Desintoxicação hepática

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Desintoxicação Hepática Publicado por J. Miguel Borges January 12, 2016

Tags: A Alimentação E O Fígado, A Importância Do Fígado, alimentação, Contaminantes Alimentares, Detoxificação Hepática, disfunção hepática, doenças do fígado, figado,glúcidos, metabolismo, Perturbações Do Fígado, proteínas

Do fígado podem surgir várias enfermidades e, por isso, conhecer o fígado e do que precisa para realizar as suas funções pode ajudar-nos a manter o fígado saudável por mais tempo. Este artigo mostra o lado mais científico, explicado de forma simples e com ilustrações.


Neste artigo poderá encontrar os seguintes temas: • • • • • • • • • • • •

A Importância Do Fígado

A Química Do Fígado Detoxificação Hepática Emuntórios Principais E Anexos O Fígado Como Órgão Chave Da Desintoxicação

Os Contaminantes Alimentares As Amálgamas Dentárias Perturbações Do Fígado Sinais De Desordens Hepáticas Funcionais A Alimentação E O Fígado Cronobiologia Bibliografia

A IMPORTÂNCIA DO FÍGADO O fígado tem uma importância muito especial no organismo porque pressupõe a perfeita conjugação entre duas estruturas embrionárias diferentes (mesodermo e endodermo) mas também porque está situado estrategicamente no sistema circulatório venoso, sendo uma verdadeira ponte entre o sistema portal (colector de drenagem intestinal e hormonal pancreática, nomeadamente através da insulina e do glucagéneo) e a veia cava inferior. Esta posição dá-lhe uma evidente importância na relação com os produtos resultantes da absorção intestinal. Tem uma função importante na gestão dos glúcidos, das proteínas e das gorduras, e intervém em muitos aspetos do funcionamento do metabolismo (hormonal e detoxicação de produtos endógenos e exógenos nocivos, síntese de colesterol e ácidos biliares, síntese de elementos fundamentais à coagulação, mecanismos imunitários, etc). A produção de ácidos biliares e a bilirrubina são a sua função mais característica intimamente ligada aos mecanismos de digestão e absorção. É também um órgão vital na gestão de homeostase energética.


Infográfico: Figado e a Regulacao Acido-Base

O fígado é um órgão hídrico. Juntamente com o rim, intervém na repartição dos fluídos no organismo. As células hepáticas têm a importante função de gerar os eletrólitos e os minerais graças ao potássio de origem vegetal que controla a fuga dos outros iões alcalinos.

Fígado = Reservatório Sanguíneo


A QUÍMICA DO FÍGADO No metabolismo dos glúcidos: Intervém na glicogénese. O valor funcional do fígado está ligado ao seu teor em glicogénio. Para isso utiliza o potássio. O músculo é incapaz de assegurar a neoglucogénese que só é possível a nível do fígado. O músculo determina a quantidade de glicogénio transformado em glicose necessário ao bom funcionamento.

DETOXIFICAÇÃO HEPÁTICA O fígado é um órgão que elimina e desintoxica as substâncias estranhas, tóxicos, nomeadamente as que provêm do cólon.

Hipermabilidade intestinal e sobrecarga hepática


Através de uma série complexa de reações químicas, o fígado converte as toxinas liposolúveis em substâncias hidrosolúveis excretadas pela urina e pela bílis. A maior parte dos tóxicos químicos que entram no corpo são liposolúveis e sãoarmazenados durante anos. Além disso, as toxinas dos micro organismos tais como bactérias, parasitas, vírus e fungos são também descodificados pelo fígado. Cada substância que se encontra em excesso é uma sobrecarga para o fígado que este deve ajudar a eliminar. É o caso dos medicamentos, da quimioterapia, mas também dos açúcares mortos como o açúcar cristalizado.

EMENTÁRIOS PRINCIPAIS E ANEXOS Fígado: Eliminação das toxinas. Sobrecarga hepática. Rins: Eliminação das toxinas solúveis por via sanguínea. Cólon: Eliminação das toxinas insolúveis por vias biliares (descarga biliar, inchaço, flatulências, colopatia). Quando há sobrecargas tóxicas, há uma sobre-solicitação dos ementários anexos: Pele: Transpiração, descamação, fanaras (acne, eczema, caspa) Brônquios: Mucosidade, descamação (bronquite crónica) Mucosas: Renovação celular, secreções ORL (conjuntivite ocular, vaginal): sinusites, rinites, otites, aftas, hipersecreções vaginais.


