8ª Edição | Bienal de Curitiba 2013 | Educativo

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MATERIAL EDUCATIVO

PATROCÍNIO MASTER

PATROCÍNIO

APOIO

APOIO EDUCACIONAL

PARCERIA INSTITUCIONAL

B

REALIZAÇÃO

IE N D INT AL 20 E ER A N C O U S R NA IT C IB IO A N

A

L

Ministério das Relações Exteriores

PROMOÇÃO


www.bienaldecuritiba.com.br

O l á, profe sso r a e p ro f e sso r . Aqui estão algumas das ideias contidas no material que você está recebendo. O nosso DESEJO é provocar debates, mover as percepções e, quem sabe, com isso, ter outros olhares, retirando as ideias dos seus assentos para, possivelmente, encontrar outras leituras. Apostamos no diálogo, na discussão do que possa ser, do que venha a ser a obra de arte para cada indivíduo, promovendo os debates de relações sociais, políticas e culturais. O material tem, além do suporte teórico de alguns educadores contemporâneos da arte e museólogos, a linda ideia de Abelardo BARBOSA, o Chacrinha, que repetia sempre ter vindo mais para confundir do que

Convergimos, divergimos, criticamos e é tempo de sintetizar. Para isso, elaboramos questões que, após o amadurecimento das opiniões e dos olhares do grupo pelo debate, alinhem algumas ideias: Então, isso pode significar que... Ah, então vocês estão dizendo que... Estas perguntas de síntese estão grafadas com S. Termos mantido as iniciais – Co, D, Cr, S – junto às questões é para orientá-lo quanto ao gênero das perguntas, permitindo que esse esquema da museologia1 mediação seja incorporado a seus princípios pedagógicos. Os estudantes não precisam ser informados sobre isso, OK?!

para explicar. É isso... O material não responde, mas traz embutidas nas perguntas as ideias gera-

Terminamos cada prancha com as proposições. Nela, oferecemos algumas ideias que

doras. Quanto às respostas, quem sabe? Larissa, Gilberto, Ana Carolina, Neimar, Maria, Pedro, você?!

podem ou não servir-lhe, que dependem da sua coautoria para adaptar, recriar, de acordo

Observando as obras e os artistas, listamos alguns dos conteúdos da arte que podem fazer parte do seu planejamento de aula e elaboramos o objetivo de cada prancha como Desejo. Passamos a O que já sabemos, lugar das perguntas convergentes (marcadas no texto com Co), aquelas que escrutinam o que o grupo sabe que vê, quais as associações primeiras que têm a partir da imagem. Contudo, nunca há homogeneidade. Partindo do que eles veem, passamos para uma conversa com vocês, professora e professor; tentamos ajudá-los a problematizar o olhar do estudante no bloco Para fazê-los ver mais. São sugestões para a apresentação das obras, da abordagem da imagem na discussão, sem, com isso, dirigi-lo. Compreendemos a autonomia como fundamental em sua formação contínua. Passada esta avaliação – sobre o que o grupo conhece ou sobre como recebem a imagem da obra – passamos para as diferenças: no bloco A obra há perguntas divergentes, marcadas no texto com um D, que mostrarão, nas respostas, os modos singulares de ver. Elas exigem a interpretação individual: Eu acho que..., Para mim..., De meu ponto de vista é... Com a heterogeneidade surge o grande potencial educativo da arte: sermos segundos criadores ao interpretar as obras. Seguem estas questões divergentes às Críticas, assinaladas por um Cr. As questões críticas, em alguns momentos, são semelhantes às divergentes, mas estas exigem opiniões: Para mim isso não tem nada a ver... Talvez, mas acho que...

com a sua realidade. Por que não? traz sugestões de trabalho plástico, pesquisa poética, interferências e apropriações. Ainda pensamos que poderiam ser feitas outras relações e, assim, em Mais? sugerimos músicas, filmes, livros que podem auxiliá-lo a criar. Entendemos também que materiais de apoio têm limites. Assim, buscamos a parceria do Instituto Arte na Escola e relacionamos as obras dos dez artistas do elenco que compõe o material de apoio aos Territórios da Arte da DVDteca Arte na Escola. Então, questões que possam dizer respeito a linguagens artísticas ou materialidade, por exemplo, indicadas no material, podem ser amplificadas com o trabalho de outros artistas, representados naqueles documentários. No fim do material estão estas indicações. Tomara que o material lhe deixe SOLTO e Colado na Bienal de Curitiba! Bom trabalho! Equipe do Provocativo/Educativo.

Visite e participe da programação do Espaço do Educador - de 31 de agosto a 1ª de dezembro Museu da Gravura da Cidade de Curitiba Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 533, Solar do Barão - Centro Mais informações: www.bienaldecuritiba.com.br / educativo@bienaldecuritiba.com.br

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HOPPER-GREENHILL, Eilean. Los museos y sus visitantes. Madrid: Trea, 1998. p. 209.



www.bienaldecuritiba.com.br

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O Q U E JÁ SA B E M O S ...

Esses pigmentos podem originar corantes? Por que não

(Co) O que faz esse homem? Será que ele pertence à equipe dos

coletar os resíduos da salada, de suas cascas, do café, entre

servidores que atuam na coleta do lixo? Se este é o caso, por que

outros, em uma pesquisa e produção dos corantes? Suge-

ele não veste uniforme e botas como é exigido? O que as luvas e

rimos a interdisciplinaridade com as ciências e a exposição

o copo em sua mão indicam?

dos resultados em pintura sobre uma parede branca. Haverá fixação destas cores? Qual teria sido o destino dos detritos

PARA FAZ Ê - LO S V ER M A I S ! O que sempre vemos da produção artística é seu resultado: as obras. Dificilmente temos acesso ao processo de criação do

ADÁN VALLECILLO danlí, honduras, 1977. vive em tegucigalpa, honduras

registro do processo de criação no méxico, 2010, pintura mural site-specific, 4 x 10 m. exposto no museu oscar niemeyer

conteúdos da arte

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filme:

do materiais para a produção de suas cores. No Museu Oscar

Estamira. Direção: Marcos Paulo. 2005, 121 min. O filme

Niemeyer estarão expostos os resultados da pesquisa de cor do

de Marcos Paulo foi vencedor de 23 prêmios e apresenta

artista com o chorume do lixo e outros resíduos, em Curitiba.

