museus e praças públicas – e objetivando, da maneira mais democrática possível, estender a cultura ao alcance da mão da cidadania, merecem todo o nosso apoio e fazem parte do escopo de renovação que estamos implementando no Ministério da Cultura.

Roberto freire ministro da cultura



A riqueza do universo literário no Paraná Em nosso estado, cultura também é prioridade. E como uma das significativas manifestações culturais, a literatura, em suas várias escolas e tendências, é uma mostra da diversidade e da riqueza do fazer artístico e cultural do Paraná, no qual se revelam aspectos da identidade de nossa população e daqueles que procuraram o território paranaense para viver. Para nós, o universo literário não só é um produto a ser elaborado com criatividade, liberdade e qualidade, mas a ser consumido, de forma ampla, por todos os extratos sociais. Conscientes de que a linguagem literária vive, como é próprio do objeto animado e libertário, em constante ebulição e transformações, nos interessa, sobretudo, democratizar a sua difusão. Por isto, desde que assumimos a administração estadual estimulamos projetos de conhecimento, promoção e incentivo à leitura, incentivando não só os autores, sem nos arvorar a mecenas, mas especialmente os receptores desta produção, em espécie de processo de amadurecimento de um olhar democrático sobre a literatura que aqui se faz e se consome, guiado pela acessibilidade e a interiorização das ações em todas as regiões do Estado. Para promover e incentivar o consumo da literatura, projetos como O Mês da Literatura, levando 11 escritores paranaenses a 25 municípios do interior do Estado para um bate-papo sobre livro, leitura e formação de leitores, estão em andamento. Assim como o Plano Estadual do Livro, Leitura e Literatura do Paraná, capacitando dezenas de agentes de leitura; o Prêmio Paraná de Literatura, que seleciona autores inéditos de todo o país; a Biblioteca Paraná, que publica livros de vários gêneros; a edição do jornal Cândido (em seu quinto ano, é o único veículo literário editado por uma biblioteca pública no país, a Biblioteca Pública do Paraná); Oficinas de Criação Literária e Ilustração; a Biblioteca Acessível, e a publicação de livros com diversos gêneros (contos, poemas, crônicas) etc. Com o mesmo objetivo de democratização, levamos o livro a cidades e comunidades pobres que não tinham acesso à biblioteca. São cem bibliotecas cidadãs instaladas em dois anos, em todo o Estado. Outras unidades estão em construção ou em projeto. Por isto, nos felicita, e muito, a realização da Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016, na capital de nosso Estado. Que todos os espaços culturais de Curitiba, inclusive os de nossas cabeças, se ocupem com a animação e a reflexão do fazer e consumir Literatura.

beto richa

governador do paraná


A CULTURA E A NOSSA IDENTIDADE

A missão fundamental de um Governo – a de construir caminhos para o desenvolvimento do seu povo – só se realiza em plenitude quando estabelece o vínculo permanente com a cultura. É o que reafirma a identidade histórica da nossa gente. Temos no Paraná uma riqueza ímpar, original e diversificada que se manifesta em diferentes expressões culturais, em cada cidade e em todos os cantos do Estado. E a literatura é uma das partes mais importantes dessas manifestações. Está ao alcance da mão, compõe o material da mochila da escola e nos acompanha pela vida afora. A era digital, onde o conhecimento se propaga pela velocidade e abrangência, demanda como nunca o conteúdo criativo e mais profundo expressado pela literatura, mesmo em novas linguagens e formas diferenciadas de comunicação. Dentro desse cenário, o Paraná recebe e acolhe com grande interesse e expectativa a Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016 que ocupa os espaços culturais da cidade. Os eventos, palestras, debates e oficinas reúnem grandes nomes da literatura brasileira e destaca, sobremaneira, a literatura paranaense. O apoio do Governo do Paraná à Curitiba Literária se pautou exatamente pela oportunidade de levar a nossa gente essa troca de informações e conhecimentos entre a produção cultural local e o que está acontecendo além das fronteiras. Foram esses temas e desafios que estiveram no centro das preocupações dos organizadores da Bienal, eles mesmos paranaenses que vêm se dedicando com afinco e dedicação para divulgar nossa cultura. Com a Curitiba Literária poderemos verificar, in loco, a capacidade dos escritores para retirar das nossas raízes mais profundas o material que transforma em palavras e textos e traduz o sentimento da alma paranaense. É a nossa originalidade forjada na lida diária, nas alegrias e tristezas, em fatos e assuntos. E tudo isso depende do olhar atento e diferenciado do artista para se manifestar e reproduzir a nossa própria identidade como um Estado do Sul que pertence ao Brasil. Porém, para se afirmar como expressão do nosso povo no território chamado Brasil, é preciso conhecer e comparar o que produzimos com o que acontece lá fora, o que os grandes autores brasileiros estão escrevendo e como estão fazendo cultura: eis aí a função essencial da Curitiba Literária. É essa convivência próxima e intensa entre as partes que vai determinar muito do que vamos ler num futuro próximo. E, mais importante, detectar talentos para escrever. Descobrir vocações. Localizar os novos Dalton Trevisan, Domingos Pellegrini, Laurentino Gomes, Helena Kolody, Cristovão Tezza e tantos outros escritores que revelaram e revelam a história, as utopias e os sonhos. Já se disse que cada livro é uma viagem. Acrescento que é uma viagem inovadora, surpreendente, didática e, sobretudo, única. A Curitiba Literária abre espaço para incontáveis viagens, onde vamos ampliar o conhecimento, a sensibilidade e a eterna busca por nos tornarmos pessoas melhores e seres humanos mais completos. Vamos embarcar?

cida borghetti

vice-governadora do paraná


Colocar a literatura no foco de um debate em tempos em que a informação viaja à velocidade da luz, pelo espaço virtual, é no mínimo ousado. Ousadia que, aliás, é marca registrada da Bienal de Curitiba, que em seus mais de vinte anos de existência e grandes realizações sempre trouxe ao público as mais intrigantes e estimulantes exposições, debates e mostras de artes para nosso Estado. Nessa nova edição, com a literatura como centro das atenções, a Bienal de Curitiba mostra novamente sua incomparável vocação multidisciplinar e seu potencial para a discussão das mais variadas manifestações artísticas e culturais. Mas, afinal, o que é literatura? Quais seus caminhos futuros? Afinal, o que é mais importante, a palavra em si ou seu suporte? As ditas novas mídias substituirão os livros? Os autores precisarão mudar seus paradigmas frente ao panorama dos novos tempos? Para muito além da pretensão de responder a essas e tantas outras questões que permeiam o dia a dia dessa maravilhosa arte, a Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016 propõe-se, tão somente, a exibi-la, a discuti-la e a disponibilizá-la ao grande público tão pura e simplesmente como a arte magnífica que é. Essa arte que prescinde de significação, que não se pode conter, que alcança patamares inatingíveis do imaginário do ser humano e cujos efeitos para a alma não podem ser mensurados. A grandeza da literatura reside na sua sublime função de mergulhar o ser humano no prazer do lúdico, no factual da informação, na documentação da história e na ousadia dessa grande aventura que é viver, pois o prazer que a literatura proporciona nos torna mais atentos àquilo que é intangível e, por consequência, mais sensíveis às dores e belezas do mundo. Retirando a literatura de seus locais habituais e transportando-a para o ambiente do debate, a Bienal traz à baila outros tantos questionamentos e provocações, dando outros universos e possibilidades de fóruns que reúnem o que há de melhor, para se olhar pelos melhores ângulos. Que essa edição tão especial da Bienal de Curitiba lance sobre todos uma nova luz literária e desperte cada vez mais e mais interesses e, por que não, talentos escondidos, voltados para a nossa literatura.

joão luiz fiani

secretário de estado da cultura do paraná


Pensar a arte em suas mais diversas expressões é uma das premissas fundamentais do Museu Oscar Niemeyer. Formar novos públicos, sedimentar linguagens, promover experiências e aprofundar conteúdos faz parte do cotidiano de um espaço museológico. O MON, maior museu de arte da América Latina, é um espaço dedicado às Artes Visuais, Arquitetura, Urbanismo e Design. Possui mais de 17 mil metros quadrados de área expositiva, que abriga aproximadamente 20 exposições a cada ano. Com uma equipe multidisciplinar, que visa aproximar e aperfeiçoar a experiência dos visitantes com as artes visuais, o Museu Oscar Niemeyer atende diariamente estudantes, professores e o público em geral, bem como realiza cursos e oficinas, abertas ao público, com o objetivo de capacitar pessoas no desenvolvimento de trabalhos e projetos. Por meio da parceria com a Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016 o Museu Oscar Niemeyer possibilita mostrar aos visitantes outra vertente: a Literatura. A proposta segue no sentido de ampliar a esfera cultural com repertórios que trazem significados, que fortalecem as questões pertinentes à produção artística e intelectual e, além disso, são um exercício de cidadania e pertencimento à sociedade. Participar, colaborar, aprender, formar são palavras que devem ser parte das ações individuais e institucionais e, principalmente, dos complexos artísticos e culturais. Com um novo olhar se descobre outras possibilidades e, assim, percebe-se a arte com suas múltiplas narrativas que trazem significado, movimentam os sentidos e sensibilizam o dia a dia. O Museu Oscar Niemeyer considera a parceria com a Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016 essencial para a Literatura aprofundar seu alicerce no cenário das artes no país e proporcionar às pessoas conteúdos sólidos e de grande valor cultural.

Juliana Vellozo Almeida Vosnika Presidente do Museu Oscar Niemeyer


Cultura é um pássaro de duas asas: a identidade e a inovação. São tecidas de Memória as plumas da asa que faz alçar voo a identidade de um povo. Já tecidas de Gênio, Sonhos e Criatividade as plumas de outra asa, aquela que leva ao futuro. A identidade curitibana plasmou-se pela sucessão de heranças recebidas dos indígenas, dos negros, dos colonizadores portugueses e espanhóis, e das populações transplantadas da velha Europa e do Oriente. Contraponto ao Brasil retratado por Gilberto Freyre na obra Casa Grande & Senzala, nossa terra seria Brasil Diferente, no dizer de Wilson Martins. No campo da criatividade, Curitiba recebeu a Escola de Artes e Ofícios de Mariquinha Aguiar e Mariano de Lima, na segunda metade do século 19. Os dois pintores, pioneiros no ensino da arte, dariam lugar à famosa escola de pintura, na rua do Assungui, do norueguês Alfredo Andersen, mestre de uma geração de artistas significativos para o Paraná e o Brasil. De tudo isso já falamos ao relatar a saga e a contribuição dos imigrantes europeus. A utopia curitibana continua, na sequência, com o sonho hiperbóreo dos nossos poetas simbolistas, a partir da edificação, na cidade, de um Templo das Musas, único no Brasil, talvez no mundo, dedicado aos ensinamentos de Pitágoras. O processo criativo da nossa identidade é reforçado pelo movimento paranista por Gelfi, João Turin, Zacco Paraná, Romário Martins, Domingos Nascimento e outros. O Modernismo ousa propor diretrizes na Revista Joaquim feita a quatro mãos por Dalton Trevisan e Poty Lazarotto, plêiade de artistas consolida a Escola de Belas Artes do Paraná, até hoje celeiro de criatividade e orgulho do Brasil. A partir da transformação do antigo paiol de pólvora num teatro de Arena surge a Fundação Cultural de Curitiba, nosso instrumento de promoção da identidade e da inovação. Esplêndido edifício do genial Oscar Niemeyer abre um gigantesco olho para a arte entre a mata nativa do Bosque João Paulo II e os amplos horizontes urbanos do Centro Cívico. Que venha mais uma Bienal, ocasião de compreensão de que na Cultura como na vida o que não se compartilha se perde.

rafael greca

prefeito de curitiba


ACESSO UNIVERSAL À LITERATURA A literatura é uma arte que precisa ser democratizada e consumida, igualmente, por todas as classes sociais brasileiras. O grande desafio do Poder Público, principalmente, é encontrar uma forma de tornar o acesso à literatura fácil, prático e financeiramente viável para todos. Como é inegável que a literatura brasileira vive hoje um momento de efervescência, não é possível que em um país como o Brasil o acesso cultural seja restrito a determinadas classes econômicas. Assim como países desenvolvidos, como a Coreia do Sul, a única forma para o Brasil avançar e conseguir melhorar seus indicadores sociais será priorizando os investimentos em educação e cultura. Para isso, o acesso universal à literatura tem que ser levado a sério. E isso começa cedo, já no período de alfabetização época que o interesse pela leitura florescerá. Desde que iniciei minha carreira no setor público, em 2009, quando assumi a diretoria de marketing da Fundação Cultural de Curitiba, busquei contribuir para descentralizar as ações promovendo eventos culturais nos bairros de Curitiba. Só no primeiro ano, foram mais de 3,8 mil eventos realizados, sendo que 55% nos bairros. O apreço pela leitura e pela informação começou cedo para mim. Desde quando criança acompanhava o meu avô Paulo Pimentel, ex-governador do Paraná, nas redações dos jornais Tribuna e Estado do Paraná. Aproveito aqui para destacar o inegável avanço cultural que foi a marca do governo Paulo Pimentel. Além da criação das universidades estaduais de Londrina, Maringá e Ponta Grossa, foi na gestão dele que o Teatro Guaíra foi reconstruído e que foi criado o balé do Guaíra. Um dos objetivos da nossa gestão à frente da Prefeitura, sob as diretrizes do prefeito Rafael Greca, é fazer Curitiba voltar a ser reconhecida pelas políticas públicas de incentivo à leitura e por valorizar a produção cultural dos seu escritores e artistas. Com o tempo queremos superar as dificuldades econômicas e, em parceria com os governos federal e estadual, investir no acesso à cultura e criar programas específicos para levar literatura às comunidades mais carentes da cidade. Uma das nossas metas será a revitalização dos Faróis do Saber, ícone da primeira gestão do prefeito Greca e referência nacional na universalização da literatura. As 42 unidades na capital atendem a população com empréstimo de livros e consulta ao acervo, além de acesso à internet. Na nossa gestão, os Faróis do Saber serão recuperados e voltarão a ser espaços irradiadores de conhecimento e inspiração para as novas gerações. Por isso, vejo com muita alegria e entusiasmo a realização desse grandioso evento de literatura em solo curitibano no ano do retorno do Rafael Greca à administração da cidade, tendo a honra de poder acompanhá-lo neste mandato. Com a Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016, nossa cidade democratiza o acesso à literatura, incentiva a leitura e mostra, principalmente aos jovens, o valor do nosso acervo cultural e artístico que tanto contribuiu para formação da identidade dos curitibanos.

eduardo pimentel vice-prefeito de curitiba


Bienal da arte e da letra

A produção literária contemporânea em Curitiba é uma das mais importantes do cenário nacional. São obras de nossos autores mais renomados, como Cristovão Tezza e Dalton Trevisan; reedições de alguns que já nos deixaram, como Wilson Bueno, Manoel Carlos Karam, Paulo Leminski e Jamil Snege; e um grande número de novos escritores buscando seu espaço e fomentando essa tradição curitibana nas letras. O espaço para discussão dessa produção também é muito rico, com publicações importantes, novos jornais e revistas de literatura que honram o pioneirismo que começou com a revista Joaquim e o jornal Nicolau. Para completar um tripé fundamental nesse cenário, que é a oportunidade do encontro cara a cara entre autores e seus públicos, entram eventos como a atual edição da Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016, que começou em novembro último e continuou movimentando a cidade até fevereiro de 2017. Foram quatro meses de debate cultural com grandes nomes da literatura de Curitiba, do Paraná e de todo o Brasil, entre eles o já mencionado Cristovão Tezza; Milton Hatoum, autor de Dois Irmãos, eleito o melhor romance brasileiro (19902005); e Cíntia Moscovich , primeiro lugar no Concurso de Contos Guimarães Rosa, do Departamento de Línguas Ibéricas da Radio France Internationale, de Paris. Palestras, oficinas, mesas literárias, filmes, exposições e todas as formas de arte que dialogam com a literatura fizeram parte deste grande debate, por todos os cantos da cidade. A Curitiba Literária integra a Bienal de Arte Contemporânea, que nasceu em 1993, na gestão do Prefeito Rafael Greca, idealizador dos Faróis do Saber, bibliotecas comunitárias existentes em vários bairros da cidade. Outra vez prefeito, Greca um apaixonado pela cultura, quer democratizar a arte e, mais uma vez, assim como fez com os Faróis, levará a cultura para as 10 administrações regionais nos bairros da cidade, usando os espaços das Ruas da Cidadania. A Fundação Cultural de Curitiba fará um grande esforço para cumprir essa determinação, atuando em todas as áreas da cultura, apoiando os artistas, facilitando à população o acesso aos bens, à produção, à formação e ao conhecimento artístico. Não é uma tarefa fácil, numa cidade tão grande e diversificada, e num momento econômico difícil em todo o País. Mas, inspirados em nossa literatura, usaremos a criatividade e o diálogo para cumprirmos a missão. Para isso, são muito bemvindas iniciativas de empreendedores apaixonados pela cultura e que se dedicam a promovê-la na cidade com eventos como a Curitiba Literária. A cultura é democrática, chega às ruas para ser debatida, vivida. É nesse inquietante movimento que surgem as Bienais que provocam estimulam, descobrem autores, poetas, sonhadores, aqueles que são capazes de caminhar com arte, graça e talento em mundos tão distintos.

marcelo cattani

Presidente da Fundação Cultural de Curitiba e Secretário de Comunicação Social da Prefeitura


O Sesc Paraná e a literatura Desde sua criação, há quase 70 anos, o Sesc Paraná vem se dedicando ao desenvolvimento cultural do estado. A Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016 integrou-se aos objetivos da nossa entidade, ao divulgar a literatura, abrindo espaço para a formação de leitores e para a disseminação das respectivas obras. Saiba sobre as outras ações realizadas pelo Sesc Paraná no mesmo período: Semana Literária & Feira do Livro A 35ª edição da Semana Literária & Feira do Livro foi realizada simultaneamente em Curitiba e em 20 cidades do Paraná, de 12 a 17 de setembro. O tema foi a “Representação do Brasil e do brasileiro na ficção literária”. Durante os seis dias de programação, foram realizados mais de 254 mil atendimentos – envolvendo 575 escolas paranaenses na programação. O evento reuniu ainda 63 livrarias e editoras universitárias, com a comercialização de mais de 42 mil livros, além de promover o encontro de escritores locais com autores de outros cantos do Brasil. Na programação, mesas-redondas, palestras, bate-papos, oficinas e narração de histórias. Sesc Literário: Coletânea de Contos Infantis A “Coletânea de Contos Infantis” é uma iniciativa do Sesc Paraná com objetivo de estimular a criação literária no público infantil e contribuir para revelar novos autores e narrativas inéditas, representando diferentes nuances da cultura paranaense. No livro, com dez histórias ilustradas, foram reunidos contos de autores de Apucarana, Campo Largo, Cascavel, Curitiba, Guarapuava, Londrina, Tomazina e Umuarama. O lançamento aconteceu na programação da Semana Literária, reunindo os autores para sessão de autógrafos. O livro também está disponível na rede de salas de leitura do Sesc Paraná. Clube de Leitura Sesc Projeto voltado para a formação de leitores e incentivo ao hábito da leitura literária. O projeto tem três frentes de atuação: alunos da rede pública municipal e estadual, formação continuada e comunidade. A iniciativa foi desenvolvida no interior do estado e em cinco unidades do Sesc em Curitiba: Água Verde, Centro, Esquina, Paço e Portão, de março a setembro, quando integrou-se à programação da Semana Literária, com roda de leitura, mediação literária, narração de histórias e palestras formativas. Curso de Criações Literárias (crônicas/contos) O curso de criação literária, realizado no Paço da Liberdade, teve como objetivos incentivar e aprimorar a escrita literária, com atividades práticas e leitura de obras, a fim de compreender as técnicas e refletir sobre a escrita. Os alunos produziram seus próprios textos durante as aulas e discutiram suas criações. Realizado durante os meses de maio e junho, com carga horária de 20 horas. Pacote de Poesia Projeto do Sesc Paço da Liberdade realizado desde 2009 já contemplou a obra de grandes nomes da nossa literatura, como Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes, Paulo Leminski, Helena Kolody e Arnaldo Antunes entre muitos outros. São nove pacotes ao longo de cada ano, com diferentes poetas. Leia e Troque Serviço que promove a troca de livros e gibis, incentivando e conscientizando as pessoas para que após a leitura façam a obra circular. Assim outros leitores terão acesso. Esta ação de solidariedade e cooperação de livros faz com que muitos, após a leitura, doem seus livros, independente de troca. O programa permite a socialização do livro e o respeito ao meio ambiente.

sesc paraná

serviço social do comércio


É com grande prazer que o Banco Nacional do Desenvolvimento marca presença na Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016, renovando sua parceria com um dos mais tradicionais eventos culturais do país. O BNDES é um dos maiores apoiadores da cultura brasileira, atuando em diversos segmentos, como cinema, música, produção editorial e preservação do patrimônio histórico, artístico e arquitetônico do país. Com ações de patrocínio e financiamento, o Banco estimula a produção cultural e promove a consolidação da cultura como setor econômico capaz de gerar empregos, renda e transformação social. Com projetos nas mais diversas esferas artísticas, a Bienal de Curitiba reafirma com mais este evento sua importância na ampliação do acesso dos brasileiros à cultura. É por acreditar na cultura como fonte de transformação social e econômica do nosso país que o BNDES patrocina eventos como a Bienal e reforça, mais uma vez, o seu compromisso com o desenvolvimento sustentável do Brasil.

bndes

o Banco Nacional do Desenvolvimento


A Sanepar apoia a Bienal de Curitiba em mais uma edição Apoiar a Bienal de Curitiba é motivo de orgulho para a Sanepar. Investir em cultura, fomentar a leitura e incentivar atividades que contribuam para a disseminação do conhecimento é também uma das vocações desta grande empresa. A Sanepar acredita que acesso ao conhecimento é primordial para a formação e para o desenvolvimento de cidadãos mais conscientes e preocupados com o futuro do planeta. E pensar no futuro do planeta é a missão mais importante desta companhia de saneamento. A Sanepar cuida dos nossos mananciais com muita responsabilidade, mas é preciso envolver toda a sociedade nessa nobre missão. A Sanepar investe em educação ambiental nas localidades onde atua porque sabe que o futuro depende de todos nós. Acreditamos num futuro construído por pessoas conscientes de seus compromissos com o planeta. E a consciência acontece quando as pessoas têm acesso ao conhecimento e são estimuladas a buscá-lo. O conhecimento está nos livros, está na leitura, está no compartilhamento de experiências que tornem o mundo um lugar cada vez mais humano, justo e sustentável. É por isso que a Sanepar faz questão de investir em eventos como a Bienal de Curitiba, que leva conhecimento para as mais diversas regiões da cidade e atinge milhares de pessoas a cada nova edição. E neste ano, não tem como ser diferente. Mais uma vez a Sanepar tem orgulho em patrocinar esse evento, que é fundamental para levar a literatura para perto de toda a população da capital paranaense. O estado do Paraná e a cidade de Curitiba são destaques no mundo por causa das iniciativas inovadoras. Na área da cultura não é diferente. Não é à toa que um evento do porte da Bienal acontece aqui, em terras paranaenses. E a Sanepar, mais uma vez, tem a honra de fazer parte desta história.

sanepar

Companhia de Saneamento do Paraná


De Temístocles à luz do conhecimento A Companhia Paranaense de Energia leva, há mais de 60 anos, energia e conforto para milhões de pessoas. Estamos todos os dias nas casas de praticamente todos os paranaenses; garantimos a infraestrutura de energia para o Estado crescer e se desenvolver. Nesta trajetória, atingimos o posto de maior empresa do Paraná, entre públicas e privadas. É um orgulho e uma responsabilidade enorme ter uma missão tão nobre, de levar nosso importante serviço à população. Em cada rincão deste Estado, nossos funcionários, nossos eletricistas, são tratados com carinho e respeito pelos moradores. Nos últimos seis anos, quatro vezes fomos eleitos por nossos consumidores a Melhor Distribuidora da América Latina. Chegamos a um ponto que somente fornecer energia não nos basta, queremos estar cada vez mais presentes na vida das pessoas, retribuir cada vez mais o reconhecimento que nos é dado. Uma das formas de aproximação é colaborar para o desenvolvimento social do Estado, apoiando ações, projetos e programas sociais, esportivos, culturais e ambientais que melhorem a qualidade de vida dos paranaenses. A Copel é hoje a empresa que mais apoia o esporte e a cultura no Paraná. Uma dessas parcerias de sucesso é com a Bienal de Curitiba, que há mais de 20 anos surgiu para revolucionar o cenário cultural em Curitiba e hoje, da mesma maneira que a Copel, tem reconhecimento internacional pelo seu profissionalismo e qualidade. Estivemos juntos em diversas edições da Bienal de Curitiba e, mais recentemente, da Curitiba Literária, como esta que em 2016 e 2017 encanta a população com suas atrações, debates, exposições e publicações. Assim como a Copel, a literatura tornou-se uma grande marca em Curitiba. Aliás, acredito que muitas pessoas desconhecem que o primeiro presidente da Copel foi Temístocles Linhares, um dos mais notáveis críticos literários que o Paraná já teve, falecido em 1993. Advogado e historiador, Temístocles ocupou em 1955 a presidência da então Companhia Paranaense de Energia Elétrica, implantada no ano anterior. Além de dirigir a Copel por mais de um ano, Temístocles foi um dos pioneiros do cenário intelectual e literário do Estado, que depois revelou nomes e publicações como Wilson Martins, Dalton Trevisan, Manoel Carlos Karam, Cristovão Tezza, revista Joaquim e jornais Nicolau, Cândido e Rascunho, entre outros. A Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016 dá continuidade a esse movimento corajoso e inovador na arte das letras, e que virou tradição da capital paranaense. Trazendo escritores renomados do Brasil e de nosso Estado, o evento fomenta a discussão e a difusão do conhecimento, tornando a literatura acessível ao cidadão. A essência do bom trabalho da Copel está na formação e no conhecimento, que enfatizamos na contratação e na qualificação permanente de nossos empregados, os melhores do setor elétrico brasileiro. Dessa forma, também apoiamos as iniciativas que colaboram para a formação e aprimoramento cultural dos paranaenses, retribuindo-lhes a confiança na Copel depositada. Conhecimento é vida. Para a Copel, incentivar a arte é iluminar a vida.

Luiz Fernando Leone Vianna Presidente da Copel


a bienal de curitiba 2016 A Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016, realizada de novembro de 2016 a fevereiro de 2017, cumpre um papel central no desenvolvimento da literatura brasileira. A Bienal é uma realização do Ministério da Cultura, do Museu Oscar Niemeyer e da Secretaria de Estado da Cultura do Governo do Paraná, com apresentação e patrocínio indispensável do BNDES. Conta também com patrocínio da Copel e Sanepar, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e com curadoria do jornalista e escritor Rogério Pereira, Diretor da Biblioteca Pública do Paraná. A Bienal leva a diversos espaços de Curitiba grandes nomes da literatura brasileira, paranaense e curitibana para um debate contínuo com o público. Esta edição do evento contou com a co-realização de entidades literárias históricas na capital paranaense. O Centro de Letras do Paraná, o Centro Paranaense Feminino de Cultura e a Academia Paranaense da Poesia contribuíram para que a Curitiba Literária chegasse até espaços que representam os pilares fundamentais da literatura paranaense, enriquecendo sua programação e envolvendo em sua realização personalidades tradicionalmente envolvidas com a história da literatura no Paraná. Partindo de um breve histórico, a Bienal de Curitiba nasceu em 1993 e, a partir de 2007, traz a literatura como um de seus focos de programação e divulgação. A inspiração para a realização de atividades e exposições que valorizassem a literatura em sua programação veio de dentro da própria cidade, primeiramente através do projeto Farol do Saber. Realizado durante a primeira gestão do prefeito Rafael Greca, o projeto consistiu na construção de bibliotecas com arquitetura inspirada no Farol de Alexandria, no Egito Antigo. Cada uma das unidades do Farol do Saber conta com um grande acervo para empréstimo gratuito, democratizando o conhecimento e a cultura. Outro projeto que inspirou o envolvimento da literatura nas programações da Bienal foi o Paiol Literário, realizado por Rogério Pereira durante a gestão do exprefeito e atual governador do Estado do Paraná, Beto Richa. O Paiol Literário foi a grande fonte de inspiração para a realização das mesas literárias promovidas pela Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016. Destaco também o Mês da Literatura, iniciativa do Secretário de Estado da Cultura, João Luiz Fiani. A programação de literatura do SESC Paraná, com a Feira do Livro & Semana Literária, assim como a programação de literatura e incentivo à leitura desenvolvida pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC), também foram fontes de motivação para o evento. A escritora Rachel Liberato Meyer, minha querida avó, apaixonada pela leitura, e que publicou o livro Uma Menina de Itajaí, lançado em 1961 - com segunda edição publicada em 1999 -, foi um nome marcante para inspirar o projeto e conscientizar quanto à importância de ações que incentivem a literatura.


Inspirada por essas iniciativas de aproximação da literatura com o público, a Bienal de Curitiba realizou, em 2013, o projeto A Literatura e a Cidade, que obteve grande interesse do público participante. O projeto contemplou também a leitura de textos em ônibus biarticulados e a publicação da antologia Fantasma Civil, sob curadoria de Ricardo Corona, com textos sobre Curitiba escritos por 42 autores. A publicação foi disponibilizada nas Casas de Leitura da FCC e distribuída em bibliotecas de cidades do Paraná. Então, em 2016, a Bienal decide fortalecer esse cenário e colocar a literatura como o foco principal do evento, propondo que todas as atenções se voltem para a arte literária, através da realização de mesas literárias, lançamentos de livro, oficinas de poesia, saraus literários, exposições de poesia visual e muito mais. Através de sua programação, a Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016 ocupa museus, galerias de arte, livrarias, bibliotecas, auditórios, escolas e espaços culturais em toda a cidade. Assim, a Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016 não somente aproxima a literatura do público, mas também a apresenta como arte, estética, exposição, interferência urbana, movimento social, cultura, audiovisual e, em sua mais bruta forma, palavra. A realização de um projeto tão importante não se daria sem o trabalho de uma equipe dedicada e apaixonada por literatura. Agradeço à equipe realizadora da Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016 pela dedicação e pela paixão com que trabalharam para organizar e realizar o evento. Ao senhor Rodrigo Rocha Loures, Presidente do Conselho Superior da Bienal de Curitiba; Luciana Casagrande Pereira, presidente da Bienal de Curitiba; Carolina Loch, coordenadora da Curitiba Literária; e Fernanda Rios, produtora, o meu muito obrigado. Agradeço imensamente aos ex-governadores do Paraná, Mario Pereira e Jaime Lerner; ao atual governador, Beto Richa; ao Secretário de Estado da Cultura (SEEC), João Luiz Fiani, e sua equipe. Aos co-realizadores da Bienal, Sr. Ney Fernando Perracini de Azevedo, Presidente e Diretor do Centro de Letras do Paraná; Sr.ª Chloris Casagrande Justen, Presidente e Diretora do Centro Paranaense Feminino de Cultura e a Sr.ª Lilia Maria Machado Souza, Presidente e Diretora da Academia Paranaense da Poesia. Agradeço também à imprensa, em especial a Gazeta do Povo, a RPC, a Mundo Livre FM e a e-Paraná, além de todos os veículos que colaboraram com a divulgação da Bienal. Deixo um agradecimento especial ao mecenas da Bienal de Curitiba, Rodrigo Araújo Ferreira, em nome de todos que apoiaram o projeto desde seu início; a Angela Ceccatto, que participou de reuniões preparatórias com os curadores fundadores da Bienal, e foi diretora geral da segunda edição do evento, sem os quais a realização da Bienal não seria possível.

luiz ernesto meyer pereira diretor-geral da curitiba literária


Curitiba e a forรงa da literatura ROGร RIO PEREIRA CURADOR GERAL

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É inegável a força da literatura brasileira contemporânea. Basta percorrer as estantes de qualquer boa livraria para constatar a interessante profusão de autores, consagrados ou iniciantes, nos mais diversos gêneros. A pluralidade de temas e estilos se espraia em obras que surgem a todo momento. Entre os especialistas, poucos ousam identificar uma marca da atual literatura nacional, levando-se em consideração sua riqueza e temática poliforme. Do novo romancista ao poeta consagrado, os enredos se multiplicam, se esgarçam em infinitas direções, e solidificam a nossa literatura como arte de força imprescindível na construção e crítica da história sociocultural brasileira. Mas como o Brasil é o país das contradições, dos paradoxos mais improváveis e, muitos deles, absurdos, há uma questão (central) que incomoda — e muito — qualquer um que se dedique ao tema: a falta grotesca de leitores. Se de um lado do front temos uma literatura entre as melhores do mundo, do outro há apenas um reduzido e ávido exército disposto a consumi-la. O cardápio é rico e generoso para saciar a fome de poucos. Não é tarefa simples encontrar um leitor. Longe do seu habitat natural — sala de aula, biblioteca ou livraria —, ele é quase uma raridade escondida por um Brasil com mais de 200 milhões de habitantes. É preciso descobri-lo, trazê-lo ao convívio dos demais. Números e pesquisas reforçam o que é fácil diagnosticar com um olhar atento: o Brasil está longe de ser considerado um país de leitores. Atualmente, pouco mais de 50% da população brasileira acima dos cinco anos pode ser considerada leitora. Com este olhar atento ao entorno social e à importância da leitura na construção da cidadania nasce a Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016, evento voltado para discussões entre autores e leitores — numa sólida tentativa de aproximar as pessoas dos livros. E aqui não falamos do chamado leitor pragmático (de jornais, revistas, sites, redes sociais). Este é fácil identificar e se prolifera com espantosa velocidade. É alguém atrás de informação, de entretenimento, de uma utilidade da leitura. Quem nos preocupa é o leitor em busca de um livro sem qualquer obrigação, utilidade. Despreocupado com o sentido prático da leitura. Aquele que, sem se dar conta, está fortalecendo a sua cidadania a partir da leitura de ficção.

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A Curitiba Literária busca dar ressonância às palavras do escritor Bartolomeu Campos de Queirós, que sempre lutou pela formação de novos leitores: “A leitura literária, a mim me parece, promove em nós um desejo delicado de ver democratizada a razão. Passamos a escutar e compreender que o singular de cada um — homens e mulheres — é que determina sua forma de relação. Todo sujeito guarda bem dentro de si um outro mundo possível. Pela leitura literária esse anseio ganha corpo. É com esse universo secreto que a palavra literária quer travar a sua conversa. O texto literário nos chega sempre vestido de novas vestes para inaugurar este diálogo, e, ainda que sobre truncadas escolhas, também com muitas aberturas para diversas reflexões”. As palavras de Bartolomeu Campos de Queirós precisam ganhar eco, ultrapassar fronteiras sociais, percorrer o território brasileiro com energia e sedução. É isto: a literatura precisa seduzir, encantar, inquietar, transformar, construir mais leitores. A leitura literária é fundamental para ampliar o olhar sobre o mundo, dilatar consciências, levar o leitor para além de um cotidiano comezinho e, muitas vezes, desinteressante. A leitura é um potente caminho para a construção da cidadania. Para sedimentar este caminho, a Curitiba Literária convocou importantes parceiros, além dos patrocinadores e apoiadores do evento. Levou-se em consideração a relevância e importância de várias instituições que sempre lutaram pela educação e leitura no Paraná. Esta junção de forças possibilitou de novembro de 2016 a fevereiro de 2017 inúmeras atividades, fortalecendo muito um evento que nasce com o nome da cidade e seu foco principal: a literatura. Na programação, destaque para o encontro entre dois dos principais romancistas brasileiros: Cristovão Tezza e Milton Hatoum. Foi a primeira vez que ambos participaram juntos de um encontro literário. A partir deste memorável início, na Biblioteca Pública do Paraná, em 8 de novembro, grandes nomes da literatura desembarcaram em Curitiba para animadas e reflexivas conversas com os leitores. Os diálogos contaram também com a presença de um autor da cidade. Com isso, o

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público presenciou encontros entre José Castello e B. Kucinski, Bernardo Carvalho e Caetano W. Galindo, Xico Sá e Luís Henrique Pellanda, além das outras diversas atividades em livrarias, bibliotecas, museus e espaços de cultura. Ao final, uma coletânea de narrativas será publicada com textos de 20 autores brasileiros. A tiragem de 2 mil exemplares será destinada a bibliotecas e escolas públicas do Paraná. A criatividade também é uma das marcas da Curitiba Literária. Para chamar a atenção do público, 20 estações-tubo foram escolhidas para estampar frases dos autores convidados. Em rápidas palavras, pode-se conferir algo como a divertida citação da gaúcha Cíntia Moscovich: “A literatura é um fantástico meio de transporte”. Ou o otimismo do paranaense Miguel Sanches Neto: “Aquele que sonha nunca fica só”. E a irreverência da jovem Julie Fank: “Somos todos passarinhos presos em supermercados”. A utilização das estações-tubo foi mais uma iniciativa para espalhar a literatura pela cidade. Para a edição de 2017, a Curitiba Literária dará mais um importante passo para tornar-se um dos mais importantes eventos do calendário cultural do país. A partir de parceria com a Secretaria Municipal da Educação, o evento adotará escolas públicas para desenvolver projetos de leitura com alunos e professores. Cada escola terá um autor-padrinho. A ideia é que estes autores tenham seus livros lidos durante o ano e visitem a escola para conversar com os estudantes. A Curitiba Literária também auxiliará no fortalecimento das bibliotecas das escolas apadrinhadas, com a aquisição de novos livros. A cada ano, a Curitiba Literária terá novidades e será uma referência nacional entre os eventos formadores de novos leitores. Tudo para que as palavras do filósofo Jacques Derrida ecoem por Curitiba e ganhem entusiasmados adeptos a fim de discuti-las: “Até hoje, nada permanece para mim tão novo e incompreensível, ao mesmo tempo tão próximo e tão estranho, quanto a coisa chamada literatura”.

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Ă­ndice

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curitiba literária

30

mesas literárias 32 34 36 38

42

o romance eterno, milton hatoum e cristovão tezza a resistência diária, bernando kucinski e josé castello desafios incertos, bernardo carvalho e caetano w. galindo apanhadores do cotidiano, xico sá e luís henrique pellanda

114

eventos especiais 116 124 125

mostra de autores paranaenses sarau de poesia clube do livro

128

contação de histórias

132

lançamentos de livros e noite de autógrafos

136

oficinas de poesia

140

homenagens

exposições 44 54 62 70 78 86

110

yo soy you, arnaldo antunes [antilira] uma intervenção poético-visual, alberto puppi poéticas literárias, guita soifer e alex fleming fiéis amigos, rony bellinho gravuras, almandrade textos literários nas estações-tubo

142 148 149 150 152 154

palestras e seminários 112 113

vinícius de moraes música e poesia as entidades literárias e novas perspectivas da literatura paranaense

156

paulo leminski emiliano perneta cecília meireles academia paranaense da poesia centro de letras do paraná centro paranaense feminino de cultura instituto farol do saber

158

festival de cinema

162

biografias

anexos

178

memórias

23


47

espaços da bienal mesas literárias 1 2 3

biblioteca pública do paraná livraria da vila pátio batel livraria cultura shopping curitiba

exposições 4 5 6 7 8

museu oscar niemeyer - mon museu de arte da ufpr - musa galeria interartividade pátio batel centro cultural miguel de cervantes ryō lounge

43 35 22

estações-tubo 9

terminal cabral

19

terminal portão

10

bom jesus

20

hospital cajuru

11

constantino marochi

21

rodoviária

12

passeio público

22

terminal campo comprido

13

eufrásio correia

23

rui barbosa

14

praça oswaldo cruz

24

paiol

15

bento viana

25

guadalupe

16

petit carneiro

26

museu oscar niemeyer

17

sebastião paraná

27

comendador fontana

18

morretes

palestras & mesas redondas 28

centro de letras do paraná

eventos especiais 29 30 31

24

centro paranaense feminino de cultura livraria arte&letra solar do rosário

48


9

4

26

10

contação de histórias livrarias curitiba

11

27

53

38

12

31 46

49

28

1

52

32

shopping palladium

33

jardim das américas

34

rua das flores

35

park shopping barigüi

36

shopping curitiba

37

shopping são josé

38

shopping mueller

39

shopping estação

40

centro cultural miguel de cervantes

5

34 25

7 30

40

33 20

29

21 23

50

3

8 6

39 41 44 36

2

13

14

45 15

24

homenagens 46 47 48

16

centro de letras do paraná escola estadual emiliano perneta escola municipal pilarzinho

oficinas de poesia lançamentos de livros e noite de autógrafos livrarias curitiba

17

18 19 32 37 42

49

41

shopping estação

42

shopping palladium

43

park shopping barigüi

44

shopping curitiba

45

livraria da vila pátio batel

biblioteca pública do paraná

festival de cinema 50 51 52 53

espaço itaú de cinema cine guarani sesc paço da liberdade cinemateca de curitiba

51 25


1 49

3

biblioteca pública do paraná

2

livraria da vila pátio batel

rua cândido lopes, 133 - centro

avenida do batel, 1868 - batel

segunda a sexta-feira, das 8h30 às

segunda a sábado, das 10h às 22h

20h e aos sábados das 8h30 às 13h.

e aos domingos das 14h às 20h.

livraria cultura shopping curitiba

4

museu oscar niemeyer - mon

rua brigadeiro franco, 2300 - centro

r. mal. hermes, 999 - centro cívico

segunda a sábado, das 10h às 22h

terça a domingo, das 10h às 18h

e aos domingos das 14h às 20h.

5

26

museu de arte da ufpr - musa

6

galeria interartividade pátio batel

rua xv de novembro, 695 - centro

avenida do batel, 1868 - batel

segunda a sexta-feira, das 9h às

segunda a sábado, das 10h às 22h

18h e aos sábados das 9h às 13h.

e aos sábados das 14h às 20h.


7

centro cultural miguel de cervantes

8

ryō lounge

praça da espanha, s/n - centro

alameda dom pedro ii, 614 - batel

segunda a sexta-feira, das 8h30 às

terça a quinta, das 18h30 às

20h e aos sábados das 8h30 às 13h.

23h, sexta das 18h30 às 00h e aos sábados das 19h às 00h.

28 46

30

centro de letras do paraná

29

centro paranaense feminino de cultura

r. prof. fernando moreira, 370 - mercês

r. visc. do rio branco, 1717 - centro

segunda a sexta, das 14h às 18h

segunda a sexta-feira, das 9h às 18h

livraria arte&letra

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solar do rosário

alameda dom pedro ii, 44 - batel

rua duque de caxias, 4 - são francisco

segunda a sábado das 9h às 20h.

segunda a quinta, das 9h às 19h45, sexta das 9h às 18h, sábados das 9h às 13h. e domingos das 10h às 14h30.

27


47 48

escola estadual emiliano perneta escola municipal pilarzinho r. jorn. geraldo russe, 275 - pilarzinho

50

espaço itaú de cinema

51

cine guarani

shopping crystal - r. comendador

av. república argentina, 3430 - portão.

araújo, 731 - batel. segunda a

terça a domingo das 10h às 20hh

domingo das 13h às 22hh

52

28

sesc paço da liberdade

53

cinemateca de curitiba

praça generoso marques, 189 - centro

rua presidente carlos cavalcanti, 1174 - são

segunda a sexta das 10h às 21h, sábados

francisco. terça a sexta das 9h às 22h30 e

das 10h às 18h e domingos das 11h às 17.

sábados e domingos das 14h30 às 22h30


29


mesas literĂĄrias rogĂŠrio pereira curador

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A Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016 levou a diversos espaços de Curitiba grandes nomes da literatura brasileira e paranaense para um debate contínuo com o público, de novembro de 2016 a fevereiro de 2017. Com curadoria de Rogério Pereira, a proposta foi se colocar no centro de um importante momento para a cultura brasileira. É inegável que a literatura brasileira vive um momento de efervescência, de entusiasmo. O que a literatura nos oferece diante de tantos atrativos visuais e interligados? É preciso colocar a literatura no centro do fortalecimento da cidadania, além de buscar a formação de cada vez mais novos leitores. Assim, a Bienal de Curitiba se dispôs como motor para discutir estas questões inquietantes em múltiplos centros culturais e cotidianos de Curitiba, trazendo o que a literatura possui de melhor e o que ela é capaz de proporcionar. Partindo de um breve histórico, a Bienal de Curitiba nasceu em 1993 e a partir de 2007 promoveu a literatura como um dos seus focos de sua programação e divulgação. Na edição e 2013 foi realizado o projeto “A Literatura e a Cidade” que obteve grande interesse do público participante. O projeto contemplou também a leitura de textos em ônibus biarticulados e a publicação da antologia Fantasma Civil, com textos sobre Curitiba escritos por 42 autores. A publicação foi disponibilizada nas Tubotecas e distribuída em bibliotecas de cidades do Paraná. Então, em 2016 a Bienal decidiu fortalecer esse cenário e colocar a literatura como o foco principal do evento, propondo que todas as atenções se voltassem para a arte literária. Sem deixar de lado as artes visuais e o cinema, a literatura invadiu os dois campos na Bienal 2016 e foi homenageada sob louros numa programação para além dos livros. Assim, atingiu novos públicos, ajudou a formar leitores, e atraiu mais e mais pessoas para os espaços em que esteve presente. Apresentou a literatura como arte, estética, exposição, interferência urbana, movimento social, cultura, audiovisual e, em sua mais bruta forma, a palavra. Tudo ambientado numa programação completa e pensada especificamente para o contexto curitibano e em formas de valorizar a cultura local.

