CAPÍTULOS PACTO COLONIAL MERCANTILISMO COLONIAL
UNIÃO IBÉRICA e INVASÕES HOLANDESAS
PACTO COLONIAL Denominação tradicional do relacionamento estabelecido entre Metrópole e Colônia, notadamente durante os séculos XVI a XVIII.
25 de janeiro de 2012
ESTRUTURA FUNCIONAL AÇUCAREIRA
Segundo a lógica econômica do sistema colonial, a fonte de desenvolvimento e manutenção da Metrópole apresentava uma estrutura funcional que demandava imensos latifúndios, exportações e numerosa força de trabalho escravo.
Monocultura Exportadora
Latifúndio
(grande propriedade rural)
Além da crescente demanda consumidora, mais dois fatores estimularam o investimento no plantio da cana-de-açúcar:
Produção Escravista
1) A Coroa Portuguesa já possuía experiência (e foi bem sucedida) com esse cultivo em suas possessões no Atlântico: Ilha da Madeira, Açores e Cabo Verde. 2) As condições do clima e do solo do nordestino) eram propícias a esse plantio.
litoral (sobretudo o
25 de janeiro de 2012
MERCANTILISMO COLONIAL Estudos históricos mencionam que a colonização brasileira foi um desdobramento da Expansão Marítima e Comercial Européia. Havia uma urgência lusitana de garantir a soberania sobre essas terras ameaçadas por constantes invasões e explorações estrangeiras, junto ao crescente declínio do comércio oriental.
• Produção agrícola • Produtos tropicais
Colônia
Metrópole • Manufaturados (colônia) • Exportação da produção agrícola (açucareira) • Monopólio Comercial
• Açúcar produzido nos Engenhos da Colônia
Exportação
O fluxo acima, ilustra a relação estrutural do Pacto Colonial, ou seja, a submissão da colônia, visto que o Estado absolutista (materializado na figura do rei), era o único e exclusivo empresário.
Desse modo, a organização da colônia estruturava-se dentro das necessidades comerciais da Europa e funcionava de acordo com elas. Assim, a colônia era um instrumento de acumulação de capital em favor da Metrópole e sua dinâmica mercantil européia. 25 de janeiro de 2012
ATIVIDADES (COMPLEMENTARES) DE SUBSISTÊNCIA
PECUÁRIA As primeiras cabeças de gado chegaram ao Brasil em 1534, vindas das Ilhas de Cabo Verde. A pecuária, no contexto açucareiro, destinava-se a uma atividade de subsistência, atividade acessória (e subordinada) à exportação (cana), transporte de carga e, também, utilizada em alguns engenhos como força de tração animal. Contudo, devido à crescente necessidade da expansão canavieira, tornou-se incompatível a manutenção do gado junto com os canaviais. Desse modo, a pecuária foi migrando para o interior, os sertões da colonização.
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ATIVIDADES (COMPLEMENTARES) DE SUBSISTÊNCIA [2]
Agricultura
Lavouras dedicadas às culturas exclusivamente alimentatres. As principais culturas eram: mandioca, milho, feijão, arroz, trigo, frutas.
Extrativismo
Atividade complementar localizada ao extremo Norte. Consistia em coleta dos frutos da floresta, do cravo, canela, castanha, salsaparrilha, cacau, madeira, pesca de peixes, de tartarugas e peixe-boi (manacuru).
Artes
Atividade independente da agricultura e da mineração e acessórias das grandes propriedades, contribuindo para seu próprio abastecimento e costumes sociais. As principais atividades eram: curtição de couro, chapéus de feltro, esteiras, redes de corda etc.
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A GÊNESE AÇUCAREIRA
As primeiras mudas de cana-de-açúcar foram trazidas da Ilha da Madeira por Martim Afonso de Souza, responsável pela instalação do primeiro engenho em São Vicente, no ano de 1533. Tempos depois, outros plantios foram realizados, sobretudo no litoral nordestino, importante condição facilitadora para o embarque nos portos. As prinicipais regiões nordestinas foram as pernambucanas e baianas. No Brasil, o solo de massapê é encontrado no litoral nordestino e é formado a partir da decomposição de rochas com características minerais de tonalidade escura, propício para o cultivo da cana-de-açúcar.
