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WhatsApp: estabelecer limites e praticar o bom senso é fundamental para a saúde mental
TECNOLOGIA Para psicólogo, disponibilidade ininterrupta promovida pela tecnologia aumenta o cansaço e o estresse
Amélia Gomes
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Uma das heranças deixadas pela pandemia da covid-19 foi o uso exacerbado das redes sociais, sobretudo do WhatsApp. Com o isolamento social, a ferramenta se tornou indispensável, seja para os estudos, trabalho ou mesmo para a relação cotidiana com família e amigos.
Entretanto, a disponibilidade ininterrupta, ou seja, a obrigação de estar o tempo todo online, o hábito de responder imediatamente todas as mensagens que chegam e ainda a expectativa de que todas as pessoas devam se comportar assim tem se tornado prejudicial à saúde mental.
O psicólogo Samuel Silva, especialista em terapia analítico-comportamental, ressalta que tendência, com o uso ilimitado das redes sociais, é acreditar que o comportamento das pessoas deve ser igual ao das tecnologias: instantâneo.
“Isso acarreta um aumento drástico em um aumento nos níveis de cansaço, sobrecarga, estresse e ansiedade”, reforça.
Limite entre trabalho e vida social é fundamental
A ampliação do uso do WhatsApp também trouxe outro impacto: o fim das fronteiras entre os ambientes privado e público, e de marcadores cotidianos, como o início e o fim do horário de trabalho.
Incomodado com a situação, o servidor público Paulo Henrique Santos, por exemplo, adotou o uso de dois números de WhatsApp, um para assuntos profissionais e outro de
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uso pessoal.
“Se alguém entra em contato comigo fora do horário de trabalho, o aplicativo dispara uma mensagem avisando que naquele momento eu não estou disponível”, explica.
Atualmente em regime híbrido (remoto e presencial), o trabalhador acredita que a atitude foi fundamental para romper com a rotina imposta pela pandemia. “Assim, eu consigo administrar melhor meu tempo de trabalho, de lazer e de estudos”, afirma.