Brasil de Fato PR - Edição 229

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Paraná, 16 a 22 de setembro de 2021

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O Brasil indígena II Marcha das Mulheres Indígenas ocorreu em 10 de setembro em Brasília Texto e Fotos de Giorgia Prates

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m 10 de setembro, respeitando todas as normas sanitárias contra a disseminação da Covid-19, ocorreu a II Marcha das Mulheres Indígenas, após ser adiada duas vezes por conta da segurança das mulheres. Cerca de 5 mil Indígenas de 172 povos participaram. A marcha saiu do acampamento na Funarte e foi até a Praça do Compromisso pela W3 Sul. Chegando na Praça, o povo Pataxó hã-hã-hãe prestou homenagem a Galdino, indígena desse povo que foi queimado vivo em 1997, enquanto dormia. Marco temporal Um dos principais motivos do protesto dos indígenas em Brasília foi a votação no Supremo Tribunal Federal do marco temporal, medida que pode praticamente inviabilizar demarcações de terras aos povos originários no Brasil. O julgamento, que vem desde agosto, foi interrompido novamente no STF, na quarta, 15, por pedido de vista do ministro Alexandre de Moraes. Não há data definida para sua retomada.

À beira do apagão, empresas lucram com o aumento da conta de luz Gabriel Carriconde

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om a queda da capacidade dos reservatórios, e a seca em que vive o Sudeste brasileiro, o governo federal aumentou as bandeiras tarifárias na energia elétrica e pediu para população economizar luz. Contudo, apesar da falta de ajuda de “São Pedro”, a desregulamentação do setor, a falta de planejamento e os interesses do setor privado apenas nos lucros seriam

as reais causas da crise. Na quarta (8), em audiência na Câmara dos Deputados, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que a capacidade dos reservatórios das usinas hidrelétricas deve ficar abaixo de 19%. Apenas na crise hídrica de 2014 esse patamar foi registrado. Apesar de o governo Bolsonaro insistir que o problema é a falta de chuva, o ex-diretor presidente da Agência Nacional de Águas

(ANA) Vicente Andreu rejeita o argumento. “Não dá pra colocar na conta de São Pedro de jeito nenhum”, afirmou em entrevista para o programa Bem Viver, da Rádio Brasil de Fato. Ele alerta que a crise é “resultado de uma operação recorrente, que acontece todo ano, do setor elétrico, e que foi agravada no governo Bolsonaro. Tem como finalidade esvaziar os reservatórios no período chuvoso para quando che-

gar o período seco, tendo pouca água, o preço da tarifa explodir”. Mesmo que a justificativa fosse a falta de chuva, Alexandre Húngaro, trabalhador do setor de meio ambiente da Copel e estudioso da área de energia, afirma que “deveríamos estar em racionamento no mínimo desde maio”. Húngaro, que também é presidente da CTB-Paraná, alerta que o sistema elétrico brasileiro vem operando no

limite. “É um cenário que poderemos estar de um ou dois anos com racionamento, ou o governo terá que pagar para que empresas não operem, para diminuir a carga. Imagine o custo financeiro dessa política, a cada dia que o governo não intervém para implantar um racionamento que já deveria ter começado em maio, aumenta a possibilidade que isso aconteça, e ainda falam na privatização da Eletrobrás”.


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