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PLANO DIRETOR DE BH AMEAÇADO
Carnaval é festa e gera renda
Após dois anos sem carnaval, BH espera receber 5 milhões de foliões
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CULTURA 11
Pacote de medidas, apresentado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais e vereadores, ataca Plano Diretor, política aprovada em 2019, que entra em vigor no dia 5 de fevereiro. Para lideranças, a proposta dos empresários retira investimentos que irão para moradia, saneamento, mobilidade, infraestrutura e geração de emprego e renda para as regiões mais pobres da cidade I CIDADES 5
Bolsa Família
O valor adicional de R$ 150, a cada filho de até 6 anos de idade, começa ser pago em março
BRASIL 7
Legislativo mineiro
Vereadores de BH, deputados federais e estaduais de esquerda tomaram posse na quarta (1)
CIDADES 4 E MINAS 6
Espa O Dos Leitores
“Que elas representem a nós mulheres com muita sabedoria. Parabéns”
Inez Rodrigues comenta a matéria “Bella, Dandara e Duda tomam posse hoje e aumentam bancada LGBTQIA+ na ALMG e no Congresso”
“Essa Vale só vai parar quando não tiver mais nem rios limpos, nem uma montanha intacta em Minas”
Cláudia Magni, sobre a matéria “Serra da Serpentina: Vale quer fazer captação de água gigantesca em afluente do Rio Doce”
“Daqui a pouco não vai sobrar nada! Este governador discípulo do Bozo quer destruir Minas Gerais”
Elizarda Silveira Coelho, sobre a matéria “Romeu Zema vende as ações dos mineiros em única fábrica de helicópteros da América Latina”
“Se estão acabando com a Serra do Curral na nossa cara, faço ideia nos cantos ‘isolados’”
Nando Perdigão comenta a entrevista com Dom Vicente Ferreira: “A gente continua resistindo, por memória, justiça e esperança”
Opini O
NÃO VOU TE COBRAR, PRESIDENTE
Ainda em dezembro, o presidente Lula pediu que seu futuro governo fosse cobrado: “se vocês não cobram, a gente pensa que está acertando”, disse.
A primeira pergunta é “por que devemos cobrar o governo”? Temos um governo do campo popular em uma correlação de forças delicada em que parte da direita e do capital oscilam entre apoiá-lo ou degenerar (mais uma vez) em neofascismo - onde, aliás, foi parar boa parte dos capitalistas e da antiga “direita democrática”. Não parece boa situação para cobrarmos o governo. No entanto, é justamente quando temos um governo aberto a demandas que temos que apresentá-las. Governos de direita não dão ouvidos aos movimentos organizados e o apelo a instrumentos de pressão, como greves e protestos, oferece poucas promessas de resultado. São necessários longos períodos de organização para enfrentar jornadas de greves, protestos, marchas e mobilizações, que demorarão a levar o governo à mesa de negociação.
Mais do que abertura, um governo de esquerda em uma democracia burguesa que sabe o que faz, deseja cobrança por parte dos movimentos sociais organizados. Quando se propõe a sentar na mesa com o capital e seus representantes políticos, um governo de centro-esquerda precisa de pressão nas ruas para poder apontar para a janela e dizer “estão vendo aquele povo nervoso lá embaixo? Se vocês não cederem nada, não vamos ter paz”.
Mas se é preciso pressionar o governo para dar gás nas disputas po- líticas, temos que tomar muito cuidado com a operação. A primeira parte do cuidado é estarmos organizados: as cobranças devem ser feitas por meio dos movimentos. Existe um risco concreto de uma demanda legítima ser capturada por veículos de comunicação empresarial ou formadores de opinião do campo liberal ou da direita. Uma demanda legítima pode se tornar, assim, apenas mais um foco de incêndio para um governo popular.
Um exemplo concreto: durante o período de transição, a imprensa empresarial aderiu aos chamados por mais diversidade na formação do primeiro escalão do governo. Assim que o governo entregou resultados, constituindo o ministério mais diverso da nova república (ainda que, claro, com muito espaço para melhorar), o campo liberal se desinteressou pelo assunto.
Então, não vamos jogar gasolina na fogueira que a imprensa empresarial, o partido militar e demais aliados da coalizão conservadora estão armando desde a confirmação do resultado das urnas.
Vamos gastar nossas palavras cobrando da turma que nunca é cobrada: os intelectuais liberais e a imprensa empresarial que incensaram Paulo Guedes, os parlamentares do “centrão” que mantiveram Bolsonaro no cargo por 4 anos enquanto saqueavam o país, os generais que desestabilizam nossa constituição.
Pedro Faria é economista e doutor em história. É pesquisador vinculado ao Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) da UFMG, ao Instituto Economias e Planejamento e militante do Movimento Brasil Popular.
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