Three Years in Nodar: Preview

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PRÁTICAS ARTÍSTICAS EM CONTEXTO ESPECÍFICO NO PORTUGAL RURAL PRÁTICAS ARTÍSTICAS EM CONTEXTO ESPECÍFICO NO PORTUGAL RURAL PRÁTICAS ARTÍSTICAS EM CONTEXTO ESPECÍFICO NO PORTUGAL RURAL CONTEXT-SPECIFIC ART PRACTICES ININ RURAL PORTUGAL CONTEXT-SPECIFIC ART PRACTICES RURAL PORTUGAL CONTEXT-SPECIFIC ART PRACTICES IN RURAL PORTUGAL

Editado por • Edited byby Editado por • Edited Editado por • Edited by LUÍS COSTA & RUI COSTA LUÍS COSTA & RUI COSTA LUÍS COSTA & RUI COSTA Financiado por • Funded by Financiado por • Funded byby Financiado por • Funded

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Coordenação Geral • General Coordination LUÍS COSTA Editado por • Edited by LUÍS COSTA & RUI COSTA Desenho Gráfico • Graphic Design RUI SILVEIRA Coordenação do CD Anexo • Companion CD Coordination RUI COSTA, DUNCAN WHITLEY

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Masterização do CD Anexo • Companion CD Mastering DUNCAN WHITLEY Transcrição, Tradução e Revisão de Textos • Text Transcription, Translation and Revision CARINA MARTINS, JOÃO RODRIGUES, MANUELA BARILE, LUÍS COSTA, RUI COSTA, DUNCAN WHITLEY Selecção e Edição de Fotos • Photo Selection and Editing MANUELA BARILE, RUI SILVEIRA

Editado por • Edited by LUÍS COSTA & RUI COSTA

Edições Nodar nodar003 Associação Cultural de Nodar Caixa Postal Nº 106 – Nodar 3660-324 S. Martinho das Moitas Portugal Tel.: +351 232 723 160 email: edicoesnodar@binauralmedia.org web: http://www.binauralmedia.org Impresso em • Printed by Norprint Artes Gráficas S.A. Zona Industrial Alto da Cruz - Fontiscos Apt.: 172 . 4780-583 Santo Tirso Portugal Tel.: +351 252 808 590 email: norprint@norprint.pt web: http://norprint.pt 1000 Exemplares • 1000 Copies ISBN 978-989-97205-0-3 Depósito Legal nº • Legal Deposit xxxxxxxxxxxxxxxx All rights reserved, Associação Cultural de Nodar, 2011

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PREFÁCIO E AGRADECIMENTOS INTRODUÇÃO: ARTE E REALIDADE NUMA COMUNIDADE RURAL PORTUGUESA

'328)287 FOREWORD AND ACKNOWLEDGEMENTS

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INTRODUCTION: ARTE AND REALITY IN A PORTUGUESE RURAL COMMUNITY

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OS PROJECTOS ARTÍSTICOS: PAISAGEM AMAYA GONZÁLEZ ANDREA BRANDÃO ANTÓNIO PEDRO CÉDRIC ANGLARET CHRISTINE NIEHOFF EVELYN MÜÜRSEPP FRANCISCO JANES JASON KAHN JURATE JURALYTE LEZLI RUBIN-KUNDA LUCIANA OHIRA & SÉRGIO BONILHA PEETER LAURITS SVETLANA BOGOMOLOVA

THE ART PROJECTS: LANDSCAPE AMAYA GONZÁLEZ ANDREA BRANDÃO ANTÓNIO PEDRO CÉDRIC ANGLARET CHRISTINE NIEHOFF EVELYN MÜÜRSEPP FRANCISCO JANES JASON KAHN JURATE JURALYTE LEZLI RUBIN-KUNDA LUCIANA OHIRA & SÉRGIO BONILHA PEETER LAURITS SVETLANA BOGOMOLOVA

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OS PROJECTOS ARTÍSTICOS: SOM AARON XIMM ARNOLD HABERL (NOID) BEN OWEN DUNCAN WHITLEY JOHN GRZINICH MAKSIMS SHENTELEVS MELANIE VELARDE NILO GALLEGO & NOEMI FIDALGO SAMUEL RIPAULT (PALI MEURSAULT) SATOSHI MORITA WOLFGANG DORNINGER XÉSUS VALLE

THE ART PROJECTS: SOUND AARON XIMM ARNOLD HABERL (NOID) BEN OWEN DUNCAN WHITLEY JOHN GRZINICH MAKSIMS SHENTELEVS MELANIE VELARDE NILO GALLEGO & NOEMI FIDALGO SAMUEL RIPAULT (PALI MEURSAULT) SATOSHI MORITA WOLFGANG DORNINGER XÉSUS VALLE

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OS PROJECTOS ARTÍSTICOS: COMUNIDADES ALICJA ROGALSKA & MARTIN CLARKE DENNIS BÁTHORY-KITSZ & STEVIE BALCH IGNACIO MARTINEZ & MARTA BERNARDES JOANA NASCIMENTO KEIKO UENISHI (o.blaat) MAILE COLBERT MANUELA BARILE MANUELA BARILE & RUI COSTA MARIA IDÍLIA MARTINS RUI SILVEIRA SÉRGIO CRUZ SUZANNE CAINES TOOMAS THETLOFF VERED DROR VIV CURRINGHAM

THE ART PROJECTS: COMMUNITIES ALICJA ROGALSKA & MARTIN CLARKE DENNIS BÁTHORY-KITSZ & STEVIE BALCH IGNACIO MARTINEZ & MARTA BERNARDES JOANA NASCIMENTO KEIKO UENISHI (o.blaat) MAILE COLBERT MANUELA BARILE MANUELA BARILE & RUI COSTA MARIA IDÍLIA MARTINS RUI SILVEIRA SÉRGIO CRUZ SUZANNE CAINES TOOMAS THETLOFF VERED DROR VIV CURRINGHAM

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BIOGRAFIAS

BIOGRAPHIES

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CD DUPLO ANEXO: NODAR LOCATION-SPECIFIC SOUND 2007 – 2009

COMPANION DOUBLE CD: NODAR LOCATIONSPECIFIC SOUND 2007 – 2009

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A ideia de iniciar um programa de residências artísticas internacionais em artes sonoras e media na aldeia de Nodar esteve intimamente ligada a acontecimentos e decisões pessoais. Não nos iludamos: o que a vida nos vai trazendo influencia grandemente a possibilidade de mudar de rumo e a energia que somos capazes de meter nos projectos profissionais. Dois irmãos gémeos (Rui e Luís Gomes da Costa) com uma ligação profunda a Nodar, ligação essa alimentada ao longo de anos sem materialização efectiva, decidem em 2006 regressar à terra das suas origens, a partir da constatação de que a última geração que viveu toda a sua vida numa relação tão profunda quanto arcaica com território estava a desaparecer e que os tempos de transição a que se assistem no mundo rural português, em que os ecos do passado coexistem com mudanças paulatinas que vão modificando a paisagem e os modos de vida, mereciam ser acompanhados, documentados e expressos de forma criativa e sistemática, a partir de múltiplos olhares e escutas. O projecto foi-se aprofundando, fruto de conversas, de visitas a outras organizações e de reflexões críticas. Desde a primeira hora tentou-se escapar a alguns equívocos comuns: da residência artística em espaço rural enquanto refúgio, da interacção com a cultura local assente no passado idealizado ou da relação com a paisagem pensada de forma ecologicamente correcta ou desligada dos elementos antropológicos e vivenciais. Nestes primeiros anos, muitas das nossas ideias foram mudando ou sendo aprofundadas, mas no essencial mantém-se o compromisso permanente com um território rural específico, feito de pedra, animais, plantas, pessoas, memórias, crises, ansiedades e mudanças. E esse compromisso só pode ser sustentável (cada vez mais) com a ajuda de outros.

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The idea of starting a program of international artist residencies in media and sound arts in the village of Nodar was closely linked to events and personal decisions. Let’s not delude ourselves: what life brings us greatly influences our ability to change course and the energy we are able to put in work projects. Two twins brothers (Rui and Luís Gomes da Costa) with a deep connection to Nodar, which for many years didn’t have any concrete manifestation, decided in 2006 to return to the land of their forefathers, after realizing that the last generation that lived their whole life in a deep and archaic relationship with the territory was disappearing and that the times of transition that we are witnessing in the Portuguese countryside, where the echoes of the past coexist with changes that will gradually transform the landscape and the lifestyles, deserved to be monitored, documented and expressed creatively and systematically from multiple points of view and of listening. The project grew deeper, as a result of discussions, visits to other organizations and critical thinking. From the outset we tried to escape some common misconceptions: the artist residency in rural areas as a refuge, the interaction with local culture based on an idealized vision of the past and the relationship with the landscape seen from an “environmentally-correct” standpoint, completely disconnected from anthropological and experiential elements. In those early years, many of our ideas have changed or deepened but, in essence, there is an enduring commitment to a specific rural area, made of stone, animals, plants, people, memories, crises, anxieties and changes. And this commitment can only be (increasingly) sustainable with the help of others.


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NODAR: ARTE E REALIDADE NUMA COMUNIDADE RURAL PORTUGUESA. Luís Gomes da Costa e Rui Gomes da Costa

NODAR: ART AND REALITY IN A PORTUGUESE RURAL COMMUNITY Luís Gomes da Costa and Rui Gomes da Costa

- PONTOS DE PARTIDA: A ARTE TAL A QUAL A VEMOS HOJE

- INITIAL THOUGHTS: ART AS WE SEE IT TODAY

1. Eis-nos chegados a um tempo em que muitos sentem que quase tudo no que respeita à arte (conceitos, estilos, práticas, media) foi pensado, testado ou discutido. Utilizando a metáfora do jogo, podemos pensar que as peças estão há muito inventariadas, sendo que apenas faltarão experimentar algumas (e derradeiras) combinações.

1. We have arrived at an era where many feel that almost everything concerning art (concepts, styles, practices, media) has already been thought, tested or discussed. Using the metaphor of a game, we could say that the pieces have long been inventoried and just a few (and final) combinations are yet to be tried out.

2. A própria noção de vanguarda é hoje em dia, e em grande medida, um cliché. Tantos se convocam (ou se fazem convocar pelos media) como fazendo parte de alguma vanguarda ou alternativa, de tal forma que, no limite, podemos ironizar dizendo que são os clássicos os verdadeiros alternativos.

2. Nowadays, even the notion of avant-garde is, to some extent, a cliché. So many consider themselves (or are catalogued by the media) as being part of some vanguard or alternative, that we could ironize by saying that the real alternatives are the classics.

3. Encontramo-nos hoje de frente a uma colossal poluição estética (nas cidades, na imprensa, na Internet). Imagens, formas e sons de todas as épocas e de todas as proveniências são reproduzidos, copiados, transferidos, descarregados, agregados, retalhados, difundidos, re/descontextualizados a um ritmo alucinante. Sendo que a arte não é a principal causadora desta situação (ao invés da publicidade, da moda, dos produtos e serviços de consumo massificado), muita da arte concorre cada vez mais para este excesso de estimulação audiovisual, rumo a uma plenitude total, a um aniquilamento sensorial (pelo excesso de estimulação), a uma fuga ao vazio e ao intervalo entre si mesma e o mundo.

3. Today we are facing a huge aesthetic pollution (in our cities, in the press, on the internet). Images, shapes and sounds of all times and all origins are reproduced, copied, transferred, downloaded, mixed, hacked, broadcasted, re/ decontextualized at a staggering pace. Although art is not the main source of this situation (contrary to advertising, fashion and mass consumption products and services), much of the art increasingly contributes to this excess of audiovisual stimulation, leading to a total plenitude, a sensory annihilation (by over-stimulation), to an escape from emptiness and from the interval between itself and the world.

4. Mas é curioso: esta expansão de conteúdos estéticos flui quase sempre ignorando os “cansativos trilhos da memória” (na expressão do critico de arte Italiano Gillo Dorfles) ou seja é um vórtice cada vez mais sincrónico, que anula ou descontextualiza o passado. Uma imagem é uma imagem, ponto. 5. A arte deste início de milénio continua a ser sedutora como a arte sempre quis ser, mas esta sedução efectua-se menos através da simbolização ou

4. But it is curious how the expansion of aesthetic content most of the times flows ignoring the “strenuous trails of memory” (in the words of the Italian art critic Gillo Dorfles), meaning that it is an increasingly synchronous vortex that eliminates or decontextualizes the past. An image is an image, period. 5. The art at the start of this new millennium continues to be seductive as art has always wanted to be, but this seduction is achieved less often through the mimesis or symbolization of the values of nature (human and


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INTRODUÇÃO

INTRODUCTION

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mimesis dos valores da natureza (humana e geográfica) e cada vez mais através da simulação e da virtualidade. Ou seja, a arte dos nossos dias é propensa a tornar-se num mero simulacro ou fetiche. 6. Muitas das práticas artísticas contemporâneas parecem afastar-se dos impulsos sensíveis genuínos, ou por estarem demasiado dependentes de mecanismos de cultura de massas ou por terem na sua génese processos intelectuais ou tecnológicos que funcionam de forma circular ou isolada da realidade mais imediata (íntima, social, política). A ênfase generalizada dada pelos artistas e pela crítica aos media tecnológicos (“computer art”, “laptop music”, “video art”, etc.) e não tanto à expressividade em si mesma é uma de muitas evidências deste cenário. 7. Assiste-se hoje a um inapelável processo de desmaterialização dos objectos culturais, de tal forma que tradicionais meios de fruição artística como os CD’s, DVD’s ou livros vivem uma profunda crise da qual parece não haver retorno. 8. Muitos grandes museus e salas de espectáculo, mesmo aqueles com uma programação mais exigente, entram no jogo do mercado, tentando captar novos públicos numa lógica mais massificada que a que conduziam na última década. A própria noção de espaço de fruição cultural é questionada pela explosão de novas formas de acesso a obras artísticas (Internet, mas também o espaço público). 9. No caso específico das artes contemporâneas mais experimentais (sonoras, visuais ou performativas) é comum ouvir-se entre os seus seguidores ou artistas que os públicos são quase sempre os mesmos, na sua maioria outros artistas ou profissionais da cultura. Mais uma evidência de um sistema alimentado muitas vezes em circuito fechado. II. DESAFIOS. IDEIAS PARA UMA OUTRA FORMA DE FAZER ARTE 1. É indispensável que a arte recorra à “naturalidade” dos meios expressivos genuínos, que são e serão sempre insubstituíveis. 2. A criação artística, mesmo aquela tecnologicamente mais avançada, exige materiais e sentimentos verdadeiros. Devemos manter “livre” uma parte da nossa sensorialidade se queremos continuar a “ver com os nossos olhos” e a “ouvir com os nossos ouvidos”. 3. A crescente “virtualização” de muitas práticas artísticas deve ter um contraponto numa arte que possa caminhar rumo a uma nova materialidade e pregnância, em que os media tecnológicos são fundamentalmente elementos de registo, acesso, transformação, portabilidade ou difusão de realidades

INTRODUCTION

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geographical) than through simulation and virtuality. That is, the art of today is prone to become a mere simulacrum or fetish. 6. Many contemporary art practices seem to move away from genuine sensitive impulses, either because they are too dependent on mass culture mechanisms or because their genesis is very much based on intellectual or technological processes that work in a circular way or separated from the most immediate reality (intimate, social, political). The emphasis commonly given by artists and critics to media technology (“computer art”, “laptop music”, “video art”, etc.), rather than to the expression itself, is one of many evidences of this situation. 7. There is today an irreversible process of dematerialization of cultural objects, in such a way that traditional means of artistic fruition as CD’s, DVD’s or books are in a deep crisis from which there appears to be no return. 8. Many major museums and concert halls, even those with a more challenging programming, join the market game, trying to capture new audiences with a more massified strategy than in the previous decade. The notion of cultural fruition space is questioned by the explosion of new forms of access to art works (the Internet, but also the public space). 9. In the specific case of contemporary experimental arts (sound, visual and/or performance), it is common to hear amongst its practitioners or followers that the audiences are always the same (the majority of which being other artists or arts professionals). This is another evidence of a system feeding itself in closed circuit. II. CHALLENGES. IDEAS FOR OTHER WAYS OF MAKING ART 1. It is essential that art makes use of the “naturalness” of genuine expressive means, which are and will always be irreplaceable. 2. Artistic creation, even the most technologically advanced, requires true sentiments and materials. We must keep a part of our sensuousness “free” if we want to continue to “see with our eyes” and “listen with our ears”. 3. The growing “virtualization” of many artistic practices must have a counterpoint in an art that should move towards a new materiality and meaningfulness, where technological media are fundamentally elements of recording, access, transformation, portability or dissemination of expressive realities, in which non-technological materials (especially those of natural origin) still have their importance in the artist’s connection to the “essentiality” of the world. The concept of multimedia may include a relationship between technological media and these materials.