Estamira, uma senhora que viveu 22 anos no lixão do Rio

Como os alunos chegarão à conclusão de que não é obra o que

de Janeiro. Ela sofria de distúrbios mentais e falava de

eles veem? Pistas poderiam ajudar? Qual é a questão para que

Deus, da vida, do trabalho e reflexões existenciais huma-

comecem a investigar? O que vemos em exposição na Bienal,

nas, misturando lucidez e loucura.

tem que origem? Como pesquisam os artistas?

http://www.estamira.com.br/

A O BRA E M PRO C ESS O

livros:

conhecimento para a produção de tintas, diferente da atualida-

e cores, dimensões da cor, pigmentos,

GAGE, John. A cor da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 2012. PEDROSA, Israel. O universo da cor. São Paulo: Senac, 2003.

de, quando os materiais das modalidades e técnicas tradicionais

procedimentos técnicos inventivos, pintura,

como as tintas a óleo são manufaturadas e comercializadas. (D)

site-specific.

Mas, e se hoje o artista resolver pintar com suas próprias tintas, isso faria sentido? Caso essa modalidade de pintura inexista no

1 D ESE JO

mundo da arte e ninguém a conheça, o que exigiria do pintor?

A pintura é uma das modalidades mais tradi-

(Cr) Você imagina que esse processo seria artístico ou científi-

cionais da arte; ao longo da história, alguns de

co? E quanto ao resultado, seria o diferencial entre criação em

seus materiais fixaram em nosso imaginário

arte e produção de arte? (S) Com o processo de produção de

conceitos ou preconceitos sobre o que é pintu-

cores e tintas a partir de chorume do lixo ou dos resíduos, o que

ra. Muito contrário a essa ideia de nobreza que

podemos pensar sobre a arte que vemos em exposição e o seu

a pintura a óleo fixou, a obra de Adán Vallecillo, com

processo de criação?

suas cores de baixa saturação e odor estranho,

6 MAIS?

artista. O que a foto mostra é isso, Adán Vallecillo recolhen-

No passado, o ofício da pintura exigia dos artistas pesquisa e

Processo de criação, pesquisa de materiais

usados nessa experiência?

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AMPLIAÇÃO DE PROPOSTA COM A DVDTECA ARTE NA ESCOLA: Arte e matéria. Direção: Maria Ester Rabello. São Paulo: Instituto Arte na Escola, 2000. DVD (23 min.), son. color. Foco: Processo de criação.

de criação e produção na atualidade, além das

Pigmentos são as substâncias que conferem cor a elementos –

A cor da criação (Paulo Pasta). Direção: Cacá Vicalvi. São Paulo: Instituto Arte na Escola, 2000. DVD (23 min.), son. color. Foco: Processo de criação.

possíveis questões ambientais.

a clorofila nas folhas, a melanina na pele, o caroteno na cenoura.

Maiores informações: www.artenaescola.org.br

permite-nos refletir sobre a arte, seus processos

P O R Q U E N ÃO ?



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O Q U E JÁ SA B E M O S ...

e quando aparecem? Por que não propor a discussão em torno

(Co) O que você vê na imagem? O que ela lhe sugere? Qual foi

do tema e a filmagem de uma encenação a respeito? Sugeri-

sua reação e qual será a de seus estudantes ao verem essa foto

mos como apoio a prática do “Teatro do Oprimido”, de Augusto Boal.

e ao assistirem ao vídeo?

3

PARA FAZ Ê - LO S V ER M A I S ! Quem foi Midas? Qual é sua história e em que ela nos faz pensar? O que você conhece de Serra Pelada e o que ocorria neste local na década de 1980? A situação na mina mudou? Em quê? Como estará

ARMANDO QUEIROZ

hoje aquele local e a vida dos que lá estão? Quem é Midas hoje?

Belém (PA), Brasil, 1968. Vive em Belém.

Está distante ou é nosso vizinho? Ele nos habita e vive em nossa sociedade? Qual é a melhor opção: contar a história de Midas para

Midas, 2009, vídeo, 9’59”. Exposto no Museu Oscar Niemeyer

6 MAIS? livros: SALGADO, Sebastião. Os trabalhadores. São Paulo: Cia. das letras, 1996. Os trabalhadores, de Sebastião Salgado, traz uma série de fotos sobre Serra Pelada e os trabalhadores da mina. BOAL, Augusto. Teatro do oprimido e outras poéticas políticas. ed. rev. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.

então apresentar a obra ou o contrário? A repulsa à imagem é im-

Vídeos:

portante? Ela pode ser acolhida como uma primeira interpretação?

