PARANÁ
Ano 5
Esportes | p. 8
Vai ter Brasileirão? Rodada corre risco por Flamengo bater pé por público
Edição 229
16 a 22 de setembro de 2021
distribuição gratuita
www.brasildefatopr.com.br
Brasil, terra indígena Marcha de mulheres protesta contra marco temporal
Giorgia Prates
Cultura | p. 7
Brasil | p. 5
Tecnologia e literatura Curso questiona como formar leitores com novas ferramentas
Editorial | p. 2
Guardiões do Brasil Indígenas resistem contra ataques do agronegócio
Opinião | p. 2
O desalento do trabalhador
Reprodução
Número de greves é menor em série histórica, aponta Dieese
Brasil | p. 5
Lucro com apagão Incompetência do governo faz empresas faturarem com crise
Brasil de Fato PR 2 Opinião
Brasil de Fato PR
Paraná, 16 a 22 de setembro de 2021
EXPEDIENTE Brasil de Fato PR Desde fevereiro de 2016 O jornal Brasil de Fato circula em todo o país com edições regionais em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Paraná. Esta é a edição 229 do Brasil de Fato Paraná, que circula sempre às quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.
Os guardiões da vida, dos biomas e do planeta EDITORIAL
A
Amazônia legal é onde se concentra a maior parte dos territórios indígenas, que ocupam cerca de 12% do território brasileiro. A discussão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tese do marco temporal e o projeto de lei 490 demonstram os interesses do agronegócio, que defende e financia o governo Bolso-
naro para, em troca, garantir este poder de ataque aos direitos básicos dos povos originários. Povos indígenas organizados e juristas apontam a inconstitucionalidade da tese. Este mês foi marcado pela diversidade dos povos indígenas que estiveram no acampamento Levante pela Vida e na Marcha das
Mulheres Indígenas, uma demonstração histórica da resistência secular. Os povos originários compõem a formação do povo brasileiro e organizados defendem os interesses do povo e da natureza. Não somente na Amazônia, mas em todos os estados, os povos indígenas estão em luta. A exemplo da luta na-
cional, no Paraná, lideranças de cinco povos retomaram território no dia 9 de agosto, em Piraquara (PR), com objetivo de ocupar e reflorestar área com espécies nativas. Juntar-se à luta dos povos originários é assumir o compromisso da luta pela terra e pela natureza, para conter os interesses de exploração desenfreada do agronegócio.
EDIÇÃO Frédi Vasconcelos e Pedro Carrano REPORTAGEM Ana Carolina Caldas, Gabriel Carriconde e Lia Bianchini COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Guilherme Uchimura ARTICULISTAS Fernanda Haag, Cesar Caldas, Marcio Mittelbach e Douglas Gasparin Arruda REVISÃO Lea Okseanberg, Maurini Souza e Priscila Murr ADMINISTRAÇÃO Bernadete Ferreira e Denilson Pasin DISTRIBUIÇÃO Clara Lume FOTOGRAFIA Giorgia Prates e Gibran Mendes DIAGRAMAÇÃO Vanda Moraes CONSELHO OPERATIVO Daniel Mittelbach, Fernando Marcelino, Gustavo Erwin Kuss, Luiz Fernando Rodrigues, Naiara Bittencourt, Roberto Baggio e Robson Sebastian REDES SOCIAIS www. facebook.com/bdfpr CONTATO pautabdfpr@gmail.com
Número de greves colabora para análise de período defensivo da classe trabalhadora OPINIÃO
Pedro Carrano,
Integrante da União de Moradores/as e Trabalhadores/as (UMT) e jornalista
O
s dados sobre as greves em determinado período, suas motivações, pautas e número de horas paralisadas por segmentos são importantes informações para aferição da disposição da classe trabalhadora para as lutas – nos seguintes segmentos da classe: na iniciativa privada com contratação formal, no serviço público e nas empresas estatais. Os estudos do Departamento Intersin-
dical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) têm apontado que, desde o ano de 2016, o número de mobilizações paredistas tem diminuído. O que responde a: a) Políticas dos governos Temer e Bolsonaro de ataques contra os direitos trabalhistas; b) Alto índice de desemprego e pouca oferta de vagas no mercado, o que dificulta a realização de greves, desencoraja aqueles que ainda têm a mínima garantia de trabalho. Temos o baixo número de 366 greves no primeiro semestre de 2021,
com queda na esfera privada, mas que ainda se mantém à frente dos números de trabalhadores do setor público. Os dados mostram que, na esfera privada, o momento é de defensiva, com 95% das negociações salariais tendo caráter de manutenção de direitos. Cabe ressaltar o vínculo de uma série de lutas com o desmonte promovido por Bolsonaro nas empresas estatais (Petrobras, Eletrobras, Correios principalmente), em que 48% das greves foram marcadas por protestos políticos, devido a ataques contra essa estrutura importante para o país.
