Universidade de Wisconsin /Reprodução
Despedida
Justin Tallis /AFP
Prudência
A escritora e ativista do feminismo negro bell hooks morreu na quarta (15), deixando legado revolucionário
Para médico, festas de fim de ano deveriam reunir apenas pessoas vacinadas e com testes negativos para covid
MUNDO 10
ENTREVISTA 11
MG Minas Gerais Belo Horizonte, 17 de dezembro de 2021 a 13 de janeiro de 2022• edição 365 • brasildefatomg.com.br • distribuição gratuita Mídia Ninja
Pensar o futuro é sonhar com governos diferentes O ano de 2021 chega ao fim. Infelizmente, a pandemia ainda não acabou e as famílias sofrem com o empobrecimento, com a alta dos preços dos alimentos, do gás, da gasolina e do aluguel. Desta vez, as ceias não terão fartura. Ao longo do ano, movimentos populares e sindicais alertam que, para mudar a situação do Brasil e de Minas Gerais, é preciso lutar e eleger governos comprometidos com o povo. Em clima de esperança e solidariedade, o Brasil de Fato MG deseja a todos os mineiros boas festas e votos de que 2022 seja melhor I CIDADES 4 E MINAS 5 E 8
Compromisso com entregadores
O TCU, o senador e o serviço sujo
IFood escolheu 23 entregadores de 14 cidades para buscar acordo em razão dos breques dos aplicativos
João Paulo Cunha: Anastasia pedalou muito para chegar no TCU, foi relator do golpe contra Dilma e governador antipopular OPINIÃO 6
BRASIL 9
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OPINIÃO
Belo Horizonte, 17 de dezembro de 2021 a 13 de janeiro de 2022
EDITORIAL
Nenhum sonho é tão pequeno para quem sabe dividi-lo Chegamos em dezembro com um desafio: ter fôlego para mais alguns dias até que a mudança no calendário nos dê condições de enxergar um caminho novo a ser percorrido. O ano de 2022 vem cheio de expectativas para todos os brasileiros e brasileiras. Haverá aqueles que trarão uma nova vida ao mundo; aqueles que começarão a vida em uma nova cidade, em um novo emprego ou faculdade.
ESPAÇO DOS LEITORES “Só Deus sabe como vivemos, não temos mais paz. Depois dessa tragédia, em todo período chuvoso não se dorme, não se tem sossego. Apreensão e medo é o que temos, só quem passa sabe” Cida Ribeiro sobre a matéria “Atingidos da bacia do Rio Paraopeba se encontram para discutir justiça e reparação integral” -“Fora Zema! Fora Bolsonaro!” Cássia Lisieux Figueiredo comenta a matéria “Economistas mineiros repudiam tentativa de Romeu Zema de aprovar o Regime de Recuperação Fiscal” -“Nada de novo (Novo?!) debaixo do sol. Nada tão velhaco como a perseguição e a tentativa de dificultar a organização e a mobilização dos trabalhadores. Isso vem, pelo menos, desde a Velha República” Edilson Graciolli sobre a matéria “Para diretor de federação, Zema cassa licença de 21 sindicalistas como reprimenda política”
A esperança deve ser aquela que nos impede de desistir Mesmo para aqueles que verão o dia 3 de janeiro como apenas mais uma segunda, há a vontade de que no próximo ano algo seja diferente. É fato que não vencemos todas as batalhas que travamos neste ano. Seguiremos com o aumento do desemprego, a volta da fome e a extinção do Bolsa Família, mas o altíssimo índice de vacinados no Brasil é vitória nossa. Não fossem os trabalhadores do Sistema Único de Saúde e a consciência coletiva de que nossa liberdade só voltaria quando estivéssemos imunizados, talvez a nossa situação seria ainda mais degradante. Tempo de esperançar
O avanço da vacinação nos deu a possibilidade de planejar que as festas de fim de ano sejam um reencontro. Voltarão os abraços, o olho no olho, as palavras carinhosas e quem sabe a esperança do verbo esperançar. Como
diria nosso grande educador popular Paulo Freire, a esperança deve ser aquela que nos impede de desistir, que nos faz levantar, correr e ir atrás. Há uma música do rapper FBC que diz muito do que precisamos saber neste fim de ano. Na canção “Autoajuda”, ele diz que “ser livre é ter uma vida e o poder de realmente poder transformá-la”. Diz também que “nenhum sonho é tão pequeno pra quem sabe dividi-lo”. E nós, apesar de tudo, seguimos sonhando com a volta do Brasil da aglomeração. O Brasil de gente feliz nas festas de rua, que continua torcendo pelo hexa. O Brasil alimentado, vacinado, com duas, três doses. O Brasil com força para as transformações que precisamos, queremos e merecemos.
Seguimos sonhando com a volta do Brasil de gente feliz E por isso, é preciso que nossos votos de Feliz Ano Novo inaugurem outro ciclo. Desejamos a todas e todos, que superemos a política de morte de Bolsonaro e consigamos abrir espaço para a inclusão e para a democracia. Que em 2022 tenhamos mais motivos para celebrar. Ano que vem vai ser melhor
O Brasil de Fato MG entra em recesso e a edição impressa volta a circular no dia 14 de janeiro de 2022, para acompanhar de perto as notícias e acontecimentos que interessam ao povo mineiro.
Escreva pra gente também: redacaomg@brasildefato.com.br ou em facebook.com/brasildefatomg O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
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Belo Horizonte, 17 de dezembro de 2021 a 13 de janeiro de 2022 Elisa Guerra
Declaração da Semana Ser mulher na música é foda. Que dia a gente vai poder ficar em paz em comemorar o que a gente fez com muito esforço? Que dia as pessoas vão aprender a ver uma mulher crescendo? Marina Sena, cantora e compositora, de Taiobeiras. Na última semana, ela foi atacada com mensagens de ódio nas redes sociais
É peixe ou planta?
Prefeitura de Curitiba
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Números da Semana 50,6%
é a parcela de votos que teria Lula (PT), caso as eleições presidenciais de 2022 fossem hoje. Nesse cenário, o expresidente ganharia no primeiro turno. A pesquisa é do Instituto MDA encomendada pela Confederação Nacional de Transporte (CNT), divulgada na quinta (16).
PERGUNTA DA SEMANA
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Apesar da pandemia, o ano voou e, de repente, já é natal. A sensação é que, por causa da crise e do preço abusivo dos alimentos, as festas deste ano serão mais difíceis. Bom mesmo é lembrar o tempo bom e desejar que coisas boas aconteçam. Por isso, o Brasil de Fato MG quer saber:
Qual foi o melhor natal da sua vida?
Eu tinha 15 anos, acredito que foi em 2005. Foi o aniversário da minha bisavó e, nessa ocasião, conseguimos juntar toda nossa família. Além de celebrar o natal, também celebramos a vida dela.
O peixinho da horta é uma folhagem de cor acinzentada e textura peluda que, quando empanada, se parece muito com um filé de peixe frito, tanto na aparência quanto no sabor. Ótima fonte de proteínas e de vitamina C, o peixinho da horta faz parte do grupo das PANCs, as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs). É muito conhecido também por suas propriedades medicinais, principalmente associadas ao tratamento de tosse e outros problemas pulmonares. Experimente!
GERAL
Hoje em dia não temos mais a oportunidade de nos encontrarmos. Muitos foram para outras cidades e a família se desmembrou. Essa é uma lembrança de muito amor.
Minhas melhores lembranças do natal são de quando minha avó estava viva. Minha avó faleceu quando eu tinha 6 anos. Eram momentos em que minha família se reunia, ouvíamos muita black music. Na época, cada casa da rua tinha sua matriarca e nós passávamos em todas elas. Na minha casa não era diferente, vinha geral da rua para comemorar com a gente.
Jefferson Gomes Agitador cultural e pai de santo
Rafael Lacruz Artista visual e quadrinista
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CIDADES
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Preços nas alturas trazem natal de “zero expectativas” para casa dos mineiros ADEUS PREÇO VELHO Para famílias, este fim de ano será o mais difícil dos últimos tempos, já que aluguel, alimentos e combustíveis estão caríssimos Elineudo Meira /@fotografia.75
Amélia Gomes e Rafaella Dotta
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ma amiga me disse que a única coisa que ela vai fazer no natal é comprar uma dobradinha para colocar na mesa”, conta a ambulante Teresa Andrade Gonçalves, moradora do bairro Nova Vista, em Belo Horizonte. A dobradinha é um prato que surgiu em Portugal e virou tradição no Brasil, mas não por acaso: é feito de tripas de animais, principalmente de boi, cortadas em cubo e com a adição de condimentos. Apesar de deliciosa (para alguns), a receita também simboliza a dificuldade financeira de uma população que não tem acesso às partes nobres das carnes. É nesse tom que o fim do ano de 2021, enfim, chega. “O natal deste ano está o pior de todos. O brasileiro vai passar de mesa vazia”, lamenta Teresa. “A gente está de mãos atadas, porque não está tendo solução. Você luta daqui, luta de lá, mas as coisas estão muito caras. Ainda mais pra gente que paga aluguel”, completa. A comerciante Edna Aparecida Pires da Silva tem a mesma preocupação. Ela tem um pequeno restaurante há dois anos, no bairro Rosário, em Sabará (MG). “Sinceramente, acho que estou trabalhando na raça, pagando para trabalhar. Eu gasto em torno de R$ 100 no dia, mas vendo R$ 40. Muitas vezes tiro do meu bolso para pagar o aluguel”, diz. O natal de Edna também não será animador. “No comércio, o movimento está
Vamos demorar para ver uma recuperação plena no consumo das famílias”, diz economista muito fraco. As coisas estão muito caras, o trabalho está difícil, a expectativa de natal dos clientes é zero”, conta. Sem perspectivas de melhoras Teresa e Edna parecem estar certas quanto à falta de expectativas da população sobre o natal. O índice de Intenção de Consumo das Famílias, que mede o quanto as famílias brasileiras estão dispostas e podem gastar mostra que o país está pior do que em 2019, antes da pandemia. Em novembro de 2021, a intenção de consumo estava 23% abaixo da de novembro de 2019. E apenas 5% acima da de novembro de 2020. “Com relação ao ano pas-
sado, vamos ver uma melhora. Afinal, estamos nos recuperando de um período de fechamento de todas as atividades. Mas estamos muito distantes ainda dos níveis de 2019”, avalia o economista Matias Cardomingo, pesquisador do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades, sediado na Universidade de São Paulo. “Ao que tudo indica, vamos demorar para ver uma recuperação plena, principalmente no consumo das famílias”, finaliza. Governo poderia segurar aumentos A “intenção” de consumo, à qual o economista se refere, tem tudo a ver com os preços que os produtos adquiriram. Segundo o Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (Ipead) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a cesta básica em Belo Horizonte fecha o ano custando R$ 600. A ces-
ta, que representa os gastos de um trabalhador adulto com alimentação, custava R$ 566 em janeiro deste ano. Em 2021, a energia elétrica aumentou 30%, o botijão de gás aumentou 37,9%, e a gasolina teve uma subida extraordinária de 73%. Os aumentos não são somente “fruto da pandemia”, são decisões políticas, conforme explica Alexandre Finamori, presidente do Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais. “A Petrobrás está relacionando o valor do gás de cozinha e dos combustíveis aos valores do dólar e dos barris de petróleo mundial-
O natal deste ano está o pior de todos, o brasileiro vai passar de mesa vazia”, diz ambulante
mente”, diz. “Isso é um absurdo, pois temos aqui no Brasil o petróleo, as refinarias e a produção de gás. Esse preço não é o custo, é uma decisão do governo. Poderíamos estar vendendo o gás a R$ 50”, completa. Uma luz no fim do contrato? Da mesma forma, o preço dos aluguéis poderia ser regulado melhor. O economista Matias conta que a pandemia ajudou a abrir no Brasil o debate sobre o índice de reajuste dos aluguéis. Atualmente, o Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM) é a taxa usada para os reajustes, mas um projeto de lei quer trocá-lo pelo Índice Nacional de Preços do Consumidor Amplo (IPCA). “O IPCA reflete muito melhor as condições internas do país, enquanto o IGPM tem uma composição muito relevante de fatores externos, como o câmbio, que em momentos de piora da situação econômica ou política do país, sofre elevações muito fortes”, avalia Matias. O IGPM, que é usado atualmente, está fechando o ano em 17%, ou seja, os aluguéis devem sofrer esse aumento no momento do reajuste. Já o IPCA tem a expectativa de fechar o ano em 10,2%. O Projeto de Lei 1806, que pretende mudar essa questão, tramita no Senado Federal. A reportagem do Brasil de Fato MG entrou em contato com o governo, mas não obteve resposta.
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MINAS
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Retrospectiva: quatro prejuízos provocados pelo governo Romeu Zema (Novo) em 2021 BALANÇO CPI da Cemig, Regime de Recuperação Fiscal e acordo com a Vale são destaques na política estadual neste ano Wallace Oliveira
Arrecadação cresceu, mas governo abriu mão de R$ 126 bi Romeu Zema (Novo) se elegeu culpando governos anteriores pelo déficit nas contas públicas e prometendo resolver o problema. Com essa justificativa, congelou salários, fez uma reforma da Previdência que aumentou as cobranças sobre servidores e deixou de investir o mínimo constitucional em áreas como educação. Para as mineradoras, locadoras de veículos e agronegócio, o governo garantiu isenção de impostos. Para o governo federal, Zema deu um presente: nas compensações das perdas da Lei Kandir, Minas abriu mão de receber R$ 126 bilhões a que tinha direito, mais de 90% do total devido pela União. Em 2021, houve um aumento das receitas próprias do estado, em função, especialmente, do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), como explica o economista Thiago Rodarte, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Agora, o governador chega ao fim do ano com uma previsão de déficit de R$ 11,7 bilhões, prevista na Lei Orçamentária Anual (LOA). Mas Thiago alerta que é precipitado prever o déficit no último ano do mandato. “Neste momento, esse discurso pode ser apropriado por quem quer a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal, com base em uma avaliação equivocada da situação das contas públicas”, avalia.