Midas, de Armando Queiroz: https://www.youtube.com/watch?v=HElemzBbFEM

4 A O B RA conteúdos da arte

O vídeo Midas tem dez minutos de duração. Foi criado em 2009

Videoarte, arte conceitual, imagem e imagem

e exposto em diversos locais. Essa mídia é múltipla, pode ser vista

em movimento, enquadramento, cenas em

em diversos locais ao mesmo tempo, como, por exemplo, na Bienal

palíndromo (vai e vem). Alegoria na linguagem

de Curitiba e também no YouTube. No vídeo, vemos insetos em

Serra Pelada: sonhos dourados, fatos opacos: https://www.youtube.com/watch?v=j0B-nA7zGcg

uma boca, e isso pode causar reações diversas. Armando Queiroz

visual.

usa da alegoria, mostra a e, com isso, refere-se a b. (D) Mas... De quem será essa boca com insetos? Os besouros, o que fazem eles aí? (Cr) Quem eles representam? “Eles” sabem o que estão fazendo? Sabem onde estão? (S) Qual é a relação que podemos estabelecer entre Midas, os besouros e Serra pelada? Observando toda a obra, será que os insetos são mastigados? Há um momento em que os besouros

1 D ESE JO Midas, na mitologia grega, foi o rei que recebeu o dom de transformar em ouro o que tocasse. Sua escolha teve um preço... O mito de Midas é muito

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começam a retroceder. O que isso fala sobre a linguagem da vídeoarte?

Ampliação da proposta com a DVDteca Arte na Escola:

P O R Q U E N ÃO ?

Vídeoarte: experimento de imagem. Direção: Cacá Vicalvi. São Paulo: Instituto Arte na Escola, 2001. DVD (22 min.), son. color. Foco: Processo de criação.

usado e sempre recorrente. Quais são os sentidos

Os telefones portáteis, muitas vezes, possuem câmera de vídeo.

que esse mito recebe no dia a dia? Qual é a relação

Nossos alunos, sem nenhuma orientação profissional, subvertem

que Armando Queiroz faz com Midas, Serra Pelada

padrões e produzem pequenos documentários de seus cotidianos.

e a economia? Midas chegou ao máximo da riqueza.

Todos nós conhecemos os Midas em nosso dia a dia: estão na fila

Sebastião Salgado, cidadão do mundo. Direção: Aline Sasahara. São Paulo: Instituto Arte na Escola, 2000. DVD (50 min.), son. color. Foco: Conexões transdisciplinares.

Nossa proposta é refletir sobre os nossos excessos.

do mercado, no trânsito, nos esportes e na escola. Quem são

Maiores informações: http://artenaescola.org.br/.



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quando pensamos em arte e cultura? De que modo intervimos

cruz e o coloca transitando pela cidade, no espaço público.

na cultura e como podemos nela intervir com a arte?

A partir dessa ideia, do que nossos alunos conseguiriam apropriar-se simbolicamente da escola e colocar no mun-

2 O Q UE JÁ SA B E M O S ... (Co) O que você vê na imagem? O que essa imagem aderida no ônibus biarticulado lhe sugere?

do público, ao acesso da população?

6 MAIS? Site da artista:

3 PARA FAZ Ê - LO S V ER M A I S ! REGINA SILVEIRA

Quais serão as ideias que esta imagem sobre o ônibus causará na população? Sobretudo nos seus estudantes, que interpretação

Porto Alegre (RS), Brasil, 1939. Vive em São Paulo (SP), Brasil.

terão? O ônibus teria sido transformado em engradado com uma

Casulos, 2013, plotagem em vinil adesivo sobre ônibus.

motivo dessa imagem é o aperto que a população vive no trans-

Arte Pela Cidade

senvolver o pensamento estético. O desafio é fazê-los desenvolver

tela como as que vemos nas janelas e sacadas dos edifícios? O

www.reginasilveira.com Vídeos da artista: http://sites.itaucultural.org.br/ocupacao/#!/pt/artistas/99/ Imigração em Curitiba: http://www.curitiba.pr.gov.br/conteudo/historiaimigracao/208

porte público? Acolher essas ideias é o primeiro passo para deoutras ideias, usando perguntas, fazendo com que se aproximem

conteúdos da arte Intervenção artística, mediação cultural, educação estética, apropriação, poéticas do feminino.

de questões proposta de Regina Silveira: o bordado como um fazer feminino, um fazer relacionado a diversas culturas, inclusive dos costumes dos ascendentes aos grupos imigrantes na cidade.

4 A O B RA 1 D ESE JO

(D) Desenhar, bordar, colar, fotografar, qual terá sido a operação artística de Regina Silveira neste trabalho? E se ela só o tiver arquitetado, isso muda

Se a caso perguntássemos qual é o lugar da

em algo? Você imagina que a artista tenha pensado em quê para criar essa

arte, provavelmente, ouviríamos: museus, galerias,

obra? Para você, quando as mulheres gestantes bordavam algo na roupa

espaços culturais etc. Muito ao contrário desses

do filho, o que significava? (Cr) Você conhece bordados em ponto cruz?

locais tradicionais, várias obras de Regina Silveira

Em que gênero de espaço os produtos assim bordados transitam, e o que

têm na cidade o seu suporte, o que permite-nos

ele, em um ônibus, lhe faz pensar? (S) Diante do trabalho cuidadoso do

questionar não apenas a institucionalização da

bordado e da obra de Regina Silveira, que relações podemos fazer pensan-

arte, mas o espaço da arte na contemporâneidade.

do em mulheres, bordados e trânsito?

Intervindo com suas obras, a artista nos faz pensar

Ampliação da proposta com a DVDteca Arte na Escola:

do mundo, para, assim, também questioná-lo.

A obra de Regina, pela apropriação e representação, retira de um

Regina Silveira: linguagens visuais. Direção: Cacá Vicalvi. São Paulo: Instituto Arte na Escola, 2001. DVD (23 min.), son. color. Foco: Processo de criação.

Qual será o significado da palavra “intervenção”

mundo privado – do lar e do fazer feminino – o bordado ponto

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sobre a vida na cidade e as perspectivas que temos

5 P O R Q U E N ÃO ?



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em que os carros e as motos transitam sobre um gramado, existe? O que você sabe sobre Mumbai, na Índia?

