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SONHO DE IMIGRANTE
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EDITORIAL
Ansiedade na quarentena
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“Ansiedade é a reação natural do corpo ao stress. É um estado emocional caracterizado por sentimentos de tensão, preocupação e pensamentos ruins. É importante ressaltar que nem sempre a ansiedade é uma doença. Dependendo da frequência e intensidade dos sintomas, a ansiedade pode se tornar uma patologia de diversas formas: transtorno depressivo maior ou com certos transtornos de personalidade; transtorno de ansiedade generalizada; transtornos mentais; transtorno alimentar; transtorno de pânico, transtorno obsessivo compulsivo, dentre outros desdobramentos.” A ansiedade em seu estado normal é saudável para o indivíduo, pois ela o impulsiona para realizar projetos, prosperar e planejar o futuro. O que se torna alarmante é o excesso desse sentimento.
PUBLISHER/EXECUTIVE EDITOR: Celso Braz CONTRIBUTING WRITERS: Carlos Borges, Paulo Presotto, Valeria Sasser CONTRIBUTING PHOTOGRAPHERS: Fred Pompermayer, Igor Capibaribe
Paradoxo da ilegalidade pela sobrevivência ...
6 Home Office
Vem se consolidando em empresas...
12 Quem irá imunizar os negócios ...
Foto: Igor Capibaribe
Tenha Fé! Tudo passa!
Editor
Imigração
Negócios
Fortalecer corpo, mente, espírito, controlar a ansiedade e aproveitar o tempo extra para evoluir, aprender e se manter saudável é o melhor a fazer, enquanto a quarentena não acaba.
Celso Braz
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Um dos maiores compositores...
Ylana Yaari
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ART DIRECTOR/DESIGNER: Celso Braz DESIGNER: Luciana Barbosa Wildt FLORIDA: Fabricio Nobre I HAWAII: Hilton Alves CONTACT: +1.650.204.9940 I contact@brasilbest.com
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SONHO DE IMIGRANTE
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Brasileiros imigrantes nos EUA: o paradoxo da legalidade pela sobrevivência
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esde o anúncio da pandemia e posteriormente do pacote de salvação econômica feito pelo Presidente Donald Trump nos EUA, a comunidade imigrante indocumentada, inclusive a brasileira, sabia que passaria por momentos difíceis no território americano. Trilhões de dólares anunciados para ajuda de cidadãos e empresas nos EUA, com um único requisito para recebimento: estarem dentro da legalidade imigratória. Embora dados recentes divulgados pelo jornal New York Times mostrem que 75% da mão de obra no setor agrícola americano seja de trabalhadores imigrantes indocumentados, as diretrizes do Governo Trump para concessão de ajuda financeira a esta parcela da sociedade, que soma segundo números recentes 18 milhões de pessoas, foram claras: tolerância zero para indocumentados, inclusive para enviar ajuda financeira. Nesta semana em que o décimo quinto avião com imigrantes brasileiros deportados dos Estados Unidos aterrissou no Brasil, centenas de outros também brasileiros legalmente residindo no país norte americano - portadores do Green Card - recebiam por correio ou depósito em
conta os cheques com a ajuda anunciada pelo Presidente americano. Um claro paradoxo que prova a legalidade imigratória como fator sinequanon para imigrantes sobreviverem nos EUA não apenas durante esta pandemia. Pouco mais de três meses após o isolamento social e fechamento do comércio imposto pelas cidades americanas, os indocumentados seguem na linha de frente do desamparo das políticas públicas do Governo. Situação que empurrou aos estados a garantia de ajuda mínima a esta comunidade imigrante não autorizada a viver nos EUA. O primeiro esforço de financiamento estatal para indocumentados já teve início na Califórnia. Na última segunda-feira (18/5), imigrantes indocumentados afetados pela pandemia começaram a receber auxílio financeiro. O governador do estado Gavin Newsom anunciou em abril o Disaster Relief Fund - fundo de auxílio a desastres de coronavírus - no valor de US$ 125 milhões para apoiar imigrantes indocumentados que não eram elegíveis para verificações de estímulos federais e benefícios de desemprego devido ao seu status de imigração.