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expressivas e os materiais não tecnológicos (nomeadamente aqueles de origem natural) continuam a ter a sua importância na ligação do artista à “essencialidade” do mundo. O conceito de multimédia pode incluir uma relação entre meios tecnológicos e materiais. 4. É importante recuperar para a arte um sentido ético, perdido em algumas das últimas derivas estéticas – quando o horror, a mutilação ou a violência da sociedade são usados artisticamente, a denúncia que subjaz a essas obras muitas vezes (mas nem sempre) cola-se à realidade que se pretende criticar pela crueza das imagens utilizadas. 5. A arte deve incorporar um sentido diacrónico em que a memória (pessoal ou social) seja menos informação para uma colagem “alucinada” de sons e imagens e mais algo de vívido, que parta de uma consciência de pertença a um fluxo histórico, cuja alteridade inapelável não deve fazer esquecer a origem, a matriz. 6. Urge cada vez mais devolver a arte à vida, potenciando a atenção às coisas mínimas, não tanto aos grandes ideais ou teorias. Essa amplificação sensorial do íntimo, do esquecido, do periférico é (ainda) hoje uma necessidade imperativa. 7. Há que promover esta aproximação entre arte e vida de forma radical: colocando em comunicação directa artistas com realidades/comunidades não abrangidas pelos radares públicos ou políticos (periféricas, marginais, rurais, etc.). Esta radicalidade assenta num retorno a uma certa pureza original da arte, de um sentido menos mediado de forma exclusiva por processos de auto-referência e de crítica. 8. A aproximação entre arte e vida pode ser facilitada por uma lógica multidisciplinar de saberes-fazeres não necessariamente artísticos: a arquitectura, a etnografia, a antropologia, a sociologia, a geografia, a história, etc.. 9. A recepção das formas artísticas deve cada vez mais incorporar um sentido de fruição alargado, valorizando a experiência (da obra, do contexto da sua produção, de novas formas de apresentação/exibição) em detrimento do objecto em strictu sensu. 10. Projectos culturais de ligação à realidade devem promover uma lógica de trabalho em rede com outros casos similares, como forma de reflexão e partilha de experiências e de criação de massa critica na organização de eventos de maior escala. 11. As grandes instituições de produção, reflexão e fruição cultural (museus, universidades, auditórios) devem cada vez deixar-se “contaminar” por lógicas

INTRODUCTION

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4%-7%+)1 0%2(7'%4) OS PROJECTOS ARTÍSTICOS THE ART PROJECTS


PAISAGEM • LANDSCAPE

2008 Abril • April Estónia • Estonia

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):)0=2 1ii67)44 KUDUM / the WEAVE

KUDUM/the WEAVE é um trabalho e um processo contínuos. É uma investigação sobre o tempo, o lugar e o corpo. Pode assumir a forma de uma instalação, performance, peça de vídeo, acção ou ritual – dependendo da disponibilidade do local, do tempo e dos corpos. KUDUM/the WEAVE começou sem qualquer intenção. Surgiu da experimentação e da curiosidade a partir do tempo e dos materiais disponíveis na altura para a artista. No início havia um trabalho. Daí a minha impossibilidade de construir um conceito. A única coisa que um artista pode fazer é explicar como foi concretizado e como evoluiu. PRINCÍPIO Lugar, árvores, fio fino de algodão vermelho. Ligando duas árvores; esticando uma linha entre elas. Encontrando outras direcções entre esses vectores preliminares, caindo na magia de fazer movimentos repetitivos, deixando essa repetição tornar-se parte de mim, sentindo-a com o meu corpo por inteiro. Repetir e repetir até que o erro ocorra, possibilitando a mudança. Jogando com os pontos de suporte disponíveis, dados pelas árvores, acrescentando novos pontos de apoio para a tecelagem, Caos, até que parece emergir alguma ordem, perdendo a ordem anterior: podia continuar assim eternamente. A repetição é uma actividade serena, encantatória, quase como uma meditação. O tempo mudou, as tempestades impediam-me de ir trabalhar lá para fora e continuar a prática diária do “tecer”. No entanto, consegui correr pela chuva e fazer alguma coisa. Tornou-se uma prática diária e eu poderia ter continuado com isto, naquele lugar, se eu tivesse ficado em Nodar para sempre. A cada dia, KUDUM/the WEAVE começava a ganhar corpo. Eu já tinha usado milhares de metros de fio. Nas minhas caminhadas ao outro lado do rio Paiva, subindo o topo da colina, podia ver a teia brilhar à distância. Poderia ter continuado para sempre. A partir desta rotina, tinha desenvolvido uma ideia para fazer algo mais imediato. Assim, um dia decidi criar um outro tipo de estrutura (por essa altura eu já tinha adquirido alguma experiência

KUDUM/the WEAVE is an ongoing process and practice. It is an investigation about time, place and body. It can take the form of an installation, performance, video piece, action or ritual – all depending on available place, time and bodies. KUDUM/the WEAVE started without any intentions. It came out of play and curiosity from time and materials that were available to the artist at that time. First there was a work. Therefore it is impossible for the artist to construct a concept. The only thing an artist can do is to explain how it was made and how did it evolve. BEGINNING Place, trees, thin red cotton sewing thread. Connecting two trees; stretching a line between them back and forth. Finding other directions between these preliminary vectors, falling into the spell of doing repetitive movements, letting this repetition become part of me, sensing it with my whole body. Repeat and repeat until error appears, what gives path for a change. Playing with the support points available, given by trees, adding new support points into the weaving, Chaos, until some order seems


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EVELYN MÜÜRSEPP

e técnica em “tecelagem florestal”). A minha ideia era construir um túnel de fio, o qual seria esticado entre quatro árvores. Uma vez concluído, tencionava destruí-lo, movendo-me lentamente dentro ele, sentindo a resistência da estrutura criada com o meu corpo. Estar dentro da estrutura que criei mas também me libertar dela. O tempo tornou-se realmente chuvoso e agitado no momento em que acabei o trabalho. Eu tinha que estar atenta às mudanças do tempo e aproveitar qualquer melhoria que pudesse surgir. E esse momento surgiu quando o John apareceu para me ajudar. Depois de colocar a câmara no local e ensaiar, comecei, entrando por uma extremidade do túnel. O fio fino tornou-se uma estrutura forte que provocava agora alguma resistência ao corpo. Eu estava muito empenhada, tentando acompanhar o ritmo do corpo, costas e pescoço, lábios e testa, joelhos e dedos dos pés... A estrutura demorou algum tempo a ser destruída (pelo menos foi o que me pareceu). Ao chegar ao final da estrutura, o túnel tinha sido destruído. Eu tinha um pequeno emaranhado de fios vermelhos nas mãos. A partir dessa acção foi editada a peça vídeo KUDUM. Este tipo de exploração no material, local e corpo levaram-me a outras experiências e colaborações com pessoas diferentes, noutros lugares e tempos. Mas essa é uma outra história.

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to appear, loosing this order: I could keep doing it forever. Repetition is an enchanting, calming activity, almost like a meditation. The weather changed, more rainstorms didn’t let me go and work out there and carry on the daily “weaving” practice. However, I managed to run out between showers and do a little bit. It became more as a daily practice and I could have kept going with this, in that place, if I had stayed in Nodar forever. Day-by-day, KUDUM/the WEAVE got more and more body. I had used already several thousand meters of thread. When hiking to the other side of the Paiva River and climbing to the hilltop, I could see the weave glowing from a distance. It could have gone on forever. From this routine I had developed an idea to do something more instant. So, one day I decided to build another kind of structure (by that time I had already gained some experience and technique in “forestweaving”). My idea was to construct a string tunnel, which would be stretched between four trees. Once it was done, my idea was to break it, by slowly moving through it, sensing the resistance of the created structure with my whole body. To be inside of what I created but also to break free from it. Weather had become really rainy and stormy by the time I finalized this tunnel. I had to keep an eye on the weather and take a chance from any clearing of the sky. And the moment came: John came to help me. Placing the camera in spot and, after some warm-ups, I started by entering one end of the tunnel. Thin string had became a strong structure and provided quite a resistance to the body. I was working hard my way through it, trying to move slow with the whole body, with my back and neck, with my lips and forehead, with my knees and toes... It took a long time to break the structure (at least so it seemed to me). When I reached the end of the tunnel, the structure where once one could be inside was totally broken. I had just a tangle of red thread in my hands. From this action video piece KUDUM was edited. These series of explorations in material, place and body lead me to several other experiments and collaborative actions with other people in other places and times. This is another story.


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2009 Julho • July Brasil • Brazil

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7f6+-3 &32-0,% EXPERIMENTOS ANFÍBIOS: INSTALAÇÕES LUMINO-SONORAS À BEIRA DO PAIVA

Existe uma necessidade de nos posicionarmos em relação ao mundo da arte e a algumas leituras muito específicas do que é arte, do que é a tecnologia. É muito comum, em São Paulo por exemplo, dar-se mais importância ao que é mais “high-tech” na arte e não ao que é propriamente mais humano. Usar estes materiais quase sem tecnologia, em que o próprio material é a própria maneira de funcionar, é uma forma de nos posicionamos contra essa perspectiva da tecnologia. Esta é uma questão curiosa: pensar se o áudio está intrinsecamente ligado ao material ou não. Por exemplo, o trabalho que nós apresentámos na ponte não teria sentido poético noutro lugar; a ideia de que a ponte costura os dois lados do rio. Fazer o mesmo trabalho noutro contexto era possível, mas devia perder um pouco da sua essência, da sua força. Estes três trabalhos já tinham sido testados noutros contextos e julgámos que seria interessante deixá-los directamente na paisagem e não fechados num “cubo branco”, que é onde normalmente temos a oportunidade de mostrar o nosso trabalho. Em Nodar, ao contrário da cidade grande, tivemos a oportunidade de criar coisas que puderam trabalhar com as forças da natureza: o sol, a água, o vento. Mas ao chegar lá, a realidade mostrou-se diferente daquilo que tínhamos imaginado porque a água do rio não tinha tanta força para movimentar o mecanismo. No final vimos que os trabalhos não se encaixavam na paisagem, mas tentando manter a ideia inicial de deixar os trabalhos inseridos na paisagem, procurámos que tal não acontecesse de uma forma impositiva. Conceptualmente os trabalhos não perderam a sua essência de falar sobre o material, sobre a possibilidade de pensar a obsolescência. O que é que é, de facto, uma coisa que não tem mais porquê, não serve mais para nada? Esta combinação estranha de materiais como a parafina, madeira, alumínio, raio laser é uma forma de deixar a expressividade do material falar por si próprio e não a utilidade normal do material falando em primeiro lugar. Às vezes acabamos por dar mais importância à utilidade que as coisas têm do que a vida interior que elas próprias têm, a sua própria imanência.

We feel the urgency to position ourselves in relation to the art world and some of the readings of what is art, and what is technology. It’s very common to see, in São Paulo for instance, how the high-tech fashion is overcoming art’s more human approach. Using materials with almost no technology, where the material supplies its own energy, is a way to position ourselves against this perspective of technology. This is a curious question: to think if sound is intrinsically connected with its material. The piece that we presented on the bridge, for instance, wouldn’t have its poetic meaning in any other place; the idea that the bridge stitches both sides of the river. It might be possible to do it in another context but it would loose some of its essence and strength. We tested these three pieces in different situations and we thought it would be nice to leave them directly in the landscape and not stored in some “white cube”, where we normally have the opportunity to show our work. Contrary to the big city, Nodar offered the possibility to create objects working with the forces of nature: sun, water and wind. But once we arrived the reality proved to be different from what we had imagined and the river current hadn’t the necessary strength to move the mechanism. We found, at the end, that the pieces didn’t fit so well in the landscape but we kept to the original idea of leaving the work in the landscape, although we tried that this wouldn’t happen in an imposing way. At their conceptual level, the pieces kept their message about materiality and the possibility to think about obsolescence. What is the meaning of something that has lost its purpose, that is no longer useful for anything? The strange combination of materials such as paraffin, wood, aluminum, laser, is a way of giving the expressiveness of the material an opportunity to speak for itself, rather than its regular utility. Sometimes we only care about the utility of things and dismiss the inner life that they possess, their own immanence.


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731 7392( OS PROJECTOS ARTÍSTICOS THE ART PROJECTS


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2008 Abril • April EUA, Estónia • USA, Estonia

.3,2 +6>-2-', NODAR FLOWLINES

Pretendi levar a cabo um conjunto de pesquisas nos domínios sonoro e visual da paisagem de Nodar, através de uma série de gravações sonoras em contexto local (“site-specific”). Tentei, em particular, comparar e fazer contrastar, por um lado, as linhas geográficas formadas pelos canais naturais de água em direcção ao rio no fundo do vale (Paiva e Sonzo) e, por outro lado, os aquedutos construídos pelo homem, os quais atravessam a verticalidade dos canais naturais para levar a água à aldeia. Embora os dois fenómenos dependam de condições naturais, um deles foi criado com uma função específica, para usufruto da população. A partir desta temática à volta dos fluxos de água, concebi uma série de “narrativas” audiovisuais, distintas com base em dois tipos de paisagem, aqueles formados pela água e aqueles formados pelo homem. As minhas pesquisas incluíram métodos de gravação sonora que derivaram do tipo de canais em causa, ou seja, colhi inspiração no próprio padrão que os canais formam na paisagem.

My interest was to carry out a sonic and visual survey of the landscape around the village of Nodar through a series of site-specific recording sessions. In particular I attempted to compare and contrast the geographic lines caused by the natural water flows towards the river at the bottom of the valley (Paiva and Sonzo) versus the man-made aqueduct that transverses the vertical lines and brings water into the village. While both of these phenomena rely on natural forces, one was created for a specific purpose, for use by the local inhabitants. Using this theme of natural flow lines, I constructed a series of distinct audio-visual “narratives” based on the two types of landscapes shaped by water and humans. The surveys included recording methods that stemmed from the types of flow, that is, I draw inspiration from the behavior patterns of how the flows shape the landscape.


146 JOHN GRZINICH

O material sonoro de base dependeu da interacção entre os sons do ambiente, objectos encontrados (naturais e fabricados) e a intervenção humana (improvisação e instalação). O material visual baseou-se em planos fixos aproximados e afastados sobre os materiais e as formas conjugadas com a minha acção no local. Os registos sonoros e de vídeo foram catalogados e editados em peças semi-compostas que mostram e reflectem sobre o processo e o espaço por onde passam os fluxos de água.

SOM • SOUND 147

The base sound material relied on the interaction of ambient sounds, found objects, (natural and man-made materials), and human intervention (improvisation and installation). The visual material focused on still shots of micro and macro materials and forms in conjunction with the location based activity. The recorded documents were catalogued and edited afterward into semi-composed works that reflect and show the “flowlines” locations and process around Nodar.