3 PARA FAZ Ê - LO S V ER M A I S ! O que é uma utopia? Onde transitam os carros na cidade? Seu bairro possui estradas de chão, de macadame, de paralelepípedos, de asfalto, concreto, pneu? Estes materiais, de onde foram retirados? Qual o impacto da remoção e produção deles? As enchentes nas cidades são

6 MAIS? CALVINO, Ítalo. Cidades invisíveis. Disponível em: http://www.marcodejacob.com/uploads/1/6/2/6/16264412/ italo-calvino-as-cidadesinvisiveis.pdf LIVRO: HERNANDÉZ, Fernandes e VENTURA, Montserrat. A organização do currículo por projetos de trabalho. Artmed editora, 1998.

JITISH KALLAT

decorrentes apenas da quantidade de chuva ou da impermeabilização

Documentários:

Mumbai, Índia, 1974. Vive em Mumbai.

do solo pelo asfalto, fazendo com que os esgotos recebam toda a

Raízes se tornam pontes em Meghalaya na Índia:

chuva? Há jardins ou apenas calçadas onde você mora? Como seria

http://www.youtube.com/watch?v=hOXekVtITcs

Chlorophyll Park (Mutatis Mutandis), 2010, impressão digital, 101,6 x 152,4 cm Exposto no Paço da Liberdade

se nossas ruas tivessem grama, em vez de pavimentação?

4 A O B RA

Mutatis Mutandis: http://www.recantodasletras.com.br/artigos/2566436

(D) Que cidade será esta? Essa cidade existe, não é imaginária. Mas

conteúdos da arte Imagem, fotografia, arte digital, manipulação de imagem.

as ruas dessa metrópole seriam como vemos na obra de Jitish Kallat? Qual será a operação artística dele? Um artista ou uma obra de arte pode mudar o mundo? Para você, essa mudança consiste em quê? (Cr) Jitish Kallat ao criar suas obras, imagens e coisas que antes não existiam, não mudou o mundo? (S) O que podemos concluir sobre utopia, aquilo que parece um sonho inalcançável, e a criação artística?

1 D ESE JO As cidades são nosso meio ambiente e, muitas vezes, somos convidados a pensar em problemas ambientais distantes de nós. Quais são os problemas em seu bairro? Propomos a reflexão sobre problemas atuais do meio ambiente urbano imaginando/produzindo na escola projetos/maquetes para solucioná-los.

2 O Q UE JÁ SAB E M O S . . .

5 P O R QU E N ÃO ? As propostas fantásticas de Kallat carregam, dentro de si, a crítica à atualidade. A partir dessa poética/política, o que os estudantes poderiam imaginar, se lhes fossem propostas soluções fantásticas que aliassem desenvolvimento urbano a ecologia aos problemas ambientais que envolvem moradia, bairro, escola e, até mesmo, sala de aula? Uma discussão na turma poderia levantar os problemas que lhes atingem e, disso, gerar, em pequenos grupos

Ampliação da proposta com a DVDteca Arte na Escola:

(Co) O que você vê na imagem? O que ela lhe suge-

Sugerimos que a metodologia de projetos seja empregada e a ação

Siron Franco: Natureza e Cultura. Direção: Sarah Yakhni. São Paulo. 2001 DVD (23 min.) son. color. Foco: Conexões transdisciplinares.

re? O que essa imagem lhe faz pensar? Essa cidade,

se desenvolva em várias aulas que antecedam a visita à Bienal.

Maiores informações: http://artenaescola.org.br/

ou duplas, o desenho de projetos e a construção de maquetes?



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foram feitas pela mesma pessoa que imprimiu a imagem de suas

jeitos anônimos? Por que não registrar com imagens a

mãos? O que e quem esta obra representa?

limpeza do banheiro pela equipe de manutenção, a grama do jardim sendo cortada, a merenda sendo prepara-

3 PARA FAZ Ê - LO S V ER M A I S ! Muitas obras de arte contemporânea são registros que representam um momento do processo da criação. No caso de Mãos para São Paulo, o artista José de Quadros entra em contato com trabalhadores da construção civil paulista que sofreram acidentes de trabalho e tiveram suas mãos, ou partes delas, mutiladas.

JOSÉ DE QUADROS Barretos (SP), Brasil, 1958. Vive em Kassel, Alemanha.

Mãos para São Paulo, 2011-2013, impressões sobre papel, 42 x 59 cm. Exposto na Casa Andrade Muricy - MAC

conteúdos da arte Gravura, monotipia, registro documental, imagem e representação, artista propositor.

Nesse trabalho, ele homenageia estes homens, que não têm sua

da, enfim, essas atividades que notamos apenas quando não foram feitas? Nesse caso, é importante conscientizar alunos e trabalhadores, para que compreendam tratarse de uma homenagem e permitam o uso de suas imagens, que podem ser “postadas” no Facebook da turma.

6 MAIS?

obra reconhecida. Junto à impressão das mãos, aparece o nome,

Músicas:

a procedência, as datas de nascimento e do acidente. José de

Cidadão, composta por Zé Geraldo e interpretada por Zé

Quadros não pintou as obras. Qual será a sua operação?

Ramalho. Pedro Pedreiro, de Chico Buarque de Holanda. Material de apoio:

4 A O B RA

Artebr – Caderno; Colher o pão de todo dia.