O semestre também foi marcado pelas reivindicações, diante da crise sanitária, por melhores condições de trabalho, Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), entre outras demandas, com destaque para professores municipais e rodoviários. O Dieese nomeia ainda as “greves de desalento”, que são “mobilizações sem esperança”, em que trabalhadores precarizados exigem a regularização dos salários em atraso, sem grande perspectiva. No fundo, é urgente a retirada de um presidente que acaba com o futuro deste país.
Brasil de Fato PR
Brasil de Fato PR
Paraná, 16 a 22 de setembro de 2021
Geral
QUE DIREITO
FRASE DA SEMANA
Guilherme Uchimura
Tenho direito à energia mais barata?
Reprodução
Disse a presidente do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann, em seu Twitter. Para ela, “É o máximo grau de corrupção que pode ocorrer num sistema judicial”.
NOTAS BDF
Por Frédi Vasconcelos
Fake news cai A medida provisória editada por Bolsonaro a favor das fake news caiu duplamente. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e a ministra do STF Rosa Weber barraram o texto, que limitava a retirada de conteúdos falsos publicados nas redes sociais ao alterar o Marco Civil da Internet. Rosa Weber suspendeu o texto a partir de ações que estavam no Supremo. Pacheco devolveu a MP paReprodução | STF ra o governo sem analisá-la.
Brasil no buraco
Giorgia Prates
Líder nas pesquisas eleitorais, o ex-presidente Lula venceu mais uma ação na justiça. Já é a décima nona. Nesta recente vitória, Lula e outros personagens foram acusados de tráfico de influência para favorecer negócios da Construtora OAS. A vitória dele reforça um processo de perseguição imposto pela Operação Lava Jato e pelo ex-juiz Sérgio Moro para retirá-lo das eleições de 2018. O arquivamento foi revelado no dia 13 pelo advogado de Lula, Cristiano Zanin. “Temos agora 19 decisões favoráveis e que reforçam a prática do chamado lawfare. Conseguimos encerrar todos os processos que estavam em curso”, explicou. Agora, o ex-presidente responde apenas por um processo na justiça que trata da compra de caças para reforçar a Força Aérea Brasileira. A defesa do presidente confia que esse caso também será arquivado, levando em conta que o STF já declarou nulos elementos da acusação. Das 19 vitórias de Lula, as mais representativas são as que consideraram o exjuiz e ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, suspeito em julgá-lo e que Curitiba não era o tribunal adequado para avaliar assuntos relacionados ao ex-presidente. Lula é considerado inocente nos casos do triplex, sítio de Atibaia e Instituto Lula.
É ESSE?
“Moro exigia que presos mentissem para incriminar Lula com acusações falsas”
Lula ganha mais uma na justiça
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Enquanto o governo só se preocupa com golpe e fake news, a economia do Brasil afunda. Na contramão de outras grandes economias, projeções divulgadas pela ONU mostram que o Brasil deve crescer 1,8% em 2022, metade da expansão esperada para a economia mundial, de 3,6%. A taxa brasileira será a menor entre os grandes países, segundo a Conferência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento.