'3192-(%()7 '31192-8-)7 OS PROJECTOS ARTÍSTICOS THE ART PROJECTS


COMUNIDADES • COMMUNITIES 191

2007 Julho • July Polónia, Reino Unido Poland, United Kingdom

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1%68-2 '0%6/) PAIVA TALES

Quando chegámos a Nodar encontrámo-nos na mais perfeita escuridão, com o cheiro de menta e de carne grelhada a perfumar o ar. Chegámos de noite e ao acordar na manhã seguinte sentimos o som dos chocalhos das cabras e a força do Rio Paiva como uma constante sonora. Este era um local muito diferente daquele que deixámos para trás, mas familiar para ambos, pois os dois crescemos em zonas rurais semelhantes a esta. Desde o início, preferimos não adoptar a perspectiva do estrangeiro que chega de fora e se foca nesse tipo de experiência; decidimos por isso conhecer o local a partir da população local – falar com eles e olhar Nodar e as redondezas através do olhar da população. A decisão de nos focarmos nas histórias antigas também não foi acidental – a nosso ver, a essência de um local reside na forma como a sua história é contada pela população. Enquanto artistas em residência pretendemos criar uma resposta impressionista a esta “mitologia popular”. Recolhemos dados sob a forma de gravações de histórias e memórias. O resultado foi um poema filmíco-sonoro dividido numa série de cenários audiovisuais. A estética visual dos “Contos do Paiva” foi inspirado pelo filme “A Cor da Romã”, de Sergei Parajanov. As interpretações visuais que faz da vida e obra do poeta Sayat Nova davam eco à vontade que tínhamos de interagir artisticamente com o local e a sua gente. O conteúdo do nosso trabalho reflete também o nosso percurso nos domínios da antropologia cultural, artes colaborativas, fonografia e cinema. Do ponto de vista sonoro, quisemos fazer mais do que simplesmente fazer realçar o aspecto visual da obra. A tela preta usada nas entrevistas serviu para enfatizar esse pensamento – uma vez que pretendíamos reforçar que o centro de tudo estava nas histórias.

Our first experience of Nodar was total darkness, the smell of mint and grilled meat. We arrived in the evening, and the next morning all we could hear were goats’ bells and the ever-present sound of the Paiva River. A very different place to where we had just come from but familiar in that we were both brought up in similarly rural places. From the outset, rather than look from the perspective of complete strangers and focus on that kind of experience we decided to explore the place from the perspective of local people – we wanted to talk to them and see Nodar and its neighbours through their eyes. Our decision to focus on old stories wasn’t accidental either – the essence of a place, to us, lies in its history as told by the people who live there. What we wanted to create, as artists in residence, was an impressionistic reaction to this “people’s mythology”. We collected our data in the form of recorded stories and recollections. The response was a sound-film/poem or series of audio-visual plateaus. The visual aesthetic of “Contos do Paiva” was inspired by “The Colour of Pomegranates”, a film by Sergei Parajanov. His use of visual interpretations of the poet Sayat Nova’s life and works resonated with our desire to interact artistically with the area and its people. In terms of content, the work reflects our respective backgrounds in cultural anthropology, collaborative arts practice, phonography and filmmaking. Sonically, the desire was to do more than simply enhance the visual aspect of the work. The black screen during the interviews served to highlight this thinking – as we wanted to force concentration on the stories themselves.


192 ALICJA ROGALSKA & MARTIN CLARKE

COMUNIDADES • COMMUNITIES 193


COMUNIDADES • COMMUNITIES 249

2009 Abril • April Portugal

69- 7-0:)-6% ABRIGO

Numa região onde a arquitectura tradicional sofreu enormes transformações – resultantes não só da introdução de novos materiais e técnicas de construção, mas também pela importação de modelos arquitectónicos estrangeiros – sentimos muitas vezes que existe um tempo diferente em torno das construções que ainda mantêm as características originais da região. Estas casas, muitas das quais foram abandonadas, mais que simples abrigos, foram locais essenciais da vida diária da família. Estes gestos e acções extintos ecoam ainda nos seus muros de pedra. São memórias evocadas pelas divisões vazias, relatos de habitantes que ainda as lembram vivas, objectos que, deixados para trás, nos contam histórias. Pode falar-se de um tempo diferente dentro destas casas, um tempo indiferente à nossa presença, indiferente ao presente, um tempo que nos fala da identidade do território, de uma maneira muito própria de o construir e habitar que, pelo uso dos materiais, se relaciona quase mimeticamente com

In a region where the traditional architecture has suffered enormous changes – as a result of new materials and building techniques, and the importing of foreign architectonical models – we often feel that there is a different time surrounding some buildings that still keep their original characteristics. These buildings, many of which were abandoned in recent years, being more than simple shelters, had an essential value in families’ daily lives. These extinct gestures and actions still echo on its stone walls. They are memories sprung from empty rooms, recollections of the inhabitants who still remember them living, objects left behind that tell us stories. We can say that there is a different time inside these houses, a time indifferent to our presence, indifferent to the present, a time that speaks to us about territorial identity, about a very particular way of building and inhabiting it, which, by way of its materials, connects itself with the landscape in an almost mimetic way. Starting from recollections of the inhabitants’ memories


250 RUI SILVEIRA

COMUNIDADES • COMMUNITIES 251

a paisagem natural. Partindo de relatos dos habitantes e gravações da ambiência destes locais, surge um objecto audiovisual híbrido que relaciona uma visão documental com outra linguagem mais experimental em torno do universo sonoro dos materiais usados para a sua construção – a pedra e a madeira.

and recordings of the overall environment, an hybrid audiovisual piece appeared, which relates to a documentarian approach and to a more experimental language around the sonic universe of the two main materials used for building houses – the stone and the wood.

Inicialmente interessava-me mais a parte experimental, sobretudo a parte sonora explorada em separado da imagem. O elemento documental surgiu como necessidade de responder à curiosidade da comunidade. A dupla projecção permite mostrar muito mais em menos tempo (duplica mesmo a duração) e vai no sentido de equilibrar a parte experimental com a documental.

Initially I was more interested in the experimental angle, especially in exploring sound separately from image. Its documental facet appeared as a need to respond to the curiosity from the community. The dual projection, with two parallel screens, can show much more in less time (it even doubles the duration) and intends to balance the experimental side with the documental side.


288 BIOGRAFIAS

BIOGRAPHIES 289

&-3+6%4,-)7*

&-3+6%*-%7* * As biografias apresentadas referem-se à data em que os artistas realizaram a sua residência na Binaural/Nodar. Para biografias actualizadas, é favor consultar os websites dos artistas.

AARON XIMM • USA http://www.quietamerican.org

AARON XIMM • EUA http://www.quietamerican.org Aaron Ximm, também conhecido como Quiet American, é um artista sonoro e fonógrafo. Realizou o seu primeiro trabalho a partir de gravações de campo no Outono de 1998 quando viajou através do Vietname. A música de Quiet American tem sido tocada em numerosos programas de rádio e estações de “streaming” na Internet. Já foi entrevistado por inúmeras estações de rádio públicas e o seu trabalho já surgiu em críticas nas revistas de música experimental mais importantes. O seu projecto “one-minute vacations” teve destaque no programa “The Next Big Thing” da estação WNYC e é regularmente citado em blogs e portais. O projecto resultante da colaboração de Aaron com a sua mulher, “Annapurna: Memories in Sound” recebeu o prémio “Director’s Choice Honorable Mention” no “2002 Third Coast International Audio Festival”. A série de concertos “Field Effects” que programou entre 2001 a 2005 foi premiada pelos jornais SF Weekly e San Francisco Bay Guardian. As suas gravações foram usadas em vários projectos como álbuns de Shuttle358 e Noe Venable. ARNOLD HABERL (NOID) • ÁUSTRIA http://noid.klingt.org Compositor e improvisador austríaco que utiliza quer instrumentos acústicos (violoncelo) quer electrónica. Noid tem colaborado com outros artistas sonoros como Klaus Filip, Mattin, o.blaat, erikM, etc. e com coreógrafos ou performers (João Fiadeiro, Katharina Bauer, Mariella Greil, Tetsuo Furudate e Akemi Takeya). Com a sua música ele tenta compreender a realidade sonora em que vive. Esta realidade inclui imaginações, desejos, sonhos e alucinações acústicas assim como o ruído da ventoinha do seu laptop ou o “wolf-tone” do seu violoncelo. ALICJA ROGALSKA • POLÓNIA, REINO UNIDO http://www.alicjarogalska.co.uk Alicja Rogalska é uma artista polaca, baseada no Reino Unido desde 2006. O seu trabalho utiliza a participação, fotografia e instalação, sendo que actualmente desenvolve projectos que envolvem performance e vídeo. Alicja trabalhou durante vários anos num contexto

* The presented biographies are referred to the date when the artists did their residency at Binaural/Nodar. For updated biographies, please consult the artists’ websites.

internacional, gerindo e realizando projectos artísticos na Polónia, Suécia e Reino Unido. Um dos seu projectos actuais inclui colaborações com mulheres de diversos contextos sociais da região das West Midlands, com o objectivo de criar auto-retratos. AMAYA GONZÁLEZ • ESPANHA http://amayagonzalezreyes.blogspot.com Artista galega, doutorada em Belas Artes pela Universidade de Vigo, que desde 2003 tem apresentado o seu trabalho multidisciplinar em diferentes certames, festivais e mostras individuais e colectivas quer na sua região de origem quer na restante Península Ibérica (Espanha e Portugal), Inglaterra, Alemanha, etc. A sua intervenção desenvolve-se nas áreas da fotografia, do vídeo e da performance, nomeadamente em espaços públicos, tendo a artista desenvolvido obras que aliam uma reflexão carregada de ironia sobre os códigos e comportamentos sociais a uma pesquisa sobre o olhar, convocando novos pontos de vista (num sentido literal) para ver o espaço urbano e as correspondentes acções humanas. A este título, merecem uma referência as obras em vídeo “s.t. (grua)” de 2006, “s.t. (primer ensayo para una película redonda)” e “s.t. (camión)”, ambas de 2005. ANDREA BRANDÃO • PORTUGAL Andrea Brandão nasceu em Vila Nova de Gaia em 1976 e vive em Lisboa. É licenciada em design inustrial e finalista do Curso Avançado de Artes Plásticas no Ar.Co. A sua formação complementar (teatro, vídeo, performance e dança e voz) tem vindo a ser feita em workshops com artistas portugueses e estrangeiros. Entre estes, destaca Laurent Simões, Sofia Neuparth e João Fiadeiro e em particular, na residência de investigação “Case Study” (atelier Re.al). Foi interprete no “Trio Multiplicado” do coreografo Tiago Guedes (Ciclo Como Eu e Tu) e na performance/instalação “sexyMF” de Ana Borralho e João Galante. Participou com trabalhos seus no Festival Reheat (Kleylehof, Áustria), na exposição colectiva Decrescente Fértil, na mostra Jovens Criadores 06 e no Festival X (2005).

Aaron Ximm, a.k.a. Quiet American (USA). Sound artist, phonographer. He made his first work composed from field recordings in the fall of 1998 while traveling in Vietnam. Quiet American has been played on numerous radio programs and streaming internet stations. He has been interviewed by numerous public radio stations and reviewed in print by the major experimental music magazines. His perpetually-popular one-minute vacations project was featured on WNYC’s The Next Big Thing and is regularly cited on blogs and portals. Aaron’s collaboration with his wife “Annapurna: Memories in Sound”, was awarded the Director’s Choice Honorable Mention at the 2002 Third Coast International Audio Festival. The concert series he curated and hosted from 2001-2005, Field Effects, was awarded a Best of San Francisco award from the SF Weekly and a Best of the Bay award from the San Francisco Bay Guardian. His recordings have been used in a variety of other projects, including albums by Shuttle358 and Noe Venable. ARNOLD HABERL (NOID) • AUSTRIA http://noid.klingt.org Austrian composer and improviser, using both acoustic instruments (cello) and electronics. He has collaborated with other sound artists such as Klaus Filip, Mattin, o.blaat, erikM, etc. and with choreographers or performers (João Fiadeiro, Katharina Bauer, Mariella Greil, Tetsuo Furudate and Akemi Takeya). With his music he tries to understand the reality of the sound we live in. This reality includes imaginations, wishes, dreams and acoustical hallucinations as well as the sound of the fan of his laptop or the wolf-tone of his cello. ALICJA ROGALSKA • POLAND, UNITED KINGDOM http://www.alicjarogalska.co.uk Alicja Rogalska is an artist from Poland, based in the UK since 2006. Her work utilises participation, photography and installation but she is currently planning projects that involve use of performance and video. Alicja has been working internationally for a number of years, managing and delivering arts projects in Poland,

Sweden and the UK. One of her current projects includes collaborations with women from diverse backgrounds across the West Midlands to create self-portraits. AMAYA GONZÁLEZ • SPAIN http://amayagonzalezreyes.blogspot.com Born in the Spanish region of Galicia, Amaya González has a PhD in Fine Arts at the University of Vigo. Since 2003 she has been presenting her multidisciplinary work in different events, festivals and exhibitions, either individually or collectively, spanning from the Galician region, to the rest of the Iberian Peninsula (Portugal and Spain), England, Germany, etc. Amaya develops her work in the areas of photography, video and performance, namely in public spaces, having the artist created several pieces that combine a reflection full of irony on the codes and social behaviors with a research on the act of looking, summoning new perspectives (literally) to see the urban space and the corresponding human actions. In this particular, are worth being mentioned the video pieces “s.t. (crane)” from 2006, “s.t. (first essay for a round movie”)” and “s.t. (truck)”, both from 2005. ANDREA BRANDÃO • PORTUGAL Andrea Brandão is a Portuguese visual artist born in Vila Nova de Gaia and living in Lisbon. Holding a B.A. in industrial design, she later studied fine arts at Ar.Co (Arts and Visual Communication Center). As complementary activities she has been participating in several workshops of theatre, video, performance, dance and voice, directed by Laurent Simões, Sofia Neuparth and João Fiadeiro. It is worth mentioning her participation as performer in the dance piece “Trio Multiplicado” directed by the choreographer Tiago Guedes and in the performance/installation “sexyMF” of Ana Borralho and João Galante. Andrea has presented her visual/installation/performance pieces in other several collective exhibitions and screenings, both in Portugal and Austria.


290 BIOGRAFIAS

ANTÓNIO PEDRO • PORTUGAL Nascido em Lisboa, António Pedro é licenciado em Sociologia e estudou música na Drummers Collective, NY, em diversas escolas de Jazz e com músicos portugueses e estrangeiros (Zé Eduardo, Nuno Rebelo, John Riley, etc.). É baterista, percussionista, multi-instrumentista e compõe para teatro, cinema, vídeo e dança. Dirigiu a banda performativa Bigodes Band, inspirada na música de Nino Rota para Fellini, que actuou em festivais em Portugal, Espanha e Bélgica. Compôs, entre outros, para as companhias de dança belgas Compagnie Le Luxe (“La raine 27”) e Compagnie Sac a Dos (“Memoires d’une arbe”) e para a peça “Carrada de Bestas” do Teatro Regional da Serra de Montemuro. Actualmente dirige o seu projecto mutante de filmes-concerto DÛ, compõe a música da longa metragem “Águas Mil” de Ivo Ferreira. BEN OWEN • EUA http://benowen.org Ben Owen é um artista sonoro oriundo dos EUA. Formou-se em História da Arte e BFA Studio Art (escultura e serigrafia) pela Virginia Commonwealth University. É um investigador, explorador e ilustrador das propriedades físicas do mundo em que vivemos. O seu trabalho com diversos media, como o som, o vídeo e a litografia, é motivado pelo desejo de compreender profundamente a vida interior dos materiais com que trabalha, mais do que um impulso de sentir o seu carácter e vida interior. Neste momento, o seu trabalho inclui performances baseadas em partituras visuais, colaborações áudio e vídeo. Tem realizado diversas performances em museus, festivais e galerias de Nova Iorque, Brooklyn, Califórnia, Tóquio e Berlim. CÉDRIC ANGLARET • FRANÇA http://cedric.anglaret.free.fr Cédric Anglaret é um performer baseado em Paris com um foco em acções (ou não-acções) no espaço público, carregadas de ironia e por vezes praticamente invisíveis para o transeunte. Nas palavras de Cédric: “A minha posição como artista é a minha posição como humano. Não sou diferente dos demais. O meu trabalho é composto de uma variedade de proposições e convites para acções, experimentos e micro-eventos. Alguns são colectivos, muitos são individuais. Um passeio de meia hora com os olhos vendados, um passeio em que cada parâmetro é definido ao acaso, quarenta minutos de imobilidade numa sala de espera, convites para partilhar um sorriso, um passeio muito lento num dia de trabalho… Assim que o convite é enviado através de flyers, anúncios classificados, na rádio ou de boca em boca, todos os interessados podem contactar-me. Eles são o público.” CHRISTINE NIEHOFF • ALEMANHA Christine Niehoff é uma artista alemã baseada em Berlim que trabalha nos domínios da instalação e vídeo. Tem apresentado o seu trabalho em certames na Europa e EUA (One-Minute-Film Festival – Suiça, Terrace Gallery – Londres, Festival Zemos98 – Espanha, para nomear alguns). Uma das suas preocupações temáticas é a ameaça à vida tal como a conhecemos, não só provocada pelo desastre ambiental mas também pelo carácter precário do mundo urbano e globalizado e tecnológico.

