11ª Edição | Bienal de Curitiba 2016 | Festival de Cinema

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ministĂŠrio da cultura e petrobras apresentam



beto richa

governador do paraná

A alma do cinema nas telas do Paraná Cinema em nosso estado sempre foi sinônimo de plateias repletas, de reconhecimento e de aplausos. Ainda mais com a amplitude de um evento como o Festival de Cinema da Bienal Internacional de Curitiba. A capital dos paranaenses, onde acontece o festival, não só é cenário para a produção cinematográfica, registrada desde Annibal Requião e João Groff, nos anos 1890, como é extremamente receptiva para exibições, dotada de excelentes espaços, para a chamada sétima arte. Arte que, a cada dia mais, confunde-se com outros tipos e formas artísticas em todo o mundo, em processo diversificado e rico, desde a geração do argumento e do roteiro até a chegada às telas maiores ou outras mídias. Nossa sociedade, em todo o planeta, é cada vez mais imagética, dotada de meios para, em constante mudança, comunicar-se em novos planos, formatos e instrumentos, em quaisquer das artes. O cinema, desde os irmãos Lumière, em 1895, tem o espírito das imagens em sua própria existência. Ele é a projeção de imagens. Ele é a alma e a corporificação da imagem. Ainda mais em um festival com este porte, que promete exibir um panorama mundial e uma vasta seleção de filmes nacionais, curtas e longas-metragens. Repito sempre que, em nosso estado, cultura também é prioridade. Aliás, o Paraná é um estado de cultura. E o cinema, com a emoção que é capaz de transmitir, faz parte deste estado. Por isto, tenho a alegria de informar que desenvolvemos um projeto para estimular a difusão do audiovisual paranaense, por meio da exibição de filmes no canal da TV educativa do estado, na grade de programação da É-Paraná, durante dois anos, com o licenciamento das produtoras envolvidas. Em investimento de R$ 150 mil, temos uma estimativa de seleção de 47 filmes, dos quais 31 curtas, oito longas e oito documentários, nesta primeira fase. Saúdo a realização do Festival de Cinema da Bienal Internacional de Curitiba, extraordinário evento, oportunidade única de conhecer a obra de criadores desta arte e a atenção a ela dispensada por um grande número de paranaenses.


joão luiz fiani

secretário de estado da cultura do paraná

Mais uma vez a Secretaria de Estado da Cultura incentiva o Festival de Cinema da Bienal Internacional de Curitiba (FICBIC). Uma celebração da sétima arte, um festival consolidado, um importante evento cultural brasileiro. Nesta edição o FICBIC 2016 tem como tema as convergências e subjetividades que nos levam a analisar e refletir sobre arte e fatos históricos de várias maneiras, possibilitando diversas interpretações. Cada história projetada na tela se transforma numa experiência que ficará para sempre na memória de quem assiste. O cinema tem essa magia, nos transporta para outras épocas, nos propõe ideologias, nos mostra fatos e opiniões de formas diferentes. Desde sua invenção, o cinema é um importante meio de socialização, seja contando a realidade ou por meio da ficção, em busca de entretenimento ou com objetivo educacional, é uma forma de difundir o conhecimento e a cultura de forma mágica, que movimenta nossas emoções e nos desperta sentimentos indescritíveis. Assistir a um filme aguça nossa memória afetiva, pois ele tem a capacidade de penetrar no nosso pensamento e nos fazer lembrar de momentos importantes que vivemos, dos nossos avós, de uma cidade que já visitamos ou que temos curiosidade de conhecer. Ele possibilita a identificação com histórias vividas e também a compreensão das diferenças. Um momento histórico, uma triste guerra, um texto do teatro, um estilo de vida, um conceito, um livro, um ídolo do esporte, uma religião, um mágico, um palhaço, um cantor, um desconhecido, uma música, uma época, um século, uma descoberta – no cinema tudo se transforma em arte. O cinema faz parte da nossa vida numa interação infinita entre ideias e sociedade, num intercâmbio de culturas e conhecimentos que proporciona qualidade de vida e desenvolvimento social que colabora para a construção de um futuro cada vez melhor. Com o objetivo de facilitar o acesso à cultura, a Secretaria de Estado da Cultura mais uma vez se orgulha de estar ao lado do Festival de Cinema da Bienal Internacional de Curitiba. Contemple, interprete, reflita, aproveite!


petrobras

A Bienal de Curitiba busca estimular a criatividade e o contato com outros olhares. Isso já é mais do que suficiente para justificar a iniciativa de patrocinarmos também o seu festival de cinema, que apresentamos pela segunda vez em 2016. Este ano, ao ampliar ainda mais sua circulação e suas atividades, o Festival de Cinema da Bienal Internacional de Curitiba reafirma sua vocação de incentivar o contato entre público e produtores, levando o cinema de forma acessível para diferentes públicos da capital e de diversas cidades do Paraná. Realizada pela quarta vez em edição anual, é uma excelente oportunidade para acompanhar a produção do cinema nacional e internacional. Outro aspecto especial para nós é a atenção do festival às atividades formativas. É com orgulho que apoiamos um projeto que acolhe alunos e professores, com exibições de filmes em escolas públicas, além de promover reflexões e debates em torno do audiovisual junto aos profissionais da área. Na Petrobras, há mais de vinte anos seguimos acreditando no cinema e apostando na importância dos festivais como espaço de celebração à cultura. O Festival de Cinema da Bienal de Curitiba é parte essencial dessa trajetória.


itaipu

Itaipu Binacional: líder mundial na produção de energia limpa e renovável A Itaipu Binacional é resultado da cooperação entre brasileiros e paraguaios que, juntos, venceram o desafio de converter em energia elétrica as águas do Paraná, um dos mais caudalosos rios do mundo. Com 14 mil Megawatts de potência instalada, a usina é a hidrelétrica que mais gerou energia na história, com mais de 2,3 bilhões de Megawatts/hora produzidos desde 1984. Em 2015, Itaipu produziu um total de 89.215.404 de Megawatts/hora (87,8 milhões de MWh). Sua melhor produção anual foi registrada em 2013, com 98.6 milhões de Megawatts/hora no ano. A usina é responsável por cerca de 15% do abastecimento de eletricidade do Brasil e por 75% do fornecimento ao Paraguai. Hoje, porém, o alcance da usina se estende para muito além da produção energética de qualidade. Itaipu se converteu em uma das principais molas propulsoras do desenvolvimento econômico e social da região de fronteira entre esses dois países. Desde o início de sua operação, a Itaipu Binacional já pagou em royalties mais de US$ 10 bilhões para o Brasil e o Paraguai (metade para cada país). O valor é calculado de acordo com a energia gerada ao longo de cada ano. A partir de 2003, a missão da empresa passou a incorporar a responsabilidade social e ambiental, o que se traduz em inúmeros programas voltados ao meio ambiente e às comunidades localizadas no entorno da usina. A Itaipu também é signatária de diversos compromissos nacionais e internacionais, como os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável - ODS, a Carta da Terra, os Princípios de Empoderamento das Mulheres, entre outros.


sesc paraná

O Sesc realiza mais de 700 milhões de atendimentos em 70 anos no Paraná Desde que foi criado, na década de 1940, a instituição já realizou mais de 700 milhões de atendimentos, levando educação, saúde, ação social, lazer e esporte a todas as regiões do Paraná, por meio de seus 37 pontos de atendimentos fixos, cinco unidades móveis, consultórios odontológicos, academias, restaurantes e hotel. Trata-se de uma rede de serviços oferecidos a mais de dois milhões de comerciários paranaenses, ao longo da sua história. A instituição tem como prioridade o desenvolvimento de ações educativas e preventivas, estimulando hábitos saudáveis, oferecendo atividades educacionais para todas as faixas etárias, e promovendo a qualidade de vida com a realização de atividades culturais, de saúde, esportivas e de lazer. Com a ampliação de suas ações de inclusão social por meio do Programa de Comprometimento e Gratuidade (PCG) já beneficiou mais de 115 mil pessoas com ações gratuitas e investiu mais de R$ 65 milhões de recursos próprios, em 2015. Para estar presente junto à família comerciária, o Sesc Paraná leva aos seus usuários conteúdos que promovem o desenvolvimento humano e social, operando como um agente transformador da sociedade e de histórias no estado. Procure uma unidade do Sesc mais próxima para conhecer os serviços oferecidos. O Sesc é todo seu.


bndes

É com grande prazer que o Banco Nacional do Desenvolvimento marca presença na Bienal de Curitiba, renovando sua parceria com um dos mais tradicionais eventos culturais do país. O BNDES é um dos maiores apoiadores da cultura brasileira, atuando em diversos segmentos, como cinema, música, produção editorial e preservação do patrimônio histórico, artístico e arquitetônico do país. Com ações de patrocínio e financiamento, o Banco estimula a produção cultural e promove a consolidação da cultura como setor econômico capaz de gerar empregos, renda e transformação social. Com projetos nas mais diversas esferas artísticas, a Bienal de Curitiba reafirma com mais este evento sua importância na ampliação do acesso dos brasileiros à cultura. É por acreditar na cultura como fonte de transformação social e econômica do nosso país que o BNDES patrocina eventos como a Bienal e reforça, mais uma vez, o seu compromisso com o desenvolvimento sustentável do Brasil.


luiz ernesto meyer pereira

diretor geral do festival general director of the festival

É com imensa alegria que chegamos a mais uma edição do Festival de Cinema da Bienal Internacional de Curitiba - FICBIC, que é uma realização do Ministério da Cultura, com a apresentação e patrocínio indispensável da Petrobras, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Com curadoria de Denize Araújo e Paulo Camargo, as mostras Panorama do Cinema Mundial e Panorama do Cinema Brasileiro exibem nas telas do Espaço Itaú de Cinema curtas e longas metragens que integram um recorte do cinema atual, por meio de uma programação inédita em Curitiba. No Cine Guarani, a mostra Cinema em Retrospectiva homenageia o diretor argentino Hector Babenco, falecido em julho desde ano. Com exibição de cinco filmes, todos em 35mm, o FICBIC expõe o trabalho do cineasta, que teve um grande papel no cinema brasileiro. Trazendo uma seleção de curtas-metragens para o público infantojuvenil, a mostra Universo Z, que conta com a curadoria de Aristeu Araújo, estimula a imaginação e representa a diversificada produção nacional contemporânea. Além de ser exibida no SESC Paço da Liberdade, os curtas também são levados às escolas da rede pública de ensino, incentivando o diálogo entre professores e alunos sobre a importância do cinema para formação cultural. Exibidos em diversos cinemas da cidade, os Circuitos exibem mostras internacionais, incluindo clássicos do Cinema Francês, todos com exibição em 35mm, com o apoio da Cinemateca da Embaixada da França no Brasil e Institut François. A seleção da mostra de filmes contemporâneos do Cinema Alemão tem apoio da Filmoteca do Goethe Institut. O Consulado Geral do Japão em Curitiba e a Fundação Japão apresentam a Mostra de Cinema Japonês “Convivendo com a natureza”. E o Centro Cultural de la Republica Cabildo realiza uma seleção de curtas do novo cinema Paraguaio. Com o objetivo de promover e incentivar as novas produções, o Circuito Universitário reúne na Cinemateca de Curitiba diversas obras de variados formatos e temas de estudantes de cinema, em parceria com as universidades públicas e privadas do estado. Para que tudo isso fosse possível, contamos com o apoio fundamental dos nossos patrocinadores e realizadores. Por isso, meu sincero obrigado ao Ministério da Cultura do Governo Federal, à Petrobras, ao BNDES, à Itaipu Binacional, ao Fecomércio PR / SESC Paraná, à Unespar-FAP, à UFPR, à Fundação Cultural de Curitiba e Prefeitura de Curitiba e à Secretaria de Estado da Cultura do Governo do Paraná. O Festival de Cinema da Bienal Internacional de Curitiba 2016 foi preparado com muita dedicação da equipe, para que possa continuar contribuindo com o cenário cinematográfico e fomentando a cultura. Espero que os filmes proporcionem a todos bons momentos de entretenimento e reflexão.



índice de mostras

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panorama do cinema mundial panorama do cinema brasileiro

52

cinema em retrospectiva

64

universo z

80

circuito universitário

118

Mostra O Teu Que Eu Mostro O Meu

115

DocNomads

118

Cine Egresso

121

PUTZ!

Hector Eduardo Babenco

126

XX socine

128

biografias

Mostra de Cinema Infantojuvenil

circuitos

81

Cinema Francês

86

Cinema Japonês

94

Cinema Alemão

100

108

Cinema Paraguaio


convergĂŞncias e subjetividades denize araĂşjo e paulo camargo curadores


O tema do Festival de Cinema da Bienal Internacional de Curitiba, o FICBIC será Convergências e subjetividades. Em diálogo com o XX Encontro da SOCINE, o FICBIC 2016 propõe esta temática que parece ser recorrente no cinema contemporâneo, seja em suas questões atuais de acontecimentos mais recentes, como a problemática dos refugiados, seja nas estruturas internas de documentários híbridos, ou ainda nas intertextualidades externas dos filmes com outras mídias, em conversas com filmes anteriores ou com outras montagens compartilhadas. O critério de seleção da Curadoria continua sendo a exibição de filmes premiados nos festivais de Cannes, Sundance e Berlim, e inéditos em Curitiba.


índice de filmes

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panorama do cinema mundial Fogo no mar | Fuocoammare Pikadero | Pikadero Sonita | Sonita Do not resist | Do not resist The land of the enlightened The land of the enlightened Sin Norte | Sin Norte Dogs | Dogs Timecode | Timecode Hold on | Houvast Murderous injustice Murderous injustice A man returned | A man returned

panorama do cinema brasileiro Quase memória Beduíno Barata Ribeiro, 716 Cinema Novo Jovens infelizes ou Um homem que grita não é um urso que dança Deserto Aqueles cinco segundos Eclipse solar O significador de insignificâncias Lúcida Madrepérola Noite escura de São Nunca

52 58 59 60 61 62

64 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78

cinema em retrospectiva hector babenco

Ironweed Brincando nos campos do Senhor O rei da noite Pixote, a lei do mais fraco O beijo da Mulher Aranha

universo Z

Mostra de Cinema Infantojuvenil Bá Uótizap Menino da Gamboa Número e Série No Fim da Trama O Melhor Som do Mundo Escargot Fora da Caixa H2Obby Coisa-Malu As Aventuras de Minuano Kid


80 81 82 83 84 85 86 88 89 90 91 92 93 94 96 97 98 99 100 102 103 104 105

circuitos

108

Mostra de Cinema Francês As Damas do Bosque de Boulogne Les dames du Bois de Boulogne O Batedor de Carteiras | Pickpocket French Cancan | French Cancan Jacquot de Nantes Jacquot de Nantes

109 110

Mostra de Cinema Japonês O sol sempre se põe na terceira rua 3 三丁目の夕日‘64 Amor às cegas | 箱入り息子の恋 Vamos ver a cachoeira | 滝を見にいく Um adeus a Jinu ジヌよさらば~かむろば村へ~ Escalando para a primavera 春を背負って Wood job! | ~神去なあなあ日常~

112

Mostra de Cinema Alemão Concrete Love: The Böhm Family Die Böhms - Architektur einer Familie Jack | Jack Os óculos de Tito | Titos Brille O superego e você | Ueber-Ich und Du Mostra de Cinema Paraguaio A cruz rebelde | Kurusu Rebelde Zulema | Zulema Asteroid Attack | Asteroid Attack Carros velhos | Coches viejos

111

113 114 115 116 117

circuito universitário Mostra o teu que eu mostro o meu ø Usadas (ou)sadas Tétrica Velhos hábitos Entre linhas Step motion: impressões visuais de um caminho Livre, era o que ela mais queria ser Pavão sem cores Kronos A persistência do segundo Dragoon – valley of blades Esconderijo O sol ainda brilha pra você DocNomads Terra Corpo Gülami and me Fluir O retorno em sonho

118 120

Cine Egresso Pequenos Pastoreio

121

PUTZ! Zombiojo PUPUPUTZ Floresta do outro lado


panorama do cinema mundial

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Panorama do Cinema Mundial denize araĂşjo e paulo camargo curadores


Em 2016, o Festival de Cinema da Bienal Internacional de Curitiba – FICBIC – reapresenta sua proposta de exibir filmes inéditos na capital paranaense e premiados em grandes festivais internacionais. O tema desta edição é Convergências e subjetividades, considerando, pelo enfoque convergente, filmes que dialogam com outras mídias ou que inserem recursos estéticos e narrativos ficcionais em documentários. Analisados pelo prisma da subjetividade, alguns filmes selecionados exibem nuances que dificultam uma definição precisa, incentivando reflexões sobre assuntos instigantes que podem ser alvo de múltiplas interpretações. Este é o caso do documentário de abertura, Fogo no mar, de Gianfranco Rosi. O filme apresenta imagens marcantes e comoventes das desventuras de refugiados, que escapam de suas cidades em guerra com a esperança de conseguirem viver em paz em outros países. As imagens de Rosi mostram não só o desespero, mas também a incerteza de um futuro. O assunto, bastante debatido nos dias atuais, é conduzido com imparcialidade e maestria, deixando implícito ao espectador que o drama é complexo e envolve diversas instâncias. A ilha de Lampedusa, local onde os navios chegam, é mostrada em seu cotidiano, que se contrapõe ao dos imigrantes. A chegada de milhares de imigrantes sem dúvida afetará a rotina local. Vencedor do Urso de Ouro no Festival de Berlim, que tem preocupação política e social, Fogo no Mar recebeu também o Prêmio do Júri Ecumênico e da Anistia Internacional. Rosi morou por um ano na ilha para absorver a atmosfera local e da região da Sicília, sul da Itália. O mar Mediterrâneo, no momento, é testemunha da mais longa e dura crise humanitária depois da Segunda Guerra Mundial. Assim como Rosi, o diretor e fotógrafo belga Pieter-Jan de Pue viveu por sete anos no Afeganistão, onde filmou The land of the enlightened com crianças que moram no país. Usando câmera de 16mm, o diretor mesclou cenas de realismo junto a elementos estéticos criativos, desenhando um cenário de realismo mágico e fazendo com que a natureza do local se tornasse cúmplice daquelas vidas. Seu documentário poderia ser um “fotodoc” ou um “dramadoc”, considerando que a fotografia é central, assim como o drama que documenta as vidas das crianças – um misto de inocência, de sangue frio e sobrevivência, uma fábula moderna, que mistura elementos mundanos e sofisticados. Filmando crianças que sobrevivem trocando mercadorias e estão habituadas ao ópio e outras drogas, viciadas no tráfico de armas, mas que, ao mesmo tempo, têm sonhos, o diretor trabalha nas convergências do cinema com a fotografia e da realidade com a fantasia. Suas técnicas foto-cinemáticas garantiramlhe o Prêmio Especial do Júri de Cinematografia do Festival de Sundance, em 2016. O líder da gangue das crianças, Gholam, sonha em casar com uma das colegas e construir para ela um palácio em Kabul. Em tom alegórico, a narração do filme conta as origens míticas do Afeganistão e a cultura dos habitantes do lugar, enquanto a câmera fotografa a paisagem afegã. Magia visual. A viagem de Estéban, personagem do filme chileno de Fernando Lavanderos, reflete seu título: Sin norte. Tentando encontrar Isabel, sua companheira que some misteriosamente, o personagem vai revelando seu país, os lugares mais esquecidos e os encontros com moradores locais, que compartilham sua busca. A viagem é de autoconhecimento, ao mesmo tempo em que desvenda os costumes locais. Ao deixar detalhes implícitos, o diretor privilegia as subjetividades e peculiaridades de sua narrativa, que se aprofunda cada vez mais no cenário chileno, sem direcionamento, sem norte, como um barco à deriva. É um filme de sensações, de descobertas, uma espécie de road movie. O longa, que começa com a preocupação do protagonista, expande seu horizonte, incluindo habitantes que manifestam suas angústias, assim como evidencia a negligência do país em relação a áreas mais afastadas de Santiago. Foi agraciado com o Prêmio Especial do Júri no Festival de Valdívia (Chile) e o Kikito de Melhor Filme e Melhor Direção na Mostra Competitiva Internacional do Festival de Gramado.