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biblioteca pública do paraná

milton hatoum e cristovão tezza o romance eterno mediador: christian schwartz

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O hábito de ler romance sobrevive com extrema força, apesar das sempre pessimistas previsões em torno do seu fim. O romance continua sendo o gênero literário com maior apelo de público — o que se reflete numa aposta das editoras nos romancistas, sejam consagrados, sejam jovens. Em geral, os prêmios literários também valorizam mais os romances. Por que o romance mantém esta vitalidade?


A primeira mesa literária organizada pela Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016 foi realizada na terça-feira, dia 08 de novembro de 2016. Na Mesa O Romance Eterno o auditório da Biblioteca Pública do Paraná, repleto de leitores de todas as idades, recebeu os escritores Cristovão Tezza e Milton Hatoum. Mediados pelo jornalista e tradutor Christian Schwartz, os autores debateram os motivos que tornam o romance o gênero literário com maior apelo de público, que quais as razões que mantém a sua vitalidade no gosto popular. A conversa teve início com uma breve recapitulação da literatura em nosso país, e o fenômeno da “diáspora de escritores” que, segundo Tezza, fez com que grandes cronistas, jornalistas e colunistas migrassem de grandes jornais para as universidades entre os anos 70 e 90. Falou-se também da geração de professores-escritores e as consequências na produção literária da época, que ficou encapsulada. Ainda, falou-se sobre a influência da onda teórico-francesa no fortalecimento da poesia como o gênero mais produzido no período. Milton Hatoum contou como começou a escrever romances. Disse que era na verdade um poeta frustrado, pois, no início de sua carreira, estudou e produziu poesia, mas chegou à conclusão de que se saía melhor escrevendo contos. Quando terminou um conto de quarenta páginas, transformou-o em seu primeiro romance. Para o autor, escrever um romance demanda tempo e paciência, tanto para desenvolver seu tema quanto seus personagens. No debate, que durou cerca de 60 minutos, os escritores responderam a perguntas da plateia sobre suas obras e discutiram ainda temas variados, como a relevância da ambiguidade nas obras literárias, a presença de traços autobiográficos em seus livros, a importância das figuras femininas em seus trabalhos e o processo de construção de personagens. Antes do encerramento do evento, Cristovão Tezza e Miltom Hatoum contaram ao público sobre seus primeiros contatos com a literatura e sobre a dificuldade de aproximação da juventude com a literatura em geral, ocasionada principalmente pelo restrito incentivo à cultura e à presença massiva da tecnologia.

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A segunda Mesa Literária da série, intitulada A Resistência Diária aconteceu na quinta-feira, 10 de novembro, no auditório da Livraria da Vila no Pátio Batel, em Curitiba. Mediada pelo jornalista Luiz Rebinski, contou com a participação dos jornalistas e escritores premiados Bernardo Kucinski e José Castello, que debateram, entre outros assuntos, sobre a importância da literatura no cotidiano. O debate teve início com as respostas dos escritores sobre como a literatura pode ajudar as pessoas enfrentarem o cotidiano e seus desafios. José Castello afirmou que a literatura é uma via de mão dupla, no sentido em que não somente quem escreve, mas também quem lê, está resistindo ao cotidiano e suas variadas dificuldades através da literatura. Citando sua experiência pessoal, Castello contou que somente através da literatura conseguiu superar seus problemas de relacionamento com a família e consigo mesmo. Mais adiante, Luiz Rebinski questionou os escritores sobre dificuldade da aproximação da literatura com o público jovem, e por quais motivos esse distanciamento tem sido cada vez mais comum. José Castello afirmou que as pessoas estão viciadas em dois tipos de literatura: a da internet, que é fragmentada, veloz e multifacetada, e a literatura religiosa, cada vez mais fundamentalista e dogmática. Esse vício, segundo Castello, limita cada vez mais o interesse do público por diferentes autores e estilos literários. Logo em seguida, os escritores discutiram sobre as tendências temáticas no mercado literário, fenômenos que muitas vezes trazem milhares de adolescentes às livrarias. Para Bernardo Kucinski, existe uma dominação do mercado internacional de entretenimento no cenário literário brasileiro, em que as obras oferecidas em abundância para o consumo são traduções apressadas de livros que, na maioria das vezes, seguem tendências ditadas pelo cinema ou pela internet, e que raramente incentivam o senso crítico no leitor. Ao longo do debate, os autores discutiram sobre temas diversos referentes à literatura e suas carreiras, como a tendência da autoficção, a influência de Franz Kafka em algumas de suas obras, além de indicarem autores de poetas brasileiros contemporâneos para a leitura e debaterem maneiras de aproximar a literatura brasileira dos jovens, através de disciplinas mais convidativas e dinâmicas nas escolas. Por fim, os escritores revelaram o que deveria e o que não deveria interessar o escritor no momento de elaboração de um livro: a aceitação do público, os desejos individuais de abordar determinados assuntos, as determinações editoriais, entre outros motivos.

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livraria da vila pátio batel

Para muitas pessoas, a leitura de ficção é imprescindível ao longo da vida. É encarada como um ato de resistência diante de barbáries e violências que nos cercam. Mas que tipo de transformação social a literatura é capaz de empreender num país como o Brasil? De que maneira se dá a interferência da ficção no dia a dia das pessoas, no cotidiano social?

b. kucinski e josé castello a resistência diária mediador: luiz rebinski

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livraria cultura shopping curitiba

bernardo carvalho e caetano w. galindo desafios incertos mediador: omar godoy

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Vários clichês rondam a literatura: o autor não se preocupa com o leitor ao escrever, escreve o que gostaria de ler, nunca escreve o desejado, mas apenas o possível, entre tantos outros. Afinal, qual é o real motivo que leva à produção de um texto ficcional? O que o autor busca ao se colocar o desafio de gastar dias, meses, anos de sua vida em algo tão incerto e que, algumas vezes, tem a lata do lixo como destino?


A terceira Mesa Literária, Desafios Incertos, foi realizada na terça-feira, dia 22 de novembro, no auditório da Livraria Cultura do Shopping Curitiba. Com a mediação do jornalista Omar Godoy, a Mesa contou com a participação dos escritores e jornalistas Bernardo Carvalho e Caetano W. Galindo. Os temas abordados no evento, que durou aproximadamente uma hora e vinte minutos, circundaram os vários clichês que rondam a literatura e a produção de obras de ficção. No início do evento, Bernardo Carvalho respondeu algumas perguntas sobre os motivos que o levam a escrever obras de ficção e falou um pouco sobre a frequência com que escreve. Depois, Caetano Galindo respondeu algumas perguntas sobre seu processo de escrita e criação, e contou como ingressou no mundo da produção literária. Na sequência, os escritores debateram sobre diversos aspectos da produção literária atual. Os temas variaram entre a consideração do leitor como entidade determinante de conteúdo ao se escrever uma obra, o crescimento cada vez maior da prioridade das editoras em vender, não se importando necessariamente com a qualidade das obras, o peso das reações externas no processo criativo e a expansão da literatura comercial. Ao final do evento, Bernardo Carvalho e Caetano Galindo responderam às perguntas enviadas pela plateia, que abordaram temas como a motivação que leva à participação de mesas literárias, a relação com editores e grandes grupos editoriais e a aceitação de críticas e sugestões nos seus trabalhos.

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A quarta e última Mesa Literária da nossa programação foi realizada na quinta-feira, dia 01 de dezembro, no auditório da Livraria Cultura do Shopping Curitiba. Com a mediação do jornalista Yuri Al’Hanati, a Mesa contou com a participação dos escritores Luís Henrique Pellanda e Xico Sá, que debateram, entre outros temas, sobre os desafios da crônica e sobre como descrever o cotidiano sob novas perspectivas. O debate, que durou cerca de uma hora e dez minutos, iniciou com perguntas mais gerais sobre a história da crônica enquanto gênero literário, seu papel no cenário cultural e literário brasileiro e sobre sua inserção em jornais e revistas. Segundo Pellanda, os cronistas são escritores que tem a obrigação de agradar, ou ao menos, sensibilizar seus leitores, pois a publicação e a leitura de crônicas funcionam como uma espécie de diálogo, em que ambas as partes devem interagir. Xico Sá afirmou que, atualmente, os cronistas são os escritores mais lidos no Brasil, e que todo grande escritor brasileiro já trabalhou como cronista antes de se lançar aos demais gêneros literários. Ao longo da discussão, os autores debateram sobre diversos temas, como suas primeiras experiências como cronistas, qual o caminho que percorreram para chegar ao estilo com o qual escrevem hoje, o equilíbrio entre os elementos ficcionais e não-ficcionais na elaboração de histórias e a necessidade de constante atualização do conteúdo das crônicas, de modo que dialoguem com o cotidiano em que estão inseridas. Depois, Yuri Al’Hanati fez algumas perguntas comparando o estilo de escrita dos dois escritores, afirmando que os textos de Luís Henrique Pellanda são elaborados a partir de um ponto de vista mais distanciado, enquanto as crônicas de Xico Sá partem de um ponto de vista mais subjetivo, sentimental. Logo em seguida, os escritores contaram de onde partem para escrever suas crônicas, de onde surge a inspiração para escrever e como eles enxergam a globalização e o rápido compartilhamento dos textos escritos por eles. Por fim, os escritores responderam às perguntas da plateia, que abordaram temas sobre as referências utilizadas em suas crônicas, sobre os livros que mais gostam de ler, sobre os livros que mais gostaram de escrever e sobre a relação entre a leitura e a escrita.

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livraria cultura shopping curitiba

O cronista é alguém capaz de olhar para o entorno e enxergar muito além. Percebe as mínimas nuances que rondam as pequenas coisas cotidianas e as amplia com a poderosa lupa da escrita. É possível afirmar que a crônica como a conhecemos é uma criação brasileira a partir de nomes como Rubem Braga, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino, Nelson Rodrigues e Otto Lara Resende. Como transformar o mínimo em arte? De que maneira se apoderar do mundo em torno e entregá-lo ao leitor de uma maneira singular, única?

xico sá e luís henrique pellanda apanhadores de cotidiano mediador: yuri al’hanati

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mesa literĂĄria com xico sĂĄ e luĂ­s h. pellanda. foto: guilherme nascimento.

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mesa literĂĄria com b. kucinski e josĂŠ castello. foto: guilherme nascimento.

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exposições

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O Circuito de Arte Contemporânea, organizado por meio das Exposições, é realizado a favor da programação literária que cerceia a Bienal 2016. O circuito foi pensado e planejado a partir da literatura explorada nas demais programações do evento, em um diálogo consistente e multifacetado. Tratar a temática literária em exposições, para além das artes plásticas, fortalece a proposta central da Bienal e traz à tona múltiplas questões sobre literatura.

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arnaldo antunes yo soy you curadoria de leonor amarante museu oscar niemeyer

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Uma letra para cada quadrado de vidro.

“FALTAR ATÉ FARTAR ATÉ FALTAR ATÉ FARTAR...” Três frases de tipos de letras e cores diferentes, em círculos/ retângulos concêntricos.

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Um poema que dependesse do movimento físico dos transeuntes, caminhando ao redor, para poder ser lido.

“YO SOY YOU SOY YO SOY YOU...”

yo soy you 2009/2016 vinil adesivo aplicado sobre vidro. dimensões variáveis. foto: rodrigo cardoso.

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Porta de entrada museu

Jardim / ParcĂŁo

arnaldo antunes. yo soy you, 2009/2016. vinil adesivo aplicado sobre vidro. dimensĂľes variĂĄveis.

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Os y (que, de ponta-cabeça se assemelham ao ideograma chinês para “homem”, “ser humano”), quando se encontram na frase, unem-se no mesmo vidro, espelhados, como nas cartas de baralho. Falar sobre limites, apontando o infinito.

“INICIA ONDE termina.”

auditório 49


arnaldo antunes. yo soy you, 2009/2016. vinil adesivo aplicado sobre vidro. dimensões variáveis. foto: rodrigo cardoso.

A intervenção Yo Soy You, do músico, poeta, artista e escritor, Arnaldo Antunes objetiva propor ao público uma reflexão sobre o diálogo entre artes visuais e literatura. A instalação é apresentada no Museu Oscar Niemeyer, em frente ao acesso do auditório Poty Lazzarotto, no térreo do museu.

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arnaldo antunes. yo soy you, 2009/2016. vinil adesivo aplicado sobre vidro. dimensĂľes variĂĄveis. foto: rodrigo cardoso.

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arnaldo antunes. yo soy you, 2009/2016. vinil adesivo aplicado sobre vidro. dimensĂľes variĂĄveis. foto: rodrigo cardoso.

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Esta instalação também faz parte do início das ações comemorativas relativas aos 30 anos da Bienal de Curitiba, que consiste em reapresentar anualmente uma obra de um artista que já tenha participado da Bienal em edições anteriores. Arnaldo Antunes foi o artista escolhido para iniciar as comemorações, por meio da apresentação da obra Yo Soy You, que fez parte das ações realizadas na Praça Tiradentes, no centro de Curitiba, dentro da programação de Interferências Urbanas, Performances e Instalações na edição 2009 da Bienal de Curitiba, com o título Água Grande: os mapas alterados, sob curadoria de Leonor Amarante.

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alberto puppi [Antilira] Uma intervenção poético-visual curadoria de Ronaldo de Oliveira Corrêa musa - museu de arte da ufpr

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Apresentação Paulo Reis A poesia experimental brasileira construiu-se historicamente no debate estético estabelecido nas movimentações do concretismo, poema-processo, neoconcretismo, vertentes da arte pop, conceitualismos, arte postal e nas questões trazidas pela arte contemporânea. Envolvendo-se na complexa dinâmica cultural nacional, a poesia experimental funda-se, entre outros, na pluralidade de linguagens, na percepção sintética do haiku, na expansão de novos circuitos de circulação, no comprometimento crítico em diferentes momentos sociais e ao corporificar-se na performance e no canto. Alberto Puppi tem uma extensa trajetória de experimentação poética. Em 1978 publicou o livro Demão amão, em 1979 Riah: um choro feliz, em 1980 Os primeiros dias de paupéria, em 1982 participou da coletânea Poesia Jovem - Anos 70 e alguns de seus trabalhos foram publicados no saudoso jornal Nicolau. Foi um dos precursores da poesia eletrônica e da transmissão digital de dados e trabalhou junto a alguns dos artistas mais atuantes dos anos 1980 e 1990. E em 2016 lançou o livro Antilira. Aproximando-se de um sujeito lírico surgido nos anos 1980, início do processo de redemocratização no país, a poética de Puppi é atravessada por uma fina ironia e permeada por discursos amorosos. Sua poesia, como de resto toda a poesia, nos faz participantes de singulares saberes e olhares sobre nossa permanente insistência em estar no mundo.

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[antilira] 2016 impressão sobre papelão. seis totens triedro 40x180cm.

[Antilira] Uma intervenção poético-visual Ken Fonseca e Ronaldo Corrêa organizadores Inventar uma ação no Museu de Arte da UFPR para apresentar os fragmentos poético-visuais de Alberto Puppi, converteu-se num ato necessário! Ato que pretende justapor a homenagem e a arqueologia – tão pós-moderna – do trabalho semiótico de inscrição dos códigospalavras em formas significantes que nos tocam o visual extrapolando o visível. Homenagem ao poeta que de sua cabeça vermelha constrói meticulosamente rotas, percursos e sentidos. Arqueologia dos rastros que nos permite reconstruir no mínimo fragmentopalavra as histórias que atravessam a enunciação verbo-visual do desejo no fim do século XX e início do XXI. Inventar uma ação no Museu de Arte da UFPR para apresentar o gesto enunciativo poético-visual de Alberto Puppi converteu-se num ato necessário de ir ao encontro do cosmos!

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[antilira] uma intervenção poético-visual. 2016. impressão sobre papelão.seis totens triedro 40x180cm. foto: elizete cogo.

num rabisco. 2016. impressão sobre papelão. totens triedro 40x180cm. foto: lucas garcia.

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qüinqüe digitado. 2016. impressão sobre papelão.

que ocorra. 2016. impressão sobre papelão.

totens triedro 40x180cm. foto: elizete cogo.

totens triedro 40x180cm. foto: elizete cogo.


aromas. 2016. impressĂŁo sobre papelĂŁo. totens triedro 40x180cm. foto: elizete cogo.

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design: eduardo zmievski. foto: ken fonseca.

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auto-retrato antilira. 2016. design: eduardo zmievski.

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guita soifer e alex fleming poĂŠticas literĂĄrias curadoria de tom lisboa galeria interartividade pĂĄtio batel

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Apresentação tom lisboa O escritor argentino Julio Cortázar tinha plena consciência das limitações impostas pela linguagem: “Não há palavras para uma matéria entre palavra e visão pura, como um bloco de evidência”. O único problema é que as palavras existem. São convenções regidas por regras para restringir nossa experiência ao que se pode ser verbalizado. Ironicamente, me utilizo de palavras neste texto na expectativa de contradizê-las. No entanto, é o próprio Cortázar que me estimula em ir adiante. Lembro que ele propõe em A Teoria do Túnel um projeto libertador para a literatura: o de destruir para construir. Se a linguagem é entendida como uma prisão, cavar túneis seriam passagens que nos transportariam para o exercício de novas possibilidades literárias. A curadoria organizada para a Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016, apresenta na galeria interARTividade, do Pátio Batel, uma espécie de experiência imersiva. Envolvidas por uma trilha sonora onde o público é capaz de sentir a estrutura de um poema mesmo que não se compreenda alemão, inglês, espanhol ou sueco, as póeticas de Alex Flemming e Guita Soifer renovam nossa relação com a arte de escrever.

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arte na linha 2016 videoarte. 6’34”.

Desde 1998, os personagens criados por Flemming habitam a estação de metrô Sumaré, em São Paulo. Eles interagem tanto com a paisagem urbana quanto com os mais de 10.000 transeuntes diários desta plataforma. Ao todo, são 22 retratos em preto e branco, nos quais o artista imprimiu poemas de diversos autores (Haroldo de Campos, Cecília Meireles, Vinícius de Moraes, para citar alguns) de modo nada convencional. As letras parecem dançar sobre as fotografias, as palavras ganharam texturas plásticas e cores vibrantes e, por fim, o texto é uma espécie de jogo, onde o sentido de cada verso só será conhecido se o espectador abandonar seu modo tradicional de leitura e experimentar ler em todas as direções possíveis. Liberdade combina com poesia.

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sem título 2016 videoarte. 2’56”; 2’02”; 2’00”.

Já os livros de Soifer são cadernos de anotações, edições únicas que a artista pode fazer, desfazer e refazer cada página de acordo com seu desejo. Sinestésicas, estas publicações não estabelecem hierarquia entre a palavra, a imagem e outras sensações tais como o tato e o olfato. No caso da obra que faz menção ao Holocausto, por exemplo, as bordas das páginas foram queimadas. As cinzas que permaneceram impregnam nosso nariz e deixam um cheiro remanescente em nossas mãos após o manuseio. Manuseio que tem que ser o mais delicado possível, assim como também é o conteúdo desta história. Cada livro de Soifer nos apresenta temas complexos que beiram o indizível. São livros de impossibilidades que poetizam o que poderia ser inexplicável apenas com palavras.

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arte na linha 1998 serigrafia. 175x125cm.

sem título 2016 videoarte. 2’56”; 2’02”; 2’00”.

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rony bellinho fiĂŠis amigos curadoria de carolina loch centro cultural miguel de cervantes

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Apresentação carolina loch Quando vista por meio da arte, é quase impossível não dizer que a vida é poética. As interpretações singulares que cada indivíduo tem ao se deparar com qualquer tipo de arte visual nada mais é do que uma poesia inconsciente e bela. No mundo, as imagens vieram por primeiro. Mas, com a palavra, elas foram batizadas com uma função que duraria para sempre, consolidando seu valor e poder. Assim, não há como negar que imagem e palavra caminham juntas há um bom tempo. Porém, existem momentos em que é preciso contemplá-las separadamente para dar espaço a reflexões mais profundas não é o caso dessa exposição de Rony Bellinho. Fiéis Amigos conta com obras em que a palavra é colocada no mesmo peso em que as figuras nos incentivando a pensar que juntas, a literatura e as artes plásticas podem nos levar mais longe do que achamos ser possível, levando-nos a mais caminhos do que quando estão isoladas. A exposição não só é uma homenagem de Bellinho ao artista curitibano Raul Cruz, por meio da técnica utilizada pelo artista, como nos mostra que a fidelidade entre palavra e imagem pode ser uma das mais belas amizades.

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fiĂŠis amigos 2016 tĂŠcnica mista sobre papel. 29,5x21cm. foto: rodrigo cardoso.

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fiĂŠis amigos i 2016 tĂŠcnica mista sobre papel. 29,5x21cm.

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fiĂŠis amigos ii 2016 tĂŠcnica mista sobre papel. 29,5x21cm.

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arcos e vogais 2016 nanquim e acrĂ­lica sobre papel. 21x15cm.

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arcos e vogais 2016 nanquim e acrílica sobre papel. 21x15cm.

As obras da série Arcos e Vogais de Rony Bellinho, que foram expostas na Bienal Internacional de Assunção, no Paraguai em 2015 foram inspiração para a exposição Fiéis Amigos, por conta dos elementos tipográficos utilizados.