A cana-de-açúcar tem sua origem na Ásia (Índia ou Polinésia), foi disseminada no Ocidente por Alexandre, o Grande, no século IV a.C. e chegou à Europa pelos árabes, tendo os mouros iniciando seu cultivo na Espanha (Andaluzia). Posteriormente, passou a ser cultivada em regiões mais quentes, mais favoráveis à produção de açúcar, entre as quais o arquipélago das Canárias, pelos espanhóis e Ilha da Madeira, pelos portugueses.
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PLANTATION
Sistema agrícola baseado na monocultura de exportação, cultivada em latifúndios e uso de imensa mão-deobra escrava. Foi um sistema amplamente utilizado no período colonial europeu, com destaque para a colonização de territórios da América do Norte, pelos Ingleses, no início do século XVIII. A plantation açucareira (ou latifúndio monocultor) substituiu o extrativismo do pau-brasil e de outros produtos de menor valor. Foram construídos engenhos que fabricavam o açúcar bruto, a rapadura e a aguardente. Em sua origem, a plantation era movida à força humana; posteriormente, utilizaram tração animal e, também, a força da água.
Na plantation açucareira, além dos produtos de exportação, também eram produzidos (em proporções subordinadas à prioridade açucareira) os gêneros de subsistência necessários à alimentação dos escravos, trabalhadores assalariados e senhores de engenho: mandioca, milho, feijão, arroz, hortaliças e frutas. Nesse período também apresentava-se a pecuária que, além de gênero de subsistência era uma atividade acessória, subordinada à exportação do açúcar. 25 de janeiro de 2012
ESTRUTURA SOCIAL AÇUCAREIRA [1]
A sociedade açucareira era patriarcal, base da sociedade nascida na região do açúcar. As famílias viviam isoladas na zona rural. Característicasl: poder absoluto do pai de família; religiosidade marcante - em quase toda família havia um padre; em toda casa-grande havia uma capela; imposição paterna de profissão para os filhos;
uma
educação somente para os homens (as mulheres recebiam apenas as primeiras noções de escrita e aritmética e educação para o lar). 25 de janeiro de 2012
Cont...
ESTRUTURA SOCIAL AÇUCAREIRA [2]
• submissão da mulher; • casamentos sem escolha e sem amor;
Dois momentos dos Senhores de Engenho
• número elevado de filhos • o primogênito era o único herdeiro da propriedade.
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ESTRUTURA DINÂMICA DO ENGENHO [1]
Casa-grande: eram construções sólidas e espaçosas, onde viviam o senhor de engenho e sua família: mulher, filhos e agregados. A casa-grande era o centro da vida social e econômica do engenho. Capela: local onde se realizavam os serviços religiosos católicos. Aos domingos e dias santos, a capela era o ponto de encontro da comunidade, ali realizavam-se batizados, casamentos e funerais. Senzala: era a moradia dos escravos. Era uma habitação rústica e pobre, onde os negros eram amontoados, sem nenhum conforto. Engenho: instalações destinadas ao preparo do açúcar: a moenda, onde a cana era moída para a extração do caldo; as fornalhas, onde o caldo era fervido e purificado em tachos de cobre; a casa de purgar, onde o açúcar era branqueado; os galpões, onde os blocos de açúcar eram quebrados em várias partes e reduzidos a pó.
ENGENHOS Legados turĂsticos
Senzala UruaĂŠ - PE
Capela Uruaé - PE
Moendas do Engenho Poço Comprido – Vicência - PE
Casa de Gilberto Freyre, autor de Casa Grande e Senzala – Solar Apipucos - PE
Caminhos dos Engenhos, município de Areia, na Paraíba, onde anualmente acontece o Festival da Cachaça e da Rapadura. Trilhas e caminhos da Mata da Bica, na Lagoa do Encanto, culinária típica e ambiente histórico.