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SONHO DE IMIGRANTE
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O fundo combina US$ 75 milhões em doações estaduais com US$ 50 milhões de organizações privadas e espera-se que beneficie cerca de 150.000 adultos sem documentos, segundo o site do estado. Cerca de 150 mil imigrantes indocumentados vão receber o auxílio. O benefício único fornecerá US$ 500 em suporte por adulto, Tato com um limite de US$ 1.000 por família. Enquanto isso, a gestão de Donald Trump no Departamento de Cidadania e Imigração dos EUA, busca um resgate de emergência de US$ 1,2 milhões no Congresso americano. A justificativa do pedido destaca que a soma é para compensar a queda de receitas devido à pandemia. A agência governamental dos EUA responsável pela emissão de vistos e pedidos de cidadania é financiada pelas tarifas cobradas aos imigrantes que pretendem viver ou trabalhar no país. Desde março, com o encerramento das fronteiras com o Canadá e o México e a redução dos fluxos migratórios, houve uma queda drástica nos pedidos, afirmou o órgão. Esse cenário nos mostra que a realidade imigratória no país norte-americano ficará, nos próximos anos, mais cara e menos tolerante com indocumentados. Um fator que precisa ser considerado, principalmente por brasileiros, antes de deixar o país rumo ao ‘sonho americano’. O planejamento imigratório, antes considerado opcional por muitos, agora passará a ser fundamental para
Foto: Andrea Piacquadio
se evitar o naufrágio da iniciativa ou o abandono à margem da sociedade americana.
Números que não podem ser desconsiderados por aqueles que planejam arriscar-se.
A legalidade do processo imigratório pautará a vida que o imigrante gostará de viver nos EUA. É preciso que o interessado em viver na américa considere este passo como um investimento e não como gasto que pode ser evitado com entradas paralelas e ilegais pelas fronteiras do país. Uma decisão que pode, inclusive, salvar a sua vida e de sua família, enquanto o país se recupera da crise econômica e alto desemprego.
Será também comum, principalmente nos países latinos, que a crise econômica, como em outras ocasiões, gere o sentimento de migração a qualquer preço ‘em busca de uma vida melhor’. Mas os fatos de hoje nos mostram que, se não de forma inteligente e planejada, este futuro será ainda mais incerto e mais perigoso do que se divulga clandestinamente.
O endurecimento das leis de imigração dos EUA, o acordo de deportação com o Brasil e as mudanças de procedimentos que dificultam o conhecido “cai-cai” (ida pela fronteira) fizeram com que o número de brasileiros sem visto barrados no país norte-americano saltasse de 1.500, no ano fiscal de 2018, para 17,9 mil em 2019, conforme dados do Serviço de Alfândegas e Proteção das Fronteiras dos Estados Unidos.
Rodrigo Lins
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MÚSICA
Salaberry lança concurso online para bateristas PRÊMIOS Os três finalistas receberão os seguintes prêmios: Primeiro Colocado - Gravação no Batera Clube Apresenta, em SP, com as despesas pagas! - 1 Tajon Flip FSA (Bateria Cajón) - 1 Zildjian I Family Crash 16” - 1 Kit Contemporânea com tamborim 6” e clamp + 2 Abafadores Sound Filter - 1 Kit Gorilla com pad 14”, 1 abafador de bumbo + 4 kits de feltro - 1 pele Evans Genera HD Dry Batter Coated 14” - 20 pares de baquetas Batera Clube Signature - 1 Kit Pearl com luva + boné + camiseta + chave de afinação
O prazo para seu vídeo ser enviado é 30 de Junho. Visite o site do Play! Live Experience - www.playliveexperience.com.br O Play! Live Experience é o primeiro concurso totalmente online de bateristas, realizado pelo Batera Clube e Sallaberry Music. Isento de taxa de inscrição, basta baixar para o seu celular o aplicativo gratuito Sallaberry Experience, disponível no Google Play e App Store, e escolher umas das cinco músicas para tocar enquanto grava um vídeo. Depois de pronto, envie o vídeo e espere pelos resultados. Fácil, não é? Músicos iniciantes e iniciados de todo os território brasileiro poderão participar do concurso e três finalistas serão selecionados para irem à final. O vencedor do concurso, além de premiado com produtos cedidos pelos patrocinadores, estará livre de despesas de transporte e hospedagem para realizar a gravação do evento ‘Batera Clube Apresenta’ – evento realizado nas dependências do Batera Clube, em São Paulo. Agora que você já sabe como participar, baixe o aplicativo, grave o vídeo e concorra! As empresas Zildjian, FSA, Contemporânea, Evans, Pearl, HandDry e Pad Gorilla patrocinam o evento e reservaram prêmios especiais para os três finalistas. Anafima e Música & Mercado apoiam nossa iniciativa.