Acordo com a Vale, com o Judiciário, com tudo... exceto com os atingidos Em fevereiro, a Vale, o governo de Minas e as instituições de Justiça celebraram um acordo de R$ 37 bilhões, cerca de R$ 17 bi a menos que o valor cobrado inicialmente pela reparação do crime na bacia do Paraopeba, cometido há quase três anos pela mineradora. O acordo extingue duas ações judiciais: uma que pedia dano moral coletivo aos atingidos e outra que pedia indenização ao Estado. O valor final a ser pago é inferior ao lucro líquido da Vale no primeiro semestre deste ano. Atingidos e entidades afirmam que não houve espaço para participação popular no acordo. Com parte do dinheiro acordado, cerca de R$ 3,5 bilhões, será construída uma grande obra de infraestrutura viária na Região Metropolitana de BH, que o governo chama de rodoanel e os movimentos têm chamado de “rodominério”, por beneficiar mineradoras. Prefeitos e movimentos são críticos à obra, considerando que ela terá impactos ambientais, causará a remoção de famílias e ainda gerará cobranças à população.
CPI mostra aparelhamento da Cemig Desde julho, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia investiga possíveis irregularidades na gestão da Cemig nos últimos três anos. Entre as descobertas, aparecem contratações sem licitação, espionagens e suposto favorecimento de aliados do governo. Um desses casos diz respeito à Exec, empresa de recursos humanos que selecionou o presidente da companhia, Reynaldo Passanezi. No ano passado, a mesma empresa assessorou o partido Novo no recrutamento de candidatos a prefeito em oito capitais brasileiras. Dois sócios da Exec, os empresários Rodrigo Foz Forte e Carlos Eduardo Altona, são filiados ao Novo. Em outro caso, uma licitação para serviços de teleatendimento foi aberta e a empresa AeC, fundada pelo ex-secretário de Desenvolvimento Econômico de Zema, tinha sido derrotada pela concorrente Audac. Porém, meses depois, a Cemig suspendeu o contrato da Audac e firmou outro contrato com a transnacional de tecnologia IBM, sem licitação e sem concorrência, no valor de R$1,1 bilhão. Essa, por sua vez, subcontratou a AeC, que havia perdido a licitação.
Governo estadual quer proibir concursos e congelar salários Em outubro, Zema pediu à Assembleia Legislativa urgência para o Projeto de Lei (PL) 1.202/2019, que prevê a adesão de Minas ao Regime de Recuperação Fiscal do governo federal. O Regime impõe um pacote fechado de exigências: proibição de concursos, congelamento de salários, venda de estatais como a Cemig e a Copasa e proibição de novos investimentos nas áreas sociais. Pelas regras, a gestão financeira do estado será subordinada a um conselho de supervisão da União, que poderá barrar medidas como contratação de professores, médicos e pesquisadores. E Minas não poderá questionar judicialmente nenhuma cláusula do contrato da dívida com a União. No último mês, 21 lideranças sindicais críticas às propostas, liberadas de sua atividade laboral para exercer o trabalho sindical, foram informadas que o governo de Minas cancelaria a sua liberação a partir de 6 de dezembro. Cinco sindicalistas conseguiram reverter a decisão na Justiça.
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OPINIÃO
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OPINIÃO
Anastasia pedala até o TCU João Paulo Cunha O senador Antonio Anastasia (PSD-MG) é o novo ministro do Tribunal de Contas da União. Venceu no plenário a disputa com os senadores Kátia Abreu (PP-TO) e Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) e, em seguida, teve seu nome aprovado pela Câmara dos Deputados. Ele ocupa o lugar de Raimundo Carreiro, que assume a Embaixada do Brasil em Portugal. O senador mineiro fica com a vaga da cota do Senado. O cargo é vitalício e o salário está no patamar máximo do serviço público, em torno de R$ 37 mil por mês. Aos 60 anos, tem
pelo menos 15 anos de sinecura pela frente. Anastasia pedalou muito para chegar ao TCU. Nome do bolso do colete do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), colhe, em torno de cinco anos depois, a última parcela devida pelos serviços prestados no impeachment de Dilma Rousseff. Foi de sua lavra o longo relatório, de mais de 400 páginas, que pedia ao Senado a aprovação da admissibilidade do processo contra a presidente. Ele foi indicado para a tarefa por Aécio Neves (PSDB-MG), que sempre o tratou como uma espécie de reserva técnica ou des-
pachante de seus interesses. Anastasia coordenou a campanha de Neves ao governo de Minas, inventando para isso o artifício do choque de gestão, a grande estratégia de marketing do tucano. Foi vice de Aécio, assumiu o mando no último ano de governo e se reelegeu para cumprir um mandato inexpressivo e antipopular. Com jeito de bom moço, foi uma espécie de coringa do conservadorismo em Minas Gerais desde o governo de Hélio Garcia. Atuou no planejamento e gestão, segurança pública, administração, recursos humanos e cultura. Era só chamar.
Anastasia comprometeu sua biografia e a democracia brasileira Anastasia está no TCU porque sempre fez o serviço sujo
Como um carimbo burocrático umedecido com a tinta da pretensa competência técnica e da ética, Anastasia era a face menos comprometedora de Aécio Neves. Uma espécie de “meu garoto”, que com o passar do tempo foi se tornan-
do cada vez menos autônomo e menos garoto. Com sua atuação na Comissão do Impeachment, rasgou de vez a fantasia. O senador mineiro, mais uma vez, não é senhor de seu destino. Não é um acaso que os filhos de Bolsonaro tenham entrado na peleja, já que prestação de contas do uso de recursos públicos não é propriamente algo fácil para 01, 02 e 03, sem falar no cartão corporativo de 00. Anastasia está no TCU porque sempre fez o serviço sujo. Sua competência, inegável, só não é maior que sua gratidão a quem sempre o acolheu em seus projetos de poder.
Aos filiados, filiadas, companheiros e companheiras de luta, que o espírito natalino traga aos nossos corações a fé inabalável dos que acreditam em um novo tempo de paz e amor. Agradecemos por mais um período de caminhada coletiva e confiança mútua e desejamos que 2022 seja um ano de muitas conquistas!
F E L I Z N ATA L E UM PRÓSPERO ANO NOVO!