Mea culpa O jornalista Ricardo Noblat, que trabalhou em grandes veículos como “O Globo”, foi um dos primeiros da grande mídia comercial a fazer “mea culpa” sobre a Lava Jato e escreveu em seu Twitter: “Por que nós, jornalistas, acreditamos facilmente nas informações da Lava Jato? E agora, só com muita dificuldade, que ela também errou feio?” Nos últimos meses, Lula obteve 19 decisões para encerrar ações penais e investigações contra ele. De acordo com seus advogados, resta apenas uma ação penal aberta sobre o “Caso dos Caças”.
Mortes negras A vereadora por Curitiba Carol Dartora (PT) denuncia em suas redes sociais: “No sábado, Mateus Noga, 22 anos, foi morto no Largo da Ordem enquanto comemorava sua CNH com seus amigos no Cavalo Babão. Ontem, outro jovem, também de 22 anos, foi morto na ocupação do Portelinha em Santa Quitéria, em operação da PM. Além da idade, o que eles têm em comum? ... Ambos os jovens estavam em espaços majoritariamente ocupados por pretos em Curitiba, logo, o Estado sente mais legitimidade em matar.”
Com a Tarifa Social, têm direito a pagar menos nas contas de luz todas as famílias com renda menor ou igual a R$ 550 por membro. É necessária a inscrição no Cadastro Único, que pode ser realizada no Cras mais próximo. Também têm direito moradores que recebam o benefício de prestação continuada. No Paraná, os descontos vão de 10% a 100%, a depender da energia consumida. De acordo com o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o grande problema é que quase metade das famílias brasileiras com esse direito ainda não tem acesso a ele. No Paraná, são hoje pelo menos 2 milhões de pessoas que já poderiam estar pagando muito menos pela conta de luz. Uma nova lei passará a valer a partir de janeiro de 2022, obrigando as companhias de energia elétrica a incluir automaticamente no programa as famílias inscritas no Cadastro Único. Trata-se de uma grande conquista da pressão popular protagonizada pelo MAB, apesar de ainda não sabermos se a implementação da lei será suficiente para resolver o grande gargalo no acesso à energia mais barata. Até lá, para ter direito, permanece valendo a regra atual: é preciso procurar uma agência da Copel e apresentar o número de Identificação social (NIS), além de cópia do RG e do CPF. Guilherme Uchimura Advogado e membro da Rede de Advogadas e Advogados Populares
Brasil de Fato PR 4 Brasil INFORME INSTITUCIONAL
Traíram os trabalhadores Mesmo com a vitória contra MP da Escravidão, povo não pode esquecer de quem votou contra os trabalhadores A Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR), que representa bancários e financiários do Estado, comemorou a derrubada da Medida Provisória 1045, também conhecida como a “MP da Escravidão, pelo Senado no dia 1.º de setembro, por 47 votos a 27. Foi uma dura derrota para o (des)governo Bolsonaro. A Fetec entende que a MP da Escravidão era um grave ataque contra a população, pois tinha como objetivo criar uma subcategoria de trabalhadores, que não teriam direitos trabalhistas fundamentais como vínculo empregatício, FGTS, 13.º salário, férias, entre outros. A medida também dificultava ainda mais a fiscalização contra o trabalho escravo no Brasil. O texto também previa a contratação de jovens de 18 a 29 anos com carga horária de 22 horas semanais e salário máximo de R$ 550 mensais, sem vínculo trabalhista por até dois anos e ainda tornava permanente a redução de jornada e salário em casos de calamidade, como a pandemia de Covid-19. “Ficamos satisfeitos ao ver que a MP da Escravidão não deu certo, porém, temos 19 deputados que são declaradamente contra as trabalhadoras e trabalhadores. A Fetec pretende criar um painel e expor todos estes parlamentares para que a população se lembre deles na hora de votar. Tão importante quanto escolher um presidente alinhado aos interesses do povo é de escolher legisladores comprometidos com esta mesma causa”, explica o presidente da Fetec, Deonísio Schmidt.