Sonita, documentário sobre uma jovem afegã, que seria vendida em casamento caso não tivesse reagido e feito um vídeo blog de música, é um filme de Rokhsareh Ghaemmaghani, do Irã, vencedor de quase vinte prêmios, entre os quais o Grande Prêmio do Público no Festival Internacional de Sundance (EUA), o Melhor Filme de Estreia no Biografilm Festival, o Viktor Award no Festival Internacional de Documentários de Munique, o Schweppes Indie Music Award no IndieLisboa, festival internacional independente, e o IDFA Audience Award no Festival Internacional de Documentários de Amsterdã, além do prêmio do público nos festivais internacionais de Portland, Sarasota e Montclair. O documentário revela os hábitos afegãos de casamentos de jovens desde que completam treze anos, sendo que a porcentagem de uniões forçadas varia entre 60% a 80%. As jovens também não podem cantar em público sem permissão estatal. A representação da cultura afegã é permeada pela subjetividade inerente a um mundo não familiar ao ocidental, permitindo diversas interpretações que só são válidas dentro de um contexto local, no qual as tradições são respeitadas. Vencedor do Prêmio Fipresci, concedido pela crítica, da mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes 2016, o primeiro filme de Bogdan Mirica, Dogs, dialoga com Sonita em relação às tradições locais pouco conhecidas pelos não iniciados. Tendo elos de convergências com o western, com o cinema novo romeno e com os sombrios thrillers da tradição da Romênia, a obra revela que a herança recebida do avô do protagonista é um território sem lei. A aparente tranquilidade do local, perto do Mar Negro e da fronteira com a Ucrânia, esconde algo assustador. O título é uma alusão, deixando implícito que homens não são melhores que cães. A câmera lenta é teatral e alegórica, fazendo ressurgir um passado nada glorioso, do qual o avô do protagonista, sem o conhecimento do mesmo, era ativo participante. A herança revela seu caráter bélico, em território onde qualquer rusga é motivo de luta mortal. Pikadero, primeiro longa do escocês Ben Sharrock, revela, com humor e por vezes em tom mais dramático, a frustração de dois jovens, que não encontram um lugar onde possam estar a sós na vila basca onde vivem. Gorka e Ane parecem não ter muitas expectativas sobre o futuro, e a crise financeira da região é bastante evidente no filme, além dos hábitos da cultura basca. O filme alude a pontos de convergência com o cinema de Jacques Tati e de Buster Keaton, além de ter em suas cores referências aos artistas visuais Edward Hopper e George Shaw, favoritos do diretor. Pikadero recebeu diversos prêmios, como Melhor Filme Europeu no Festival Internacional de Bruxelas, Critics Choice Award no Festival de Cinema de Zurique, Fipresci Film Award de Melhor Filme no Festival Internacional de Cinema de Molodist, na Ucrânia, e no Festival Internacional de Cinema de Edimburgo, Melhor Edição no Festival Internacional de Tirana e Melhor Novo Diretor no Evolution International Film Festival, em Mallorca, Espanha. Do not resist, documentário do americano Craig Atkinson, vencedor do prêmio de Melhor Documentário no Festival de Cinema de Tribeca 2016, em Nova York, revela a militarização da polícia americana com armas poderosas. Filmado durante dois anos, quase sem uso de som e com imagens fortes, o filme parece atribuir à câmera o papel de testemunhar os fatos, sem narração, oferecendo ao espectador imagens que falam por si mesmas. O tema da cultura do medo e da brutalidade durante protestos diagnosticam os problemas sem tentar solucioná-los, mas deixam implícitos os dois lados da questão, que é subjetiva: por um lado o papel da polícia de evitar o crime e de proteger os cidadãos, por outro lado o uso irracional da implantação do equipamento armado. Encontrar um equilíbrio entre os dois lados seria uma solução inicial. A seleção de longas do Panorama Mundial do Festival de Cinema da Bienal Internacional de Curitiba enfatiza a convergência reflexiva sobre hábitos culturais não tão conhecidos, retratados nos filmes Sonita, Dogs e Pikadero, e a convergência interna do filme The land of the enlightened, que intertextualiza realidade e fantasia, ficção e documentário. Outro aspecto a ser considerado é a premiação-incentivo


aos diretores que estão apresentando seus primeiros longas, como Ben Sharrock (Pikadero), Craig Atkinson (Do not resist) e Rokhsareh Ghaemmaghani (Sonita). A visão de dentro e o olhar estrangeiro, ambos relevantes, também são de importância para a apreciação dos filmes. Pieter-Jan de Pue viveu por sete anos no Afeganistão para realizar seu documentário The land of the enlightened. Gianfranco Rosi morou por um ano em Lampedusa, observando a rotina da cidade e as migrações, para Fogo no mar. Ben Sharrock, ao contrário, oferece sua percepção de outsider, igualmente promissora (Pikadero). Fernando Lavanderos (Sin norte) faz com que seu protagonista conheça seu país e seu próprio mundo interior. Além disso, os filmes dialogam em suas subjetividades, oferecendo insights, mas permitindo uma leitura diferenciada de espectadores que, de acordo com suas vivências e seus pontos de vista, podem refletir sobre os temas atuais da seleção. O Panorama do Cinema Mundial conta também com curtas premiados. Hold on, de Charlotte ScottWilson, da Holanda, exibe uma jovem violoncelista que pertence a uma orquestra. No entanto, para continuar atuando, deve se conhecer melhor e conseguir superar seus medos. O curta do realizador catalão Juanjo Giménez Peña, Timecode, questiona o papel das câmeras de segurança e seus efeitos positivos e negativos, ao retratar Luna e Diego, guardas de segurança, e o que eles devem registrar em seus trabalhos em um estacionamento. O filme, que recebeu a Palma de Ouro no Festival de Cannes, remete também aos empregos duplos que as pessoas precisam manter para sobreviverem financeiramente e poderem se dedicar ao que realmente gostam. No caso, ambos os seguranças são bailarinos. O filme de Mahdi Fleifel, A man returned, documenta a vida de um refugiado, que sofre ao voltar ao seu país com um problema de vício às drogas. O diretor filmou, por certo tempo, ao vivo. O curta tem convergências com Fogo no mar, no sentido de se tratar do tema de refugiados e suas consequências, e também em relação ao sonho de se casar com sua namorada de infância, o que remete ao filme The land of the enlightened, quando Gholam sonha em casar com sua jovem amiga. A man returned foi selecionado como Melhor filme no VIS Vienna International Shorts e premiado com o Urso de Prata no Festival Internacional de Cinema de Berlim. Murderous injustice, de Gavin Scott Whitfield, do Reino Unido, é baseado em um incidente real. Conta, em uma só tomada, a história da morte de um refugiado, em 2013, acusado injustamente de pedofilia, ao tirar fotos de jovens que estavam vandalizando o jardim de sua casa. Bijan Ebrahimi, refugiado iraniano, foi agredido até a morte e queimado em seguida por seu vizinho. O curta converge com o longa Do not resist, no sentido da violência extrema e desequilibrada, que pode levar a trágicas consequências sem retorno. A técnica usada para filmar acompanha o incidente, que é levado a cabo em uma só tomada. O filme pode ser classificado como um “dramadoc”, ou seja, um drama que documenta um episódio real. A seleção de curtas privilegia temas atuais, como busca de soluções para refugiados, violência excessiva e sem limites, e o papel das câmeras de segurança e das novas tecnologias. Os curtas exibidos, todos reconhecidos em festivais internacionais pelos seus méritos, não só temáticos, mas também estilísticos, provocam reflexão sobre assuntos relevantes, alguns sem solução no momento. O tema das convergências encontra eco em alguns, que remetem a longas ou a outros filmes intertextuais, enquanto que os aspectos subjetivos contemplam elementos implícitos, evitando maniqueísmos e abrindo espaço para pluralidades e polifonias. A seleção enfatiza também uma diversidade de culturas, tentando desenhar um mapa mundial, que permita um amplo espectro de regiões, desde a América do Sul até o Irã, trazendo filmes de idiomas diversos para uma absorção tanto visual quanto linguística e sociológica.


Fuocoammare

Fogo no mar 2016 | Documentário | Itália, França | 109’ | dcp

Espaço pra imagem

O documentário captura a vida da ilha italiana de Lampedusa. Na costa sul da Itália, o local se tornou linha de frente na crise de imigração da Europa. O local virou manchete mundial nos últimos anos por ser o primeiro porto de escala para centenas de milhares de imigrantes da África e do Oriente Médio que tentam fazer uma nova vida no continente europeu.

Direção e direção de fotografia Gianfranco Rosi Roteiro Gianfranco Rosi Carla Cattani Produção Donatella Palermo Gianfranco Rosi Montagem Jacopo Quadri Som Sound Stefano Grosso Elenco Samuele Pucillo Maria Costa

Pietro Bartolo Samuele Caruana Giuseppe Fragapane Francesco Paterna Mattias Cucina Maria Signorello Francesco Mannino Empresa Produtora Stemal Entertainment 21 Unofilm Cinecittà Luce Rai Cinema Les Films d’Ici Arte France Cinéma Distribuição Imovision Elias Oliveira elias@imovision.com.br

Gianfranco Rosi Nascido em Asmara, Eritreia, em 1964, Gianfranco Rosi teve que sair do país sem a família, durante a guerra pela independência, em 1977. Morou em Roma e em Istambul, antes de começar os estudos na Tisch School of the Arts, em Nova Iorque, em 1984. Seu filme de graduação, Boatman, foi selecionado para vários festivais, incluindo Sundance, Locarno, Toronto e Amsterdã. Sacro Gra, documentário sobre Roma que dirigiu, ganhou o Leão de Ouro em Veneza, em 2013.

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Pikadero

Pikadero 2015 | Ficção | Espanha, Reino Unido | 99’ | dcp

Espaço pra imagem

Sem a possibilidade de morar sozinho, devido à crise econômica que assola a Espanha, um jovem casal tem problemas para consumar seu relacionamento incipiente na casa dos pais. Cada vez mais desesperados para fazer sexo e sem dinheiro para pagar um hotel, são forçados a cogitar lugares públicos normalmente usados para o sexo, conhecidos pelos locais como pikaderos.

Direção e roteiro Ben Sharrock Produção Irune Gurtubai Direção de fotografia Nick Cooke Montagem Karel Dolak Trilha sonora Atzi Muramatsu

Elenco Barbara Goenaga Joseba Usabiaga Lander Otaola Zorion Eguileor Itziar Lazkano Empresa Produtora Caravan Cinema Distribuição Film Republic Ines Skrbic ines@filmrepublic.biz +954 806 - 6540

Ben Sharrock Aos 26 anos, Ben Sharrock estreou o primeiro longa-metragem, Pikadero, apresentado no Festival Internacional de Cinema de San Sebastian, em setembro de 2015. Seus curtas anteriores ganharam quatro prêmios BAFTA Novos Talentos, incluindo Melhor Drama e Melhor Roteirista para Patata Tortilla. Ben formou-se na Universidade de Edimburgo em Árabe e Política, antes de participar da Screen Academy Scotland, onde fez um mestrado com distinção em Direção de Cinema. Depois de trabalhar com publicidade em Dubai, completou outro mestrado em Prática Avançada de Cinema, com o qual foi premiado com a Bolsa Rafford e uma medalha da universidade.

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Sonita

Sonita 2015 | Documentário | Alemanha, Irã, Suíça | 90’ | dcp

Se Sonita, aos 18 anos, tivesse voz para expressar seus desejos, Michael Jackson e Rihanna seriam seus pais e ela seria uma rapper que contaria a história de mulheres afegãs e os destinos como “crianças-noivas”. Mas descobre que sua família planeja vendê-la para um marido desconhecido por nove mil dólares.

Direção Rokhsareh Ghaem Maghami Elenco Sonita Alidazeh Produção Gerd Haag Coprodução Rokhsareh Ghaem Maghami Aline Schmid Produção criativa Creative production Kerstin Krieg Direção de fotografia Behrouz Badrouj Ali Mohammad Ghasemi Mohammad Haddadi

Arastoo Givi Torben Bernard Parviz Arefi Ala Mohseni Montagem Rune Schweitzer Música Moritz Denis Layout de música Guillaume Wuhrmann Canção original Sonita Alizadeh Sepandarmaz Elahi Shirazi Distribuição Cat & Dogs Maelle Guenegues maelle@catndogs.com +33144617748

Rokhsareh Ghaemmaghami Rokhsareh Ghaemmaghami nasceu em Teerã e estudou cinema e animação na Universidade de Arte de Teerã. Seus ensaios e pesquisas publicados incluem o livro Animated documentary: a new way to express, publicado em persa em 2009. Os documentários em curta-metragem que dirigiu incluem Pigeon fanciers (2000) A loud solitude (2010), Born 20 minutes late (2010), Going up the stairs (2011), e o documentário animado Cyanosis (2007).

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Do not resist

Do not resist 2014 | Documentário | EUA | 72’ | dcp

Direção e direção de fotografia Craig Atkinson Produção Laura Hartrick Montagem Craig Atkinson Laura Hartrick

Som Scott Weber Música Grayson Sanders Empresa Produtora e Distribuição Vanish Films Laura Hartick info@vanishfilms.com +313 9291663

Começando pelas ruas de Ferguson, Missouri, Estados Unidos, ao observar como a comunidade lida com a morte de Michael Brown, Do not resist, estreia do cineasta Craig Atkinson na direção, oferece um olhar sobre a ação da polícia americana nos dias de hoje. Vencedor do Festival de Cinema de Tribeca, como melhor documentário, o longa coloca os espectadores no centro da ação – a partir de uma ronda com a SWAT na Carolina do Sul e acompanhando o treinamento policial que ensina a importância da “violência justa” para o público de um congresso sobre a proliferação dos equipamentos militares nas pequenas cidades do país. Explora ainda os caminhos pelos quais as novas tecnologias controversas, incluindo algoritmos de policiamento preditivo, podem nos levar.

Craig Atkinson Craig Atkinson, cineasta multifacetado, é produtor, editor e diretor de fotografia. Em seu trabalho mais recente, atuou na assistência da direção de fotografia do documentário Just another version of you, de Norman Lear. Craig também produziu e foi codiretor de fotografia do documentário Detropia. É mestre em Visual Media Arts, pela Emerson College. Do not resist é a sua estreia na direção.

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The land of the enlightened

The land of the enlightened 2016 | Documentário | Afeganistão, Bélgica, Irlanda, Holanda | 83’ | dcp

Um grupo de crianças afegãs cava buracos em antigas minas soviéticas e vendem os explosivos para outras crianças que trabalham na mina Lappis Lazulli. Enquanto não estão sonhando com o país livre dos ataques americanos e vivendo a loucura diária do Afeganistão, Gholam Nasir e sua gangue controlam as montanhas, onde pessoas são esmagadas pelas bombas.

Direção e direção de fotografia Pieter-Jan De Pue

Montagem David Dusa Stijn Deconinck

Roteiro Pieter-Jan De Pue David Dusa

Som Robert Flanagan

Produção Bart Van Langendonck

Trilha sonora Denis Clohessy Distribuição Films Boutique Emma Silhol emma@filmsboutique.com +49 30 695 378 50

Pieter-Jan de Pue O belga Pieter-Jan de Pue é fotógrafo e diretor de cinema. Estudou na Escola de Artes Visuais RITS. The land of enlightened é seu primeiro documentário e conquistou o Prêmio Especial do Júri por Fotografia para Documentário Estrangeiro no Festival de Cinema de Sundance, em 2016.

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lost north

Sin norte 2015 | Híbrido | Chile | 100’ | dcp

Direção Fernando Lavanderos Produção executiva Luis Cifuentes Direção de fotografia Andrés Garces Direção de arte Bernardita Baeza Montagem Rodrigo Saquel

Design de som Cristián Mascaró Trilha sonora Sebastián Vergara Elenco Koke Santa Ana Geraldine Neary Empresa Produtora e Distribuição Duende Films Lucho Film Luis Cifuentes luis@luiscifuentes.com +56 09 82599099

Esteban viaja pela estrada para o norte, seguindo os passos de Isabel. A rota leva-o por diferentes cidades, aprofundando-se no deserto desconhecido do Chile, chegando a lugares onde ela esteve, encontrando pessoas que a conheciam. Mas, à medida que progride na busca, sua meta inicial acaba se fundindo com o que aparece em seu caminho. O processo passa a ser um fim em si mesmo, em um concerto de caracteres, passando por incríveis paisagens reais.

Fernando Lavanderos Fernando Lavanderos nasceu em Santiago, Chile. Realizou documentários e filmes de ficção, que excedem os limites do gênero. O primeiro sucesso veio com o filme Y las vacas vuelan (2003), considerado como a grande inovação do Cinema Chileno. Seu segundo longa, a ficção Las cosas como son (2012), ganhou catorze prêmios nacionais e internacionais, em festivais como o The Independent Camera Award of Karlovy Vary e Festival de Cinema de Mar del Plata. Sin norte (2015) ganhou o primeiro prêmio do Festival FicValdivia.

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Dogs

Dogs 2016 | Ficção | Romênia, França, Bulgária, Qatar | 104’ | dcp

Um homem herda um grande pedaço de terra. No entanto, sua sorte logo termina quando descobre que esse território faz parte de uma rota de contrabando de drogas.

Direção e roteiro Bogdan Mirica Produção Marcela Ursu Direção de fotografia Andrei Butica Montagem Roxana Szel Som Samuel Cohen Sebastian Zsemlye Elenco Dragos Bucur

Gheorghe Visu Vlad Ivanov Costel Cascaval Constantin Cojocaru Raluca Aprodu Catalin Paraschiv Emilian Oprea Valeri Yordanov Empresa produtora EZ Films 42KM Film contact@bacfilms.fr Distribuição BAC Films Franka Schwabe contact@bacfilm.fr +33 7 63191035

Bogdan Mirica Até 2005, Bogdan era roteirista publicitário, romancista e editor. Mas, pela paixão por cinema, frequentou a Universidade de Westminster, em Londres, onde formou-se em Roteiro. Depois, voltou para a Romênia e trabalhou como roteirista. Em 2011, escreveu e dirigiu seu primeiro curta-metragem, Bora Bora, que lhe rendeu o prêmio de Melhor Curta-Metragem Europeu no Festival de Angers e Melhor Curta-Metragem Romeno no Festival de Cinema de Transilvânia. O filme ainda foi selecionado para outros festivais, como Locarno, Varsóvia e Salonica. Em 2014, Dogs, projeto do primeiro longa, foi escolhido para o workshop da Fundação de Cinema de Cannes. No mesmo ano, ganhou uma bolsa da Fundação Gan para o Cinema. Em 2016, Dogs foi exibido em Un Certain Regard no Festival de Cannes.

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Timecode

Timecode 2016 | Ficção | Espanha | 15’ | dcp

Direção e produção Juanjo Giménez

Som Xavi Saucedo

Roteiro Pere Altimira Juanjo Giménez

Música Iván Céster

Direção de fotografia Pere Pueyo Montagem Silvia Cervantes Direção de arte Diniel G. Blanco

Luna e Diego são os seguranças do estacionamento. Diego faz o turno da noite e Luna trabalha durante o dia.

Elenco Lali Ayguadé Nicolas Ricchini Vicente Gil Pep Domenech Empresa produtora Nadir Films

Juanjo Giménez Juanjo Giménez vive em Barcelona, onde nasceu. Dirigiu alguns curtas-metragens, como Rodilla (2009), Nitbus (2007), Maximum penalty (2005) e Indirect free kick (1997), todos premiados em festivais nacionais e internacionais. Dirigiu também os longas Tilt, de 2003, premiado nos festivais de Roma, Las Palmas e Ourense, Dodge and hit (2010), com Adan Aliaga, melhor documentário do Alcances, de Cádiz, e do Courmayeur Noir, na Itália, e Contact proof (2014), que também estreou no Festival Alcances. É fundador das produtoras Nadir Filmes e Salto de Eje.

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Houvast

Hold on 2016 | Ficção | Holanda | 22’ | dcp

Durante um concerto importante, uma das cordas do violoncelo de Kyra arrebenta. Em um ataque de pânico, sente o medo de palco pela primeira vez. Ela tenta de todas as formas acabar com o pânico e ser capaz de tocar novamente para uma plateia.

Direção Charlotte Scott-Wison Roteiro Charlotte Scott-Wison Marielot van der Slikke Produção Trent Direção de fotografia Lennart Verstege Montagem Annelotte Medema

Direção de arte Romke Faber Som Matthijs Klijn Brandon Grötzinger Música Jesper Ankarfeldt Elenco Charlie Chan Dagelet Roeland Fernhout Lidewij Mahler Empresa produtora Oak Motion Pictures info@someshorts.com

Charlotte Scott-Wison Diretora e roteirista, Charlotte Scott-Wison nasceu na Escócia e estudou na Netherlands Film Academy, Holanda. Sente um amor profundo pela narrativa visual e quer atingir um grande público com seus filmes, explorando temas de forma acessível.

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Murderous injustice

Murderous injustice 2016 | Ficção | Reino Unido | 13’ | dcp

Direção e roteiro Gavin Scott Whitfield Produção Carlie Rice Direção de fotografia Ewan Mulligan Montagem Aaron Brown Direção de arte Joe Reel

Som Brian Grey Trilha sonora Richard James

Baseado em uma situação real, Murderous injustice conta a história em tempo real e em plano sequência. Filme angustiante sobre um crime de ódio e que fala sobre a intolerância no mundo de hoje.

Elenco Arthur Roberts Tom Hughes Kate Hodgson Sameera Saaed Connah Turner Empresa produtora Through Our Eyes Films gavinscottw@gmail.com

Gavin Scott Whitfield Gavin Scott Whitfield vive em Liverpool, trabalhando como diretor e escritor. Murderous injustice é seu oitavo filme.

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A man returned

A man returned 2016 | Documentário | Reino Unido, Líbano, Dinamarca, Holanda | 30’ | dcp

Reda tem 26 anos. Seu sonho de fugir do campo de refugiados palestinos de Ain El-Helweh terminou em fracasso, após ficar três anos preso na Grécia. Ele voltou viciado em heroína para a vida do acampamento, dilacerado por lutas internas e pela incursão da guerra da Síria. Contra todas as probabilidades, decide se casar com sua namorada de infância. Uma história de amor agridoce, como o próprio campo.

Direção e fotografia Mahdi Fleifel

Som Dario Swade

Produção Patrick Campbell

Empresa produtora Nakba Filmworks

Montagem Michael Aaglund

Mahdi Fleifel Mahdi Fleifel é um cineasta dinamarquês palestino, que vive em Amsterdã. Formou-se na Escola Nacional de Cinema e Televisão do Reino Unido, em 2009. Seu filme de estreia, A world not ours, foi aclamado pela crítica, conquistando mais de trinta prêmios em festivais, incluindo Berlinale, Festival de Cinema de Edimburgo e DOC NYC. Men in the sun, filme que está produzindo, baseia-se em temas e personagens encontrados ao fazer trabalhos recentes e é desenvolvido em colaboração com a Final Cut For Real, na Dinamarca.

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panorama do cinema brasileiro

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Panorama do Cinema brasileiro denize araĂşjo e paulo camargo curadores


Nesta edição, o Festival de Cinema da Bienal Internacional de Curitiba – FICBIC – reúne, na mostra Panorama do Cinema Brasileiro, seis longas-metragens, que representam não apenas a diversidade estilística, mas também temática da produção nacional contemporânea. A curadoria buscou selecionar obras autorais de cineastas de várias gerações – de veteranos, como Ruy Guerra, Domingos de Oliveira e Júlio Bressane, a jovens realizadores, como Eryk Rocha, Guilherme Weber e Thiago B. Mendonça. Um traço comum, que norteia todo trabalho de curadoria, interliga os filmes: as convergências. Em todos os longas, há intenso diálogo, tanto no âmbito estético quanto temático, com o próprio fazer cinematográfico e com outras vertentes artísticas, como o teatro, a literatura e as artes visuais. Vencedor do Festival de Cinema de Gramado, em 2016, e dos prêmios de Melhor Filme, Direção e Trilha Sonora, Barata Ribeiro, 716, é o décimo oitavo longa-metragem de Domingos de Oliveira, às vésperas de completar sessenta anos de uma carreira que inclui o clássico Todas as mulheres do mundo (1966). Seu mais recente trabalho é uma obra autobiográfica, protagonizada por Felipe, aspirante a escritor e espécie de alter ego do próprio cineasta, que transforma em ficção episódios de sua juventude no Rio de Janeiro da década de 1960, até o Golpe Militar de 64. O longa retrata a efervescente cena cultural da época, tempos de Bossa Nova e Cinema Novo. Contemporâneo de Oliveira e um dos autores mais inquietos e provocadores do cinema brasileiro, Júlio Bressane traz ao FICBIC seu mais recente longa-metragem, Beduíno, selecionado para as mostras competitivas dos festivais de Locarno, na Suíça, e Brasília. O filme de Bressane, diretor de Matou a família e foi ao cinema (1969), marco da produção underground brasileira, é estrelado por Alessandra Negrini e Fernando Eiras, que interpretam um casal de dramaturgos imersos em um cenário de luzes e sombras. É forte em Beduíno, o diálogo intertextual com o teatro, em decorrência da ocupação dos personagens centrais, que, no filme, representam conexões entre a vida real e a encenada, o que seria a própria arte. Bressane não apenas dirigiu e escreveu, mas também produziu seu longa-metragem, e diz ter buscado trabalhar de forma colaborativa com toda a equipe, que, segundo ele, compartilha a assinatura da obra. O terceiro veterano presente na mostra é o moçambicano Ruy Guerra, um dos nomes mais importantes do Cinema Novo e diretor de clássicos como Os cafajestes (1962) e Os fuzis (1974). Será exibido seu mais recente longa-metragem, Quase memória, vencedor do Prêmio Especial do Júri no Festival do Rio, em 2015, Menção Especial do Júri dos Críticos Russos e Menção Especial da Federação dos Cineclubes Russos no 38º Festival Internacional de Cinema de Moscou. Baseado no romance homônimo do escritor e jornalista Carlos Heitor Cony, Quase memória, assim como Barata Ribeiro, 716, está entre a ficção e a realidade, já que o jornalista Carlos, um dos personagens centrais, vivido por Charles Fricks e Tony Ramos, em diferentes fases da vida, também é uma versão algo ficcionalizada de Cony. Na trama, uma adaptação livre do romance vencedor do prêmio Jabuti, Carlos tenta ajustar contas com o pai, Ernesto, jornalista como ele e um homem de personalidade exuberante e bastante complexa. A aproximação com a literatura é incontornável nesse trabalho de Guerra, que fez três filmes baseados na obra do escritor colombiano Gabriel García Márquez, Erêndira (1983), Fábula da bela palomera (1988) e O veneno da madrugada (2004).