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almandrade gravuras curadoria de lincoln reis ryĹ? lounge

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Apresentação lincoln reis Almandrade é um dos artistas expoentes da poesia visual do país. O artista plástico, que também é poeta e arquiteto, mestre em desenho urbano e professor, atua desde a década de 70 na produção de trabalhos sob uma perspectiva estética minimalista e conceitual com uma criação diversa, tanto em suportes quanto linguagens. Suas obras estão expostas no espaço RYŌ Lounge, com curadoria de Lincoln Reis, da empresa Gravuras no Brasil, dentro da exposição Experimentação e visibilidade na poesia. Nesta seleção, há gravuras originais em serigrafia, em que a apresentação do trabalho do artista é visível, bem como os princípios e critérios que direcionam sua criação ao longo do tempo. Através do pictórico e do linguístico, de formas e geometrias, os apontamentos de sua investigação para uma epistemologia construtivista e da arte conceitual, com a forma atuando como informação, arquitetura dos signos e o poder da experimentação na estética deste expoente da arte visual brasileira são exibidas.

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sem tĂ­tulo 1976/2012. serigrafia sobre papel. 25x18cm.

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sem tĂ­tulo 1974/2016. serigrafia sobre papel. 25x18cm.

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sem tĂ­tulo 1976/2016. serigrafia sobre papel. 18x25cm.

sem tĂ­tulo 1976/2016. serigrafia sobre papel. 18x25cm.

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sem tĂ­tulo 1975/2016. serigrafia sobre papel. 25x18cm.

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sem tĂ­tulo 1976/2016. serigrafia sobre papel. 18x25.

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literatura nas estaçþes-tubo

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A exposição de trechos literários dos autores convidados plotados em estações-tubo (que são marca registrada da cidade) estão estrategicamente localizadas. A proposta é fazer com que a literatura atinja uma gama gigante de pessoas, já que as estações-tubo estão espalhadas pela cidade e resguardam milhares de passageiros ao longo do dia, leitores ou não, funcionando de segunda a segunda. Outra particularidade das estações-tubo é que abrigam a Tuboteca, um projeto de biblioteca comunitária, onde as pessoas podem pegar, trocar e substituir livros durante seus trajetos de ônibus, gratuitamente.

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“Contar é uma forma de se duplicar.” Bernardo Carvalho terminal cabral

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foto: rodrigo cardoso.

“Ninguém se liberta só com palavras.” Milton Hatoum estação-tubo bom jesus

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“O não que nasce em teu corpo aguarda pelo teu grito!” Assionara Souza estação-tubo constantino marochi

foto: rodrigo cardoso.

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“Escrever é lutar contra a tirania do dogma.” José Castello estação-tubo eufrásio correia

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“Literatura é compromisso.” Luiz Ruffato estação-tubo passeio público

foto: rodrigo cardoso.

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foto: rodrigo cardoso.

“A literatura é um fantástico meio de transporte.” Cíntia Moscovich estação-tubo bento viana

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“E a voz querida. A meiga voz inesquecível.” Rachel Liberato Meyer estação-tubo petit carneiro

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“A mão de Deus é pequena para amparar tanto pecado.” Rogério Pereira estação-tubo museu oscar niemeyer

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foto: rodrigo cardoso.

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“Aquele que sonha nunca fica só.” Miguel Sanches Neto estação-tubo comendador fontana

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foto: rodrigo cardoso.

“Pra que lembrar se eu posso esquecer?” Marcio Renato dos Santos estação-tubo praça oswaldo cruz

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“E aí, aos poucos, a ida e a volta começam a ficar parecidas.” Elvira Vigna estação-tubo sebastião paraná

foto: rodrigo cardoso.

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“A literatura é uma arte visual.” Tércia Montenegro estação-tubo morretes

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“Como passarinho, pousa e passa rindo.” Alberto Puppi estação tubo rodoviária

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“Está mais do que na hora de reavaliar tudo.” B. Kucinski estação-tubo hospital cajuru

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“Veja bem; porque ninguém está olhando.” Caetano Galindo estação-tubo praça rui barbosa

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“Somos todos passarinhos presos em supermercados� Julie Fank terminal campo comprido

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“Oásis não tem endereço.” Luís Henrique Pellanda estação-tubo paiol

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“Sou um lugar onde nunca fui.” Luci Collin estação-tubo guadalupe

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foto: rodrigo cardoso.

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“É uma florzinha. É uma florzinha...” Rachel Liberato Meyer estação-tubo praça rui barbosa

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palestras & seminรกrios

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A Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016 realizou uma série de palestras e seminários, com o objetivo de promover um debate com o público a respeito da literatura, sua história e suas implicações em diversos segmentos da sociedade. Os encontros aconteceram em auditórios de livrarias em Curitiba, bem como nas sedes de diversas entidades literárias da cidade. Para debater, foram convidados escritores, pesquisadores na área da literatura, jornalistas, publicitários e personalidades envolvidas diretamente com o cenário literário brasileiro.

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vinícius de moraes música e poesia centro de letras do paraná

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Realizada no Centro de Letras do Paraná, a palestra foi musicada e contou com a presença da escritora e pesquisadora Neumar Carta Winter e dos músicos Fábio Schmidt, Edgard Winter Júnior e Alexandre Gabrir, com o tema sobre a música e a poesia de Vinicius de Morais.


O fórum As Entidades Literárias e Novas Perspectivas da Literatura Paranaense, realizado no auditório do Centro de Letras do Paraná, reuniu os representantes das principais entidades literárias paranaenses para discutir sobre os futuros caminhos da literatura no Paraná, seus desafios e perspectiva. A mesa foi composta por Maria Inês Borges da Silveira (Presidente da ACCUR), Maurício Norberto Friedrich, (Presidente da UBT Paraná), Lygia Lopes Dos Santos (Presidente da Academia Feminina de Letras do Paraná), Chloris Casagrande Justen (Presidente do Centro Paranaense Feminino de Cultura), Luiz Ernesto Meyer Pereira (Diretor Geral da Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016), Ney Azevedo (Presidente do Centro de Letras do Paraná), Lilia Souza (Presidente da Academia Paranaense da Poesia) e Andrea Motta (UBT - Seção Curitiba).

As Entidades Literárias e Novas Perspectivas da Literatura Paranaense centro de letras do paraná

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eventos especiais

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Durante a Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016, foram realizados diversos eventos e atividades voltados a aproximar a literatura do público e que possibilitaram um diálogo com a arte contemporânea. Atividades como exposições, mesas literárias e saraus foram expressivas para que a Curitiba Literária atingisse diversos públicos com uma linguagem clássica e moderna. A programação contou com a participação de personalidades de renomadas entidades literárias locais, como o Centro de Letras do Paraná, o Centro Paranaense Feminino de Cultura e a Academia Paranaense da Poesia em diferentes lugares de Curitiba.

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mostra de autores paranaenses centro paranaense feminino de cultura

A Mostra de Autores Paranaenses consistiu em uma Tarde Literária conjunta entre o Centro Paranaense Feminino de Cultura e o Centro de Letras do Paraná, entidades co-realizadoras da Curitiba Literária | Bienal de Curitiba. Sob a coordenação de Teresa Teixeira Brito, a Tarde contou com apresentações e leituras de textos de autoria dos membros das duas entidades. O evento foi realizado no auditório do Centro Paranaense Feminino de Cultura. As comentaristas da mesa foram as seguintes personalidades: Chloris Casagrande Justen, Presidente da Academia Paranaense de Letras e do Centro Paranaense Feminino de Cultura; Ney Fernando Perracini de Azevedo, Presidente do Centro de Letras do Paraná; Lygia Lopes dos Santos, Presidente da Academia Feminina de Letras do Paraná; Andrea Motta, Presidente da União Brasileira de Trovadores - Curitiba; Luiz Ernesto Meyer Pereira, Diretor Geral Curitiba Literária | Bienal de Curitiba - 2016.

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a autora neumar carta winter no auditรณrio do centro paranaense feminino de cultura.

da esquerda para a direita: andrea motta, ney fernando perracini de azevedo, chloris casagrande justen, luiz ernesto meyer pereira e lygia lopes dos santos.

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as autoras zuleima guerreiro magaldi (lendo trecho de seu livro o céu de nuvem lilás), vera buck (lendo trecho de seu livro histórias do arco-íris) e teresa teixeira de britto (lendo trecho de júlia na janela - monólogo em um ato).

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as autoras arriete rangel de abreu (lendo trecho de seu livro o ninho) e neumar carta winter (lendo trecho de seu livro estudos literรกrios).

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as autoras marian pellizer (lendo trecho de seu livro conexão) e isabel sprenger ribas (leu trecho de seu livro o poeta e a nuvem menina) e o autor paulo walbach prestes (lendo trecho de seu livro liamir santos hauer – mulher araucåria).

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o autor paulo roberto gomes (lendo trecho de seu livro tudo ĂŠ poesia) e a autora marion aranha pacheco muggiatti (lendo trecho de seu livro o alvorecer nos pinheirais).

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as autoras lygia lopes dos santos (lendo trecho de seu livro tudo é poesia), cássia cassitas (lendo trecho de seu livro tudo é poesia) e chloris casagrande justen (lendo trecho de seu livro tudo é poesia).

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as autoras eliane martins, janske niemann schlenker (lendo trecho de seu livro apimentadas) e cĂŠres de ferrante (in memorian, teve sua poesia companheiras lida pela autora vera buck).

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sarau de poesia livraria arte&letra

Organizado pelos membros da Academia Paranaense da Poesia, o Sarau de Poesia foi realizado na Livraria Arte&Letra e contou com declamação de poesias de autoria de acadêmicos, convidados e diversos outros autores por parte dos membros da Academia Paranaense da Poesia. Participaram do evento a poeta e contista Lilia Souza, presidente da Academia Paranaense da Poesia; a presidente da União Brasileira de Trovadores (UBT)/Seção Curitiba e coordenadora do núcleo de Curitiba do Proyecto Cultural Sur/Brasil, Andréa Motta Paredes; o professor Arioswaldo Trancoso Cruz, premiado em vários concursos literários e membro do Centro de Letras do Paraná, da Academia de Letras José de Alencar e da Academia Paranaense da Poesia; a poetisa Maria Madalena Ferrante Pizzatto, membro efetivo do Centro de Letras do Paraná, da UBT/Seção Curitiba e acadêmica titular da Academia Paranaense da Poesia; Lygia Lopes dos Santos, filha dos escritores Dario Nogueira dos Santos e Pompília Lopes dos Santos, presidente da Academia Feminina de Letras do Paraná; o professor e escritor Ney Fernando Azevedo Perracini, expresidente da Regional Paraná da Associação Brasileira de Engenheiros Escritores (ABRAEE) e atual presidente do Centro de Letras do Paraná; o poeta Nei Garcez, que ocupa a Cadeira poética número 11 da Academia Paranaense da Poesia e faz parte da União Brasileira de Trovadores, Seção de Curitiba; a professora Maria da Graça Stinglin de Araujo, ex-presidente da UBT/Seção Curitiba; Manoel Anísio Moscalewski, membro honorário do Centro de Letras do Paraná e da Academia Paranaense da Poesia; a escritora Eliane Martins Q. Justi, acadêmica titular da Academia Paranaense da Poesia, autora de quatro livros publicados; Laura Monte Serrat, que faz parte do Grupo Escritibas de Rua, do Grupo Marianas e é associada ao Centro de Letras do Paraná; a grã-mestra da honorífica e nobiliárquica Soberana Ordem do Sapo de Curitiba – Brasil e vice-presidente da Academia de Letras do Brasil, Vânia França de Souza Ennes; o diletande e declamador catarinense Celso Ferreira; Thais Amorim, ecritora e ex-diretora do projeto BLEND, além de membro efetivo do Centro de Letras do Paraná; o presidente da Sociedade de Médicos Escritores (PR) e acadêmico titular da Academia Paranaense da Poesia e da Academia Paranaense de Medicina, Sérgio Pitaki; a escritora e amante da literatura portuguesa Jaqueline Doring Rodrigues; a escritora Ana Lúcia Campos Faccioni; a cantora Manoela Cologneni, associada efetiva do Centro de Letras do Paraná e membro da UBT/ Seção Curitiba; a professora e escritora Osires Haddad, participante da UBT/Seção Curitiba e do Centro Paranaense Feminino de Cultura; Nair Rodrigues Carvalho, frequentadora da Oficina Permanente de Poesia e membro efetivo do Centro de Letras do Paraná; o advogado, médico e poeta Maurício Norberto Friederich, presidente da UBT (Estadual do Paraná); a consultora de etiqueta Josett Teixeira, membro a Academia de Cultura de Curitiba (ACCUR) e Luiz Ernesto Meyer Pereira, diretor geral da Curitiba Literária | Bienal de Curitiba – 2016 e membro efetivo do Centro de Letras do Paraná.

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sarau de poesia em sala da livraria arte&letra.

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clube do livro solar do rosário

Organizado pelo Solar do Rosário, o Clube do Livro tem como objetivo aproximar o público de grandes autores da literatura mundial através da leitura de um título específico, seguido de um pequeno debate sobre a obra selecionada para a reunião e seu autor. Na edição de novembro do Clube do Livro, a obra escolhida foi A morte de Ivan Ilytch, de Tolstói.

clube do livro na livraria solar do rosário.

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contação de histórias

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A aproximação da literatura com o público deve começar desde cedo para incentivar a criação de uma nova geração de leitores, cada vez mais interessados pela leitura. Com esse objetivo, foram realizadas durante a Curitiba Literária diversas sessões de contação de histórias para crianças, todas elas com entrada gratuita. A cada sessão, obras selecionadas foram lidas por profissionais na área de literatura infantil para o público infantil. As contações de história ocorreram em diversas unidades das Livrarias Curitiba e no Centro Cultural Miguel de Cervantes, sempre aos sábados.

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cuéntame un cuento. contação de histórias em língua espanhola. foto: juliana baum.

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leitura na praรงa. foto: marina ramos.

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lanรงamentos de livros e noite de autรณgrafos

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Durante a Curitiba Literária, foram realizados diversos eventos de lançamentos de livros, de variados assuntos, autores e editoras. As obras lançadas eram voltadas a vários segmentos do público, do infantil ao corporativo, o que acarretou no envolvimento centenas de pessoas em cada um desses eventos. Os lançamentos aconteceram nas principais livrarias da cidade, como as Livrarias Curitiba, Livraria Cultura e Livraria da Vila.

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xico sรก ao lado de mharia teresa de arruda em noite de autรณgrafo. foto: guilherme nascimento.

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bernardo carvalho autografa seu livro. foto: guilherme nascimento.

cristovĂŁo tezza autografa seu livro. foto: guilherme nascimento.

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oficinas de poesia

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Ao longo do mês de novembro, a Biblioteca Pública do Paraná recebeu Oficinas de poesia que circundaram a programação da Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016. Foram momentos de aprendizado, troca de saberes e literatura, centrados no polo curitibano de leitura e sapiência. As Oficinas de Poesia Paulo Setúbal, com a poetisa Graziela de Lamartine; Tribuna Livre e A polonesa Wislawa Szymborska, com o poeta Sérgio Pitaki; contaram com uma aula sobre poesia seguida por declamação de poemas dos participantes. O projeto foi respaldado pela Academia Paranaense de Poesia, que em parceria com a Biblioteca Pública do Paraná, realiza o Voluntariado da Poesia há muitos anos.

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oficina de poesia na biblioteca pública do paraná.

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participantes de palestra da oficina de poesia.

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HOMENAGENS

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Além de fornecer espaço para novos autores exporem seus trabalhos, a Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016 reservou em sua programação espaço para homenagens a grandes autores brasileiros. A começar por Paulo Leminski, cuja vida e obra marcaram a história da literatura local e mundial. Houve uma agenda dedicada a seu trabalho durante o evento, levando grande público a conhecer melhor as facetas do curitibano. A programação de homenagens se estendeu a Emiliano Perneta, sóciofundador do Centro de Letras do Paraná e importante autor brasileiro; e a escritora Cecilia Meireles, através de ações que exaltaram sua trajetória. A Curitiba Literária ainda homenageou autores de entidades e instituições paranaenses, cujos trabalhos são essenciais para a produção cultural do estado atualmente.

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paulo leminski

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O autor homenageado da Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016 é o importante escritor, professor, crítico, poeta e tradutor brasileiro, Paulo Leminski. Nascido em Curitiba, Leminski viveu entre 1944 e 1989. Deixou uma vasta obra de poesias, prosas, livros, composições e produções musicais e é conhecido nacional e internacionalmente por seu trabalho. Foi casado com Neivar Maria de Souza e, posteriormente, com Alice Ruiz, com


tour guiado de van pela cidade de curitiba. foto: mariana bernal.

quem teve três filhos – Miguel (in memorian), Aurea e Estrela. Dono de diversos apelidos, como “o bandido que sabia latim”, Leminski é classificado ora como poeta de vanguarda, ora como poeta marginal. Independente da nomenclatura, seu legado se faz presente na literatura por um estilo único: são geralmente curtos, brincam com trocadilhos, haicais, verbetes populares e sentimentos, mas sem perder a profundidade jamais. As homenagens realizadas durante a programação incluíram um tour guiado de van pela cidade de Curitiba, que visitou alguns dos locais que marcaram a trajetória de Leminski pela cidade; leitura de suas obras em espaços públicos da cidade e uma palestra de sua filha, Aurea Leminski, sobre a vida e obra do autor.

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participantes da homenagem visitam a maternidade victor ferreira do amaral, onde nasceu paulo leminski. foto: mariana bernal

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tour guiado de van no passeio pĂşblico. foto: mariana bernal.

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crianças participam de leitura de poesias de paulo leminski na biblioteca pública do paranå. fotos: mariana bernal.

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รกurea leminski durante palestra sobre vida e obra de seu pai, o poeta paulo leminski.

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homenagem a emiliano perneta no auditório do centro de letras do paraná.

emiliano perneta

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Um dos escritores homenageados durante a Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016 foi Emiliano Perneta, que além de grande poeta, foi sócio fundador do Centro de Letras do Paraná, entidade co-realizadora da Curitiba Literária. Uma das homenagens ao autor foi a palestra A alma imortal de Emiliano Perneta, ministrada por Vânica Maria Souza Ennes, acompanhada pelo músico Sílvio Marcos Antunes, e realizada na sede do Centro de Letras do Paraná. Outra homenagem aconteceu nos pátios da Escola Estadual Emiliano Perneta e Escola Municipal Pilarzinho, onde alunos das duas instituições declamaram poesias e leram textos de autoria de Emiliano Perneta para professores, diretores e associados do Centro de Letras do Paraná. Na ocasião, também foi doado às instituições de ensino um exemplar do livro Um século de cultura – História do Centro de Letras do Paraná 1912-2012, por parte do presidente do Centro de Letras do Paraná, Ney Fernando Perracini e do autor Paulo Karam.


eliane martins, lilia souza e cassia cassitas no auditório do centro de letras do paraná.

Realizada no auditório no Centro de Letras do Paraná, entidade co-realizadora da Curitiba Literária | Bienal de Curitiba, a entrevista/talk show Um olhar sobre Cecília Meireles reuniu as escritoras Eliane Martins, Lilia Maria Machado Souza e Cassitas. para uma conversa sobre vida, carreira e obra de Cecília Meireles, uma das maiores escritoras brasileiras.

cecília meireles

Foi uma iniciativa da Academia Paranaense da Poesia, realizada em conjunto com o Centro de Letras do Paraná.

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Cores de Curitiba Nas frias manhãs – quase todas! – variam no céu os seus tons: são cinzas e brancos, são rubros e azuis. Nos claros jardins, se acendem mil flores e o canto das aves tão doce se faz; e pelas calçadas, quando primaveris, tapetes se estendem de ouro e lilás. E as tardes que findam renovam surpresas: repetem azuis, espelham laranjas, derramam dourados, marinhos, rubis.

lilia souza academia paranaense da poesia

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E quando anoitece, ao longe, nas franjas do rico horizonte, rebrilham, dançando, os mil pirilampos – não sei se na terra, ou em celestes campos, se luzes fugazes, se estrelas distantes.


Curitiba. No isolamento do planalto Pleno de araucárias nasceu a Curitiba de múltiplas facetas e tantos sotaques, da boca maldita, (bem dita) tribuna que sem cerimônia tudo fala, ouve, vê e articula A Curitiba de todas as gentes de todas as lutas e de todas flores. ainda que a pobreza ronde seus filhos que proliferem as favelas que a violência esteja descontrolada e o trânsito caótico.

andréa motta academia paranaense da poesia

e a sutileza dos contrários perpasse olhares contemporâneos em sua mais cara essência serás para sempre a Curitiba de todos os sorrisos.

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A Curitiba que descobri Há uma Curitiba que desconheço. Que se tornou estranha para mim. Ouço nomes de bairros que me parece nunca os ter ouvido e não tenho a mínima ideia de onde se localizam. São dezenas deles, e a expansão urbana prossegue e deixa cada vez mais para trás a cidade que descobri ainda menino. O primeiro contato com ela deu-se há muito. Os anos 1950 nem haviam começado. Corria 1949, mas desse tempo quase nada recordo. As primeiras lembranças nítidas vieram por volta de 1950, 51, ligadas aos bairros Cabral e Juvevê, situados no lado norte da cidade. Adiante deles, no rumo norte e nordeste, havia o Bacacheri, e a cidade praticamente terminava pelas alturas da base aérea. Desfazia-se, além, em chácaras, campos e mato. Falava-se também na Colônia Argelina, que alguns diziam Angelina, constituída por imigrantes vindos da Argélia, por volta de 1869. De lá partiam rumo ao centro os ônibus que nos serviam no Cabral. Curitiba era, então, uma capital de cento e oitenta mil habitantes. Pequena, limpa, com poucos edifícios, de invernos rigorosos como não há mais, marcada por influências alemãs, italianas, polonesas e ucranianas, as quais se refletiam no sotaque curitibano dos “ee” bem pronunciados e “rr” que faziam a língua trepidar no céu-da-boca; nos costumes e vestimentas e na arquitetura das casas, em especial as de madeira com beirais enfeitados de lambrequins; nas carroças de verduras protegidas com toldos em arco. A linguagem trazia novidades, e logo incorporei ao meu vocabulário infantil palavras como piá, cetra e raia.

cardoso filho centro de letras do paraná

A capital surpreendia e deslumbrava. As distâncias pareciam enormes, em especial nos deslocamentos em bondes, que deslizavam com lentidão pelos trilhos; à noite, no centro da cidade, letreiros iluminados a gás néon coloriam o céu e davam a impressão, a quem observava de certa distância, de que uma nuvem misturando tons de azul, vermelho, amarelo e verde flutuava sobre aquele pedaço da cidade. Tempo em que eu podia ir à escola, de bonde ou ônibus, sem a companhia de familiar adulto, e não passava pelos cuidados de meus pais que algum perigo havia nisso. Com pouco mais de idade, entre nove e dez anos, morando então na rua Chile, na Vila Guaíra, aos domingos saía sozinho, pegava o lotação e ia à matinê nos cines Ópera, Avenida, Palácio, Luz, Ritz etc., quase todos na rua XV de Novembro, cujas salas de projeção adornavam-se de tapetes, cortinas de veludo, poltronas de couro e suave colorido da iluminação indireta que brotava de apliques em gesso, em forma de meia taça ou concha, dispostos nas paredes. Olho para trás. A Curitiba bucólica, de cento e oitenta, duzentos mil habitantes, mais e mais se enfia no nevoado de minhas memórias.