- 6 unidades de gel antitranspirante HandDry Segundo Colocado - 1 Zildjian Planet Z Crash 16” - 1 Kit Contemporânea com tamborim 6” e clamp + 2 Abafadores Sound Filter - 1 Kit de peles mudas de estudo Contemporânea 10”,12”, 14” e 16” - 1 Kit Gorilla com pad 12” + 4 kits de feltro - 1 pele Evans Uno HD Batter Coated 14” - 10 Pares de baqueta Batera Clube Signature - 1 Kit Pearl com luva + chave de afinação - 4 Unidades de gel antitranspirante HandDry Terceiro Colocado - 1 Kit Contemporânea com tamborim 6” e clamp + 2 Abafadores Sound Filter - 1 Kit Gorilla com pad 8” + 4 kits de feltro - 1 Chave de afinação Zildjian + jogo de chaves multitool ZKEY2 - 5 Pares de baqueta Batera Clube Signature - 1 Kit Pearl com boné + chave de afinação - 3 Unidades de gel antitranspirante HandDry - 1 patch EQPB1 Evans – protetor para pele de bumbo
Boa sorte! Visite o hotsite do Play! Live Experience - www.playliveexperience.com.br -
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ATUALIDADE
Eu não sei: Um novo paradigma para o período pós covid? sabia, saiba que a previsão é de que em 2020 sejam gerados 350 zettabytes de dados, ou 35 trilhões de gigabytes. Mesmo considerando que todos esses dados não são utilizados de uma maneira generalizada, entende agora por que não é possível um profissional saber de tudo?
quase uma unanimidade entre os teóricos, técnicos e especialistas nas diversas áreas que afetam o ser humano, enquanto integrante de uma sociedade, em afirmar que nada será como antes. Até aí, tudo bem. Entretanto, a partir daí, já não se pode apresentar, com certeza, o que será implantado nas relações entre as pessoas. Tudo o que afirmado é mera especulação. Um dos fatores para que isso ocorra é que não se teve um tempo hábil para realizar estudos que possam comprovar a implantação, permanência, adequação e/ ou exclusão de determinado comportamento. Na busca pela sobrevivência, as empresas reagiram muito rapidamente à condição imposta pela pandemia. Aliás, esse está sendo um fator preponderante para que as empresas possam continuar operantes: a adequação aos novos tempos, realizando mudanças profundas na sua operação, em prazos extremamente curtos, sem planejamentos prévios e com a mínima chance de erros. Tarefa difícil, mas que vem sendo realizada com um certo grau de sucesso. Possivelmente em algum momento, os gestores pensaram: “eu não sei o que fazer”.