Guerra é um dos principais entrevistados de outro destaque do FICBIC, Cinema Novo, filme de Eryk Rocha, premiado com o troféu Olho de Ouro, concedido ao melhor documentário no Festival de Cannes, em 2016. O longa é um ensaio poético sobre o mais importante movimento cinematográfico brasileiro e inclui trechos de filmes da época. Também costura depoimentos de seus principais expoentes, como Nelson Pereira do Santos, Leon Hirszman, Joaquim Pedro de Andrade, Walter Lima Jr., Paulo César Saraceni e Glauber Rocha, pai do realizador. Também representante da nova geração, o curitibano Guilherme Weber, ator e diretor teatral, faz sua estreia como cineasta em Deserto, selecionado para a mostra competitiva do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Inspirado no romance Santa Maria do Circo, do escritor mexicano contemporâneo David Toscana, o longa-metragem parte da tradição do teatro saltimbanco para narrar a história de um grupo de artistas, que viaja apresentando um espetáculo mambembe por todo o sertão nordestino. Cansados da vida de nômades, eles decidem se instalar em uma pequena cidade abandonada no interior da Paraíba e ali fundar uma sociedade. O longa traz à frente do elenco o grande Lima Duarte. O filme de Weber comunica-se, em sua temática relacionada ao universo do teatro itinerante, com Jovens infelizes ou um homem que grita não é um urso, de Thiago B. Mendonça. Vencedor do prêmio de Melhor Filme pelo Júri da Crítica na Mostra de Cinema de Tiradentes, a produção resgata a tradição do cinema marginal, underground, descendente de Júlio Bressane, para contar a história de um grupo de artistas que compartilha uma pequena casa, além de más condições financeiras, em São Paulo. Na busca por fazer uma arte verdadeiramente revolucionária, capaz de enfrentar a ditadura militar nos anos 60, eles veem suas tentativas serem sucessivamente frustradas até decidirem partir para medidas extremas. Há também seis curtas-metragens que compõem a mostra no festival. O cineasta mineiro Felipe Saleme recebeu, do Festival de Gramado, em 2016, o Kikito de Melhor Direção por seu trabalho em curta-metragem Aqueles cinco segundos. O filme conta a história de um casal de amantes que, após dois anos de encontros intensos e furtivos, descobrem nunca terem se beijado. Estrelam Gabriel Godoy e Luciana Paes, vencedora do prêmio de Melhor Atriz no festival gaúcho.


Lúcida, de Fábio Rodrigo e Carolina Oliveira, recebeu, também na edição deste ano do Festival de Cinema de Gramado, o prêmio de Melhor Curta-Metragem da Mostra Competitiva. O filme é um híbrido de ficção e documentário, no qual personagens da vida real vivem situações roteirizadas, porém inspiradas em suas histórias. A obra tem como tema o abandono das mulheres pelos pais de seus filhos e as crianças da periferia que crescem sem a presença de uma figura paterna. Escolhido pelo Júri da Crítica como Melhor Curta na 19ª Mostra de Cinema de Tiradentes, Minas Gerais, Noite escura de São Nunca, do carioca Samuel Lobo, é um filme de caráter experimental, que aborda a presença traumática da violência perpetrada por forças militares no cotidiano de duas mulheres. Uma delas teve a irmã desaparecida durante a ditadura militar e a outra foi presa pela polícia nas manifestações de junho de 2013. Vencedor do Prêmio do Júri Popular no festival mineiro, Madrepérola, filme gaúcho de Deise Hauenstein, com humor e inventividade, aborda o processo através do qual as pérolas se formam, discutindo como a beleza pode surgir da anomalia e traçando um paralelo com a existência humana. Também em Tiradentes, Eclipse solar, do capixaba Rodrigo de Oliveira, venceu o Prêmio Aquisição Canal Brasil, e tem no centro da narrativa três trabalhadores que se reúnem em torno da preparação de uma festa em um museu. Este encontro revela ter implicações bastante complexas com o passado. O documentário sobre o multiartista Hélio Leites, O significador de insignificâncias, de Fernando Severo e Diego Lopes, une artes plásticas, poesia e performance para criar ações minimalistas de intervenção urbana. Hélio recicla materiais destinados ao lixo e constrói com eles um universo próprio, repleto de novos significados. No curta, faz associações com seu cabelo e as Torres Gêmeas, o bigode de Salvador Dalí e as cachoeiras de Foz do Iguaçu. Suas atividades híbridas relacionam-se ao circo, aos botões que contam histórias, às caixinhas de fósforos que se transformam em carros alegóricos de Carnaval.


Quase memória 2015 | Ficção | 95’ | DCP

Carlos é um homem condenado aos desassossegos da memória, que se encontra com ele mesmo, em uma dobra de tempo. Carlos jovem está diante do esquecimento de Carlos velho, que já não lembra sequer do próprio rosto. Recebem um pacote. Mas o pacote parece estranho. O nó que o amarra, o cheiro, a letra no envelope: a encomenda só poderia ter sido enviada por seu pai, Ernesto, morto há anos. Um pai que sempre criou situações inusitadas. Nesta dobra do tempo, há um Carlos que lembra e há um Carlos que esquece as suas divertidas memórias ao lado deste pai genialmente louco.

Direção Ruy Guerra

Som Evandro Lima

Roteiro Ruy Guerra Bruno Laet Diogo Oliveira

Trilha sonora Tato Taborda

Direção de produção Fernando Zagallo Direção de fotografia Pablo Baião Direção de arte Marcos Figueroa

Elenco Tony Ramos João Miguel Charles Fricks Mariana Ximenes Empresa produtora Kinossaurus contato@kino.art.br +55 21 3204-8037

Montagem Rodrigo Lima

Ruy Guerra Nascido em Moçambique, Ruy Guerra estudou na IDHEC Escola de Cinema de Paris, em 1952, e mora no Brasil há mais de 50 anos. Guerra já dirigiu catorze longas, ganhou mais de sessenta prêmios e teve seus filmes exibidos em mais de duzentos festivais ao redor do mundo, como Berlim, Cannes, Veneza, San Sebastian, Toronto, Rotterdam e muitos outros. Quase memória é o 15º longa da carreira do diretor.

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Beduíno 2016 | Ficção | 75’ | dcp

Direção e roteiro Julio Bressane Produção Tande Bressane Bruno Safadi Direção de fotografia Pepe Schettino Pablo Baião Direção de arte Moa Batsow

Colaboração no roteiro e edição Rosa Dias Montagem Rodrigo Lima

Um casal bastante curioso – dramaturgos de sua própria existência, na qual a arte surge acompanhada de uma singular pretensão metafísica – procura pela coisa mais difícil, através de repetidas e variadas representações, em um cenário de luz, onde se misturam esperança e desespero.

Elenco Alessandra Negrini Fernando Eiras Empresa produtora TB Produções tbproducoes@gmail.com

Julio Bressane Carioca, nascido em 1946. Começou a fazer cinema profissionalmente como assistente de direção de Walter Lima Júnior, em 1965. Participou de articulações e invenções que consagraram o estilo e o modo de produção do chamado Cinema Marginal. Em 1967, apresenta no Festival de Brasília o seu primeiro longa-metragem, Cara a cara. Em 1970, funda, com Rogério Sganzerla, a Belair Filmes. Bressane viveu alguns anos de exílio em Londres e, quando retornou ao país, em 1972, dirigiu seus interesses para a chanchada, o deboche e o diálogo com tradições da cultura brasileira, como a canção e a linguagem popular. Experimental, provocador, considerado um cinepoeta, já recebeu vários prêmios. Outros títulos de sua vasta e apaixonada filmografia: Cuidado, madame (1970), A família do barulho (1970), Tabu (1982), Brás Cubas (1985), Dias de Nietzsche em Turim (2001), Filme de amor (2003), Cleópatra (2007), A erva do rato (2008), Educação sentimental (2013), Garoto (2015) e Beduíno (2016).

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Barata Ribeiro, 716 2016 | Ficção | 86’ | dcp

Um filme no qual os personagens principais estão quase o tempo todo totalmente bêbados. É a fabula da fase do álcool, da mais intensa boemia copacabanense, que termina no golpe de 64. O auge do samba-canção de Antônia Maria e Dolores Duran, em reação, talvez, ao cinema americano, no qual depois do primeiro beijo aparecia o “The End” na tela e todos eram felizes para sempre. Uma boemia apaixonada e desvairada, como nunca houve outra.

Direção e roteiro Domingos Oliveira

Trilha sonora Domingos Oliveira

Direção de produção Renata Paschoal

Elenco Caio Blat Sophie Charlotte Maria Ribeiro Alamo Faco Livia de Bueno Pedro Cardoso e grande elenco

Direção de fotografia Luca Pougy Felipe Roque Direção de arte Ronald Teixeira Som Toninho Muricy

Empresa produtora Teatro Ilustre Forte Filmes (21) 2236 2061 fortefilmes@globo.com

Montagem Tina Saphira

Domingos Oliveira Em quase cinquenta anos de profissão, Domingos Oliveira já escreveu 26 peças, dirigiu 57, publicou cinco livros, lançou seis traduções, dirigiu dezessete longas-metragens e participou de quase cinquenta telefilmes, como roteirista ou diretor. Seu nome é diretamente vinculado – como autor, diretor ou ator - a mais de 130 títulos encenados. Talvez seja o único artista brasileiro com obra numerosa relevante nas três áreas: teatro, cinema e televisão.

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Cinema Novo 2016 | Documentário | 93’ | dcp

Direção e roteiro Eryk Rocha

Trilha sonora Edson Secco

Direção de produção Diogo Dahl

Empresa produtora Coqueirão Pictures (21) 3875 3699 contato@ coqueirao.com.br

Montagem Renato Vallone

Cinema Novo é um ensaio poético, que investiga um dos principais movimentos cinematográficos latino-americanos, através do pensamento e de fragmentos de filmes dos seus principais autores. O filme mergulha na aventura da criação de uma geração de cineastas, que inventou uma nova forma de fazer cinema no Brasil - a partir de uma atitude política, juntando arte e revolução - e que tinha como desejo um cinema que tomasse as ruas e fosse ao encontro do povo brasileiro.

Eryk Rocha O primeiro longa-metragem de Eryk Rocha, Rocha que voa, de 2002, foi exibido em Veneza e Locarno, além de ter sido premiado em vários festivais, como Melhor Filme no Festival Internacional É Tudo Verdade. Realizou o curta Quimera, que integrou a competição do Festival de Cannes, em 2004, e recebeu o prêmio de Melhor Curta no Festival de Montevideo. Em 2009, seu filme Pachamama foi exibido e premiado em diversos festivais. Já em 2011, lançou seu primeiro trabalho de ficção, Transeunte, selecionado e premiado em mais de 25 festivais, incluindo Telluride, nos EUA, que conquistou o título de Melhor Ópera Prima no Festival de Guadalajara e Melhor Filme Brasileiro pela crítica. Jards, de 2013, recebeu o prêmio de Melhor Diretor no Festival do Rio. Em 2015, lançou seu sexto longa metragem, Campo de jogo. O filme foi exibido nos festivais BFI London, CPH:DOX Copenhague e MoMA. Atualmente, trabalha na distribuição de Cinema Novo e prepara o oitavo longa, segunda incursão na ficção, Breves miragens do sol.

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Jovens infelizes ou Um homem que grita não é um urso que dança 2016 | Ficção | 127’ | dcp

Jovens e seus sonhos. Arte e vida. Repressão. A vida em tempos de terror. Um cabaré no limbo. Nada necessariamente nesta ordem.

Direção, roteiro e montagem Thiago B. Mendonça Direção de produção Adriana Barbosa Direção de fotografia Andre Moncaio Direção de arte Bira Nogueira Som Samuel Gambini

Trilha sonora Kiko Dinucci Elenco Camila Urbano Alex Rocha Clarissa Moser Cel Oliveira Rafaela Penteado Renan Rovida Carlos Francisco Empresa produtora Memória Viva memoriavivacine@ gmail.com +55 11 3258-8107

Thiago B. Mendonça Diretor, roteirista e dramaturgo. Thiago integra o Coletivo Zagaia e dirige o grupo de teatro Cia do Terror. Realizou curtasmetragens e documentários que receberam diversos prêmios em festivais nacionais e internacionais. Seu primeiro longametragem ficcional, Jovens infelizes ou Um homem que grita não é um urso que dança, estreou na Mostra de Cinema de Tiradentes de 2016, na qual ganhou o prêmio da crítica da Mostra Aurora.

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Deserto 2016 | Ficção | 100’ | dcp

Direção Guilherme Weber Roteiro Guilherme Weber Ana Paula Maia Direção de produção Henrique Castelo Branco Direção de fotografia Rui Poças Direção de arte Renata Pinheiro Montagem Ricardo Pretti Som José Moreau Louzeiro

Trilha sonora Luiz A. Ferreira Rodrigo Barros Del Rei Elenco Lima Duarte Cida Moreira Everaldo Pontes Márcio Rosário Fernando Teixeira Magali Biff Claudinho Castro Pietra Pan

Livremente inspirado na obra Santa Maria do Circo, de David Toscana. Um pequeno grupo de artistas viaja pelo sertão brasileiro, apresentando um espetáculo. Ao chegar em um pequeno vilarejo, descobrem uma cidade abandonada, casas, igreja e uma fonte que jorra água limpa, tal qual o milagre de um deserto bíblico. Cansados e combalidos da vida errante, os artistas decidem se instalar no vilarejo e fundar uma nova comunidade, dando a si mesmos papéis diferentes daqueles que exerceram por toda a vida. Esta nova configuração, entretanto, vai revelar a estes artistas os piores vícios da vida civil.

Produção Bananeira Filmes bananeira@ bananeirafilmes.com.br +55 21 2225-6552

Guilherme Weber Guilherme Weber é ator, diretor, roteirista, curador e produtor. Fundou a Sutil Companhia de Teatro, uma das mais importantes do país, com duas décadas de atividade. Dirigiu as peças Os altruístas, de Nicky Silver, e Os realistas, de Will Eno. Entre diversos prêmios e indicações, recebeu duas vezes o APCA – Associação Paulista dos Críticos de Arte –, como Melhor Ator, no teatro por Educação sentimental do vampiro, e na televisão, por Queridos amigos. Na TV, participa de vários programas, especiais e novelas. Integra o elenco da série O negócio, da HBO. No cinema, atuou em muitos longas, entre eles Árido Movie, Nina, Cleópatra, de Julio Bressane, e Meu amigo hindu, de Hector Babenco. Deserto é seu primeiro longa-metragem como diretor.

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Aqueles cinco segundos 2016 | Ficção | 15’ | dcp

Em um quarto de hotel, em mais um encontro furtivo no meio da semana, dois amantes, após dois anos, descobrem que nunca se beijaram. Uma história de amor. Do fim ao começo.

Direção Felipe Saleme

Som Niper Boaventura

Roteiro Tairone Vale

Trilha sonora Luciana Paes Lucas Mayer

Direção de produção Ana Loureiro Direção de fotografia Kiko Barbosa Direção de arte Mariana Rigoli Montagem Daniel Couto

Elenco Luciana Paes Gabriel Godoy Empresa produtora ImpulsoHub Cafundó Produções Artísticas Unanima Filmes felipesaleme@gmail.com

Felipe Saleme Diretor e roteirista do curta-metragem About time, gravado em Buenos Aires, na Argentina, em parceria com a FUC – Fundación Universidad del Cine, em 2015. Dirigiu também o filme Aqueles cinco segundos, selecionado para o Festival de Cinema de Tiradentes e para a mostra Short Film Corner, no Festival de Cannes, além de ter sido premiado com dois Kikitos, de Melhor Direção e Melhor Atriz, no Festival de Gramado. Trabalha no curta Entre parênteses, com projeto aprovado pela Lei Municipal Murilo Mendes, de Juiz de Fora, Minas Gerais.

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Eclipse solar 2016 | Ficção | 28’ | dcp

Direção e roteiro Rodrigo de Oliveira Direção de produção Vitor Graize Direção de fotografia Lucas Barbi

Erik Martíncues Natália Hubner Leonardo da Silva Rômulo Braga Empresa produtora Pique-Bandeira Filmes piquebandeirafilmes @gmail.com +55 27 3376-0878

Três trabalhadores reúnem-se em torno da preparação de uma festa em um museu. Aparentemente desconhecidos, os contatos entre os três revelarão implicações profundas no passado. No centro dos confrontos está uma criança. À espreita, o Diabo.

Direção de arte Manuela Curtiss Montagem Luiz Pretti Som Greco Nogueira Marcus Neves Elenco Rejane Arruda

Rodrigo de oliveira Rodrigo de Oliveira é crítico e cineasta, nascido em 1985, em Volta Redonda. Formado em Cinema pela Universidade Federal Fluminense, é redator da Revista Cinética. Em 2010, Rodrigo escreveu o livro Diário de Sintra: reflexões sobre o filme de Paula Gaitán. É autor do roteiro de Exilados do vulcão, de Paula Gaitán, prêmio de Melhor Filme no Festival de Brasília. Em 2012, Rodrigo escreveu e codirigiu seu primeiro longa de ficção, As horas vulgares, lançado na Mostra de Tiradentes, com sucesso de crítica, que teve sua estreia comercial nos cinemas brasileiros em junho de 2013. Teobaldo morto, Romeu exilado, seu segundo longa-metragem, participou do 14º Foro de Coproducción do Festival de Huelva, na Espanha, e teve lançamento na mesma Mostra de Tiradentes, em janeiro de 2015, chegando às salas de cinema em abril de 2016. Seu primeiro trabalho em curta-metragem, Eclipse solar, recebeu o Prêmio Aquisição Canal Brasil na Mostra de Tiradentes de 2016.

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O significador de insignificâncias 2015 | Documentário | 15’ | dcp

Documentário sobre o multiartista Hélio Leites, que une artes plásticas, poesia e performance para criar ações minimalistas de intervenção urbana. Chamado pelo poeta Paulo Leminski de “significador de insignificâncias”, Hélio recicla materiais destinados ao lixo e constrói com eles um universo próprio repleto de novos significados.

Direção Fernando Severo Diego Lopes

Direção de fotografia e câmera Maurício Baggio

Roteiro e montagem Fernando Severo

Direção de produção Andréa Tomeleri

Produção executiva Diego Lopes

Direção de arte Zenor Ribas

Fernando Severo Fernando Severo é realizador de mais de quarenta filmes de longa, curta e média-metragem como diretor, roteirista e montador. Suas obras venceram diversos prêmios no país e exterior, e foram selecionadas para importantes festivais, como Locarno, Oberhausen e Clermont-Ferrand. Foi diretor do Museu da Imagem e do Som do Paraná e é professor no Curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Estadual do Paraná. Participou do Conselho de Cinema do Ministério da Cultura e foi vice-presidente da ABD Nacional.

Diego Lopes Diego Lopes é diretor e produtor audiovisual. Formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Positivo, cursou especialização em produção e direção cinematográfica na Los Angeles Film School. Produziu e dirigiu mais de cinquenta filmes entre curtas e média-metragens, exibidos em diversos festivais nacionais e internacionais. É supervisor dos cursos de Produção de Conteúdo para Novas Mídias e Criação de Jogos Digitais do Centro Europeu de Curitiba.

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Lúcida 2015 | Híbrido | 16’ | dcp

Direção, direção de produção, direção de arte e som Fabio Rodrigo Caroline Neves Roteiro e direção de fotografia Fabio Rodrigo Montagem Caroline Neves

Elenco Jéssica Felipe Willian Leodoro Vinícius Neves Caroline Neves Fabio Rodrigo

Mas eu nem sei se ela tem alguma coisa para cozinhar, porque ela não me fala.

Empresa produtora Ira Negra Filmes - Do gueto para o gueto vimeo.com/fabiorodrigo fr.apdosantos@gmail.com

Fabio Rodrigo e Caroline Neves Fabio Rodrigo e Caroline Neves são moradores da periferia de São Paulo, formados em produção audiovisual. Em seu primeiro curta-metragem, Lúcida, rodaram o circuito brasileiro de festivais arrematando alguns prêmios como Melhor Curta Metragem pela Crítica no Festival de Cinema de Gramado e no Curta Taquary, em Pernambuco.

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Madrepérola 2015 | Documentário | 15’ | dcp

Em uma maré alheia à diversidade, vivem ostras afetadas por serem consideradas fora dos padrões e das medidas. Essa é uma história sobre como as pérolas se formam.

Direção Deise Hauenstein Roteiro Clara Moraes Deise Hauenstein Fabiane Lorscheiter Karen Eggers Direção de produção Clara Moraes Direção de fotografia Karen Eggers Direção de arte Fabiane Lorscheiter Montagem Leonardo Bracht

Som Raysa Fisch Leonardo Bracht Trilha sonora Leonardo Bracht Ana Lonardi Elenco Giovana Guzinski Julliane Toaldo Luara Cruz Tainara Fraga Victória Souza Yasmini Dandara Yasminne Cohen Empresa produtora Unisinos claramoraes95@gmail.com

Deise Hauenstein Deise Hauenstein realizou três curtas-metragens. Em 2014, dirigiu a animação A última quimera, seguida pelas ficções Madrepérola (2015) e Fôlego (2016).

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Noite escura de São Nunca 2015 | Ficção | 21’ | dcp

Direção, roteiro e montagem Samuel Lobo Produção Coletiva Direção de fotografia Clarissa Ribeiro Fernanda Caiada Direção de arte Clara Facuri Fernanda Bigaton

Trilha sonora Fabio Carneiro Leão

Certas noites nunca amanhecem.

Elenco Clarissa Ribeiro Daniel Araújo Guiomar Ramos Lucas Nunes Luiza Guimarães Empresa produtora Correria Filmes samuelllobo@gmail.com

Som Caíque Mello Rocha Fernanda Bigaton

Samuel Lobo Samuel Lobo dirigiu Dias vadios (2014) e Noite escura de São Nunca (2015).

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cinema em retrospectiva hector babenco

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Cinema em Retrospectiva hector babenco: metĂĄforas, convergĂŞncias e sutilezas denize araĂşjo e paulo camargo curadores


A retrospectiva da sexta edição do Festival de Cinema da Bienal de Curitiba – FICBIC é uma homenagem póstuma ao diretor argentino naturalizado brasileiro Hector Eduardo Babenco, falecido em 13 de julho de 2016, aos setenta anos. Com dez filmes premiados, Babenco deixou sua marca indelével na cinematografia dos dois países irmãos. Uma das características mais marcantes de sua obra é a convergência de linguagens, que permeia a maioria de seus filmes. Assim como sua dupla nacionalidade, Babenco inseriu em seus filmes uma duplicidade de mídias, que se vê com mais força no O beijo da Mulher Aranha, baseado no livro homônimo de Manuel Puig, de 1976. Na obra, há uma mescla de dois personagens opostos, que dividem uma cela de prisão, um intertexto que faz política e romance se interconectarem, formando uma teia de intrigas e fazendo convergirem fatos das ditaduras que uniram Brasil e Argentina. Com um ator americano e uma atriz brasileira, Babenco construiu suas subjetividades não só na trama, como também na fratura de linguagem entre português e inglês, assim como na metafilmagem, um filme refletindo outro, uma ditadura dialogando com outra. William Hurt foi premiado como Melhor Ator no Festival de Cannes, no Bafta e no Oscar, em 1986. O longa, rodado em São Paulo, foi indicado ao prêmio da Academia de Hollywood em três outras categorias: filme, direção e roteiro adaptado. A performance de Sônia Braga como mulheraranha consolidou sua carreira e a transformou em estrela internacional. O rei da noite (1975), primeiro longa de ficção de Babenco, tem como protagonista outro personagem marginal, Tertuliano, mais conhecido como Tezinho (Paulo José, em desempenho que lhe valeu prêmio de Melhor Ator no Festival de Brasília). Ele é um arrivista mulherengo, que encontra na cantora de cabaré Pupi (Marília Pêra) tanto amor como sustento, em uma relação passional, porém abusiva e violenta. O diretor, já neste trabalho de estreia, demonstra seu exímio talento na condução de atores em dramas marcados pela tridimensionalidade das personagens. Aqui, dialoga com o melodrama latino-americano.


Pixote, a lei do mais fraco (1981) parte do livro A Infância dos mortos, de autoria de José Louzeiro, e interage com a factualidade das ruas de São Paulo, onde menores abandonados sobrevivem em contato com drogas, prostituição, violência urbana e ausência de elos familiares. Com tom documental, o filme trabalha com crianças e adolescentes das favelas, retratando a vida de menores em reformatórios sórdidos e se aproximando de técnicas do neorrealismo italiano. O longa é rizomático, no sentido deleuziano, por ter certas continuidades sequenciais interrompidas por linhas de fuga, fazendo com que a narrativa seja tão instável quanto as cenas que quer retratar. O que acontece no filme é reproduzido na vida real do protagonista, Fernando Ramos da Silva que, apesar de ter tido algumas oportunidades após o longa, foi morto a tiros dentro de sua própria casa, não conseguindo escapar do destino de muitos meninos de rua na grande São Paulo. Brincando nos campos do Senhor (1991) novamente exibe a maestria de seu diretor, que se utiliza de diversas vozes para retratar a questão da identidade indígena em confronto com a cultura branca, o discurso religioso incapaz de compreender as nuances e subjetividades de habitantes não europeus e a questão comportamental que faz com que alguns personagens sintam-se divididos pela problemática da situação na selva amazônica. A polifonia bakhtiniana de vozes é o recurso adotado por Babenco que, trazendo uma multiplicidade de pontos de vista, coloca-os em situações críticas, provocando rupturas nas decisões a serem tomadas. A metáfora do título sugere que o brincar nos campos do Senhor leva à expulsão do paraíso, o Éden perdido. O filme, contrapondo visões ocidentais arraigadas aos hábitos culturais dos Niarunas, novamente faz refletir sobre problemas de difícil solução, como o propósito de salvar almas, imaginando que a religião ocidental é a fonte certa de redenção.


De volta ao diálogo entre literatura e cinema, Ironweed (1987) é uma adaptação do livro de William Kennedy, vencedor do Prêmio Pulitzer, sobre as angústias de dois protagonistas cuja sorte não mais os favorece. Entrando no campo da psicanálise e do existencialismo, o filme trabalha com convergências entre delírios, fantasmas do passado e infortúnios do presente. Retrata a depressão e o alcoolismo com suas consequências, que fazem os mortos voltarem à vida e torna os vivos reféns de seus atos passados. A expiação da culpa como mensagem do catolicismo irlandês exacerbado aflora de maneira perturbadora à mente dos desafortunados, em crítica sutil à religião fundadora da sociedade norte-americana. O título, ironweed, flor que, em português, chama-se vernônia, é traduzido literalmente por “erva de ferro”, uma metáfora do mal enraizado que a religião provoca. A produção é estrelada por Jack Nicholson e Meryl Streep, que receberam indicações ao Oscar por seus desempenhos. Hector Babenco, trazendo à tona seus temas sobre mazelas sociais e suas críticas contundentes aos sistemas de tratamento aos delinquentes infantis e juvenis, à corrupção policial durante a ditadura, à intromissão dos missionários na vida dos habitantes naturais brasileiros e aos efeitos de uma religião castradora, reflete e faz refletir sobre intransigências sem resultados efetivos e negligências sobre questões importantes na formação de caráter e perfil do povo brasileiro. Acima desses aspectos, porém, está a cosmovisão do cineasta, com suas convergências e sutilezas artísticas. Sua mistura de raças, com heranças judaicas, romenas, portenhas e paulistanas, dialogando com sua formação de cinema clássico com interações vivenciais dos filmes brasileiros e argentinos, faz com que seu repertório seja híbrido, deixando às cinematografias brasileira e argentina um legado rico em potencialidades de reflexão.


Ironweed 1987 | Ficção | EUA | 137’ | 35mm

O esquizofrênico Francis Phelan e a ex-cantora Helen Archer encontram-se por acaso e acabam desenvolvendo uma relação de afeto. Phelan e Helen são alcoólatras, mas tentam se ajudar mutuamente e encarar os fantasmas do passado.

Direção Hector Babenco Roteiro William Kennedy

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Produção Keith Barish Marcia Nasatir Direção de fotografia Lauro Escorel

Montagem Anne Goursaud Direção de arte Robert Guerra Trilha sonora John Morris

Elenco Jack Nicholson Meryl Streep Carroll Baker Michael O’Keefe Diane Venora Fred Gwynne Margaret Whitton Tom Waits


Brincando nos Campos do Senhor 1991 | Ficção | Brasil, EUA | 186’ | 35mm

Um casal de missionários e seu filho pequeno embrenham-se na selva amazônica brasileira para catequisar índios ainda arredios à noção de Deus. Martin Quarrier é sociólogo e termina sendo motivado pelas experiências de outro casal, os Huben. As intenções religiosas e a harmonia entre brancos e índios no local ficam instáveis pela presença de Lewis Moon, um mercenário descendente dos índios americanos.

Direção Hector Babenco

Produção Saul Zaentz

Roteiro Jean-Claude Carrière Hector Babenco Vincent Patrick

Direção de fotografia Lauro Escorel Direção de arte Clovis Bueno

Montagem William M. Anderson Armen Minasian Trilha sonora Zbigniew Preisner Elenco Tom Berenger John Lithgow

Daryl Hannah Aidan Quinn Tom Waits Kathy Bates Stênio Garcia Nelson Xavier José Dumont Empresa produtora The Saul Zaentz Company

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o rei da noite 1975 | Ficção | Brasil | 98’ | 35mm

Nos anos 40, Tezinho sofre uma grande reviravolta em sua vida quando descobre que sua noiva precisará se mudar para tratar de uma grave doença cardíaca. Sem notícias e quase sem esperanças, Tezinho torna-se um boêmio, envolvendo-se com duas irmãs de uma amiga de sua mãe. Mas acaba se casando com uma geniosa mulher, com quem briga o tempo todo.

Direção Hector Babenco

Ignácio Gerber Jose Pinto

Montagem Silvio Renoldi

Roteiro Hector Babenco Orlando Senna

Direção de Fotografia Lauro Escorel

Trilha Sonora Paulo Herculano

Direção de Arte Laonte Klawa

Empresa Produtora HB Filmes José Pinto Produções

Produção Hector Babenco

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Elenco Paulo José Marília Pêra Vick Militello Isadora de Farias Cristina Pereira Yara Amaral Márcia Real Emilio Fontana Dorothée Marie Bouvyer


Pixote, a lei do mais fraco 1980 | Ficção | Brasil | 125’ | 35mm

Oprimidos pela violência do reformatório onde estão encarcerados, um grupo de meninos decide fugir para viver do roubo de carteiras – entre eles, Pixote. Nas ruas, recebem uma proposta para transportar drogas para o Rio de Janeiro, mas o negócio não dá certo e eles retornam à capital paulista. Conhecem uma prostituta e, em acordo com ela, passam a assaltar seus clientes. Baseado no romance de José Louzeiro, o filme recebeu diversos prêmios em festivais nacionais e internacionais, entre eles o Leopardo de Prata no Festival de Locarno, em 1981.

Direção Hector Babenco

Direção de fotografia Rodolfo Sánchez

Som Hugo Gama

Roteiro Hector Babenco Jorge Durán

Direção de arte Clovis Bueno

Trilha sonora John Neschling

Montagem Luiz Elias

Elenco Marília Pêra

Produção associada Paulo Francini Jose Pinto

Jardel Filho Rubens de Falco Elke Maravilha Tony Tornado Beatriz Segall Empresa produtora Embrafilme HB Filmes

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O beijo da Mulher Aranha 1985 | Ficção | Brasil | 120’ | 35mm

No presídio de um país latino-americano não especificado, dois prisioneiros, um homossexual e um militante político, ensaiam uma difícil convivência. A obra é baseada na novela homônima de Manuel Puig. Pelo filme, William Hurt recebeu o Oscar de Melhor Ator e o prêmio na mesma categoria no Festival de Cannes de 1985.

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Direção Hector Babenco

Direção de fotografia Rodolfo Sánchez

Roteiro Leonard Schrader

Direção de arte Clovis Bueno

Produção David Weisman

Montagem Mauro Alice

Trilha sonora Nando Carneiro John Neschling Elenco Raul Julia William Hurt Sônia Braga José Lewgoy Milton Gonçalves


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universo z

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universo z cinema infanto juvenil aristeu araĂşjo curador


Universo Z é uma mostra dedicada a filmes infantis e infantojuvenis. Nesta edição serão exibidos onze curtas-metragens, divididos em duas sessões de aproximadamente uma hora cada. São filmes de diversos formatos e gêneros, produzidos em vários estados do país. O recorte curatorial aqui apresentado foi pensado para fomentar a imaginação e os debates em sala de aula. Os curtas são oriundos da recente cinematografia brasileira e vêm nos lembrar sobre como a produção nacional está cada dia mais rica e diversificada. As histórias passam por dramas familiares, fabulações, heróis imaginários, discussões sociais e o papel da escola. Sobretudo, são filmes que, de forma direta ou indireta, nos fazem pensar o papel da criança no mundo contemporâneo. É da contemporaneidade, inclusive, que surge o título da mostra. Z é a geração imediatamente posterior a tão debatida geração Y. Ou seja, são aqueles que nasceram e cresceram em um mundo totalmente conectado, em que a internet não é mais uma novidade, mas, sim, algo dado e presente na vida de todos. Assim como as gerações transformaram-se, mudaram também os filmes. O cinema infantojuvenil há tempos deixou de lado abordagens puramente infantis. A linguagem tem amadurecido no ritmo em que, percebemos, amadurecem mais cedo as novas plateias de crianças e adolescentes. Por isso, os filmes aqui selecionados tem o potencial de tocar não só o seu público-alvo, mas também os pais e professores. Aliado aos curtas, apresentamos uma série de pequenos textos intitulados Reflexões e debates, que têm o intuito de orientar discussões acerca deste recorte cinematográfico. Professores e alunos poderão partir dessas instigações para acompanhar melhor cada uma dessas histórias. Mas, são apenas caminhos possíveis, pois toda obra é um universo amplo, com mil leituras disponíveis. O mais importante é perceber que até o mais simples dos filmes traz junto consigo portas para mundos que ainda não tínhamos acessado. É essa a beleza maior do cinema, a de nos levar para lugares – físicos e sensoriais – que não havíamos estado. O debate é fundamental nesse processo, porque é a partir daí que o espectador passa a se dar conta do potencial de cada filme. De certa forma, é como reaprender a ler. A mostra Universo Z está aí para fazer com que os seus espectadores possam ler melhor o mundo a sua volta. É que olhando para outras narrativas, aprendemos também a entender um pouco mais sobre nós mesmos.


bá 2015 | Ficção | Brasil | 14’ Direção Leandro Tadashi Roteiro Leandro Tadashi Direção de Produção Renan Lima Direção de fotografia Taís Nardi Direção de arte Rafael Blas Som Daniel Turini Fernando Henna Montagem Lindsay Armstrong Trilha sonora Christine Hals Empresa Produtora Cigano Filmes

O menino Bruno é obrigado a lidar com as mudanças que ocorrem em sua vida quando sua “Bá” (de Batchan, avó em japonês) é trazida para morar em sua casa.

Elenco Yuriko Miamoto Shimata Henry Jun Kanashiro Fábio Yoshihara Lumi Kin Letícia Aya Contato leandrotduarte@gmail.com

REFLEXÕES E DEBATES No curta-metragem “Bá”, Bruno sente-se disconfortável com a chegada da mãe de seu pai. Ela passa a morar com a família pois, já muito idosa, precisa de cuidados. Bruno é uma criança que ainda não entende bem o que é a velhice, que também não percebe exatamente que suas necessidades de criança não precisam ser necessariamente atendidas. Dessa forma, o filme irá discutir – delicadamente – várias transições: a da saída da primeira infância (o caso de Bruno); a do momento em que o adulto percebe que terá que ser cuidador dos próprios pais, deixando para trás a mera função de filho (o caso do pai de Bruno); e a da independência para a dependência (o caso da avó de Bruno). A partir do filme, é possível levantar vários questionamentos junto a crianças e adultos, tais como se passaram por situações semelhantes, tendo de abrigar parentes mais velhos e como se sentiram. É certo esse tipo de atitude? Nem todas as família pensam e agem da mesma forma. Como você imagina que será a sua velhice?

leandro tadashi Leandro Tadashi dirigiu os seguintes curtas metragens: “Encanto” (2006), “Nossa Paixão” (2006), “Naiá e a Lua” (2010), “Absent” (2013), “Tomorrow” (2014) e “Bá” (2015).

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Uótizap 2015 | Animação | Brasil | 1’ Roteiro, Direção, Fotografia, Arte e Montagem Marcelo Branco Som Marcelo Branco Pácis Jr Empresas Produtoras F7 Filmes Associação Cultural Animare Trilha Musical Porcas Borboletas Elenco Diana Branco Marcelo Branco Contato www.animare.org.br

Tudo o que Uótizap queria era a atenção de seu pai, que só tinha olhos para o seu smartphone.

REFLEXÕES E DEBATES “Uótizap”, em apenas um minuto de duração, consegue discutir diversos temas, tais como: a hiperconectividade com a qual vivemos envolto nos dias atuais; as relações entre pais e filhos; segurança infantil, entre outros. É um prato cheio para debater acerca da relação do público com a internet, bem como sobre nossas responsabilidades. Dá para discutir sobre como se dá a relação das crianças com os pais, se se sentem bem cuidadas, se seus pais são presentes. Sabemos que a necessidade financeira faz com que muitos pais passem diversas horas afastadas das famílias. Como as crianças lidam com isso?

marcelo branco Graduado em artes visuais pela Universidade Federal de Uberlândia/MG, é cineasta de animação 2-D, produtor cultural, roteirista e dublador. É fundador da F7 Filmes e da Associação Cultural Animare: Ministra as oficinas F7 de animação para crianças e jovens, desde 2002. É coordenador local do Dia Internacional da Animação/ABCA em Uberlândia/MG, desde 2007.

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Menino da Gamboa 2014 | Ficção | 14’ Direção Pedro Perazzo Rodrigo Luna Roteiro Pedro Perazzo Empresa Produtora Vatapá Produções Direção de Produção Carol Morena Flávia Santana Direção de Fotografia Jeronimo Soffer Direção de Arte Renata Soutomaior Montagem Renato C. Gaiarsa Som Napoleão Cunha

Gum é um menino de nove anos, nativo da praia de Gamboa. Ele sente profunda admiração por seu irmão mais velho, carregador de malas dos turistas que aportam na ilha. Gum quer ser como ele.

Trilha Sonora Luisão Pereira Elenco Oscar Ribeiro Raoni Alves João Batista Fabiana Muniz Contato pedroperazzo@gmail.com

REFLEXÕES E DEBATES Menino da Gamboa trabalha com a desconstrução de alguns clichês do cinema brasileiro. Apresentando personagens humildes e negros, logo tendemos a encará-los como uma espécie de filho dos “favelas movies”, tipo de filme tão comum a nossa filmografia. Mas o esforço de labor por parte do protagonista Gum está mais próximo de um certo encantamento pela vida do irmão do que de uma real necessidade financeira. O seu irmão trabalha carregando a bagagem dos turistas que chegam para se hospedar na pequena cidade praieira. Gum quer construir o seu próprio carrinho para ajudar com as malas dos visitantes. porque imitar o irmão é uma forma de mostrar que o admira. A partir da obra, é possível questionar o espectador sobre sua própria relação familiar, sobre seus laços fraternos e sobre como percebe a relação entre trabalho e infância.

Pedro Perazzo e Rodrigo Luna Pedro é roteirista. Escreveu o longa Homem livre, de Alvaro Furloni, e os projetos em pré-produção Alemão 2, de José Eduardo Belmonte, e Espiral, codirigido com Rodrigo Luna. Rodrigo é diretor e acaba de finalizar seu primeiro longa documentário, Ridículos, em parceria com Paula Lice e Ronei Jorge. É diretor dos curtas Arremate (2012) e Jessy (2013).

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Número e série 2015 | Ficção | 15’ Direção, roteiro e montagem Jéssica Queiroz Direção de produção Nayana Ferreira Direção de fotografia Luiz Augusto Moura Direção de arte Fernanda Volkman Som Bianca Santos Fabio Bessa Vilafranca Trilha sonora Rodrigo Matos Mascavo Elenco Guilherme Ataloni Lanna Bombom Teo Salomão Kauan Alvarenga Empresa produtora Filmes de Várzea jessicanqueiroz@ gmail.com

Em uma escola na periferia de São Paulo, quatro alunos tentam desvendar um mistério que ronda os muros e se esconde entre os cadeados e portões. Querô, Baleia, Diadorim, e Pedro Bala enfrentam as regras e se arriscam em uma aventura.

REFLEXÕES E DEBATES Número e série brinca com as relações de poder dentro da sociedade. Os protagonistas, todos crianças, são como que delinquentes que planejam uma grande ação. A ironia, contudo, é que tais crianças querem apenas livros para ler. Trata-se de uma crítica a um certo modelo de ensino, que prioriza mais a disciplina e a educação formal do que a criatividade. O curta abre diversas possibilidades de debate, podendo se discutir assuntos relacionados aos modelos de escola e ensino, além de repressão e disciplina. Pode-se também debater acerca dos hábitos de leituras dos alunos, ressaltando livros interessantes para a faixa etária atendida.

Jéssica Queiroz Jéssica Queiroz realizou os curtas Vidas de Carolina (2014) e Número e série (2015). Dirigiu também o episódio 3 da série Empoderadas (2016).

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No fim da trama 2015 | Ficção | 12’ Direção Patrícia Monegatto Roteiro Patrícia Monegatto William Martins Direção de produção Carol Gesser Direção de fotografia Bruno Polidoro Direção de arte Mônica Palazzo Montagem Bruna Abubakir Som Léo Gomes Tauro Digital Trilha sonora Mateus Mira

É dia de São João e Léo foi nomeado condutor da dança do pau de fitas. E se alguém errar?

Elenco Johnnie Pacheco Avilla Camila Araujo Andréa Buzatto Emília Carmona Caio César Luciana Holanda Empresa produtora MOBB Moving Images Exato Segundo Produções www.mobbmi.com.br mobb@mobbmi.com.br

REFLEXÕES E DEBATES Em No fim da trama, Léo tem uma grande responsabilidade: ser o condutor principal da dança do pau de fitas. Ela fará a apresentação em sua escola e, embora todos os adultos não deem tanto peso à questão, Léo está nervoso demais com a situação. Como disse um dos cineastas mais importantes da Nouvelle Vague, François Truffaut, “nada é pequeno no que se refere à infância”. A citação aqui é importante, pois o cinema e os adultos tendem a olhar os dramas infantis de cima para baixo, ou seja, minimizando-os. Para Léo, aquela dança é uma questão de vida ou morte. Como sugestão para o debate, pode-se perguntar aos alunos sobre qual tipo de situação os deixam ansiosos, bem como se eles identificam de algum modo os medos do protagonista. Discutir o que gera mais ou menos medo, sobre o que deve ser de responsabilidade ou não das crianças, pode ser um outro bom caminho para esta conversa.

Patrícia Monegatto Cineasta e produtora cultural, é graduada em Cinema e Vídeo pela Universidade do Sul de Santa Catarina. Começou a carreira com o premiado curta-metragem O jardineiro e o pirata. Dirigiu ainda o curta Diários daltônicos. Atuou como diretora na série de culinária Brasil no prato, para o FOX Channels, integrando a equipe de direção em vários outros projetos do canal como Show de bebê, Tudo simples, Ser mulher, A confeitaria, Homens Gourmet, Programa da Palmirinha, Cozinha caseira e Fome de Quê, com Neka Menna Barreto para o Canal Discovery. É sócia-diretora da produtora MOBB Moving Images, sediada em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

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O melhor som do mundo 2014 | ficção | Brasil | 13’ Direção e roteiro Pedro Paulo de Andrade Direção de produção Amina Jorge Direção de fotografia Kauê Zilli Direção de arte Rafael Blás Montagem Lia Kulaskauskas Pedro Paulo de Andrade Som Tales Manfrinato Trilha sonora Bruno Palazzo Elenco Kenji Ogawa Renata Grazzini Leonardo Palhano Eda Nagayama Ricardo Ripa Sarah Ayume Gabriela Boarini Kazue Akisue Empresa produtora Dogs Can Fly entretenimento@ dogscanfly.com

Vinicius não coleciona figurinhas, nem carrinhos, nem gibis. Ele coleciona algo que não pode ser visto nem tocado. Vinicius coleciona os sons do mundo. Mas essa não é uma tarefa fácil, especialmente quando se decide encontrar o melhor de todos: o melhor som do mundo. Em sua busca, ele irá descobrir que o melhor som do mundo está muito mais perto do que o esperado.

REFLEXÕES E DEBATES A infância é um período de muitas obsessões. É comum encontrarmos crianças aficionadas por dinossauros ou astronomia, mas aqui o personagem tem como paixão absoluta os sons. Vinícius grava tudo o que encontra ao seu alcance até o dia em que tem a ideia de registrar o melhor som do mundo. Com humor, o filme aborda a distância entre adultos e crianças, mostrando como a percepção dos mais velhos é distinta da dos mais novos. Buscar o melhor som exige muito empenho por parte de Vinícius, mas também um bocado de sensibilidade. Com o filme, é possível debater a mania que as pessoas têm pelos seus hobbies e coleções, bem como sobre o que essas buscas significam para todo mundo. No curta, a criança acaba descobrindo que o melhor som do mundo está mais próximo do que imaginava. É um bom mote para debater sobre o que mais importa na vida de cada um.

pedro paulo de andrade Pedro Paulo de Andrade é diretor e roteirista. Realizou os curtas-metragens Parede branca do que poderia ser (2010), Maçã (2011), Sobre papéis (2014), Cama, mesa e banho (2014), A ciência do bem e do mal (2014) e O melhor som do mundo (2015).