UNIÃO IBÉRICA e INVASÕES HOLANDESAS
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“No meu Império o sol não se põe” Felipe II
UNIÃO HIBÉRICA [1]
A Espanha era governada por Filipe II desde 1556, descendente da poderosa dinastia européia: os Habsburgos, que também detinham o controle do Sacro-Império Romano Germânico e exerciam forte influência sobre a Alemanha e a Itália. Em 1578, o rei de Portugal, D. Sebastião, morreu na batalha de Alcácer-Quibir, o atual Marrocos, em luta contra os árabes sem deixar descendentes. Desse modo, assumiu o trono de Portugal o seu tio-avô, o idoso cardeal D. Henrique, que também faleceu em 1580, sem deixar sucessores. Logo, vários pretendentes se candidataram então ao trono vago: D. Catarina, duquesa de Bragança, D. Antônio, prior do Crato e, também, Felipe II, rei da Espanha, que descendia, pelo lado materno, em linha direta, do rei D. Manuel, o Venturoso, que reinou nos tempos de Cabral. 25 de janeiro de 2012
UNIÃO HIBÉRICA [2]
Todavia, a concorrência ao trono foi uma breve "batalha" e o rei Felipe II anexou Portugal aos domínios de Espanha. Desse modo, de 1580 até 1640, o rei da Espanha passou a ser, ao mesmo tempo, rei de Portugal, dando origem ao período conhecido como “União Ibérica”. Com essa anexação, Portugal (que sempre adotara uma política internacional muito prudente, receoso de sua própria fragilidade), herdou os numerosos inimigos dos Habsburgos, dentre eles o mais temível, a Holanda.
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INIMIGOS ÍBEROS-HOLANDESES
As origens da Holanda são os Países Baixos (atualmente Bélgica, Holanda e parte do norte da França). Desde a segunda
metade da
Idade
Média, esses Países
constituíram-se numa região de grande prosperidade econômica,
cujas manufaturas
têxteis
conquistaram
incomparável reputação internacional. Embora os Países Baixos fossem possessões dos espanhóis, os Habsburgos, tinham grande autonomia no reinado de Carlos V (pai de Filipe II) e as tradições holandesas e os interesses econômicos locais eram respeitados. No entanto, com a ascensão de Filipe II, que herdou do pai o trono espanhol e os Países Baixos, tudo mudou por dois motivos: 1. Graves conflitos entre católicos e protestantes (Felipe II era dovotadamente católico) 2. Felipe II era um rei absolutista e não era benevolente, logo, pôs fim à tolerância religiosa e
substituiu todos os governantes nativos por administradores espanhóis (de sua confiança), subordinando a Holanda diretamente à Espanha.
25 de janeiro de 2012
UNIÃO IBÉRICA E INVASÕES HOLANDESAS [1]
A Espanha, após anexação de Portugal, adotou medidas restritivas ao comércio com seus portos, em represália à Holanda. Não obstante, os mercadores de Amsterdã decidiram atuar diretamente no Índico. Inicialmente não deu certo e para solucionar futuras dificuldades, constituíram a Companhia das Índias Orientais (1602), que passou a ter o monopólio do comércio oriental, garantindo desse modo a lucratividade da empresa. Foram bem sucedidos e, estimulados com esse sucesso, a constituírem a Companhia das Índias Ocidentais (1621), com a qual invadiram o nordeste açucareiro do Brasil (embora tenham fracassado na primeira tentativa na Bahia)
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UNIÃO IBÉRICA E INVASÕES HOLANDESAS [2]
Em 1630, com uma esquadra de 70 navios, os holandeses dominaram sem dificuldades Recife e Olinda. Embora posteriormente o governador tenha preparado um ataque surpresa com as Companhias de Emboscada (guerrilheiros chefiados pelo governador de Pernambuco Matias de Albuquerque). Contudo, os holandeses venceram e ainda contaram com um novo aliado, o Senhor de Engenho pernambucano, Domingos Fernandes Calabar.