“Vivemos em ambiente de incerteza radical. A modernidade é tão complexa que não a compreendemos, e então precisamos aprender por meio de experiências, de tentativa e erro”. Quem afirmou isso recentemente, já no período de pandemia, foi o Sir Paul Collier que é professor de Economia e Políticas Públicas na Universidade de Oxford e que está entre os economistas de desenvolvimento mais conhecidos do mundo. Quando ele fala em aprender e em tentativa e erro, fica claro que ele também não sabe. E isso não gera falta de credibilidade na sua atuação profissional. Aliás, anteriormente o profissional que afirmasse que não sabia de algo, tinha a sua capacidade técnica colocada em dúvida. Atualmente, em um mundo tão complexo e devido a essa mesma complexidade, e usado com moderação, o “eu não sei” já não há esse aspecto negativo. Afinal, se você não
Observem que eu usei o termo “com moderação”, pois isso não dá o direito ao profissional usar essa expressão de forma corriqueira, pois não ter o conhecimento necessário para desenvolver as suas atividades vai comprometer a sua imagem, a sua reputação e porque não dizer, a sua vida. E tenha a certeza: não é de profissionais assim que as empresas (caso você seja um colaborador) ou os clientes (caso você seja um empresário) estão precisando. E até quando essa condição de usar o “eu não sei” vai continuar? Eu, sinceramente, não sei. Odilon Medeiros - Mestre em Administração, Especialista em Psicologia Organizacional, Coach, Pós-graduado em Gestão de Equipes, MBA em Vendas, consultor e palestrante. www. odilonmedeiros.com.br E-mail: om@odilonmedeiros.com.br / Instagram @odilonmedeirosconsultor
Odilon Medeiros
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vem se consolidando em pequenas e grandes empresas
Home Office Foto: Andrea Piacquadio
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que se discutia de maneira informal e discreta nos últimos tempos tomou contornos visíveis com o surgimento do coronavírus a partir de março de 2020: o teletrabalho ou home office se transformou na “mina de ouro” para não paralisar as atividades da empresa e não deixar o funcionário trancado em casa, sentindo tédio, ociosidade ou ansiedade. Assim, segundo especulações e Tendências observadas, as vantagens para ambos têm se mostrado benéficas. Para as organizações, trata-se de assegurar a produtividade e a não interrupção das atividades. Para os empregados, um meio prático de se conectar ao cotidiano da empresa sem sair de casa e passar por perrengues como a superlotação no transporte e fazer as refeições em sua própria cozinha ou sala de jantar. Nessa levada, o Twitter, rede social conhecida no mundo, comunicou que parte de sua equipe
continuará trabalhando de casa, mesmo quando o isolamento social for revogado. A exceção seria para o pessoal de manutenção ou aqueles em que há necessidade real de se trabalhar presencialmente. A previsão para o Twitter abrir seus escritórios não deve ser antes de setembro. Instituição do ramo financeiro, a XP Investimentos estendeu o home office para seus funcionários até dezembro. Dentro da firma, existe um estudo para que o teletrabalho seja adotado definitivamente. Paradigmas Analistas veem uma possível mudança nos paradigmas exercidos por muitas corporações, as quais acreditam que o melhor é manter uma equipe num mesmo espaço físico, observando seu desempenho e o alcance de metas. continua na pág. 21
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SERVIÇO
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LBV-USA abre novas vagas para o supletivo gratuito ENCCEJA 2020
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exame do ENCCEJA/supletivo está previsto para ocorrer em setembro e muitos alunos já estão se preparando para passar na prova que concede a certificação de ensino médio para os brasileiros que vivem no exterior. Em parceria com os Consulados do Brasil em NY e Boston, a Legion of Good Will (LGW), a LBV dos EUA, abriu inscrições para uma nova turma de aulas preparatórias gratuitas para que mais alunos possam aproveitar o tempo em casa, durante a quarentena, estudando para o exame. O curso online com videoaulas por e-mail atrai brasileiros de várias partes dos EUA e até de outros países. As aulas de reforço presenciais ocorrem na sede da LGW em Manhattan. Ambas modalidades são gratuitas e as inscrições estão abertas até o fim de maio. O certificado de conclusão do Ensino Médio brasileiro (equivalente ao high school norteamericano) abre muitas oportunidades de crescimento pessoal e profissional tanto nos EUA, como no Brasil. Essa certificação é obrigatória, por exemplo, nos processos seletivos de universidades, para inscrição em certos cursos técnicos ou até mesmo a abertura do próprio negócio. O curso preparatório da LGW para o ENCCEJA acontece até agosto. A Legião da Boa Vontade, que já tem experiência com educação de jovens e adultos no Brasil com os famosos cursos supletivos, passou a oferecer esse apoio também aos brasileiros no exterior, que em sua maioria estão há muitos anos afastados do ensino formal em língua portuguesa. Os experientes professores da LGW gravaram videoaulas com explicações de todo o conteúdo