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Escargot 2011 | Animação | 1’ Direção e roteiro Laira Ávila Priscila Trifiletti Ricardo Lobato Direção de produção e edição Laira Ávila Direção de fotografia Ricardo Lobato Direção de arte Laira Ávila Priscila Trifiletti Som e trilha sonora Jalver Bethônico Lucas Nézio Rodrigo Garcia Contato behance.com/lairaavila

Um caracol precisa de uma ajudinha para sair de uma confusão.

REFLEXÕES E DEBATES Escargot é uma pequena animação em stop motion, técnica que consiste no uso de objetos reais, fotografados quadro a quadro, dando a ilusão de movimento. No filme, dois caracóis feitos de fita adesiva complicam-se com um chiclete velho. O maior mérito do curta é, sobretudo, sua simplicidade, do mesmo tamanho que a imaginação infantil. Ou seja, trata-se de uma falsa simplicidade. O filme brinca justamente com o fato da imaginação infantil transformar objetos do cotidiano em instrumentos lúdicos. A discussão sobre o filme pode girar na questão da imaginação e na grande capacidade que a criança tem de se transportar para mundos muito mais divertidos.

Laira Ávila, Priscila Trifiletti e Ricardo Lobato Laira Ávila é formada em Design Gráfico pela UEMG e Cinema de Animação pela UFMG. Trabalha com criação de identidade visual e com curtas de animação em stop motion. Realizou os vídeos de divulgação Restaurante Delivery do Bem, Carteirinha estudantil, Vinheta Oak’s Pub e N Design, os videoclipes Os dados estão lançados e I put a spell on you, além de Conselhos cinematográficos, Escargot e Curta Natal. Priscila Trifiletti é formada em Design Gráfico pela UEMG e estuda atualmente Geologia na UNB. Realizou o curta Escargot. Ricardo Lobato é formado em Design Gráfico pela UEMG, Publicidade pela PUC-MG e Arquitetura pela UFMG. Realizou os curtas Natal, Experience with stop motion e Escargot.

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Fora da caixa 2013 | Animação | 5’14’’ Direção, roteiro e produção Edemar Miqueta Direção de fotografia Evandro Martin Direção de arte Marlene Barros Som e edição Edemar Miqueta Produção Sync Cultural emiqueta@gmail.com syncprodutora@ gmail.com

Quando éramos crianças, tínhamos a sensação de que tudo era bom, de que todos os dias traziam a promessa de mais aventuras e de que nada, jamais, poderia diminuir a alegria que sentíamos diante de tudo isso. Está pronto para experimentar a magia novamente? Está pronto para se encher de espanto e admiração todos os dias, como quando era criança? Então, prepare-se para a magia! Nossa aventura começa quando a imaginação de uma pequena liberta-se, Fora da caixa. Animação em stop motion, usando a técnica de silhuetas, feitas com recortes de papel. Herança de Lotte Reininger.

REFLEXÕES E DEBATES Fora da caixa é mais um curta que tem na imaginação, o seu ponto central. A menina do filme viaja entre diversos mundos diferentes sem sair do lugar. A criança, na verdade, usa sua imaginação e transforma uma caixa de papelão em todos os cenários incríveis dessa história. Podemos aqui debater sobre a imaginação e a criatividade, sobre como é possível viajar para tantos lugares sem nem mesmo sair de dentro do quarto.

Edemar Miqueta Edemar Miqueta dirigiu os curtas Mudança, Macumba hightech, Sueños de niñas, Ser grande, O poder que vem do céu, Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura, Fora da caixa, Caboclos Nkissis – a territorialidade banto no Brasil e Cuba, além dos longas-metragens Mandou me chamar, eu vim e Caminho de pedras miúdas.

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H2Obby 2015 | Animação | 3’50’’ Direção, roteiro, direção de fotografia, direção de arte e edição Flávia Trevisan Som Jander Antunes Trilha sonora original Fabiano Penna Produção Melies www.melies.com

H2Obby traz a história de Hobby, um cachorrinho muito curioso, que desenvolve uma amizade com um cubo de gelo. Porém, com o evoluir da história, contratempos ameaçam quebrar esse recém-criado laço afetivo. Será que Hobby conseguirá mantê-lo?

REFLEXÕES E DEBATES H2Obby é uma história bem singela. É a relação efêmera de um filhote de cachorro com um cubo de gelo. O curta relaciona-se com as descobertas, que tanto podem ser relacionadas aos animais, como às crianças. É interessante como algo tão simples pode nos ajudar a pensar no que são as grandes e pequenas questões da vida. Afinal, as coisas tendem a parecer maiores quando não as conhecemos. Com os alunos, pode-se debater sobre como eles se identificam com o enredo. Eles têm também descobertas interessantes para compartilhar? Têm animais? Como é o relacionamento com os bichos? São engraçados ou perigosos? O que os alunos pensam sobre bichos de estimação?

Flávia Trevisan Arquiteta por formação, Flávia Trevisan sempre sonhou em ser animadora. No final da faculdade, resolveu finalmente dar uma chance a essa possibilidade e se inscreveu no curso Voyage – do Zero ao Curta em 1 Ano, da escola Melies. Desde então, não pensou mais em arquitetura e decidiu se dedicar integralmente à animação. H2Obby foi seu primeiro filme.

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Coisa-Malu 2015 | Ficção | 20’ Direção Paula Cintra Ferreira Tobias Rezende Roteiro Ana Luísa Teixeira, Camila Santana, Levi Munhoz, Paula Cintra Ferreira, Renan Vieira, Tobias Rezende Direção de produção Camila Santana Levi Munhoz Direção de fotografia Marcelo Nisida, Tobias Rezende, Dominique Gogolevsky, Giulia Kochmanski, Amanda Letícia Direção de arte Ana Luísa Teixeira Paula Cintra Ferreira Renan Vieira Montagem Levi Munhoz, Paula Cintra Ferreira, Tobias Rezende Som Kaian Ciasca, Caue Felix, Laura Videira, Lygia Pereira

Malu é uma criança tímida, que passa seus dias fantasiando. Certa vez, conduzida por uma melodia, atravessa um portal que a transporta para uma terra mágica. Nela, Malu encontrará seres fantásticos e diversos desafios, enquanto procura a música que a levou até lá.

Trilha sonora Taynan Sanchez Elenco Lyvia Maschio, Iago Tojal, Thaiane Athanásio, Virgílio Guasco, Artur Mattar, Rafael D’Alessandro, Ewerton Ribeiro, Beatriz Coimbra, Ana Carolina Salomão, Natália Goes e Silva, Mimi Tortorella Contato contato@coisamalu.com

REFLEXÕES E DEBATES Coisa-Malu é um filme prolífico. Na história, a pequena Malu entra em um mundo em que seres mágicos apresentam-lhe outro ponto de vista do universo. Nesse mundo, tudo é novo e multicor. Malu, dessa forma, torna-se uma espécie de Alice no País das Maravilhas, mas com fortes traços brasileiros. Este é também um filme sobre invenção e criatividade, sobre imaginação e comunhão com as tradições culturais. Para discutir Coisa-Malu, podemos ressaltar a presença dos elementos fantasiosos e da relação dessa história com o folclore brasileiro. Para debater: como você vê o folclore? Que histórias fantasiosas você conhece?

Paula Cintra Ferreira e Tobias Rezende Paula Silva Cintra Ferreira é graduada em Comunicação Social, com habilitação em Midialogia, pela Unicamp. Já fez cursos e workshops nas áreas de direção de arte e direção de atores na Academia Internacional de Cinema e no Polo Cinematográfico de Paulínia. Assinou o roteiro, a direção de arte e a direção de atores do curta Coisa-Malu e a direção de arte do projeto de longa-metragem em live cinema Evento do Facebook. Tobias Rezende Strogoff de Matos estuda Comunicação Social – Midialogia na Unicamp. Foi assistente de fotografia no curta Entre ouvidos (2012) e no piloto para televisão Daqui a 5 anos... (2013). Ministrou oficinas para crianças entre quatro a seis anos no Centro Cultural Parlenda e na Unicamp. Assina como diretor e roteirista no curta-metragem infantil Coisa-Malu.

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As aventuras de Minuano Kid 2014 | Ficção | 10’ Direção Edison Rodrigues Pedro Antoniutti Roteiro Edison Rodrigues Direção de produção Marcus Vinicius Direção de fotografia Felipe Rosa Direção de arte Carolina Sanchi Montagem Edison Rodrigues Pedro Antoniutti Rafael Coelho Som e trilha sonora Bunker Studio Elenco Marcus Vinícius Moraes Lucca Rocha

Juninho é um garoto de imaginação fértil, que vive aventuras diárias junto com seu amigo Minuano Kid, um super-herói que tem medo do escuro.

Empresa produtora AE Produções facebook.com/ aeproducoescinematograficas

REFLEXÕES E DEBATES As aventuras de Minuano Kid parte de uma premissa bem conhecida dos filmes infantis: as crianças mantêm amigos imaginários. Neste filme, o amigo é um super-herói, que está ali para livrar Juninho de algumas enrascadas, como almoçar uma comida de que não gosta. Já no fim do curta, contudo, o herói percebe que não tem mais muito o que fazer, pois Juninho está mais crescido, até mesmo interessado por uma menina, o primeiro amor. O filme relacionase com muitas obras clássicas, como o quadrinho cult Calvin & Haroldo. Com isso, é possível debater sobre amigos imaginários e as dificuldades que as crianças encontram no dia a dia. Seria melhor ter um amigo super-herói, não?

Edison Rodrigues e Pedro Antoniutti Edison e Pedro têm em seus currículos trabalhos em direção, roteiro e produção dos curtas E.T. R.O.N.A.L.D.O, para o edital Histórias Curtas 2014 da RBS TV, e As aventuras de Minuano Kid, curta-metragem independente, pela AE Produções Cinematográficas, selecionado para diversos festivais. Além destes, têm também Sobre o futuro, selecionado entre os oito melhores roteiros no concurso FRAPA – Festival de Roteiro Audiovisual de Porto Alegre –, Lazy Jonathan, TV SHOP e Roleta russa, entre outros. Foram semifinalistas do edital NETLAB, com As aventuras de Minuano Kid, e selecionados para a rodada de negócios FRAPA/Globo, com a série LEAD. Recentemente, foram contemplados no edital de Séries de Ficção Fumproarte/FSA, com o projeto de minissérie infantojuvenil de quatro episódios com 26 minutos, intitulado As aventuras de Minuano Kid.

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circuitos

O Circuitos traz diversas mostras organizadas com parceiros do Festival de Cinema da Bienal Internacional de Curitiba. O intuito é levar mais e melhores filmes às telas da cidade, procurando espaços alternativos e atingindo dessa forma um público ainda maior. Como parceiros, contamos com a Cinemateca da Embaixada da França no Brasil e do Institut Français, que nos cederam os clássicos presentes na mostra Cinema Francês; a Filmoteca do Goethe-Institut São Paulo, de onde vieram os títulos da mostra Cinema Alemão; o Consulado Geral do Japão em Curitiba e a Fundação Japão, que cederam seis longas-metragens; e o Centro Cultural De La Republica Cabildo, responsável pela curadoria dos curtas paraguaios.

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cinema FRANCÊS embaixada da frança no brasil, cine maison e instituto français

O Circuito Cinema Francês traz para esta edição do Festival de Cinema da Bienal Internacional de Curitiba quatro clássicos, todos exibidos em película 35mm. São dois filmes de Robert Bresson e dois outros de Jean Renoir e Agnès Varda, grandes nomes da cinematografia francesa. É fácil afirmar que entre as obras apresentadas, O batedor de carteiras mostrase como o filme mais importante da seleção. É uma das mais emblemáticas obras do cineasta Robert Bresson, que também tem na mostra As damas do Bosque de Boulogne. Será uma oportunidade única para o público, que terá acesso a filmes fundamentais e em formato original. Os outros dois longas são French Cancan, de Jean Renoir, e Jacquot de Nantes, de Agnès Varda.

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Les dames du Bois de Boulogne

As Damas do Bosque de Boulogne 1945 | ficção | FRANÇA | 90’ | 35mm

Com desejo de vingança pelo abandono do amante Jean, Hélene, uma dama da alta sociedade, pede a uma dançarina de cabaré que o seduza. Só que a vingança acabará se transformando em um escandaloso romance. Um filme de gestos, de olhares, em que a emoção aflora sob a pureza das imagens. Realizado no duro inverno que se seguiu à liberação de Paris.

Direção Robert Bresson Roteiro Robert Bresson Jean Cocteau Produção Raoul Ploquin Direção de fotografia Philippe Agostini Direção de arte Max Dou Robert Lavallée

Elenco Paul Bernard María Casares Elina Labourdette Lucienne Bogaert Jean Marchat Yvette Etiévant Marcel Rouzé Bernard La Jarrige Lucy Lancy Nicole Regnault Emma Lyonel Marguerite de Morlaye Empresa produtora Les Films Raoul Ploquin

Montagem Jean Feyte Som Robert Ivonnet Lucien Legrand René Louge

Robert Bresson Robert Bresson dirigiu catorze filmes, sendo apenas o primeiro em curta-metragem. Seus principais longas são O batedor de carteiras (1959), Diário de um pároco de aldeia (1951) e O dinheiro (1983), seu último filme. Nascido em 1901, Bresson estudou pintura antes de tornar-se cineasta. Aposentouse depois de não conseguir financiamento para uma adaptação para o livro do Gênesis. Ao longo de grande parte de sua carreira, foi amado pela crítica e praticamente ignorado pelo grande público. Morreu em 1999.

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Pickpocket

O Batedor de Carteiras 1959 | ficção | frança | 75’ | 35mm

Direção e roteiro Robert Bresson Produção Agnès Delahaie Direção de fotografia Léonce-Henri Burel Direção de arte Pierre Charbonnier Montagem Raymond Lamy

Elenco Martin LaSalle Marika Green Jean Pélégri Dolly Scal Pierre Leymarie Kassagi Pierre Étaix César Gattegno Empresa produtora Compagnie Cinématographique de France

Michael é um jovem que começa a bater carteiras por prazer e pela emoção de roubar. Mas, o hábito acaba se tornando uma compulsão. Ele é preso e passa a refletir sobre seus atos, ao perceber o forte choque causado em sua mãe, na família e em seus amigos. Ainda assim, ao ser solto, volta ao crime, juntando-se a um ladrão veterano. Mais uma vez sua consciência vai pesar, agora, também, porque se apaixonou por Jeanne. Para compor o realismo deste personagem, o diretor Robert Bresson contou com a assessoria de um batedor de carteiras profissional, que o ajudou na escolha de locações e dos detalhes reais das cenas. O roteiro é inspirado no romance Crime e castigo, de Fiodor Dostoievski.

Som Antoine Archimbaud

Robert Bresson Robert Bresson dirigiu catorze filmes, sendo apenas o primeiro em curta-metragem. Seus principais longas são O batedor de carteiras (1959), Diário de um pároco de aldeia (1951) e O dinheiro (1983), seu último filme. Nascido em 1901, Bresson estudou pintura antes de tornar-se cineasta. Aposentouse depois de não conseguir financiamento para uma adaptação para o livro do Gênesis. Ao longo de grande parte de sua carreira, foi amado pela crítica e praticamente ignorado pelo grande público. Morreu em 1999.

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French Cancan

French Cancan 1954 | ficção | FRANÇA | 102’ | 35mm

Danglard é o diretor de uma casa de espetáculos em Montmartre, o Paravent Chinois. Sua amante, uma atriz chamada Belle Abbesse, é a estrela do lugar. Para atrair uma clientela burguesa, ele decide relançar uma dança fora de moda, o Cancan, e construir um novo estabelecimento, o Moulin Rouge. Lá, graças aos sentimentos do príncipe Alexandre, a jovem lavadeira Nini vai se tornar uma nova estrela.

Direção Jean Renoir Roteiro Jean Renoir André-Paul Antoine Produção Louis Wipf Direção de fotografia Michel Kelber Direção de arte Max Douy Montagem Borys Lewin Som Antoine Petitjean Trilha sonora Georges Van Parys

Elenco Jean Gabin, Françoise Arnoul, María Félix, Anna Amendola, JeanRoger Caussimon, Dora Doll, Giani Esposito, Gaston Gabaroche, Jacques Jouanneau, Jean Parédès, Franco Pastorino, Michèle Philippe, Michel Piccoli, Albert Rémy, France Roche, Jean-Marc Tennberg, Valentine Tessier, Philippe Clay, Édith Piaf, Patachou, Cora Vaucaire, André Claveau, Mario Juillard, Jean Raymond Empresa produtora Franco London Films, Jolly Film

Jean Renoir O cineasta, filho do pintor impressionista Auguste Renoir, iniciou a carreira como roteirista. Em 1941, deixou a França, após a invasão pelas tropas alemães. Emigrou para os Estados Unidos, onde viveu até sua morte, em 1979. Na filmografia, constam cerca de quarenta filmes, sendo A regra do jogo e A grande ilusão suas realizações mais memoráveis. Nove dessas obras foram feitas ainda no período do cinema mudo, já que se lançou como diretor em 1924. Em 1975 recebeu um Oscar em reconhecimento ao conjunto da obra. Morreu em 1979.

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Jacquot de Nantes

Jacquot de Nantes 1991 | documentário | frança | 118’ | 35mm

Direção Agnès Varda Roteiro Jacques Demy Agnès Varda Direção de fotografia Patrick Blossier Agnès Godard Georges Strouvé Direção de arte Michele Benoist Mathieu Menut Montagem Marie-Josée Audiard Som Jean-Pierre Duret Jean-Pierre Laforce Nicolas Naegelen Pascal Despres Trilha sonora Joanna Bruzdowicz

Elenco Philippe Maron, Edouard Joubeaud, Laurent Monnier, Brigitte De Villepoix, Daniel Dublet, Clément Delaroche, Rody Averty, Hélène Pors, Marie-Sidonie Benoist, Jérémie Bernard, Cédric Michaud, Julien Mitard, Jérémie Bader, Guillaume Navaud, Fanny Lebreton, Céline Guicheteau, Marc Barto, Yann Juhel, Empresa produtora Canal+, Centre National de la Cinématographie (CNC), Ciné Tamaris, La Sept, Cinéma Sofiarp

Esta é a magnífica história do talento de Jacquot, filmado por uma mulher que ele encontrou em 1958 e que, desde então, compartilhou sua vida. Era uma vez um menino criado em uma oficina mecânica, na qual todos amavam cantar. Era 1939, ele tinha oito anos e adorava marionetes e operetas. Mais tarde, quis fazer cinema, mas seu pai o fez estudar mecânica. Trata-se de Jacques Demy e de suas recordações. O filme é a crônica de seus jovens anos com seu irmãozinho, seus amigos, seus jogos, suas trocas de objetos, a visita da “tia do Rio”, os amores infantis, os primeiros filminhos. É uma infância feliz e uma adolescência obstinada que nos são contadas, apesar dos eventos da guerra e do pós-guerra. É a evocação de uma vocação, filmada pela mulher que Jacquot conheceu em 1958 e que dividiu com ele sua vida desde então.

Agnès Varda O cinema de Agnès Varda precede o início da Nouvelle Vague. Dirigiu cerca de cinquenta filmes – entre curtas, longas e obras para televisão – e ainda continua atuante aos 88 anos de idade. Produziu, ao longo da sua carreira, ficções, documentários e filmes experimentais. Foi casada com o cineasta Jacques Demmy, sobre quem realizou o documentário Jacquot de Nantes (1991).

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cinema japonês consulado geral do japão em curitiba e fundação japão

O Consulado Geral do Japão em Curitiba, em parceria com a Fundação Japão e a Bienal de Curitiba, traz ao festival seis filmes japoneses atuais. São vários diretores, conhecidos nacional e internacionalmente, alguns deles premiados em festivais ao redor do mundo. Neste ano, um dos nossos principais objetivos é mostrar ao público as belezas naturais das montanhas e das florestas do Japão, além de diversas facetas do povo nipônico. Esperamos que todos possam se divertir e se emocionar com o Circuito de Cinema Japonês Convivendo com a natureza.

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always三丁目の夕日‘64

O Sol Sempre se Põe na Terceira Rua 3 2012 | ficção | japão | 142’

Tóquio, 1964. Dezenove anos após o término da Segunda Guerra Mundial, o Japão está reconstruído, os jogos olímpicos estão programados para começar e o país tem experimentado um período de rápido crescimento econômico. O romancista Ryunosuke é agora casado com Hiromi, que está grávida, e vivem com Junnosuke, um jovem no ensino médio. O mecânico Norifumi Suzuki ainda trabalha na sua oficina mecânica, morando com a esposa Tomoe, o filho Ippei e a funcionária Mutsuko. Sua loja vem crescendo ao longo dos anos. Os habitantes da Terceira Rua vivem em suas formas habituais, otimistas, quando determinados acontecimentos estão prestes a mudar algumas vidas.

Direção Yamazaki Takashi

Trilha sonora Naoki Satô

Roteiro Kosawa Ryota Yamazaki Takashi

Elenco Yoshioka Hidetaka Tsutsumi Shinichi Koyuki Horikita Maki Yakushimaru Hiroko

Produção Shuji Abe Direção de fotografia Shibasaki Kozo

Empresa produtora Robot Communications

Direção de arte Jojo Anri Montagem Ryûji Miyajima Som Sato Naoki

Yamazaki Takashi Influenciado por filmes como Star Wars, escolheu seguir a carreira em efeitos especiais. Após se formar em uma escola profissionalizante, começou a carreia realizando trabalho de efeitos especiais e VFX. Seu primeiro filme como diretor foi Juvenile (2000), o segundo filme Returner (2002) foi largamente elogiado pelos efeitos especiais. No primeiro filme da franquia Always de 2005, construiu a cidade em computação gráfica e arrematou 16 categorias no Japan Academy Prize. Always 2 (2007) e Always 3 (2012) também alcançaram grandes conquistas.

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箱入り息子の恋

amor às cegas 2013 | ficção | japão | 117’

Direção Ichii Masahide Roteiro Ichii Masahide Tamura Takahiro Direção de fotografia Soma Daisuke

Elenco Hoshino Gen Kaho Hiraizumi Sei Moriyama Ryoko Osugi Ren Kuroki Hitomi Empresa produtora Blindly in Love Film Partners

Um homem de 35 anos, desajeitado, introvertido e virgem, apaixona-se pela primeira vez, por uma garota cega. Kentaro é servidor público da prefeitura e terrivelmente mal sucedido na socialização com os outros – ele não é capaz nem mesmo de construir amizades. Seu dia a dia é resumido entre a casa e o trabalho. Seus pais, preocupados com a situação, resolvem participar de um encontro às cegas, no qual representam os filhos, e marcam o encontro com Naoko, a garota cega.

Ichii Masahide Ichii Masahide é um jovem diretor e uma das grandes apostas da cinematografia japonesa. Formado em Produção de Filme pela ENBU, seu primeiro longa, Hayabusa (2006), conquistou segundo lugar no Pia Film Festival. Em 2008, o segundo longa, Muhobi, ganhou o prêmio máximo do mesmo festival e foi exibido no Festival Internacional de Berlim, com boa avaliação no Japão e no exterior.

