apresenta:
De 08 a 11 de outubro de 2009 Cinemateca de Curitiba Rua Carlos Cavalcanti, 1174 - Centro
Mostra VentoSul: videos de artista O termo vídeoarte tornou-se, nas duas últimas décadas, muito abrangente e pouco rigoroso. Proposto inicialmente para denominar obras audiovisuais de artistas plásticos, o termo vem sendo abusivamente estendido à invenção e à criação de outras áreas que também utilizam esse recurso tecnológico. As origens da videoarte remontam à década de 1960, quando a produção artística rompeu definitivamente com as amarras dos suportes e materiais convencionais da arte, desestetizando-se numa tentativa de reaproximação da vida. A primeira videoarte foi produzida por membros do Grupo Fluxus – Nam June Paik e Wolf Vostell – não somente para registrar performances e intervenções, mas também como uma nova possibilidade de invenção poética. No Brasil ela surge em 1974, com as experiências pioneiras de Anna Bella Geiger, Ivens Machado, Sonia Andrade e, no ano seguinte, com Letícia Parente, entre outros. Desde então, o uso desse meio pela produção contemporânea, tanto no Brasil quanto no exterior, tornou-se habitual e expandiu-se para além de seu campo eletrônico estrito. Transbordou para o espaço limítrofe em videoinstalações, obras in situ e demais formas de fixação do espaço no tempo. A Mostra VentoSul: vídeos de artista, apresenta um breve resumo da produção em vídeo do Brasil, da Bolívia, da Espanha, do Uruguai, da Alemanha, da Austrália e do Japão. Ainda que a seleção dos vídeos que a integram tenha sido feita por uma curadoria paralela à da Bienal VentoSul, a integração das duas mostras é evidente. A seleção dos trabalhos, feita em parceria com Tom Lisboa, partiu de um universo de inscrições reguladas por edital que especificava um campo de questões que deveriam ser o eixo dos vídeos concorrentes. Esse eixo, Água grande: os mapas alterados, suscitado pela premência de respostas aos problemas ambientais que hoje se multiplicam em escala planetária é deliberadamente o mesmo daquele definido para a Bienal, pela curadoria Geral de Leonor Amarante e Ticio Escobar. Essa mostra de vídeos se integra à Bienal não só no âmbito de sua contiguidade temática como também pelos vídeos de autoria de alguns artistas escolhidos por Amarante e Escobar, com destaque para produção de Yukihiro Taguchi, artista residente convidado pelo Instituto Paranaense de Arte e um dos destaques da VentoSul. A seleção dos trabalhos procurou, em primeiro lugar, verificar, além da qualidade, sua pertinência poética em relação ao conceito curatorial da Bienal VentoSul. Buscou também selecionar trabalhos que fossem significativos de algumas questões e tendências que, de modo recorrente, apareceram no conjunto das inscrições. Seu resultado final, ainda que plural e incompleto, certamente permitirá ao público um contato instigante com os produtos poéticos mais recentes da tecnologia eletrônica.
Fernando Cocchiarale
Dias 08/10 (Quinta-feira) e 10/10 (Sábado) às 19h30 Duração 1h14min Exibição dos vídeos selecionados
Passagem (9’, 2008) - Arthur Tuoto Brasil ORDEM
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O filme é uma radiografia audiovisual sobre o lugar que separa os estados do Piauí e Maranhão. Divididos apenas pelo rio Parnaíba, os dois estados configuram uma atmosfera particular nessa espécie de limbo em que se define esse ambiente de passagem. Um território que não faz parte nem de um estado nem de outro é parte do quê? Caminhos e descaminhos formam um corpo sensorial de imersão e fragilidade através de diferentes ações dentro desse ambiente específico.
Água do Peji (3’50”, 2008) - Roderick Peter Steel Brasil ORDEM
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Água do Peji celebra a comunhão, através de um corpo de água sagrado. Bebe-se ali a manifestação do corpo água, em sua totalidade. A Água do Peji está energizada, repleta de força vital, de axé, e da qual já beberam, simbolicamente, os espíritos da natureza, os caboclos, os voduns, os reis da encantaria dentro de seus quartos, ou ‘pejis’. Nesse caso, trata-se do ritual final de um toque de Tambor-de-Mina, religião de matriz africana do Norte do Brasil.