previsto nas apostilas do INEP, órgão do governo brasileiro responsável pelo exame do ENCCEJA. O programa de estudos contempla duas videoaulas semanais enviadas por e-mail para que o aluno possa estudar no horário de sua escolha. “A equipe da LBV realiza um formidável trabalho no exterior e o ENCCEJA é uma prova disso. Não por acaso, todos os alunos aprovados participaram do curso preparatório para o ENCCEJA organizado pela LBV”, diz o Ministro Marco Antonio Nakata, Cônsul-Geral Adjunto, durante cerimônia de entrega dos certificados realizada no Consulado de Nova York. Quem tem disponibilidade para se deslocar até a sede da LGW em Manhattan, pode também se candidatar a uma das vagas das monitorias de reforço presenciais, com foco em português, redação e matérias exatas. As monitorias, também gratuitas, têm encontros semanais aos sábados pela manhã e possuem vagas limitadas. “95% dos alunos aprovados no exame do ENCCEJA/exterior em Nova York fizeram o curso preparatório da LGW. Percebemos que esse apoio aos estudantes aumenta e muito suas chances de passar logo na primeira tentativa”, destaca Danilo Parmegiani, representante da LGW dos Estados Unidos. Professores voluntários que desejem fazer parte das monitorias presenciais podem se inscrever pelo site www.lgw.org/volunteer-teacher. Os alunos interessados devem se inscrever pelo link www.lgw.org/alunoencceja ou pelo telefone (646) 398-7128 (falar com Sâmara).
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NEGÓCIOS
Foto: Tim Mossholder
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ntes da pandemia, empresas brasileiras com presença internacional já apostavam grande parte de sua operação e vendas no ambiente digital. Esta ação visionária as está salvando neste momento. Existem aproximadamente 4,4 milhões de empresas de propriedade latina nos Estados Unidos, um número que gera mais de US $ 700 bilhões em receita para a economia dos EUA, de acordo com um estudo da Câmara de Comércio Hispânica dos Estados Unidos. A pandemia do coronavírus afetou significativamente a economia do país, exterminando algumas das empresas mais vulneráveis e deixando os proprietários de imóveis em situação de tensão diante da incerteza sobre o que acontecerá no futuro. O Departamento de Comércio americano informou que os gastos de varejo em março deste ano caíram com o maior número já registrado. Os gastos com viagens - incluindo companhias aéreas, hotéis e cruzeiros - caíram mais de 100%, se forem incluídos reembolsos. As lojas de departamento e as lojas de roupas estão enfrentando a possibilidade de extinção depois de anos em declínio. Mas o que os efeitos da pandemia estão mostrando é que empresas que já apostavam em comunicação e sistemas online sofrem menos os efeitos. O que estamos percebendo de modo geral é que as empresas que se prepararam tecnologicamente e apostaram não apenas em comunicação digital, mas colocaram parte de suas operações online, estão sofrendo menos com a pandemia. Alguns de nossos clientes, por exemplo, que já vinham investindo em divulgação online maciça, atendimento virtual e mantendo parte da equipe em home office não tiveram que
O que vai imunizar as empresas que sobreviverem ao Covid-19? mudar suas rotinas tão drasticamente. Sem dúvida os impactos da pandemia nos EUA têm muito a nos ensinar no Brasil. Será um momento para o empresário ser visionário e se abrir para mudanças estruturais. A pandemia vai afetar e mudar as práticas de mercado de forma, inclusive, irreversíveis em alguns setores. De acordo com Lins os empresários precisam ser visionários e, finalmente, compreender que não haverá como sobreviver sem tecnologia e estratégia. No segmento do varejo, por exemplo, os EUA devem sofrer impactos profundos. Nos últimos 50 anos, o número de shoppings americanos cresceu quase duas vezes mais rápido que a população dos EUA, a ponto de, em 2015, os EUA terem 10 vezes mais espaço de compras per capita do que a Alemanha, por exemplo. Essa abundância não faz sentido na era dos gigantes sites de compras online. Com excesso de alavancagem, excesso de construção e expansão, os varejistas americanos tiveram um longo caminho a cair à medida que o país avançava em direção às compras on-line. Em 2017, e novamente em 2019, o fechamento de lojas físicas atingiu o nível mais alto de todos os tempos. O ano de 2020 pode trazer a morte de lojas de departamentos, mudando mercado de varejo. Diversas lojas de departamento grandes estão fechando e isso mostra muito do que está por vir. É fundamental olhar para o futuro e perceber que os impactos da pandemia serão sentidos por um longo período. As pessoas não vão voltar a se expor facilmente.