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滝を見にいく

vamos ver a cachoeira 2014 | ficção | japão | 88’

Sete senhoras resolvem participar de uma viagem que inclui uma fabulosa cachoeira, águas termais e folhas vermelhas de outono. Elas divertem-se ao andar pela montanha, até que seu guia desaparece sem deixar rastros. Perdidas na montanha, as sete senhoras tentam sobreviver enquanto acabam redescobrindo a si mesmas.

Direção e roteiro Okita Shuichi Direção de fotografia Ashizawa Akiko Som Takata Shinya

Elenco Negishi Haruko Yasuzawa Chigusa Ogino Yuriko Empresa produtora Shochiku Broadcasting Picnic Parade King Records

Okita Shuichi Formado em Cinema pela Nihon University em 2001. Seu primeiro longa foi em 2006, mas seu primeiro grande sucesso foi Nankyoku Ryorinin (2009), que foi elogiado tanto nacionalmente quanto internacionalmente. Em 2012 o filme Kitsutsuki to Ame foi premiado no Festival Internacional de Cinema de Tokyo e ganhou em três categorias no Festival Internacional de Cinema de Dubai. Em 2013 o filme Yokomiti Yonosuke também foi premiado em diversos Festivais. É um dos cineastas japoneses de grande reconhecimento nacional e internacional.

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ジヌよさらば~かむろば村へ~

Um adeus a Jinu 2015 | ficção | japão | 121’

Direção e roteiro Matsuo Suzuki Direção de fotografia Tsukinaga Yuta Som Sahashi Yoshiyuki

Elenco Matsuda Ryuhei Abe Sadawo Matsu Takako Empresa produtora A Farawell to Jinu Film Partners

Adaptação do mangá de Mikio Igarashi, dirigida por Suzuki Matsuo, que inclusive atua no filme. O ex-banqueiro Takeharu desenvolveu uma fobia ao dinheiro e resolve viver a vida sem nenhum contato com ele. Para isso, muda-se para uma pequena vila de Kamuroba, que sofre com a queda da população. A fobia faz com que ele desmaie sempre que pega no dinheiro, mas recebe a ajuda do prefeito Yosaburo para conseguir sobreviver. Takeharu vai se acostumando aos estranhos moradores e a nova vida, até que um personagem nada comum aparece para bagunçar a vida de todos.

Matsuo Suzuki Artista multifacetado, atua como roteirista de teatro, diretor de palco, ator, colunista, escritor, diretor de cinema e roteirista. O primeiro longa que dirigiu, em 2004, Koi no Mon, foi apresentado no Festival Internacional de Cinema de Veneza.

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春を背負って

escalando para a primavera 2014 | ficção | japão | 116’

Após a morte de seu pai, Isao, Toru resolve seguir com o chalé de montanha da família. Ele começa a encarar a nova vida com novos olhos, enquanto vai se relacionando com Ai e Goro, amigos de longa data do pai.

Direção e direção de fotografia Kimura Daisaku Roteiro Kimura Daisaku Takimoto Tomoyuki Miyamura Toshimasa Direção de arte Sahara Atsushi

Elenco Matsuyama Kenichi Aoi Yu Toyokawa Etsushi Empresa produtora Fuji Television Network TOHO Hori Production North Japan Newspaper

Som Ishidera Kenichi

Kimura Daisaku O início da carreia cinematográfica de Kimura Daisaku foi junto a Akira Kurosawa, como assistente de câmera. Seguiu, assim, influenciado pelo diretor. Seu primeiro filme na direção foi Mt. Tsurugidake, com o qual recebeu inúmeros prêmios em festivais de cinema do Japão. No Japan Academy Prize conquistou quatro categorias, entre elas, de Diretor e de Melhor Filme.

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~神去なあなあ日常~

Wood Job!

2014 | ficção | japão | 116’

Direção e roteiro Yaguchi Shinobu Produção Nobuhiro Azuma Direção de fotografia Ashizawa Akiko

Elenco Sometani Shota Nagasawa Masami Ito Hideaki Empresa produtora Wood Job! Production Committee

Baseado no livro da escritora Shion Miura, Kamusari naa naa Nichijo. Yuki Hirano, garoto criado na cidade grande, após alguns incidentes, decide trabalhar nas florestas da cidade montanhosa Kamusari. Yuki quase desiste, por conta das condições impostas. Porém, ao descobrir o fascínio da natureza e do povo local, ele começa a amadurecer.

Som Nomura Takuji

Yaguchi Shinobu Começou a carreira com filmes 8mm. Seu primeiro longa, já em 16mm, foi produzido em 1993. Ficou conhecido no mundo com o filme Water Boys, de 2001, com o qual foi selecionado para o Japan Academy Prize. Em 2004, o Seing Girls foi o mais premiado no Japan Academy Prize, entre outras categorias, como Melhor Filme e Melhor Diretor, além de conquistar prêmios em vários outros festivais e concursos. Os filmes lançados em 2008 e 2012 também alcançaram grande sucesso.

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cinema alemão goethe-institut são paulo

A cinematografia alemã deu ao mundo obras de suma importância. Tanto em sua gênese, com o Expressionismo Alemão, como após a Segunda Guerra Mundial, com o Novo Cinema Alemão. São diversos títulos que entraram para a história da sétima arte, oriundos dos mais diferentes diretores. Há exemplos que constam em qualquer lista que se preze de melhores filmes do século XX, como O gabinete do Dr. Caligari (Robert Wiene, 1920), Nosferatu (F. W. Murnau, 1922), Metropolis (Fritz Lang, 1927), O casamento de Maria Brown (Rainer Werner Fassbinder, 1979), Fitzcarraldo (Werner Herzog, 1982) e Asas do desejo (Wim Wenders, 1987). Nesta edição, exibimos quatro longas-metragens representantes da última safra. Filmes contemporâneos que transitam entre o documentário, a ficção, o drama, a comédia e a biografia. Esta mostra acontece em parceria com o Goethe-Institut.

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Die Böhms - Architektur einer Familie

Concrete Love: The Böhm Family 2014 | documentário | alemanha | 88’

Gottfried Böhm é o mais famoso arquiteto de sua geração. Com 94 anos, permanece trabalhando diariamente. Sua família é formada por arquitetos, incluindo a esposa Elisabeth. A grande paixão pela arquitetura transborda em tensões entre Gottfried e seus irmãos, também profissionais do mesmo ramo. O filme sugere que vida, arte e amor são partes da mesma coisa.

Direção, roteiro e som Maurizius Staerkle-Drux

Trilha sonora Jonas Bühler

Produção Carl-Ludwig Rettinger

Elenco Gottfried Böhm Elisabeth Böhm Paul Böhm Peter Böhm Stephan Böhm

Direção de fotografia Raphael Beinder Montagem Anika Simon

Maurizius Staerkle-Drux Maurizius Staerkle-Drux nasceu em 1988. Graduou-se na Universidade de Artes de Zurique e trabalha atualmente na realização de documentários e como desenhista de som.

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Jack

Jack 2014 | ficção | alemanha | 103’

Direção Edward Berger Roteiro Edward Berger Nele Mueller-Stöfen Produção Jan Krüger René Römert Direção de fotografia Jens Harant Direção de arte Christiane Rothe Montagem Janina Herhoffer Som Kirsten Kunhardt Jens Müller Peter Schmidt

Trilha sonora Christoph Kaiser Julian Maas

Jack tem dez anos de idade. Sua família é problemática e humilde.

Elenco Ivo Pietzcker Georg Arms Luise Heyer Nele Mueller-Stöfen Vincent Redetzki Jacob Matschenz Odine Johne Johann Jürgens Atheer Adel Anthony Arnold Amar Saaifan Justine Ewerth Celina Rodemann Patrick Sommerburg Dolunay Bales Leon Fürstenau Maurice Martin Michael Sideris Daniela Holtz

Edward Berger Edward Berger nasceu em Wolfsburg, em 1970. Estudou Direção na NYU, nos Estados Unidos. O primeiro filme que dirigiu foi Gomez: heads or tails. Suas principais realizações têm sido filmes e séries para televisão.

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Titos Brille

Os óculos de Tito 2014 | documentário | alemanha | 94’

Adriana Altaras nasceu em 1960, em Zagreb. Filha de pais judeus, fez carreira como atriz, cineasta e escritora na Alemanha. Ela agora busca suas raízes. Sua viagem a leva de Berlim a Giessen, depois à Croácia e à Itália e de volta a Berlim. O road-movie investiga a dolorosa e, às vezes, cômica história de uma família atingida pelo holocausto.

Direção Regina Schilling

Montagem Jamin Benazzouz

Roteiro Regina Schilling Adriana Altaras

Som Kai Tebbel

Produção Thomas Kufus Direção de fotografia Johann Feindt Direção de arte Tassilo Aschauer

Trilha sonora Wolfgang Böhmer Elenco Adriana Altaras Aaron Altaras Leonard Altaras Wolfgang Böhmer Josip Broz Tito

Regina Schilling Regina Schilling nasceu em Colônia, em 1962. Estudou Pedagogia e Literatura, trabalhou como assessora de imprensa e, desde 1997, atua como jornalista independente. Recebeu o prêmio Grimme em 2012, por seu documentário Geschlossene Gesellschaft: der Missbrauch an der Odenwaldschule, Uma sociedade fechada: o abuso na Odenwaldschule, em português.

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Ueber-Ich und Du

O superego e você 2014 | ficção | alemanha | 93’

Direção Benjamin Heisenberg

Trilha sonora Lorenz Dangel

Roteiro Benjamin Heisenberg Josef Lechner

Elenco Georg Friedrich André Wilms Nicolas Wackerbarth Saskia Walker Gonny Gaakeer Bettina Stucky Philippe Graber Eisi Gulp Hildegard Schroedter Hakan Orbeyi Susanne Wolff Katrin Wichmann Elisabeth Orth Nina Fog Tomas Jester Maria Hofstätter, Margarita Broich

Produção Maren Ade Jonas Dornbach Janine Jackowski Direção de fotografia Reinhold Vorschneider Direção de arte Renate Schmaderer Montagem Stefan Kälin Andreas Wodraschke

O trapaceiro Nick Gutlicht vive da venda de livros furtados. Lucrativo, isso não é. Ele tem dívidas, precisa sumir por um tempo e acaba na residência do velho e famoso filósofo e psicólogo Curt Ledig, que se recusa a se mudar para a casa da filha. Nick é contratado pela família como cuidador e Curt vê nele um promissor objeto de pesquisa, submetendo-o a uma terapia maluca. Nick fareja na biblioteca de Curt uma chance de quitar suas dívidas. A estranha dupla torna-se mais próxima e sobrevive a uma série de loucas aventuras e a perigos por eles próprios ocasionados.

Som Laurent Barbey Noemi Hampel

Benjamin Heisenberg Nasceu em 1974, em Tübingen. De 1993 a 1999, estudou Escultura na Academia de Artes Plásticas de Munique e, de 1997 a 2005, Direção na Escola Superior de Cinema e Televisão de Munique. Em parceria com Christoph Hochhäusler e Sebastian Kutzli, fundou revista de cinema Revolver, em 1998. Atua como diretor, autor e artista plástico independente.

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cinema paraguaio centro cultural de la republica cabildo e Congresso de la nación

O cinema realizado no Paraguai, bem como a cinematografia de vários outros países da América Latina, padece de uma quase invisibilidade. É errado, contudo, extrair daí certezas precipitadas, tais como a de que o país não produziria filmes de qualidade. Esta mostra traz um apanhado de quatro recentes curtas-metragens paraguaios, exemplos dos mais diversos entre si. Exemplos, também, de que produções significativas estão sendo realizadas por lá. Nesta seleção, temos amostras de documentário, ficção e animação; filmes políticos, militantes e de comédia. O circuito foi realizado em parceria com o Centro Cultural De La Republica Cabildo.

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kurusu rebelde

a cruz rebelde 2015 | ficção | paraguai | 28’

Blásida, uma senhora de oitenta anos, viaja acompanhada por seu neto Felipe, com 11, para procurar os restos mortais de seu marido, desaparecido durante a ditadura militar de Alfredo Stroessner. Eles contratam Pablino, um camponês que precisa de dinheiro para salvar a vida de sua pequena filha e diz conhecer o lugar onde está enterrado o marido de Blásida. Vai guiando os dois até uma local conhecido como Kurusu Rebelde, a cruz rebelde, mas recebe uma notícia triste ao cair da noite e precisa voltar para casa. Blásida e Felipe seguem sozinhos para encontrar a cruz.

Direção, direção de produção e direção de arte Miguel Agüero

Elenco Enrique Vera Teresita Pesoa Dante Silvera

Direção de fotografia e edição Ángel Molina

Empresa produtora Arraigo Expresión Audiovisual

Trilha sonora Magali Apodaca

Miguel Aguero Miguel Agüero, paraguaio, nasceu em 28 de outubro de 1982. É profesor de Artes Plásticas no Instituto Superior de Bellas Artes de Asunción e diretor de diversos curtas e médias-metragens, entre eles Entrevista a un Clandestino (2006), Circo pe (2009), Kuña Kamba e Kurusu Rebelde (2015).

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Zulema

Zulema 2015 | ficção | paraguai | 11’

Direção, direção de fotografia e edição Ángel Molina

Ana Banks Héctor Micó Javier Enciso

Roteiro e direção de produção Leticia López

Empresa produtora Amistá Films amistafilms@gmail.com ange9lmo@gmail.com

Direção de arte Alicia Armoa

Zulema é uma jovem transexual que busca uma opção de trabalho fora das atividades sexuais. Procura um emprego nas lojas do centro de Assunção, mas as pessoas a rejeitam pela sua aparência. Graças a sua devoção pela Virgem Maria, consegue comover Doña Conché, uma lavadeira católica fanática, que precisa de uma assistente. Doña Conché aceita a ajudante, mas impõe uma dura condição, porque Zulema, antes, foi Ramón.

Som Aldo Lezcano Aural S.R.L. Trilha sonora Sebastián Ramírez Elenco Marcelo Acosta

Ángel Molina Ángel María Molina Navarro nasceu em Assunção, Paraguai, em 1991. Estuda Comunicação na Universidad Americana. Também cursou Direção de Fotografia na TCyM (Taller de Cine y Multimedia), em Buenos Aires, Argentina. Em 2015 dirigiu o curta Resucitando. Também no mesmo ano foi realizado Zulema.

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Asteroid Attack

Asteroid Attack 2013 | ficção | paraguai | 4’33”

Asteroid attack é um curta-metragem de animação que presta um tributo ao clássico jogo de videogame dos anos 80, Asteroid. O protagonista é um solitário explorador intergaláctico chamado Astro, que se encontra aborrecido na imensidão do espaço. Mas, sua paz acabará quando ele fica rodeado por milhões de asteroides.

Direção e roteiro/ Direction and screenplay: José Pedersen | Direção de produção, direção de fotografia e edição/ Production management, direction of photography and editing: José Pedersen, Esteban Pedrozo | Direção de arte/ Art direction: Esteban Pedrozo | Som/ Sound: Gerard Pfingst | Trilha sonora/ Soundtrack: Gerard Pfingst | Elenco/ Cast: Esteban Pedrozo

Produção/ Production: Octopus Studio | octopustudiopy@ gmail.com

José Pedersen Começou a fazer animações no colégio, em 1999, com experimentos quadro a quadro e uma câmera VHS. Depois de terminar o curso de Desenho Gráfico, trabalhou no canal Telefuturo. Entre seus trabalhos estão os curtas Dr. Neurón e Asteroid attack, o videoclipe Sonrisa, para música de Villagrán Bolaños, além de peças para televisão e publicidade.

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coches viejos

carros velhos 2016 | documentário | paraguai | 5’25”

Direção, roteiro, direção de fotografia, edição e som Gerardo Jara Produção Gerardo Jara EICTV

Elenco Don Socorro Don Roberto

Dois colonos de Pueblo Textil, em Cuba, refletem sobre a importância de cuidar do que cada um possui.

Contato facebook.com/gerardjara instagram.com/gerardojara

Gerardo Jara Gerardo Jara nasceu em 1983 em Assunção, no Paraguai. É licenciado em Comunicação Audiovisual na Facultad de Arquitectura, Diseño y Arte da Universidad Nacional de Asunción (UNA). Atua no mercado publicitário, televisivo e cinematográfico do país. Dirigiu alguns curtas-metragens, com destaque para Postales, Jesareko e Coches Viejos.

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circuito universitário

O Circuito Universitário tem o intuito de levar novos realizadores ao público da cidade. Dividido em três mostras diferentes, os filmes serão exibidos na Cinemateca de Curitiba. Uma novidade para esta edição é a mostra Docnomads, que traz um apanhado de curtas oriundos de cursos de mestrado em Direção de Filmes Documentários realizados na Europa. O projeto envolve a Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, de Portugal; University of Theatre and Film Arts, da Hungria; e College Sint Lukas, da Bélgica. O Circuito Universitário traz ainda duas sessões da já clássica Mostra o Teu que Eu Mostro o Meu, com novíssimos filmes produzidos pelos alunos da Faculdade de Artes do Paraná/Unespar. Outro destaque é a mostra Cine Egresso, uma atividade de extensão da FAP/ Unespar, que tem o objetivo de exibir e debater obras de ex-alunos do curso de Cinema e Audiovisual. Agora será a vez dos curtas-metragens de Alexandre Rafael Garcia, que estará presente para um debate logo após a exibição. Já o Putz!, que em anos passados chegou a exibir dezenas de filmes em um festival próprio, em 2016 apresenta curtas de alunos do curso de Comunicação da Universidade Federal do Paraná. O FICBIC acredita que esta ação reconhece os trabalhos dos estudantes e aposta que essas ações possam alavancar o início de suas carreiras futuras.

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mostra o teu que eu mostro o meu

A mostra universitária Mostra o teu que eu mostro o meu apresenta filmes produzidos pelos alunos ingressos nos cursos da Faculdade de Artes do Paraná/ Unespar. Os curtas são produzidos pelos estudantes, desde o roteiro à finalização, em várias disciplinas práticas dentro do curso de Cinema e Audiovisual. Algumas obras contam com a parceria de estudantes de outros cursos, como os alunos de Dança na produção de videodanças, o caso mais recorrente. A mostra, fundada pelos estudantes do curso de Cinema e Audiovisual, está em sua nona edição, como iniciativa para estimular os alunos a exibirem suas realizações fora do âmbito acadêmico. Todos os anos são exibidos filmes de diversos gêneros e temáticas. Fábio Allon, Nicole Loiola e Renan Turci. Coordenação da IX Mostra o teu que eu mostro meu

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Ø 2015 | Videoarte | 3’40’’ Um trabalho acadêmico para o curso de Cinema FAP/ Unespar. Aula de fotografia, 2015. Direção Rafael Soares e Thiago Bührer

Usadas (ou)sadas 2016 | Híbrido | 5’58’’ Um híbrido de ficção e documentário sobre a opressão sofrida por mulheres. Quatro pequenas histórias conectadas por um objeto, o batom vermelho, que tem na vida das mulheres um caráter tão ambíguo de opressão e empoderamento. Direção Helena Volani

Tétrica 2016 | Ficção | 5’10’’ Prestes a cometer suicídio, uma menina é interrompida por alguém que quer ajudá-la. Direção Gabriel Lobo e Kauê Ribeiro

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Velhos hábitos 2016 | Ficção | 31’40’’ Michael vai para a casa da irmã, Viviane, em busca de um novo começo, após tratar sua compulsão por sexo. Viviane é casada e tem uma filha adolescente, e recebe seu irmão de braços abertos disposta a ajudá-lo. No entanto, tem medo de que ele tenha uma recaída e queira se envolver com sua filha. Em meio a esse conflito em sua cabeça, ela sente que precisa decidir entre apoiar seu irmão nesse recomeço ou proteger sua filha. Direção Annelyse Bosa

Entre linhas 2016 | Videodança | 4’54’’ Entre linhas é um videodança, cuja produção foi voltada para a disciplina Dança, Tecnologia e Comunicação do curso de Dança da FAP/ Unespar. É um experimento de identificação das linhas que nos envolvem no dia a dia. Direção Beatriz Pimenta

Step motion: impressões visuais de um caminho 2014 | Videoarte | 4’10’’ Com uma poética visual e sonora, o vídeo é o convite a um passeio pelas belas ruas da cidade, repletas de cores, formas, movimentos, texturas e livres expressões artísticas. A arte urbana, street art, é uma linguagem contemporânea e democrática, que, muitas vezes, passa desapercebida aos olhos distraídos. Direção Sóluá Carneiro

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Livre, era o que ela mais queria ser 2014 | Videoarte | 4’10’’ Se tem uma coisa que mulher pode, é. Direção Bruna Del Valhe, Camilla Sailer e Duanna Conti

Pavão sem cores 2015 | Experimental | 8’44’’ Filme fábula em homenagem a Deumárius Pavão Orengo. Direção Isabele Orengo

Kronos 2016 | Videodança | 6’09’’ Um personagem preso ao passado, o dueto entre o corpo humano e as areias do tempo. Direção Yuri Riesemberg

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A persistência do segundo 2016 | Ficção | 3’06’’ Segundo, unidade de medida de tempo, equivalente a duração de 9192631770 períodos da radiação, correspondente a transição dos dois níveis do estado fundamental do átomo de césio 133, sexagésima parte do minuto. Direção Gabriel Lobo

DRAGOON – VALLEY OF BLADES 2016 | videoclipe | 7’54’’ Entrando em um sonho. Natureza. Portais. Bruxas. Direção Nadja Nasty

ESCONDERIJO 2016 | Videodança | 10’22’’ Resultado artístico/poético da pesquisa de conclusão de curso intitulada “Inter(ações) entre corpo e câmera em processo criativo para videodança”. Resultante de um processo híbrido de criação a partir do corpo feminino propositor, que segue diariamente na tentativa de fuga de um ambiente controlador, intimidante e com concepções patriarcais de seu próprio corpo que não tem espaço para esconder-se, pois tudo que ela faz é conferido. Direção Dani Durães

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O SOL AINDA BRILHA PARA VOCÊ 2015 | ficção | 15’ Nostálgicos, Karen e Ian acordam em uma cama estreita, a conversa é rotineira assim como o café, mas este dia não será como nenhum outro. Direção Bruno Becker

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Docnomads

O Docnomads é um projeto europeu caracterizado por um curso de mestrado de dois anos em Direção de Filmes Documentários. O curso é oferecido por três universidades parceiras criadoras do projeto, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, em Lisboa, Portugal, Színház-és Filmművészeti Egyetem – University of Theatre and Film Arts, em Budapeste, na Hungria e LUCA – College Sint Lukas, em Bruxelas, Bélgica. Os alunos estudam um semestre em cada uma das três universidades e dedicam o último período para a realização dos filmes de conclusão. Além das universidades criadoras, o Docnomads conta com instituições associadas, como Beijing Film Academy, Universidade de São Paulo e Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. A FAP/ Unespar assinou o Termo de Cooperação Acadêmica com o DOCNOMADS/ ULHT (European Master Degree in Documentary Filmmaking / Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias) em 2015. A coordenação institucional do termo é dos professores Eduardo Tulio Baggio e Juslaine Abreu Nogueira, do curso de Cinema e Audiovisual. O Escritório de Relações Internacionais é o responsável maior, representado pela professora Gisele Onuki. As atividades do programa compreendem o desenvolvimento de um projeto de filme documentário de curta-metragem, sob orientação compartilhada entre professores do curso de Cinema e Audiovisual da FAP/ Unespar e professores do Docnomads. Em Curitiba, os alunos realizam pesquisa prévia e desenvolvimento de projeto fílmico, bem como a finalização da obra. Já as atividades realizadas em Lisboa compreendem o aprimoramento do projeto fílmico, as filmagens e o início da edição. As orientações dos professores em Lisboa ocorrem em línguas portuguesa e inglesa, que é o idioma oficial do programa. Após o processo de seleção, foram selecionados quatro alunos da FAP/ Unespar: Anna Clara da Silva Petracca, Flora Suzuki, Maria Eduarda Balestieri Berlitz e Shai Oliva Aloh. Eles ficarão em Portugal de 27 de fevereiro a 9 de abril. Eduargo Baggio e Nicole Loiola