(D) Você já parou para pensar na quantidade de pessoas que

Disponível em: http://artenaescola.org.br/artebr/material/

trabalham diariamente e que, o fruto desse trabalho não é per-

colher-o-pao-de-todo-dia.php. Acesso em: 10 jun. 2013. Livro.

cebido pela população, mesmo sendo visto e usado todos os dias? Quantas pessoas trabalharam para que a sua casa ou a sua escola tenha sido construída? (Cr) Se você tivesse trabalhado numa obra civil e nela sofrido um acidente, como essa experiência mudaria seu olhar sobre a cidade? E o que a obra Mãos para São Paulo representaria para você? (S) Cada uma dessas

1 D ESE JO O que vemos são mãos? De quem serão? Essas mãos são diferentes? Em que e por quê? O que a imagem revela e o que nela está oculto? O que o texto sobre as impressões das mãos nos ajuda a decifrar nesse jogo proposto pelas imagens? Quantos homens e histórias estão representados nesta obra?

impressões e desses textos faz presente um operário e sua história, mas a obra em seu todo representa mais: os sujeitos anônimos do trabalho, os acidentes, a construção da cidade, entre outras ideias. O que essa obra nos revela sobre representação na arte?

5 P O R QU E N ÃO ? Quem são os sujeitos que desempenham funções importantes para o funcionamento da escola, da cidade, do transporte

Ampliação da proposta com a DVDteca Arte na Escola:

(Co) O que vemos na obra? A obra consiste em

bem nosso reconhecimento pelo que fazem? Quem são? Como

Siron Franco: Natureza e Cultura. Direção: Sarah Yakhni. São Paulo. 2001 DVD (23 min.) son. color. Foco: Conexões transdisciplinares.

que? Qual é o trabalho do artista? As inscrições

isso nos afeta? Como poderíamos dar visibilidade a esses su-

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2 O Q UE JÁ SA B E M O S . . .

público e que, quase invisíveis em nosso dia a dia, não rece-



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3 PARA FAZ Ê - LO S V ER M A I S !

VLADIMIR KOZÁK (1897 - 1979) Bystřice pod Hostýnem, República Tcheca, 1897. Viveu em Curitiba (PR), Brasil, até sua morte.

Caderno de desenhos. Exposto no Museu da Gravura Cidade de Curitiba

antropólogo que ajudou desenvolver os métodos etno-

Vladimir Kozák foi um ambientalista, fez documentários, fotogra-

gráficos. Por que não utilizar uma encadernação que pode

fias e diversos desenhos sobre a vida dos índios xetás e de outras

ser criada com os estudantes como bloco de papel, e seguir

etnias. Retratou também a Congada da Lapa e outros traços da

nessa pesquisa/visita pela Bienal? A obra de Kozák é o

cultura. Assim como os antropólogos quando vão a campo, Kozák

ponto de partida da viagem ou ela é o último destino? Essa

fazia registros, desenhos e descrevia suas observações. Vários de

ação precisa acontecer com a turma toda em suas passa-

seus desenhos feitos nas suas expedições serviram de base a pintu-

gens pelos espaços expositivos ou pode ser desenvolvida

ras. O caderno que vemos e outros desenhos, são exemplos. Qual

individualmente nos finais de semana? Quais são suas su-

será a função desses desenhos? Terão essas obras valor artístico?

gestões para o fechamento da expedição com Kozák: uma

É possível negar a estética na obra de Kozák?

exposição dos cadernos ou um blog na internet, constando fragmentos dos seus textos e imagens? O blog não pode ser uma forma de avaliar a expedição por toda a Bienal?

4 A O B RA

Atenção, nem sempre é permitida a fotografia de obras

(D) Kozák tinha pretensões artísticas quando fez essas imagens? Por

nos espaços; então, é importante conversar com a equipe.

que esta obra está na Bienal? (Cr) O acervo Vladimir Kozák per-

conteúdos da arte

tence ao Museu Paranaense e não a um museu de arte. No que isso

Desenho, meios tradicionais, registro, retrato,

nos faz pensar? Vale a pena observar os valores do desenho de

livro de artista/ diário de itinerância, acervo

Kozák claros, escuros, luzes e sombras além da expressividade

histórico/acervo artístico.

no conjunto. Kozák registrou imagens dos índios xetás, a última

6 MAIS?

etnia do estado do Paraná a contatar a sociedade nacional. Nos

Acervo de Vladimir Kozák no Museu Paranaense: www.museuparanaense.pr.gov.br Vídeo:

anos 1940 colonos invadiram suas terras e, dez anos depois, eles

Vladimir Kozák, meu Paraná:

estavam praticamente exterminados. Foi durante suas viagens ao

http://www.youtube.com/watch?v=-H-tjwy_Mso

Pará (1954 e 1955) que Vladimir Kozák desenhou esse índio caiapó,

1 D ESE JO Para que registramos determinados fatos ou eventos? Quantas de nossas lembranças devemos ao fato de termos fotografado ou escrito sobre os acontecimentos? De que modo são compreendidos os registros de viagens, na arte, na ciência e em nosso dia a dia?

2 O Q UE JÁ SA B E M O S . . .

pertencente ao subgrupo kuben-kran-krên. (S) Observando a expressão do índio no desenho, lembrando do extermínio dos xetás, da invasão de territórios indígenas atualmente, o que livremente podemos imaginar? Com a passagem do tempo, o que o caderno de desenhos e as imagens que produzimos podem revelar?

5 P O R QU E N ÃO ? A educadora Mirian Celeste Martins compreende a saída dos estu-

Ampliação da proposta com a DVDteca Arte na Escola: Rugendas: o ilustrador de mundos. Direção: Walter Silveira e Estela Padovan. São Paulo: Instituto Arte na Escola, 1999. DVD (30 min.), son. color. Foco: Conexões transdisciplinares.

(Co) O que vemos na obra? O que o desenho

dantes para ver arte como expedição instigante. Por quê? Leia o texto

retrata? O que o suporte deste desenho indica? O

“Expedição Instigante”, dispolibilizado no site da Bienal e, a partir dessa

Desenho: arte e criação. Direção: Maria Ester Rabello. São Paulo: Instituto Arte na Escola, 2000. DVD (23 min.), son. color. Foco: Linguagens artísticas.

que o carimbo e a inscrição nos fazem pensar?

ideia, sugerimos a pesquisa sobre a vida de Bronilaw Malinowsky, o

Maiores informações: http://artenaescola.org.br/.



