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OM TRANSFORMAÇÃO
* OM TRANSFORMAÇÃO * por Patrícia Schmidt Carvalho
Luz
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Agregando Cores à Existência Humana
Luz... com ela podemos ver e agregar cores à paleta da existência, uma vez que a cor não é uma característica dos objetos, mas depende da luz que os ilumina. Da mesma forma, a qualidade da nossa experiência não depende dos fatos e circunstâncias, e sim da nossa consciência, a partir da qual agregamos significado às diversas situações. Como já nos ensina há milênios o alfabeto chinês, a mesma letra que é usada para crise também é usada para oportunidade. Sendo assim, ao invés de olharmos para todas as mudanças que em alguns momentos se impõe em nossas vidas, podemos sempre olhar para a oportunidade, na qual certamente está contido um benefício. Ainda que na maioria das vezes seja necessária uma boa dose de paciência para
que esse benefício se revele, pois a vida tem o seu próprio ritmo.
Não é por acaso que é dito que Buda, Cristo e outros mestres alcançaram a iluminação quando finalmente sua consciência conseguiu perceber a realidade maior, além dos sentidos, quando desenvolveram uma sensibilidade para perceber o sutil, ou quando seu intelecto, seu instrumento de percepção, se tornou divino, quando o terceiro olho se abriu, e passaram a ver o invisível.
Na Índia, e em países com forte presença da comunidade indiana, todos os anos se celebra o festival de Diwali, que dentre outras simbologias celebra justamente o despertar da consciência do ser. É chamado o festival das luzes, e celebrado com o ritual de acender lamparinas ou luzinhas nas casas. Mas de fato, qual é a simbologia da Luz?
Somos, cada um de nós, uma centelha de luz, de energia, viva, consciente, eterna, que conserva na sua essência, no seu “DNA” espiritual, a fórmula da plenitude, ou seja, 100% de paz, pureza, felicidade, poder, amor, sabedoria, em um estado de equilíbrio perfeito.
Para entrarmos em contato com essa “essência divina” que habita em cada um de nós, precisamos atravessar a barreira de nossos próprios hábitos. Principalmente o hábito de ver fraquezas, defeitos, de auto crítica, que acaba se expressando em criticar tudo e todos à nossa volta. Precisamos criar uma nova narrativa, um novo repertório para nós mesmos. E o conhecimento espiritual é justamente onde encontramos todas as ferramentas para podermos elaborar as situações de uma forma mais positiva, transformadora, como uma bênção, um teste, a fim de alcançarmos um estágio mais elevado em nossa existência humana.
Não é por acaso que a deusa
* OM TRANSFORMAÇÃO * por Patrícia Schmidt Carvalho
Lakshmi é adorada no Festival de Diwali, a divindade da riqueza, da prosperidade. E que antes do dia da invocação de Lakshmi todas as casas são limpas, lavadas e caiadas, pintadas de branco, a fim de preparar o ambiente. É interessante perceber que toda a simbologia ritualística do hinduísmo é uma metáfora de diversas práticas e posturas espirituais, ou seja, práticas para a nossa consciência.
Sendo assim, a casa limpa simboliza a limpeza interna, a limpeza em nossa mente, em nossos pensamentos, intenções, sentimentos. Somente quando percebemos nossos pensamentos podemos impedir que a erva daninha dos hábitos negativos ganhe força, e dessa forma podemos florescer, ou seja, assimilar a miríade de virtudes divinas internamente, que são simbolizadas pelas diversas decorações nas deusas, e que são fundamentais para neutralizarmos o efeito das situações sobre a nossa consciência, e não nos perdermos no labirinto emocional em busca do caminho para a nossa essência esquecida.
Ao acendermos nossa luz interna podemos, nós mesmos, nos tornarmos lamparinas que iluminam o caminho para os outros, que mostram o destino, e mais do
Ao acendermos nossa luz interna podemos, nós mesmos, nos tornarmos lamparinas que iluminam o caminho para os outros, que mostram o destino, e mais do que isso, mostram que esse destino da perfeição individual é possível.
que isso, mostram que esse destino da perfeição individual é possível. Com a luz todas as sombras se dissipam, e somos capazes de ver claramente a verdade.
Além disso, Deus, Shiva, a Luz que nunca se apaga, aquele que no momento de escuridão máxima da humanidade se faz presente, sutilmente, está disponível para todos nós. Basta percebermos, e termos o senso de dignidade interior para nos aproximarmos, e reivindicarmos companhia, e poder. Como um Sol Espiritual, Ele nos preenche com Seus raios de amor, de poder, e dessa forma recuperamos a nossa capacidade e nossa competência.
Outra história relacionada ao festival e Diwali é o retorno de Rama do exílio, descrita na história do Ramayana, um dos principais épicos indianos. O maior exílio é o exílio de nós mesmos, de nosso reino interior. Ao acendermos a luz interna recuperamos as rédeas de nossos sentidos, e nosso exército interior, sob as nossas ordens, trabalha para reestabelecer a ordem em um mundo caótico, governado pelos instintos e pelas negatividades que foram acopladas ao ser, unicamente por falta de força interior.
Essa é a simbologia do Raja Yoga, o mais nobre de todos os Yogas, o Yoga da auto soberania, da conexão com Deus, para o qual um ambiente de pureza e limpeza é necessário, e através do qual podemos finalmen*te, voltar a acender a nossa luz.