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Bairro de cultura própria Curitiba ganhou fama por inovações urbanísticas bem sucedidas – como as ruas exclusivas para pedestres, a hierarquização viária, o desenvolvimento orientado pelos eixos estruturais (combinando transporte público e zoneamento), a valorização do setor histórico ou a implantação de grande número de parques, frequentados assiduamente pela população. É interessante observar que, mesmo sofrendo muitas e profundas transformações, a cidade preservou gratas tradições, como as de Santa Felicidade, bairro de cultura própria. As tradições desse bairro relacionam-se com sua origem, em 1878, como colônia de imigrantes italianos. Seus pioneiros dedicavam-se, preponderantemente, à agricultura, abastecendo de hortifrutigranjeiros a população urbana de Curitiba. Por décadas, centenas de carroças transportavam, diariamente, os produtos da terra, congestionando a antiga estrada de Santa Felicidade, hoje moderna avenida. Na cidade, dividiam-se por regiões, para distribuição de porta em porta, atendendo a freguesia cativa. No final da década de 1950, as relações comerciais transformaram-se e a atuação de intermediários prosperou, substituindo o contato direto entre produtor e consumidor. Ajustando-se à nova realidade, Santa Felicidade diversificou suas atividades. A antiga colônia agregou novas funções, urbanizou-se e mudou de perfil, transformando-se em populoso bairro, mas sem abandonar as tradições herdadas dos pioneiros. Seus moradores continuam valorizando as tradições locais e cultivando-as com respeito e orgulho. Artesanato de vime, dos pioneiros, até hoje é comercializado. A produção de vinho, principalmente a artesanal, consolidou-se. O comércio se expandiu para vários ramos. E a culinária local, baseada no risoto de frango, popularizou-se, obtendo incomum notoriedade. A partir da década de 1960, disseminou-se a fama de bairro gastronômico. Muitos restaurantes – alguns de grande porte e classificados entre os maiores do País – integram os principais roteiros turísticos e atraem tanto quem está de passagem pela cidade como a população local.

ney fernando perracini de azevedo centro de letras do paraná

Charmoso, Santa Felicidade consagra-se como bairro gastronômico, mas suas tradições não se restringem aos restaurantes. Tornou-se original, diferenciado, porque, além da comida típica, alimenta rica cultura própria. Preservam-se casas tradicionais como modelos de época. Traços da cultura italiana dos pioneiros se mantêm. Corais, grupos folclóricos e eventos típicos avivam as tradições locais. A religiosidade é uma das características dos descendentes dos primeiros moradores. Na principal igreja católica do bairro ainda há missa rezada em italiano. Admiravelmente, Santa Felicidade revela sua diversificada cultura na culinária, no artesanato, na música, na dança, nos jogos populares e nos costumes, É caso raro de bairro de cultura própria.

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A Chegada de Isabel em Curitiba Nos tempos modernos onde a fugacidade e o descarte imperam, vale refletir sobre a chegada de Isabel por estas plagas. Tal fato ocorreu aproximadamente 14 anos antes de 1693. Ano em que Curitiba foi elevada à categoria de Vila. Isabel Antunes da Silva Preto, tetraneta de Antônio Preto, nasceu na Vila de São Paulo em l6l9. Órfã de mãe, foi deixada em testamento aos cuidados de sua avó materna Maria Lucas. Aos 14 anos desposou Balthazar Carrasco dos Reis e passou a morar em Santana da Parnaíba, São Paulo, onde ele exerceu o cargo de Juiz de Órfãos. Teriam vida tranqüila se a vocação desbravadora de seu marido, não o impelisse para ousadas expedições. Em uma dessas expedições, Balthazar Carrasco dos Reis, deparou com os campos de Curitiba e nesse local decidiu morar. Instalou seus filhos: André e Gaspar. Garantiu-lhes sesmarias e voltou a seu cargo de Juiz de Órfão, exercendo-o até 1678. Em 1680, mudou-se definitivamente para Curitiba, com o restante da família. Isto é: esposa, filhos, noras, genros, netos, parentes e administrados.

teresa teixeira de britto centro paranaense feminino de cultura

Tentemos imaginar agora, Isabel sexagenária, aportando em Paranaguá, enfrentando a subida da Serra do Mar. - Como? Em mulas transportando bagagens pesadíssimas. Administrados cuidando das mulas para que essas não caíssem despenhadeiros abaixo. O grupo esgueirando-se por trilhas tortuosas, enfrentando animais peçonhentos, pernoitando na floresta inóspita. E tal viagem durava de 3 a 5 dias. E quando aqui chegaram o que Isabel encontrou? Mata densa! Frio e chuva. E o que Isabel trazia de mais sagrado além de sua família? Uma fé inquebrantável na Igreja Católica e um baú de 5 palmos, herança da avó Maria Lucas. O que havia nesse baú? Necessários objetos, entre eles: uma manta de sarja; um corpinho de tafetá; outro de veludo; duas camisas femininas, íntimas, brancas; um chapéu branco forrado com tafetá, adornado com fitas de cetim; guardanapos de linho; uma vaquinha de pano verde; arrecadas de ouro, isto é: brincos de argolas; e uma toalha de luto carmim para decorar a casa nos dias de funerais. É possível imaginar Isabel olhando para essas riquezas de valor afetivo! É possível imaginar Isabel olhando à sua volta onde tudo estava por fazer. Porém do que eles fizeram pouco se viu. Pudera! A base de qualquer edificação é a parte mais penosa da obra, a mais demorada, e a que menos aparece.

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Curitiba no Templo das Musas

O Hino da Primavera é de autoria do filósofo Dario Vellozo, Professor de História Universal no Ginásio Paranaense e na Escola Normal, personalidade importante da cultura paranaense. Integrando um grupo de Mestres notáveis, Dario Vellozo encantava seus alunos ao lhes desvendar uma multiplicidade de outras culturas trazendo-lhes também uma nova visão de mundo.Desses estudos fundaram Templo das Musas, nos campos da Vila Isabel, e o Insituto Neo Pitagórico, que permanecem até hoje, como um centro de estudos universais. Estre os saberes apresentados pelos notáveis professores, filosofos, literatos encantavam a juventude da época com o desvelar dos conhecimentos universais, levando mestres e alunos à especiais realizações: as Festas da Primavera, o Livro de Ouro de Pitagoras, a Revista A Lãmpada e no Teatro, a cultura aperfeiçoando da personalidade, permanecendo até o presente, luzes nocaminh das virtudes. Por volta dos anos cinquenta, aguardadas no mês de setembro, por toda a Curitiba, as Festas da Primavera mantinham-se vivas como um grande aciontecimento. Iniciada a Rua XV de Novembro, com um desfile de caminhões enfeitados por guirlandas de flores, com grupos de jovens cantando, levavam a bandeira nacional, também feita de flores, como o ornamento de proa. Junto aos caminhões, alguns carros de passeio decorados com belos chales de seda e flores, levavam famílias inteiras. O corso era formado por tantos veículos que, sem trânsito na Rua XV, formavam um anel de flores, que tinha início na Praça Osório, seguiam até a Universidade onde, voltando apelo outro lado da rua , continuava a festa e, chegando à Praça reiniciava para novos desfiles. A Alegria era parte do espetaculo! Os participantes desses vibrantes espetaculos, catavam hinos escolares de autores paranaenses, Domingos Nascimentos, Bento Mossurunga, Luiz Bastos, entre tantos outros. O Hino da Primavera fazia parte do Hinário Oficial e as vozes infantis e dos professores se uniam à plateia das calçadas para, a uma só voz saudar Primavera. Ainda em setembro, no Clube Curitibano, jovens, com seus vestidos de organza e tule, abriam, com bailados deslumbrantes, sob a maestria do Coreógrafo Morozowski, o Baile da Primavera em uma sofisticada programação cultural. Em uma dramatização de momentos da História Universal, no Templo das Musas, as jovens em seus estudos maiores, viviam os valores universais, esteio na formação segura de suas personalidades, com peças culturais, e representação das Musas Gregas

chloris casagrande justen centro paranaense feminino de cultura

No decorrer da historia, o Templo foi prejudicado por um inesperado incêncio. Fieis à sua proposta de colaboração harmoniosa, os seus participantes o trouxeram de volta e aí ele está hoje, símbolo dos valores do Livro de Ouro de Pitagora, centro de estudos universais profundos, que aperfeiçoam o homem e buscam, na construção da obra perfeita, a continudade dos valores universais que moram no Templo da Musas de Curitiba. As Festas da Primavera não eram uma festa pagã, mas sim a exteriorização surgida dos estudos das filosofias e de suas utopias, com seus sonhos de arte e de beleza buscando formação da personalidade na constrrução de um mundo melhor.

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Poema ao Rio Iguaçu Você pode olhar diversas vezes para o mesmo rio: nunca é a mesma água que você vê. Escrita nas águas do rio, entre musgos e limos que o caudal não deixa ver, há a história da terra. Memória de cheias e vazantes, memórias de luas já passadas, sinal de vazões inimaginadas, marcas de viagens desafiadoras. Quem há de dizer o que existe além do aparente? Quem saberá do rumo dos peixes em dia de piracema? Quem nos dirá onde a onça pintada mata a sede? Quem desvendará por que as gotas de água do Iguaçu sobem aos céus na estrada colorida do arco-íris Quem perceberá a energia que ondula aos borbotões, quando a geografia interrompe a história do rio e o faz transformar-se em catarata? Você pode olhar diversas vezes para o mesmo rio: nunca é a mesma água que você vê. O que há entre a água e o basalto, lá onde se escondem aos milhares as andorinhas?

rafael greca instituto farol do saber

Por que as frágeis borboletas amarelas, em miríades, vencem vazão a estupenda do rio inteiro, vão e voltam, sem dano por entre os véus e jorros das cascatas? Quem nos dirá o que o Iguaçu escreveu nas suas margens, em alfabeto de areias sedimentadas, no longo do percurso deste o paraíso até os nossos dias? Por que araras, tucanos e baitacas, em bandos, desconhecem a fronteira, vão e voltam entre os países, fazendo seus ninhos entre ramas de filodendros, acima dos cipós e das bromélias, nos galhos altos das sibipirunas e das canafístulas? Você pode olhar diversas vezes para o mesmo rio: nunca é a mesma água que você vê. Deixem em paz as capivaras. Façam tranquilo o seu banho, em bandos, as crias aninhadas entre as pedras, esponjando-se nas areias, conhecendo a torrente do Iguaçu. E que o Iguaçu não conheça a impureza das espumas, fluidos e odores de contaminação indesejada. A terra é sagrada porque sagrados somos nós, os seus filhos. Na terra, na água e no ar, há essência de vida.

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Esta mesma vida que habita dentro de nós. E nos torna parceiros da natureza no grande enredo planetário. Eis o rio. Rio que nasce onde nós nascemos, rio que não morre jamais. Nem quando se torna orvalho. Nem quando escala o céu pela esteira luminosa do arco-íris Nem quando se derrama sobre a mata e os campos, em chuvas torrenciais. Nem quando filtrado em hidrelétricas; clareia as cidades, move as fábricas e, generoso, ilumina todo o Brasil. Eis o rio sobre as pedras. Desmembrando do seu curso caudaloso pelo capricho dos rochedos e penhascos. Rio feito catarata. Rio Iguaçu. Além do rio, junto de nós, a fronteira. As terras que Tordesilhas dividiu. O báculo do Papa determinou quem falaria português , “Y los que habarian español”. Do outro lado do mar, só houve esquecimento para os que falavam tupi, caingangue, guarani. Se evocarmos o passado há espaço, revogado o tempo, para revermos a lenda antiga. O sensual arco de Tarobá, a lânguida rede de Naipi, o amor celebrado à revelia de Tupã. O ciúme cósmico, a ira do Deus, o cataclismo. A amada transformada em pedra O amado esmagado e encantado em pranto, triste palmeira pendurada no abismo. Uma serpente a vigiar-lhe o gesto. Eterno lamento a derramar-te sobre as pedras. Eternas núpcias de água e vento. Espetáculo de amor, metáfora de ciúmes divinos, Catarata do Iguaçu.

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festival de cinema

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Curitiba se transformou na capital do cinema durante o Festival de Cinema da Bienal Internacional de Curitiba 2016. Com a apresentação de dezenas de curtas, longas e documentários inéditos, o Festival foi dividido em seis mostras: Panorama do Cinema Mundial, Panorama do Cinema Brasileiro, Cinema em Retrospectiva, Universo Z, Circuitos e Circuito Universitário. O Festival teve a curadoria da doutora em audiovisual Denize Araujo e do jornalista e crítico de cinema Paulo Camargo. Sob o tema Convergências e Subjetividades, o festival levou às telas da cidade obras com um recorte significativo do cinema brasileiro e internacional. Além disso, prestou homenagem ao cineasta Hector Babenco, exibindo seus filmes em película 35mm. As exibições foram concentradas nas salas do Espaço Itaú de Cinema, no Shopping Crystal; Cine Guarani, no Portão Cultural; Cinemateca de Curitiba e Sesc Paço da Liberdade. E, para contemplar todos os interessados, parte dos filmes teve dupla exibição. O Festival de Cinema da Bienal Internacional de Curitiba 2016 foi apresentado pela Petrobras, organizado pela Bienal de Curitiba com apoio da Unespar-FAP, FCC e Prefeitura de Curitiba e realizado pelo Ministério da Cultura Secretaria de Estado da Cultura do Governo do Paraná. Contou com patrocínio do BNDES e Itaipu Binacional por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Co-patrocínio da Fecomércio PR, SESC Paraná.

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festival de cinema da bienal internacional de curitiba 2016. fotos: guilherme nascimento.

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biografias

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Alberto Puppi é graduado em Desenho Industrial pela Universidade Federal do Paraná (1980), Mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1992), é Professor Adjunto do Departamento de Design da Universidade Federal do Paraná desde 1993. Tem interesse acadêmico e desenvolve pesquisas na área de Teorias da Linguagem com ênfase na Semiótica peirciana, aplicando os resultados desses estudos teóricos à geração de conhecimentos relacionados às práticas das linguagens do Design, das Artes Visuais e da Poesia. Também tem interesse e experiência profissional na criação de produtos tanto de Design quanto de Artes Visuais e de Poesia. Alex Flemming nasceu em São Paulo, no ano de 1954, e trabalha como pintor, escultor e gravador. Estudou cinema na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), depois serigrafia e gravura em metal. Realizou a gravação de diversos filmes de curta-metragem e participou de festivais em diversos países. Na década de 80, se muda para Nova York, onde desenvolve projetos no Pratt Institute. Trabalhou como professor da Kunstakademie em Oslo, na Noruega. Realizou diversas exposições interativas no Brasil e em países da América e Europa. Almandrade é artista plástico, arquiteto, mestre em desenho urbano, poeta e professor de teoria da arte das oficinas de arte do Museu de Arte Moderna da Bahia e Palacete das Artes. Participou de várias exposições individuais. mostras coletivas, e da XVI Bienal de São Paulo. Integrou coletivas de poemas visuais, multimeios e projetos de instalações no Brasil e exterior. Um dos criadores do Grupo de Estudos de Linguagem da Bahia que editou a revista Semiótica em 1974. Realizou mais de trinta exposições individuais em Salvador, Recife, Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo entre 1975 e 2012; escreveu em vários jornais e revistas especializados sobre arte, arquitetura e urbanismo. Prêmios nos concursos de projetos para obras de artes plásticas do Museu de Arte Moderna da Bahia, 1981/82. Prêmio Fundarte no XXXIX Salão de Artes Plásticas de Pernambuco em 1986. Publicou os livros O Sacrifício dos Sentidos, Obscuridade do Riso, Poemas, Suor Noturno e no prelo, Arquitetura de Algodão. É um dos grandes nomes brasileiros do poema visual e, já teve matéria sobre sua obra publicada em várias revistas no Brasil e no exterior. Andréa Motta Paredes é paulista, mas vive em Curitiba desde a infância. É graduada em Direito pela Universidade Federal de Paraná e possui diversas especializações na área. Membro efetivo do Centro de Letras do Paraná, ela também é representante em Curitiba do Portal CEN e coordena o núcleo de Curitiba do Proyecto Cultural Sur/Brasil. Participa de diversos grupos de escritores e poetas, sendo Cônsul de Araucária do Grupo Poetas Del Mundo e participando do Grupo Pó&Teias.

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Ariete Rangel de Abreu é uma escritora e poeta associada ao Centro Paranaense Feminino de Cultura e acadêmica da Academia de Cultura de Curitiba – ACCUR, e exerce em ambas as instituições o cargo de Diretora de Comunicação e Relações Públicas. Graduada em Administração e Licenciada em Educação Artística, Ariete Rangel de Abreu é a mentora, diretora geral e empreendedora cultural do projeto SemeARTE, cuja finalidade é divulgar a cultura através de todos os segmentos artísticos e literários. Assionara Souza nasceu em Caicó/RN, em 1969. Mora em Curitiba/PR. É doutoranda em Estudos Literários pela UFPR, onde pesquisa a obra de Osman Lins. Cecília não é um cachimbo (7Letras/2005) é sua obra de estreia na literatura; e agora traz a público este Amanhã. Com sorvete! Arnaldo Antunes é músico, poeta, artista e escritor. Integrou o grupo Titãs de 1982 a 1992. Em carreira solo desde 1992, lançou 12 discos. Também participou de diversas mostras nacionais e internacionais de arte e de poesia visual. Tem vários livros publicados no Brasil, além de antologias de sua poesia publicadas na Espanha e em Portugal. Recebeu diferentes prêmios nas áreas de música, literatura e artes visuais pelo seu trabalho. Áurea Alice Leminski é a filha mais velha de Paulo Leminski e Alice Ruiz. Formada em Comunicação Social, já trabalhou como repórter e apresentadora. Atualmente, trabalha como produtora cultural. Junto com sua mãe e sua irmã, Estrela Ruiz Leminski, integra o conselho curatorial da obra de Paulo Leminski. Coordenou os projetos culturais Acervo Digital Paulo Leminski e Meu Coração de Polaco Voltou, além de ter prestado curadoria para as exposições Ocupação Leminski e Múltiplo Leminski, na qual coordenou o projeto de itinerância da exposição, que passou por sete cidades brasileiras. B. Kucinski nasceu em São Paulo, em 1937. É jornalista, escritor e cientista político. Trabalha como professor na Universidade de São Paulo, onde ministra a cátedra de jornalismo internacional, entre outras. Graduado em Física pela Universidade de São Paulo (USP), tem doutorado em Ciências da Comunicação, também pela USP. Trabalhou como editor, produtor e locutor de jornais fora do Brasil. Foi correspondente de opinião para jornais brasileiros e, mais tarde, trabalhou como correspondente internacional para jornais estrangeiros no Brasil. Foi Assessor Especial da Secretaria de Comunicação Social (SECOM) da Presidência da República. Foi vencedor do Prêmio Jabuti em 1997 e finalista dos Prêmios São Paulo de Literatura e Portugal Telecom de 2012. Bernardo Carvalho (Rio de Janeiro RJ 1960). Romancista, contista, jornalista e tradutor. No ano de 1983 forma-se jornalista pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ). Ainda na década de 1980 radica-se na cidade de São Paulo e a partir de

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1986 trabalha na Folha de S.Paulo, jornal no qual exerce função de diretor do suplemento de ensaios Folhetim, é correspondente internacional em Paris e posteriormente em Nova York e, entre 1998 e 2008, colunista fixo do caderno de cultura Ilustrada. Com dissertação a respeito da obra de Wim Wenders, obtém grau de mestre em cinema pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) no ano de 1993, quando também lança a coletânea de contos Aberração, que marca sua estreia na literatura. Seu primeiro romance é com Onze, uma História, de 1995 e, desde então, tem publicado traduções e exercido a função de crítico literário. Entre seus lançamentos, temos: O sol se põe em São Paulo (2007); O filho da mãe (2009) e Reprodução (2013). Seu mais recente romance é Simpatia pelo demônio, lançado pela Companhia das Letras (2016). Caetano W. Galindo (Curitiba, 1973) é um tradutor e professor brasileiro. Galindo é doutor em linguística pela Universidade de São Paulo. Desde 1998 é professor de história da língua portuguesa na Universidade Federal do Paraná. Já traduziu para o português brasileiro obras de autores como Thomas Pynchon, David Foster Wallace, Charles Darwin e James Joyce. Seu primeiro livro de Contos, Ensaio sobre o entendimento humano, venceu o Prêmio Paraná de Literatura 2013. Em 2016 pela Companhia das Letras Galindo publicou uma das mais importantes obras sobre Ulysses, o guia, Sim, eu digo sim: uma visita guiada ao Ulysses de James Joyce. O guia, ao melhor estilo professoral de Galindo, nos leva a entender e esmiuçar detalhes e miudezas que passaram ou não desapercebidas aos olhos de leitores que se aventuraram nas páginas do romancista irlandês. Sim, eu digo sim... Sem sombra de dúvidas, é hoje a mais importante publicação em língua portuguesa sobre a Magnum opus de Joyce, que por sua vez, é considerado o autor de maior relevância do século XX. Cardoso Filho. Oriundo de Santo Antônio da Platina, Cardoso Filho formou-se em Direito pela Universidade Federal do Paraná em 1972. Construiu uma carreira consolidada como advogado na Companhia Paranaense de Energia (Copel). Escreve crônicas semanalmente para o jornal Tribuna Platinense. É autor do livro Conversas na Sala de Visitas, de crônicas, e membro do Centro de Letras do Paraná e do Centro Platinense de Letras. Carolina Loch nasceu em Cascavel (PR) e mora em Curitiba. Formada em Comunicação Social (Publicidade e Propaganda) e pós graduada em Comunicação e Cultura, atua com eventos culturais desde 2013, quando saiu da área de publicidade para aprofundar seus estudos em história da arte. Foi curadora das exposições do projeto Em Casa Galeria, curadora-adjunta da exposição que ocorreu durante do Festival Internacional de Cinema da Bienal de Curitiba, em 2014 e curadora da exposição Fiéis Amigos, que integra a programação do Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016. Além de ser produtora da Bienal de Curitiba desde 2014,