Rodrigo Lins
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ARTE: YLANA YAARI
Nasci no interior de São Paulo e tive uma infância rodeada pela natureza. Estudei na Escola Waldorf, onde a expressão artística é bastante valorizada e explorada. Foi quando floresceu em mim a auto expressão por meio da arte. Ao completar 18 anos decidi viajar para a Europa e pela primeira vez trabalhei como artista de rua. Meus trabalhos partem de experimentações a respeito do que sinto e do que vivi. Busco sempre ressaltar as personalidades humanas em conexão com a natureza e a possibilidade de um mundo irreal presente no cotidiano. behance.net/ylanayaari
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FOCO NA COMUNIDADE
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Dançarino brasileiro Ricardo Souza brilha nos palcos de Nova York
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riado em Valparaíso de Goiás, o dançarino Ricardo Souza relembra os desafios de sair da sua cidade para seguir carreira artística nos Estados Unidos. As ruas famosas e ritmo agitado da capital cultural do mundo recebem a alegria contagiante de Ricardo Souza. Formado em dança pela Steps On Broadway em Nova York, Ricardo superou dificuldades financeiras e preconceitos para seguir seu sonho de viver da arte. Ricardo é conhecido por seus trabalhos na produção brasiliense do musical Hairspray: Bom Dia, Baltimore!, na versão musical do filme hollywoodiano Burlesque e no aclamado espetáculo Cubanía – Un Corazón Revolucionario, produzido pelo Sindicato dos Bancários de Brasília. O bailarino coleciona reconhecimentos nacionais e internacionais. “O espetáculo Cubanía foi um sucesso de bilheteria e sua performance foi, seguramente, uma das razões”, comenta o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araújo de Souza, sobre o trabalho do dançarino. Ricardo também foi
selecionado para se apresentar no International Salsa Music & Dance Festival em Nova York. Além do prêmio “Transformando a vida de pessoas através da dança com excelência” dado pela Arthur Murray, rede internacional de estúdios de dança de salão com mais 270 estúdios de dança espalhados em 23 países incluindo Nova York. O dançarino afirma que dançar não era visto como profissão perante a família. “Quem vive no Distrito Federal e entorno sempre ouve que ter sucesso é passar em concurso público. Se não fosse pela minha mãe, não teria seguido em frente com a dança e hoje não estaria em Nova York.” diz Ricardo. Nesses anos em Nova York, Ricardo continua se destacando. Coleciona trabalhos com coreógrafos renomados como Chet Walker, coreógrafo do musical “Fosse” na Broadway e vencedor do Prêmio Tony Award, o “Oscar dos musicais”, e James Kinney, nomeado melhor coreógrafo pela Broadway World pelo o Musical Newsies. Além disso, Ricardo ainda compete profissionalmente pelo estúdio de dança de salão Arthur Murray.
Acesse o site: https://www.instagram.com/ oricardo.souza para saber mais sobre a história e carreira do dançarino Ricardo Souza.