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Terra 2016 | Documentário | 15’30’’ Terra: solo, propriedade, morte, lar, pátria. Terra, um retrato cotidiano de um bairro criado e habitado por cabo-verdianos nos arredores de Lisboa, Portugal. Direção Flora Suzuki

Corpo 2016 | Documentário | 13’40’’ Vozes, corpos, reflexões acerca do pertencer, do ser, estar e existir em diversas formas sociais, físicas, sensíveis, mutáveis. Direção Anna Clara Petracca

Gülami and me 2016 | Documentário | 15’30’’ Registro de um encontro íntimo e pluricultural, em plena Lisboa, entre o músico turco de tradição sufi, o multi-instrumentista, Gülami Yesildal, e o jovem realizador judeu-brasileiro, Shai Oliva Alon. Entre apresentações de músicas tradicionais e ensaios da banda de Gülami, a vida é discutida a partir da perspectiva da arte, de Deus e da ausência de uma pátria. Direção Shai Oliva Alon

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Fluir 2016 | Documentário | 14’ Em tudo o que já fomos está aquilo que seremos. Direção Duda Berlitz

O retorno em sonho 2016 | Documentário | 3’20’ Contando sua história pessoal através do audiovisual, o jovem realizador brasileiro- israelita, Shai Oliva Alon, utiliza-se de imagens de seu próprio arquivo para construir uma obra autobiográfica de cinema documentário, apropriando-se da utilização de elementos dramáticos oriundos da narrativa ficcional. Terras prometidas, desilusões e sacrifícios são apenas algumas das palavras-chave nessa breve jornada onírica decorrente da vivência do autor. Direção Shai Oliva Alon

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cine egresso

O Projeto Cine Egresso é uma atividade de extensão da FAP/Unespar. O objetivo é exibir e debater obras cinematográficas que contem com a participação criativa de alunos egressos do curso de Cinema e Audiovisual da universidade. Os cineastas convidados podem ser atuantes em qualquer área da realização cinematográfica, como roteiro, direção, direção de fotografia, direção de arte, edição, desenho de som e produção, entre outras. Em cada edição, o trabalho do aluno em foco é debatido por convidados e pelo público presente. Alexandre Rafael Garcia é graduado em Cinema e Audiovisual pela Faculdade de Artes do Paraná e mestre em Multimeios pela Unicamp. Atua como professor no Colégio Medianeira, no Centro Universitário FAE e na FAP/ Unespar, em Curitiba. Dirigiu o média-metragem Dias de Trovão (2015) e os curtas Pastoreio (2009), Intervalo (2010), Memórias do meu tio (2011), Sobrenatural (2012) e Pequenos (2012), além de montar e produzir vários outros filmes. De 2010 a 2015, foi sócio da produtora O Quadro. Eduardo Baggio e Fernando Severo

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Pequenos 2012 | Ficção | 14’ Férias de verão e o menino Lucas diverte-se com seus amigos no bairro onde moram. Cada dia que passa, ele se aproxima mais de Ana. Direção Alexandre Rafael Garcia

Pastoreio 2009 | Documentário | 17’ A rotina de trabalho de Laudelino, pastor de ovelhas no Parque Barigui, em Curitiba, há quase vinte anos, em meio a região urbana e inúmeras pessoas que praticam esportes ou passam suas horas de lazer. Direção Alexandre Rafael Garcia

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putZ!

O PUTZ! nasceu em 2000, quando alguns estudantes, apaixonados por cinema, resolveram organizar uma mostra para exibir os vídeos produzidos no curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Paraná. A ideia deu tão certo que, quatro anos depois, o PUTZ! foi aberto a todas as universidades brasileiras transformando-se em um festival de abrangência nacional. Ao longo dos anos foram exibidos mais de 1500 curtas, entre obras de ficção, documentário, videoarte, videoclipe, reportagem, vídeos publicitários e institucionais. A última edição do festival foi realizado em 2010, mas os alunos de Comunicação Social da UFPR continuam realizando a mostra interna anual, da qual saíram estes curtas.

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Zombiojo 2015 | ficção | 7’30’’ Zombiojo é um filme para dar água na boca. Uma infestação de zumbis é provocada pela overdose da droga sintética chamada pó-de-miojo. A contaminação é instantânea e o fim está próximo. Bom apetite! Direção Edu Camargo

Pupuputz 2015 | Ficção | 7’ Putz sobre um Putz dentro de um Putz. Direção Rhaiany Leicy

Floresta do outro lado 2015 | ficção | 10’ Quando a caloura Califórnia Müller entra na universidade, vive uma semana do calouro dos sonhos: festas, amigos e bebidas. O que ela não esperava era que a melhor noite fosse acabar em uma grande maldição. Cali se vê diante de uma escolha difícil: salvar o lugar que aprendeu a amar ou deixá-lo pra trás e salvar sua vida? Direção Arantxa Torquato, Gabriela Oberhofer, Heloise Auer, Nicole Layla, Thays Cristine

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XX socine

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sessões especiais: xx socine 2016 www.utp.edu.br/xxsocine2016

3ª. feira, 18/10

5ª. feira 20/10

19:00 Teatro Fernanda Montenegro

14:00 Sala Cinema “Cinema e Imaginário”

Abertura da XX SOCINE

Mesa-Diálogo 1

Homenagem ao pesquisador ARLINDO MACHADO;

Vincenzo Susca (Univ. Paul Valéry – Montpellier): Lo schermo e la pelle: storia di in un incontro ravvicinato

Palestra de Abertura com NOEL CARROLL (NYU): The Return of Medium Specificity Claims and the Evaluation of the Moving Image; Coquetel de Abertura, Lançamento de livros e Sessão de autógrafos;

Juremir Machado da Silva (PUC-RS): Verdade e Imaginário no Cinema

16:30 Sala Cinema “Cinema e Multimídia”

Mesa-Diálogo 2

4ª. feira, 19/10

José Bidarra (Univ. Aberta de Lisboa): Narrativas Híbridas e Remix Audiovisual

18:00 Auditório UTP-Universidade Tuiuti do Paraná

Mesa Redonda Josep Maria Català Domènech (Univ.Autónoma de Barcelona): Selva de imaginarios: hibridación y convergencia en el documental español contemporâneo

Fabio Raddi Uchôa (Univ. Tuiuti do Paraná): Letrismo: hibridações entre poesia e cinema

6ª. feira 21/10 16:30 Auditório UTP

Fernando Andacht (Univ de la Republica, Montevidéu): Todos os jogos o jogo: sobre a convergência estética em “Jogo de Cena” de Eduardo Coutinho

Palestra de Encerramento William Brown Cinema and/as convergence

20:00 UTP Sala Cinema

Filme

Espaço Itaú Shopping Crystal

Festa de Encerramento SOCINE (parceria com o FICBIC)

En attendant Godard, de William Brown 93’

Informações: denizearaujo@hotmail.com (41) 9983-6669

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biografias



cineasta homenageado

hector babenco Cineasta argentino, naturalizou-se brasileiro em 1970. Babenco nasceu em 1946 e foi autor de sucessos de público como Lúcio Flávio, o passageiro da agonia (1977) e Pixote, a lei do mais fraco (1980). No ano de 2003 obteve enorme sucesso de público com o longa-metragem Carandiru, mais de 4,5 milhões de espectadores, atingindo a marca do filme nacional mais visto do ano. O filme também integrou a seleção oficial do festival de Cannes daquele ano. Começou a trabalhar no cinema em 1973 como produtor executivo e codiretor, com Roberto Farias, de O Fabuloso Fittipaldi (1973). Em 1975, dirigiu sua primeira ficção, O rei da noite. No início da década de 80, fez sua primeira produção internacional, falada em inglês, O beijo da Mulher Aranha (1984), que deu a William Hurt o Oscar de melhor ator e o prêmio de interpretação masculina em Cannes. O filme também rendeu a Babenco uma indicação ao Oscar de melhor diretor. Em 1987 dirigiu Jack Nicholson e Meryl Streep em Ironweed. Em 1990 realizou Brincando nos Campos do Senhor, filmado na região amazônica. Em 1998 rodou Coração iluminado, selecionado para o Festival de Cannes. No ano de 2000 participou do júri do Festival de Berlim. Em 2005 dirigiu a série Carandiru – outras histórias, para a Rede Globo, que dava sequência às histórias do longa, dividindo a direção dos episódios com Walter Carvalho e Roberto Gervitz. Faleceu em julho de 2016 devido a uma parada cardiorrespiratória.


curadora

Denize Araujo Denize Araujo concluiu seu mestrado na Arizona State University – ASU e seu PhD na University of California – UCR, Riverside, Estados Unidos, onde morou por dez anos. Terminou, recentemente, seu pós-doutorado na Universidade do Algarve – UAlg, em Portugal. É coordenadora da pósgraduação em Cinema e docente de mestrado e doutorado da Universidade Tuiuti do Paraná – UTP, na linha de Cinema e Audiovisual. Atua ainda como diretora do Clipagem – Centro de Cultura Contemporânea, responsável por três itinerâncias do Kinoforum e duas do Anim!Arte, e por levar ao exterior curtas brasileiros premiados, já exibidos na City University of Hong Kong, na ASU e na UAlg. É membro do International Council, do Publishing e do Scholarly Review Committee, e vice-coordenadora do GT Visual Culture da IAMCR. Adora cinema e senso de humor!


curador

PAULO CAMARGO Paulo Camargo é jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná, mestre em Teoria e Estética do Audiovisual pela Universidade de Miami, onde foi bolsista da Comissão Fulbright, e professor dos cursos de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC-PR e do Centro Universitário UniBrasil. Também leciona em cursos de pós-graduação da PUC–PR e da Universidade Tuiuti do Paraná, onde é doutorando no programa de Comunicação e Linguagens. Foi editor de cultura, crítico de cinema e repórter especial do jornal Gazeta do Povo, do Paraná, diário no qual atuou entre 1996 e 2014. É integrante da Associação Brasileira de Críticos de Cinema –Abraccine. Trabalhou nos jornais O Estado do Paraná e Folha de São Paulo. É integrante da Associação Brasileira de Críticos de Cinema e editor do portal de cultura A Escotilha.


curador

aristeu Araújo Aristeu Araújo é cineasta e jornalista. Trabalha como diretor, roteirista e montador de vídeos e filmes. Atualmente se dedica à pré-produção do seu mais recente curta-metragem, o Quando as Coisas se Desmancham. O seu filme Por que Corro?, foi premiado como Melhor Filme em Tomada Única e Melhor Montagem no 7º Festival Internacional de Cinema de Super 8 de Curitiba. Com Todo Amor de que Disponho foi exibido em diversos festivais no Brasil e no exterior, recebendo Menção Honrosa no Tlanchana Fest (Cidade do México). Atua ainda na produção e curadoria de mostras e festivais. Realizaou a mostra Ser Tão Pop, que aconteceu nas CAIXA Cultural Rio de Janeiro e CAIXA Cultura Fortaleza, em 2014. Em 2015 realizou ainda a mostra Autorretratos – Documentários Autobiográficos junto à CAIXA Cultural Recife. Entre os anos de 2012 e 2014 atuou como produtor e programador da sala CinePensamento no centro Cultural Sesc Paço da Liberdade. Entre os anos de 2007 e 2013 foi editor de conteúdo da Revista Moviola, site que fundou.


Bienal Internacional de Curitiba

Coordenação Administrativa e Financeira

Legendagem eletrônica

João Marcos Almeida

Thiago Barbosa

Alfredo Meyer

Design Gráfico

Tradução

Antônio Pereira da Silva e Oliveira

Claudio Gonçalves

Bruno Moreno

Conselho de Honra

Ernesto Meyer Filho

Fernanda Ilgenfritz

Guilmar Maria Vieira Silva

Assistência

Idelfonso Pereira Correia

Deocélia Costa Martins

Jorge Hermano Meyer Lívio Abramo Raquel Liberato Meyer

Projeto Gráfico e Diagramação

Festival de Cinema da Bienal Internacional de Curitiba

Túlio Vargas

Letícia Fontanella

Luciana Casagrande Pereira Impressão

Presidente de Honra em Memória

Miguel Briante

Claudio Gonçalves Edição

Presidente Conselho Superior

Catálogo

Diretor Geral

Cromos Editora e Indústria Gráfica Ltda

Luiz Ernesto Meyer Pereira

Agradecimentos Institucionais

Presidente

Rodrigo Rocha Loures

Curadoria - Festival

Denize Araujo e Paulo Camargo

Presidente da República Federativa do Brasil

Michel Temer

Membros

Ana Amélia Filiziola

Curadoria - Universo Z, Cinema Francês e Alemão

André Caldeira

Aristeu Araújo

Claude Bélanger

Ministro da Cultura

Marcelo Calero

Denize Corrêa Araujo

Coordenação de Produção

Eduardo Fausti

Mariana Souza Bernal

Erlon Caramuru Tomasi

Ministro das Relações Exteriores

José Serra

Guido M. do Amaral Garcia

Produção

Jayme Bernardo

Aristeu Araújo

João Luiz Felix

Ministro Chefe da Casa Civil

Eliseu Padilha

Luiz Fernando Casagrande Pereira

Produção Itinerância e assistente de produção

Mario Pereira

Fernanda Rios

Michele Moura

Chefe de Gabinete do Ministro Chefe da Casa Civil

Roberto Severo Ramos

Rodrigo de Araújo Pinheiro

Assistente de Produção

Sandra Meyer Nunes

Talita Braga

Assessoria Especial da Casa Civil

Stefanie Stocchero

Thatiana Souza

Identidade Visual

Assessoria de Imprensa da Casa Civil

Victor Uchoa

Cadu Fonseca

Redes Sociais e conteúdo do site

Secretário-Executivo da Casa Civil

Felipe Gollnick

Daniel Sigelmann

Comunicação Institucional

Chefe de Gabinete do Secretário-

Carolina Loch

Executivo da Casa Civil

Presidente

Luciana Casagrande Pereira Vice-Presidente

Luiz Carlos Brugnera Diretora Secretária

Ana Luisa Pernetta Caron

José Cordeiro Neto

Diretor Geral

Luiz Ernesto Meyer Pereira

Assessoria de Imprensa

Dani Brito Diretor Administrativo-Financeiro

Luis Gustavo Tortatto

Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações

Vinheta e Cópias

Aristeu Araújo

Gilberto Kasaab


Secretária-Executiva - MinC

Subsecretário Geral de Cooperação,

Coordenadora de Incentivo Cultural - SEEC

Mariana Ribas da Silva

Cultura e Promoção Comercial – MRE

Renata Mele

Embaixador Santiago Irazabal Mourão Coordenadora de Patrimônio Cultural – CPC/SEEC

Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura – SEFIC

Coordenador do DAV

José Paulo Soares Martins

Paulo Vassily Chuc

Secretaria de Articulação e

Coordenador da DODC- MRE

Desenvolvimento Institucional – SADI

André Dunham Maciel Siaines de Castro

Rosina Coeli Alice Parchen Chefe da Coordenadoria de Ação Cultural – CAC/SEEC

Bruno Santos

Chefe de Gabinete – SEEC Coordenador de Divulgação DIVULG – MRE

Secretaria da Economia da Culturais -SEC

Rogério Luis Tonetti

Cora Catalina

Carlos Eduardo de Carvalho Pachá

Claudio Lins de Vasconcelos

Assessora Técnica da Diretoria-Geral – SEEC Chefe do Escritório de Representação

Secretaria da Cidadania

do MRE no Paraná (EREPAR)

e da Diversidade Cultural – SCDC

Embaixador Vitor Candido Pain Gobato

Regina Iório Secretaria Especial da Chefia de Gabinete do Governador

Deonilson Roldo

Renata Bittencourt Superintendente regional Secretário do Audiovisual – SAv/MinC

da 10ª SR/IPHAN/PR

Secretária da Educação

Antônio Alfredo Bertini de Torres Bandeira

José La Pastina Filho

Ana Seres Trento Comin

Diretora de Incentivo à Cultura – SEFIC/MinC

Presidente da Infraero

Diretor Geral da Secretaria

Odecir Luiz Prata da Costa

Antônio Claret de Oliveira

de Estado da Educação do Paraná

Edmundo Rodrigues da Veiga Neto Chefe de Gabinete do Ministro da Cultura – MinC

Superintendente Regional da Receita Federal

Tânia Mara Barreto Pacheco

Luiz Bernardi

Assessores Especiais do Ministro da Cultura – MinC

Governador do Estado do Paraná

Rafael Bastos Sento Sé

Beto Richa

Assessoria de Gabinete

Maria Duarte Superintendência da Educação

Fabiana Cristina Campos

Andreia de Almeida Lopes Franca Renato Rangel

Vice-Governadora do Estado do Paraná

Robson Camilo Gomes da Costa

Cida Borghetti

Superintendência de Desenvolvimento Educacional

Vanda Dolci Garcia Coordenação-Geral de Análise de Projetos

Secretário de Estado da Cultura

de Incentivos Fiscais – SEFIC/ MinC

João Luiz Fiani

Direção do Departamento de Educação Básica

Cassiano Roberto Nascimento Ogliari

Vicente Finageiv Filho Secretária de Estado da Educação Presidente da Fundação Biblioteca Nacional

Ana Seres Trento Comin

Secretário de Estado do Esporte e do Turismo

Douglas Fabrício

Helena Severo Diretor-Geral da SEEC Presidente da Funarte/MinC

Jader Alves

Diretor Geral da Secretaria do Esporte e do Turismo

Alberto Martins de Faria

Humberto Braga Coordenadora do Sistema Estadual de Museus Diretor Executivo da Funarte/MinC

Karina Muniz Viana

Reinaldo da Silva Verissimo

do Esporte e do Turismo Coordenação de Comunicação

Diretor de Programas Especiais

Valdir José Smaniotto

Alisson Diniz Diretor Presidente - PRTUR

de Infraestrutura Cultural

Germano Andrade Ladeira

Chefe de Gabinete do Secretário

Coordenação de Desenho Gráfico – SEEC

Rita de Cassia Solieri Brandt Braga

Manoel Jacó Garcia Gimennes


Diretora Técnica – PRTUR

Departamento de Divulgação

Departamento de Parques e Praças

Deise Maria Fernandes Bezerra

Lorena Aubrift Klenk

João Carlos Borges da Fontoura

Secretário de Estado da Comunicação Social – SECS

“Departamento de Mídias Sociais e Internet

Departamento de Limpeza Pública

Márcio Souza Vilella

Álvaro Benvenutti Borba”