O FÍGADO COMO ÓRGÃO CHAVE DA DESINTOXICAÇÃO A maioria dos tóxicos (metais pesados, xenobióticos, medicamentos, etc), toxinas e hormonal são LIPOsolúveis. Os processos de desintoxicação têm por objetivo tornar as substâncias HIDROsolúveis por eliminação.

FASE 1: ATIVAÇÃO Nesta fase o fígado desintoxica os produtos químicos (DDT, PCB, metabolitos do tabaco, hormonas, medicamentos…). Dá-se a oxidação, redução e hidrólise através das enzimas próprias desta fase criando moléculas radicares que em excesso podem danificar o parênquima hepático. A produção e o aporte de antioxidantes são neste caso muito importantes. Os efeitos da exposição aos tóxicos e às toxinas, variam de um indivíduo ao outro. Certas pessoas são muito sensíveis, outras não. Esta sensibilidade provém das capacidades de desintoxicação onde têm uma função essencial as hemo-proteínas (Cyt P450). As hemo-proteínas são enzimas catalisadoras de centenas de reações e podem ser encontradas em muitos tecidos (fígado, rins, pulmões e cérebro). A regulação das hemo-proteínas (Cyt P450) pode ser POSITIVA ou NEGATIVA.

Regulação Positiva (aumento de Cyt P450): – cafeína, álcool, dioxinas, AGS, pesticidas, organofosforados, odores de tinta, sulfonamidas, barbitúricos, nicotina, corticóides – bróculos, couve, couve de Bruxelas, dieta proteica, sumo de citrinos – vitaminas B3, B1, C Durante a ativação da Fase 1 é natural que o organismo tenha uma produção excessiva de radicais livres, que podem danificar o fígado. É por isso importante neutralizar esta ação através de suplementação adequada como o glutatião.


Regulação Negativa (diminuição de Cyt P450): – benzodiazepines, antihistamínicos, cimétidina, anti-ácidos, ketoconazole – sumo de toranja, curcumina (mais ativa na Fase2), capsicaina, quercétina, eugenol, calêndula – idade, flora de putrefação A curcumina é uma substância que tem sido muito estudada e pode ser usada para inibir a bioativação dos carcinógenos (na Fase 1) e estimular (na Fase 2). Catalizadores e co-fatores indispensáveis: oligo-elementos e vitaminas B (B2, B3, B6, B9, B12).

FASE 2: Via de Conjugação A esta Fase também se chama Fase de Detoxinação e permite que as células hepáticas se liguem a outras substâncias (cisteína, glicina, enxofre, etc) e às substâncias tóxicastornando-as menos nocivas e transformá-las em substâncias hidrosolúveis por forma a serem eliminadas pela bilis ou pela urina. Para serem ativos na Fase 2, os hepatócitos necessitam de taurina, cisteína, glicina, glutamina e colina. Nesta fase é importante adotar estratégias de eliminação dos metais pesados (Hg, e Pb).

Perturbações Celulares por Metais Pesados


A metionina reforça os stocks de glutatião em caso de intoxicação por metais pesados. A carência de glutatião pode estar associada ao défice de nutrientes necessários à sua síntese (cisteína, glicina e ácido glutâmico) e a doenças que inibem a sua formação (cancros, sida e quimioterapia).

OS CONTAMINANTES ALIMENTARES: Inventário Todos os elementos abaixo têm uma correlação direta ou indireta com a diabetes tipo II, patologias cardiovasculares e cancro.