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Carolina também atua com atividades pedagógicas voltadas à história da arte para professores e crianças. Cássia Cassitas é uma escritora curitibana, autora de diversos livros voltados para o público infantil. Trabalhou durante anos em grandes empresas no Brasil e no exterior, participando de projetos inovadores. Sempre muito ligada à área acadêmica, Cássia Cassitas tem Pós-Graduações em Engenharia da Informação, Didática do Ensino Superior e Filosofia e Existência. Atualmente, além de escrever, Cássia Cassitas é colaboradora do ISAE/FGV – Instituto Superior de Administração e Economia-, participando ativamente de seminários e palestras pelo Brasil. Cecília Meireles, nascida dia 7 de novembro de 1901, foi uma poetisa e jornalista, e é considerada umas das maiores escritoras brasileiras, com mais de 50 obras publicadas. Além disso foi professora de línguas, literatura, música, folclore e teoria educacional. Na profissão de jornalista, publicava matérias sobre os problemas na educação, e por esse seu interesse, foi fundadora da primeira biblioteca infantil do Brasil, no ano de 1934. Seu interesse pela educação fez com que tivesse também um grande reconhecimento na poesia infantil, com textos como O Cavalinho Branco, Colar de Carolina, O mosquito escreve e muitos outros. No ano de 1939, Cecília publicou Viagem, livro que acabou ganhando o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras. Céres de Ferrante nasceu em Curitiba, no ano de 1928. Filha de Hermínia Altheia de Ferrante e de Salvador de Ferrante patrono do pequeno auditório do Teatro Guaíra, conhecido como o pioneiro do teatro amador paranaense – dedicou sua vida profissional ao magistério, participando ativamente do cenário cultural de Curitiba da época. Ocupou diversos cargos de confiança na Secretaria de Educação e Cultura do Paraná. Foi suplente do Conselho Estadual de Cultura e secretária do PEN Clube Internacional. Colaborou com a Gazeta do Povo, escrevendo para a página literária do jornal. Recebeu diversas homenagens ao longo de sua vida, como o prêmio Poetisa do Ano, concedido pelo Diário Popular e o prêmio Mulher do Ano – Poesia, concedido pelo Woman’s Club. Publicou as obras Mais Eu (1967), Do meu mundo e do mundo de toda gente (1968), Mensagem de Natal (1971), Uma criança existe (1979) e Espaços Vazios (1987). Foi membro das seguintes instituições culturais de Curitiba: Centro Paranaense Feminino de Cultura, onde exerceu o cargo de vice-presidente; Centro de Letras do Paraná, onde foi secretária e oradora; Academia José de Alencar; Academia Feminina de Letras do Paraná, onde ocupou a Cadeira de número 34, e foi membro fundador da Sala dos Poetas e da Academia Paranaense da Poesia, onde ocupou a Cadeira de número 39. Faleceu aos 88 anos, deixando um extenso legado no cenário literário curitibano.

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Chloris Casagrande Justen é curitibana, pedagoga, educadora e poetisa, Chloris Casagrande Justen é presidente do Centro Paranaense Feminino de Cultura. É membro das mais expressivas entidades culturais do Paraná: Academia Paranaense de Letras, Centro de Letras do Paraná, Academia Feminina de Letras do Paraná, Instituto Histórico e Geográfico do Paraná e Academia Paranaense de Poesia. É autora de artigos, crônicas e poemas publicados em revistas e jornais da cidade, além dos livros O Estatuto da Criança e do Adolescente e a Instituição Escolas e Jogo de Luz. Cíntia Moscovich. Nascida em Porto Alegre em 1958, escritora, jornalista e mestre em Teoria Literária, tendo exercido atividades de professora, tradutora, consultora literária, revisora e assessora de imprensa. Dentre vários prêmios literários conquistados, destaca-se o primeiro lugar no Concurso de Contos Guimarães Rosa, no qual concorreu com mais de mil e cem outros escritores de língua portuguesa. Além disso, diversas obras de sua autoria foram indicadas e finalistas em várias premiações como o Prêmio Jabuti, o Prêmio Açoriano de Literatura, Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira e Prêmio Bravo! Prime de Cultura. Ex-diretora do Instituto Estadual do Livro, órgão da Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul, a autora trabalhou como editora de livros do jornal Zero Hora, de Porto Alegre, além de colaborar para jornais e revistas de todo o país. Em novembro de 2007, representou o Brasil na Bienal do Livro de Santiago do Chile. Em 2008, foi uma das convidadas à Flip, Festa Literária Internacional de Paraty. Em 2009, passou a integrar a antologia Os melhores contos brasileiros do século, organizada por Ítalo Moriconi. Em 2012, foi convidada da Feira Internacional do Livro em Guadalajara. Em 2013, participou da delegação brasileira na Feira de Frankfurt. Cristovão Tezza nasceu em Lages, Santa Catarina, mas mudouse com oito anos de idade para Curitiba, no Paraná, onde vive até hoje. Formou-se em Letras em 1982, na Universidade Federal do Paraná, e é mestre em Literatura Brasileira pela UFSC, onde começou a dar aulas de Língua Portuguesa como professor auxiliar. Em 1986, entrou para o Departamento de Linguística da UFPR, também na área de Língua Portuguesa, onde foi professor até 2009, quando se demitiu para se dedicar exclusivamente à literatura. Romancista, contista, cronista e ensaísta, Tezza é autor de mais de 20 livros publicados no Brasil. Suas obras já foram traduzidas em 18 países, como China, Estados Unidos, Noruega, México, Eslovênia e Inglaterra. Foi finalista do prêmio IMPAC-Dublin e vencedor do Prêmio Charles Brisset do Instituto de Psiquiatria da França. Durante muitos anos assinou resenhas e textos críticos nos jornais Folha de S.Paulo, O Globo e O Estado de S.Paulo e na revista Veja, e foi cronista semanal do jornal curitibano Gazeta do Povo. Eliane Martins é pedagoga, professora de ensino superior e poetisa. Nascida em São Paulo, vive em Curitiba e é acadêmica

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titular da Academia Paranaense da Poesia, onde ocupa a Cadeira de número 19. Declamadora, tem poemas publicados em revistas do Centro de Letras do Paraná e em antologias. É autora dos livros: Especiarias Poéticas (2005), Pedagogia e escolarização no hospital (2011), Poeta Palavr’apimenta e Apimentadas (2016), escrito a quatro mãos, em parceria com a poetida Janske Schlenker. Elvira Vigna. Nascida no Rio De Janeiro em 1947, é jornalista, editora, tradutora, escritora, artista e roteirista. Trabalho para grandes jornais do país, como O Globo, O Estado de São Paulo, a Folha de S. Paulo e o Jornal do Brasil. Além de matérias, publicava também artigos sobre arte contemporânea. Mestre em Teoria da Significação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro estudou na Parsons School of Design e na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Escreveu livros para crianças e jovens, e atualmente escreve livros para adultos. Emiliano Perneta nasceu e morreu em Curitiba. Formou-se em direito pela Universidade de São Paulo. Além de ter sido jornalista, advogado e professor de português, Perneta foi um dos fundadores do Clube Republicano de Curitiba e publicou, em livros, jornais e revistas, poesia e prosa poética simbolista. Sua obra poética inclui Ilusão (1911), Pena de Talião (1914) e Os póstumos Setembro (1934) e Poesias Completas (1945). Autor homenageado pela Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016 e pelo Centro de Letras do Paraná, entidada fundada por ele em 1912. Giovana Madalosso nasceu em Curitiba, em 1975, e mora em São Paulo. Formou-se em jornalismo pela UFPR e trabalhou por dezesseis anos como redatora em agências de publicidade. Hoje escreve literatura e roteiros para TV. Guita Soifer é uma das artistas mais importantes do Paraná, com longa trajetória, já expôs em mais de dez países, da Alemanha ao Japão. Em sua carreira, transitou por diversas formas de arte, tais como pintura, gravura e desenho, além de xerox, fotografia, vídeo-arte e instalação, criando sempre a partir de novos suportes. Guita Soifer trabalha o ser humano e a memória, com obras intimistas e simbólicas, visivelmente sensíveis. Isabel Sprenger Ribas é uma professora, poetisa e escritora natural de Paranaguá. Reside em Curitiba. Trabalhou no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; no Ministério do Planejamento; e no Ministério da Educação e Cultura. Recebeu o Troféu Escalada Feminina, oferecido pela Prefeitura Municipal de Curitiba, pelo Conselho Municipal da Condição Feminina e Fundação de Ação Social. Pertence a Academia Paranaense Feminina do Paraná; Academia de Cultura de Curitiba - ACCUR; Centro Paranaense Feminino de Cultura e Centro de Letras do Paraná. Janske Niemann Schlenker é uma poetisa nascida na Holanda,

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mas mudou-se para o Brasil ainda criança. Estudou datilografia e música. Publicou diversos trabalhos em jornais do Rio de Janeiro. Em Curitiba, publicou a obra Deixa que eu chore, em 1985, graças ao incentivo da Fundação Cultural de Curitiba, da Biblioteca Pública do Paraná e da Secretaria de Educação do Paraná. Ocupou o cargo de secretária e tesoureira em diversas entidades ligadas à cultura e à literatura. Com o incentivo do Centro de Letras do Paraná, publicou o livro Deixa que eu fale, em 2005. José Castello nasceu no Rio de Janeiro, em 1951, e é um escritor, jornalista e crítico literário brasileiro. Graduou-se em Jornalismo e Teoria da Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Trabalhou em grandes jornais do Brasil, como o Diário de Notícias, O Globo e RioArte. Coroa-se como crítico literário em 1993, quando publica uma biografia de Vinicius de Moraes e atinge as páginas d’O Estado de São Paulo como cronista e repórter. Castello colaborou também com as revistas Veja, IstoÉ e Playboy. Em 2011, ganhou o Prêmio Jabuti com Ribamar. Atualmente, José Castello escreve para O Globo. Está radicado em Curitiba desde o ano de 1994, onde trabalha mantendo uma oficina literária. Julie Fank é escritora, artista visual e diretora-fundadora da Esc. Escola de Escrita. É licenciada em Letras Português/Inglês, mestra em Letras, com ênfase em Literatura Comparada, e doutoranda em Escrita Criativa pela PUC-RS. Já atuou no mercado editorial local como diretora de redação e editora de revistas de comportamento, cultura, design, arquitetura e arte, como redatora, revisora e na área de roteiros para tevê. Tem contos, poemas e outros textos publicados em periódicos como RelevO, Arte & Letra: Estórias, Escriva e outros, além de instalações e colagens já expostas em mostras coletivas. Ministra oficinas por todo o Brasil. É artista representada pela Galeria Airez e participa do Clube da Colagem, ambos de Curitiba. Terá seu primeiro livro publicado em 2017 pela Não-editora. Leonor Amarante é graduada em Jornalismo e Comunicação Visual pela Fundação Armando Alvares Penteado – FAAP, São Paulo. Crítica de arte, pesquisadora e curadora convidada da Bienal Internacional de Curitiba 2015, editora da revista ARTE!Brasileiros (especializada em Arte Contemporânea), da Editora Brasileiros e; da revista Nossa América, do Memorial da América Latina. Foi curadora-geral da I Bienal do Fim do Mundo, Ushuaia, Argentina, em 2007; curadora das 2ª e 3ª edições da Bienal do Mercosul, Porto Alegre (1999/2001) com Fábio Magalhães; curadora-geral da 5ª Bienal Internacional de Curitiba, em 2009; curadora da parte brasileira nas 3ª, 4ª e 5ª edições da Bienal do Barro da Venezuela em 1997, 1999 e 2001, colaboradora com a Bienal de Havana há vários anos. É autora do livro As Bienais de São Paulo e curadora de várias exposições internacionais. Recebeu o prêmio do Ministério da Cultura de Cuba, pelo conjunto de trabalhos

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culturais, envolvendo aquele país, em 2009, e o prêmio da ABCA pela revista ARTE!Brasileiros, em 2012. Lilia Souza. Licenciada em Letras, bacharel em Literaturas da Língua Portuguesa e especialista em Literatura Brasileira e Construção de Textos, Lilia Souza é membro efetiva do Centro de Letras do Paraná e desempenha a função de presidente da Academia Paranaense da Poesia. Dentre suas ações de contribuição à divulgação da poesia e incentivo cultural, participa de seleções de poemas de estudantes paranaenses e de comissões julgadoras de seleção de poemas. Ministra aulas e oficinas de poesias. Premiada em diversos concursos de poemas e contos, é autora dos livros Água e Luz (1998) e avesso em versos (2001). Lincoln Reis nasceu em Belo Horizonte, em 1968. Editor de gravuras, vem reproduzindo o trabalho de uma gama considerável de artistas desde 1989. Sua especialidade, a técnica da serigrafia, lhe permite, multiplicar e recriar o olhar destes artistas para um público mais amplo e heterogêneo. Desempenhando também a função de curador em exposições de gravuras por todo o país, ele crê que tem nas mãos a tarefa e a responsabilidade de dar visibilidade à idéia e à poética do outro. Luci Collin é formada em piano pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná e em Letras português/inglês pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). É doutorada em estudos lingüísticos e literários em inglês na Universidade de São Paulo (USP) e tem pós-doutorado em literatura irlandesa, também pela USP. Leciona literatura de língua inglesa e tradução literária na UFPR. Participou de antologias nacionais e internacionais (Alemanha, Argentina, EUA, Uruguai), recebeu prêmios de concursos de literatura no Brasil e nos Estados Unidos. O forte da escritora curitibana são os poemas e contos, contendo muita ficção. Alguns de seus textos dramáticos viraram inspiração para autos teatrais, como a obra Acasos Perdidos. Publicou vários artigos e textos em revistas e jornais do Paraná (Gazeta do Povo, Jornal Rascunho). São Paulo (Caderno de Sábado, Germina Revista Literária), Minas Gerais (Diário Regional). Também traduziu Gary Snyder, Gertrude Stein, E. E. Cummings, Eiléan Ní Chuilleanáin e Jerome Rothenberg, entre outros. Luís Henrique Pellanda (Curitiba, 6 de abril de 1973) é um cronista e contista brasileiro. Formado em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, trabalhou nos jornais Gazeta do Povo e Primeira Hora. Foi subeditor e colunista de Rascunho (jornal literário), coeditor e cronista do site de crônicas e ilustrações Vida Breve. Seu primeiro livro O macaco ornamental classificou-se em segundo lugar no Prêmio Clarice Lispector 2010, categoria conto, concedido pela Fundação Biblioteca Nacional. O livro Nós passaremos em branco foi finalista do Prêmio Jabuti de Literatura, em 2012.

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Luiz Ruffato (Cataguases, 4 de fevereiro de 1961) é um escritor brasileiro. Seu romance Eles eram muitos cavalos, de 2001, ganhou o Troféu APCA oferecido pela Associação Paulista de Críticos de Arte e o Prêmio Machado de Assis da Fundação Biblioteca Nacional. Em 2011, com a publicação do romance Domingos Sem Deus, concluiu a pentalogia Inferno Provisório. Lygia Lopes dos Santos é uma escritora curitibana. Colaborou com jornais e revistas, com destaque para a revista do Centro de Letras do Paraná e da Academia Paranaense da Poesia. É autora dos contos: Anões de Plásticos, Azeitona para a farofa, Estilhaço de Matheus, Marina Morena e O roupão Roxo; todos eles publicados na coletânea Então é isso?. É membro do Centro Paranaense Feminino de Cultura e do Centro de Letras do Paraná. É acadêmica titular da Academia Paranaense da Poesia e da Academia Feminina de Letras do Paraná, que preside desde 2004. Marcio Renato dos Santos nasceu no dia 28 de abril de 1974 em Curitiba (PR), onde vive. Mestre em Estudos Literários pela UFPR, é jornalista e atua na Biblioteca Pública do Paraná. Minda-Au é sua estreia na ficção. Marian Pellizzer é uma poetisa natural de Campo Mourão – PR, radicada em Curitiba. Graduada em Letras pela Universidade Tuiuti do Paraná, com Pós-Graduação em Administração Estratégica e Marketing, é autora de várias obras publicadas em antologias. É integrante da Feira do Poeta de Curitiba e do Centro de Letras do Paraná. Marion Aranha Pacheco Muggiatti é autora dos livros Berço Africano, O alvorecer nos Pinheirais, Caminhos Sombrios e Operação Lava Pratos. De formação jurídica, é membro do Centro de Letras do Paraná, do Centro Paranaense Feminino de Cultura e do Círculo de Estudos Bandeirantes. Miguel Sanches Neto nasceu em Bela Vista do Paraíso, no Paraná, em 1965. É Poeta, romancista, contista, cronista, ensaísta, crítico literário e professor universitário. Em 1984, ingressa no curso de letras da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Mandaguari (Fafiman). Cursa o mestrado na Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc), tendo como tema de pesquisa a obra do escritor Dalton Trevisan (1925). Ganha o Prêmio Nacional Luis Delfino, em 1989, com o livro de poemas Inscrições a Giz. Torna-se professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Como crítico literário, escreve para diversos periódicos. Faz doutorado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Publica o romance Chove Sobre a Minha Infância (1999) e conquista o Prêmio Cruz e Souza com o livro de contos Hóspede Secreto (2000). Também escreve diversas obras para o público infantojuvenil e lança o romance A Máquina de Madeira, em 2012.

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Milton Hatoum nasceu em Manaus, no ano de 1952. Em 1967, mudou-se para Brasília e, alguns anos depois, foi morar em São Paulo, onde se diplomou em arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, trabalhou como jornalista cultural e foi professor universitário de História da Arquitetura. Em 1980 viajou como bolsista para a Espanha, depois passou três anos em Paris, onde estudou literatura comparada na Sorbonne. Autor de quatro romances premiados, sua obra foi traduzida em doze línguas e publicada em catorze países. Foi professor de literatura francesa da Universidade Federal do Amazonas e professor visitante da Universidade da Califórnia. Foi também escritor residente na Yale University, Stanford University e na Universidade da Califórnia, todas nos Estados Unidos. Foi indicado a diversos prêmios literários, como o Prêmio Jabuti, Prêmio IMPAC-DUBLIN, Prêmio Multicultural do Estadão, Prêmio Portugal Telecom, Prêmio BRAVO! De literatura e Livro do ano da CBL, sendo finalista e vencedor em muitos deles. Em 2008, recebeu do Ministério da Cultura a Ordem do mérito cultural. Publicou artigos e ensaios em revistas e jornais do Brasil, Espanha, França e Itália. Neumar Carta Winter é filóloga, crítica literária e revisora de grafia. Pós-graduada em Literatura Brasileira Contemporânea pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, trabalha como professora de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira da rede de educação pública do Paraná, compõe a equipe de editoração da Revista do Centro de Letras do Paraná. Estudiosa da língua portuguesa, publicou os livros: Reforma Ortográfica 2009, Hífen dos Compostos e Estudos Literários. Ney Fernando Perracini de Oliveira é engenheiro civil, foi assessor da presidência da Companhia Paranaense de Energia (Copel) durante dezesseis anos e presidiu, em âmbito nacional, a Associação Brasileira de Engenheiros Civis (ABENC). Foi coordenador adjunto do Colégio de Entidades Nacionais (CDEN). Atuou como professor por cerca de trinta anos, nas áreas de estatística e qualidade, na FAE e na UFPR. É dedicado a estudos educacionais e de desenvolvimento profissional. Ney Fernando coordena a Semana Paranaense de Engenharia Civil. Publicou e dirigiu a Revista Técnica em 39 edições. Paulo Leminski. O autor homenageado da Curitiba Literária | Bienal de Curitiba 2016 é o importante escritor, professor, crítico, poeta e tradutor brasileiro, Paulo Leminski. Nascido em Curitiba, Leminski viveu entre 1944 e 1989. Deixou uma vasta obra de poesias, prosas, livros, composições e produções musicais e é conhecido nacional e internacionalmente por seu trabalho. Foi casado com Neivar Maria de Souza e, posteriormente, com Alice Ruiz, com quem teve três filhos – Miguel (in memorian), Aurea e Estrela. Dono de diversos apelidos, como o bandido que sabia latim, Leminski é classificado ora como poeta de vanguarda,