Patricia Brenner Lopes

Diretora-Geral – SECS

Secretária Municipal da Educação

Secretário Municipal de Obras Públicas

Cicemara Aparecida Daniel Cordeiro

Roberlayne de Oliveira Borges Roballo

Sérgio Luiz Antoniasse

Prefeito de Curitiba

Chefe de Gabinete

Departamento de Pavimentação

Gustavo Fruet

Fernanda Boroski Krueger

Mario Luis da Costa Padovani

Vice-Prefeita

Superintendente Executivo

Departamento de Edificações

Mirian Gonçalves

Antonio Ulisses Carvalho

Luiz Carlos Rodrigues

Chefe de Gabinete do Prefeito

Superintendente de Gestão Educacional

Departamento de Iluminação Pública

Itamar Abib Neves

Ida Regina Moro Milleo de Mendonça

Fábio Ribeiro de Camargo

Assessor

Departamento de Informações Educacionais

Superintendente de Implantação de Obras Urbanas

Gilson Santos

Elizabeth Helena Baptista Ramos

Nei Celso Boff

Secretária do Prefeito

Departamento de Logística

Presidente da FAS

Luciana Nascimento de Oliveira

Maria Cristina Brandalize

Marcia Oleskovicz Fruet

Assessoria de Agenda

Departamento de Ensino Fundamental

Assessor Técnico da Presidência

Amanda Ribas Pereira Maraucci

Letícia Mara de Meira

Antônio Carlos da Rocha

Assessora de Relações Internacionais

Departamento de Educação Infantil

Secretário da Saúde

Rosane Kupka

Maria da Glória Galeb

César Monte Serrat Titton

com a Comunidade

Presidente do Instituto Municipal de Turismo

Presidente da COHAB

Fernando Mauro Nascimento Guedes

Sergio Roberto Domingues

Ubiraci Rodrigues

Superintendente

Diretor Técnico

Marcelo Contin

João Carlos Vianna

Presidente do IPPUC

Secretária da Pessoa com Deficiência

Sérgio Póvoa Pires

Mirella Prosdócimo

Supervisão de Planejamento

Coordenação de Acessibilidade

Ariadne Giacomazzi Mattei Manzi

Francielle Henrique Lucena

Presidente da URBS

Secretário de Urbanismo

Roberto Gregorio da Silva Júnior

Reginaldo Luiz dos Santos Cordeiro

Diretor de Urbanização

Diretora de Controle e Uso do Solo

Gladimir do Nascimento

Miriam Greiffo Von Buettner

Coordenadoria de Relações

Assessoria de Direitos Humanos Igo Martini Secretária Municipal de Finanças

Eleonora Bonato Fruet Chefe de Gabinete da Secretaria Municipal de Finanças

Denise Toniolo Secretário Municipal da Comunicação Social

Paulo Vítola Superintendente

Heitor Manfrinato Departamento de Marketing e Propaganda

Luciane Krobel

Secretário Municipal de Meio Ambiente

Renato Eugênio de Lima


Fundação Cultural de Curitiba

Assessoria Superintendência

Assistência

Silvia Regina do Prado Guinsk

Cristiane Fonseca Ribeiro

Comunicação Social

Assessoria

Coordenador

Juarez Lazaroto

Heros Mussi Schwinder

Cristiane Fonseca Ribeiro

Equipe

Equipe

Diretor de Comunicação

Alice Cristina Rodrigues

Luciano Antunes

Diogo Dreyer

Ana Luzia Gori Palka Miranda

Ana Terezinha da Veiga

Aparecido Bueno Marques

Josiane Baratto

Diretora Administrativa e Financeira

Gabrielle Rocha Russi

Luiz Pacheco

Sonia Rosana Zanetti

Izabela Weber Azevedo

Diretora de Incentivo à Cultura

Guia Curitiba Apresenta

Maria Angélica da Rocha Carvalho

Helio Miguel Filho

Coordenação

Anita Ferreira

Marcos Stankievicz Sabóia

Sistema Fecomércio Sesc Senac Paraná

Equipe Administrativa

Presidente

Marcos Cordiolli Superintendente

Igor Cordeiro

Cine Guarani

Diretoria de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural

Marili Azim

Jorge Sztruk Assessor Jurídico

Presidente

Helena da Silveira

Héliomar Jérry Dutra de Freitas

Darci Piana

Marcia Aparecida Moraes

Coordenadora de Ações Culturais

Diretor Regional do Sesc Paraná

Lilian Ribas

Dieter Heinz Lengning

Coordenação de Infraestrutura

Diretora de Educação e Cultura

Jaciel Teixeira

Maristela Massaro Carrara Bruneri

Coordenador de Programação Visual

Coordenador geral do Núcleo de

Aulio Costa Zambenedetti

Comunicação e Marketing

Maria Auxiliadora da Silva Cassiana C. R. Bernardi Projecionistas

Valdenício Vieira da Silveira Bilheteria

Maria

Cesar Luiz Gonçalves

Cinemateca de Curitiba

Gerente de Cultura

Coordenação

Isabel Cristina Bizerra da Silva

Marcos Stankievicz Sabóia

Flávio Miyake

SESC Paço da Liberdade

Programação

Chefe do Setor de Transporte

Gerente Executiva

Projecionistas

Carlos Sergio Serena

Celise Niero

Wilson

Assessoria Presidência

Técnica de Atividades

Benedito Isidoro Diniz

Frávia Milbratz

Bilheteria

Sonia Rosa

Jussara Batista

Luiza

Portão Cultural

Roleta

Coordenação de Infraestrutura

Jaciel Teixeira Coordenador Administrativo

Cassiana C. R. Bernardi

Francisco Amâncio da Silva

Sirlei Tomio Sérgio

Assessoria de Planejamento

Diani Eiri Camilo Mossato

Coordenação

Cristina Herrera


Embaixada da França

Espaço Itaú de Cinema

Embaixador

Adhemar Oliveira

Laurent Bili

Camila Kalill Anderson Wadner

Conselheiro de Cooperação e Ação Cultural

Rafael Vilela

Alain Bourdon

Silvana Amaral Patrícia Leite

Cinemateca da Embaixada da França

Ivone Pereira

Thomas Sparfel

Iris Todorovski

Gustavo Andrettoa

Rodrigo Andrade

Matthieu Thibaudault

Amanda Pantoja Flavia Andrade

Consulado Geral Do Japão Em Curitiba

Pricieli Antunes

Cônsul-Geral

Jorge

Toshio Ikeda

Daniel Marcondes Tertulina Maria

Setor Cultural

Abel kaiser

Akemi Ferreira

Luiz Antônio

Sirlene Carneiro Anconi

Eugênio Santos

Yuma Kobayashi

Elaine Pereira Iraci Matos

Goethe-Institut São Paulo

Nilson

Diretor Da Programação Cultural

Estúdio Invertido

Martin Bach Daniel Barbosa Programação Cultural

Teo Solto Maior

Luiz Rangel

Gustavo Ferreira

Isabel Hoelzl

Agradecimentos Especiais Comunicação E Imprensa

Simone Malina

Mônica d’Angelo Leonardo Spitz

Filmoteca

Milena Godolphim

Eveline Cori

Janaina Santos Renata Paschoal

Centro Cultural de la República del Cabildo

Elias Oliveira

Margarita Morselli

Henrico Conianchi

Laura Torres

Juliana Perrella Brisa Verena Zeine

Sesc Paço Da Liberdade

Ciana Lago Gabriel Gariba

Gerente Executiva Do Sesc Paço Da Liberdade

Márcia Regina Rios Assis

Celise Niero Técnica De Atividades

Jussara Batista Flávia Milbratz

Muito obrigado.


programação Quinta-feira, 20 de OUTUBRO

19:00 paço da liberdade

20:00 FILME DE ABERTURA itaú

Edward Berger | 2014 | Ficção | Alemanha | 103’

cinema alemão

JACK

sala 1 sala 2 sala 3

fogo no mar Gianfranco Rossi | Itália/França | 2016 | 109’ | Documentário

19:15 itaú

sala 1

pikadero Ben Sharrock | 2015 | Ficção | Espanha/Reino Unido | 99’

sexta-feira, 21 de OUTUBRO

21:00 itaú

sala 2

15:30 cine guarani

beduíno

Ironweed

Julio Bressane | 2016 | Ficção | Brasil | 75’

Hector Babenco | 1987 | Ficção | EUA | 137’

17:00 paço da liberdade

21:15 itaú

cinema alemão

sala 1

sonita

Concrete Love: The Böhm Family

Rokhsareh Ghaem Maghami | 2015 | Ficção | Alemanha/Irã/Suíca | 90’

Maurizius Staerkle-Drux | 2014 | Doc | Alemanha | 88’

18:00

sábado, 22 de OUTUBRO

cinemateca docnomads curtas

terra Flora Suzuki | 2016 | Doc | Brasil/Portugal | 15’30”

14:00 paço da liberdade

CORPO

Anna Clara Petracca | 2016 | Doc | Brasil/Portugal | 13’40”

Leandro Tadashi | 2015 | Ficção | Brasil | 14’

curtas

GULAMI and ME

Uótizap

Shai Oliva Alon | 2016 | Doc | Brasil/Portugal | 15’30”

Marcelo Branco | 2015 | Animação | Brasil | 1’

FLUIR

Menino da Gamboa

Duda Berlitz | 2016 | Doc | Brasil/Portugal | 14’

Pedro Perazzo e Rodrigo Luna | 2014 | Ficção | Brasil | 14’

O RETORNO EM SONHO

Número e Série

Shai Oliva Alon | 2016 | Doc | Brasil/Portugal | 13’20”

Jéssica Queiroz | 2015 | Ficção | Brasil | 15’

No Fim da Trama

18:30 cine guarani

Patrícia Monegatto | 2015 | Ficção | Brasil | 12’

Brincando nos Campos do Senhor

14:30 cine guarani

Hector Babenco | 1991 | Ficção | Brasil/EUA | 186’

19:00 itaú

o rei da noite

sala 2

Hector Babenco | 1975 | Ficção | Brasil | 98’

quase memória

15:00 paço da liberdade

Ruy Guerra | 2015 | Ficção | Brasil | 95’

19:00 cinemateca cinema paraguaio

curtas

O Melhor Som do Mundo curtas

Pedro Paulo de Andrade | 2014 | Ficção | Brasil | 13’

Kurusu Rebelde

Escargot

Miguel Agüero | 2015 | Ficção | Paraguai | 28’

Laira Ávila, Priscila Trifiletti e Ricardo Lobato 2011 | Animação | Brasil | 1’

Zulema

Fora da Caixa

Ángel Molina | 2015 | Ficção | Paraguai | 11’

Edemar Miqueta | 2013 | Animação | Brasil | 5’14”

Asteroid Attack

H2Obby

José Pedersen | 2013 | Animação | Paraguai | 5’

Flávia Trevisan | 2015 | Animação | Brasil | 3’50”

old cars

Coisa-Malu

Gerardo Jara | 2016 | Documentário | Paraguai | 5’

Paula Cintra Ferreira e Tobias Rezende | 2015 Ficção | Brasil | 20’

Panorama Mundial

Panorama Brasileiro

Cinema em Retrospectiva

Universo Z

Circuito Universitário

Circuitos


programação As aventuras de Minuano Kid

18:30 itaú

Edison Rodrigues e Pedro Antoniutti | 2014 Ficção | Brasil | 10’

dO NOT RESIST

15:30

sala 1

Craig Atkinson | 2014 | EUA | Documentário | 72’

cinemateca putz! curtas

Zombiojo

19:00 itaú

Edu Camargo | 2015 | Ficção | Brasil | 7’30”

Barata ribeiro, 716

PUPUPUTZ

Domingos Oliveira | 2016 | Ficção | Brasil | 86’

Rhaiany Leicy | 2015 | Ficção | Brasil | 7’

Floresta do Outro Lado

19:30

Arantxa Torquato, Gabriela Oberhofer, Heloise Auer, Nicole Layla, e Thays Cristine | 2015 | Ficção | Brasil | 10’

PEQUENOS

16:30 paço da liberdade

sala 2

cinemateca CINE EGRESSO curtas

Alexandre Rafael Garcia | 2012 | Ficção | Brasil | 14’

PASTOREIO

cinema alemão

Os óculos de Tito

Alexandre Rafael Garcia | 2009 | Doc| Brasil | 17’

Regina Schilling | 2014 | Ficção | Alemanha | 94’

conversa com diretor e equipe do cine egresso

16:30

19:30 cine guarani

cinemateca mostra o teu... curtas

ø

O beijo da Mulher Aranha

Rafael Soares e Thiago Bührer | 2015 | Vídeoarte | Brasil | 3’40”

Hector Babenco | 1985 | Ficção | Brasil | 120’

USADAS (OU)SADAS

20:00 itaú

Helena Volani | 2016 | Ficção/Documentário | Brasil | 6’

sala 1 curtas

TÉTRICA

Timecode

Gabriel Lobo e Kauê Ribeiro | 2016 | Ficção | Brasil | 5’

Juanjo Giménez | 2016 | Ficção | Espanha | 15’

VELHOS HÁBITOS

Hold on

Annelyse Bosa | 2015 | Ficção | Brasil | 32’

Charlotte Scott-Wison | 2016 | Ficção | Holanda | 22’

ENTRE LINHAS

A Man Returned

Beatriz Pimenta | 2016 | Vídeodança | Brasil | 5’

Mahdi Fleifel | 2016 | Ficção | Reino Unido/Líbano/Dinamarca/Holanda | 16’

STEP MOTION – IMPRESSÕES VISUAIS DE UM CAMINHOS

MURDEROUS INJUSTICE

Sóluá Carneiro | 2014 | Vídeoarte | Brasil | 4’

Gavin Scott Whitfield | 2016 | Ficção | Reino Unido | 13’

17:00 cine guarani

21:00 itaú

sala 2

Pixote, a lei do mais fraco

cinema novo

Hector Babenco | 1980 | Ficção | Brasil | 125’

Eryk Rocha | 2016 | Documentário | Brasil | 93’

18:00

21:40 itaú

cinemateca mostra o teu... curtas

sala 1

LIVRE, ERA O QUE ELA MAIS QUERIA SER

the land of the enlightened

Bruna Del Valhe, Camilla Sailer e Duanna Conti | 2016 | Vídeoarte | Brasil | 3’

Pieter-Jan De Pue | 2016 | Ficção | Afeganistão/Bélgica/Irlanda/Holanda | 83’

PAVÃO SEM CORES Isabele Orengo | 2015 | Experimental | Brasil | 8’44”

domingo, 23 de OUTUBRO

KRONOS Yuri Riesemberg | 2016 | Vídeodança | Brasil | 6’09”

15:00 cine guarani

A PERSISTÊNCIA DO SEGUNDO Gabriel Lobo | 2016 | Ficção | Brasil | 3’06”

Brincando nos Campos do Senhor

O SOL AINDA BRILHA PARA VOCÊ

Hector Babenco | 1991 | Ficção | Brasil/EUA | 186’

Bruno Becker | 2015 | Ficção | Brasil | 15’

18:30 itaú

DRAGOON – VALLEY OF BLADES

sala 2 curtas

Nadja Nasty | 2016 | Vídeoclipe | Brasil | 8’

Aqueles Cinco Segundos

ESCONDERIJO

Felipe Saleme | 2016 | Ficção | Brasil | 15’

Dani Durães | 2016 | Vídeodança | Brasil | 10’22” Panorama Mundial

Panorama Brasileiro

Cinema em Retrospectiva

Universo Z

Circuito Universitário

Circuitos


programação Eclipse Solar Rodrigo de Oliveira | 2015 | Ficção | Brasil | 28’

o significador de insignificâncias Fernando Severo e Diego Lopes | 2015 | Documentário | Brasil | 15’

19:15 itaú

15:00 cine guarani O beijo da Mulher Aranha Hector Babenco | 1985 | Ficção | Brasil | 120’

sala 1

16:30 paço da liberdade

sin norte Fernando Lavanderos | 2015 | Ficção | Chile | 100’

19:00 cine guarani Ironweed Hector Babenco | 1987 | Ficção | EUA | 137’

19:50 itaú

terça-feira, 25 de OUTUBRO

cinema alemão

O superego e você Benjamin Heisenberg | 2014 | Ficção | Alemanha | 93’

17:30 cine guarani

cinema francês

Jacquot de Nantes Agnès Varda | 1991 | Documentário | França | 118’

sala 2 curtas

Madrepérola

18:30 paço da liberdade

cinema japonês

Deise Hauenstein | 2015 | Documentário | Brasil | 15’

O Sol Sempre se Põe na Terceira Rua 3

Noite Escura de São Nunca

Yamazaki Takashi | 2012 | Ficção | Japão | 142’

Samuel Lobo | 2015 | Ficção | Brasil | 21’

Lúcida Fabio Rodrigo e Caroline Neves | 2015 | Híbrido | Brasil | 16’

21:00 itaú

sala 2

Deserto Guilherme Weber | 2016 | Ficção | Brasil | 100’

sala 2

Barata ribeiro, 716 Domingos Oliveira | 2016 | Ficção | Brasil | 86’

21:15 itaú

19:00 itaú

sala 1

DOGS Bogdan Mirica | 2016 | Ficção | Romênia/França/Bulgária/Qatar | 104’

debate com o diretor após a sessão

19:15 itaú

sala 1

dO NOT RESIST Craig Atkinson | 2014 | EUA | Documentário | 72’

20:00 cine guarani

cinema francês

As Damas do Bosque de Boulogne

segunda, 24 de OUTUBRO 19:00

itaú sala 2

beduíno

21:00 itaú

sala 1

pikadero Ben Sharrock | 2015 | Ficção | Espanha/Reino Unido | 99’

Julio Bressane | 2016 | Ficção | Brasil | 75’

19:15

Robert Bresson | 1945 | Ficção | França | 90’

itaú sala 1

DOGS

21:30 itaú

sala 2

quase memória Ruy Guerra | 2015 | Ficção | Brasil | 95’

Bogdan Mirica | 2016 | Ficção | Romênia/França/Bulgária/Qatar | 104’

20:40 itaú

sala 2

Jovens Infelizes ou um Homem que Grita não é um Urso que Dança

quarta-feira, 26 de OUTUBRO

Thiago B. Mendonça | 2016 | Ficção | Brasil | 127’

15:00 cine guarani

21:15 itaú

Hector Babenco | 1980 | Ficção | Brasil | 125’

Pixote, a lei do mais fraco sala 1

sonita Rokhsareh Ghaem Maghami | 2015 | Ficção | Alemanha/Irã/Suíca | 90’


programação 18:00 cine guarani

15:30

cinema francês

cinemateca CINE EGRESSO curtas

o batedor de carteiras

PEQUENOS

Robert Bresson | 1959 | Ficção | França | 75’

Alexandre Rafael Garcia | 2012 | Ficção | Brasil | 14’

18:30 paço da liberdade

Alexandre Rafael Garcia | 2009 | Doc| Brasil | 17’

PASTOREIO

cinema japonês

amor às cegas Ichii Masahide | 2013 | Ficção | Japão | 117’

16:00 paço da liberdade

19:00 itaú

Okita Shuichi | 2014 | Ficção | Japão | 88’

cinema japonês

vamos ver a cachoeira

sala 2

Deserto Guilherme Weber | 2016 | Ficção | Brasil | 100’

16:30

19:15 itaú

Bruna Del Valhe, Camilla Sailer e Duanna Conti | 2016 | Vídeoarte | Brasil | 3’

cinemateca mostra o teu... curtas

LIVRE, ERA O QUE ELA MAIS QUERIA SER

sala 1

the land of the enlightened

PAVÃO SEM CORES

Pieter-Jan De Pue | 2016 | Ficção | Afeganistão/Bélgica/Irlanda/Holanda | 83’

Isabele Orengo | 2015 | Experimental | Brasil | 8’44”

20:00 cine guarani

Yuri Riesemberg | 2016 | Vídeodança | Brasil | 6’09”

KRONOS

cinema francês

French cancan

A PERSISTÊNCIA DO SEGUNDO

Jean Renoir | 1954 | Ficção | França | 102’

Gabriel Lobo | 2016 | Ficção | Brasil | 3’06”

21:00 itaú

Bruno Becker | 2016 | Ficção | Brasil | 15’

O SOL AINDA BRILHA PARA VOCÊ

sala 2

Jovens Infelizes ou um Homem que Grita não é um Urso que Dança

DRAGOON – VALLEY OF BLADES

Thiago B. Mendonça | 2016 | Ficção | Brasil | 127’

Nadja Nasty | 2016 | Vídeoclipe | Brasil | 8’

21:15 itaú

Dani Durães | 2016 | Vídeodança | Brasil | 10’22”

ESCONDERIJO

sala 1

sin norte Fernando Lavanderos | 2015 | Ficção | Chile | 100’

18:00 cine guarani

cinema francês

As Damas do Bosque de Boulogne

quinta-feira, 27 de OUTUBRO 14:30

paço da liberdade curtas

Robert Bresson | 1945 | Ficção | França | 90’

18:00

cinemateca mostra o teu... curtas

ø Rafael Soares e Thiago Bührer | 2016 | Vídeoarte | Brasil | 3’40”

Leandro Tadashi | 2015 | Ficção | Brasil | 14’

USADAS (OU)SADAS

Uótizap

Helena Volani | 2016 | Ficção/Documentário | Brasil | 6’

Marcelo Branco | 2015 | Animação | Brasil | 1’

TÉTRICA

Menino da Gamboa

Gabriel Lobo e Kauê Ribeiro | 2016 | Ficção | Brasil | 5’10”

Pedro Perazzo e Rodrigo Luna | 2014 | Ficção | Brasil | 14’

VELHOS HÁBITOS

Número e Série

Annelyse Bosa | 2016 | Ficção | Brasil | 31’40”

Jéssica Queiroz | 2015 | Ficção | Brasil | 15’

ENTRE LINHAS

No Fim da Trama

Beatriz Pimenta | 2016 | Vídeodança | Brasil | 5’

Patrícia Monegatto | 2015 | Ficção | Brasil | 12’

STEP MOTION – IMPRESSÕES VISUAIS DE UM CAMINHOS Sóluá Carneiro | 2014 | Vídeoarte | Brasil | 4’10”

15:30 cine guarani

18:30 paço da liberdade

o rei da noite Hector Babenco | 1975 | Ficção | Brasil | 98’

cinema japonês

Um adeus a Jinu Matsuo Suzuki | 2015 | Ficção | Japão | 121’

Panorama Mundial

Panorama Brasileiro

Cinema em Retrospectiva

Universo Z

Circuito Universitário

Circuitos


programação 19:30

cinemateca docnomads curtas

17:00 cine guarani

cinema francês

terra

French cancan

Flora Suzuki | 2016 | Doc | Brasil/Portugal | 15’30”

Jean Renoir | 1954 | Ficção | França | 102’

CORPO Anna Clara Petracca | 2016 | Doc | Brasil/Portugal | 13’40”

18:30 paço da liberdade

cinema japonês

GULAMI and ME

wood job!

Shai Oliva Alon | 2016 | Doc | Brasil/Portugal | 15’30”

Yaguchi Shinobu | 2014 | Ficção | Japão | 116’

FLUIR Duda Berlitz | 2016 | Doc | Brasil/Portugal | 14’

19:30 cine guarani

cinema francês

O RETORNO EM SONHO

Jacquot de Nantes

Shai Oliva Alon | 2016 | Doc | Brasil/Portugal | 3’20”

Agnès Varda | 1991 | Documentário | França | 118’

20:00 cine guarani cinema francês o batedor de carteiras Robert Bresson | 1959 | Ficção | França | 75’

20:30

cinemateca putz! curtas

Zombiojo Edu Camargo | 2015 | Ficção | Brasil | 7’30”

PUPUPUTZ Rhaiany Leicy | 2015 | Ficção | Brasil | 7’

Floresta do Outro Lado Arantxa Torquato, Gabriela Oberhofer, Heloise Auer, Nicole Layla e Thays Cristine | 2015 | Ficção | Brasil | 10’

sexta-feira, 28 de OUTUBRO 14:30 paço da liberdade

curtas

O Melhor Som do Mundo Pedro Paulo de Andrade | 2014 | Ficção | Brasil | 13’

Escargot Laira Ávila, Priscila Trifiletti e Ricardo Lobato 2011 | Animação | Brasil | 1’

Fora da Caixa Edemar Miqueta | 2013 | Animação | Brasil | 5’14”

H2Obby Flávia Trevisan | 2015 | Animação | Brasil | 3’50”

Coisa-Malu Paula Cintra Ferreira, Tobias Rezende | 2015 | Ficção | Brasil | 20’

As aventuras de Minuano Kid Edison Rodrigues e Pedro Antoniutti | 2014 | Ficção | Brasil | 10’

16:00 paço da liberdade

cinema japonês

escalando para a primavera Kimura Daisaku | 2014 | Ficção | Japão | 116’


Índice de Filmes Por Ordem Alfabética

102 A cruz rebelde 32 A man returned 113 A persistência do segundo 89 Amor às cegas 46 Aqueles cinco segundos 78 As aventuras de Minuano Kid 82 As damas do Bosque de Boulogne 104 Asteroid attack 68 Bá 42 Barata Ribeiro, 716 41 Beduíno 59 Brincando nos campos do Senhor 105 Carros velhos 43 Cinema novo 77 Coisa-Malu 96 Concrete love: the Böhm family 116 Corpo 45 Deserto 25 Do not resist 28 Dogs 113 Dragoon – Valley of blades

47 Eclipse solar 111 Entre linhas 92 Escalando para a primavera 74 Escargot 113 Esconderijo 122 Floresta do outro lado 117 Fluir 22 Fogo no mar 75 Fora da caixa 84 French cancan 116 Gülami and me 76 H2obby 30 Hold on 58 Ironweed 97 Jack 85 Jacquot de Nantes 44 Jovens infelizes ou Um homem que grita não é um urso que dança 112 Kronos 112 Livre, era tudo que ela queria ser 49 Lúcida


50 Madrepérola 70 Menino da Gamboa 31 Murderous injustice 72 No fim da trama 51 Noite escura de São Nunca 71 Número e série 110 Ø 83 O batedor de carteiras 62 O beijo da Mulher Aranha 73 O melhor som do mundo 60 O rei da noite 117 O retorno em sonho 48 O significador de insignificâncias 114 O sol ainda brilha pra você 88 O sol sempre se põe na terceira rua 3 99 O superego e você 98 Os óculos de tito 120 Pastoreio 112 Pavão sem cores 120 Pequenos

23 Pikadero 61 Pixote, a lei do mais fraco 122 PUPUPUTZ 40 Quase memória 27 Sin norte 24 Sonita 111 Step motion: impressões visuais de um caminho 116 Terra 110 Tétrica 26 The land of the enlightened 29 Timecode 91 Um adeus a jinu 69 Uótizap 110 Usadas (ou)sadas 90 Vamos ver a cachoeira 111 Velhos hábitos 93 Wood job! 122 Zombiojo 103 Zulema


patrocínio

co-patrocínio

promoção

apoio de mídia


apoio local

parceria institucional

realização


patrocínio

co-patrocínio

PROMOÇÃO

realização


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