SINDIFES
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OPINIÃO
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Jose Cruz /Agencia Brasil
Carlos Ferreira Martins
Réveillon, carnaval e volta à escola
Bolsonaro: destruidor do futuro 1. Não é correto afirmar que o Presidente Jair Bolsonaro é um psicopata, desvairado, incoerente, manhoso, ignorante, violento, fascista e genocida e que seu governo é incompetente e sem rumo, sem um projeto para o Brasil. 2. Bolsonaro é tudo isso e pior do que isso tudo. Seu governo tem um projeto e este projeto tem como objetivo a destruição do futuro do Brasil. 3. O projeto do governo Bolsonaro se caracteriza pela destruição, como ele declarou: “Eu não vim para construir. Vim para destruir”, Jair Bolsonaro, 2019. 4. O projeto econômico de Bolsonaro é um projeto Golpe será saída ultra neoliberal cujas premissas são simples: todos para escapar de os problemas econômicos podem ser resolvidos processos pela empresa privada. 5. A política econômica de Bolsonaro procura, com ardor, desregulamentar as atividades econômicas; privatizar as empresas do Estado; vender os bens do Estado; reduzir os direitos dos trabalhadores. 6. Na área externa, as medidas econômicas têm com objetivo abrir amplamente a economia ao capital estrangeiro e às importações. 7. O projeto social de Bolsonaro é uma reversão aos valores mais conservadores da sociedade brasileira, que começaram a ser reformados em 1930. Acredita que o interesse do indivíduo é sempre superior ao interesse coletivo; que o uso da força e da violência para preservar valores é legitimo. 8. Se Bolsonaro avaliar que não tem chances de vitória nas eleições de 2022, tentará o golpe de Estado, sua única possibilidade de escapar dos numerosos processos que terá de enfrentar na Justiça pela enormidade e diversidade de seus crimes contra os brasileiros e o Brasil. Samuel Pinheiro Guimarães é embaixador e secretário-geral do Itamaraty
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Esses são artigos de opinião. A visão dos autores não expressam necessariamente a linha editorial do jornal Brasil de Fato
Carlos Ferreira Martins é professor titular do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP em São Carlos (SP)
ACOMPANHANDO
Samuel Pinheiro Guimarães
Depois do último meme da fábrica Bolsonaro de iscas para debate nas redes sociais, estamos todos discutindo se é melhor perder a vida e preservar a liberdade contraindo o vírus no réveillon, no carnaval ou na volta às aulas. Essa foi a penúltima pérola produzida pelo boneco de ventríloquo que responde pelo ministério dos ataques à saúde. Penúltima, como na velha piada, porque a última ele pode estar produzindo agora e nós ainda não sabemos. Com o planeta em alerta a partir da identificação da variante ômicron, qualquer debate sobre festas massivas como réveillon ou carnaval nem precisaria ser muito acirrado. É fato, já mais do que reconhecido, de que os efeitos da pandemia atingem de forma desigual os diferentes setores da população e, pior, aprofundam a desigualdade. É entre as crianças que isso salta aos olhos. Uma coisa é o prejuízo da formação escolar no período etário adequado e outra é ficar sem merenda escolar durante mais de um ano, Pandemia para um contingente enorme atinge de forma de crianças que tinham na desigual a merenda a parcela substanpopulação tiva, quando não a única, de sua alimentação diária. Assim, a prioridade da volta às escolas deveria, sem dúvida, estar no centro do debate há muito tempo. Mas ela precisaria estar condicionada a outra questão, que parece passar longe da preocupação da mídia e das autoridades: a adequação física dos edifícios e equipamentos escolares e a definição de protocolos seguros para um retorno. Em outras palavras, a grande pergunta hoje não deveria ser se haverá réveillon ou carnaval, mas se nestes quase dois anos, os entes federativos responsáveis (união, estados e municípios) tomaram as medidas necessárias para preparar as escolas, públicas ou privadas, para um retorno mais seguro às aulas.
Na edição 361... “Consciência negra: por que ser antirracista?” ... E agora Homens brancos do 1% mais rico têm mais renda que todas as mulheres negras do país Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) identificaram mais uma estatística entre aquelas que expõem o quadro da desigualdade no país: 705 mil homens brancos que integram o grupo do 1% mais rico da população detêm 15,3% da renda nacional. O percentual significa um montante maior que o de todas as brasileiras negras adultas juntas, que compõem 14,3% da renda. Os dados estão expostos no levantamento intitulado “Quanto fica com as mulheres negras? Uma análise da distribuição de renda no Brasil”.
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MINAS
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Solidariedade e mobilizações de rua marcam o ano de 2021 BALANÇO DA LUTA Movimentos populares e sindicais buscaram alternativas contra a fome e lutaram contra a política de Zema e de Bolsonaro Ana Carolina Vasconcelos Marcado pelas crises social, política, econômica e sanitária, o ano que termina foi desafiador para as forças populares. “Não foi só a pandemia da covid. Nosso país voltou para o mapa da fome”, declara Débora Sá, da Frente Brasil Popular, ao rememorar o que foi 2021. Segundo ela, as organizações sociais se dedicaram inteiramente à construção de alternativas coletivas contra a fome e contra a retirada de direitos promovida pelo governo federal. “A parceria entre movimentos populares e sindicais permitiu que diversas famílias recebessem doações de alimentos, vale gás e itens de higiene”, relata Débora. Em Belo Horizonte, as regiões de Venda Nova, Barreiro e Pedreira Prado Lopes foram algumas das que receberam as ações de solidariedade. Defesa dos serviços públicos
As lutas contra a venda das estatais e a favor do serviço público também marcaram o ano de 2021. Aconteceram diversas paralisações, manifestações e greves de trabalhadores. Ao longo do ano, trabalhadores da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), denunciaram a falta de investimento na empresa. Já os trabalhadores da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), terminaram o ano em greve contra a privatização. Petroleiros também se mobilizaram contra a venda da Refinaria Gabriel
Passos (Regap) da Petrobras, localizada em Betim. Os trabalhadores da Petrobrás têm denunciado a privatização da Regap, que faz parte da venda de um pacote de oito refinarias no país, como um atentado à soberania nacional.
em R$ 2.886,24, e pela devida aplicação dos recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Funded). Segundo o sindicato, nos últimos três anos, o governo deixou de investir cerca de R$ 7 bilhões que deveriam ter ido para a área. Sindipetro / MG
Vacina para todos
A demora em ampliar a vacinação contra a covid-19 no país impulsionou que as forças populares também fossem às ruas por mais investimento no Sistema Único de Saúde, garantia de leitos, insumos e aceleração da imunização. Com a palavra de ordem “vacina no braço, comida no prato”, mais de 20 cidades mineiras organizaram atos, panfletagens e carreatas. Fora Bolsonaro
Convocadas pela Campanha Nacional Fora Bolsonaro, ao longo do ano, aconteceram oito manifestações pelo impeachment do presidente da República. Os atos tiveram também o objetivo de denunciar a
Ao longo do ano, aconteceram oito manifestações Fora Bolsonaro em Minas Gerais política econômica adotada pelo governo federal que levou o Brasil de volta ao Mapa da Fome, além de encarecer o preço do gás e da cesta básica. Para Jairo Nogueira, presidente da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT), é insustentável a crise do país. “É nosso papel fazer a luta, denunciar o governo e construir um novo cenário para as eleições do ano que vem, para que o povo não caia na ilusão que é o Bolsonaro”, aponta. Sindieletro MG
Os trabalhadores da educação de Minas Gerais resistiram durante todo o ano à tentativa de Romeu Zema (Novo) de privatizar as escolas, por meio dos projetos Mãos Dadas e Somar. Em agosto, a categoria declarou greve sanitária frente à decisão do governo estadual de retomar as aulas presenciais sem a vacinação completa da comunidade escolar. Em novembro, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE) aprovou um calendário de lutas pelo cumprimento da lei do piso nacional, atualmente fixado
Denise Romano, coordenadora geral do Sind-UTE, destaca que a luta contra a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 32, da Reforma Administrativa, teve centralidade no ano de 2021. “A defesa dos serviços públicos e a garantia dos nossos postos de trabalho nos levou às ruas para combater a PEC 32. Nós tivemos êxito e impedimos a aprovação”, declarou. Ao longo de todo o ano, também houve mobilizações contra a privatização da Ceasa Minas, da CBTU, dos Correios, dentre outras.