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ora como poeta marginal. Independente da nomenclatura, seu legado se faz presente na literatura por um estilo único: são geralmente curtos, brincam com trocadilhos, haicais, verbetes populares e sentimentos, mas sem perder a profundidade jamais. As homenagens realizadas durante a programação incluíram um tour guiado de van pela cidade de Curitiba, que visitou alguns dos locais que marcaram a trajetória de Leminski pela cidade; leitura de suas obras em espaços públicos da cidade e uma palestra de sua filha, Aurea Leminski, sobre a vida e obra do autor. Paulo Roberto Walbach Prestes nasceu em 1945, em Curitiba. Graduado em Direito, iniciou sua vida literária ainda na escola, escrevendo poesia. Teve centenas de crônicas publicadas no jornal Gazeta do Povo. É vencedor de diversos concursos a nível nacional e internacional. Além de escritor, foi agraciado nacionalmente em premiações de pintura e fotografia. Entrou para o Centro de Letras do Paraná, através de seu padrinho cultural, Túlio Vargas, ex-presidente da Academia Paranaense de Letras. Associado também da Academia Paranaense da Poesia. Paulo Roberto Gomes nasceu em Caputira, Minas Gerais. Formado em Medicina Veterinária, é autor de diversos contos, romances e poemas. Fundou importantes jornais, como O Extensionista, O Jornal da Terra e Jornal do Leite, que se mantém até hoje. Denominado O Poeta das Ruas, é autor do livro Tudo é Poesia, publicado em 2008. Rachel Liberato Meyer nasceu em Itajaí (SC), em 1895. Autora do livro de crônicas Uma Menina de Itajaí, lançado em 1961, e ganhou a segunda edição da FCC em 1999. Faleceu em Florianópolis (SC), no dia 24 de março de 1959. Seu interesse pela literatura inspirou a criação da Curitiba Literária da Bienal. Rafael Greca nasceu em Curitiba no dia 17 de março de 1956. Graduou-se em economia na Fundação de Estudos Sociais do Paraná (FESP) em 1977 e em engenharia civil na Universidade Federal do Paraná (UFPR) em 1978. Seu primeiro mandato como prefeito de Curitiba aconteceu entre 1993 e 1997. Foi Deputado Federal entre 1999 e 2003 e Ministro do Turismo e do Esporte entre 1999 e 2000. Conquistou um dos mais importantes prêmios de urbanismo do mundo, o Prêmio Mundial do Habitat (World Habitat Awards) da Housing and Building Foundation da ONU. Greca foi eleito para a Prefeitura de Curitiba em 2016 e atualmente exerce seu segundo mandato. Publicou diversas obras, entre as quais: Bastião da pá de lixo (1970), Quantos países moram nas ruas de Curitiba (1990), Caminhos para o Paraná do próximo milênio: 28 rotas de transporte (1990) e Poema ao rio Iguaçu (1997). Rogério Pereira nasceu em Galvão (SC), em 1973. É jornalista,

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editor e escritor. Em 2000, fundou em Curitiba o jornal Rascunho — uma das raras publicações sobre literatura no Brasil. É idealizador do Paiol Literário, projeto que já recebeu cerca de 60 grandes nomes da literatura brasileira para debates literários na capital paranaense. Desde janeiro de 2011, é diretor da Biblioteca Pública do Paraná, onde coordena o Plano Estadual do Livro, Leitura e Literatura; o Sistema de Bibliotecas Públicas Municipais do Paraná e o Núcleo de Edições da Secretaria da Cultura. É editor e escreve crônicas semanais para o site Vida Breve (www.vidabreve.com.br). Tem contos publicados no Brasil, Alemanha, França e Finlândia. É autor do romance Na escuridão, amanhã (Cosac Naify), finalista do prêmio São Paulo de Literatura, menção honrosa no Prêmio Casa de Las Américas (Cuba), e traduzido na Colômbia. Ronaldo de Oliveira Corrêa é Professor Doutor de graduação e pós-graduação da Universidade Federal do Paraná, especializado em design, marketing, tecnologia e sociedade e antropologia. Sua área de interesse é especialmente cultura material, memória e trabalho, sistemas técnicos e tecnologia, produção e crítica de imagem. Realizou estágio de pós-doutorado, na área de políticas culturais, no México, na Universidad Autónoma Metropolitana, em 2009 - mesmo ano em que recebeu o Prêmio Capes de Teses. Já foi coordenador da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFPR, na qual colaborou para o desenvolvimento dos grupos artísticos, projetos e eventos culturais e realização do anual Festival de Inverno da universidade. Rony Bellinho é um artista plástico nascido em 1958, no Rio de Janeiro, mas que vive e trabalha em Curitiba. Sua obra foi exposta na Bienal Internacional de Curitiba, em 2013, e na Bienal Internacional de Assunção, em 2015. Em 2014, realizou exposição individual no Museu Municipal de Arte em Curitiba, o MuMA, durante o Festival Internacional de Cinema da Bienal de Curitiba. Além disso, participou de exposições coletivas e individuais em diversos museus, centros culturais e galerias de arte do Brasil e demais países, como o Centro Cultural São Paulo, em São Paulo, e o Centro Cultural Recoleta, em Buenos Aires, na Argentina. Seu trabalho integra também a coleção de diversas instituições culturais no Brasil e exterior, como o Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, a Casa América Catalunya, em Barcelona, na Espanha, e La Triennale di Milano, em Milão, na Itália. Tércia Montenegro Lemos (Fortaleza, 24 de Setembro de 1976) é professora e escritora brasileira com graduação em Letras pela Universidade Federal do Ceará, mestrado em Literatura Brasileira e doutorado em Linguística pela mesma instituição. Suas obras foram indicadas e finalistas em diversos prêmios de literatura, como o Prêmio Jabuti e o Prêmio Portugal Telecom de Literatura. Venceu o prêmio Funarte, em 1998. Teve contos de seu livro Linha Férrea adaptados para o teatro. Escreve também para o público

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infantil, tendo quatro livros publicados na área. Desde 2009 é professora adjunta do Departamento de Letras Vernáculas da Universidade Federal do Ceará. Teresa Teixeira de Britto (historiadora e Diretora Artística do Centro de Letras do Paraná), Membro do Centro de Letras do Paraná, do Centro Paranaense Feminino de Cultura e da Academia de Letras José de Alencar. Tom Lisboa. Goiano de nascimento, está radicado em Curitiba/ PR, Brasil, desde 1987. É professor de cinema e fotografia e sua produção de artes visuais entrelaça a fotografia com o vídeo, a intervenção urbana, a webart, a literatura e a pintura. Realizou diversas exposições no Brasil e exterior e recebeu os prêmios Funarte Marc Ferrez de Fotografia em 2012 e o Prêmio Porto Seguro de Fotografia 2005. Foi incluído na exposição e livro de Eder Chiodetto, Geração00 - A Nova Fotografia Brasileira, e convidado a integrar as mostras Encuentros Abiertos/Argentina (9008), Bienal de Cerveira/Portugal (2013) e Photovisa/Rússia (2015). É graduado em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Paraná e mestre em Comunicação e Linguagens pela Universidade Tuiuti do Paraná. Trabalhou como curador da Bienal Internacional de Curitiba em 2009 e 2013. Vera Buck nasceu em São Paulo, mas reside em Curitiba desde os quatro anos de idade. Em 1997 publicou seu primeiro livro, Histórias de Mar. Entre outros prêmios, ganhou menção honrosa no Primeiro Concurso Gralha Azul de Literatura Brasileira, em 1986; primeiro lugar no V Concurso Literário Delfos, em 1990; e Pena de Ouro no Concurso de Contos do Clube Curitibano, em 1997. Seus textos também integram as seguintes publicações: 300 histórias de Curitiba (1993); Contos do Brasil Contemporâneo, volume XXIV (1997) e Revista Náutica de São Paulo (2007). Xico Sá (Crato, Ceará, 6 de outubro de 1962) é um jornalista e escritor brasileiro. Começou a carreira no Recife e foi colunista do jornal Folha de S. Paulo, no qual mantinha um blog diário no site folha.com. Fez parte da bancada do programa Cartão Verde da TV Cultura, junto com o jornalista Victor Birner, o apresentador Vladir Lemos e o ex-futebolista Sócrates. Integrou também parte da bancada do Saia Justa, programa exibido pelo canal a cabo GNT e capitaneado por Mônica Waldvogel. Faz parte do programa Papo de Segunda, no GNT, além de contribuir semanalmente com uma coluna na edição brasileira do jornal El Pais. É autor de Nova geografia da fome (2003, em parceria com o fotógrafo U. Dettmar), A divina comédia da fama (2004), Big jato (2012), Os machões dançaram (2015), entre outros. Foi coroteirista do filme Deserto feliz (2007), de Paulo Caldas.

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Zuleima Guerreiro Magaldi é educadora e há mais de 20 anos se dedica ao ensino de língua inglesa e língua portuguesa para estrangeiros, no Brasil e no exterior. É graduada em LetrasPortuguês/Inglês, com especializações em Ensino de Língua Inglesa e Educação no Brasil, pela Universidade Tuiuti do Paraná; e Ensino de Línguas Estrangeiras Modernas, pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Possui o título de Proficiência em Língua Inglesa, pela Universidade de Michigan, EUA, e pela London University, Inglaterra. É autora de O Céu de Nuvem Lilás.

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memรณrias bienal de curitiba 1993 - 2016

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As memórias fazem parte da história da Bienal de Curitiba. E este espaço é destinado à celebração destes mais de vinte anos de bienal, bem como um agradecimento à todos aqueles que, com talento e dedicação, tornaram tudo possível. A Bienal apresenta aqui a lista de artistas e curadores que participaram das várias edições e registra ainda a homenagem a Angela Ceccatto, pelos relevantes serviços prestados à Bienal de Curitiba, de 1993 a 2016. E por fim, o registro da exposição de artistas paranaenses realizada no Museu Oscar Niemeyer, que marcou os 20 anos da Bienal.

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Curadores fundadores

Ticio Escobar e Miguel Briante

Curadores Gerais

Alfons Hug, Fabio Magalhães, Fernando Cocchiarale, Leonor Amarante, Miguel Briante, Rogério Pereira, Teixeira Coelho, Ticio Escobar

Curadores

Adriana Almada, Alberto Saraiva, Alfons Hug, Alicia Haber, Angelo Luz, Antonio Cava, Artur Freitas, Bo Nilsson, Daniel Rangel, Dannys Montes de Oca, Eliane Prolik, Eva Grinstein, Fernando Bini, Fernando Castro Flórez, Fernando Ribeiro, Guillermo Machuca, Jaime Cerón, Jair Mendes, Justo Pastor Mellado, Laura Buccellato, Lenora Pedroso, Leonor Amarante, Luiz Carlos Brugnera, Maria Amélia Bulhões, Monserrat Albores Gleason, Nelly Richard, Newton Goto, Osvaldo Salerno, Paulo Reis, Paz Guevara, Ricardo Corona, Royce W. Smith, Simone Landal, Stephanie Dahn Batista, Tereza de Arruda, Tom Lisboa, Ricardo Corona, Virgínia Pérez-Rattonv, Yamil Le Parc

Prêmio Jovens Curadores

Ana Rocha, Angelo Luz, Débora Santiago, Goura Nataraj, Kamilla Nunes, Renan Araujo

Projeto Educativo

Carmen Lúcia Kassis, Consuelo Schlichta, Denise Bandeira, Guilherme Jaccon, Sônia Tramujas, Rosemeri Bittencourt Franceschi, Vera Miraglia

Artistas

Aaron Koblin, Adan Vallecillo, Adonis Flores, Adrian Lohmüller, Adriana Barreto, Adriana Tabalipa, Adriana Varejão, Adriano Costa, Adriele Tornesi, Agostino Masucci, Ai Weiwei, Albano Afonso, Albero Baraya, Alberto Puppi, Ale Mazzarolo, Alejandra Mastro, Alejandro Almanza Pereda, Alejandro Paz, Alejandro Paz, Alex Flemming, Alex Hamburger, Alexander Apostol, Alexander Kluge, Alexandre Lutert, Alexandre Nóbrega, Alfi Vivern, Alfredo Andersen, Ali Kazma, Aline Moraes, Alison Crocetta, Almandrade, Alterazioni Video, Ana Bellenzier, Ana Lesnovski, Ana Luísa Santos, Ana Serafin, André Azevedo, Andre Butzer, André Mendes, André Motta, André Rigatti, Andreia Las, Andy Hope 1930, Angelo Luz, Anna Mariah Comodos, Annette Skarbek, Annika Kahrs,

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Ann-Sofi Sidén, Anthony Mccall, Antoni Abad, Antoni Miralda, Antonio Arney, Antti Laitinen, Armando Queiroz, Arnaldo Antunes, Arthur Bispo Do Rosário, Arti Grabowski, Assionara Souza, Auguste François, Ayrson Heráclito, Baldomero Robles Menéndez, Barbera Van Den Temple, Bartrand Planes, Beatrice Steimer, Bella Flor Canche Teh, Bené Fonteles, Benjamin Wild, Beprafrente, Bernadete Amorim, Bernardo Carvalho, Bernardo Kucinski, Bill Viola, Boleta, Bonnie Camplin, Boris Mikhailov, Brunce Nauman, Bruno Camargo, Bruno F. Souza, Bruno Moreschi, Cabello Carceller, Caetano W. Galindo, Caio Reisewitz, Camille Kachani, Camilo Restrepo, Cao Guimarães, Cardoso Filho, Carina Weidle, Carlo Bernardini, Carlos Capelán, Carlos Huffmann, Carlos Scliar, Carlos Trilnick, Carmela Gross, Carsten Nicolai, Carybé, Cecília Meirelles, Cesar Ferreira, Charly Nijensohn, Chloris Casagrande Justen, Christian Bendayán, Christian Cravo, Christian Schünhofen Cíntia Moscovich, Cíntia Ribas, Ciro Ferri, Claudia Aravena Abughosh, Claudia Casarino, Claudia De Lara, Claudia Rodrigues, Claudio Alvarez, Cláudio Fonseca, Clemens Krauss, Cleusa Salomão, Cleverson Oliveira, Cleverson Salvaro, Coletivo Duas Marias, Constance Pinheiro, Cristian Segura, Cristina Canale, Cristina Jardanovski, Cristovão Tezza, Dag Alveng, Dan Flavin, Danica Dakic, Daniel Castellano, Daniel Duda, Daniel Mallorquín, Daniel Rebelo, Danielle Fonseca, Darren Almond, David Kiehl, David Svensson, Davide Boriani, Delson Uchôa, Desire Machine Collective, Dhi Ferreira, Diego Lama, Dinh Q. Le, Diogo Duda, Djanira Da Silva, Dolores Cáceres, Dominique Dubosc, Dora Basílio, Dora Longo Bahia, Doug Wheeler, Dudu Figueiredo, Duncan Wylie, Duniesky Martín, E/Ou, Eder Santos, Edson Machado, Eduardo Aguiar, Eduardo Berliner, Eduardo Freitas, Edwin Sanchez, Efigênia Rolim, Elaine Stankiwich, Eliana Borges, Eliane Prolik, Elvira Vigna, Emiliano Perneta, Emmanuel Fretes Roy, Erica Storer, Erik Bünger, Estela Sandrini, Estercilía Simanca Pushaina, Everton Leite, Fabiana De Barros, Fabiano Kueva, Fábio Noronha, Farah Atassi, Felipe Prando & Milla Jung, Felipe Scandelari, Fernanda De Oliveira, Fernando Arias, Fernando Burjato, Fernando Calderari, Fernando Cardoso, Fernando De Oliveira, Fernando Severo, Fikret Atay, Flaminio Jalleagas, Flavio Samello, Florencia Rodriguez Giles, Fran Ferreira, Francis Naranjo, Francisco Ruiz De Infante, Francisco Santos, Frederico Dalton, Fredi Casco, Gabriel Castro, Gabriel Paulst, Gabriele Gomes , Gary Hill, George Osodi, Gilvan Samico, Gim Gwang Cheol, Giovana Madalosso, Gisela Motta, Giselle Beiguelman, Glauco Menta, Gonçalo Ivo, Gonzalo Dias, Gonzalo Lebrija, Goto, Graciela Guerrero, Grupo A, Guilaume Bresson, Guilherme Klock, Guillermo Srodek-Hart, Guita Soifer, Gunilla Klingberg, Gustavo Godoy, Gustavo Paim, Gustavo Romano, Gustavo Tabares, Gutiérrex + Portefaix, Harold Vazquez, Hector Zamora, Heinz Mack, Helena Almeida, Helga Griffiths, Henrique Jakobi, Henrique Martins, Hugo Aveta, Ian Lara, Ida Hannemann De Campos, Ieke Trinks, Igor Rodacki, Inci Eviner, Interluxartelivre, Irene

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Dubrovsky, Isabel Bakker, Isabel Porto, Isabella Cavallin, Isabelle Mesquita, Iuri Sarmento, Iuska Wolski, Iván Navarro, Jack Holmer, Jacqueline Lacasa, Jaime Castro, James Bridle, Janaina Tschäpe, Janusch Ertler, Jason Lujan, Javier López E Erika Meza, Javier Medina Verdolini, Javier Vanegas, Jean-Yves Vigneau, Jennifer Ray, Jens Birkemose, Jeongmoon Choi, Jéssica Luz, Jhafis Quintero, Jill Orr, Jitish Kallat, Joanna Rajkowska, João Antônio De F. P. E Ferreira, João Goldberg, Joaquin Sánchez, John Bock, Jonathan Meese, Jorge González Lohse, Jorge Méndez Blake, José Antonio De Lima, José Castello, José De Quadros, José Huamán Turpo, Joseph Ravens, Josep-Maria Martin, Juan Burgos, Jules Spinatsch, Juli Susin, Julia Ishida, Julian Opie, Juliana Burigo, Juliana Kudlinski, Juliana Porto, Juliana Stein, Juliane Fuganti, Julie Fank, Julie Gough, Julio Le Parc, Julio Leite, Karla Solano, Kate Gilmore, Katharina Grosse, Kátia Kimieck, Kim Fielding, Laerte Ramos, Larissa Schip, Larry Schwarm, Lars Nilsson, Laura Miranda, Lauro Borges, Lavalle, Leandro Erlich, Leandro Lima, Leila Alberti, Leila Pugnaloni, Léon David Cobo, Leonardo Yorka, Leopoldino De Abreu, Letícia Sequinel, Leung Chi Wo + Sara Wong, Lídia Ueta, Lilia Souza, Liliana Porter, Liliana Zapata, Lin Yilin, Lina Faria, Liu Ding, Liu Xiaodong, Livia Piantavini, Lívia Piantavini, Louise Bourgeois, Lourival Cuquinha, Luca Fischer, Lucas Alameda, Lucas Bambozzi, Luci Collin, Lucia Biscaia, Luciano Zanette, Luica Koch, Luis Felipe Noé, Luis Guilherme Todeschi, Luís Henrique Pellanda, Luis Manuel Alcántara, Luis Molina-Pantin, Luis Morales, Luis Vera, Luiz Carlos Brugnera, Luiz Gustavo Vidal, Luiz Henrique Schwanke, Luiz Hermano, Luiz Larocca, Luiz Rodolfo Annes, Luiz Ruffato, Luzia Simons, Ma Jiawei, Macaxeira, Maikel Da Maia, Mainês Olivetti, Maíra Dietriche, Maíra Vaz Valente, Manoel Novello, Manuel Chavajay, Marcelo Buainain, Marcelo Medina, Marcelo Moscheta, Marcelo Scalzo, Marcia Xavier, Márcio Carvalho, Marcio Renato Dos Santos, Marco Giacomelli, Marco Paulo Rolla, Marcone Moreira, Marcos Bento, Marcos Chaves, Marcos Giacomelli, Marcos Rück, Marga Puntel, Margit Leisner, Maria Lynch, María Rincón, Mariana Canet, Mariana Galli, Mariana Vassileva, Mariela Leal, Marilene Zanchet, Marina Abramovic, Marina Rheingantz, Mário Cravo Neto, Mark Lewis, Marlene Hori, Marta Neves, Marta Penner, Martine Viale, Matheus Bertrand Struck, Matilde Marín, Maurício Vieira, Mauro Restiffe, Max Gómez Canle, Max Sudhues, Mestre Didi, Miao Xiaochun, Michael Aschauer, Michael Mandiberg, Michael Stevenson, Michal Rovner, Michelle

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Serena, Miguel Sanches Neto, Mikhael Subotzky, Milagros De La Torre, Milton Hatoum, Milton Marques, Minnette Vári, Monica Barki, Mónica Gonzalez, Mônica Infante, Mónica Millán, Nathalie Hughes, Nelson Félix, Neville D'almeida, Ney Fernando Perracini De Azevedo, Nezaket Ekici, Nicolas Floc'h, Nicole Lima, Nina Fischer & Maroan El Sani, Nina Moraes, Norbert Attarrd, Núcleo De Artes Visuais Sesi/Pr, Núcleo De Fotografia Da Apap/Pr, Nuno Ramos, O Grivo, Octavio Camargo, Odires Mlászho, Olaf Nicolai, Olia Lialina, Orlando Azevedo, Osmar Carboni, Pablo Lobato, Pablo Sigg, Pablo Uribe, Paola Caroca, Paola Yacoub, Park Ha-Seon, Patrícia Gerber, Patrick Hamilton, Paula Levine, Paulagabriela, Paulo Bruscky, Paulo Cheida Sans, Paulo Climachauska, Paulo Leminski, Paulo Meira, Paulo Nazareth, Pedro Escosteguy, Peter Kubelka, Pierre Lapalu, Pierre Verger, Pitágoras Lopes Gonçalves, Pollyana Morgana, Priscilla Monge, Projeto Olho Vivo, Rachel Goodyear, Rachel Liberato Meyer, Rafael Greca, Rafaella Pacheco, Rainer Krause, Ramon Esono Ebalé, Raquel Garbelotti, Raquel Kogan, Raul Cruz, Raul Quintanilla Armijo, Reena Saini Kallat, Regina Oleski, Regina Silveira, Renate Oertel, Renato Pedroso, René Bittencourt, René Pena, Ricarda Roggan, Ricardo Carioba, Ricardo Lanzarini, Ricardo Marques, Ricardo Migliorisi, Rimon, Rodrigo Araujo, Rodrigo Dulcio, Rodrigo Melo, Rogelio Lopez Cuenca, Rogério Ghomes, Romy Pocztaruk, Rony Bellinho, Rosilene Luduvico, Rossana Guimarães, Rubem Valentim, Sakiko Yamaoka, Samico, Samuel Dickow, Sandra Carrillo, Sandra Hiromoto, Sandra Monterroso, Sara Bonfim E Rafael Bertelli, Sayuri Kashimura, Sebatián Preece, Sérgio Moura,Sérgio Niculitcheff, Shay Frisch, Sheba Chhachhi, Sheroanawë Hakihiiwë, Shirin Neshat, Silvana Camilotti, Silvio De Bettio, Sonia Falcone E José Laura Yapita, Sônia Maria Tosatti Da Rosa, Soundsystem, Standard Time, Stefan Constatinescu, Stephan Doitschinoff, Takafumi Hara, Talita Esquivel, Tamíris Spinellie, Tatiana Stropp, Tatzu Nichi, Távia Jucksch, Telma Richter, Tércia Montenegro, Teresa Teixeira De Britto, Tereza Bossler, Theodoro De Bona, Tiago Rubini, Tirzo Martha, Titi Freak, Tom Mais Amor, Tony Camargo, Tony Cragg, Traplev, Tunga, Tzitzi Barrantes, Veronique Bourgoin, Vilma Slomp, Vivian Cáfaro, Vladimir Kozák, Von Joseph, Walter Smetak, Wang Cheng Yun, Wang Qingsong, William Kentridge, Willian Santos, Woki-Toki, Wolfgang Stiller, Xico Sá, Xiong Yu, Xul Solar, Yang Xinguang, Yorka, Young Joo Lee, Yukihiro Taguchi, Yumi Kori, Zhang Enli, Zhou Tao, Zmário, Zwelethu Mthethwa

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Angela Ceccatto “Gica” homenagem e memória

⋆ 12/12/1952 - † 19/12/2016

Nasceu em 1952, em Curitiba. Graduou-se em Filosofia na UFPR, instituição em que tornouse mestre em História. Angela ocupou diversas funções públicas, entre as quais, Secretária Municipal de Cultura, tendo prestado relevantes serviços à produção cultural do Estado do Paraná e de nosso país. Integrou, entre os anos de 1990 e 1992, o Núcleo de Fundação da Bienal de Curitiba. Participou das reuniões preparatórias para a criação da Bienal com os curadores fundadores Miguel Briante, em Buenos Aires, na Argentina, e Tício Escobar, em Asunção, no Paraguai. Organizou a Itinerância da primeira edição da Bienal, em 1993, que passou pelo MASP, em São Paulo, no Palácio Itamaraty em Brasília e no Centro Cultural Recoleta, em Buenos Aires. Foi Diretora Geral da Segunda Edição da Bienal de Curitiba e contribuiu para a consolidação do projeto no país. O Conselho, a Direção e demais profissionais da Bienal de Curitiba exprimem sua profunda gratidão à Sr.ª Angela Ceccatto por todos os anos de trabalho, amizade e realizações e manifesta suas condolências a seus familiares e amigos. Seu exemplo como mãe, amiga e profissional continuará nos inspirando.