Aline Sleutjes (PSL)
Diego Garcia (Podemos)
Felipe Francischini (PSL)
Giacobo (PL)
Audiência debate nova reforma da previdência para servidores Greca quer alterar tempo de aposentadoria, valores de contribuição e até cobrar de aposentados Manoel Ramires
A Leandre (PV)
Luisa Canziani (PTB
Luiz Nishimori (PL)
Luizão Goulart (Republicanos)
Paulo Martins (PSC)
Pedro Lupion (DEM)
Ricardo Barros (PP)
Roman (Patriota)
Rossoni (PSDB)
Rubens Bueno (Cidadania)
Sargento Fahur (PSD)
Sergio Souza (MDB)
INIMIGOS Embora livres desse escárnio, a Fetec recorda que a Câmara dos Deputados aprovou essa MP por 304 a 133 votos. Dos 30 deputados paranaenses, 19 votaram contra os trabalhadores. São eles:
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Stephanes Junior (PSD)
Toninho Wandscheer (PROS)
Vermelho (PSD)
pós o “pacotaço” de 2017, que gerou conflito com a categoria, agora o prefeito Rafael Greca (DEM) quer adequar a Reforma da Previdência aprovada no Congresso Nacional pelo governo Bolsonaro, do qual é aliado, ao município. A medida deve alterar o tempo de aposentadoria, valores de contribuição e até cobrar de aposentados. A nova medida altera o tempo de contribuição mínima para aposentadoria, com 62 anos para mulheres e 65 anos para os homens. Também propõe o desconto de servidores aposentados que, atualmente, já não precisam mais contribuir com o Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Curitiba (IPMC). “Estamos dispostos a ir à luta, se preciso à greve, valendo-nos de nosso sindicato, o Sismuc [Sindicato dos Servidores Públicos Municipais Curitiba], para impedir a aprovação de tamanho ataque à nossa condição de vida, quando a pandemia está mostrando que os serviços públicos e os servidores são essenciais para salvar vidas e assistir à população”, aponta o Coletivo Sismuc Somos Nós, contrário à proposta.
A medida deve alterar o tempo de aposentadoria, valores de contribuição e até cobrar de aposentados
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O Brasil indígena II Marcha das Mulheres Indígenas ocorreu em 10 de setembro em Brasília Texto e Fotos de Giorgia Prates
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m 10 de setembro, respeitando todas as normas sanitárias contra a disseminação da Covid-19, ocorreu a II Marcha das Mulheres Indígenas, após ser adiada duas vezes por conta da segurança das mulheres. Cerca de 5 mil Indígenas de 172 povos participaram. A marcha saiu do acampamento na Funarte e foi até a Praça do Compromisso pela W3 Sul. Chegando na Praça, o povo Pataxó hã-hã-hãe prestou homenagem a Galdino, indígena desse povo que foi queimado vivo em 1997, enquanto dormia. Marco temporal Um dos principais motivos do protesto dos indígenas em Brasília foi a votação no Supremo Tribunal Federal do marco temporal, medida que pode praticamente inviabilizar demarcações de terras aos povos originários no Brasil. O julgamento, que vem desde agosto, foi interrompido novamente no STF, na quarta, 15, por pedido de vista do ministro Alexandre de Moraes. Não há data definida para sua retomada.