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UNIÃO IBÉRICA E INVASÕES HOLANDESAS [3]
Até 1635 os holandeses estavam arcando com as despesas militares da conquista do nordeste brasileiro. A Nova Holanda era, aos olhos da Companhia
das
Índias
Ocidentais,
um
empreendimento comercial do qual se esperava extrair altos lucros. Era preciso, portanto, colocála rapidamente em condições de produzir. Para organizar os seus domínios no Brasil, foi enviado o governador-geral João Maurício de Nassau, que aqui permaneceu de 1637 a 1644.
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UNIÃO IBÉRICA E AS INVASÕES HOLANDESAS [5]
Nassau, percebendo que para pacificar a região e melhor administrá -la teria que estabelecer bom relacionamento com os ilustres senhores de engenho , logo tomou as seguintes providências: 1) Proibiu a agiotagem praticada por agentes holandeses; 2) Autorizou auxílio financeiro para restauração dos engenhos; reduziu tributos e ainda perdoou as dívidas de alguns senhores, sustando, também, a penhora de seus bens; 3) Concedeu maior liberdade na venda de açúcar, cuja produção vinha se normalizando; garantiu a liberdade religiosa (judeus, cristãos e protestantes); 4) Modernizou Recife; pavimentou ruas, drenou pântanos, construiu pontes e trouxe para Recife várias missões artísticas e científicas.
25 de janeiro de 2012
RECIFE prĂŠ-colonial
25 de janeiro de 2012
RECIFE - VISTA AÉREA
FIM DA UNIÃO IBÉRICA EXPULSÃO DOS HOLANDESES
Em 1640, com o fim da União Ibérica e o movimento denominado Restauração
(recuperação),
ou
seja, retorno da autonomia política de Portugal, agora sob a dinastia dos Bragança, sendo seu primeiro rei, o D. João IV, o cenário sofreu relevante mudança. Em 1644, Maurício de Nassau retornou à Europa. No ano seguinte, em 1645, diante do clima de insatisfação com a nova administração holandesa (sobretudo quando a Companhia holandesa decidiu cobrar, a juros exorbitantes, os empréstimos liberados por Nassau) teve início um movimento de revolta que ficou conhecido como Insurreição Pernanbucana. 25 de janeiro de 2012
DECADÊNCIA AÇUCAREIRA
Assim, após violentas lutas, os holandeses foram finalmente derrotados e, já dominando as técnicas da cultura da cana e da produção do açúcar, estabeleceram-se nas Antilhas, região da América Central,
onde aprimoraram as técnicas de produção e qualidade do produto, tornaram-se competitivos no mercado europeu e causaram
grande impacto nas exportações da colonia brasileira, iniciando o período de decadência do ciclo açucareiro.
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FONTES PESQUISADAS
FREYRE, Gilberto. Nordeste: aspectos da influência da cana de açúcar na vida e na paisagem do Nordeste. Rio de Janeiro, José Olympio, 1937. FURTADO, Celso. Formação econômica do Brasil. Rio de Janeiro, Fundo de Cultura, 1959. PRADO JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo, Martins, 1942. http://www.ahistoria.com.br/historia-do-brasil/economia-colonial.html http://www.brasilescola.com Imagens: http://www.google.com.br/search BARBOSA, Denise Rebouças. “Colônia Juliano Moreira: da Fazenda de Engenho à Instituição de Assistência à Saúde”. In: CENTRO CULTURAL DA SAÚDE. Mostra Inaugural: Memórias da Loucura. Rio de Janeiro: Ministério da Saúde, 2001.
http://www.rio.rj.gov.br/web/sbj/exibeconteudo?article-id=2280674 http://www.sms.rio.rj.gov.br/servidor/cgi/public Composição visual e textual: Blan Tavares
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AGRADECIMENTO
Sempre grata por sua atenção Blan Tavares Disciplina: História – Prof. Marcelo SENAC – Copacabana – TGT/Noite Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 2012
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