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Pesticidas: inferior ou igual a 600 substâncias Medicamentos veterinários: inferior ou igual a 600 substâncias Agentes químicos: superior a 70 substâncias Contaminantes neoformados Dejectos de embalagens Tóxinas Nanopartículas em desenvolvimento Poluentes orgânicos (PCB, dioxina) mesmo que em pequenas doses

AS AMÁLGAMAS DENTÁRIAS Vários estudos suspeitam das amálgamas como estando na génese de várias doenças: patologias bucais, alegrias, doenças neuropsicológicas, depressão inexplorada, doença de Alzheimer, esclerose em placas, síndrome de Parkinson, doenças do tubo digestivo, abortos e malformação de nascença e disfunções do sistema nervoso em particular. Em 1991 a Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu o seguinte: “Muita gente pensa que as suas dores são provocadas pela amálgama dentária. Os sintomas são muito diversos. Alguns estudos assinalaram melhorias no estado de saúde após a substituição das amálgamas” – Rapport SENAT 2001 A libertação do mercúrio é uma evidência, sob o efeito da acidez dos alimentos e da mastigação. Em certos países (Suécia, Alemanha, …) é proibido o uso de amálgamas dentárias em mulheres grávidas e nos insuficientes renais.


PERTURBAÇÕES DO FÍGADO A lista das doenças do fígado é longa: • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

hepatite viral aguda hepatite crónica hepatite medicamentosa cirrus alcóolica cancros primitivos e secundários do fígado hipertensão portal esteatose hepática encefalopatia hepática quisto biliar amibiase hepática hidatidose atrofia das vias biliares angiocolite sclerosante primitiva angiocolite aguda adenoma do fígado insuficiência hepatocelular síndrome de Budd Chiari (trombose das veias sub hepáticas por tumor) síndrome de Pepper (meta hepática de um neuroblastoma da supra renal) síndrome de Reye Johnson (lesão renal hepática com encefalopatia) cirrose biliar promitova fígado cardíaco

SINAIS DE DESORDENS HEPÁTICAS FUNCIONAIS • • • • • • • • • • • •

Lingua pastosa, carregada Hálito forte Perturbações digestivas, náuseas, enjoos Obstipação, diarreia, disbiose intestinal Fezes gordas Dores de cabeça Tez amarelada Sono perturbado, acordar entre a 1h e as 3h da manhã Astenia matinal Parâmetros biológicos perturbados (yGT, transminasesb, bilirrubina, colesterol) Anestesias locais, gerais e muita medicação Dores hepáticas


A ALIMENTAÇÃO E O FÍGADO Face a toda a perturbação hepática, é necessário:

Privilegiar: • • • •

Fruta da época Frutos secos Cereais integrais Legumes crús e cozidos a vapor

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Saladas verdes Óleos vegetais biológicos de 1ª pressão a frio Mel de rosmaninho Água com limão

Reduzir ou mesmo eliminar: Carnes Gorduras animais Caldos de carne Conservas ou alimentos cozidos no micro ondas • Pão branco • Açúcar industrial • Leite fervido homogeneizado • • • •

• Café • Chocolate • Legumes desidratados ou amadurecidos artificialmente • Todas as bebidas com álcool ou excitantes • Produtos químicos • Tabaco

Moderar: • • • •

Ovos frescos Soja Ervilhas Feijões

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Sémola de trigo Manteiga fresca crua Endívias Açúcar de cana não refinado

No caso de pessoas com disfunção hepática, é preciso ter especial atenção com a alimentação. Nomeadamente: Privilegiar: Os óleos vegetais de boa qualidade (w3 e w6) Os legumes, os frutos (fora da refeição) Os alimentos mais integrais possível / sensibilidade intestinal Os alimentos ricos em Mg, em Vitaminas B6, B9 e B12 e taurina Os alimentos ricos em anti-oxidantes (ervas aromáticas) • Alho cru, a soja, as crucíferas (na Fase 2, referida acima) • • • • •

Plantas com Função Hepática • • • •

Desmodium Cardo Mariano Alcachofra Boldo

Limitar ou suprimir: • Os produtos lácteos de vaca

• Rosmaninho • Rábano Negro • Alburno de Tília


• A charcutaria • O álcool • Os ovos (a limitar unicamente; conservar 3 a 4 por semana)

CRONOBIOLOGIA Das 15h às 3h da manhã: Glicogénese Das 3h das manhã às 15h: Glicogenólise.

BIBLIOGRAFIA Popper H and Schaffner F, “Die Leber Struktur und Funktion Stuttgart” Hepatitis: Der Merkurstab 1999 Bendavid, “Biochimie des grandes fonction hépatiques”. Rennes. Palacios, Pilar, “Nutrigenomics y NCA” Madrid 17/09/10 Grosdidier, Régis, “Nutrição Celular Ativa e a Detoxificação Hepática”, Laboratoire Nutergia


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