BIOGRAPHIES 291

DENNIS BÁTHORY-KITSZ • EUA http://maltedmedia.com/people/bathory Dennis Báthory-Kitsz (EUA) nasceu em 1949 e é compositor, autor, editor, professor e tecnólogo. Está envolvido no avanço das artes e tecnologia de um ponto de vista humanista e experimental. Dennis compôs música para espectáculos de “vaudeville”, orquestras, esculturas sonoras, solistas, fita magnética e electrónica, dança, ambientes multimédia e eventos de performance. Decidiu profissionalizar-se na área da música e do som quando dirigiu o Dashuki Music Theatre (“Plasm over ocean” e “Stoneworld/Grey”) e Il Gruppo Nuke Jitters (“Echo”). Dirige a extremamente eclética cooperativa de artistas Malted/Media e compôs música para orquestra, grupos de câmara e solistas tendo alguns deles realmente tocado a sua música. A sua peça “Detritus of Mating”, uma paisagem sonora electroacústica, tem a duração de 27 anos. Compôs recentemente as peças “iskajtbrz” para sons electrónicos; “Spammung”, para voz e electrónica; “LiquidBirds” para 3 theremins, 3 vozes, e vídeo; “Northsea Balletic Spicebush” para contrabaixo solo; “Genial Music” para cordas, piccolo, e glockenspiel; e “Glossolalia”, uma série de estudos. Vive em Northfield, Vermont. A sua música é publicada pela Westleaf Edition. DUNCAN WHITLEY • REINO UNIDO http://www.shotgunsounds.com Duncan Whitley licenciou-se em Belas Artes na Universidade de Kingston, onde estudou entre 1996 e 1999, trabalhando quase exclusivamente em instalações sonoras. Nos anos seguintes o seu trabalho continuou a focar-se em intervenções “site specific”, produzindo um corpo de trabalho apresentado quer em espaços artísticos convencionais como em “espaços não artísticos” (desde ambientes domésticos, passando por apartamentos abandonados, até igrejas Anglicanas). A partir de 2004 a sua prática concentrou-se em gravações sonoras de campo estéreo e multi-canal, desenvolvendo um arquivo significativo de projectos na área da fonografia. O seu trabalho sonoro documenta os rituais associados a eventos sociais: as procissões altamente formais da Semana Santa em Sevilha; as dinâmicas dos adeptos em várias ligas do futebol Inglês; os processos de demolições controladas de edifícios de apartamentos em Inglaterra e na Escócia. EVELYN MÜÜRSEPP • ESTÓNIA http://maaheli.ee/eku Evelyn Müürsepp, é uma artista visual oriunda da Estónia. É licenciada em Belas-artes pela Universidade de Tartu e um dos coordenadores do MoKS, um centro de residências artísticas em Mooste. Evelyn colabora com o artista John Grzinich em diversos projectos combinando artes sonoras e visuais e tem apresentado o seu trabalho em mostras individuais (maioritariamente de artes gráficas, pintura, fotografia, instalações “site-specific”) em galerias e festivais nos países bálticos e Norte da Europa. FRANCISCO JANES • PORTUGAL (1981, Lisboa) Estudou literatura na faculdade de letras, concluiu o Curso Avançado de Fotografia na Ar.Co. Nos seus projectos trabalha com fotografia, vídeo, composição sonora (na área dos “field recordings” e da música concreta) objectos e instalações

ANTÓNIO PEDRO • PORTUGAL Born in Lisbon, António Pedro has a degree in sociology and studied music in Drummers Collective, NY, in several jazz schools and with musicians such as Zé Eduardo, Nuno Rebelo and John Riley. He is a drummer, percussionist, multi-instrumentist and composes for theatre, video and dance. He has directed the performance ensemble Bigodes Band, inspired by the music of Nino Rota for Fellini’s movies, with whom he performed in several festivals across Portugal, Spain and Belgium. He composed, among others, for Belgian dance companies (Compagnie Le Luxe (“La raine 27”) and Compagnie Sac a Dos (“Memoires d’une arbe”), for theatre companies (“Carrada de Bestas” for Teatro Regional da Serra de Montemuro). Presently he directs his mutant project of film-concerts (“DÛ”) and composes for the feature film “Águas Mil” directed by the Portuguese filmmaker Ivo Ferreira. BEN OWEN • USA http://benowen.org Ben Owen is an American sound artist. He graduated in Art History and BFA Studio Art (sculpture and printmaking) Virginia Commonwealth University. Ben Owen is an investigator, explorer and illustrator of the physical properties of the world we inhabit. His work across multiple media, including sound, video and, importantly, stone litho printmaking, is motivated by a desire to more deeply understand the inner life and character of the materials he Works with, rather than an impulse to control or implement them. Ben’s current work includes improvised and graphic score based performance, audio and video collaborations. He has been involved in a considerable number of performances in museums, festivals and galleries in cities like New York, California, Tokyo and Berlin. CÉDRIC ANGLARET • FRANCE http://cedric.anglaret.free.fr Cédric Anglaret is a Paris-based performance artist with a focus on public space actions (or non-actions), charged with irony and sometimes almost invisible to the passer-by. In Cédric’s own words: “My stance as an artist is my stance as a human. I am not different from the others. My work is composed of a variety of propositions and invitations to actions, experiments or micro-events. Some are collective many are individuals. A thirty minutes blindfolded walk, a walk of which every parameter is defined randomly, forty minutes of immobility in a waiting room, invitations to share a smile, extremely slow walk on a daily journey… Once the invitation is sent via flyers, classifieds advertisements, radio or word of mouth anyone interested can contact me. They are the public.” CHRISTINE NIEHOFF • GERMANY Christine Niehoff is a Berlin-based German visual artist working in the fields of installation and video. She has presented her work in many festivals and galleries across Europe and the USA (One-Minute-Film Festival – Switzerland, Terrace Gallery – London, Zemos98 Film and Video Festival – Spain to name a few). One of her thematic concerns is the threat to life as we know it, not only by environmental disaster but also by the precariousness of the globalized, technological urban world itself.

DENNIS BÁTHORY-KITSZ • USA http://maltedmedia.com/people/bathory Dennis Báthory-Kitsz was born in 1949 and is a composer, author, editor, teacher, and technologist. He is engaged in the advancement of arts and technology from both a humanist and experimental perspective. Dennis has composed music for vaudeville shows, orchestras, sound sculptures, soloists, tape & electronics, dancers, multimedia environments, and performance events. He has finally decided to make his income via music and audio, while he has directed the Dashuki Music Theatre (“Plasm over ocean” and “Stoneworld/Grey”) and Il Gruppo Nuke Jitters (Echo), runs the awkwardly eclectic arts coop Malted/Media, and has composed for real-people squawkers such as orchestras, chamber ensembles and soloists – some of whom have actually played his music. His “Detritus of Mating”, an electroacoustic soundscape, is 27 years long. He has recently completed “iskajtbrz” for electronic sounds; “Spammung” for voice and electronics; “LiquidBirds” for 3 theremins, 3 voices, and video; “Northsea Balletic Spicebush” for solo string bass; “Genial Music” for strings, piccolo, and glockenspiel; and several of his continuing “Glossolalia” studies. He lives in Northfield, Vermont. His music is published by Westleaf Edition. DUNCAN WHITLEY • UNITED KINGDOM http://www.shotgunsounds.com Duncan Whitley studied BA Hons Fine Art at Kingston University from 1996 to 1999, where he worked almost exclusively with sound installation. In the following years his work continued with a focus on site-specific interventions, producing work in both sanctioned art spaces and “non-art spaces” (from domestic environments, to derelict flats, to Church of England churches). From 2004 his practice shifted towards stereo and multichannel “field recording”, developing a significant archive of project-specific phonographic studies. His sound recording work documents the ritual of social events: the highly formalised Semana Santa processions in Seville; football spectatorship across different tiers of the British football league; the controlled demolition of high-rise flats in cities around England and Scotland. EVELYN MÜÜRSEPP • ESTONIA http://maaheli.ee/eku Evelyn Müürsepp, is an Estonian visual artist. She holds a B.A in Fine Arts by the University of Tartu and is one of the coordinators of MoKS, an art residency center in Mooste. Evelyn collaborates with the sound artist John Grzinich in several projects combining sound and visual arts, and she has presented her solo works (mainly graphic art, painting, photography, site-specific installations) in galleries and festivals in several Baltic and northern Europe countries. FRANCISCO JANES • PORTUGAL (1981, Lisbon) Studied literature at Lisbon University. Finished the Advanced Photography Bachelor program at Ar.Co School in Lisbon. In his projects he works with photography, video, sound (in particular the areas of field recording and concrete music), objects and mixed-media installations. The central focus of his


292 BIOGRAFIAS

pluridisciplinares. O ponto focal do seu trabalho é a questão da percepção e dos mecanismos fenomenológicos da consciência, bem como as noções particulares de cisão e fronteira. Francisco Janes foi o vencedor da Bolsa Ernesto de Sousa relativa a 2008, atribuída pela Experimental Intermedia Foundation de Phil Niblock e pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento. IGNACIO MARTINEZ • ESPANHA Ignacio Martinez é oriundo de Espanha e trabalha nos domínios da música e escultura. É licenciado em Belas Artes pela Universidade Complutense de Madrid e tem apresentado vários projectos musicais e teatrais audiovisuais em Espanha. JASON KAHN • EUA, SUÍÇA http://jasonkahn.net Jason Kahn actua quer a solo quer de forma colaborativa, usando percussão, sintetizador analógico ou computador, em combinações variáveis. Para grupos de improvisação dirigida, construiu um sistema próprio de notação gráfica. Concebe ainda instalações sonoras para espaços específicos. Estas centram-se em questões ligadas à percepção do espaço através do som. Em 1997, fundou a editora independente de CD “Cut”, tendo produzido até à data vinte e cinco CD’s, do próprio trabalho e de outros artistas. JOANA NASCIMENTO • PORTUGAL Joana Nascimento é uma artista visual portuguesa. Licenciou-se em Artes Plásticas – Escultura pela Faculdade de Belas Artes do Porto, onde actualmente desenvolve uma investigação intitulada “Territorialização dos Espaços, [In]Visibilidades – Uma Abordagem ao Espaço e Tempo Performativo nas Práticas Artísticas para o Espaço Público”, no âmbito do segundo ano do Mestrado em Arte e Design para o Espaço Público. Em 2006/07 Obteve formação extracurricular em Cenografia e Intermedia na Akademia Sztuk Pieknych w Krakowie, Polónia. Faz parte do colectivo multidisciplinar “Inner-city”, cujos interesses se centram em abordagens locais ao espaço público e participou em várias exposições colectivas em Portugal, Espanha e Polónia.

BIOGRAPHIES 293

JURATE JARULYTE • LITUÂNIA http://www.jurateweiss.net Nasceu em Joniškis, Lituânia, vivendo e trabalhando na Lituânia e na Alemanha. Detém um mestrado em pintura e teoria da arte pela Academia de Belas-Artes de Vilnius e desde 1995 tem desenvolvido inúmeros projectos de artes visuais, nomeadamente trabalhos “site-specific” em ambientes naturais os quais apresentou em festivais e galerias nos países bálticos e na Alemanha. KEIKO UENISHI (A.K.A. O.BLAAT) • JAPÃO, EUA http://obla.at Keiko Uenishi é uma artista sonora e compositora baseada em Brooklyn, Nova Iorque. É membro principal do colectivo SHARE e é conhecida por criar ambientes sonoros diversificados resultantes da sua infatigável procura em eliminar a presença física do performer, alterando em última instância as situações de escuta. Depois de ter efectuado durante vários anos performances com um dispositivo electrónico da sua construção (“tapboard effector soundsystem”), Keiko tem nos últimos anos explorado a mobilidade do Powerbook. As suas performances e instalações têm sido apresentadas em museus, salas de espectáculo, galerias e festivais em inúmeros países dos vários continentes. Recentemente completou uma instalação de luz e som, interactiva e “site-specific”, denominada “Aboard:Filip2”, criada para um contentor de carga situado na Fortescue Avenue Gallery, Londres em Julho de 2005. LEZLI RUBIN-KUNDA • ISRAEL http://www.lezlirubinkunda.com É uma artista multidisciplinar israelita que trabalha nas áreas da performance, instalação, fotografia e desenho. A sua prática nos últimos 10 anos tem-se focado em projectos “site-specific” explorando um ambiente através da intervenção directa, usando o seu corpo e os materiais disponíveis do local para desenvolver acções e criar configurações temporárias. O seu trabalho tem sido apresentado em festivais de performance, vídeo e multidisciplinares em diversos locais de Israel, Europa e América do Norte. LUCIANA OHIRA & SERGIO BONILHA • BRASIL

JOHN GRZINICH • EUA, ESTÓNIA http://maaheli.ee http://moks.ee John Grzinich é um artista “mixed-media” que tem trabalhado desde o início dos anos 90 fundamentalmente nas áreas da composição sonora, performance e instalação. Já actuou e trabalhou em projectos um pouco por toda a Europa e EUA e tem publicados vários CD’s em etiquetas como a Staalplaat (NL), Edition Sonoro (UK), SIRR (PT), CUT (CH), CMR (NZ), erewhon (BE), Intransitive Recordings (US), Orogenetics (US), Elevator Bath (US), Pale-Disc (JP), Digital Narcis (JP), e Cloud of Statics (CH). Actualmente John é o coordenador do media lab do MoKS – Centro para a Arte e Prática Social, um centro de residências artísticas no sudeste da Estónia.

Luciana Ohira (1983) e Sergio Bonilha (1976), nascidos e envelhecidos na Cidade de São Paulo (Brasil), são licenciados em Artes Visuais pela Universidade de São Paulo e mestrandos do Programa “Poéticas Visuais” na mesma Universidade. Em conjunto, já apresentaram suas traquitanas em três dos quatro cantos da Terra. MAILE COLBERT • EUA http://www.mailecolbert.com Maile Colbert (USA) é uma artista sonora e vídeo que actualmente trabalha em Los Angeles, Califórnia. É graduada pelo Studio for Interrelated Media do Massachusetts College of Art, e pós-graduada em Integrated Media/Film and Video pelo California Institute of the Arts. Os seus trabalhos foram já apresentados e exibidos em múltiplos locais e eventos como o The New York Film Festival, LACE Gallery, MOMA New York, Los Angeles County Museum of

work is perception and the phenomenological processes of consciousness, and the particular notions of boundary and scission. Francisco Janes won the Ernesto de Sousa Scholarship for 2008, granted by Phil Niblock’s Experimental Intermedia Foundation and the Luso-American Foundation. IGNACIO MARTINEZ • SPAIN Ignacio Martinez is a Spanish musician and sculptor. He holds a degree in Fine Arts by the Complutense University of Madrid and has been presenting several musical and theatrical projects throughout Spain. JASON KAHN • USA, SWITZERLAND http://jasonkahn.net Kahn performs both solo and in collaborations, using percussion, analog synthesizer or computer in different combinations. For larger groups of directed improvisation he has devised a system of graphical scores. Kahn creates his sound installations for specific spaces. The focus of these primarily non-visual works lies in the perception of a space through sound. In 1997 Kahn founded the independent CD label “Cut,” producing to date twenty-five CD’s, both of Kahn’s own work and other artists.