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2 O Q U E JÁ SA B E M O S ...

res foram agregados? Por ser resultante do trabalho de todo

(Co) O que vemos na imagem? É um cabo de aço, são raios de luz, canos,

o grupo de estudantes, quais são os valores, são financeiros

cordas? É metal? Qual? Mas, deste metal, o que foi feito? Você conhece

ou simbólicos? Que preço teria essa obra se fosse a leilão?

esse material, já o utilizou! O que vemos são moedas de cobre, de cinco centavos, perfuradas e perfiladas por um cabo de aço.

6 MAIS?

3 PARA FAZ Ê - LO S V ER M A I S ! LOURIVAL CUQUINHA

http://ensinandoartesvisuais.blogspot.com.br /

tões isso suscita? As reflexões estão no campo da estética, das

2008/04/arte-money-paulo-herkenhoff.html

finanças, da economia, da economia simbólica ou do sistema artístico? Qual é o custo da produção do dinheiro? Qual é o

Alicerce, 2013, moedas de real e aço, dimensões variáveis (preço por metro).

obra de arte, que utiliza em sua matéria moedas e tem na política

conteúdos da arte Instalação, espaço, lugares da arte, sistema artístico, arte e política.

1 HERKENHOFF, Paulo. Arte é Money. Dinponível em:

Algumas obras de Cuquinha propunham o seu leilão. Que ques-

Olinda (PE), Brasil, 1975. Vive em Olinda e São Paulo, Brasil.

Exposto no Museu da Gravura Cidade de Curitiba.

Textos:

custo das moedas que mantemos fora de circulação e o que esta o procedimento do artista, nos permite discutir? Quem ou o que estabelece os limites entre o que se pode e não se pode fazer? É possível criar sem que o artista transgrida algo?

Artebr, Colher o pão de todo dia. http://artenaescola.org.br/artebr/material/ colher-o-pao-detodo-dia.php Sobre Lourival Cuquinha: http://barogaleria.com/artist/lourival-cuquinha/ http://www.museucapibaribe.com/index.php?option=com_ content&view=article&id=202

4 A O B RA (D) Qual o valor agregado na operação? (S) Uma vez que a moeda retirada de circulação monetária é revertida em matéria artística, o que podemos dizer que a obra insere no espaço social? O que a expressão “valor crítico”1 pode nos fazer pensar sobre a obra de Cuquinha?

1 D ESE JO

5 P O R QU E N ÃO ?

Artistas, críticos, curadores, colecionadores, insti-

Somar para dividir? De que modo fazer os estudantes compreen-

tuições e público fazem parte do sistema da arte.

derem essa obra que questiona o próprio sistema do qual fazem

Trata-se de uma organização abstrata, um con-

parte? Quais são as outras situações parecidas em outras estrutu-

junto de ideias que prescreve as práticas desses

ras? Bolsa de valores, o que significa? Aqueles valores são reais ou

envolvidos. Nesse contexto, quais são as posições

são títulos? Por que não propor para o grupo ações performáti-

dos artistas? São peças ou proponentes? Haverá

cas a partir dos leilões de arte? Será que aqueles investidores têm

disputa de poder dentro desse sistema? E nas

o dinheiro ou a estratégia é a aposta da compra e venda? Quantas

propostas de diálogo dos artistas com o público

moedas de cinco centavos empilhadas são necessárias para que

Isto é arte? Direção: Geraldo Santos. São Paulo: Instituto Arte na Escola, 1999. DVD (12 min.), son. color. Foco: Saberes estéticos e culturais.

sobre questões atuais, como eles se posicionam?

se alcance dez metros desta barra? Quanto isso pesa? Quais valo-

Maiores informações: http://artenaescola.org.br/

Ampliação da proposta com a DVDteca Arte na Escola: Cildo Meirelles: Gramática do objeto. Direção: Luiz Felipe Sá. São Paulo: Instituto Arte na Escola, 2000. DVD (15 min.), son. color. Foco: Saberes estéticos e culturais.



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2 O Q U E JÁ SA B E M O S ...

dia. Coisas que passam sem ser percebidas quando retiradas dos

Quem faz coleção? O que percebemos dos objetos coletados de

seus ciclos naturais – nascimento, uso e descarte – na coleção,

Poty? Em uma viagem, o que trazemos de longe? Como contamos

ou em exposição, tornam-se vozes de um passado ou cotidiano

onde estivemos por meio de coisas?

despercebido. Poty reunia artefatos; alguns tinham o sentido

3 PARA FAZ Ê - LO S V ER M A I S !

de coleção como a de arte, mas há também, no acervo municipal, a coleção de suas curiosidades. Adriano Costa, por sua vez,

O que seus alunos colecionam hoje? E o que, quando crianças, colecio-

em visitas pelos lugares, coleta e, assim, revela por onde andou

Adriano Costa

navam? Os pais deles fazem alguma coleção? De quê? Quantas peças

e o que viu e nos faz pensar sobre modos de ver. Por que não

São Paulo (SP), Brasil, 1975. Vive em São Paulo.

possuem? Onde as guardam? Qual é a importância das coleções? Essa

coletar imagens? Por onde os alunos passam no final de semana,

importância se torna subjetiva, pois o colecionador carrega com ele a

poderiam fotografar elementos, objetos e, com isso, revelar em

COLEção poty lazarotto

chave do que recortar do mundo. O artista Adriano Costa, coleta, por

que gênero de lugar eles estiveram. O que fazer com essa coleta?

Acervo Museu Municipal de Arte de Curitiba Fundação Cultural de Curitiba

onde passa, coisas descartadas e do contexto geográfico. Isso faz

Exposto no Museu Municipal de Arte – MuMA

O que é um acervo? Para que serve?