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iFood assina compromisso com entregadores escolhidos pela própria empresa e não aumenta repasse Roberto Parizotti /Fotos Publicas
da redação Terminou na quarta-feira (15) uma reunião de três dias feita pela empresa de entrega de alimentos e encomendas iFood com 23 entregadores de 14 cidades do país escolhidos e convidados pela operadora do aplicativo. Denominado Fórum de Entregadores do Brasil, o evento aconteceu a portas fechadas em São Paulo, sem que os participantes tivessem autorização para informar o endereço da reunião. O fórum foi realizado no fim de um ano marcado por mobilizações e breques de
Uma das principais reivindicações é o fim dos bloqueios de conta
entregadores de todo o país por melhores condições de trabalho. Exatamente durante o período em que ele se realizava, trabalhadores de Carapicuíba e Barueri, cidades da região metropo-
litana de São Paulo, fizeram uma greve e bloquearam a rodovia Castelo Branco. As principais reivindicações desse e de todos os breques que aconteceram em 2021 – o fim dos blo-
queios de conta sem possibilidade de defesa e o aumento da taxa mínima por coleta, que hoje é de R$5,31, no entanto, não foram atendidas. A primeira demanda consta na carta compromisso firmada ao final do Fórum do iFood; a segunda parece estar distante.
BRASIL
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Anvisa aprova vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou na quinta-feira (16) que autorizou o uso da vacina da Pfizer contra a covid-19 para crianças de 5 a 11 anos. A dose para esse público deve ser menor do que a aplicada em maiores de 12 anos. O Brasil ainda não tem essas doses ajustadas. ANÚNCIO
e d B E D N U F o d o d l a Os te n e i c i f u s a i r e s s e R$ 4,1 bilhõ ,46% 7 2 e d e t s u j a e r m para pagar u . o ã ç a c u d E a d a i r para toda catego
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MUNDO
Belo Horizonte, 17 de dezembro de 2021 a 13 de janeiro de 2022
Morre bell hooks, escritora e um dos maiores nomes do feminismo negro bell hooks foi influenciada pelo movimento negro dos anos 1960 e 1970 nos Estados Unidos Catarina Barbosa
Reprodução
A escritora e ativista do feminismo negro bell hooks morreu dia (15), em Berea, no estado de Kentucky, nos Estados Unidos. “bell é uma revolucionária da educação. Ela tinha uma escrita poética, mas também era uma escrita didática, histórica, que apontava fatos e argumentos para as nossas dores e também caminhos. Ela falava de amor na sua escrita e uma mulher negra falando de amor, usando o amor em seus textos é
muito revolucionário, porque nós não somos incentivadas a nos amar, ao contrário disso, existe um auto-ódio, uma disputa, e ela vem falar sobre a importância desse tipo de sentimento, que nos torna humanos também enquanto pessoas pretas”. bell hooks foi influenciada pelo movimento negro de liberação dos anos 1960 e 1970 nos Estados Unidos, com o surgimento do Black Panthers Party (Partido Panteras Negras). Apesar de mundialmente reconhecida como bell hooks, a autora se chamava Glória Watkins. A autora escrevia seu nome com
letras minúsculas, porque para ela o mais importante em seus livros era a substância e não quem ela era. Para ela, nomes, títulos, nada disso tem tanto valor quanto as ideias. Além de honrar os antepassados e servir de inspiração para as mulheres de todo o mundo, a autora americana também falou da importância de Paulo Freire para a sua literatura. No livro “Ensinando a Transgredir”, ela conta como se abriu para o mundo a partir do contato com a obra de Freire, um dos maiores intelectuais brasileiros. ANÚNCIO
Supermercados europeus boicotam carne brasileira
Cinco redes europeias de supermercados e uma fabricante de alimentos comunicaram no dia (15) que não vão mais vender carne bovina com origem no Brasil ou produtos de carne ligados à empresa brasileira JBS por causa de recentes denúncias de destruição da Floresta Amazônica. As seis redes são o grupo holandês Ahold Delhai-
ze (que inclui as marcas Delhaize e Albert Heijn), a também holandesa Lidl Netherlands (que pertence ao grupo alemão Lidl), a belga Carrefour Belgium (subsidiária do grupo francês de mesmo nome), a francesa Auchan e a britânica Sainsbury’s. A elas une-se a empresa alimentícia britânica Princes Group. Os compromissos assumidos variam de uma empresa para a outra.