JURATE JARULYTE • LITHUANIA http://www.jurateweiss.net Born in Joniškis, Lithuania and lives and works in Lithuania and Germany. She holds an MA in painting and art theory by the Vilnius Academy of Fine Arts. Since 1995, Jurate has developed many visual arts projects, namely site-specific works in natural environments that were presented in festivals and galleries on the Baltic countries and Germany. KEIKO UENISHI (A.K.A. O.BLAAT) • JAPAN, USA http://obla.at Keiko Uenishi is based in Brooklyn, New York and works as a sound artist, composer and core member of SHARE collective. (http://share.dj). She is known for creating various interactive audio environments resulting from her ceaseless pursuits of erasing the performer’s presence and ultimately altering listening situations. After performing with a unique, hand-made electronic “tapboard effector soundsystem” for several years, Keiko has been exploring the Powerbook’s mobility. Her performances and installations have appeared at many museums, clubs, galleries and festivals worldwide. Most recently, she completed a site-specific audio/light interactive installation, “Aboard:Fillip2” created for a cargo-container at Fortescue Avenue Gallery, London in July 2005.

JOANA NASCIMENTO • PORTUGAL Joana Nascimento is a Portuguese visual artist. She holds a BSc in Fine Arts – Sculpture by the Fine Arts Faculty of Oporto, where she is currently developing an investigation called “Territorialization of Spaces, [In] Visibilities – An approach to performative Space and Time in Artistic Practices for Public Space”, in 2nd year Master of Art and Design for the Public Space. In 2006/07 she studied Scenography and Intermedia at Akademia Sztuk Pieknych w Krakowie, Poland. She is also a member of the “Inner-city” multidisciplinary working group, whose main concerns are local approaches to public space and she participated in several collective exhibitions in Portugal, Spain and Poland.

LEZLI RUBIN-KUNDA • ISRAEL http://www.lezlirubinkunda.com She is an Israeli multidisciplinary artist working in performance, installation, photography and drawing. Her practice in the last 10 years has focused on site-specific projects exploring an environment through direct exploration, using her body, and the available materials of the site to carry out actions and to create temporary configurations. She has presented her work throughout Israel, Europe and North America in performance, video and multidisciplinary festivals. LUCIANA OHIRA & SERGIO BONILHA • BRAZIL

JOHN GRZINICH • USA, ESTONIA http://maaheli.ee http://moks.ee John Grzinich is a mixed-media artist who has worked primarily with sound composition, performance and installation since the early 1990s. He has performed and worked on projects extensively throughout Europe and the US and has published a number of CDs of his compositions on such labels as Staalplaat (NL), Edition Sonoro (UK), SIRR (PT), CUT (CH), CMR (NZ), erewhon (BE), Intransitive Recordings (US), Orogenetics (US), Elevator Bath (US), Pale-Disc (JP), Digital Narcis (JP), and Cloud of Statics (CH). Currently John is a project and media lab coordinator for MoKS – Center for Art and Social Practice, an artist-run international residency center and project space in southeast Estonia.

Luciana Ohira (1983) and Sergio Bonilha (1976) were born and grew older in the city of São Paulo and they both hold a degree in Visual Arts by the São Paulo University. They currently attend a Master in Visual Poetics on the same university and have presented their machineries in three of the world’s four corners. MAILE COLBERT • USA http://www.mailecolbert.com Maile Colbert (USA) is a filmmaker, video, and sound artist currently working in Los Angeles, California. She holds a BFA in The Studio for Interrelated Media from Massachusetts College of Art, and a MFA in Integrated Media/Film and Video from the California Institute of the Arts. She has had multiple screenings, exhibits, and shows, including The New York Film Festival, LACE Gallery, MOMA New York, Los Angeles County Museum of Art, the REDCAT Theater in Los Angeles, The Portland International Documentary and Experimental Film Festival, and a two-week multi-media tour in Japan.


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Art, REDCAT Theater em Los Angeles, The Portland International Documentary and Experimental Film Festival, e numa tournée multimedia de duas semanas pelo Japão. MAKSIMS SHENTELEVS • LETÓNIA Maksims Shentelevs (my-ym), nascido em Riga, Letónia, é um arquitecto, fonografista e artista sonoro que define a paisagem sonora como um campo de actividade denso e auto-referente, moldado pelo movimento sobreposto de objectos no espaço. Começou a trabalhar com “field recordings” em 2002 focando-se na recolha sonora enquanto política não intervencionista de observação de modelos estruturais naturais. Os estudos de campo são tomados como material de base para posterior modelização em estúdio das paisagens sonoras. Maksims interessa-se predominantemente por biótipos referentes a habitats de insectos e outras pequenas criaturas. Presentemente Maksims está envolvido na construção de instrumentos acústicos e electroacústicos e de objectos sonoros, enquanto ferramentas para um discurso recíproco com a natureza. Desde 2003 que Maksims participa em residências e festivais na Letónia, Estónia, Finlândia, Portugal, etc., tendo em 2007 organizado em Riga o festival “Mijatmina”, dedicado a paisagens sonoras e a texturas vídeo. MANUELA BARILE • ITÁLIA, PORTUGAL http://www.manuelabarile.com Manuela Barile é uma artista multidisciplinar e performer vocal italiana que vive e trabalha em Portugal. A sua pesquisa artística é baseada numa lógica de concepção de projectos que combina composições vocais baseadas na utilização de “extended vocal techniques” focalizadas na relação entre voz, paisagem sonora e propriedade acústicas dos lugares com diferentes media (performance, gravações de campo, rádio, vídeo, fotografia). A mesma é desenvolvida sobre e para os lugares, tendo em conta vários aspectos, como a conformação natural do território, da tradição, da memória, das simbolizações rituais e sacras depositadas na terra como sinais indeléveis. Manuela Barile é co-directora artística da Binaural/Nodar, uma associação cultural portuguesa que se dedica à promoção de som e artes intermédia desenvolvida num contexto rural. MARIA IDÍLIA MARTINS • PORTUGAL, VENEZUELA Artista portuguesa, vivendo há largos anos na Venezuela, onde estudou e desenvolve o seu trabalho. Com formação universitária recente em artes plásticas, ramo de escultura, tem um percurso diversificado de mais de 20 anos de estudos e de exposições colectivas de fotografia, escultura, instalação e cerâmica. Com a sua última exposição individual, a instalação site-specific “Espacio Vivido” que decorreu no Centro de Estudos Latinoamericanos de Caracas, a qual se baseou na utilização de elementos perceptuais no espaço escultórico, a artista pretendeu interpelar as formas de ver, convocando o olhar como construção de novas linguagens, a partir de estruturas que parecem esgotadas num transitar quotidiano.

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MARTA BERNARDES • PORTUGAL Marta Bernardes é uma artista portuguesa baseada em Espanha que trabalha nos domínios da performance e artes visuais e sonoras. Detém o Mestrado em Psicanálise e Filosofia da Cultura pela Faculdade de Filosofia de Madrid. Tem realizado diversos Workshops em Espanha, Portugal, Holanda e Bélgica e apresentado performances em várias galerias portuguesas. MARTIN CLARKE • REINO UNIDO http://www.rockscottage.net Martin Clarke é um artista sonoro e realizador vídeo, baseado em Birmingham desde 2003. O seu trabalho faz uso de materiais ambientais para criar espaços não representacionais semi-abstractos, nos quais os sons são tratados como se fossem filmados, com profundidades de campo variáveis, e as imagens são tratadas como sons, estratificadas e compostas. Alguns dos seus recentes projectos incluem a participação no “The Sound of Snow and Ice for Gruenrekorder”, “The Urban Lighthouse for Architecture Week 2006” e “Voyager”, um trabalho sonoro e vídeo de larga escala. MELANIE VELARDE • AUSTRÁLIA, ALEMANHA http://www.melanievelarde.com Melanie Velarde é uma artista sonora Australiana baseada em Berlim. Tem um Mestrado em Novas Artes Media (estudos sonoros) pela Universidade RMIT de Melbourne. Tem utilizado essencialmente gravações de campo para produzir texturas sonoras e sensuais que podem ser experienciadas dentro de um espaço definido, habitualmente na forma de instalações sonoras e de vídeo bem como de performance. O seu trabalho tem sido apresentado em galerias e festivais na Austrália, China, Dinamarca e Alemanha, assim como em emissões de arte radiofónica. NILO GALLEGO • ESPANHA Músico nascido em León, Espanha. Toca bateria, percussão e electrónica. Criador de inúmeras acções sonoras (em cenários rurais e urbanos, espaços públicos ou para apresentações em palco), participa regularmente em festivais internacionais e eventos como músico e performer. Já partilhou o palco com músicos, coreógrafos e performers como Pablo Rega, Africa Navarro, Patricia Lamas, Chefa Alonso, Markus Breuss, Günter Heinz, Wade Matthews, Phil Durrant, etc. Participou igualmente em orquestras de improvisação dirigidas por by Peter Kowald, Butch Morris, Lê Quan Ninh, Wolfgang Fuchs, Dave Tucker e Roland Ramanan. Nilo Gallego é membro da Asociación Musica Libre, dedicada à música improvisada em Espanha, bem como do colectivo Piensan Las Manos (juntamente com Chus Domínguez e Marino García), especializado em cinema documental de cariz etnográfico. Realizou ainda várias bandas sonoras para teatro, instalações e dança contemporânea. No ano de 2003 coordenou e interpretou o projecto “Yavestruz comoandamios parecementerio” (música e acção improvisada sobre andaimes de obra em espaços públicos), em 2004 dirigiu em León o “Taller espontáneo de pequeñas nadas” (workshop de acções de rua

MAKSIMS SHENTELEVS • LATVIA Maksims Shentelevs (my-ym) was born in Riga, Latvia, and is an architect, phonographer and sound artist who defines soundscape as a dense self-referent field of activity shaped by overlapping motion of objects in space. Started field recording in 2002 focusing on sound gathering as non-intervention policy for observation of structural models in nature. Field studies become a basic material for following soundscape modeling in studio. Predominantly interested in biotopes referring to habitats of insects and small creatures. Presently Maksims is involved in self-made acoustic and electroacoustic instruments and sound objects as tools for mutual discourse with nature. Since 2003 Maksims has participated in several residencies and festivals in Latvia, Estonia, Finland, Portugal, etc., and in 2007 he organized in Riga the “Mijatmina” festival, dedicated to soundscapes and video textures. MANUELA BARILE • ITALY, PORTUGAL http://www.manuelabarile.com Manuela Barile is an Italian multidisciplinary artist and vocal performer that leaves and works in Portugal. Her artistic research is based on a project-oriented work that combines vocal compositions based on extended vocal techniques focused on the relation between voice, soundscape and acoustic properties of the place with different media (performance art, field recordings, video, photography). It is developed on and for places, taking in account several aspects, such as the natural conformation of the territory, tradition, memory, ritual and sacred symbolizations deposited as indelible signs in the ground. Manuela Barile is the co-artistic director of Binaural/Nodar, a Portuguese cultural organization dedicated to the promotion of sound and media arts in a rural context. MARIA IDÍLIA MARTINS • PORTUGAL, VENEZUELA Marilídia Martins is a Portuguese born visual artist living in Venezuela, where she studied and presently develops her work. Having recently obtained a degree in fine arts (sculpture), she has more than 20 years of studies and collective exhibitions of photography, sculpture, installation and pottery. With her last individual exhibition, the site-specific installation “Espacio Vivido” (“Lived Space”) that took place in the Center for Latin-American Studies of Caracas and that was based on the use of perceptual elements in the sculptural space, the artist aimed to put in discussion the ways to see, convoking the look as a construction of new languages, from structures that seem to be run out in a daily transiting. MARTA BERNARDES • PORTUGAL Marta Bernardes is a Portuguese artist based in Spain who works in the areas of performance and audiovisual arts. She holds a Master Degree in Psychoanalysis and Philosophy of Culture by the Philosophy Faculty of Madrid. She has been attending workshops in Spain, Portugal, Netherlands and Belgium and has presented performances in several Portuguese venues.

MARTIN CLARKE • UNITED KINGDOM http://www.rockscottage.net Martin Clarke is a sound artist, recordist and filmmaker, based in Birmingham since 2003. His work makes use of environmental material to create semi abstract non-representational spaces where sounds are treated as though filmed, with varying depths of field and images are treated as sounds, layered and composed. Recent projects include participation in The Sound of Snow and Ice for Gruenrekorder, The Urban Lighthouse for Architecture Week 2006, and Voyager, a large-scale sound and video work. MELANIE VELARDE • AUSTRALIA, GERMANY http://www.melanievelarde.com Melanie Velarde is an Australian sound artist currently living in Berlin. She received a Master in New Media Art (Sound Studies) from RMIT, Melbourne Australia in 2001. She has been using mainly field recordings to produce audio/sensual textures that can be experienced within a defined space, usually in form of sound and video installations as well as performance. Her work has been presented in galleries and festivals throughout Australia, China, Denmark, Germany, etc. as well as in art radio broadcasts. NILO GALLEGO • SPAIN Musician and performer, plays drums, percussion and electronics. Creator of numerous sound actions (in rural and urban scenarios, in public spaces and on stage). Nilo has participated regularly in a great amount of international festivals and events as musician and performer. He also shared stage improvising with musicians, dancers or performers such as Pablo Rega, Africa Navarro, Patricia Lamas, Chefa Alonso, Markus Breuss, Günter Heinz, Wade Matthews, Phil Durrant, etc. Besides he has participated in improvisation orchestras directed by Peter Kowald, Butch Morris, Lê Quan Ninh, Wolfgang Fuchs, Dave Tucker and Roland Ramanan. He is a member of the Música Libre collective, dedicated to the improvised music in Spain. Also, at León, he belongs to the Piensan Las Manos collective (next to Chus Domínguez and Marino García), specialized in documentary films. Nilo Gallego has created several soundtracks for theatre, installations and contemporary dance. In 2003 he coordinated and performed in the project “Yavestruz comoandamios parecementerio” (music and action improvised on scaffolds in public works). In 2004 he directed in León the workshop “Taller Espontáneo de Pequeñas Nadas” (specialised in street performances) and in 2005 the sound art workshop “Suénate los Mocos” at the Museum of Contemporary Art of León (MUSAC). PEETER LAURITS • ESTONIA http://www.peeterlaurits.com Peeter Laurits (1962) is an Estonian visual artist whose work is developed around photography. He carried his studies in the cities of Tallinn, Tartu, San Petersburg and New York. He has been exhibiting his work internationally since 1989. He was co-founder of the art collectives DeStudio and Open Valley Studio. Some of Peeter Laurit’s


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e performances) e em 2005 o workshop de arte sonora “Suénate los Mocos” no MUSAC – Museu de Arte Contemporânea de León. PEETER LAURITS • ESTÓNIA http://www.peeterlaurits.com Peeter Laurits (1962) é um artista visual nascido na Estónia, cujo trabalho se centra à volta da fotografia. A sua formação foi realizada nas cidades de Tallinn, Tartu, São Petersburgo e Nova Iorque. Desde 1989 que exibe a sua obra internacionalmente. Foi co-fundador dos colectivos artísticos DeStudio e Open Valley Studio. Trabalhos seus fazem parte da colecção do Estonian Art Museum, Tartu Art Museum, KIASMA, colecção Norton Dodge e muitas outras colecções públicas e privadas. Actualmente vive numa floresta do sul da Estónia, situada no vale Kütiorg.