Q`aiturastro - rastro de linhas (5’, 2007) aruma - Sandra De Berduccy Bolívia Q´aiturastro, rastro de linhas, apresenta quatro movimentos que relacionam a elaboração tradicional de fio de lã com fibras de animais, chamado em quíchua q’aitu, e os “períodos” da migração. Cada um desses movimentos evoca elementos da cultura boliviana como a pushka ou fuso e os enfeites para o cabelo chamados tullmas, considerados todos elementos identitários que se vão deixando de lado no processo de migração do campo para as cidades ou para outros países.
Tempestade (1’, 2008) - Bárbara de Azevedo Brasil ORDEM
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O fluxo do ar se precipita em ventos, anunciando a iminência de uma tempestade.
DRUM (7’44”, 2009) - Javier Fresneda Espanha DRUM é uma intervenção site-specific num lago natural em Parrillas (Toledo). Um tambor acústico foi instalado no meio do lago. O músico Alberto de la Hoz fez uma apresentação solo, durante a qual improvisou por duas horas. DRUM propõe a intervenção a partir de um acontecimento comum, tomando o local através da realização de uma performance absurda e desajeitada: um acontecimento condicionado pelo ambiente.
Pedra Mole em Água Dura (2’10”, 2009) - Paula Barreto Brasil ORDEM
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Predominantemente na cor azul celestial, este vídeo registra em plano fixo a movimentação ondulante do reflexo de um homem sobre superfície líquida. Escuta-se sobretudo o sopro sibilante e contínuo de um vento do mar: o que sopra no sentido do mar para o litoral. Essa sombra é quase como uma lembrança da existência daquele ser. Sua eminente imaterialidade nos faz aludir, talvez, a um fantasma que consegue jogar um objeto sólido.
Territórioland (9’, 2007) - Laerte Ramos Brasil ORDEM
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Territórioland: paisagem-ficção. Trata-se de uma releitura de fundos de desenhos animados porém sem interferências de personagens. A paisagem pura, o último plano/background surge sozinho para ressaltar toda a atmosfera de uma paisagem-ficção.
B_g B_ng (5’, 2006) - Fernando Velázquez Uruguai B_g b_ng apresenta a criação de um pequeno universo.
Como pode alguém impedir uma gota d’água de jamais secar? (40”, 2008) - Bernardo Damasceno Brasil ORDEM
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Esse vídeo, realizado em maio de 2008 na Pont du Change, sobre o rio Sena, na cidade de Paris, tenta descrever determinada situação de passagem entre a preservação e a circulação de um trabalho de arte, usando como materiais partículas de água salgada derramadas em águas doces e seu simultâneo registro em vídeo. Esta situação é um tipo de metáfora que engloba as cidades, as amizades, valores diversos, tempos presentes, o meio-ambiente, a atmosfera terrestre, chegando mesmo a mergulhar na própria história da arte e sua linguagem específica.
Westcoast (7’, 2009) - Ulu Braun Alemanha Westcoast é um videopanorama que consiste de cenas entretecidas, montadas num litoral – algum lugar entre Rotterdam e Sydney. Começa com uma sopa borbulhante e, então, a visão passa pela costa ao estilo do ecletismo financeiro internacional dos nosso dias, com pontos místicos como um hipopótamo gigante sendo alimentado por cenouras e botes de borracha girando febrilmente. Após a cena espiritual pesada, lembrando as atmosferas de Hieronymus Bosch atualizadas, o panorama termina numa caverna com uma sucata de banheira onde uma mulher branca se olha melancolicamente.
Cheias e Vazantes (2´, 2009) - Felipe Pereira Barros Brasil ORDEM
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Cheias e vazantes é um vídeo feito a partir do resgate de antigos filmes caseiros e 8mm, pertencentes a famílias de imigrantes alemães e italianos, vindos a São Paulo nos anos 1960, motivados pela busca de melhores oportunidades em outras terras. Esse foi o começo de uma nova dimensão, em que as fronteiras se expandiram e as distâncias diminuíram. A presença da água é fundamental nesse vídeo, pois é ela que liga os continentes. Mundos se tocam e se mesclam através dos mares.
Arrasto (1’20”, 2008) - Jimson Vilela Brasil ORDEM
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Através do movimento de arrastar uma de minhas mãos sobre uma superfície branca e, sobre a minha outra mão, na qual a palavra mar está escrita, realizo uma inversão da imagem comum do mar (a maré que bate na areia), o mar está fixo o acontecimento é que se dirige até este. O sujeito do acontecimento, o rato (rato-de-praia ou malandro) realiza junto ao mar (a ideia de mar pressupõe a ideia de praia) a ação: o arrasto – o arrastão.