À beira do apagão, empresas lucram com o aumento da conta de luz Gabriel Carriconde
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om a queda da capacidade dos reservatórios, e a seca em que vive o Sudeste brasileiro, o governo federal aumentou as bandeiras tarifárias na energia elétrica e pediu para população economizar luz. Contudo, apesar da falta de ajuda de “São Pedro”, a desregulamentação do setor, a falta de planejamento e os interesses do setor privado apenas nos lucros seriam
as reais causas da crise. Na quarta (8), em audiência na Câmara dos Deputados, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que a capacidade dos reservatórios das usinas hidrelétricas deve ficar abaixo de 19%. Apenas na crise hídrica de 2014 esse patamar foi registrado. Apesar de o governo Bolsonaro insistir que o problema é a falta de chuva, o ex-diretor presidente da Agência Nacional de Águas
(ANA) Vicente Andreu rejeita o argumento. “Não dá pra colocar na conta de São Pedro de jeito nenhum”, afirmou em entrevista para o programa Bem Viver, da Rádio Brasil de Fato. Ele alerta que a crise é “resultado de uma operação recorrente, que acontece todo ano, do setor elétrico, e que foi agravada no governo Bolsonaro. Tem como finalidade esvaziar os reservatórios no período chuvoso para quando che-
gar o período seco, tendo pouca água, o preço da tarifa explodir”. Mesmo que a justificativa fosse a falta de chuva, Alexandre Húngaro, trabalhador do setor de meio ambiente da Copel e estudioso da área de energia, afirma que “deveríamos estar em racionamento no mínimo desde maio”. Húngaro, que também é presidente da CTB-Paraná, alerta que o sistema elétrico brasileiro vem operando no
limite. “É um cenário que poderemos estar de um ou dois anos com racionamento, ou o governo terá que pagar para que empresas não operem, para diminuir a carga. Imagine o custo financeiro dessa política, a cada dia que o governo não intervém para implantar um racionamento que já deveria ter começado em maio, aumenta a possibilidade que isso aconteça, e ainda falam na privatização da Eletrobrás”.
Brasil de Fato PR 6 Cidades
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Diretores são afastados por não pressionarem por volta a ensino presencial
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Deputados pedem investigação do MP e suspensão dos processos administrativos Ana Carolina Caldas
Ana Carolina Caldas
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Secretaria Estadual de Educação do Paraná (Seed) afastou do cargo diretores de escolas por estes não estarem cumprindo uma meta de adesão de alunos às aulas presenciais. Porém, não há ainda, por parte do governo do estado, normativa e ou decreto que obrigue o retorno às aulas presenciais. Ainda é garantida aos alunos e famílias a escolha pelo ensino online, em virtude da pandemia do coronavírus. Até agora, foram afastados diretores de três escolas: Escola Estadual Brasílio Vicente de
Castro, Escola Estadual Jayme Canet e Escola Estadual Gabriela Mistral. Além do afastamento, os professores que estavam no cargo de direção também receberam punições administrativas e já respondem a processos administrativos – PADs. Por estarem sofrendo esses processos, nenhum dos diretores quis falar a respeito. Já a pedagoga Andrea Basilio, da Escola Estadual Brasílio Vicente de Castro, que tem organizado manifestações junto à comunidade escolar, se mostrou indignada e disse que irá continuar lutando para o retorno da diretora Kátia Belasque
Bauch ao cargo. “Não há o que justifique esse afastamento. Eles informaram que foi porque a escola não cumpriu meta de alunos no presencial. Só que ainda é garantido às famílias continuar em casa. Inclusive, apresentamos à Secretaria de Educação os termos de compromisso dos pais que optaram por manter os alunos no ensino on-line” disse. Professores e comunidade escolar estão se mobilizando com abaixo-assinados, faixas e posts nas redes sociais contra a decisão da Seed. O ofício circular expedido em 2 de agosto de 2021 pela Seed aos chefes de núcleo sobre o retorno das aulas presenciais diz: “Todos os estudantes têm direito a retornarem presencialmente. No entanto, solicitamos que deem prioridade àqueles sem acesso às aulas on-line e que estão com dificuldade de aprendizagem. Havendo capacidade física para o recebimento de mais estudantes, a gestão das escolas deverá ampliar o chamamento a todos.” E ainda: “Nas situações em que os responsáveis não autorizem o retorno presencial do estudante, deve ser apresentada para a equipe gestora justificativa por escrito.”