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publicadas em editoras como Universinternational, And-Oar, Picomedia e Entr’acte), projectos de escuta em diversas cidades, instalações sonoras e peças experimentais para rádio. SATOSHI MORITA • JAPÃO, ALEMANHA http://www.sonicspacelabs.com Satoshi Morita é um artista sonoro Japonês baseado em Berlim. É formado em Estudos Sonoros pela Universidade de Artes de Berlim. Tem apresentado inúmeras instalações sonoras em galerias, museus e espaços não convencionais na Áustria, Inglaterra e em diversos locais da Alemanha. Desenvolve ainda peças para rádio em prestigiadas emissões de arte rádio (WDR 3, Deutchlandradio Kultur, etc.) Obteve uma menção honrosa no Prix Ars Electronica de 2008. SÉRGIO CRUZ • PORTUGAL, REINO UNIDO

RUI COSTA • PORTUGAL http://www.myspace.com/ruigcosta Rui Costa é um artista sonoro baseado em Lisboa, Portugal. Ele apresentando publicamente o seu trabalho desde 1998. Ele é membro fundador e director artístico da Binaural/Nodar. Ele desenvolveu uma série de trabalhos sonoros focados na tradução para o domínio sonoro de outras realidades, como a experiência turística de Lisboa (“Sighseeing for the Blind”) e um relato de uma viagem de comboio (“Le Train de Bordeaux”, baseado num conto de Marguerite Duras). Rui Costa colaborou com o músico espanhol Iñaki Ríos, com quem desenvolveu sistemas de composição electrónica programados em Max/MSP, Lisa e Csound e desenvolveu uma série de obras “site-specific” em Nodar. Em 2007, iniciou uma colaboração com a performer vocal Manuela Barile com um projecto intitulado “La Scatola”, que foi concebido como uma série de instalações e performances audiovisuais. Rui Costa é um orador regular em conferências e dá workshops dedicados à arte sonora. RUI SILVEIRA • PORTUGAL http://www.ruisilveira.com Rui Silveira nasceu em Campo Maior em 1983 e vive em Lisboa. É licenciado em Design de Comunicação na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Desenvolve trabalhos na em vídeo e marcou presença na Critics’ Week e no Short Film Corner 2011 (Cannes), no Junho das Artes 2010 (Óbidos), nos Rencontres Internacionales 08/09 (Paris, Madrid e Berlim) e na Mostra Jovens Criadores 2009 (Évora). Participou também nas exposições Panoptic 2010 (Rockland Maine), (Des)Construção Narrativa 09 (Lisboa) e Nodar: Território Inscrito 09 (Viseu). Recebeu o prémio melhor curta no festival Vista Curta 2010 (Viseu). Foi representado também nos festivais Text Festival 09 (Bury) e Collision 08 (Londres). SAMUEL RIPAULT (A.K.A. PALI MEURSAULT) • FRANÇA http://www.palimeursault.net É artista sonoro e especialista em gravações de campo. É co-fundador da editora de música experimental Universinternational e membro do colectivo Ici-Même Art em Grenoble. Desde o início do século que tem criado inúmeras obras sonoras (algumas das quais

Sérgio Cruz é um artista/realizador, designer de som e editor independente. Nasceu em Vila Nova de Famalicão e licenciou-se em Som e Imagem na Escola de Artes da Universidade Católica do Porto. Em 2005 mudou-se para Londres onde tirou os Mestrados em Artes de Vídeo Dança na London Contemporary Dance School e em Artes Plásticas na Central Saint Martins. Desde 2004 que tem vindo a trabalhar como criador vídeo e designer de som para peças de dança, instalações e filmes, tendo realizado até à data sete obras próprias. Tem também trabalhado como coreógrafo e intérprete de dança e VJ. Ganhou diversos prémios entre os quais o de Jovens Criadores do Clube de Artes e Ideias – área de vídeo, o prémio FNAC Novo Talento no festival IndieLisboa, o de melhor curta metragem no festival Tom de Vídeo 06 e o The Red Mansion Art Prize. STEVIE BALCH • EUA Stevie Balch (EUA, 1950) é mãe, parteira, enfermeira, autora e editora. Acompanhou o nascimento de centenas de bebés desde o início dos anos 70 como uma das parteiras pioneiras no Vermont, juntando conceitos novos e ancestrais de práticas obstétricas, inspirados pelas ideias de Michel Odent, Cornelia Enning, e muitos outros. A sua atenção em relação a tradições em vias de desaparecer no seu país natal levou-a à noção de que as canções de nascimento, perdidas pela medicalização das práticas nos EUA, poderão estar a florescer noutros lugares do mundo. SUZANNE CAINES • CANADÁ http://scaines.com Artista profissional formada pelo Chelsea College of Art and Design. O seu trabalho tem-se focado, através de performances em espaços públicos, na manipulação de ficção na realidade, a qual proporciona um questionamento da identidade por parte dos interlocutores. O seu trabalho reflecte também a forma como a memória existe na sociedade contemporânea, como são navegadas estas memórias e como se separa o facto da ficção. Criando novas identidades para si própria, Suzanne Caines consegue alterar a forma como os outros a entendem. Aspectos e interpretações das nossas identidades podem ser reposicionados e redefinidos num contexto pós-moderno. O seu trabalho tem sido apresentado no Canadá e na Grã-Bretanha e mereceu já vários prémios e bolsas, como o do Canada Council Grant em 2005.

works are part of collections such as the Estonian Art Museum, the Tartu Art Museum, KIASMA, the Norton Dodge collection and many other private and public collections. Presently he lives in a forest located on the south of Estonia, by the Kütiorg valley.

pieces that have been broadcasted in several radio art programs (WDR3, Deutchlandradio Kultur, etc.). He was granted an honorary mention at Prix Ars Electronica 2008. SÉRGIO CRUZ • PORTUGAL, UNITED KINGDOM

RUI COSTA • PORTUGAL http://www.myspace.com/ruigcosta Rui Costa is a sound artist from Lisbon, Portugal. He has been publicly presenting his work since 1998. He is a founding member and artistic director of Binaural. He developed a series of sound works focused on the translation to the sonic domain of other realities such as the tourist’s experience of Lisbon (“Sightseeing for the Blind”) and an account of a train trip (“Le Train de Bordeaux”, based on a short story by Marguerite Duras). Rui Costa collaborated with the Spanish musician Iñaki Ríos, with whom he developed electronic composition systems programmed on Max/MSP, Lisa and Csound and developed a series of site-specific works in Nodar. In 2007, he started a collaboration with the vocal performer Manuela Barile with a project entitled “La Scatola”, which was conceived as a series of installations and audiovisual performances. Rui Costa is a regular speaker in lectures and gives workshops dedicated to sound art. RUI SILVEIRA • PORTUGAL http://www.ruisilveira.com Rui Silveira was born in Campo Maior in 1983 and presently lives in Lisbon. He holds a BSc in Communication Design by the Fine Arts Faculty of Lisbon. He develops vídeo-based projects and has participated in the Critics’ Week and Short Film Corner 2011 (Cannes), Junho das Artes 2010 (Óbidos), Rencontres Internacionales 08/09 (Paris, Madrid e Berlin) and Mostra Jovens Criadores 2009 (Évora). He also participated in the exhibitions Panoptic 2010 (Rockland Maine), Narrative (de)construction 09 (Lisboa) and Nodar: Território Inscrito 09 (Viseu). He was awarded the best short on Vista Curta 2010 (Viseu). He has also been represented in the Collision Festival 08 (London) and Text Festival 09 (Bury). SAMUEL RIPAULT (A.K.A. PALI MEURSAULT) • FRANCE http://www.palimeursault.net French field recordist and sound artist. He is the co-founder of the experimental music label Universinternational and member of the Ici-Même Art collective in Grenoble. Since the early 00’s he has been creating many sound works (several of which were released through labels such as Universinternational, And-Oar, Picomedia and Entr’acte), listening projects in several cities, sound installations and experimental radio pieces. SATOSHI MORITA • JAPAN, GERMANY http://www.sonicspacelabs.com Satoshi Morita is a Japanese sound artist currently living in Berlin. He holds a graduation in Sound Studies by the Arts University of Berlin. He has been presenting his many sound installations in galleries, museums and unconventional spaces throughout Austria, England and several places in Germany. Satoshi Morita also creates radio

Sérgio Cruz is an independent artist/filmmaker, sound designer and editor. He was born in Vila Nova de Famalicão (Portugal) and holds a degree in Sound and Image by the Arts School of the Oporto Catholic University. In 2005 he moved to London where he took the MA Fine Arts at Central Saint Martins and Arts in Dance for the Screen at London Contemporary Dance School. Since 2004 he has been working as a video creator and sound designer for dance pieces, installations and feature films, having directed seven works of his own. He also has worked as choreographer, dancer and VJ. Sérgio Cruz received several prizes such as the New Creators prize granted by the Clube de Artes e Ideias, the New Talent FNAC prize at the IndieLisboa festival, the best short movie at Tom de Vídeo 06 festival and the Red Mansion Art Prize. STEVIE BALCH • USA Stevie Balch (USA 1950) is a mother, midwife, nurse, author, and editor. She has attended the births of hundreds of babies since the early 1970s as one of Vermont’s pioneering midwives, bringing both new and ancient concepts to birth practice, enhanced by the ideas of Michel Odent, Cornelia Enning, and many others. Her attention toward disappearing traditions in her home country brought her to the notion that birth song, lost in the medicalization of U.S. practice, might still flourish elsewhere. SUZANNE CAINES • CANADA http://scaines.com Suzanne Caines (Canada) is a professional artist and graduate of the Chelsea College of Art and Design. Her work has focused, through performance pieces in public spaces, on manipulating fiction into reality, which leaves the viewer questioning their identity. Her work also reflects how memory exists in contemporary society, how we navigate these memories and separate fact from fiction. By creating a new identity for herself in her artwork she has been able to change how others perceive her. Meanings of our identities can be shifted and redefined in a post-modern setting. She has been exhibited in Canada and Great Britain. Her work was awarded with various art prizes, so in 2005 with the Canada Council Grant. SVETLANA BOGOMOLOVA • RUSSIA, ESTONIA http://svetabogomolova.com Born in 1981 in St. Petersburg, Russia. Currently live in Tartu, Estonia. She is graduated in media and publicity by the Tartu Art College. She Works in the areas of photography, video, performance, installation, graphic design and multimedia. She is a member of MoKS – Center for Art and Social Practice and has been participating in several exhibitions, screenings, performances, audio and video installations. She also works in the areas of video art, as a VJ and as a graphic designer.


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SVETLANA BOGOMOLOVA • RÚSSIA, ESTÓNIA http://svetabogomolova.com Svetlana Bogomolova nasceu em São Petersburgo (Rússia) e vive actualmente na Estónia. É formada em media e publicidade pela Faculdade de Belas Artes de Tartu. Desenvolve projectos nos domínios da fotografia, vídeo, performance, instalação, design gráfico e multimédia. É membro do MoKS – Centro para a Arte e Prática Social e tem participado em diversas exposições, projecções, performances, instalações áudio e vídeo. Trabalha actualmente em vídeo arte, como VJ e como designer gráfica. TOOMAS THETLOFF • ESTÓNIA Toomas Thetloff é um artista interdisciplinar oriundo da Estónia que trabalha nos domínios da fotografia, som, instalação, performance e vídeo. Desde 2005 tem levado a cabo diversas acções-performances em cooperação com “Art Security” e EKSP. Toomas é igualmente o coordenador do espaço de projecto experimental “p.o.t.t.” e ainda membro do MoKS – Centro para a Arte e Prática Social, um centro de residências artísticas no sudeste da Estónia. VERED DROR • ISRAEL Vered Dror é uma artista visual que utiliza diversos meios, combinando artes performativas. Nasceu em Tel Aviv, estudou e viveu em Jerusalém, tendo regressado recentemente a Tel Aviv. No seu trabalho Vered Dror explora a relação entre a esfera pública e as pessoas privadas actuando na sua vida no âmbito dessa mesma esfera, jogando com as fronteiras entre as duas e com a forma como se ambas se alimentam entre si. Frequentemente a artista escolhe focar-se em pessoas “simples”, cuja vida se desenvolve na fronteira difusa e mutável entre a esfera privada e a esfera sócio-política. A sua identidade é formada e reformada constantemente através de mecanismos de resistência e de aceitação. Estes temas podem ser encontrado nos seus trabalhos, desde o último “Private Home” no qual estampou graffiti Braille em 3D nomeando e marcando como “privadas” as áreas de dormir de pessoas sem-abrigo, até “Street Tales” (Neighborhood Projects, Train Theater, Jerusalem, 2006) em que diferentes lugares de um bairro foram renomeados de acordo com histórias privadas e memórias da zona contadas pelos seus habitantes. Em “Balcony Tales” (San Salvario mon Amour, Torino, 2005) os habitantes de um prédio estavam ligados através das suas varandas por fios de roupa estendida e cestos e eram convidados a partilhar memórias, alimentos, etc. VIV CORRINGHAM • REINO UNIDO http://www.vivcorringham.org Artista sonora inglesa, baseada em Londres e em Rochester, Minnesota em actividade desde o início dos anos 80. Sobre ela foram publicados diversos artigos de revista e emitidos programas de rádio (BBC Radio 3 and 4, Resonance fm, WFMU…) e TV (BBC Channel 4). Viv participou em alguns dos mais importantes festivais de arte sonora: Soundworks Festival (Cork, Irlanda), Hearing Place Sound Art Festival (Melbourne, Austrália), Placard Headphone Festival (Londres), Sound Art Museum (Roma, Itália), etc.

BIOGRAPHIES 299

WOLFGANG DORNINGER • ÁUSTRIA http://dorninger.servus.at Wolfgang Dorninger vive e trabalha em Linz e Viena, Áustria. A sua expressão artística principal é orientada para as áreas da arte sonora e música experimental, abrangendo desde instalações sonoras, composições para concerto, multimédia e rádio. É professor da Universidade de Belas Artes de Linz, Áustria e compõe música para teatro, dança e filme. XESÚS VALLE • GALIZA, ESPANHA http://www.myspace.com/xesusvalle Xesús Valle, natural de Vigo, é um artista audiovisual, percussionista, vocalista e Net DJ. Começou por estudar percussão e técnica vocal e formou parte de bandas e projectos pessoais desde finais dos anos 80. Desde 2002 que Xesús desenvolve os projectos áudio Plumbandplumber e Uveaele. Com plumbandplumber dedica-se a criar “colagens electroacústicas” a partir de todo o tipo de fontes sonoras (discografia: “Come early go late”, “organic feedback” e “live set alga á superficie”) e com Uveaele intervém e manipula espaços sonoros (discografia: “o forno das formulacións”). Parte da sua discografia está editada na “alg-a netlabel”, da qual foi co-administrador. Xesús tem realizado desde 2002 diversas performances na Galiza e em Portugal (IFI – Pontevedra, Salanasa – Santiago de Compostela, Vademecum – Vigo, Sinsalaudio – Vigo, 2005 Brg – Braga, etc.). É um dos membros da OMEGA, orquestra de músicos improvisadores da Galiza.