Tapetes, 2007-2013, tecidos, dimensões variáveis.

dele colecionador, acumulador, contador de detalhes do mundo?

6 MAIS? RIBEIRO JUNIOR, Geraldo de Andrade. Por que colecionar? http://www.abrafite.com.br/artigo14.htm

conteúdos da arte

4 O bj e tos / peç as

Sobre coleções:

Objeto que porta referência e objeto do coti-

Coleção é a reunião de coisas da mesma espécie ou com alguma

http://super.abril.com.br/cotidiano/colecoes-44429.shtml

diano a receber significação; objetos na cultura

relação. Arco e flecha e zarabatana podem estar relacionados pela

A obra da artista Jac Lerner (1961):

de origem e no contexto colecionista; visua-

origem – são armas indígenas. Outras coleções reúnem objetos por

lidade dos objetos; materialidade e culturas.

sua espécie. Por exemplo, revólveres podem ser antigos, novos, de pessoas importantes, mas, entre armas, a espécie é revólver. De todo

1 D ESE JO Coleções são reveladoras de muitas caracterís-

cd_item=18&cd_idioma=28555

coisas. (D) Adriano Costa, parte do mesmo princípio? Importa a ele a espécie ou há relação entre o que coleta? (Cr) Você entende que

o colecionador cria seu autorretrato ao coletar.

coisas podem revelar seu contexto de origem? (S) Qual será a relação

Observando esses coletores e as peças da coleção

entre a coleção de Poty e o procedimento artístico de Adriano Costa?

de Poty Lazarotto, o que podemos supor sobre outro artista coletasse no mundo, em ateliês, em

index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=2146&-

modo, podemos perceber a variada atração de Poty Lazarotto pelas

ticas de seu dono. De certa forma, sem perceber,

o artista? Quais são os seus interesses? E caso

http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/

5 P O R QU E N ÃO ?

Ampliação da proposta com a DVDteca Arte na Escola: A obra monumental de Poty. Direção: Cacá Vicalvi. São Paulo: Instituto Arte na Escola, 1998. DVD (23 min.), son. color. Foco: Patrimônio.

determinado lugar, o que lhe chamaria a atenção?

Como podemos fazer os alunos perceberem valor em determinadas

Esses objetos, fragmentos, conseguiriam fazer o

coisas da cultura, objetos do cotidiano? A coleção é forma de valorizar,

Baravelli; colecionador de imagens. Direção: Kátia Klock. São Paulo: Instituto Arte na Escola, 2001. DVD (23 min.), son. color. Foco: Materialidade.

retrato do seu lugar de origem ou de seu dono?

de atribuir significados a alguns fragmentos materiais de nosso dia a

Maiores informações: http://artenaescola.org.br/



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as alterações em nosso cotidiano, nossa economia, nossos hábitos

e,

consequentemente, em nossa cultura?

WANG CHENG YUN

P OR QU E N ÃO? Dez ou cinco anos atrás, como era nosso dia a dia? Que roupas usávamos? Com que brinquedos e jogos as crianças se diver-

O QU E JÁ SA B E MO S ...

tiam? Que músicas e como esses grupos musicais pareciam?

(Co) O que conhecemos sobre a história da China? Nós, ocidentais, no-

Alguns desses elementos permanecem em uso? Por quê? As fo-

ticiamos que chineses comem formigas, escorpiões, gatos, cães e animais

tos de família, os vídeos no YouTube, as reprises de novelas, não

silvestres em extinção. O quanto disso será verdade? Da obra de Wang

seria uma forma de flagrar essas alterações? O que mudou? Só

Cheng Yun, o que reconhecemos na imagem? Quais são as associações

os objetos ou há por traz disso alterações de ordem econômica

que fazemos? Qual é a expressão no rosto dessas pessoas? Quando

e social? O uso da cultura visual atrelada à operação de Wang

nós as usamos e o que essa expressão aliada à mesa de alimentos sugere?

Cheng Yun, acima descrita, pode permitir diversas discussões e a produção plástica. Por que não propor a discussão de temas contemporâneos que perturbam os jovens – o padrão estéti-

PA R A FA ZÊ - LO S V ER M A IS !

co físico, por exemplo – e, a partir desses temas, pesquisarem

O que podemos pensar a partir de um destes retratos isolados? E

imagens nos sites de busca na Internet ou mesmo o tradicio-

este acompanhado de outros dois, três ou quatro retratos? E, ainda,

nal recorte e colagem e, assim, confrontar a realidade que os

quando justapomos aos retratos esta mesa farta? O que mudou?

perturba, fazendo emergir posicionamentos críticos a ela?

pelo somatório de obras (uno, díptico, tríptico,

A O BRA

M A IS ?

políptico).

Antigos altares e obras sacras, muitas vezes, eram compostos de

Site do artista: http://www.wangchengyun.com/

dois segmentos ligados por dobradiças. Essa estratégia foi incor-

Informações sobre a China na TV Escola:

porada a linguagem da arte e obras assim compostas podem ser

http://tvescola.mec.gov.br/images/stories/download_

designadas por dípticos e trípticos ou polípticos ao excederem as

aulas_pdf/fichas_ok/ensino_fundamental/o_que_a_

A China alcançou uma imagem moderna, industria-

três secções. Essa justaposição, muitas vezes – como no caso de

antiguidade_fez_por_nos_chineses.pdf.pdf

lizada e competitiva, que convive e, talvez se possa

Wang Cheng Yun – permite aos artistas usar das imagens, crian-

dizer, compete com suas antigas tradições. O país

do um nexo em sua ordenação. (D) Você acredita que, em quinze

já viveu anos de muita fome e mortes, advindas

anos, costumes que você reconhece na comunidade como seus

de fatores como ingerência de recursos somada a

podem ser alterados? O que para você a expressão perspectiva

cataclismos e guerras, que são fatores determinan-

pode significar ao tratar-se do olhar sobre costumes de um povo?