Patrícia Schmidt Carvalho é cirurgiã-dentista, e pratica e ensina meditação Raja Yoga há 31 anos.
* MATÉRIA DE CAPA * por márcia Medeiros
Seja luz!
Descemos da dimensão de além, o lar divino, para cumprirmos nossa jornada neste palco do mundo físico. Conforme a roda do tempo gira, perdemos nossa energia vivenciando todas as possibilidades que a matéria oferta. A relação com o mundo inicialmente de cuidado e respeito torna-se de exploração. O enfraquecimento da alma humana expande-se trazendo enfraquecimento em todos os níveis da existência. A desorganização infiltra-se roubando qualidade e brilho de tudo.
Com a perda de poder acontece uma falsa identificação do eu interior com o corpo que habita, sentindo-se um ser físico o mundo externo exerce grande atratividade e influência. Saímos de um estado naturalmente pleno, introvertido e feliz, para uma forma de ser extrovertida e carente. Por fim, as relações e acontecimentos externos ganham enorme poder de influência, que a natureza divina original é esquecida.
* MATÉRIA DE CAPA * por márcia Medeiros
O DESPERTAR DA LUZ
Para o ser retomar sua autossoberania é preciso fazer um profundo movimento de recolhimento. Voltar ao centro de poder espiritual que somos, desfrutar desta dimensão, e ali ficar a maior parte do tempo. Aprendendo a olhar a vida com nova perspectiva. É o momento da jornada de volta ao princípio de tudo – a consciência. Mais uma vez ser Luz.
A terceira visão abre-se quando através do conhecimento espiritual ganhamos sabedoria e profundidade no intelecto para acessarmos a dimensão divina, luminosa e eterna de nós mesmos. Daí, nossas ações virão de escolhas conscientes pelo bem do eu e do todo. Retomamos a cultura de cuidado criando uma condição de vida com qualidade.
Com o poder do intelecto focalize uma luz pulsante muito sutil no centro da sua testa... entre as sobrancelhas... Visualize sua face no espelho veja o brilho do ser por trás da imagem. Ali está o ponto de luz, a alma, o eu ilimitado e eterno... A vida que habita o corpo... a luz que somos que é feita das qualidades divinas de amor... paz... bondade... felicidade... sabedoria... desfrute de seu eu... aceite esta verdade que se revela... incorpore-a ao seu coração... observe o mundo a partir desta percepção de si mesmo... a compreensão da realidade espiritual trará discernimento...
A AJUDA DIVINA
Na hora de maior necessidade a luz do Sol incorpóreo que ilumina intelectos, mentes e corações vem para preencher o vazio, reverter o quadro de decadência, trazer elevação e cura. Com sabedoria e amor incondicional, faz despontar sentimentos puros, construtivos e felizes. Sua presença é um bálsamo refrescante para a alma humana depois de uma longa experiência de desgaste. A relação com Ele possibilita acender e alimentar a chama interna da consciência.
Neste momento, as forças do universo favorecem o avanço de cada um de nós. Por detrás do sofrimento e caos aparentes, há uma auspiciosa renovação orientada pelo divino. Uma sincronicidade de acontecimentos que impulsionam para o melhor, mesmo que as vezes pareça o contrário.
Deus tráz inspiração e força aos atores espirituais alinhando-os na sua melhor e mais perfeita performance. Somente com Sua ajuda é possível que a alma saia do modo comum e desgastado de ser, em direção a nobreza de caráter. Hábitos antigos arraigados darão lugar a posturas positivas. Da ausência de valores, inconsciência e caos; para espiritualidade, virtudes e ordem. Da escuridão para Luz.
* MATÉRIA DE CAPA * por márcia Medeiros
UMA EXPERIÊNCIA SUTIL...
Nas asas dos pensamentos sagrados... subo em direção a um ponto muito alto... além de qualquer limite físico... ao subir, a leveza do ser aumenta... não sinto mais a puxada da gravidade... estou totalmente solto para voar... percebo-me em meio a um céu espiritual de cor alaranjada muito sutil.... atingi meu lar divino e meu Pai... aprecio este doce lugar muito familiar onde vivia antes de descer para Terra... um lugar de extremo conforto e descanso... olho a minha volta e estou em meio a uma constelação de estrelas divinas... todos sentem-se irmãos e pulsam sua essência silenciosa quietamente... faço parte deste cenário metafísico... sou luz... meu Pai espiritual é o grande mestre desta dimensão... Deus irradia Sua influência para toda família divina... há plena confiança... assim como um filho físico confia em seu pai... eu também confio no Pai de além... num estado de grande prazer, os seres de luz deixam-se preencher com Seu imenso amor... todos estão entregues... imersos... plenos...
O festival de Diwali, ano novo Hindu, é um memorial que celebra a lembrança deste momento único de despertar. Quando o Sol espiritual vem para remover a noite da ignorância e trazer o dia ilimitado para humanidade.
Conectando-nos com este momento de mudanças, abraçando o desafio da autotransformação, nossas ações atrairão um lindo capítulo da história.
Vamos ouvir o chamado silencioso do Pai Supremo invocando-nos para, junto com Ele, sermos luzes *para o mundo.
OM SHANTI
“Eu sou um ser de paz e silêncio”
Márcia Medeiros, coordenadora da Brahma Kumaris em Porto Alegre-RS. Pratica e ensina meditação há 35 anos.