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Após três anos, poucos avanços

Fernando de Maria DA REDAÇÃO

Equipe do Boqnews percorreu os 8 quilômetros da segunda fase do VLT no último dia 15 - o mesmo já ocorrera no final de dezembro - para acompanhar o andamento das obras. De lá para cá, poucas novas intervenções ocorreram - com exceção do pequeno trecho de ambos os sentidos da Rua São Bento, no Valongo.

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Afinal, a quadra está interditada desde 16 de janeiro e a promessa de liberação ocorrerá em 21 de março. Além disso, algumas intervenções no trecho da Rua Constituição, entre as ruas Luiza Macuco e Joaquim Nabuco. E próximo à praça Padre Champagnat, junto à Rua Xavier Pinheiro, onde outra estação será instalada - ao lado da Gota de Leite.

No restante, nada mudou, como nas quatro quadras da Rua Amador Bueno que sofreram intervenções desde o ano passado. Na prática, o que se vê nestes dois últimos meses são as reformas das reformas realizadas anteriormente nas ruas Campos Mello - com quadras interditadas - e Luiz de Camões - com estreitamento de pista.

Pouco para quem tem pressa diante de tantas interrupções.

Início da 'viagem'

Começando o trajeto da Campos Mello, chama a atenção - logo na primeira quadra - um desnível não solucionado até agora. Na seguinte, o cruzamento com a rua Luiz Gama virou um cenário de guerra, com equipamentos e homens trabalhando no local.

Para acessar a via, deve-se seguir pela Avenida Conselheiro Nébias com conversão várias quadras depois - na Rua João Guerra. Na sequência, surge o primeiro estreitamento de pista onde será implantada uma estação do VLT, logo após a Rua Emílio Ribas. E alerta: há desnível na pista.

Na quadra seguinte, um verdadeiro cenário de guerra: o asfalto quebrado está colocado em três montes. Resta ao motorista uma pequena faixa de rolamento, totalmente esburacada, como opção.

Poeira para todo o lado para 'terror' de moradores e comerciantes. Até para quem quer paz, tranquilidade e intimidade tem encontrado dificuldades se quiser curtir momentos de prazer nos dois motéis localizados na via.

A ponto de placas serem instaladas na vizinha Avenida Conselheiro Nébias para avisar aos motoristas mais 'agitados'.

Sem sinal

A partir da última quadra da Rua Campos Mello, não há qualquer sinal da realização da obra. Aliás, sequer há autorização para o início delas. Quem não sabe, nem imagina que por ali passará o VLT. O motorista segue pela rua Dr. Cochrane, passa em frente ao Mercado Municipal, cuja fachada está sendo recuperada, e prossegue até a Rua João Pessoa.

Na via, nenhum sinal da obra em toda sua extensão. Ao chegar ao Valongo, equipamentos se distribuem na Rua São Bento. E só. Nada diferente na Rua Visconde do Embaré - ao lado do terminal de passageiros - nem na Praça dos Andradas, a qual o VLT cortará.

O único sinal de que há algo diferente na pista ocorre nas primeiras quatro quadras da Rua Amador Bueno. Aliás, em situação idêntica - tirando a retirada de cavaletes na pista - a que a Reportagem identificou em dezembro passado.

Ao motorista, atenção, pois o lado direito da pista - com asfalto retirado - virou opção para estacionamento - ainda que não existam placas - exceto do lado oposto. No entanto, no cruzamento da Rua D. Pedro II, a situação se inverte. Se não prestar atenção, corre-se o risco de um acidente.

Gás

Na via, homens da empresa responsável pelo gás encanado atuam no cruzamento com a Rua Constituição visando preparar a área para recebimento da chegada da instalação do VLT. Afinal, gás e energia não combinam. Pela Rua Constituição, a maior parte dos imóveis continua com sua área original - ou seja, sem recuo para ampliação da estreita pista.

São poucos os imóveis que já recuaram sua frente para liberar espaço para o modal. Alguns, como pequenos prédios, terão dificuldades. Sem dúvida, problemas à vista...

Nesta via, os primeiros sinais de alguma intervenção ocorrem somente a partir do cruzamento com a Avenida Campos Sales, com recuo de alguns imóveis à esquerda.

Não bastasse, assim como na ida, junto à Rua Campos Mello, a ponte deste trecho também passará por reforço e reestruturação para suportar o peso dos vagões do VLT.

Atual Est Gio Das Obras

1. Trecho da Rua Campos Melo, no cruzamento com a Rua Luiz Gama;

2. Reforma do trecho da futura estação de embarque, próxima à Rua Luiza Macuco;

3. Asfalto recém colocado na Rua Campos Mello retirado por erro de projeto;

4. Na Rua Amador Bueno, obras só atingiram quatro quadras;

5. Na Rua Constituição, trecho aguarda pela colocação dos trilhos;

6. Calçadas recém feitas estão sendo destruídas para ampliar vagas de estacionamento de veículos

Portanto, mais obras complexas nem iniciadas.

Trecho final

Seguindo a rua, a área da via que abrigará uma estação já recebeu a melhoria prevista com o aprofundamento da parte esquerda para acesso à futura estação, atrás do campus da Universidade Católica de Santos.

Dessa forma, as obras prosseguem na futura estação após a Rua Xavier Pinheiro e junto à Gota de Leite. E ao adentrar na Rua Luiz de Camões, destaque para o quebra-quebra nas calçadas, recém-construídas, para abertura de vagas de estacionamento.

Por fim, nenhuma alteração até agora no trecho final do VLT junto à Avenida Conselheiro Nébias. Área de fluxo intenso que sofrerá profunda mudança quando houver a divisão da pista entre veículos, bicicletas e o próprio modal, que se ligará à estação Conselheiro Nébias, percorrendo o restante da linha rumo a São Vicente.

Portanto, três anos se passaram, mas na prática nada indica que a obra será concluída tão cedo levando em consideração o atual ritmo e a complexidade presente ao longo dos seus oito quilômetros de extensão.

Cetesb

Em razão dos problemas e demora nas obras, a Cetesb verificou a necessidade de ajustes na execução dos programas ambientais pela EMTU - Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos, responsável pela obra. Desde agosto passado, a Cetesb retificou a Licença Ambiental de Instalação emitida para o empreendimento.

Dessa forma, as obras passaram a ser liberadas por trechos "desde que a EMTU comprove a devida implementação dos programas ambientais". Dos 5 lotes, estão liberadas as obras dos trechos 1, 2 e 5. As obras do Lote 4 encontram-se liberadas parcialmente. E não há previsão sobre o Lote 3, segundo a Cetesb. Já a EMTU informa que está concluindo as tratativas para definição do prazo de entrega das obras do VLT.

Em nota, a empresa informa que a previsão de início da implantação da via permanente, bem como do lote 4, ocorrerá no primeiro trimestre deste ano - ou seja, até março.

Já as obras do lote 3 deverão ser iniciadas no primeiro semestre deste ano (até junho). Em relação à mudança do posicionamento de alguns postes, "eles pertencem à CPFL e, sendo assim, seguem as diretrizes da companhia, que determina os distanciamentos mínimos".

"As fiações da CPFL e TELECOM serão remanejadas de modo a não ficarem na frente dos pontos históricos no trajeto do VLT definidos pela Prefeitura de Santos", complementa a nota. Quando à falta de pessoal, a empresa informa que o "quadro de funcionários foi adequado pela construtora pelas frentes disponíveis da obra".

"A EMTU sempre prestou todos esclarecimentos ao Ministério Público e à Cetesb, de modo a garantir o atendimento às demandas dos processos e a continuidade das obras", finalizou. A empreiteira Alya, responsável pela obra, optou em não responder e indicou que qualquer posição seria feita pela EMTU.

Mais intervenções

A Alya informa que novas intervenções ocorrerão nos próximos dias. Neste sábado (25), a partir das 9horas, a CPFL fará o remanejamento de postes da Rua Campos Melo entre Rua Henrique Ablas e Avenida Campos Sales.

A programação é que as atividades se encerrem às 15 horas. O tráfego de veículos poderá ser prejudicado neste período. Serviços como telefonia, internet e TV a cabo poderão ser interrompidos também. No mesmo dia, o serviço também ocorrerá na Rua da Constituição com a Avenida Campos Sales, das 9h às 15 horas (previsão). Já entre os dias 1 e 31 de março, prosseguirão as obras para instalação de canaletas de drenagem da Rua Luiz de Camões entre a Rua João Guerra e Avenida Conselheiro Nébias. Para instalação das canaletas, o estacionamento sobre a via será proibido e a pista de rodagem estará parcialmente interditada

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