tes em alguns hábitos chineses, como a consciência

(Cr) O artista Wang Cheng Yun é chinês e ficou fora de seu país

Pintura, acrílica, retrato, composição discursiva

D ESE JO

sobre o desperdício de alimentos. A globalização

AMPLIAÇÃO DA PROPOSTA COM A DVDTECA ARTE NA ESCOLA: Imagens de Rosangela Rennó. Direção: Cacá Vicalvi. São Paulo: Foco: Forma e conteúdo.

e a nova economia chinesa causaram grandes

fazer parte de sua obra? Como? Você considera possível que obras

alterações culturais. Mas, essas mudanças são per-

de arte possam exercer papel de porta-voz de um povo? Se sim,

ceptíveis pelos chineses no dia a dia? Será que nós,

nesses casos, qual é o papel que o artista desempenha? (S) Com

Foco: Conexões transdisciplinares.

imersos em nossa cultura, conseguimos perceber

a obra de Wang Cheng Yun, que ideias podemos desenvolver?

Maiores informações: http://artenaescola.org.br/

Siron Franco: natureza e cultura. Direção: Sarah Yakhni. São Paulo:



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EFIGÊNIA ROLIM

ROLI

Performance, multiartista, colagem, objeto, bidimensão e tridimensão, assemblage, Arte Povera.

D ESEJO A transformação de materiais, sempre foi uma operação do fazer artístico. Efigênia Rolim transforma pedaços de coisas em poesia e estas em objetos. Suas escolhas se deram pelo brilho, reflexo, estética, enfim, e, tudo é passível de ser transformado. Propomos a reflexão sobre a

A OB R A (D) As roupas que vemos nos desfiles de moda, criadas por estilistas de renome, servem ao dia a dia? Qual é a diferença entre aquelas roupas, que consideramos estranhas, e as que estão nas lojas? A diferença seria o resultado de uma ideia? A roupa criada pelo estilista concretizaria um conceito? As roupas criadas por Efigênia foram feitas para quê? (Cr) Elas são diferentes, na forma, no material e na sua origem; o que isso faz pensar sobre a padronização de nosso modo de vestir? As roupas que você usa e seu modo de vestir, é seu ou...? Vestir-se na moda é uma imposição ou uma escolha? Na foto, vemos Efigênia Rolim com uma de suas muitas roupas. Observando-a, o que as pessoas pensam? (S) O que podemos concluir sobre diferenças e homogeneidade em nossa sociedade a partir da obra de Efigênia?

P O R QU E NÃO ? O artista Andy Warhol mantinha sobre sua mesa de trabalho, uma caixa de papelão na qual depositava coisas que passavam por suas mãos. Quando enchia uma caixa, lacrava-a e datava. Essas são as “cápsu(ano de sua morte). Efigênia faz a coleta de um mundo desprezado por quem quer o doce, o papel brilhante. Enquanto ela coleta, passa o tempo e algumas coisas desses fragmentos do mundo saem de circulação, as marcas e até os produtos deixam de existir; pessoas passaram por eles e se foram. Por que não abrir uma “cápsula do tempo” em sala de aula e coletar os fragmentos do consumo, as marcas de uma semana imperceptível? Estipular limites do que a cápsula pode receber é indispensável. Após esse período de coleta, o que se pode fazer com o material, tendo em vista a obra de

dito e popular do sistema artístico que este trabalho traz à Bienal.

bém é possível refletir sobre a contradição entre efêmero e eterno e eru-

mesmo que pequena, do consumo e, por ela, da história social. Tam-

SITES E VÍDEOS:

PINHEIRO, Dinah Ribas. A viagem de Efigênia Rolim nas asas do

LIVRO:

MA IS?

Efigênia Rolim? Roupas, adereços, objetos, marcadores de livros?

O Q U E JÁ S AB EMO S. . .

Tims capsules de Warhol:

passagem do tempo, a acumulação das matérias e a revelação,

(Co) O que você vê na imagem? O que ela lhe sugere? O que essa

Vídeo de Efigênia: http://www.youtube.com/watch?v=vnhhWKEFDXU

Maiores informações: http://artenaescola.org.br/

H. O. Supra sensorial. Direção: Kátia Maciel. São Paulo: Instituto Arte na

Processo de criação: as Fábulas de Antônio Poteiro. Direção: Sarah Yakhni. São Paulo: I Saberes estéticos e culturais;

Arnaldo Antunes. Direção: Arnaldo Antunes, Célia Catunda, Kiko Mistrorigo, IsabaMoreal. São Paulo: I color. Foco: Linguagens artísticas.

Recortes de Leda Catunda. Direção: Amilcar Monteiro Claro. São Paulo: I

AMPLIAÇÃO DA PROPOSTA COM A DVDTECA ARTE NA ESCOLA:

imagem lhe faz pensar? Quais materiais que você reconhece na obra? O que o modo como esses materiais foram reunidos lhe sugere?

PAR A FAZ Ê-LOS V E R MA IS ! Possivelmente, a artista Efigênia Rolim seja reconhecida pelos estudantes de Curitiba. Aos domingos, na Feira de Artesanato da Ordem, ela comercializava obras, cantava, declamava e virava cambalhotas. As muitas facetas de sua produção faz com que, muitas vezes, seu trabalho visual precise do complemento que a performance de Efigênia lhe dá. Esse trabalho que escolhemos para essa conversa é um traje. Quais são os materiais dos trajes criados por Efigênia? O que esses elementos atribuem às peças e à artista? Questione seus estudantes e tente mover a reflexão para esses materiais coletados e para o significado que podem atribuir.


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