STREET WALKS.PORT SERIES – HAKODATE (14’, 2007) - Paul Gazzola Austrália A série STREET WALKS” (caminhadas pela rua) é um projeto site-specific em andamento, que reinterpreta a atividade humana básica do caminhar como um evento filmado, tocando na junção entre o real e o potencial de representação ficcional, numa redescrição através da lente da câmera. Propõe-se a olhar as ruas da cidade como espaços teatralizados, a ação quotidiana como forma poderosa de narrativa representada, e na arquitetura local uma cenografia contínua do dia a dia da população.
Le Brasseur de Vent (2’, 2005) - Isabel Cunha de Almeida ORDEM
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Brasil
Retrata o homem comum que, chegando ao lar, lê uma revista especializada. O trompe l´oeil ao fundo de sua sala retrata o que não existe mais: a água que convida à travessia. Mas, esta é agora apenas representação; o novo território no horizonte espera; o barco não tem vela e o pássaro é de brinquedo. Nestas condições navegar não é possível. Impossibilitado de se deslocar, só lhe resta sonhar. Este é o vetor que lhe permite atravessar as grandes águas, como um herói solitário do Vendée Globe. Munido unicamente de seu pensamento, torna-se um marinheiro que desafia as forças do vento e manobra as velas. Mas, o vento é forte...
Ordnung (3’55”) – Yukihiro Taguchi Japão Alemanha O vídeo é o registro da instalação performática "Ordnung" ("Ordem") realizada pelo artista Yukihiro Taguchi na Galerie der Künste (GdK), em Berlim.
Dias 09/10 (Sexta-feira) e 11/10 (Domingo) às 19h30 Duração 1h24min Exibição da mostra In This Together In This Together O mundo árabe e sua gente são diversificados em tradição, religião, lugar e história. As crenças, opiniões e esperanças deste povo não podem ser contidas numa única declaração. In This Together é uma compilação de videoarte feita por profissionais reconhecidos e emergentes, que exploram o “arabismo” através de amplos espectros sociais, políticos e religiosos. A mostra também oferece aos espectadores a oportunidade de refletirem sobre as histórias provenientes das zonas de conflito, desafiando suas representações através de vários pontos de vista. Estas oportunidades para a conversa e o debate não podem existir até que se aborde o processo de negociação com e para uma abertura de opiniões. In This Together apresenta uma variedade de histórias que emergem de várias culturas árabes para audiências australianas, local e globalmente. Além disso, dirige-se às (más) representações da cultura árabe, expondo o pensamento dominante na Austrália a representações alternativas da cultura árabe, através do comentário e da autorrepresentação.
In This Together levou três anos para ser feito, e segue duas outras mostras com tema similar: Some Thing Screening (2006) e Tone (2007) exibidos no Museu Regional de Liverpool em parceria com Casula Powerhouse, Informação e Intercâmbio Cultural (ICE), e no Festival do Cine Árabe de Sydney (SAFF) de 2007. In This Together consiste de sete vídeos de um canal feitos por Akram Zaatari (Líbano), Nadyat El Gawley e Fatima Mawas (Austrália), Eliane Raheb (Líbano) Anna Bazzi-Backhouse e Murmur Sayed Ahmed (Austrália), Farah Ahmed Fayed (Líbano), Jacko Restikian (Canadá), e o Centro Árabe de Recursos para as Artes Populares Al-Jana (Líbano). As obras desta exposição transitam por uma larga faixa de gêneros e técnicas – no experimental, no dramático e frequentemente controverso, sugerindo que não há um método único de comunicação ou resolução de conflito mas, na verdade, uma diversidade de opiniões e perspectivas sobre o mundo árabe e a Diáspora. Khaled Sabsabi Curador da exibição de In This Together. Her + Him Van Leo (31'41", 2001) Direção: Akram Zaatari Líbano From Beirut to Those Who Want to Listen (5'31", 2006) Direção: Eliane Raheb Líbano It Doesn't Belong to You (13'42", 2004) Direção: Fayed Líbano Details of Violence (1'48", 2007) Direção: Fatima Mawas Austrália I Shaved My Beard for Good (5'39", 2006) Direção: Jacko Restikian Canadá Childhood in the Midst of Mines (18'25", 2002) Direção: AlJana Arab Resource Center for Popular Arts New Middle East (6'45", 2007) Direção: Anna Bazzi Backhouse e Murmur Sayed Ahmed Austrália
Líbano
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Secretaria Municipal de Meio Ambiente
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