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Deputados pedem providências ao MP O deputado estadual Requião Filho (MDB) encaminhou, na segunda, 13/9, pedido de investigação e providências ao Ministério Público do Paraná e outro ao Ministério Público do Trabalho sobre a situação dos diretores das escolas estaduais que estão sendo pressionados a aumentar o número de alunos presenciais em sala de aula. Em ambos os documentos, o deputado relata o
afastamento e abertura de PAD contra diretores que não alcançaram a “meta” imposta pela Seed. “Não se pode transferir ao servidor a decisão que cabe aos responsáveis pela criança. Quem decide se o estudante acompanhará as aulas de forma presencial ou virtual são seus pais, não os diretores”, defendeu o deputado. Já o deputado Professor Lemos
(PT) solicitou à Seed a suspensão imediata dos PADs. “Temos uma resolução da Secretaria de Saúde que permite aos pais decidirem se o aluno vai ficar no ensino remoto ou na modalidade presencial. A decisão é facultativa das famílias, não pode penalizar os diretores. Se estão fazendo isso com estes três diretores, certamente a vontade da Secretaria de Educação é fazer com mais dire-
tores do Paraná. Isso é injusto, não podemos aceitar,” disse. Em nota ao Brasil de Fato Paraná, a assessoria de comunicação da Seed informou que “os diretores foram afastados para responder um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), que é confidencial.” Questionada sobre a cobrança de uma meta para adesão dos alunos ao presencial, a Seed não respondeu.
Brasil de Fato PR
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Cultura
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Curso provoca leitores a usar tecnologia para ter acesso à Literatura Inscrições estão abertas; aulas serão em EAD em 32 horas Divulgação
Redação
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tecnologia pode ajudar na formação de novos e bons leitores? Com essa pergunta, o curso on-line “Literatura Digital” quer provocar os participantes para que usem os dispositivos digitais conectados à internet como instrumentos de acesso à Literatura. O curso é gratuito, organizado e pela Prosa Nova, uma EduCultTech, especializada em projetos de Educação e Cultura com o suporte das Tecnologias de Informação e Comunicação. Segundo o coordenador do curso, o escritor e jornalista Luiz Andrioli, “O curso é voltado para aqueles profissionais preocupados com o impacto da tecnologia na formação do leitor. Acreditamos que é possível fazer da tecnologia uma aliada na formação de novos e bons leitores.” O conteúdo estará disponível em
uma plataforma virtual de aprendizagem, estruturado numa sequência lógica, com uma dinâmica autoinstrucional em que cada um poderá fazer o treinamento quando puder. As aulas estarão disponíveis a partir de 20 de setembro de 2021,
Bach em concerto No final de semana, a Orquestra de Câmara da Cidade faz dois concertos com obras de Johann Sebastian Bach, tendo como diretor musical o spalla (primeira violinista) da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, Emmanuelle Baldini.
As apresentações acontecem na sexta-feira (17/9), às 20h, e sábado (18/9), às 18h30, no Espaço Cultural Capela Santa Maria. No sábado, o concerto será presencial e também transmitido ao vivo pelo YouTube, no canal Curitiba Arte Icac.
Idiomas na UFPR De 13 a 24 de setembro estão abertas as inscrições para cursos extensivos a distância do Centro de Línguas e Interculturalidade (Celin) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). As aulas acontecem de 20 de setembro a 17 de dezembro, com carga horária de 60 horas. Uma parte de todos os cursos será assíncrona, ministrada sem interação em tempo real entre docente e alunos.
As inscrições devem ser feitas no site http:// www.celin.ufpr.br/ Novos estudantes precisam fazer um pré-cadastro via Siga – e depois validá-lo para ter acesso ao sistema. Para esse grupo, as inscrições são de 15 a 24 de setembro. Para quem já estuda no Celin, o período é de 13 a 24 de setembro.