TOOMAS THETLOFF • ESTONIA Toomas Thetloff is an Estonian interdisciplinary artist working in the fields of photography, sound, installation, performance and video. Since 2005 he has been running several performance-actions in cooperation with “Art Security” and EKSP. He is also a coordinator for an experimental project space “p.o.t.t.” and a member of MoKS. VERED DROR • ISRAEL Vered Dror is a visual artist using a range of artistic mediums, combining performing arts. She was born in Tel Aviv, studied and lived in Jerusalem and now have returned to Tel Aviv. In her work Vered Dror explores the relationship between the Public Sphere and the Private people acting their life within it, by playing with the borders between the two and with the way they feed each other. She often chooses to focus on the “simple” people, whose life lie on the ever changing border, which moves between private and socio-political spheres. Their identity is constantly forming and reforming through resistance and acceptance. These themes can be found in her works, from the latest “Private Home” in which she stamps 3D Brielle graffiti naming and marking “private ” sleeping areas of homeless people, to “Street Tales” (Neighborhood Projects, Train Theater, Jerusalem, 2006) were different places in a neighborhood were newly named according to inhabitants private stories and memories of the area. In “Balcony Tales” (San Salvario mon Amour, Torino, 2005) Inhabitants of one building, were being connected through their balconies by laundry lines and baskets, and were invited to exchange memories, foods etc. VIV CORRINGHAM • UNITED KINGDOM http://www.vivcorringham.org is a British sound artist, based in London and Rochester, Minnesota who has worked and broadcast internationally since the early 1980s. Articles about her have appeared in several magazines and she has been broadcast on radio (BBC Radio 3 and 4, Resonance fm, WFMU…) and TV (BBC Channel 4). Her work has been commissioned by some of the most important sound art festivals, such as Soundworks Festival (Cork, Ireland), Hearing Place Sound Art Festival (Melbourne, Australia), Placard Headphone Festival (London, UK), Sound Art Museum (Rome, Italy), etc. WOLFGANG DORNINGER • AUSTRIA http://dorninger.servus.at Wolfgang Dorninger lives and works in Linz and Vienna, Austria. His main artistic expression focuses in sound art and experimental music ranging from sound-installation to concert, multimedia and radio art. He teaches at the Art-University in Linz, Austria and composes music for theatre, dance and film.

XESÚS VALLE • GALICIA, SPAIN http://www.myspace.com/xesusvalle Xesús Valle was born in Vigo and is an audio & visual artist, percussionist, vocalist and Net DJ. He started by studied percussion and vocal techniques and since the late 80’s formed several bands and personal projects. Since 2002 Xesús develops two different audio projects, Plumbandplumber and Uveaele. With plumbandplumber he dedicates to the creation of electroacoustic collages from all sorts of sound sources (discography: “Come early go late”, “organic feedback” and “live set alga á superficie”) and with Uveaele he manipulates sound spaces (discography: “o forno das formulacións”). Part of his discography is published under “alg-a netlabel”, of which he was one of the managers. Since 2002 Xesús has been performing in different spaces of Galicia and Portugal (IFI – Pontevedra, Salanasa – Santiago de Compostela, Vademecum – Vigo, Sinsalaudio – Vigo, 2005 Brg – Braga, etc.). He is one of the members of OMEGA, a Galician based experimental music orchestra.


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CD#1 01) Jason Kahn Windline [10:02] Durante minha residência em Nodar, passei muito tempo deambulando pelas bonitas colinas, procurando locais para usar na minha série de instalações “Any Way the Wind Blows”. Estas instalações lidam com a percepção do lugar através da vibração causada pelo vento nas árvores, erva e arbustos. Eu amplifiquei estas vibrações com sistemas móveis de amplificação (microfones, altifalantes, amplificadores). Realizada numa das minhas caminhadas, a gravação “Windline” captura o som do vento a soprar numa mata de eucaliptos muito altos, no cume da montanha situada por cima da residência da Binaural/Nodar. Nesta gravação, o que me interessa é a “mão composicional” do vento, a qual, dependendo da sua velocidade e direcção, introduz ou apaga vários fluxos de som emergindo do vale abaixo. Em momentos diferentes da gravação, ouvimos sinos de igreja, chocalhos de vacas e mesmo um avião entrando e saindo gradualmente do campo estéreo em função das rajadas de vento nas árvores. Também apreciei o sentido estonteante do vento, que fazia mover a imagem estéreo de um extremo ao outro, com as suas descargas de energia repentinas. A outro nível, escolhi esta gravação no contexto do meu trabalho com diferentes colorações de ruído (por exemplo, branco, cor-de-rosa, castanho, azul), encontrando aqui um análogo natural nas várias vagas de ruído emergindo dos eucaliptos, com as suas folhas agitando-se violentamente nas explosões de vento que varriam a montanha, desde o fundo do vale. “Windline” oferece um antípode ao meu trabalho “Any Way the Wind Blows”, ao sair no nível micro da presença vibratória inconsciente do vento para a propulsão completa de um campo sonoro. 02) Satoshi Morita .: :: - / - / - :. [2:55] .: (2 spaces) :: (2 spaces) - (1 space) / (1 space) - (1 space) / (1 space) - (3 spaces) :. Esta peça é baseada em caminhadas diárias em redor de Nodar. As gravações foram feitas com microfones fixos a cada pé e com múltiplos objectos de madeira e pedra que eu ia arrastando pelo chão. As gravações consistem não apenas em sinais transportados pelo ar mas no contacto de cada objecto com o terreno e a sua cobertura (folhas secas ou molhadas, relva, pedras, etc.). O ritmo do som foi produzido pelo ritmo do meu passo. O acto físico de andar foi a base desta peça. Nodar ainda vive nos meus pensamentos e no meu corpo… 03) Aaron Ximm The Stone Giant, or, a millstone breathing in Nodar [9:56] Esta é uma gravação não editada que eu fiz enquanto artista-em-residência no Centro de Residências Artísticas de Nodar.

CD DUPLO ANEXO • COMPANION DOUBLE CD 303

CD#1 01) Jason Kahn Windline [10:02] During my residency at Nodar I spent a lot of time wandering around the beautiful hills, searching for sites to use for my installation series “Any Way the Wind Blows”. These installations dealt with the perception of place through the wind’s vibration of trees, grass and bushes. I amplified these vibrations with mobile amplification systems (microphones, speakers, amplifiers). Made on one of my many hikes, the recording “Windline” captures the sound of wind blowing through a grove of eucalyptus trees high up on the mountain above the Binaural/Nodar residency house. In this recording what interests me is the “compositional hand” of the wind, which, depending on it’s velocity and direction, introduces or erases various streams of sound emerging from the valley below. At different times in the recording we hear church bells, cow bells and even an airplane phasing in and out of the stereo field as the wind surges through the trees. I also enjoyed the often dizzying sense of the wind, panning the entire stereo image from side to side in its sudden bursts of energy. On another level I chose this recording in the context of my work with different colors of noise (for example, white, pink, brown, blue), finding here a natural analogue in the various washes of noise emerging from the eucalyptus trees, their leaves churning furiously in the blasts of wind sweeping up from the valley below. “Windline” offers an antipode to my work with “Any Way the Wind Blows,” moving from the micro level of the wind’s unconscious vibrational presence to its complete propulsion of a sound field. 02) Satoshi Morita .: :: - / - / - :. [2:55] .: (2 spaces) :: (2 spaces) - (1 space) / (1 space) - (1 space) / (1 space) - (3 spaces) :. This piece is based on daily hikes around Nodar. The recordings were made with microphones attached to each foot, and with multiple objects made out of wood and stone that I would be pulling along the ground. The recordings consist of not only air-borne signals, but also the contact of each object with the terrain and its cover (wet or dry leaves, grass, rocks, etc.). The rhythm of the sound was produced by the tempo of my walking speed. The physical act of walking was the basis of this piece. Nodar still lives in my thoughts and body… 03) Aaron Ximm The Stone Giant, or, a millstone breathing in Nodar [9:56] This is an unedited recording I made while an artist-in-residence at the Nodar Artist Residency Center. Hidden in the trees in one of the valleys surrounding the town is a disused but functional mill house, which is built (like most buildings in Nodar) of local


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Escondido entre as árvores num dos vales que rodeiam o povoado, está um moinho de água abandonado mas funcional, construído (como a maioria dos edifícios em Nodar) com a pedra local. A mó parece velha mas a roda foi substituída por uma em aço. Na altura em que eu estive lá, a corrente que fluía debaixo do moinho era somente um fio (creio que o fluxo podia ser controlado abrindo os canais de rega a montante do moinho). Para dar “voz” adequada ao moinho eu tive que descer por debaixo da mó e rodar e balançar a roda manualmente; ao fazer isto, rapidamente descobri que a acção de raspar na pedra soava como que um profundo e prolongado suspiro. O que se ouve nesta gravação é eu a “tocar” a pedra com os meus microfones postos, com a intenção de reproduzir o alongar gradual da respiração, como quando alguém adormece. A minha esperança é que, ao se escutar esta peça, se entre numa relação de simpatia inconsciente com o ritmo da respiração e se relaxe... (A prova de que isto é possível foi dada rapidamente, quando a primeira pessoa a quem eu toquei esta gravação depressa adormeceu no sofá!). Esta gravações foram feitas com um gravador Sound Devices 722 e meus queridos microfones de estéreo dimensional “quasi-binaurais” Sonic Studios DSM-6S/EH, montados numa estrutura “windscreen-headband” WHB, com mangas em tecido para protecção de vento. Eu uso sempre o WHB na minha cabeça (e não numa “dummy head”) com os microfones posicionados em frente dos meus ouvidos. 04) John Grzinich Flowlines [10:10] O meu objectivo foi executar uma pesquisa sonora e visual da paisagem em redor da aldeia de Nodar através de uma série de sessões de gravação “site-specific”. Em particular, tentei comparar e contrastar as linhas geográficas causadas pelos cursos de água naturais que fluem em direcção ao rio, no fundo do vale (Paiva, Sonzo) versus o aqueduto artificial que atravessa as linhas verticais e traz água para a aldeia. Embora ambos estes fenómenos dependam de forças naturais, um deles foi criado com o propósito específico de ser usado pelos habitantes locais. Usando este tema das linhas de fluxo naturais, construiu uma série de “narrativas” audiovisuais distintas baseadas nos dois tipos de paisagens moldados por água e seres humanos. As pesquisas incluíram métodos de gravação específicos para os dois tipos de fluxo, isto é, inspirei-me nos padrões de comportamento de como os fluxos moldam a paisagem. O material sonoro de base depende da interacção de sons ambientais, objectos encontrados (materiais naturais e artificiais), e intervenção humana (improvisação e instalação). O material visual focou-se em filmagens em plano fixo de formas e materiais micro e macro em conjugação com a actividade realizada no local. A documentação gravada foi catalogada e editada posteriormente em trabalhos semi-compostos que reflectem e mostram as localizações e processos de “linhas de fluxo” em redor de Nodar.

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stone. The millstone looks old but the wheel has been upgraded to a steel one, but at the time I was there the stream flowing below the mill was just a trickle (I believe the flow could be controlled by opening irrigation channels above). To give proper “voice” to the mill I thus had to climb down under the stone and spin and swing the wheel myself; doing so, I quickly discovered that the rasping of the spinning stone sounds very much like a deep lingering breath. What you hear in this recording is me “playing” the stone whilst wearing my microphones, with the intention of reproducing the gradual lengthening of breathe as one falls into sleep. My hope is that listening to it, one might fall into unconscious sympathy with the rhythm of the breath and become relaxed... (Evidence that this is possible was quickly provided, as the first person I played this for promptly fell asleep on the couch while listening!). This recordings were made with a Sound Devices 722 and my beloved Sonic Studios DSM-6S/EH quasi-binaural “dimensional stereo” microphones, mounted in a WHB windscreen-headband with windsocks for wind protection. I always wear the WHB on my head (not on a “dummy head”) with the mics positioned just in front of my ears. 04) John Grzinich Flowlines [10:10] My interest was to carry out a sonic and visual survey of the landscape around the village of Nodar through a series of site-specific recording sessions. In particular I attempted to compare and contrast the geographic lines caused by the natural water flows towards the river at the bottom of the valley (Paiva, Sonzo) versus the man-made aqueduct that transverses the vertical lines and brings water into the village. While both of these phenomena rely on natural forces, one was created for a specific purpose for use by the local inhabitants. Using this theme of natural flow lines, I constructed a series of distinct audio-visual “narratives” based on the two types of landscapes shaped by water and humans. The surveys included recording methods that stemmed from the types of flow, that is, I drew inspiration from the behavior patterns of how the flows shape the landscape. The base sound material relies on the interaction of ambient sounds, found objects (natural and man-made materials), and human intervention (improvisation and installation). The visual material focused on still shots of micro and macro materials and forms in conjunction with the location-based activity. The recorded documents were catalogued and edited afterward into semi-composed works that reflect and show the “flowlines” locations and processes around Nodar. 05) Maksims Shentelevs Ghost of Nodar [10:00] “Ghost of Nodar” consists of sounds recorded by Maksims Shentelevs, during artist residences in the village of Nodar and sounds of the Ghost Orchestra


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05) Maksims Shentelevs Ghost of Nodar [10:00] “Ghost of Nodar” consiste em sons gravados por Maksims Shentelevs, durante residências artísticas na aldeia de Nodar e sons da Ghost Orchestra registados em Riga, Letónia. As gravações de campo de Nodar contêm vários passeios sonoros binaurais na aldeia e seus arredores durante a noite assim como “misturas de campo” em várias localizações em redor de Nodar. As “misturas de campo” fazem parte do projecto ”Soundscape Mapping” iniciado pelo artista na aldeia durante uma residência em 2007 e depois continuado em várias localizações incluindo Topolò (Itália) e Floresta de Raminten (Região de Kaliningrad, Rússia). A técnica de “mistura de campo” implica o uso de até 8 transdutores piezo-eléctricos amplificados por um mixer portátil e fixados a diversos objectos cobrindo uma área de aproximadamente um metro quadrado, revelando assim a correlação entre sons escondidos e fenómenos naturais misturados e gravados no campo e em tempo real. A composição representa três “misturas de campo”: tanque de água, eucalipto e rio. “Ghost Orchestra” é um projecto que implica uso de mecânica simples feita à mão para activar instrumentos acústicos resultando em “drones” ressoando “frequências-fantasma” escondidas. As duas fontes combinadas resultam numa animação ficcional de presença simultânea de espaços, para além das fronteiras físicas. 06) Ben Owen Resounding Nodar – Edit [4:56] Esta é uma gravação de uma instalação sonora que incluiu peças musicais não processadas e outras compostas com sons naturais e electrónicos e que iam formando composições subtis ao longo do caminho à volta de Nodar. Gravei sons banais; como pássaros, moscas ou grilos e colei-os na própria paisagem. Esta “música” foi tocada em altifalantes invisíveis dentro da paisagem de forma a que a atenção se confundisse entre o que foi criado e colocado pelo artista e a paisagem sonora pré-existente . 07) Wolfgang Dorninger in the water [8:00] Durante a sua estadia em Nodar, o Wolfgang compôs uma peça musical baseada em sons aquáticos nas suas diferentes metamorfoses (rio, chafarizes, tanques, aquedutos, etc.), todos gravados na região de Nodar. Esta peça foi estreada na forma de uma instalação sonora nas margens do rio Paiva. O Wolfgang começou por fazer uma mistura estéreo de gravações de sons aquáticos em e em redor de Nodar. Depois, extraiu dois ficheiros mono: canal esquerdo e direito. Canal esquerdo: começa a 180 bpm e reduz até 90 bpm. Canal direito: começa a 90 bpm e acelera até 180 bpm. No fim, voltou a fazer uma mistura estéreo dos canais.