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ENTREVISTA 11
“É mais sensato manter as restrições e garantir um 2022 melhor”, avalia infectologista FIM DE ANO Médico Estevão Urbano fala sobre cuidados para festas familiares, sobre a variante ômicron e a situação da Europa Divulgação
Rafaella Dotta As festas de natal e ano novo chegaram, e parece que quase todas as famílias brasileiras vão se reunir. Estevão Urbano Silva, médico infectologista e diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia, conversou com o Brasil de Fato MG sobre a atual situação da pandemia. Afinal, podemos nos encontrar ou cancelamos as festinhas? Brasil de Fato MG – A grande preocupação do momento é a variante ômicron do coronavírus. Na segunda (13), a Secretaria de Saúde de Minas Gerais anunciou que quatro casos estão em investigação em Belo Horizonte. Isso é preocupante? Estevão Urbano – O que sabemos é que os casos da ômicron em pequeno número já estão no território brasileiro, alguns em São Paulo, e em Belo Horizonte, aguardando confirmação. É uma variante muito perigosa mais pelo desconhecimento. Não temos certeza se ela é mais transmissível, ou mais agressiva, ou se foge à ação das vacinas. Alguns estudos iniciais apontam que ela pode ser menos agressiva e, portanto, não causar uma mudança panorâmica na dinâmica da pandemia. Mas enquanto tivermos dúvidas, ela será de risco, perigosa e aumenta muito o nosso alerta. Não só pelo que ela pode causar, mas porque nos leva a
Enquanto tivermos dúvidas, a ômicron é considerada perigosa pensar que outras variantes podem aparecer com características que piorem a pandemia. Para não gerar variantes, o planeta tem que avançar na vacinação, formular políticas globais – pois as pessoas se movem muito rapidamente na Terra –, senão fica muito difícil controlar ou eventualmente finalizar a pandemia. É verdade que essa variante do coronavírus é menos mortal do que as que já enfrentamos? Existe uma possibilidade pequena de que, ao se mutar e se transmitir mais, a variante tenha perdido alguns caracteres de agressão. Nós não podemos falar nada ainda, pois são poucas as pessoas pesquisadas e o cenário é ainda muito ini-
cial. Os próximos 60 ou 90 dias é que nos confirmarão o real comportamento dessa cepa. O que você indica para as festas de fim de ano? Muitas famílias irão se reunir, as passagens aéreas e de ônibus estão praticamente esgotadas. Há algum meio termo? É indicado que as famílias se encontrem? O ideal era que as festas não ocorressem, mas sabemos que as pessoas estão cansadas e os números no Brasil estão bem melhores, o que gera a expectativa de que possamos nos encontrar. Caso as famílias queiram realmente se reunir, algumas medidas de segurança podem ser usadas para minimizar o problema: fazer festas para pou-
Faça festas para poucas pessoas e em ambientes ventilados
O cenário da Europa é preocupante, pois tende a chegar ao Brasil cas pessoas, em ambientes ventilados, com poucos beijos e abraços. As pessoas devem evitar tudo o que possa gerar grande volume de gotículas, como cânticos, gritos e manter o uso de máscara todo o tempo, exceto para comer ou beber. As conversas têm que ser mantidas com máscaras. E principalmente, se for possível, garantir que todos estejam vacinados e, ainda mais, testados 24 horas antes da festa. Esses são os cuidados ideais. Sobre o futuro da pandemia, você arriscaria alguma previsão para 2022? É muito difícil prever, por causa das variantes que estão aparecendo e o cenário de piora na Europa. Algum fenômeno está acontecen-
do na Europa, algo que não era esperado: vários países estão com piora de casos, inclusive de óbitos. Sabemos que a ômicron não é a responsável por esse aumento. As pessoas, depois de vacinadas, começaram a perder a sua imunidade porque lá não receberam a dose de reforço? Ou será que é porque ainda existe um percentual grande de pessoas não vacinadas que mantém a pandemia em altos índices? Isso é preocupante, pois o cenário da Europa tende a chegar em dois ou três meses ao nosso país. Por tudo isso, é arriscado fazer grandes liberações, grandes festas, como de ano novo e carnaval, já que não sabemos o que explica o aumento das infecções na Europa e não sa-
É melhor arriscar pelo excesso de cuidado do que pela falta bemos no que a ômicron pode impactar. Na dúvida, é melhor arriscar pelo excesso de cuidado do que pela falta. Poderíamos liberar tudo e não acontecer nada devido à massificação da vacina (ótimo!). Mas poderíamos colher uma péssima notícia que seria a piora da pandemia. Eu avalio que não estamos na hora de arriscar. É mais sensato manter as restrições para garantir um 2022 num curso de melhora.
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VARIEDADES
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CIÊNCIA, COISA BOA! A EXTINÇÃO DOS INSETOS PODE LEVAR AO FIM DA ESPÉCIE HUMANA?
Nossos direitos A PARTIR DE JANEIRO DE 2022, DOCUMENTOS DE VEÍCULOS DEVEM ESTAR REGULARIZADOS
Na semana passada, falei sobre a relação evolutivamente bem-sucedida entre insetos e as plantas com flor e fruto. Esses animais recebem alimento e, em troca, realizam a polinização e a dispersão das sementes, processos fundamentais para a reprodução vegetal. Essa relação, no entanto, está ameaçada pelo desenvolvimento capitalista. Inúmeros estudos científicos e a própria observação daqueles que vivem em regiões rurais evidenciam um processo de diminuição do número de insetos. Estima-se que cerca de 40% das espécies desse grupo correrão risco de extinção nas próximas décadas se mantivermos o atual modelo O agronegócio produtivo. está por trás Os impactos mais óbvios são na pro- da extinção dos dução de alimentos. Segundo a Organização das Nações Unidas para Ali- insetos mentação e Agricultura (FAO), 75% dos alimentos produzidos no mundo envolvem a polinização por insetos presentes no ambiente. Eis um exemplo gritante. Há regiões com alta produção agrícola em que, pelo desaparecimento acentuado das abelhas (um dos principais agentes polinizadores), se faz necessária a contratação de trabalhadores que, manualmente, realizam a polinização das lavouras. Serviços ambientais que antes eram garantidos espontaneamente pelo meio precisam ser substituídos pelo trabalho humano. A ciência tenta entender hoje com maior precisão as causas desse processo. As hipóteses mais fortes são: o uso indiscriminado de agrotóxicos; a perda de biodiversidade natural dos ecossistemas e sua substituição por monoculturas; o aquecimento global; a poluição do ar; e a introdução de espécies exóticas. Provavelmente, todos esses fatores atuam em conjunto, o que tem levado os insetos à morte. E o desaparecimento deles não gera impactos apenas para a produção de alimentos. As teias alimentares são afetadas. Os polinizadores extintos também deixam de participar da reprodução das plantas nativas. Isso pode gerar diminuição da área de biomas, o que afeta o clima, a água e tantos outros fatores de um local. A superação desse problema não é tarefa fácil. Em primeiro lugar, é preciso repensar o modelo de agricultura adotado majoritariamente. O agronegócio está por trás da extinção dos insetos. A adoção do modelo agroecológico, que respeita a biodiversidade e os ecossistemas locais deve ser uma prioridade. Dois ou três séculos de capitalismo ameaçam 150 milhões de anos de parceria entre os insetos e as plantas com flor e fruto. Que tenhamos a sabedoria e a força para superar esse modelo. Um abraço e até a próxima! Renan Santos é professor de biologia da rede estadual de Minas Gerais
Tinha sido suspensa a exigência do Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) de 2020 em função da pandemia, entretanto, a medida não foi prorrogada em relação ao documento de 2021. O estado de calamidade pública é estabelecido por meio de decreto até o dia 31 de dezembro de 2021. Sendo assim, a partir de janeiro de 2022, todos os condutores devem apresentar o documento referente a 2021 regularizado em versão impres-
sa, ou pelo aplicativo Carteira Digital de Trânsito. Pelo site do Detran [detran.mg.gov.br] é possível verificar quais são as pendências para pagamento e emitir as guias para quitação. É importante lembrar que dirigir sem o documento que licencia o veículo gera multa no valor de R$ 293,47, além de sete pontos na carteira. Nessa situação, o veículo também é recolhido e fica retido até a regularização do documento.