e a inscrições já estão abertas na página do Prosa Nova > www.prosanova.com.br Serão quatro módulos na modalidade Educação a Distância – EAD, cada um com um tempo de consumo estimado de 8 horas, com um
total de 32 horas. Os módulos são A Leitura Digital (Edgar Kirchof), Acervos Digitais (Edna Chimenez), Ferramentas Digitais de Leitura (Fernanda Bogoni) e A Formação do Leitor Digital (Erika Vilas Boas e Herson Haag). Coordenação Luiz Andrioli é escritor, jornalista e empresário nas áreas de Educação e Cultura. Diretor de Conteúdo e Negócios da Prosa Nova EduCultTech. Como escritor, tem 5 livros publicados, dentre eles, “Crônicas do varal da casa ao lado (2019). Autor do texto “O Casamento da filha do palhaço”, melhor espetáculo do ano de 2019 no Paraná no Prêmio Gralha Azul. Premiado também na primeira temporada de originais da Grua Livros (2012), com a publicação do livro de contos “O laçador de cães”. Pós-graduado em Gestão Empresarial, em Cinema e Mestre em Letras.
DICAS MASTIGADAS | Sorvete de mamão A cada semana, publicamos receitas com produtos agroecológicos da rede colaborativa Produtos da Terra, da Sinergia Alimentos Saudáveis e da Rede Mandala. Parte dos ingredientes pode ser encontrada no site produtosdaterrapr.com.br
Reprodução
Ingredientes 4 xícaras (chá) de mamão formosa orgânico maduro Modo de preparo Corte o mamão descascado em pedaços de 2 cm e transfira para uma assadeira, evitando amontoar os pedaços. Leve a assadeira ao congelador por pelo menos 3 horas, ou até congelar. Na hora de preparar o sorvete, retire o mamão do congelador e mantenha em temperatura ambiente por 10 minutos. Coloque os pedaços de mamão no processador e comece a bater no modo pulsar. Raspe a lateral do processador com uma colher quantas vezes forem necessárias para bater de maneira uniforme. Assim que a fruta estiver bem triturada, aumente a velocidade e continue batendo até formar um sorvete cremoso.
Brasil de Fato PR 8 Esportes
Brasil de Fato PR
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Mantenha distância Por Cesar Caldas
O confronto da noite da sexta, 17, com o Vila NovaGO, no Couto Pereira, abre a sequência do líder Coritiba nesta importante segunda quinzena de setembro. Nela o imperativo é ampliar ou, no mínimo, preservar sua vantagem sobre os atuais 5º e 6º colocados da competição – Avaí e Guarani, ambos com 37 pontos e a oito de distância do time coxa-branca. São os principais clubes que almejam alcançar o G4, que dá acesso à elite. Os três jogos que fecharão o mês estão agendados para as noites de 22 (terça, contra o Vitória, em Salvador), 25 e 28 (sábado e terça outra vez), enfrentando Guarani e Confiança no Couto Pereira. É de se esperar a conquista de sete pontos contra os times que hoje meramente lutam contra o rebaixamento. O perigo é o Guarani, adversário direto e que antes duela o sempre imprevisível derby campineiro com a Ponte Preta.
O Flamengo contra todos Dezenove times da Série A são contra a volta do público neste momento. Flamengo diz que vai jogar Divulgação
Manifesto pelo futuro Por Marcio Mittelbach
A partir de hoje é proibido dizer “vergonha”, “parabéns aos envolvidos” ou “o que fizeram com o nosso Paraná?”. De hoje em diante, a pergunta que devemos fazer é: o que eu posso fazer pelo Paraná hoje? A existência do futuro depende do agora. As administrações passadas precisam ser analisadas. Mas não dá para ficar esperando o resultado dessa caçada. Uma gestão acaba de assumir o posto e ela vai precisar não de apoio, isso vai depender da atuação deles, mas de paranistas atentos e atuantes. Não há desculpa, não existe pretexto pra não colaborar com o time neste momento. E não é só dinheiro, é presença. É vestir o manto de cabeça erguida. Nunca foi fácil, nascemos gigantes com uma responsabilidade tremenda nas costas. Deu no que deu. Agora depende de nós recolocarmos esse gigante nos trilhos.
