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Zema quer vender 15 usinas hidrelétricas e centrais geradoras de energia da Cemig
PRIVATIZAÇÃO Na avaliação de especialistas, com a medida, tarifa de luz pode subir ainda mais e quem mais deve sofrer é o povo mineiro
Ana Carolina Vasconcelos
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A direção da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), nomeada pelo governo de Romeu Zema (Novo), lançou em março deste ano um edital de venda de 15 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e centrais geradoras hidrelétricas (CGHs) da estatal. O leilão está previsto para 10 de agosto deste ano.
O valor mínimo para adquirir as 15 estruturas, que estão localizadas em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, é de R$ 48,2 milhões. Porém, apenas a PCH São Bernardo, uma das que será vendida pela empresa, recebeu, em 2005, o financiamento de R$ 34,32 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) para sua implantação.
Na avaliação do deputado estadual Professor Cleiton (PV), a venda dos ativos é parte de uma estratégia do governo Zema e da atual direção da Cemig, que buscam fatiar e precarizar a empresa para depois privatizá-la por completo.
“É a comercialização do patrimônio para que, daqui a pouco, [o governo] tenha a justificativa de que a empresa é deficitária”, comenta o parlamentar.
Segundo a Cemig, “a alienação das PCHs e CGHs tem o objetivo de melhorar a eficiência operacional e a alocação de capital”. Porém, para Professor Cleiton, quem mais sofre os impactos diretos da entrega do patrimônio público para a iniciativa privada é a po- pulação, que passa a pagar mais caro por serviços piores.
“A venda fatiada da Cemig tem gerado uma série de dissabores para a nossa população, sobretudo na prestação de serviço, que cada dia mais é questionada pela inoperância e ineficácia. Além disso, essa precarização do serviço pode afetar diretamente o preço da conta de luz”, avalia o deputado.
A história se repete Em 2017, após o impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) articulou a venda de quatro hidrelétricas da Cemig. As usinas São Simão, Miranda, Jaguara e Volta Grande foram vendidas a empresas estrangeiras por R$ 12,1 bilhões.
Após a operação, o valor da tarifa da geração de energia elétrica dessas usinas sofreu um aumento de R$ 76.
Jefferson Leandro, da direção do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro), destaca que uma das principais consequências da privatização é justamente o au- mento do preço cobrado pelo serviço.
“Existe uma relação entre privatização e aumento da tarifa. Antes da privatização, essas usinas eram remuneradas pela tarifa em R$ 66 por cada megawatt-hora (MWh) de energia gerada. O governo ilegítimo de Temer ofertou no edital de venda dessas usinas o valor de R$ 142 por cada MWh. Quem paga essa conta somos nós”, relembra Jefferson.
A tarifa vai aumentar?
O Brasil de Fato MG entrou em contato com a Cemig para saber se há alguma garantia de que a conta de luz não será aumentada com a venda das PCHs e das CGHs e aguarda resposta.
Redação
Após a mudança na política de preços da Petrobrás, o governo Lula lançou na segunda-feira (22) um canal de denúncias para apurar casos de cobranças abusivas nos postos de combustíveis. Em apenas um dia, o levantamento recebeu mais de mil registros.
Minas Gerais foi o estado com o maior número de reclamações, totalizando 149 em apenas 24 horas. Em seguida vem o Ceará, com 82, e São Paulo com 79 relatos de irregularidades.
Na quarta-feira (24), a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, coordenou o “Mutirão do preço justo”. A campanha aconteceu em todo o Brasil e contou com o apoio dos Procons para monitorar os preços dos combustíveis nos municípios do país. No dia 30 deste mês, um relatório com os dados será divulgado pela Senacon.
Para relatar irregularidades, basta acessar o formulário no QrCode abaixo: