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Em greve, trabalhadores da Fhemig denunciam ataques do governo Zema à saúde pública
SUCATEAMENTO Enquanto servidores públicos perdem direitos, governador entrega estruturas do SUS para a iniciativa privada
Ana Carolina Vasconcelos
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Os trabalhadores da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) estão em greve por tempo indeterminado, desde a segunda-feira (13). A decisão de deflagrar o movimento aconteceu após inúmeras tentativas, em vão, de conseguir que o governo de Romeu Zema (Novo) revogue duas medidas que retiram direitos dos profissionais.
Entre os retrocessos vivenciados pela categoria, está o aumento na carga horária dos plantonistas da rede e a suspensão do direito de redução do tempo de trabalho para familiares de pessoas com deficiência (PCD), sem diminuição no salário, para que pudessem acompanhar as atividades de tratamento dos dependentes.
Atualmente, os funcionários da Fhemig fazem a exaustiva jornada de dez plantões mensais. Com a mudança, que deve começar a valer em abril deste ano, mais um plantão será inserido na rotina dos profissionais.
“Apesar de já termos explicado que essas duas resoluções não procedem e são re-
Entre os retrocessos, está o aumento na carga horária dos plantonistas
tiradas de direitos dos trabalhadores, eles não a revogaram as resoluções. Não nos resta outra alternativa, senão a realização da greve, como forma de protesto”, relata o trabalhador e presidente do
Sindicato dos Trabalhadores da Rede Fhemig (Sindpros) Carlos Augusto dos Passos Martins.
Na quarta-feira (15), os trabalhadores em greve participaram de audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para tratar sobre o tema.
Durante o encontro, a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) criticou a postura do governador, que não dá abertura ao diálogo com os profissionais da saúde “que batemos tantas palmas na época da pandemia”.
Governador prioriza iniciativa privada
Na avaliação de Dehonara Silveira, diretora do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Minas Gerais (Sind-saúde), a forma como Zema trata os funcionários da Fhemig é condizente com o descaso do governador com a saúde pública mineira.
“A gente enfrenta muitas dificuldades, com falta de funcionários, de investimento e obras inacabadas. É um processo de sucateamento da saúde pública para incentivar a iniciativa privada. Ele enxerga a saúde como uma empresa, e a vida das pessoas como mercadoria”, comenta Dehonara.
Ela relembra que, pela primeira vez na história, na gestão Zema, o governador teve as contas rejeitadas pelo Conselho Estadual de Saúde (CES).
“Ele não aplicou o per-
Para trabalhadora, governador enxerga a saúde como uma empresa centual mínimo e, além disso, colocou como gastos em saúde compra de armas e fardas para a Polícia Militar. Além disso, mais de 80% dos investimentos na saúde foram para a iniciativa privada, enquanto a pública ficou negligenciada”, completa.
Além do baixo investimento em saúde pública, o governo de Minas tem se empenhado para entregar parte da estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS) para a iniciativa privada.
Entre as investidas de Zema, está a tentativa de passar estruturas da Fhemig para a gestão de Organizações Sociais (OS).
Atualmente, o governo está com editais abertos para a entrega dos hospitais Cristiano Machado (HCM), em Sabará, e Antônio Dias (HRAD), em Patos de Minas, e, como já mostrou reportagem do Brasil de Fato MG, dos centros Mineiro de Toxicomania (CMT) e Psíquico da Adolescência e Infância (Cepai), localizados em Belo Horizonte.
O outro lado
Procurado pela reportagem, o governo de Minas afirmou em nota que cumpre o mínimo constitucional e “não tem poupado esforços para a concretização de investimentos em saúde”. Afirmou ainda que “mantém abertos os canais de diálogo com seus servido-