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SERVIÇO
GloboNews é disponibilizada para assinantes do Globoplay nos EUA
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pós período de experimentação, o canal ao vivo estará disponível em definitivo para os assinantes da plataforma no país. Após lançamento de sucesso do Globoplay nos Estados Unidos no início deste ano, a Globo dá mais um passo para consolidar seu papel como importante prestadora de serviços, com informação relevante e de credibilidade para os brasileiros que moram no exterior, reforçando esta relação que existe há mais de 20 anos. A partir desta sexta-feira (8), a GloboNews passa a estar disponível ao vivo permanentemente para os todos os assinantes que vivem nos EUA. Conhecida por trazer um conteúdo de alta qualidade, a GloboNews se destaca pela cobertura de vários eventos
mundiais importantes, como presidenciais americanas e a pandemia da Covid-19, além de acompanhar de perto a política brasileira. Seu dinamismo e prestação de serviço já vinham rendendo altos índices de audiência durante o período de experimentação para o público que acessa a plataforma diretamente dos Estados Unidos. Em 24 de abril, dia em que o ex-ministro Sérgio Moro pediu demissão e, mais tarde, o presidente Jair Bolsonaro falou à nação, a GloboNews registrou mais de 3,7 mil horas assistidas, representando 28% do simulcast total do produto. Entre 20 de abril e 03 de maio, o canal registrou um aumento de 42% no simulcast, em comparação com o período imediatamente anterior.
Lyla as Chirico eleições
Para Raphael Corrêa Neto, diretor de Negócios
Internacionais da Globo, a integração da GloboNews à oferta do Globoplay nos Estados Unidos, reforça ainda mais o robusto conteúdo que a Globo disponibiliza na plataforma. São mais de 500 títulos, entre novelas, filmes, séries e produções exclusivas. “Essa é mais uma opção para enriquecer o conteúdo para o nosso público, trazendo agora a confiança e a credibilidade do jornalismo da GloboNews, que se tornam ainda mais indispensáveis em momentos como este que estamos passando”, afirma. O aplicativo Globoplay está disponível para download via App Store, Google Play e através da Android TV, Apple TV, Chromecast e Samsung Tizen modelos 2016 a 2019. O valor da assinatura é de US$ 13,99 por mês.
Outubro 2020 2019 2020 Junho
FOCONAMÚSICA COMUNIDADE
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um dos grandes compositores da música brasileira
Arnaldo Antunes
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asceu em 1960, o quarto de sete filhos. Em 1978 ingressou na FFLCH da USP, onde seguiria o curso de Linguística, mas abandonou o projeto devido ao sucesso dos Titãs. Permaneceu durante dez anos na banda, desligando-se em 1992. Apesar de sua saída, Arnaldo continuou compondo com os demais integrantes do grupo e várias dessas parcerias foram incluídas em discos dos Titãs, assim como em seus discos solo. Em 1997, fez participação especial no álbum Acústico MTV, dos Titãs. Na ocasião, Antunes cantou a faixa “O Pulso”, música originalmente gravada no álbum Õ Blésq Blom (1989). No ano de 2002, formou, em parceria com os amigos Marisa Monte e Carlinhos Brown, o trio Tribalistas, pelo qual lançaram o álbum homônimo. O álbum foi sucesso de público e crítica e vendeu, até 2009, mais de 2.100.000 cópias no Brasil e na Europa. Foi também indicado a cinco categorias do Grammy Latino em 2003, ganhando o prêmio de Melhor Álbum Pop Contemporâneo Brasileiro. O grupo só viria a gravar um segundo álbum, também chamado Tribalistas, em 2017, mas segundo Antunes continuaram compondo em seus encontros, com o resultado entrando nos trabalhos solo dos três cantores. Arnaldo ainda atuou como ensaísta na Folha de S. Paulo, quando deixou evidente o substrato
teórico que transparece no seu trabalho estético. Lançou no final do ano de 2007 Foto: o primeiro Divulgação DVD de sua carreira, o premiado Ao Vivo no Estúdio, que passeia por toda sua carreira e que conta com as participações especiais do ex-titã Nando Reis, do titã Branco Mello, do Ira! Edgard Scandurra e dos tribalistas Marisa Monte e Carlinhos Brown. Em 2008 fundou a banda Pequeno Cidadão, que integrou até 2012. Dela fazem parte Edgard Scandurra, Taciana Barros e Antonio Pinto, além de seus filhos e sobrinhos. É conhecido na América do Sul por ser um dos principais compositores da música pop brasileira, respirando de influências concretistas e pósmodernas. Compositor de hits como “Pulso”, “Alma”, “Socorro”, “Não Vou Me adaptar”, “Beija Eu”, “Infinito Particular”, “Vilarejo”, “Velha Infância” e “Quem Me Olha Só”, já teve suas canções interpretadas por artistas como Jorge Drexler, Marisa Monte, Nando Reis, Zélia Duncan, Cássia Eller, Frejat, Margareth Menezes, Pepeu Gomes, além, claro, dos Titãs, banda da qual fez parte até 1992. O músico foi VJ da MTV Brasil durante o ano de 2011, comandando o mensal Grêmio Recreativo. Em outubro de 2008, a revista Rolling Stone promoveu a Lista dos Cem Maiores Artistas da Música Brasileira, onde Arnaldo Antunes ocupa o 95° lugar.
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Home Office vem se consolidando cont. da pág. 12 Isto é, uma vigilância e um controle feito constantemente e instantaneamente sobre os componentes desta equipe. Se o teletrabalho se firmar de vez, é bem provável que alguns impactos serão sentidos no mercado imobiliário. A projeção é de que, no futuro, condomínios disponibilizarão áreas de negócios e profissionais, como escritórios Pequenas e médias De acordo com uma pesquisa feita com 4.600 profissionais das PMEs de diversos países, o home office significou uma adaptação a esta modalidade e uma nova oportunidade de oferecer produtos e serviços às gerações mais ligadas à Tecnologia. Entretanto, devido à urgência na implantação do teletrabalho, os entrevistados relataram problemas de comunicação entre os membros da equipe e a necessidade de rever as normas de segurança da informação. O Brasil é o país que possui mais empreendedores adeptos do home office, atingindo o percentual de 77%. Como se trata de uma pesquisa de alcance mundial, 55% dos respondentes se entusiasmam com a ideia de trabalhar em casa. Eles acreditam que o trabalho remoto possa ser usado plenamente nas áreas de marketing, serviços financeiros, tecnologia da informação e comunicação Perguntados sobre a adaptação ao meio virtual, 70% das empresas afirmaram sucesso ao oferecer seus produtos nas plataformas digitais. É o caso de academias transmitirem aulas e treinos, de restaurantes fazerem entregas e professores transformarem seus aposentos particulares em classes virtuais.
De modo geral, apesar de o trabalho remoto proporcionar mais flexibilidade de horário e eliminação da perda de tempo no transporte, não se deve esquecer de certas atitudes que as empresas esperam dos funcionários. E que as conservem. A primeira está no engajamento do profissional e na postura dele frente aos seus colegas, mesmo que a distância. Permanecer interessado e entregar suas tarefas e metas com qualidade continuam valendo muito, se não quiser levantar as suspeitas de seu chefe ou superior. Pontos cruciais como a aparência ao se vestir como usar pijamas ou não usar camisa causam má impressão e indicam desleixo. O mesmo desleixo se pode verificar nos atrasos para reuniões. Presencialmente até se admite alguns minutos após o horário marcado, mas em casa, muda muito o entendimento. Não tente ludibriar a empresa mexendo o mouse de vez em quando: existem softwares corporativos que detectam a atividade em seu notebook. Um rastreamento invisível que pode causar estragos na sua vida profissional. Por fim, faça o que lhe é pedido e entregue com qualidade. A produtividade está sempre em pauta e se você não prestar contas ou negligenciar o andamento das tarefas, não comunicando o seu chefe, ele terá toda a autoridade para lhe cobrar sobre o seu progresso tanto nas atividades comuns como em termos de ascensão.
Nem tudo são flores Apesar da alta motivação em relação ao teletrabalho, há sim algumas coisas a serem levadas em consideração. Na pesquisa com as PMEs, funcionários se queixaram de solidão ou ausência de interação/ integração social. Comunicação com os colegas de trabalho e problemas relacionados com a conexão à internet também foram lembrados.
Foto: Andrea Piacquadio
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