Frédi Vasconcelos
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21ª rodada do Brasileirão, programada a partir de sábado, 18, com Chapecoense e Palmeiras, na Arena Condá, pode nem acontecer. Tudo porque 19 clubes da série A e a CBF decidiram, em reunião do Conselho Técnico do campeonato, em 8 de setembro, que só voltaria a ter torcida quando todos os times pudessem receber público. O que seria decidido num próximo encontro, em 28 deste mês. O Flamengo, único time que não participou da reunião, porque alegou que já tinha uma liminar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, o STJD, e que a CBF não era competente para decidir o tema,
manteve a decisão de vender ingressos já no próximo domingo, contra o Grêmio, no Maracanã. A maioria dos times da Série A tentou cassar a decisão favorável aos rubro-negros, mas num primeiro momento o presidente do STJD continuou dando razão aos cariocas. Nova tentativa no tribunal foi feita a partir do departamento jurídico do Palmeiras, e aguarda-se nova decisão. Além disso, os clubes enviaram carta à CBF pedindo o adiamento da rodada caso os rubro-negros mantenham a venda de ingressos. E devem emitir uma carta lembrando que: “Todos querem o retorno do público às competições, todos querem o torcedor no estádio, mas concordaram por maioria em conselhos técnicos anteriores - que retornariam ao mesmo tempo. Pois a liberação depende de aprovação de instâncias governamentais”, segundo informação do site do Globo Esporte. Até o fechamento desta edição não havia nova decisão do STJD nem resposta da CBF, num caso que pode até paralisar o campeonato ou, pelo menos, atrasá-lo, correndo o risco de não acabar o Brasileirão neste ano. Além do que o adiamento pode trazer prejuízo para as emissoras que compraram os direitos de transmissão. É aguardar para ver o que sairá desse embate entre o time mais rico do país, que vem ficando cada vez mais isolado, e todos os outros.
ELAS POR ELA Deixaram chegar... Por Douglas Gasparin Arruda
A última vez que o Athletico venceu o Santos na Vila Belmiro foi na histórica campanha de 2005 na Libertadores, em ótima partida de Aloísio. Nesta terça, pela Copa do Brasil, o Furacão repetiu o feito e eliminou o Peixe na Vila. A vitória, contudo, não diminuiu a desconfiança de parte da torcida. É mesmo um caso curioso, já que o Athletico está na semi das duas competições que defi niu como prioridade. Vários ingredientes ajudam a compreender a insatisfação: a distância do estádio, que cria essa desconexão entre times e torcidas; o baixo nível técnico apresentado pelo time, especialmente no último mês; a alta expectativa gerada pelo bom começo de Campeonato Brasileiro. Tirando as cornetagens da torcida, sempre válidas, fato é que podemos terminar o ano com mais um título importante.
Fernanda Haag
Brasil x Argentina A Seleção Brasileira tem seus primeiros desafios após as Olimpíadas de Tóquio, o que marca o início de um novo ciclo e momento de renovação. Serão dois jogos contra a Argentina. A primeira partida, no dia 17, no Estádio Amigão, em Campina Grande (PB). Já o segundo confronto será em João Pessoa (PB), no Almeidão, no dia 20. Ambos ocorrem no mesmo horário, às 16 horas. Pia Sundhage convocou 23 jogadoras, com algumas novidades: a goleira Lorena, do Grêmio, as defensoras Yasmin, do Corinthians, Katrine, do Palmeiras, Lauren, do São
Paulo, Bruninha, do Santos, e a meia Thaís, do Palmeiras. As seis atletas não estavam na última lista de convocação. A sueca acrescentou: “Para nós obtermos um resultado diferente, temos que fazer as coisas de uma forma diferente. Isso significa que temos que ter algumas novas jogadoras e ver como elas se comportam, combinam, para chegarmos a um time coeso.” Os amistosos já visam preparação para a Copa América de 2022, e a CBF ainda planeja para este ano amistosos contra a Austrália, Chile e Venezuela.