Jonathan Hassen é advogado popular
AMIGA DA SAÚDE Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Unico de Saúde I Coren MG 159621
Toda mulher que tem incontinência urinária tem que fazer cirurgia para resolver o problema? Maria Aparecida Santos, 63 anos, professora. Querida Maria, a incontinência urinária é um problema que afeta muitas mulheres e isso acaba por limitar a sua vida social, pois quando vai piorando, elas acabam deixando de sair de casa para evitar constrangimentos. Na maioria dos casos, a incontinência é provocada pelo enfraquecimento da parede da vagina, fazendo com que ela não mais consiga sustentar a bexiga (é a famosa queda de bexiga). Esse enfraquecimento normalmente é devido aos partos. O problema tende a piorar com o avançar da idade, por isso, quanto antes tentar resolvê-lo, melhor. O tratamento adequado vai depender do grau de queda da bexiga. Muitos casos podem ser resolvidos somente com fisioterapia de períneo, que trabalha os músculos da região genital, retomando a sustentação da bexiga. Porém, casos mais graves podem precisar de cirurgia de correção. Procure uma avaliação na unidade de saúde mais próxima de sua casa. :: CONHEÇA O CANAL DA AMIGA DA SAÚDE NO SPOTIFY! ::
Se você tem alguma dúvida sobre saúde e vida saudável, manda um zap para mim! O número é (31) 9 8468.4731.
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A bailarina do tênis Nascida em 11 de outubro de 1939, na cidade de São Paulo, MARIA Esther Bueno é considerada a maior TENISTA brasileira de todos os tempos e foi a primeira REPRESENTANTE do país a se DESTACAR na modalidade. A ESPORTISTA começou a CARREIRA aos 12 anos no CLUBE de Regatas Tietê e, ainda na adolescência, ganhou seu primeiro TORNEIO. Ao longo das décadas de sua TRAJETÓRIA bemsucedida nas quadras, Maria Esther BUENO conquistou quase 600 torneios internacionais, com destaque para TÍTULOS importantes de simples em Grand Slam, como US Open e WIMBLEDON. Já nas duplas, por sua vez, a tenista faturou ainda o ABERTO da Austrália e Roland Garros, além de também ter levado o US Open e Wimbledon. Conhecida como “BAILARINA do tênis” pela maneira como “deslizava” pelas QUADRAS, Maria Esther Bueno foi o PRIMEIRO nome do país a entrar no Hall da Fama, em 1978. A ATLETA paulistana faleceu em junho de 2018, vítima de câncer. A S A R D A U Q B M A N L R
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Para o salpicão:
ILUSTRAÇÃO: NEI LIMA
Ingredientes
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Solução
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2 xícaras de frango desfiado 1 xícara de cebola picada em cubinhos 2 xícaras de cenoura cozida picada em cubinhos 1 xícara de uvas passas 1 xícara de maçã picada em cubinhos ½ xícara de tomate cereja ou tomate comum picado em cubos 2 xícaras de maionese 2 xícaras de batata palha ½ xícara de amendoim torrado 1 xícara de azeitona sem caroço 1 lata de milho verde Sal a gosto
Modo de preparo 1. Passe a cebola na água quente e depois na água fria, para tirar a acidez. Escorra bem; 2. Em uma tigela grande, misture o frango, a cebola, a cenoura, a uva passa, a maçã, o tomate, milho e a maionese; 3. Acerte o sal. Enfeite com a batata palha, azeitonas, amendoins.
Para o ponche da sorte:
Ingredientes
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1 litro de vinho branco lambrusco gelado, para celebrar a paz e a união 1 pêssego amarelo, em cubos, para atrair prosperidade 12 morangos fatiados, que trazem o vermelho da paixão e do amor 12 uvas cortadas em metades sem sementes, para atrair transformação
E T N A T N E S E R P E R O N E U B
A I R O T E J A R T I M A T A B U R E L I R O A A T S C T O L E U L B T D E S T A C A R
Modo de preparo É só misturar todos os ingredientes e servir em taças.
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Maior acervo digital de Luiz Gonzaga ganha nova versão no aniversário de 109 anos do cantor MÚSICA No ar há 16 anos, o site guarda discos, fotos e documentos raros de Gonzaga Em 2005, o conteúdo foi digitalizado e disponibilizado para o público. “Na época, o ambiente digital era carente de informações sobre Luiz Gonzaga. Nós transcrevemos manualmente as músicas, porque ainda não havia letras disponíveis no formato online. Com isso, o site é um sucesso entre admiradores, acadêmicos e até estudantes", conta Paulo. Além do site, o pesquisador também está envolvido na produção do livro "Luiz Gonzaga: 110 anos do nascimento". A obra promete ser um documento valioso de pesquisa sobre a canção
Redação O portal Luiz Lua Gonzaga está de visual novo. Relançado no dia 13 de dezembro – quando Luiz Gonzaga completaria 109 anos –, o site reúne um amplo acervo sobre a carreira do Rei do Baião, com discos, fotos e documentos raros. A página, criada há 16 anos por Paulo Vanderley, é considerada hoje o maior acervo digital da obra de Gonzaga. Paulo reuniu, ao longo da vida, inúmeros detalhes da carreira do artista e, como todo apaixonado colecionador, arquivou o material dentro da casa.
brasileira. “Em cada página, o leitor viverá uma experiência gonzagueana. Vamos anexar letras, capas de LPs, fotografias raras”, relata. O livro é a síntese de mais de três décadas de pesquisa e paixão de Paulo pela obra de Gonzaga. A previsão de lançamento do livro é durante a festa de São João de 2022. A obra também será lançada em formato podcast e websérie. Para conhecer o site, acesse luizluagonzaga.com.br.
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Iphan declara o forró como Patrimônio Cultural do Brasil Andrea Rego Barros / PCR Agencia Brasil
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) declarou, na última semana, as matrizes tradicionais do forró como Patrimônio Cultural do Brasil. O conselho, formado por representantes de instituições públicas, privadas e da sociedade civil, também elegeu o forró como um supergênero musical, por reunir ritmos nordestinos, entre eles, o xote, o xaxado, o
baião, chamego, a quadrilha, o arrasta-pé e o pé-de-serra. O pedido de registro para tornar o forró patrimônio cultural foi feito em 2011 pela Associação Cultural Balaio do Nordeste, da Paraíba. Nos últimos dez anos, em parceria com comunidades, foi realizada a descrição detalhada das matrizes tradicionais com registro documental e audiovisual.
Diretoria de Comunicação da Prefeitura de Guaxupé
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Imagem da semana
ESPORTE
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Pedro Souza / Atlético
O paraibano Givanildo Vieira de Sousa, conhecido como Hulk, recebe os troféus de melhor jogador da Copa do Brasil 2021 e artilheiro da competição, com 10 tentos anotados. Ele também marcou o gol do título do Atlético Mineiro, na vitória por 2 a 1 sobre o Athletico Paranaense, quarta (15), na Arena da
Baixada. Hulk, revelado no Vitória da Bahia e com passagens pelo futebol Japonês, Português, Russo e Chinês, provavelmente teve, neste ano, sua melhor temporada. Ao todo, pelo Galo, o atleta disputou 67 jogos e marcou 36 gols, efetuou 13 assistências e só foi expulso uma vez com a camisa alvinegra. Twitter
Pesistas brasileiras conquistam prata e bronze em mundial Duas estreantes brasileiras fizeram história no Campeonato Mundial Adulto de Levantamento de Pesos, no Uzbequistão. Nesta quinta-feira (16), a niteroiense Amanda Schott conquistou o bronze da categoria para 87kg, após erguer 106kg. Antes dela, na terça-feira (14), Laura Amaro (foto), natural de Cascadura (RJ), havia garantido a prata do arranco nos 76kg, levantando 108kg na prova. Foi a primeira medalha do Brasil em mundiais.
“Essa medalha coloca o Brasil junto com todas as potências mundiais. Quando aparecer a tabela de medalhas, o nome do país estará lá escrito. É isso que importa no dia de hoje. Está mostrando a evolução que o nosso trabalho teve e esperamos que consigamos melhorar ainda mais”, comemorou o treinador da Seleção Brasileira, Dragos Stanica. ANÚNCIO
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Águas e em Serviços de Esgotos no Estado de Minas Gerais - SINDÁGUA-MG, com sede e foro na cida-
Athletico-PR repudia racismo de torcedores na final da Copa do Brasil Depois que imagens da jornalista Bianca Molina, da Bandeirantes, flagraram torcedores do Furacão fazendo gestos racistas contra atleticanos, o clube paranaense resolveu se manifestar. Em nota, o Athletico disse que fará esforços para identificar os responsáveis da ação, ocorrida durante a final em Curitiba.
“O apoio ao time antes, durante e depois do jogo de ontem nos mostrou o verdadeiro significado do esporte. Os gestos de celebração, união e amor são a verdadeira alma do futebol. São eles que devem sempre prevalecer e servir como exemplo para a nossa sociedade”, afirma o comunicado.
de de Belo Horizonte, Rua Congonhas, nº 518, bairro Santo Antônio, CEP: 30330-100, com base territorial em todo Estado de Minas Gerais, vem através de seu presidente Sr. Eduardo Pereira de Oliveira, no uso de suas atribuições institucionais e na forma estatutária, convocarem a categoria profissional dos trabalhadores na ACQUASALLES TRATAMENTO DE ÁGUA LTDA, para Assembleia Geral a realizar-se na data de 28 de dezembro de 2021, 09h00 e às 13h00, de forma presencial; para deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: 1º) Campanha Salarial 2022 – Retirar Pauta de Reivindicação, com discussão e votação das reivindicações; 2º) Deliberação de assembleia em caráter permanente, até a aprovação do Acordo Coletivo ou autorização para instauração do Dissídio, fórum que poderá ser convocado independente de outro edital; 3º) Poderes à Diretoria Executiva para negociar livremente, participar de procedimentos de mediação ou arbitragem; assinar acordo coletivo, ou ajuizar dissídio coletivo de natureza jurídica e/ou econômica, após aprovação das assembleias; 4º) Deflagração de movimento grevista, através de paralisação coletiva do trabalho; Ficam desde já autorizadas as práticas de atos e procedimentos de natureza secundária ou subsidiária ao êxito do processo de obtenção de instrumentos normativos que garantam o avanço dos direitos sociais e econômicos da Categoria Profissional; 5º) Aprovação de desconto assistencial, 17 de dezembro de 2021. Eduardo Pereira de Oliveira - Presidente.
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Conselheiros votam entrega do Cruzeiro a investidores Acontece nesta sexta-feira (17), a assembleia geral para alterar o estatuto do Cruzeiro. O objetivo é autorizar que o clube ceda até 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) a investidores. Podem votar os associados em pleno gozo de seus direitos. Os votos dos diferentes conselheiros têm pesos distintos, conforme o status no clube, distribuídos da seguinte maneira: conse-
ESPORTES
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DECLARAÇÃO DA SEMANA Reprodução / ESPN
Gustavo Aleixo/ Cruzeiro
lheiro Benemérito (6), conselheiro nato (5), conselheiro (4), suplente de conselheiro
(2), associado (1). A assembleia começa às 18h30, na sede do Barro Preto.
Como povo brasileiro, devemos sempre lutar, lutar. E fogo nos racistas! Reinaldo, ídolo do Atlético Mineiro, em cerimônia do prêmio ‘Bola de Prata’, no qual recebeu o troféu ‘Reflexões’, por sua luta contra o racismo.
Gol contra A Uefa pagou um mico no sorteio das oitavas de final da Champions League. O software de sorteio dos confrontos apresentou uma falha, estabelecendo jogos que, pelo regulamento, não poderiam ocorrer. Novo sorteio foi realizado.
O Sada Cruzeiro é campeão mundial de vôlei! O time mineiro bateu os italianos do Lube Civitanova por 3 sets a 0, no último sábado (11), e conquistou o tetracampeonato no torneio. A competição foi realizada em Betim.
Multicampeões e insaciáveis
Fim de um ano histórico!
@ANDREFIDUSI
Gol de placa
GOSTEI DESSES TREM!
Sócios da liquidação
Bráulio Siffert
Rogério Hilário
Fabrício Farias
O América tem muito o que celebrar deste 2021! Foi o ano em que o time chegou mais longe no cenário nacional, não só permanecendo pela primeira vez por dois anos consecutivos na Série A, mas indo além, ficando em um louvável oitavo lugar e garantindo sua priDecacampeão meira participação na Copa Libertadores. Assim, garantiu mais visibilidade e muito mais recursos, além de facilitar os trâmites com o possível investidor bilionário. O América definitivamente mudou de patamar! E isso mesmo com pouca torcida e uma das menores folhas salariais da primeira divisão. Ou seja, fruto de muito planejamento, seriedade e aprendizado. Agora é curtir e esperar que 2022 seja como 2021: marcante, intenso, vitorioso e histórico!
Conquistar Brasileiro e Copa do Brasil no mesmo ano rendeu, após meio século, muita festa, prêmios e a esperança de dias ainda melhores em 2022. O Galo coroou um ano de planejamento, investimento e eficiência aliada a talento. As duasÉvitórias o Furacão exemGalosobre doido! plificam o desempenho histórico. Faltou a Libertadores, mas ainda não existiu uma equipe capaz de chegar a tanto em tão pouco tempo. O projeto está em andamento há dois anos. Mesmo nos momentos de apreensão, a confiança da massa se impôs diante da qualidade do elenco e do trabalho de Cuca, que confirmou ser um dos maiores estrategistas do futebol brasileiro. O legado deste ano é pesado. Mal-acostumados, vamos querer sempre mais. Somos insaciáveis.
Salve, nação! É hoje a assembleia que possibilitará ao futuro investidor do Cruzeiro ser sócio majoritário da SAF, com até 90% do controle do futebol. Parte da torcida considera que é o momento de “independência” do clube. O conselho do clube, formado, em teLa Bestia Negra se, por cruzeirenses, é sócio majoritário no processo de destruição. Interesses pessoais e de determinados grupos foram maiores que o interesse do Cruzeiro nos últimos anos. O mais incrível é que tudo foi conduzido por quem levou o clube à falência ou por quem entrou com o único objetivo de vendê-lo. O caminho correto seria a maior participação e democratização da torcida, e não mais concentração de poder. Saudações celestes e até o ano que vem!
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