5 minute read

ao volante Peugeot e-2008

PEUGEOT e-2008 Para passeios longos

A versátil plataforma elétrica do Grupo PSA funciona melhor quanto maiores são os carros. Neste caso, o Peugeot e-2008 dá bom uso ao motor elétrico, tornando-se o carro ideal para viagens em família sem qualquer emissão poluente e com um nível muito interessante de conforto.

Advertisement

Onovo conceito elétrico da Peugeot já está a dar origem a vários automóveis diferentes, todos com a mesma base técnica. Depois de termos experimentado o e-208 no ano passado, o e-2008 seria muito diferente?... Apenas uma versão maior, ou algo de novo, com a sua própria função?... Em certos aspetos, acabou por ser mais interessante do que o seu “irmão” mais pequeno, e até apela mais aos instintos ecologistas, permitindo ao condutor optar por conservar energia, ao mesmo tempo que é mais interessante para uso familiar. Em comparação com as variantes de motor térmico, o Peugeot e-2008 é até mais interessante, com a diferença de preço a ser o único verdadeiro obstáculo à aquisição do SUV urbano elétrico.

Tal como o e-208, o e-2008 beneficia da colocação das baterias no chassis para rebaixar o centro de gravidade e torná-lo uma experiência de condução mais segura e confortável. Neste caso, não é tão emocionante como o 208 GT, mas é agradável o suficiente, com uma suspensão eficaz e um adornar reduzido da carroçaria em curva. Enquanto o 208 funciona melhor na cidade, o 2008 apela para fazer viagens maiores, até porque tem muito mais espaço para viajar com a família. À frente, o condutor continua a contar com o “i-cockpit”, mas vai sentir-se mais como se estivesse aos comandos de uma embarcação, mais relaxado. O acesso aos vários comandos, tanto do painel de instrumentos como do infoentretenimento, é fácil e intuitivo, adicionando também informação relativa à gestão da bateria aos ecrãs encontrados habitualmente. Nos lugares traseiros, os ocupantes têm um conforto mais que aceitável para longas viagens, com destaque para o espaço para a cabeça e para os ombros dos ocupantes, graças à largura superior. A bagageira mantém uma capacidade dentro da média do segmento, embora a montagem da bateria tenha obrigado a reduzir este valor dos 434 para os 405 litros. O Peugeot e-2008 está disponível com quatro níveis de equipamento. O GT-Line é o que tem a lista de equipamento mais interessante, mas ultrapassa a barreira psicológica dos 40 mil euros, demasiado elevado para um veículo deste segmento. Assim, a versão Allure é preferível, até porque pode escolher alguns dos equipamentos do GT Line como opcional, ainda que arrisque novamente ultrapassar essa barreira psicológica.

Convite a abrandar Como já estávamos familiarizados com a variante elétrica do Peugeot 208, não esperávamos que a combinação do motor de 100 kW (ou 136 cv) e da bateria de 50 kWh com o 2008 fosse muito diferente. E de facto não é. Mesmo sendo mais pesado, o e-2008 mantém uma boa resposta às solicitações do condutor, ainda que aqui não exista a mesma necessidade de acelerar tão depressa. É algo que ajuda a fortalecer a sensação de conforto, sabendo que o e-2008 pode fazer manobras de ultrapassagem rapidamente sem grande preparação provisória, algo que não é possível da mesma maneira com os 2008 a gasolina e diesel.

A variante elétrica do 2008 combina motor de 100 kW (136 cv) com bateria de 50 kWh.

Tal como acontece com o e-208, o e-2008 também oferece ao condutor três modos de condução, Eco, Normal e Sport, mas aqui não vai sentir tanta necessidade de experimentar este último. Em comparação com o caráter individualista do modelo mais pequeno, o “crossover” elétrico serve essencialmente para transporte familiar, e só vale a pena usar o modo Sport quando está mesmo com pressa. No dia a dia, o ideal é trocar constantemente entre os modos Eco e Normal, para poder tirar o melhor partido das capacidades do motor de 100 kW conforme o tipo de terreno. O modo Eco é preferível na cidade, onde nunca precisa de acelerar muito, enquanto na estrada só vale a pena selecioná-lo em autoestrada ou retas longas, pois em cidade é preferível ter uma resposta mais direta ao acelerador.

Na prática, não é muito difícil fazer com que o e-2008 ultrapasse os 320 km de autonomia anunciada.

Também pode trabalhar com o modo “B” da alavanca das mudanças para reduzir ainda mais o consumo. Ainda é algo que os condutores portugueses fazem pouco, mas que os condutores que estão habituados a carros elétricos já sabem aproveitar, simplesmente ao reduzir a velocidade retirando o pedal do acelerador em vez de acelerar até ao ponto de travagem. Como o modo “B” tira ainda melhor partido da força de travagem e o modo Eco vai ser mais usado, é possível atingir consumos energéticos baixos, na casa dos 14 kWh por cada 100 quilómetros, ou seja, na prática, não é muito difícil fazer com que o e-2008 ultrapasse os 320 quilómetros de autonomia anunciada. Desta forma, pode aproveitar para fazer algumas viagens com a família durante o fim de semana. Diariamente, o ideal é recarregar a bateria regularmente, optando por uma “wallbox” trifásica, que permite obter uma carga total em sete horas e meia a oito horas. Ao fazer uma viagem longa, é melhor garantir que há um carregador de alta velocidade nas imediações, recorrendo aos serviços “Free2Move”. Dessa forma, pode deslocar-se a qualquer distância dentro do território nacional, e garantir que pode sempre regressar a casa sem ficar sem bateria pelo caminho nem perder muito tempo à espera... n Paulo Manuel Costa (texto) FICHA TÉCNICA Motor Bateria Potência Binário Tração Suspensão Comprimento Largura Altura Bagageira Peso Consumo Acel. 0-100 km/h Emissões CO2 Carregamento Elétrico tipo síncrono Iões de lítio, 50 kWh 136 cv / 3673-10.000 rpm 260 Nm / 300-3673 rpm Dianteira, caixa de relação única McPherson à frente, eixo de torção atrás 4300 mm 1770 mm 1530 mm 405 litros 1623 kg 14,6 kWh/100 km (testado) 8,1 segundos –7 horas (7,4 kW)

Preço 38.620€ (versão Allure ensaiada) Gama e-2008 desde 37.190€

This article is from: