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Viagens e histórias ao redor do mundo

as vezes tratam com rudeza, mas porque a cultura desses povos são assim.

“Gentileza e sorrisinho de um russo ou polonês inexiste. A cultura é diferente, russo não chora, a criança aprende desde criança, choro é de gente fraca e que se expõe. Na Turquia não há contato, não pode apertar a mão das mulheres, por exemplo. É só 'oi'. Fiquei com a mão no ar umas 20 vezes", brinca.

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"Eu tenho algo fundamental na viagem que é entender a diferença como diferença e não como coisa bizarra. A gente aprende nas ciências sociais que todo tipo de ação social tem uma importância dentro da cultura das pessoas”, comenta Fernando.

Portanto, o professor reforça que a cultura define como as pessoas agem, se vestem e comem. Na Europa, mesmo dentro de um país, há diversas etnias presentes. No norte da Sérvia, a população é húngara. Na área húngara da Sérvia, eles se vestem de um jeito. A comida é diferente. Já 60 quilômetros depois já na área da Sérvia, a comida muda, o sorriso, o jeito que as pessoas agem, explica o professor.

“Mas elas são gentis. Existem uma ideia de bem e mal, ninguém admite crime, roubo, estupro, muita similaridade dos povos que conheci com o brasileiro. Existem muito mais similaridades que diferenças. Na Turquia, os pratos têm pouco sal. Se pedir uma sopa de lentilha, você não consegue tomar sopa, pois tem que salgar a comida, eles colocam pouco".

"Entra na Geórgia, Batumi, a comida tem sal igual do Brasil. Isso vai de acordo não com a nacionalidade, mas há etnia dentro da nacionalidade. A Europa é um mosaico étnico. Você está na Transnístria, tem área ucraniana, russa, búlgara e moldava. Existem 4 etnias dentro que vivem formas diferentes e língua diferentes”.

Desafios

Sobre as experiências mais desafiadoras que passou, o professor aborda que em muitos países, principalmente mais pobres, cachorros não são pets como no Brasil e Ocidente. "Cachorro é de trabalho para cuidar de carneiro, rebanho e segurança".

“Ele não é bem vindo em muitos países. Eles acham uma loucura quando eu entro com ele no hotel. De repente consigo um que aceita pet, mas hospedes ficam assustados e reclamam para o dono do hotel. Na Moldávia não tem pet, mas outros têm”, expõe Fernando. Além disso, ele também comenta que nos países islâmicos ninguém toca no Belmiro. Em Kosovo e Albânia, quando andava com o seu pet nos calçadões da fora as saladas, da parte vegetariana”.

Aprendizados

Referente aos principais aprendizados que o professor adquiriu, ele informa que é o de “não termos que ter medo. Quando saí do Brasil, colocaram medo em mim, dizendo que russo é grosso e uma coisa que aprendi é deixar tudo isso para trás. As pessoas diziam que só tem ladrão na Romênia, pois passou por alta criminalidade, quando o socialismo implodiu. Só que isso na década de 1990. Essas imagens ficaram na cabeça das pessoas.”

Assim, ele conta sobre a percepção que teve sobre o comportamento e atitudes dos estrangeiros. “Se eu fizer uma conta, acho que nas interações que tive com as pessoas, entre 95% e 98% nos trataram extremamente bem, com gentileza e generosidade em diversas situações. Temos que deixar preconceitos de lado e as pessoas em geral são boas.”

Ele ainda comunica que as interações ruins não passaram de 2% delas, inclusive ganhou dinheiro, fruta, comida, energético e café.

Além disso, uma vez, as pessoas se dirigiram até ele e pagaram o café, pedindo para contar a sua história, de onde estava vindo.

Adaptação

Para ele sair da zona de conforto houve muita dificuldade. O historiador confessa que no começo sentiu a adaptação, teve momentos para baixo, mas depois foi se adaptando. Inclusive largou tudo que tinha para conhecer o mundo. “A ideia era ficar 3 anos fora. Eu tinha como voltar para trás mas não queria, quero cumprir o plano que eu tenho. Estou praticamente na metade da viagem.”

Belmiro cidade, as pessoas abriam um corredor para os dois.

Isso porque, segundo o professor, islâmicos e ortodoxos são de duas correntes do islamismo, representando mais de 50 % dos islâmicos e muçulmanos, não podem tocar, pois se tocarem, devem fazer ablução, limpeza antes de orar. E assim, o indivíduo tem que tomar banho, lavar mão, essas exigências variam de acordo com as correntes.

Gastronomia

Sobre a culinária, ele enfatiza que é vegetariano, contudo grande parte dos pratos famosos possui carne. Por exemplo na Alemanha tem linguiça, isso varia muito, mas experimentou pratos vegetarianos bons.

Na opinião dele, a culinária italiana é a melhor do mundo e depois vem a turca, que Fernando aponta como sensacional. “Em outros países, como na Armênia, existem mini padarias que fazem coisas maravilhosas. Fora dos vegetais, eu como queijo e comia muitas coisas na Sérvia e Moldávia e

Sobre o seu companheiro Belmiro, ele conta que também é necessário uma documentação complexa que realizou antes de sair do Brasil. Ele pode entrar em 98% dos países. A dificuldade para entrar é no Havaí, Islândia, Austrália e Nova Zelândia, onde quarentena é obrigatória. Neste caso, ele ficaria 40 dias em canil fechado e só depois seria liberado para entrar no país.

Para mencionar o carinho e amor da sua companhia, ele não poupa palavras. “Ele é sensacional, obediente, amigo, companhia na viagem. Me deixa feliz. Eu tomo cuidado com ele, o tempo inteiro olhando ele, dando água e comida. Decidi levar como companhia, a entrada nas fronteiras é tranquila, conferem a documentação, vacinação em dia. Às vezes, passo por alguns perrengues".

Por exemplo, na última quarta (14), ele não conseguiu o certificado de saúde dele para cruzar a fronteira. Desse modo, a história de Fernando e Belmiro reforça a ideia de se aventurar e a importância de viver momentos como esses, que são inesquecíveis.

Para quem quiser acompanhar, basta acessar https://www.instagram. com/pedalandonahistoria/ e também no YouTube (Pedalando na História) e outras redes sociais do professor santista e seu cão, Belmiro.

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