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Consulado Geral da Itรกlia em Curitiba www.conscuritiba.esteri.it







bienal internacional de curitiba Conselho de Honra

Claude Bélanger

Diretor Geral

Alfredo Meyer

Denize Corrêa Araujo

Luiz Ernesto Meyer Pereira

Antônio Pereira da Silva e Oliveira

Eduardo Fausti

Ernesto Meyer Filho

Erlon Caramuru Tomasi

Diretor Administrativo-Financeiro

Guilmar Maria Vieira Silva

Guido M. do Amaral Garcia

Luis Gustavo Tortatto

Idelfonso Pereira Correia

Jayme Bernardo

Jorge Hermano Meyer

João Luiz Felix

Coordenação Administrativa e Financeira

Lívio Abramo

Luiz Fernando Casagrande Pereira

João Marcos Almeida

Raquel Liberato Meyer

Mario Pereira

Túlio Vargas

Michele Moura

Design Gráfico

Rodrigo de Araújo Pinheiro

Claudio Gonçalves

Conselho Superior

Sandra Meyer Nunes Assistência

Presidente de Honra em Memória

Miguel Briante

Presidente

Deocélia Costa Martins

Luciana Casagrande Pereira Conselho Fiscal

Presidente

Rodrigo Rocha Loures

Vice-Presidente

Presidente

Luiz Carlos Brugnera

André Carnascialli

Ana Amélia Filiziola

Diretora Secretária

Membros

André Caldeira

Ana Luisa Pernetta Caron

Geni Aparecida Motin

Membros

José Otávio Panek

CURITIBA LITERÁRIA | BIENAL DE CURITIBA 2016 Presidente

Luciana Casagrande Pereira Diretor Geral

Luiz Ernesto Meyer Pereira Curadores

Rogério Pereira Leonor Amarante Ronaldo de Oliveira Corrêa Tom Lisboa Carolina Valentim Loch Lincoln Reis Coordenadora de Produção

Carolina Valentim Loch Assistente de Produção

Fernanda Rios Maria Alice Rocha Egg Mariana Souza Bernal Yara Talita Braga

Catálogo Museografia

Projeto Gráfico e Diagramação

Rodrigo Domaredzky

Claudio Gonçalves

Identidade Visual e Design Gráfico

Edição

Victor Uchoa Claudio Gonçalves Larissa Yumi

Revisão

Comunicação e Conteúdo

Fernanda Rios

Ana Letícia Sowinski Anna Sens

Fernanda Rios Fotografia Comunicação Institucional

Ana Letícia Sowinski Assessoria de Imprensa

Rodrigo Cardoso Guilherme Nascimento Mariana Bernal Semearte

Dani Brito Site

Aristeu Araújo

Duas décadas de Arte Contemporânea Edição do Catálogo / Textos

Adriana Almada Fotografia

Claiton Biaggi Rodrigo Cardoso Lauro Borges Adriana Almada Luiz Ernesto Meyer Pereira Maita Franco

Projeto Gráfico

Alejandro Valdez Sanabria Revisão

Vanessa Carneiro Rodrigues Tradução

Vanessa Tomich Fernando Alejandro Montaldo Lara Daiane Pereira Rodrigues

Agradecimento

Luiz Alberto (Foca) Cruz Hamilton Moreira Marco Mello / Casa da Imagem


agradecimentos institucionais

Secretária do Audiovisual - SAV/MINC

Diretoria de Transporte

Mariana Ribas

Antonio Carlos Pereira de Araujo

Assessor - MINC

Diretoria de Urbanização

Fábio Sato

Celso Bernardo (interino)

José Serra

Governo do Estado do Paraná

UFPR - Universidade Federal do Paraná

Diretor do Departamento Cultural do

Governador do Estado do Paraná

Reitor

Ministério das Relações Exteriores

Beto Richa

Ricardo Marcelo Fonseca

Chefe de Gabinete

Vice-Reitora

Deonilson Roldo

Graciela Inês Bolzón de Muniz

Vice Governadora do Estado do Paraná

(PROEC - Pró-Reitoria de Extensão

Cida Borghetti

e Cultura da UFPR)

Secretária de Estado da Educação

Prof. Ronaldo de Oliveira Corrêa

Presidente da República do Brasil

Michel Temer Ministro das Relações Exteriores

George Torquato Firmeza Ministro de Estado da Cultura

Roberto Freire Assessor Especial do Ministro

Alberto Aggio Chefe de Gabinete - MINC

Ana Cristina Melo

Ana Seres Trento Comin

Coordenador de Cultura

Produção Cultural

Secretário Especial para Assuntos

Giliane S. L. Batista

Chefe de Gabinete Substituto

Estratégicos do Governo do Paraná

Patricia Salles

Bruno Soller

Flávio Arns

Rosana Soldi Briski da Silva

Chefe de Gabinete Substituto

Secretário de Turismo

Secretária Executiva

do Ministro da Cultura

Douglas Fabrício

Eliana Mendes S. Souza

Secretário de Estado da Cultura

Coordenador de Políticas Sociais

João Luiz Fiani

Prof. Leandro Franklin Gorsdorf

Chefe de Gabinete

Secretaria

Margareth Salazar Campinas

Eduarda de Sousa Lemos Christine Hasse

João Artur de Almeida Pinheiro (Tuca Pinheiro) Secretário Executivo - MinC

João Batista de Andrade Secretário de Fomento e Incentivo à Cultura – SEFIC/MinC

Diretor-Geral da SEEC

José Paulo Soares Martins

Jader Alves

Secretário de Articulação e Desenvolvimento

Coordenador de Comunicação da SEEC

Institucional - SADI/MinC

Alisson Diniz

Adão Cândido

Coordenadora de Extensão

Profª. Drª. Iara Picchioni Thielen Pró-Reitora

Profª. Drª. Deise Cristina de Lima Picanço

Coordenadora de Lei de Incentivo (SEEC) Diretor de Promoção Internacional - SADI/MinC

Adam Jayme de Oliveira Muniz

Renata Mele

(DELEM - Departamento de Letras Estrangeiras Modernas da UFPR)

Coordenador COSEM (SEEC) Coordenador geral de cooperação e

Karina Muniz Viana

Relações Internacionais - SADI/MinC

Eduardo Pareja Coelho

Prefeitura Municipal de Curitiba

Coordenadora de Relações

Prefeito de Curitiba

Internacionais - SADI/MinC

Rafael Greca

Chefe do Departamento

Profª. Drª. Liana de Camargo Leão Suplente da Chefe do Departamento

Raihana Torres Falleiros

Decana do Departamento Vice-prefeito de Curitiba

Diretor de Incentivo à Produção

Eduardo Pimentel Secretária Municipal de Educação

Letras Clássicas e Vernáculas da UFPR)

Maria Silvia Bacila Winkeler

Coordenador-Geral de Admissibilidade

Chefe do Departamento

e Aprovação – SEFIC/MINC

Presidente da Fundação Cultural de Curitiba

Vicente Finageiv Filho

/ Secretário de Comunicação Social

Marcelo Cattani

Coordenador-Geral de Execução e Fiscalização – SEFIC/MINC

Profª Drª Rosana de Albuquerque de Sá Brito (DELIN - Departamento de Lingüística,

Cultural – SEFIC/MINC

Odecir Luiz Prata da Costa

Profª. Drª. Maria Josele Bucco Coelho

Prof.ª Dr.ª Raquel Illescas Bueno Vice-Chefe do Departamento

Prof.ª Dr.ª Adelaide Hercília Pescatori Silva

URBS - Urbanização de Curitiba

Charles Passos

Sistema Fecomércio - SESC Paraná Presidente

Coordenadora da CNIC e Banco de

Jose Antonio Andreguetto

Pareceristas – SEFIC/MINC

Flávia Rodrigues Dias

Presidente

Darci Piana

Diretoria Administrativa e Financeira

Celso Bernardo

1º Vice-Presidente

Ari Faria Bittencourt


Centro Paranaense Feminino de Cultura

2º vice-presidente

1º Secretário

Sérgio Augusto de Munhoz Pitaki

Elieder Correa da Silva

Diretor da sala poética

2º Secretário

Sylvio Magalhães

Paulo Roberto Moreira Gomes

Diretor da sala da música

1º Tesoureiro

Julio Enrique Gómez

Janske Niemann Schlenker

Diretor da sala das artes plásticas

2º Tesoureiro

Cyroba Braga Ritzmann

José Luiz Schuchovisk

Primeiro Secretário

1º Orador

Janske Niemann Schlenker

Nilton Carias de Oliveira

Segundo Secretário

2º Orador

Alzeli Bassetti

Maurício Norberto Friedrich

Ida Donata Dalla Vecchia Mori Teresa Teixeira De Britto

Primeiro Tesoureiro

Diretor Cultural

Janske Niemann Schlenker

Paulo Roberto Walbach Prestes

Tesoureiras

Segundo Tesoureiro

Diretor Social

Teresa Teixeira De Britto Mirtes Schunemann

Nei Garcez

Maria Helena Azevedo

Primeiro Orador

Diretor de Comunicação

Graziela de Lamartine

Regina Maria Kracik Teixeira

Segundo Orador

Diretor de Patrimônio

Alzeli Bassetti

Joel Pugsley

Diretor de Biblioteca

Diretor de Sede

Paulo Roberto Karam

Sylvio Magellano Magalhães

Assessoria Jurídica

Diretor de Promoção Artística

Luiz Renato Pedroso Andréa Motta Paredes Maurício Norberto Friedrich

Kathleen Evelyn Muller

Presidente

Chloris Casagrande Justen 1ª Vice-Presidente

Ceres De Ferrante 2 ª Vice-Presidente

Nilcea Romanowski 3 ª Vice-Presidente

Dorothy Gomes Carneiro Secretária executiva

Suzana Vilagra Secretárias

Bibliotecárias

Maria Da Luz Portugal Werneck Maria Das Neves Kruger Relações Públicas

Liamir Santos Hauer Arice Cubas Buchman Maria Helena De Azevedo Arriete Rangel De Abreu Conselho Fiscal

Maria Alice Saldanha Gomes Vera Buck Eloina Teixeira De Britto

Diretor de Relações Comunitárias

Gehad Ismail Hajar

Conselho fiscal

Anna Rocha Angelo Batista Luiz Hélio Friedrich Lygia Lopes dos Santos Vânia Maria Souza Ennes

Diretor de Relações Institucionais

Comissão de cerimonial

Comissão De Promoção da Literatura Paranaense

PUCPR - Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Lilia Souza Andréa Motta Paulo Roberto Walbach Prestes Adélia Maria Woellner

Grão-Chanceler

Comissão Editorial

Dom José Antônio Peruzzo

Lilia Souza Andréa Motta Sérgio Pitaki

Cyroba Braga Ritzmann Liamir Santos Hauer Lygia Lopes dos Santos Lilia Maria Machado Souza Marion Aranha Pacheco Muggiati Nylzamira Cunha Bejes Paulo Roberto Karam Pedro Ricardo Dória Valéria Borges da Silveira Zuleima Guerreiro Magaldi

Conselho Diretor

Chloris Casagrande Justen Ceres De Ferrante Cecília Muller Dalilla Wachelck Morgenstern Isabel Sprenger Ribas Lygia Lopes Dos Santos Glaci Cardoso De Carvalho

Reitor

Waldemiro Gremski

Andréa Motta Paredes Diretor Jurídico

Evaldo Pedroso de Paula e Silva

Centro de Letras do Paraná Vice-Reitor

Paulo Otávio Mussi Augusto

Comissão de Promoção da Imagem Presidente

Institucional do CLP

Ney Fernando Perracini de Azevedo

Aldaci do Carmo Capaverde Aparecida Maria Cardoso Silveira Edelar Prohmann Luiz Afonso Caprilhone Erbano Orly Bach de Andrade Otávio Bressani Paulo Roberto Correia de Oliveira Rafael de Lala Sérgio Augusto de Munhoz Pitaki Ubiratan Lustosa

Academia Paranaense da Poesia 1º Vice-Presidente Presidente Emérita

Roza de Oliveira

Emanuel Mascarenhas Padilha 2º Vice-Presidente

Presidente

Lilia Maria Machado Souza

Noeval de Quadros 3º Vice-Presidente

1º vice-presidente

Andrea Motta Paredes

Teresa Teixeira de Britto


Comissão de mídia e marketing

Eduardo Manoel Araújo Jefferson Dieckmann Marian Pellizzer Comissão de integração comunitária

Isabel Sprenger Ribas Laura Monte Serrat Barbosa Manoel Anísio Moscalewski Marcos de Lacerda Pessoa Marília Remes

Katharina Beletti Fernanda de Oliveira

Assessora Técnica da BPP

Coordenação de Infraestrutura

Ouvidoria

Alceu Chmiluk Alaete José Alves José Edson Ribeiro José Carlos Cordeiro de Oliveira Luiz Ferreira de Almeida Marina Pasetto Baki Solange do Rocio Sellmer Valdivino dos Santos

Conselho fiscal

Ângelo Batista Carlos Moritz Vicente Gomes Elísio Eduardo Marques (falecido) Neumar Carta Winter Vânia Maria Souza Ennes Conselho de ex-presidentes

Ario Taborda Dergint Apollo Taborda França Adélia Maria Woellner Luís Renato Pedroso Neumar Carta Winter

Janaina Bertoncelo de Almeida Coordenação de Planejamento Cultural

Sandra Mara Fogagnoli Jordana Cristina Machado Lis del Barco

Documentação e Referência

Maita Pantaleão Franco Ricardo Freire

Chefe de Gabinete

Cristine Pieske

Cassiele Tatiane dos Santos Israel Hernandes Monteiro Noemi da Silva Souza Oliveira Tatiane Claro de Oliveira

Chefe da Divisão de Periódicos

Josefina Palazzo Ayres

Ivani Fernandes da Rosa Chefe da Divisão de Difusão Cultural

Luiz Rebinski Junior Chefe da Divisão de Coleções Especiais

Lidiamara Alves da Rosa Gross

Bety Terezinha Brykczynski de Luna

Elizabeth Collere de Sillos Chefe da Divisão de Processamento Técnico

Mara Rejane Vicente Teixeira Chefe da Divisão de Extensão

MON Café

Alexandre Braun Daniel de Castro Marcia de Oliveira Bueno Mariana Carolina de Oliveira Roman Gabriela Ribeiro Gertrude Pierre Jean Peguy Pierre João Paulo da Silva Ribeiro Silmara Bueno dos Santos Eliege Moraes da Silveira

Maria Marta Sienna Academia Paranaense de Letras Presidente

Chloris Casagrande Justen Vice-Presidentes

Ernani da Costa Straube Carlos Roberto A. dos Santos Secretários

MON Loja

Coordenação de Comunicação e Marketing

Glaci Gottardello Ito Marianna Camargo

Auditoria Externa

PSW Brasil Auditores Independentes

Coordenação de Design Gráfico

Colmar Chinasso Filho

Erica Beatriz Duncke

Chefe da Divisão de Informática Bilheteria

Cicely Assis Machado Salamunes Thais Bianca Bonini Tatiana Regina Torricillas

Coordenação de Eventos

Chefe do Grupo Auxiliar de Recursos Humanos

Chefe da Divisão de Preservação Gestão Museológica

Secretaria Executiva

Fabiana Wendler Marcello Kawase Eliana Lica Barros

Isabel Cristina de Miranda Menezes

Chefe da Divisão de Obras Gerais

Diretora Cultural

Elvira Wos Elis Reis Sabrina Ellen de Souza Padilha Silmara Wisnievski Jéssica Mayumi Santos Marcos Alberto Schilichting Junior Regina Chicoski Francisco Carmélia Guimarães Madalena Ferreira da Costa da Rocha Alzinor Kososki

Planejamento e Orçamento

Assessoria de Projetos

Nilton Ceschin da Silva Filho

Coordenação Administrativa e Financeira

Maria Bernadete Nunes Faria

Chefe da Divisão de Documentação Paranaense

Contabilidade

Claudia Stoicov Karine de Castro Serafim Karina Marques André Malinski

Chefe do Grupo Auxiliar Financeiro

Humberto Imbrunisio Taffarel Rômulo Vieira

Juliana Vellozo Almeida Vosnika

Coordenação de Ação Educativa

Luiz Antonio Silva

Márcia Regina Bueno de Oliveira Gatti

Diretora-Presidente

Iolete Guibe Hansel Lêda Salles Rosa

Chefe do Grupo Auxiliar Administrativo

Acervo

Marcela Costa Lachowski

Theresa Christina Chaves Schiel

Rubyo Danilo B. dos Anjos

Chefe do Grupo Auxiliar de Coordenação Jurídica

Museu Oscar Niemeyer

Estela Sandrini

Vilma Aparecida Gural Nascimento

Rui Cavallin Pinto Antônio Celso Mendes Tesoureiros

Ernani Costa Straube Ário Taborda Dergint Orador

Biblioteca Pública do Paraná

René Ariel Dotti

Diretor da Biblioteca Pública do Paraná – BPP

Cerimonial

Rogério Pereira

Adélia Maria Woellner


Diretor Jurídico

Consultora Jurídica

Eduardo Rocha Virmond

Adélia Maria Woelner

Documentação e Acervo

Conselheiras

Belmiro Valverde Jobim Castor

Isabel Sprenger Ribas

Ernani Lopes Buchmann

Vera Buck

Editoração e Biblioteca

União Brasileira de Trovadores - UBT Seção de Curitiba

Academia de Letras José de Alencar

Presidente

Anita Zippin Francisco Souto Neto João Carlos Cascaes

Eduardo Rocha Virmond Adherbal Fortes de Sá Jr.

Presidente

Agradecimentos especiais

Andréa Motta Paredes Alberto Aggio

Comunicação

Adherbal Fortes de Sá Jr.

Presidente de honra

Alisson Mauricio Diniz

Dante Mendonça

Orlando Wocziokoski

Andre Granero Aurea Leminski

Paulo Vítola Presidente de honra

Caroline Macedo Bispo Alves

ACCUR - Academia de Cultura de Curitiba

Apollo Taborda França

Cristina Martins Alessi

Presidente

Vice-presidente de administração

Filipe Castro

Maria Inês Borges da Silveira

Nei Garcez

Guilherme de Souza Krauss

1º Vice-presidente

Vice-presidente de cultura

Isaías Carvalho Jr.

Marco Tulio Borges da Silveira

Maria da Graça Stinglin de Araújo

João Matias Loch

2º Vice-presidente

Vice-presidente de Relações Públicas

Juliana Valentim Loch

Mara Lúcia Cordeiro

Ângelo Batista

Karen Fukushima

Presidente do Conselho Consultivo

Vice-presidente de Finanças

Márcia Regina Rios Assis

Regina de Barros Casillo

Janske Nielman Schlenker

Maria Alice Rocha Egg

Academia Feminina de Letras do Paraná

Colégio Estadual do Paraná

Presidente

Diretora Geral

Milton Nascimento

Lygia Lopes dos Santos

Tânia Maria Acco

Renata Loyola Rocha

Vice-presidente

Assessora Técnica

Shana Lima

Isabel Sprenger Ribas

Rosemeri do Rocio Dessoti Schier

Stefanie Stocchero

Primeira Secretária

Honorífica e Nobiliárquica Soberana

Vilma Gural Nascimento

Teresa Teixeira de Britto

Ordem do Sapo do Brasil

Wellington Celso Cruz

Segunda Secretária

Grã-Mestra

Janske Schlenker

Vânia Maria Souza Ennes

Primeira Tesouraria

Sindicato das Empresas de Edição e Distribuição

Lilia Maria Machado de Souza

de Livros do Estado do Paraná

Primeira Oradora

Presidente

Chloris Casagrande Justen

César Henrique de Oliveira

Evelise Barone

Gustavo Valentim Loch

Juliana Rita Baum

Marcelo Marcengo

Mariana Bernal Martha Mouterde Mayra Pedroso

Renata Riski

Valdeci de Fátima Valentim Loch

Segunda Oradora

1º Vice-presidente

Maria Rosa Cartaxo Moura

Sérgio Miguel

Primeira Cerimonial

2º Vice-presidente

Roza de Oliveira

Renato Guimarães Adur

Segunda Cerimonial

Secretário

Neumar Carta Winter

Sérgio Batalha

Relações Públicas

Tesoureira

Liamir Santos Hauer

Marisa Barreto


patrocĂ­nio

co-patrocĂ­nio


parceria institucional

parceria

marketing intergalรกtico

apoio


APOIO DE MÍDIA

parceiros ACADEMIA DE CULTURA DE CURITIBA ACCUR

parceria educacional

co-realização

realização


www.bienaldecuritiba.org


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