Festival Vozes de Magaio 2012 - Programa

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Festival Vozes de Magaio Por ocasião da peregrinação anual ao Monte de São Macário Maciço da Gralheira, São Pedro do Sul 26 a 29 de Julho de 2012 Pela primeira vez, a peregrinação anual ao Monte de São Macário, que se realiza no último domingo do mês de Julho desde tempos imemoriais, terá associado um festival de música tradicional autêntica com grupos locais do maciço da Gralheira, da serra de Montemuro e dando o toque internacional, das montanhas italianas do Gran Sasso. Os romeiros que vinham a pé das aldeias perdidas na serra, chegavam perto do monte de São Macário e eram recebidos com animados bailes nas aldeias de Macieira, Sul, Aldeia, Rompecilha, Sequeiros, etc. A romaria do São Macário era um ponto de encontro entre gente de terras distantes, em tempos em que a mobilidade era limitada ao andar a pé. A música, das concertinas, dos “tocadores” de insrumentos de corda e das vozes que entoavam cantigas dedicadas ao Santo São Macário protetor do juízo, envolvia aqueles dias de festa. É precisamente esta ligação autêntica entre território, religião, cultura musical e oral e comunidades rurais que se pretende reactivar com a edição de 2012 do Festival Vozes de Magaio, feito pelas gentes das encostas do monte de São Macário: a Binaural da aldeia de Nodar, a Casa Recreativa Macieirense da aldeia de Macieira, a Junta de Freguesia de Sul e a Associação Cultural Recreativa e Desportiva da aldeia da Rompecilha. Venha que vier por bem a estas nossas montanhas, participar na festa e assistir às cerimónias religiosas de Domingo no alto do monte de São Macário.


Li Sandandonijre

(Penna Sant'Andrea, Provincia de Teramo, Região de Abruzzo, Itália) Em Penna Sant'Andrea, na província italiana de Teramo, a 17 de janeiro de cada ano, grupos de músicos e cantores entravam nas casas para executar as canções da festa de Santo Antônio Abade. É uma celebração que envolve toda a localidade, as ruas vizinhas e as casas espalhadas pelo campo. As famílias abrem as suas portas e oferecem vinho e cellittë - os bolos tradicionais de massa seca recheada com geleia - em troca da música e da bênção da casa, das pessoas que lá vivem, dos animais domésticos e dos alimentos derivados do abate do porco. O ritual é celebrado numa atmosfera de amizade e solidariedade, e é uma ocasião para fortalecer as relações sociais e redefinir os laços de amizade, repetindo assim um antigo ritual ligado à propiciação e à redistribuição de riqueza nas comunidades agrícolas. O início da experiência musical de Li Sandandonijre remonta a 1994, quando o grupo atual foi formado, mas tem suas raízes no canto ritual para a festa de Santo Antônio Abade, praticada na área de S. Penna Andrea desde os tempos antigos. Li Sandandonijre é uma experiência que está a meio caminho entre "tradição" e "reativação", porque em paraelo com a actividade desenvolvida nos últimos anos, caracterizada pela participação em inúmeros festivais culturais e de folclore nacional e internacional , tem preservado o vínculo com os lugares e contextos de origem, onde a música popular tradicional se expressa em festivais e feiras da região.


Grupo Musical Unidos da Encosta de São Macário (Freguesias de Gafanhão e Reriz, Castro Daire e de Sul, S. Pedro do Sul) Um grupo recém-formado que mostra a essência da música da serra do São Macário, de lugares de aquém Paiva dos concelhos de Castro Daire e de São Pedro do Sul. Grupo de cariz familiar que gira à volta das figuras carismáticas na região de José do Raso e de Vitor dos Pesos em que abundam os acordeões e concertinas tocadas com mestria por jovens (Samuel e Pedro, ambos filhos de Vitor dos Pesos e Cátia, filha de José do Raso). e menos jovens, mas não tanto (o próprio Vitor dos Pesos). Um grupo ideal para animar festas e arraiais em que os temas humorísticos abundam, cantados com alma pelo imparável António “Marreco” de Midões e pela muito jovem Beatriz, sobrinha de Vitor dos Pesoas. O grupo fica completo com o acompanhamento na pandeireta de Rui e no bombo de Lurdes, mulher do José do Raso.


Orquestra Regional “Sons da Beira Alta” (Freguesias de Picão, Reriz, Pinheiro e Parada de Ester, Castro Daire) A Orquestra Regional “Sons da Beira Alta”, foi criada em 2002. Inclui 4 instrumentos de corda e 2 de sopro, primorosamente tocados por Abílio Pinto (Violino), João Cunha (Banjo), Manuel Salgueiro (Saxofone), Tânia Ferreira (Acordeão), Joaquim e Celso Ribeiro (Violas). Todos são oriundos da mesma região de Castro Daire, representando as aldeias de Cêtos, Reriz, Mós, Picão e Parada de Ester. Esta orquestra é provavelmente o melhor expoente da música de baile tradicional da Serra do Montemuro: os chamados “tocadores” de instrumentos de corda que animavam os serões de inverno das aldeias de aquém e além Paiva, entrando no concelho de São Pedro do Sul numa área limitada às aldeias de Nodar, Sequeiros, Covas do Rio , Rompecilha e Macieira, ou seja aquelas mais próximas da Serra de São Macário. Esta tradição dos bailes tradicionais com tocadores, onde abundam as polcas, as mazurcas, as valsas, as quadrilhas e as contradanças, estas marcadas pela voz de comando de especialistas locais, foram introduzidas na região nos tempos das Invasões Napoleónicas no início do Séc XIX, ligando-nos assim de modo direto às tradições musicais de países de além-Pirinéus como a França e a Itália.


Grupo de Concertinas de Lafões (Freguesias de Manhouce e de Valadares, São Pedro do Sul) O grupo de “Concertinas de Lafões” iniciou a sua atividade em Agosto de 2008. A ideia da formação do grupo partiu do engenheiro Carlos Alberto Diogo Tavares, que conhecia vários amigos que tocavam concertina e incentivou-os a juntarem-se e a formarem um grupo de tocadores de concertina. O grupo é constituído pelos seguintes elementos: Apresentador do grupo: Carlos Alberto Diogo Tavares de 83 anos, e pelos tocadores Adelino Vendeiro, Manuel de Almeida, Manuel Oliveira, Custódio Oliveira e pelo muito jovem André Aidos. Este grupo, já considerado um dos grupos locais com melhores instrumentistas, apesar da sua recente formação, aposta em temas regionais, nomeadamente do riquíssimo cancioneiro de Lafões, sub-região composta pelos concelhos de São Pedro do Sul, Vouzela e Oliveira de Frades, sendo as composições primorosamente tocadas por cinco concertinas. De referir que da serra da Arada (Candal e Manhouce) e da serra da Gravia (Valadares) vinham peregrinos a pé até ao São Macário, pelo que a apresentação deste grupo constitui também uma homenagem a todos os devotos destas aldeias serranas.



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