CD DUPLO ANEXO • COMPANION DOUBLE CD 307

recorded in Riga, Latvia. Field recordings from Nodar include various binaural soundwalks in the village and its surroundings at night time as well as field mixes of several locations around Nodar. Field mixes are a part of the ”Soundscape Mapping” project initiated by the artist in the village during a residency in 2007 and then continued in various locations including Topolò (Italy) and Raminten Forest (Kaliningrad Region, Russia). The field mixing technique implies the use of up to 8 piezo transducers miked up via a portable mixer and fixed to objects covering an area of approximately one square meter, thus revealing the correlation of hidden sounds and natural phenomena mixed and recorded on location in real time. The composition represents three field mixes: water tanks, eucalyptus and river. “Ghost Orchestra” is a project that implies the use of simple handmade mechanics to drive acoustic instruments resulting in drones resonating hidden ghost frequencies. Both sources combined together result in a fictional animation of simultaneous presence of spaces beyond physical borders. 06) Ben Owen Resounding Nodar – Edit [4:56] This is a recording of a sound installation that featured unprocessed and composed musical pieces that comprise natural and electronic sounds, which were shaped into subtle compositions on the path around Nodar. I have recorded ordinary sounds: like birds, flies or crickets and patched them together into the landscape. This “music” was played from non-visible speakers inside the landscape, where the attention blurs between what is created and placed by the artist and the soundscape that exists already. 07) Wolfgang Dorninger in the water [8:00] During his stay in Nodar, Wolfgang composed a musical piece based on water sounds in their different metamorphosis (river, fountains, tanks, aqueducts, etc.), all recorded in the Nodar region. This piece was first presented as an audio installation on the banks of the Paiva river. Wolfgang started by doing a stereo mix of water recordings from and around Nodar. Then he extracted two mono-files. left and right channel. Left channel: starts at 180 bpm and slows down to 90 bpm. Right channel: starts at 90bpm and speeds up to 180 bpm. At the end he mixed both channels together. 08) Rui Costa Traces of a Place [5:21] The starting point for this piece was to ask myself which characteristics of the soundscape of Nodar best shape the “aural feeling” that one has of this


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08) Rui Costa Traces of a Place [5:21] O ponto de partida para esta peça foi perguntar a mim mesmo que características da paisagem sonora de Nodar melhor definem o “sentimento auditivo” que se tem deste lugar. Então, identifiquei e extraí certos elementos formais (frequências, intensidades, dinâmicas…) de gravações de algumas características sónicas proeminentes de Nodar e usei esses elementos para construir um “vestígio” do lugar. 09) Xesús Valle Tactile Processes [7:40] Composição de acções sonoras na vegetação. A maioria destas acções é um retrato sonoro de alguns processos fundamentais na agricultura local de Nodar: a desfolhada do milho, a debulha, separação e moagem dos grãos usando ferramentas tradicionais no celeiro. Outras acções procuram extrair sonoridades específicas de vegetais como cebolas e couves plantadas numa horta. As amostras de som seleccionadas foram submetidas a numerosos processos electroacústicos e digitais para formar a colagem sonora final. Gravado em Nodar (Julho de 2007) Composto entre Setembro e Novembro de 2009 na Galiza (Espanha). 10) Samuel Ripault (Pali Meursault) Pleine Lune [9:15] Regressando aos meus sons de Nodar depois de uma ano e meio, alguns elementos esbateram-se e outros acenderam-se. A minha paisagem de Nodar tornou-se distante e nocturna... Evidentemente, as coisas mudam com o decorrer do tempo, mas isto também aplica aos sons e não é apenas um cliché poético... Bem, enquanto o teu disco rígido de vez em quando avariar para dar um toque humano de falibilidade às “máquinas-de-lembrar” que os gravadores e os computadores são. Sons gravados em e ao redor de Nodar em Junho de 2008. Composto em La F* de B* em 2010.

CD DUPLO ANEXO • COMPANION DOUBLE CD 309

place. Then, I identified and extracted certain formal elements (frequencies, intensities, dynamics…) from recordings of some prominent sonic features of Nodar and used these building blocks to construct a “trace” of the place. 09) Xesús Valle Tactile Processes [7:40] Composition of sound actions on vegetables Most of these actions are a sonic portrait of some fundamental processes in the local agriculture of Nodar: the defoliation of corn ears, the threshing and separation of kernels or the grinding of the grain using traditional tools inside the barn. Other actions seek to extract specific sonorities of vegetables like onions and cabbage planted in an orchard. The selected sound samples where subjected to numerous electroacoustic and digital processes in order to shape the final sound collage. Recorded in Nodar (July 2007) Composed between September and November 2009 in Galicia (Spain). 10) Samuel Ripault (Pali Meursault) Pleine Lune [9:15] Coming back to my Nodar sounds after a year and a half, some elements have faded out while others, unnoticed before, have come to light. My Nodar landscape has turned distant and nocturnal... Obviously things change as time goes by, but this also applies to sounds and it’s not only a poetic cliché... Well, as long as your hard drive crashes once in a while so as to give that fallible human touch to the remembering machines that recorders and computers are. Sounds recorded in and around Nodar in June of 2008. Composed at La F* de B* in 2010.


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CD#2 01) Martin Clarke Mountain Quiet [8:21] Estas aldeias tranquilas não são lugares assim tão tranquilos. Os sons foram gravados para “Contos do Paiva”, uma colaboração de vídeo arte com a artista Alicja Rogalska durante uma residência no Centro de Residências Artísticas de Nodar em 2007. 02) Arnold Haber (Noid) Music for Five Instruments and a Gun [19:08] Remistura de um concerto electroacústico na paisagem para violoncelo, violino, voz, electrónica, pedras de rio, folhas de eucalipto e uma arma. Os diferentes instrumentos foram amplificados usando o eco do vale de Nodar, megafones e sistemas de “car audio” e os instrumentistas seguiram a condução dada por tiros de espingarda distantes. Os instrumentos foram ouvidos a grandes distâncias, balanceados com o som do vento, do rio, de carros atravessando o vale e de aviões passando acima. Os participantes: Manuela Barile: voz, megafone, pedras Antonio Mainenti: voz, megafone, pedras Manuel Paiva: violino, rádio, megafone, pedras Rui Costa: lloopp, fiat panda, pedras Noid: violoncelo, megafone, electrónica, pedras, composição Zé do Raso: a arma 03) Manuela Barile Moroloja [4:14] “Moroloja” é a banda sonora de uma instalação concebida e desenvolvida no Centro de Residências Artísticas de Nodar em Novembro de 2008 e que consiste numa pesquisa vocal e visual sobre a experiência simbólica e ritual do luto. Os “Moroloja” são cantos das “prefiche”, mulheres pagas para se lamentarem durante os velórios na região de Salento, Itália. Estas mulheres costumavam cantar canções aflitivas com mímica violenta e frenética, misturada com choros e gritos. A peça reinterpreta elementos antropológicos da terra natal da artista (Puglia, Itália) e de Nodar. 04) Duncan Whitley Joga, Isso! [9:40] “Joga, Isso!” é um trabalho através de gravações sonoras durante duas residências na Binaural/Nodar entre 2008-2009, produzidas especificamente para este CD. O trabalho resulta de uma pesquisa de campo abrangente (gravações de campo multi-canal, vídeo e entrevistas) no clube amador de futebol Grupo Desportivo

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CD#2 01) Martin Clarke Mountain Quiet [8:21] These quiet villages are not so quiet places. The sounds were recorded for “Contos do Paiva”, a video art collaboration with artist Alicja Rogalska during a residency at Nodar Artist Residency Center in 2007. 02) Arnold Haber (Noid) Music for Five Instruments and a Gun [19:08] This is a remix of an electroacoustic concert in the landscape for cello, violin, voice, electronics, river stones, eucalyptus leaves and a gun. The different instruments were amplified using the echo of the Nodar valley, megaphones and car audio systems, and the players followed the conduction given by distant shotguns. The instruments were heard from long distances, balanced with the sound of the wind, the river, the cars passing through the valley and the planes passing above. Participants: Manuela Barile: vocals, megaphone, stones Antonio Mainenti: vocals, megaphone, stones Manuel Paiva: violin, radio, megaphone, stones Rui Costa: lloopp, fiat panda, stones Noid: cello, megaphone, electronics, stones, composition Zé do Raso: the gun 03) Manuela Barile Moroloja [4:14] “Moroloja” is the soundtrack of an installation conceived and developed at Nodar Artist Residency Center in November 2008 and consisting of vocal and visual research on the symbolic and ritual experience of mourning. The “Moroloja” are chants of the “prefiche”, women paid to wail during the mourning vigil of someone’s death in Salento region, Italy. These women used to sing harrowing songs with violent and frenetic mimic, mixed with cries and shouts. The piece reinterprets anthropological elements of both the artist’s home region (Puglia, Italy) and Nodar. 04) Duncan Whitley Joga, Isso! [9:40] “Joga, Isso!” is a working through of sound recordings gathered during two residencies at Binaural/Nodar between 2008-2009, produced specifically for this CD. The work comes out of open-ended fieldwork (multi-channel field recordings, video and interviews) at the amateur football club Grupo Desportivo de Parada in the town of Parada de Ester (neighbouring to the village of Nodar).


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de Parada, no povoado de Parada de Ester (vizinho da aldeia de Nodar). Ao capturar os sons dos treinos no campo de terra batida do Parada, comecei por procurar padrões que ocorriam nas sessões de treino – algum sentido coreográfico percepcionado por mim talvez tivesse ficado aparente – e sons-chave das sessões de treino – por exemplo, o soprar regular de um apito, neste caso não a acção do árbitro numa partida mas o treinador e os seus assistentes limitando a duração dos exercícios. 05) Keiko Uenishi (o.blaat) Serpentines and Chestnuts (scenes for Nodar Social Composition) [07:41] Como eu sempre gostei de encontros aconchegantes, organizei uma festa onde se tomou chá; tentei comunicar sem aprender a língua deles; tentei incentivá-los a comunicar comigo sem aprenderem a minha língua; fiz versões do mapa de Nodar sempre em transformação; quase cozinhei (talvez) cogumelos venenosos; pedi a novos amigos para criarem os seus mapas de Nodar; vi cabras, cabeças de três anjos, cobras (a azul balançando à volta do vaso & a viva no canto), porcos, vacas, fogo, e o rio; ouvi cães, castanhas queimadas, chocalhos, canções, ovelhas, e o vento; encontrei muitas pessoas especiais; e aprendi (ou pelo menos tentei aprender) uma canção local. A minha “Nodar Social Composition” estava apenas a começar. 06) Dennis Báthory-Kitsz Three Songs for Manuela [4:33] Esta composição electroacústica foi criada durante uma residência em Nodar como parte de “Birth Song”, um projecto conjunto de Dennis-Bathory-Kitsz e Barbara S. J. Balch focado em canções de nascimento e canções maternais em culturas diferentes, as suas semelhanças e diferenças, e a sua correlação com outras tradições de facilitação do nascimento e ligação mãe/criança. Esta peça em particular foi inspirada por algumas imitações de animais de Manuela Barile (que estava grávida naquela altura). 07) Marta Bernardes & Ignacio Martínez Coro de Noé [3:00] “Coro de Noé” é a banda sonora de um trabalho em vídeo desenvolvido durante uma residência em Nodar. O ser humano e a voz animal, o seu possível encontro ou desajuste, as particularidades da sua coexistência entre as pessoas de Nodar, são os eixos principais. Neste vídeo em particular, os autores pediram a vários habitantes de Nodar e a artistas residentes para imitarem vozes de animais, que mais tarde foram agregadas numa composição vocal. 08) Viv Corringham Where You Are [04:28] Todos os sons ouvidos em “Where You Are” foram gravados em Nodar durante a minha residência, em 2008. Isto faz parte do meu projecto em curso

CD DUPLO ANEXO • COMPANION DOUBLE CD 313

Capturing the sounds of training drills at Parada’s sand-covered pitch, I began searching initially for patterns occurring in training sessions – some sense of choreography that I hoped might become apparent – and key sounds of the training sessions – for example, the regular blowing of a whistle, in this case not the referee’s arbitration of a match but the trainer and his assistants marking out the time-frame of exercises. 05) Keiko Uenishi (o.blaat) Serpentines and Chestnuts (scenes for Nodar Social Composition) [07:41] Just because I always love cozy gatherings, I made a tea-party; attempted to communicate without learning their language; attempted to encourage them to communicate with me without learning my language; made versions of the ever-changing map of Nodar; nearly cooked (possibly) poisonous mushrooms; asked new friends to make their maps of Nodar; saw goats, heads of three angels, serpents (the blue one dangling around the vase & the live one at the corner), pigs, cows, fire, and the river; heard dogs, burning chestnuts, cowbells, songs, sheep, and the wind; met many special people; and learned (or attempted to learn at least) a local song. My “Nodar Social Composition” was just about starting. 06) Dennis Báthory-Kitsz Three Songs for Manuela [4:33] This electroacoustic composition was created during a residency in Nodar as part of “Birth Song”, a collaborative project of Dennis-Bathory-Kitsz and Barbara S. J. Balch focused on birth songs and mothering songs in different cultures, their commonalities and differences, and their correlation with other birth support traditions and mother/infant attachment. This particular piece was inspired by some of Manuela Barile’s (who was pregnant at that time) animal imitations. 07) Marta Bernardes & Ignacio Martínez Coro de Noé [3:00] “Coro de Noé” is the soundtrack of a video work developed during a residency in Nodar. The human and the animal voice, their possible meeting or maladjustment, the particularities of their coexistence amongst the people of Nodar, are the main axis. In this particular video, the authors asked several Nodar inhabitants and resident artists to imitate animal voices, which were later aggregated in a vocal composition. 08) Viv Corringham Where You Are [04:28] All of the sounds heard on “Where You Are” were recorded in Nodar during my residency there in 2008. This is part of my ongoing “Shadow-walks” project, which has now occurred in 13 different locations. I am interested in people’s


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“Shadow-walks”, que até agora ocorreu em 13 locais diferentes. Interessa-me a relação das pessoas com o lugar, especialmente lugares familiares e a casa. Em Nodar, estabeleci contacto com habitantes locais e procurei voluntários para me levarem nos seus passeios “especiais”: um passeio que tenha sido repetido muitas vezes e tivesse significado ou importância para essa pessoa. Um passeio inicial com a pessoa, ao longo da sua rota seleccionada, em que eu gravei as nossas conversas, foi seguido pelo meu passeio a solo em que eu tentei perceber os traços do meu acompanhante no percurso e torná-los audíveis através do meu cantar improvisado no próprio local. Este processo foi repetido para os passeios das várias pessoas: dez no total. As gravações foram então editadas e apresentadas ao público, juntamente com objectos que eu encontrei nos percursos. Esta é uma versão remisturada e mais curta da minha composição original. Eu entendo esta peça como um retrato sonoro de Nodar através da experiência, impressões e memórias dos que lá vivem, assim como através dos sons particulares dos seus passeios escolhidos e através da minha resposta cantada a estes lugares. 09) Melanie Velarde Untitled [9:08] Esta peça é uma improvisação usando sons acusmáticos, gravações de campo e trabalhos electroacústicos emitidos e gerados por meios analógicos. A ideia foi criar uma estrutura que permitisse a improvisação e novas combinações de resíduos locais (visuais) e uma diversidade de fontes sonoras. 10) Maile Colbert Over the Eyes [9:01] “Over The Eyes”, inspirado no velho ditado “...puxar a lã sobre os olhos”, é a banda sonora de uma instalação multimédia criada em Outubro de 2007 na residência da Binaural/Nodar. A peça inclui gravações de conversas, canções e histórias durante um círculo de tricô que teve lugar com as pessoas locais juntamente com gravações de campo da área, e um texto sobre aspectos fisiológicos, biológicos e psicológicos sobre a criação e destruição da memória em seres humanos.

CD DUPLO ANEXO • COMPANION DOUBLE CD 315

relationship with place, especially familiar places and home. In Nodar I made contact with local inhabitants and asked for volunteers to take me on their “special” walk: a walk that has been repeated many times and has meaning or significance for that person. An initial walk with the person along their selected route, in which I recorded our conversations, was followed by my solo walk in which I attempted to sense my previous companion’s traces on the walk and to make these audible through my own improvised singing in the location. This process was repeated for each person’s walk: ten in total. The recordings were then edited together and presented to the public, along with objects that I found on the routes. This is a remixed, shorter version of my original composition. I see the piece as a sound portrait of Nodar through the experience, impressions and memories of those who live there, as well as through the sounds particular to their chosen walks and through my own sung response to these places. 09) Melanie Velarde Untitled [9:08] This piece is an improvisation using acousmatic sounds, field recordings and electroacoustic works sourced and generated through analog means. The idea was to create a framework which allowed for improvisation and new combinations of (visual) local residues and a diversity of sound sources. 10) Maile Colbert Over the Eyes [9:01] “Over The Eyes”, inspired by the old saying ”…to pull the wool over the eyes”, is the soundtrack of a multimedia installation created in October 2007 at the Binaural/Nodar residency. The piece includes recordings of conversations, songs and stories during a knitting circle held with the local people along with field recordings of the area, and a text on physiological, biological, and psychological aspects of memory creation and destruction in humans.



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